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DISPOSITIVOS MECÂNICOS
Educação e Formação de
MODALIDADE:
Adultos
UFCD: 0850
DURAÇÃO: 25 horas
Seleção de Chavetas.................................................................................................................................................50
Referências:............................................................................................................................................................101
Seleção de Roscados
Uma rosca pode ser considerada como um conjunto de filetes, assim como uma saliência helicoidal, de
perfil constante, que se desenvolve uniformemente, externa ou internamente, em volta de uma superfície
A linha helicoidal da rosca é gerada quando um ponto se move uniformemente sobre um cilindro, na
As classes de rosca utilizadas nas mais diversas aplicações, classificam-se segundo o seu perfil, a sua
desejada:
a) Triangular – É o tipo de perfil considerado o mais comum, sendo utilizado em parafusos e porcas de
b) Trapezoidal – roscas com este perfil são usadas nos fusos das máquinas ferramentas, na transmissão
c) Dente de serra – Usada quando a força de solicitação é muito grande num único sentido, tal como
d) Redondo – o perfil redondo é usado em parafusos com grandes diâmetros, para suportar grandes
esforços, geralmente em componentes ferroviários. Este tipo de perfil também é utilizado em lâmpadas
e) Retangular – praticamente em desuso, sendo ainda utilizado em parafusos e pecas sujeitas a choques
e grandes esforços, como e o caso dos tornos de bancada. Não está normalizada.
Segundo a sua aplicação, distingue-se rosca de fixação e rosca de movimento. Como roscas de fixação
utilizam-se geralmente as roscas de perfil triangular. Como roscas de movimento, utilizam-se as roscas
trapezoidais, que transformam movimentos de rotação em movimentos retilíneos, tais como fusos das
máquinas fresadoras. Para roscas que tenham função de vedação de gases ou vapores, usam-se
Quanto ao sentido da rosca, esta poderá ser rosca direita ou rosca esquerda:
Rosca direita: Sentido descendente dos filetes da direita para a esquerda. O aperto ocorre girando o
Rosca esquerda: Sentido descendente filetes da esquerda para a direita O aperto ocorre girando o
parafuso no sentido anti horário. É usada quando o movimento de rotação ao qual a rosca está associada
tiver tendência para desapertar uma rosca direita. Caso típico do pedal esquerdo das bicicletas.
rosca é de tantos filetes ou entradas quantos inícios de rosca possui. As roscas mais correntemente
usadas são as roscas de um filete. As roscas de múltiplas entradas utilizam-se quando se pretende obter
Roscas simples ou rosca de uma entrada – É a rosca constituída por um só filete. Neste tipo de rosca, o
Rosca múltipla (dupla, tripla, etc…) – É a rosca constituída por vários filetes (dois, três, etc…). Possibilita
avanços por volta mais rápidos e proporcionais ao número de entradas (filetes). O avanço por volta do
parafuso é duplo ou triplo do valor do passo, consoante se trate duma rosca de duas ou três entradas.
Sistemas de roscas
As roscas de perfil triangular são fabricadas segundo três sistemas normalizados: o sistema métrico ou
No sistema métrico, as medidas das roscas são expressas em milímetros, tendo os filetes forma
Sistema withworth
No sistema withworth, as medidas são expressas em polegadas. O filete apresenta forma triangular,
ângulo de 55º, crista e raiz arredondadas. A rosca withworth segue a mesma nomenclatura da rosca
métrica
O passo é determinado dividindo-se uma polegada (25,4 mm) pelo número de filetes contidos numa
polegada.
25,4
P=
nº filetes
No sistema Métrico a rosca é descrita pela letra M maiúscula, acrescida do diâmetro do parafuso, em
mm (Ex. M16).
O mesmo diâmetro nominal de uma peça roscada pode admitir diferentes passos:
• Rosca de passo fino – corresponde a uma rosca de pequeno passo, muito usada na construção
de automóveis e aviões, sobretudo porque nesses veículos acontecem choques e vibrações que
ajustamento fino ou devido à uma maior tensão inicial de aperto. Também é usada em chapas de
pouca espessura e em tubos. Estas roscas são largamente utilizadas em parafusos feitos de aços-
• Rosca de passo normal – este tipo de rosca é usada normalmente em construções mecânicas e
em parafusos de modo geral, por proporcionar uma boa tensão inicial de aperto. A sua utilização
Os dentes são dispostos paralelamente entre si e em relação ao eixo. É o tipo mais comum de roda
dentada e o de mais baixo custo. É usada em transmissão que requer mudança de posição das
engrenagens em serviço porque é fácil de engatar. É, também, a mais usada em regimes de baixa rotação
Tem como principais vantagens a precisão na relação de movimento e engrenamento e o baixo custo de
A figura abaixo ilustra um setor de uma roda cilíndrica exterior de dentado direito, na qual se inclui a
➢ Coroa ou cabeça, arco de circunferência que delimita superiormente o dente (segmento AE)
➢ Linha de flanco, parte do perfil do dente compreendida entre a coroa (adendo) e a raiz (dedendo)
- segmentos AD e EF
Às superfícies cilíndricas coaxiais com o eixo da roda que contêm a coroa e a raiz do dente dá-se o nome
O cilindro primitivo tem um diâmetro intermédio entre o diâmetro de coroa e o diâmetro de raiz. É
A circunferência primitiva representa uma circunferência teórica sobre a qual todos os cálculos são
baseados. Numa engrenagem as circunferências primitivas das duas rodas são tangentes no ponto
➢ Dedendo, parte do dente compreendida entre a superfície primitiva e a superfície de raiz, sendo
A altura do dente (h) é a distância entre a circunferência de coroa e a circunferência de raiz, ou seja, é
➢ Passo primitivo ou, simplesmente, passo (p), comprimento do arco da circunferência primitiva
Nas engrenagens cilíndricas de dentes inclinados ou helicoidais, tal como a própria designação sugere,
inclinados é também pequeno. Por seu lado, valores elevados para o ângulo de inclinação tendem a
As rodas dentadas helicoidais podem ser direitas ou esquerdas, conforme a inclinação dos dentes. É
também frequente a denominação de rodas com hélice direita e rodas com hélice esquerda.
A direção das hélices das rodas é definida pela regra da mão direita. A figura 4 abaixo ilustra rodas com
hélice direita e com hélice esquerda. Numa engrenagem cilíndrica de dentes inclinados, o ângulo de
inclinação dos dentes das duas rodas tem de ser o mesmo, porém, uma roda apresenta hélice direita e a
grandes esforços como em caixa de redução, de mudanças, etc. Além disso, permitem transmitir
As rodas dentadas com dentes helicoidais possuem como característica a transmissão de rotação entre
eixos não paralelos. Além disso, funcionam mais suavemente e, portanto, com menos ruido do que o
Esta roda possui dentado helicoidal duplo com uma hélice à direita e outra à esquerda. Isso permite a
compensação da força axial na própria engrenagem, eliminando a necessidade de compensar esta força
nas chumaceiras.
Usam-se grandes inclinações de hélice, geralmente de 30 a 45º. Pode ser fabricada em peça única ou em
duas metades unidas por parafusos ou solda. Neste último caso só é admissível o sentido de giro no qual
• Grande potência;
• Menor ruído.
Apresentam uma grande característica que é a transmissão de movimento entre eixos perpendiculares.
A engrenagem cônica é usada para mudar a rotação e direção da força em baixas velocidades. Os dentes
das rodas cônicas têm um formato também cônico, o que dificulta sua fabricação, diminui a precisão e
Nas rodas cónicas de dentes helicoidais, o dente apresenta espessura variada sendo maior na periferia e
De acordo com a inclinação do dente da roda, em relação ao seu eixo geométrico, pode-se adotar a
seguinte classificação:
cónicas, temos que recorrer a rodas com dentado espiral – que não helicoidal – uma vez que o dentado
reto não são adequados para tais solicitações, pelo que podemos estabelecer que este tipo de dentado
está para as rodas cónicas como o dentado helicoidal está para as cilíndricas: a forma mais correta para
A diferença básica entre ambos é que o dentado alemão Gleason possui a largura do dentado constante
em todo o comprimento. No dentado americano Klingelnberg a largura do dentado é menor numa das
extremidades.
Processos de Fabrico
Os principais processos de fabrico das rodas dentadas metálicas são a maquinação, a sinterização, a
fundição e a conformação
Por seu lado, a rodas dentadas poliméricas são obtidas por injeção. As rodas dentadas poliméricas
apresentam como principais vantagens o baixo peso e o custo reduzido. Este último aspeto é
As rodas poliméricas têm, todavia, menor capacidade de carga. Este tipo de rodas dentadas é utilizado,
As engrenagens são mecanismos compostos por rodas dentadas rígidas que transmitem movimento
entre veios próximos e/ou quando se pretende reduzir ou aumentar a velocidade ou o binário do veio
motor. Nestes órgãos mecânicos, o movimento é transmitido pelos dentes da roda motora que rolam
sem escorregar sobre os dentes da roda movida. Podem ser consideradas como uma evolução ou
aperfeiçoamento das rodas de atrito, são utilizadas para transformar o movimento de um veio rotativo
A roda de menor dimensão e, por isso, também de menor número de dentes, denomina-se de pinhão
ou carreto. Por seu lado, a roda de maior dimensão é designada simplesmente por roda ou coroa.
versáteis. Tanto podem ser utilizadas para transmitir movimento entre eixos paralelos, concorrentes como
engrenagens apresentam rendimentos considerados elevados (até 99%), sendo exceção as engrenagens
de parafuso sem-fim em que os rendimentos são relativamente baixos (da ordem dos 45-70%) devido
Outras caraterísticas que levam à popularidade e sucesso das engrenagens prendem-se com:
As engrenagens podem ser fabricadas em diversos materiais, tais como os metálicos e os poliméricos.
Por outro lado, todavia, as engrenagens, pelo facto de serem constituídas por corpos rígidos, não
absorvem choques e necessitam, em geral, de ser lubrificadas. Devem, também, estar protegidas de
humidade e de poeiras.
Vários são os critérios que permitem classificar as engrenagens mais utilizadas em máquinas e
mecanismos. Um dos principais critérios de classificação das engrenagens tem a ver com a disposição
relativa dos eixos das rodas. Assim, três grupos podem ser distinguidos:
Na figura acima estão representadas engrenagens cilíndricas, cónicas e torsas, conforme descrição
anteriormente exposta. Deve referir-se que nas engrenagens cilíndricas e cónicas os eixos são
complanares.
Um segundo critério utilizado na classificação das engrenagens, é o que considera a forma dos dentes.
Costumam distinguir-se os seguintes tipos:
As figuras a baixo apresentam duas engrenagens cilíndricas, de dentes retos e de dentes helicoidais
Finalmente, um terceiro critério de classificação das engrenagens é o que considera a posição relativa
dos centros instantâneos de rotação. Assim, as engrenagens podem ser exteriores ou interiores,
conforme o centro instantâneo de rotação se situe, ou não, entre os eixos de rotação das rodas.
Nas figuras 35 e 36 estão representadas engrenagens cilíndricas de dentes retos exteriores e interiores.
Em geral, as engrenagens interiores permitem distâncias menores entre os eixos das rodas. Ao contrário
das engrenagens exteriores, nas engrenagens interiores, as rodas dentadas rodam no mesmo sentido.
As rodas com dentado interior são normalmente utilizadas em sistemas de engrenagens planetárias,
primeiramente agrupados quanto à disposição relativa dos eixos. Como segundo critério de classificação
As rodas cilíndricas de dentado reto trabalham sob duas características que são:
➢ O esforço motor é transmitido, no início do engrenamento, por um só par de dentes que, em certos
instantes, podem ser dois ou três, conforme os valores dimensionais das rodas;
Em consequência disto, estabelece-se entre os pares de dentes em contacto variações bruscas de pressão
O projeto, fabrico, montagem e manutenção deste tipo de engrenagem é relativamente simples, já que
A figura abaixo mostra uma engrenagem cilíndrica de dentes retos, que é das mais comuns em mecânica
As engrenagens cilíndricas de dentes retos apresentam rendimentos elevados, até 99%. Contudo, quando
As engrenagens cilindricas helicoidais são engrenagens cilindricas com engrenamento inclinado, cujos
Apresentam um funcionamento mais suave e menos ruidoso que as engrenagens de dentes retos porque
reto. Todavia, nas engrenagens de dentado helicoidal desenvolvem-se cargas axiais, o que não acontece
O inconveniente das engrenagens helicoidais são os esforços axiais (na direção do eixo da roda)) que
resultam da inclinação do dente em relação ao ponto de contacto e que devem ser suportados pelos
rolamentos dos eixos (apoios). Além daquela, mais duas forças estão sempre presentes: a força tangencial
Aquela limitação pode ser ultrapassada recorrendo ao dentado em espinha, ilustrado na figura 39. De
facto, o dentado em espinha ou de dupla hélice apresenta as mesmas vantagens do dentado helicoidal,
As engrenagens com dentes em espinha são utilizadas quando se pretende transmitir potências elevadas.
retos ou helicoidais. Com esse sistema, pode-se transformar movimento de rotação em movimento
retilíneo e vice-versa. A cremalheira pode ser considerada como sendo uma roda de raio infinito. Nesse
caso, a circunferência da roda pode ser imaginada como um segmento de reta. Desse modo, a
Engrenagens Cónicas
As engrenagens cónicas podem ter dentes retos, dentes helicoidais, dentes espirais e podem ainda ser
As engrenagens cónicas são utilizadas quando há necessidade de cruzar os eixos dos órgãos motor e
movido. Em geral, este tipo de engrenagem admite relações de transmissão até 6:1, tendo um
50-75 m/s.
As engrenagens cónicas com dentes espirais e a engrenagem hipoide apresentam maior capacidade de
carga, maior relação de transmissão (10:1) e menor ruído do que as engrenagens cónicas de dentado
reto e helicoidal. Contudo, apresentam, rendimentos inferiores (60-95%), bem como maior geração de
calor. As engrenagens hipoides, por sua vez, permitem soluções compactas e requerem um lubrificante
de elevada viscosidade.
Nas engrenagens de dentado em espiral, o eixo do pinhão e da coroa encontram-se no mesmo plano
É frequente encontrar situações práticas em que se associam engrenagens cónicas com engrenagens
As engrenagens cónicas exigem maior rigor, quer no fabrico, quer na montagem, sendo, por isso, mais
caras.
Engrenagens Torsas
As engrenagens torsas (Figura a baixo) podem apresentar dentes helicoidais ou dentes espirais. No caso
das engrenagens torsas de dentes helicoidais em que o carreto toma a forma de um parafuso, estas
As engrenagens torsas de dentes helicoidais apresentam rendimentos elevados (95%), velocidades até
caso dos redutores de velocidades. É constituída por uma roda dentada especial e por um carreto que
tem a forma de um parafuso e, como tal, pode ter uma, duas ou três entradas, sendo que este número
Possui uma relação de transmissão elevada, podendo atingir 100:1 e velocidades da ordem dos 70 m/s,
e transmite movimento entre veios que não sejam paralelos nem se intersectem.
Devido ao elevado escorregamento que apresentam podem surgir problemas de aquecimento e perda
de rendimento (45-70%). Este tipo de engrenagem, com o intuito de controlar o desgaste e a geração de
calor, devem selecionar-se diferentes materiais para o sem-fim (aço) e para roda (ferro fundido ou
em cada volta dada no parafuso a coroa vai girar apenas um dente. Neste caso, será necessário realizar
60 voltas no parafuso para que a coroa gire uma volta. Desta forma, a rotação da coroa é 60 vezes menor
que a do parafuso.
Exemplo: Se o parafuso com rosca sem-fim gira a 1.800 rpm, a coroa girará a 1.800 rpm dividida por 60,
Supondo, agora, que o parafuso com rosca sem-fim tem duas entradas e a coroa tem 60 dentes. Assim,
a cada volta dada no parafuso com rosca sem-fim, a coroa girará dois dentes. Portanto, será necessário
Assim, a rpm da coroa é 30 vezes menor que a rpm do parafuso com rosca sem-fim. Se, por exemplo, o
parafuso com rosca sem-fim gira a 1.800 rpm, a coroa girará a 1.800, divididas por 30, que resultará em
Exemplo
Num sistema de transmissão, composto de coroa e parafuso com rosca sem-fim, o parafuso tem 3
entradas e desenvolve 800 rpm. Qual será a rpm da coroa, sabendo-se que ela tem 40 dentes?
Engrenagens Especiais
As figuras apresentam alguns casos especiais de rodas dentadas, as quais têm caraterísticas muito
Roda coroa, que é um caso particular de uma roda cónica em que os dentes se desenvolvem
Engrenagens não-circulares, em que as relações de transmissão são varáveis e, por vezes, oscilações
Hamonic drive, tipo de engrenagem bastante utilizado em robótica e sistemas de controlo, devido à
Engrenagem gaiola ou lanterna, em que os dentes do pinhão são elementos cilíndricos paralelos ao
circular em torno do eixo de rotação, com pólos magnéticos orientados ao longo do eixo, possibilitam a
transmissão de movimentos mecânicos rotativos sem que haja contacto físico e, por conseguinte, não
causam desgaste dos seus componentes, tal como se ilustra na figura 48.
Este tipo de engrenagem tem baixa capacidade de carga quando comparadas com as engrenagens ditas
tradicionais.
Conceito de Módulo
Para definirmos convenientemente as rodas dentadas numa engrenagem, temos que levar em conta uma
𝑑
m= (mm)
𝑧
Com efeito, o módulo, conjuntamente com o número de dentes, define completa e perfeitamente
d = mx z
Pode dizer-se que o módulo está diretamente relacionado com a dimensão dos dentes e, por
𝑑
Z=
𝑚
Por seu lado, o número de dentes de uma roda dentada está diretamente associado à relação de
O módulo é um parâmetro normalizado que visa uniformizar os perfis adotados para os dentes das
engrenagens.
A figura a baixo ilustra a evolução do tamanho e do número de dentes de rodas dentadas, para o mesmo
diâmetro primitivo em função do módulo. Da análise desta figura observa-se que com o aumento do
Por outro lado, com o aumento do módulo diminui-se o número de dentes da roda. É, pois, evidente que
para um diâmetro primitivo constante, se se considerar um módulo pequeno, resulta numa roda com
Tal como foi referido anteriormente, duas rodas dentadas só podem funcionar corretamente se tiverem
o mesmo módulo. Assim, a fim de se demonstrar este princípio, considere-se duas engrenagens com as
seguintes caraterísticas:
As figuras abaixo ilustram estas engrenagens onde são visíveis as diferenças pelo facto de se considerar
ou não o mesmo módulo. Engrenagens com maior número de dentes proporcionam transmissões mais
Seleção de Rolamentos
O rolamento é um componente mecânico cuja função consiste em guiar o movimento de rotação das
partes de um conjunto. O rolamento permite, então, a rotação de uma peça em relação a outra. Assim,
os rolamentos são componentes de alta precisão que tornam possível que partes de uma máquina se
desloquem a velocidades diferentes, transportando com eficácia cargas bastante significativas. Devem
possuir uma longa duração de vida e oferecer alta precisão, bem como a possibilidade de trabalhar a
grande velocidade com o mínimo de ruído e de vibração possíveis. Estes mecanismos são utilizados em
áreas tão diversas como a indústria automóvel, o setor aeroespacial, os equipamentos de construção e
• os rolamentos de esferas;
• os rolamentos de agulhas.
Embora os mais comuns sejam os rolamentos de esferas, cada um destes tipos apresenta vantagens e
desvantagens. Por isso, recomendamos que compare os diferentes rolamentos, a fim de saber qual será
Direção de carga
Para escolher um rolamento, há vários fatores importantes a considerar. O primeiro fator diz respeito à
Um rolamento é concebido para suportar cargas axiais ou cargas radiais. Contudo, certos rolamentos
podem ser submetidos simultaneamente a esforços radiais e axiais: são os chamados rolamentos
combinados. Se necessitar de um rolamento que suporte cargas combinadas, poderá optar por um
rolamento de rolos cónicos. Se precisar de um rolamento capaz de suportar uma elevada carga radial,
recomendamos-lhe um rolamento de rolos cilíndricos. No entanto, se o rolamento não tiver que suportar
cargas muito grandes, poderá ser suficiente um rolamento de esferas, que geralmente não é tão caro.
Velocidade de rotação
Alguns rolamentos são projetados para suportar altas velocidades. A existência de uma gaiola nos
rolamentos de rolos cilíndricos e nos rolamentos de agulhas permite alcançar velocidades mais elevadas
do que os rolamentos sem gaiola. De notar, porém, que a escolha de mais velocidade poderá implicar
aconselhável optar por um rolamento de autoalinhamento , que permitirá corrigir automaticamente esses
Condições de utilização – interferencias- são de grande importância para a escolha do rolamento ideal.
Nesse sentido, é necessário analisar o ambiente de trabalho em que o mecanismo será usado. O
rolamento poderá vir a estar sujeito a interferências de vária ordem. Determinadas aplicações podem
originar ruídos, impactos e/ou vibrações. Portanto, o mecanismo deverá suportar esses impactos, por um
Vedação adequada
Fundamental para o funcionamento correto e durável do rolamento, pois é aquela que protege o
rolamento de impurezas e de agentes externos, como partículas, água, fluidos corrosivos. Pode ser, ainda,
uma escolha em função do lubrificante usado. Essa escolha deve fazer-se com base no tipo de lubrificante
utilizado, nas condições ambientais (e, portanto, no tipo de interferências), na pressão do fluido e na
velocidade de rotação. A pressão do fluido é de importância primordial: se a pressão for alta (entre 2 e 3
bares, por exemplo), o ideal é um selo mecânico. Relativamente ao tipo de lubrificante, para a lubrificação
com massa, as soluções mais utilizadas são os defletores ou as vedações tipo Z, os canais ranhurados. Já
na lubrificação a óleo, a vedação possui frequentemente uma ranhura para a recuperação do óleo.
Condições de trabalho
Deve-se ter em conta o grau de rigidez e de precisão que a aplicação irá exigir. Em certos casos, poderá
aplicar-se uma pré-carga no conjunto do rolamento, a fim de aumentar a sua rigidez. Além disso, a pré-
carga será benéfica em termos de vida útil e do nível de ruído do rolamento. Salienta-se que, para
escolher a pré-carga (radial ou axial), é necessário antes aferir o grau de rigidez de todas as partes do
Material do rolamento
Entre os critérios de escolha, encontra-se igualmente a questão do material que será mais apropriado
para o rolamento que procura. Existem rolamentos de metal, de plástico e de cerâmica. O material do
rolamento deve ser selecionado em função da aplicação a que este se destina. Recomendamos que opte
pelo rolamento mais resistente à compressão. Convém, contudo, referir que o material utilizado num
grande utilidade se a força que deve entrar em contacto com o rolamento for perpendicular ao seu eixo
de rotação. No entanto, os rolamentos de esferas de duas carreiras são concebidos para o contacto
angular. Por outro lado, se pretender usar um rolamento de esferas para uma carga axial, é importante
saber que este tipo de mecanismo suporta apenas cargas axiais moderadas, embora seja possível
contornar esta limitação optando-se por uma construção com duas carreiras de esferas. De baixo custo,
os rolamentos de esferas são também os mais compactos, o que faz com que este tipo de rolamentos
elevadas. Existem vários tipos de rolamentos de rolos cilíndricos, que diferem quanto ao número de
carreiras de rolos (uma, duas ou quatro) e à existência ou não de uma gaiola. Uma gaiola permite a um
rolamento suportar cargas radiais substanciais e uma velocidade elevada. Por outro lado, a ausência de
gaiola permite-lhe ter mais carreiras de rolos e, consequentemente, suportar cargas radiais ainda maiores.
O único inconveniente dos rolamentos de rolos cilíndricos sem gaiola é o facto de não tolerarem
Os rolamentos de rolos cilíndricos distinguem-se, ainda, pela sua elevada robustez e longa vida útil.
Ademais, alguns rolamentos são também capazes de suportar cargas axiais, desde que os seus anéis
externos e internos não possuam um ombro. Caso contrário, não será possível utilizar o rolamento para
simultaneamente radiais e axiais). Graças à sua robustez, possuem habitualmente uma elevada
capacidade de carga. Se estiver indeciso entre um rolamento de esferas e um rolamento de rolos cónicos,
é importante saber que este último pode suportar cargas maiores do que um rolamento de esferas com
as mesmas dimensões.
Assim, o rolamento de rolos cónicos é indicado para aplicações como fusos de máquinas, transmissões
de veículos (de automóveis a barcos, passando por helicópteros), ou ainda mangas de eixo de rodas de
carros e de camiões.
Quando escolher um rolamento de agulhas?
À semelhança dos rolamentos de rolos cilíndricos, também os rolamentos de agulhas podem ou não ser
compostos por uma gaiola. A vantagem do rolamento de agulhas com gaiola é suportar velocidades
muito elevadas, enquanto a do mecanismo sem gaiola é poder suportar cargas radiais ou axiais bastante
significativas. De referir que estes são rolamentos de pequenas dimensões, pelo que não ocupam muito
espaço. Quanto às suas aplicações, são regularmente utilizados em caixas de velocidades, por exemplo.
comuns. Os rolamentos Y, por sua vez, são rolamentos rígidos que podem, tais como os rolamentos
permissível de menor amplitude. Assim, quando forem previstos erros de alinhamento maiores, deve
Montagem em pares
Em seguida, quando se opte pela montagem de rolamentos em pares, há que ponderar o tipo de
montagem. Para dois rolamentos muito próximos um do outro, deve privilegiar-se a montagem com
disposição em O, isto é, face a face, para que não interfiram no funcionamento um do outro. Quando
não for esse o caso, pode-se dispor os rolamentos em X, ou seja, costas contra costas.
Por último, atente-se nas dimensões destes mecanismos. Cada rolamento possui dimensões específicas,
que são expressas em milímetros e definidas por normas internacionais. Convém prestar atenção ao seu
diâmetro interno (simbolizado pela letra d), ao diâmetro externo (simbolizado pela letra D) e à largura
funcionamento dos rolamentos e prolongar a sua vida útil. O lubrificante tem as seguintes funções:
• facilitar o movimento
De um modo geral, a lubrificação com massa é, sem dúvida, a escolha mais simples e eficaz, pois assegura
todas as funções supramencionadas, bem como o funcionamento do rolamento com pouca manutenção.
A escolha do lubrificante depende sempre de três fatores: a carga, o modo de funcionamento (contínuo
funcionamento for contínuo e a velocidade de rotação elevada, então a lubrificação a óleo é a solução
ideal para garantir o bom funcionamento dos corpos rolantes. Pelo contrário, em caso de cargas leves e
Quadro resumo:
Seleção de Correias
As correias são utilizadas para transmitir potência entre veios paralelos e, embora não tão frequente,
podem também ser usadas para casos de veios não complanares, situados a grandes distâncias.
Tipos de Correias
As correias são um dos sistemas mais antigos de transmissão de movimento. De entre os diversos tipos
de correias, as mais comuns são as planas, as trapezoidais (ou em “V”) e as dentadas (ou síncronas).
Existem ainda as correias redondas. As figuras 1 a 4 ilustram estes tipos de correias para transmissão de
eletrónicos até equipamentos industriais de grande envergadura. A figura 5 ilustra alguns exemplos de
As primeiras correias planas industriais eram constituídas quase exclusivamente em couro (couro-tanino
e couro cromo). Atualmente, as correias planas podem ser reforçadas interiormente com materiais
sintéticos (e.g. nylon) e com superfícies de elevada aderência (superfície em borracha rígida). As correias
trapezoidais são constituídas por uma alma em borracha flexível com boa aderência e resistência ao
desgaste. No interior, estas correias podem incluir algodão, fibras sintéticas e cabos de aço.
As correias dentadas incluem um núcleo metálico no interior (armação) constituído por cabos de aço. O
O tipo de correia a usar depende de vários fatores, tais como a necessidade de manter a relação de
constantes, ao passo que com correias planas e trapezoidais a relação de transmissão pode não ser
Montagem de Correias
Os sistemas de transmissão por correias podem ser abertos ou cruzados, tal como se ilustra na figura 7.
Principiais Caraterísticas das Correias
De seguida apresentam-se algumas das principais caraterísticas dos sistemas de transmissão por correias
• Devido à força centrífuga, as correias têm um limite superior para a velocidade periférica (25 m/s)
• Podem ser utilizadas em aplicações que requeiram grandes distâncias entre eixos
• As correias planas admitem veios não complanares com ou sem inversão do sentido de rotação
• São em geral económicas, mas têm vida mais curta do que as correntes/engrenagens
• As correias dentadas são mais compactas, não requerem pré-tensão, mas implicam maior custo
• As correias planas e trapezoidais não asseguram uma relação de transmissão constante devido
choques
Nomenclatura Básica
A figura 8 diz respeito ao tipo mais importante de geometria de uma transmissão por correias, ou seja,
uma correia aberta. As transmissões cruzadas, sendo menos frequentes, são apenas utilizadas com
correias planas e têm como objetivo inverter o sentido de rotação entre os veios motor e movido.
Com efeito, para a seleção de uma correia são, em geral, conhecidos os seguintes elementos:
• Potência a transmitir
1 - A correia a utilizar (tipo, secção, comprimento primitivo, número de correias para o caso das correias
trapezoidais)
2 - As polias (diâmetro, largura e número de gornes (cavas) para correias trapezoidais e número de dentes
Mais concretamente:
correias necessário
polia/correia. Assim, é necessário que haja uma pré tensão, cujo limite inferior está associado ao evitar
de escorregamento, e o limite superior está relacionado com as sobrecargas nos apoios e na própria
correia.
A pré-tensão tem como objetivos desenvolver forças de atrito para garantir a transmissão de potência e
Uma pré-tensão desmaiado elevada dá origem a maiores esforços nas correias e nos apoios, sem que
haja contrapartidas. Por outro lado, prétensões elevadas diminuem a vida das correias.
A forma mais comum de aplicar uma pré-tensão e facilitar a montagem e desmontagem da correia é a
adoção do entre-eixo variável através do deslocamento do eixo de uma das polias, tal como se representa
na figura 27, em que lt = 2-3% L. Os catálogos dos fabricantes indicam, em geral, métodos expeditos
correias trapezoidais estreitas são designadas por 3V, 5V, 8V, tal como se representa na figura 30.
efeito de cunha.
• Conseguem-se até 3 vezes mais capacidade de carga do que com correias planas.
• Requerem menores pré-tensionamentos e, por isso, implicam menores cargas nos apoios.
• As correias trapezoidais estreitas apresentam maior capacidade de carga e são mais compactas.
As correias dentadas (ver figura 36) permitem transmissões sem escorregamento, transmitem potência
com uma relação de transmissão constante, apresentam maior capacidade de carga, são mais compactas,
O perfil dos dentes das correias dentadas pode ser trapezoidal ou semicircular
Fig. 36 Correia dentada (dentes trapezoidais) Fig. 37 Perfis de dentes de correias dentadas
correia. Estes parâmetros são apresentados e estabelecidos nos catálogos dos fabricantes.
No caso das correias planas, a emenda (ver figura 13) é sempre a secção mais desfavorável e, portanto,
o local mais suscetível para a falha ou ruína da correia. Sempre que possível devem utilizar-se correias
Para reduzir o desgaste, o acabamento das superfícies das polias em contacto com a correia deverá ser
- Rotura por fadiga, resultante da variação cíclica das tensões entre os ramos tenso e bambo, a que se
No caso das correias dentadas, os tipos de falhas mais frequentes são a rotura dos dentes e o
Seleção de Correntes
Tipos de Correntes
As correntes ocupam um lugar de destaque entre os sistemas de transmissão de movimento. Os
principais tipos de correntes são: as correntes de rolos, as correntes de buchas e a correntes de dentes,
Fig. 1 Principais tipos de correntes: correntes de rolos, correntes de buchas e correntes de dentes
Correntes de rolos
As correntes de rolos são as mais comuns em aplicações industriais.
Estas correntes são constituídas por placas internas e externas ligadas por pinos. Os pinos são envolvidos
por buchas nas quais funcionam (rolam) os rolos. Os pinos, as buchas e os rolos são fabricados em aço
A figura 2 mostra os elementos constituintes das correntes de rolos de uso mais frequente.
Correntes de buchas
As correntes de buchas (figura 3) diferem das de rolos pelo facto de não possuírem rolos. Este facto
permite que as buchas e os pinos sejam de dimensões maiores e, por conseguinte, as correntes de buchas
As correntes de buchas são menos silenciosas, apresentam maior escorregamento (desgaste) e, por isso,
Correntes de dentes
As correntes de dentes (figura 4) são constituídas por elos, os quais são constituídos por várias placas
montadas lado a lado sobre pinos formando dentes que vão engrenar nos dentes da roda. Deste modo,
A figura 6 ilustra elos de uma corrente de rolos. Na figura 7 estão representadas correntes de rolos
proteção
• Requerem, em geral, lubrificação, cujo modo depende das condições de funcionamento (potência
e velocidade)
• Apresentam uma duração longa (até 15000 horas) sem necessidade de substituição de corrente
e rodas
• Não apresentam capacidade de absorção de choques, como acontece com as correias, dada a
ao efeito poligonal
• No que diz respeito à transmissão de potência (binário, movimento), as correntes situam-se entre
as correias e as engrenagens.
Elementos a Selecionar
• Passo da corrente
• Entre-eixo exato
• Potência a transmitir
• Condições de funcionamento
No projeto e seleção de correntes devem ser seguidas as instruções fornecidas pelos fabricantes, uma
vez que as correntes podem apresentar caraterísticas diferentes de fabricante para fabricante. Este
Lubrificação
As correntes devem ser lubrificadas com regularidade e com o método apropriado às condições de
produzido.
O lubrificante deve ser um óleo mineral puro com viscosidade escolhida de acordo com a temperatura
O tipo de lubrificação a adotar depende da potência a transmitir e da velocidade linear da corrente, tal
Manutenção e Montagem
A manutenção de uma transmissão por corrente consiste simplesmente em garantir que:
A montagem correta de uma transmissão por correntes é relativamente simples. No entanto, importa
lugar, uma transmissão mecânica deve ser escolhida de modo a responder cabalmente às exigências e
condições de funcionamento.
Listam-se de seguidas os principais parâmetros que influenciam a escolha de uma transmissão mecânica:
• Disposição relativa dos eixos dos órgãos motor e movido – eixos paralelos ou perpendiculares
Correias
Devido à força centrífuga, as correias têm um limite superior para a velocidade periférica (até 25 m/s
Correntes
As correntes operam a velocidade de funcionamento inferiores às das correias e das engrenagens (17
m/s)
Engrenagens
As engrenagens permitem uma grande variedade de velocidade periféricas de funcionamento (até 200
cilíndricas)
Correias
As correias trapezoidais e dentadas funcionam entre veios paralelos e, em geral, na horizontal
As correias planas admitem veios não complanares com ou sem inversão do sentido de rotação
Correntes
As correntes só devem operar entre veios rigorosamente paralelos
Engrenagens
As engrenagens possibilitam a transmissão de movimento entre veios paralelos, concorrentes e não
complanares
3 Condições Ambientais
Correias
As correias apresentam uma resistência superior às condições ambientais (humidade e poeira) quando
Correntes
As correntes requerem, em geral, lubrificação, cujo modo depende das condições de funcionamento
(potência e velocidade)
sistemas de proteção
Engrenagens
As engrenagens resistem relativamente mal às condições ambientais (humidade e poeira) requerendo,
4 Compacidade e Custo
Correias
As correias são, em geral, mais baratas que as correntes e as engrenagens, necessitam de grandes
As correias dentadas são mais compactas, não requerem pré-tensão, mas implicam maior custo
Correntes
As correntes apresentam compacidade e custo entre as correias e as engrenagens
Engrenagens
As engrenagens são mais compactas e mais caras do que as correias e correntes
Nas engrenagens os esforços nos veios são inferiores devido à não existência de pré-tensão e à
Correias
As correias podem ser utilizadas em aplicações que requeiram grandes distâncias entre eixos,
Correntes
As correntes possibilitam a utilização de distâncias entre os eixos menores do que no caso da correias
Engrenagens
As engrenagens não são utilizadas para grandes distâncias entre os eixos, uma vez que implicaria a
Nas engrenagens as relações de transmissão podem atingir o valor de 8 (no caso do parafuso sem-fim
6 Durabilidade
Correias
As correias trapezoidais podem ter uma vida até 10000 horas
As correias planas podem durar até 40000 horas, pois apresentam menores tensões de flexão
As correntes dentadas apresentam menor vida devido à fadiga na raiz dos dentes
Correntes
As correntes apresentam uma duração longa (até 15000 horas) sem necessidade de substituição de
corrente e rodas
As correntes não apresentam a capacidade de absorção de choques como no caso das correias dada
Engrenagens
As engrenagens apresentam uma duração superior à das correias e das correntes
Resistem bem a sobrecargas exteriores devido à tenacidade dos materiais em que são construídas
7 Precisão na Transmissão de Movimento
Correias
As correias planas e trapezoidais não asseguram uma relação de transmissão constante devido ao
Correntes
Não apresentam constância do valor instantâneo da relação de transmissão de velocidade devido ao
efeito poligonal
Engrenagens
A relação de transmissão é rigorosamente constante e independente da carga transmitida
8 Manutenção
Correias
As correias não necessitam de lubrificação
Correntes
Nas correntes a manutenção é, em geral, fácil de realizar
Engrenagens
As engrenagens requerem uma manutenção bastante cuidada
9 Ruido
Correias
Têm um funcionamento silencioso, ao contrário do que acontece com as correntes e as engrenagens
Correntes
As correntes apresentam um funcionamento mais ruidoso do que as correias
Engrenagens
As engrenagens apresentam um funcionamento menos ruidoso do que as correntes
10 Fiabilidade
Correias
As correias são menos fiáveis
Correntes
As correntes apresentam uma fiabilidade intermédia
Engrenagens
As engrenagens são bastante fiáveis
11 Rendimento
Correias
As correias planas apresentam um rendimento de 96-98%
Correntes
As correntes apresentam um rendimento de 97-98%
Engrenagens
As engrenagens cilíndricas apresentam um rendimento de 96-99%
12 Montagem
Correias
As correias planas são mais fáceis de montar do que as trapezoidais, sobretudo quando se trata de
Engrenagens
a montagem é bastante fácil, requerendo uma rigorosa afinação da folga entre as rodas
13 Principais Aplicações
Correias
As correias são utilizadas na indústria têxtil, industria automóvel, máquinas-ferramenta, bombas,
variado, etc
Seleção de Chavetas
Estes elementos de máquinas apresentam um corpo de forma prismática ou cilíndrica, sendo utilizados
para unir elementos mecânicos, tais como: eixo/ polia. É considerado um tipo de união desmontável,
permitindo a transmissão de movimentos a outros órgãos, tais como engrenagens e polias. Podem
apresentar faces paralelas ou inclinadas (Figura 1.5), variando de acordo com a grandeza do esforço
solicitado e do tipo de movimento que deve ser transmitido. São colocadas em rasgos ou cavidades de
Podem ser classificadas como elementos de transmissão móvel, pois ao serem desmontadas do conjunto,
Tipos e características
a) Chaveta de cunha – este tipo de chaveta é utilizada para unir elementos de máquinas que devem
girar. O princípio da transmissão é realizado através da força de atrito entre as faces da chaveta e o fundo
do rasgo dos elementos, sendo importante que haja uma pequena folga nas laterais.
Como pode ocorrer folga entre os diâmetros da árvore e do elemento movido, a inclinação da chaveta
poderá gerar certa excentricidade na montagem, não sendo comum a sua utilização em montagens que
b) Chaveta encaixada –É a forma mais comum da chaveta de cunha. O rasgo da árvore deve ser sempre
c) Chaveta meia-cana – apresenta a base côncava (mesmo raio do eixo). Não necessitando de rasgo na
árvore, pois transmite o movimento por efeito do atrito, de forma que o deslizamento da chaveta ocorre
d) Chaveta plana – é idêntica à chaveta encaixada, apresentando entretanto um rebaixo plano no lugar
de um rasgo na árvore. Sua utilização é reduzida, pois é utilizada somente para a transmissão de forças
reduzidas.
e) Chaveta tangencial – devido ao seu posicionamento em relação ao eixo recebe a denominação
tangencial, sendo seu emprego muito comum na transmissão de forças elevadas e, em casos de
f) Chaveta transversal – usada em uniões de órgãos que imprimem movimentos rotativos e retilíneos
alternativos.
g) Chaveta paralela – este tipo de chaveta normalmente é embutida, sendo as suas faces paralelas. Uma
particularidade das chavetas paralelas é que não apresentam cabeça e a precisão de ajuste ocorre nas
laterais.
h) Chaveta de disco ou meia-lua tipo woodruff – é semelhante à chaveta paralela, recebendo esta
eixos cônicos pela facilidade de montagem e facilidade de adaptação à conicidade no fundo do rasgo
do elemento externo.
Um rebite é uma peça cilíndrica com uma cabeça numa das extremidades. A sua função é realizar ligações
Materiais e classes dos materiais: Os rebites são feitos em materiais resistentes e dúcteis. Os materiais
mais usados são o aço ao carbono, aço inox, alumínio, cobre e latão
• Rebite de cabeça cilíndrica escareada – geralmente utilizado em superfícies de chapas de até 7 mm.
Aplicações: Rebitagem
O rebite é colocado num furo comum às peças a ligar e, através da deformação plástica do seu corpo
A rebitagem a frio é usada para pequenos rebites com diâmetros d < 10 mm.
• A espessura total máxima e das peças ligadas é de S ≤ 4 d (no máximo 5 d), caso contrário, o
• Os rebites devem ser do mesmo material das peças a ligar, para evitar a corrosão.
• l ≥ 1,1 S + Δl em que:
• esférica: Δl = 1,5 d;
• de embeber: Δl = 0,6 d.
Aplicações
– As ligações por rebites são ainda usadas em:
• ligações de peças metálicas com peças não metálicas (madeira, couro, etc.).
Designação:
– Rebite, tipo da cabeça, d x l – classe de material – norma => Rebite R, 8 x 20 – 37R – NP 249
Seleção de Molas
As molas são elementos de máquinas que tem a função de armazenar energia, assim como absorver ou
capacidade de sofrer grandes deformações voltando ao seu estado inicial. São elementos mecânicos com
Podem ser classificadas quanto à sua forma e natureza dos esforços que as solicitam.
• Tração;
• Compressão;
A flexibilidade (φ) de uma mola quantifica-se pelo valor constante da relação entre o deslocamento y do
A rigidez de uma mola, designada por constante de mola k, é o inverso da flexibilidade, determinada
através da relação entre a intensidade da força atuante e o seu respetivo deslocamento. Esta constante
Y
Flexibilidade: ϕ=
P
1 𝐏
Rigidez: K= =
ϕ 𝐘
P
Pela equação da rigidez podemos constatar que quanto menor for o deslocamento da mola quando
sujeita a uma determinada força, maior é a constante K, logo mais rígida é a mola.
No dimensionamento de uma mola há, em geral, a necessidade de atender aos seguintes fatores:
• Enquadrar os valores do deslocamento e da força máximos aos valores impostos pelo projeto.
Molas helicoidais
De acordo com o tipo de aplicação e material de fabricação, as molas podem apresentar diferentes
formas e tamanhos.
Correspondem ao tipo de mola mais usada na área da mecânica. Em geral, elas são produzidas a partir
de barra de aço, sendo enrolada em forma de hélice cilíndrica ou cónica e cuja seção pode ser retangular,
ser indicado no desenho. As molas helicoidais podem ser classificadas de acordo com o meio de atuação
a) Mola helicoidal de compressão – formada por espirais, de forma que, quando comprimida por
alguma força, o espaço existente entre as espiras diminui, reduzindo o comprimento da mola.
b) Mola helicoidal de tração – esta mola, além das espiras, possui ganchos nas extremidades, os quais
são chamados de olhais. Para que este tipo de mola possa realizar a sua função, é necessário que seja
esticada, aumentando o seu comprimento. Já, em estado de repouso, volta ao seu comprimento normal.
c) Mola helicoidal de torção – além das espiras, também apresenta dois braços de alavancas. É através
desses braços que as molas de torção são solicitadas, de forma que, durante o seu funcionamento, a
A mola helicoidal cónica refere-se a uma construção diferente da mola helicoidal comum, tendo
“empacotamento”.
Di – diâmetro interno
H – comprimento da mola
P – passo da mola
Passo – corresponde à distância referente aos centros de duas espiras consecutivas, a qual é medida
Molas planas
São molas produzidas a partir de material plano ou em fita, com formato simples e podem ser definidas
a) O feixe de molas é obtido através de diversas peças planas cujo comprimento é variável, acomodadas
b) As molas prato possuem a forma de um tronco de cone cujas paredes apresentam seção retangular.
De uma forma geral, as molas prato funcionam associadas entre si, empilhadas, formando colunas, as
barra ou lâmina com seção retangular. A mola espiral é enrolada de tal forma que todas as espiras ficam
concêntricas e complanares.
Molas compressão helicoidal cónica Mola Compressão helicoidal plana Mola em espiral de fita reta
frequentemente realizada de forma conveniente por meio de um mecanismo de came, cuja versatilidade
permite obter quase qualquer movimento especificado arbitrariamente. Em alguns casos, este tipo de
Um mecanismo de came geralmente consiste em dois elementos móveis, o came e o seguidor, montados
numa estrutura fixa Um came pode ser definido como um elemento mecânico tendo um contorno curvo
ou uma ranhura curva que quando animado movimento de oscilação ou rotação, transmite ao seguidor
um movimento predeterminado. O came tem uma função muito importante na operação de muitas
tipo de máquina em que o controlo automático e a sincronização são fundamentais, o came é uma parte
indispensável do mecanismo. As aplicações possíveis dos cames são ilimitadas e seus formatos variam
muito. Algumas das formas mais comuns serão consideradas neste capítulo.
Podemos classificar os mecanismos de came de acordo com o modo de movimento de entrada / saída,
Configuração do seguidor
1. Seguidor de ponta a)
Arranjo do Seguidor
1. Seguidor em linha: A linha central do seguidor passa pelo centro de rotação do eixo do came
2. Seguidor deslocado (off set): A linha central do seguidor não passa pela linha central do eixo do came.
A quantidade de deslocamento é a distância entre essas duas linhas centrais. O deslocamento causa uma
Forma de came
1. Came de disco: O seguidor move-se num plano perpendicular ao eixo de rotação do eixo de cames.
Um seguidor de braço de translação ou oscilante deve ser restringido para manter contato com o perfil
de came.
2. Came ranhurado ou came fechado (Figura 6-4): Este é um came de placa com o seguidor numa
3. Came cilíndrico (Figura 6-5a): O rolete seguidor opera numa ranhura na periferia de um cilindro. O
seguidor pode realizar movimentos de translação ou de oscilação. Se a superfície cilíndrica for substituída
4. Came de ressalto (Figura 6-5b): Este came tem o perfil do seguidor realizado numa parte dum cilindro.
estacionário.
Perfil do Came: a superfície de trabalho de um came em contato com o seguidor. Para o seguidor de
Círculo primário (círculo de referência): O menor círculo do centro do came até ao início da curva
Círculo de base: o menor círculo do centro do came até à curva do perfil do came.
Deslocamento do seguidor: Distancia alcançada pelo seguidor a partir de um ponto inicial específico
ou posição de repouso (geralmente é a posição quando o seguidor entra em contato com o círculo base
Ângulo de pressão: o ângulo em qualquer ponto entre a curva normal para a curva e a direção
instantânea do movimento do seguidor. Esse ângulo é importante no projeto do came porque representa
transmissões.
Neste capitulo apenas estudamos as transmissões mecânicas cujo princípio de funcionamento (i.e., a
transmissão do movimento) se baseia no contacto, por atrito, contacto ou encaixe, entre elementos das
máquinas
Nas máquinas de uso frequente na indústria, a transmissão ou transformação de movimento pode ser
realizada de duas formas distintas, nomeadamente por contacto direto ou por ligação intermédia.
No primeiro caso, o movimento é promovido pelo contacto entre as superfícies dos órgãos motor e
movido. Neste grupo incluem-se, por exemplo, os sistemas de transmissão por rodas de atrito, as
órgãos motores e movidos estão ligados por um corpo intermédio. Quando a transmissão de movimento
é realizada por ligação intermédia, esta pode ser rígida, como no caso de um mecanismo de quatro
barras, ou flexível, como nas correias e nas correntes. As figuras 9, 10 e 11 ilustram estes tipos de
Mecanismo articulado (de barras) Transmissão por correias Transmissão por correntes
Podemos listar alguns dos principais sistemas de transmissão de movimento utilizados em máquinas e
mecanismos.
As figuras abaixo ilustram exemplos de transmissões mecânicas que funcionam por contacto direto
União de Veios
Em geral, nas uniões de veios (e também nas embraiagens), as caraterísticas do movimento não são
São utilizadas para unir veios em que os órgãos motores e movidos têm os eixos próximos
São utilizados, em geral, para unir veios que rodam à mesma velocidade
Os acoplamentos são elementos mecânicos destinados a transmitir movimento rotativo de uma árvore
• Rigidos
• Fléxiveis
• Elásticos
• Não elásticos
Desalinhamentos:
Desalinhamento radial – Desfasamento no sentido do raio (lateral. Os veios não estão complanares.
Desalinhamento axial – As faces dos veios a unir estão afastadas entre si alguns milímetros.
Os acoplamentos mecânicos, de acordo com a sua tipologia, podem ser classificados como:
• Elásticos ou flexíveis;
• Precisão;
• Rígidos;
• Lâminas;
• Engrenagens;
• Hidráulicos.
Os flexíveis, são usados com o objetivo de evitar movimentos bruscos, gerando mais suavidade para a
transmissão mecânica, com maior absorção dos desalinhamentos dos eixos axial, radial e angular, bem
Os rígidos usados para garantir o funcionamento das máquinas sem que haja movimentação entre os
eixos.
Acoplamentos flexíveis
Acoplamentos flexíveis são elementos mecânicos que se aplicam na montagem de acionamentos
mecânicos com o objetivo de compensar desalinhamentos dos eixos (motor e movido), e as vibrações
Os acoplamentos flexíveis elásticos contam com um elemento elástico (borracha, poliuretano ou outro
material sintético), que faz a ligação entre os cubos, cujo objetivo é absorver choques e suavizar
desalinhamentos. São apropriados para transmitir rotação, movimento de torção e amortecer picos de
cargas, choques e ruídos das máquinas acopladas. São muito usados na indústria pois são torcionalmente
de substituição.
São utilizados em equipamentos acionados por um motor elétrico para acionamento de Bombas,
Geradores;
Acoplamentos flexíveis não elásticos
Acoplamentos não elásticos suportam determinados desalinhamentos, mas não possuem elasticidade de
torção, sendo torcionalmente rígidos. Assim, eles transmitem choques, vibrações e sobrecargas.
Normalmente são usados para aplicações com necessidade de reversões constantes ou de sincronismo
torcional. Um bom exemplo de acoplamento flexível não elástico são os acoplamentos de malha.
Acoplamento de malha
e possuem um tempo de vida útil maior à temperatura, sobrecargas e vibrações, pois são fabricados de
acordo com a sua aplicação e permitem conexões de eixos sem folga. São utilizados em situações
Acoplamentos de engrenagens
transmitir torques elevados, mesmo em altas velocidades, devido à transmissão de força através dos
dentes engrenados.
É um tipo de acoplamento com capacidade de transmitir maior torque em relação ao seu tamanho,
potência, folgas e deslocamentos axiais que podem afastar os eixos durante a operação.
Com espaçador e eixo flutuante, para atender a maiores distâncias de acionamentos (grandes torres
manga) ou 116 (acoplamento de flange). Construtivamente são torcionalmente rígidos e não possuem
flexibilidade. Não absorvem choques, vibrações e desalinhamentos radiais, axiais e angulares. Por essa
razão, necessitam de um alinhamento perfeito entre os dois eixos acoplados. Uma das maiores vantagens
dos acoplamentos rígidos é a sua facilidade de manutenção, uma vez que é muito fácil desmontar todo
o conjunto.
São utilizados para aplicações com total necessidade de sincronismo torcional ou reversões constantes
de carga.
A forma Din 116 possibilita maior capacidade de binário e maior furação máxima.
desempenho. O acoplamento de lâmina possui peças rígidas, que geram uma vida útil longa, e são
resistentes à choques, variações de temperatura e corrosão. São altamente indicados para máquinas e
operações que necessitam de sincronismo torcional em ambientes mais agressivos aos elastômeros. Suas
Acoplamentos Hidráulicos
Os acoplamentos hidráulicos funcionam como um sistema de bomba-turbina: o lado motor bombeia o
fluido hidráulico contra o lado da turbina, impulsionando-o. Além disso, eles são utilizados em operações
que necessitam de arranques lentos e suaves, sendo aplicados em diferentes segmentos industriais,
Cada aplicação funciona de uma determinada forma, devendo ser bem analisada para a conclusão sobre
a falha. Abaixo são apresentados alguns dos principais motivos que podem levar a uma falha:
Desgastes;
Vibração excessiva;
Travamento do equipamento;
Excesso de torque;
Juntas
Existem acoplamentos destinados à transmissão de movimentos que foram desenvolvidos para atender
a aplicações específicas. Esses acoplamentos são denominados Juntas porque contam com
características construtivas que se destinam a unir o elemento gerador de força, por exemplo, um
motor, a outra parte da máquina, equipamento ou veiculo. Por possuírem características especiais, as
juntas são fabricadas conforme o modelo a que se destinam e não podem ser adaptadas a outra
A junta Oldham é útil para aplicações de alinhamento paralelo. Pode adquirir desalinhamentos axiais e
angulares
São acoplamentos flexíveis de três peças usados para ligar eixos acionadores e acionados em conjuntos
de transmissão de rotação. Os acoplamentos flexíveis são usados para evitar o desalinhamento paralelo
que ocorre entre os eixos unidos e, em alguns casos, para absorver choques e vibrações.
O bloco central deslizante é frequentemente fabricado a partir de um polímero, como nylon ou POM
combinação dos dois. Para minimizar a folga, o bloco deslizante é pressionado nas metades com fenda
correspondentes, que geralmente são construídas em alumínio para minimizar a inércia (ou latão, em
tamanhos menores). Devido ao atrito de deslizamento que se desenvolve, o desgaste do bloco deslizante
acabará por introduzir folga em sistemas desalinhados, mas o bloco é facilmente substituído e o
separadamente como elementos de sacrifício e podem ser substituídos sem desmontar a união.
Ao contrário dos acoplamentos de mandíbula, que também usam elementos centrais flexíveis, o projeto
Oldham não continuará a transmitir rotação após a falha da peça central, pois os dentes de metal das
metades do eixo não compartilham um plano de rotação. Isso pode ser uma vantagem quando o
acoplamento também deve servir como um fusível mecânico para evitar que sobrecargas danifiquem o
alguma folga. Esses acoplamentos geralmente requerem lubrificação. Às vezes, uma junta universal é
Uma vantagem do acoplamento Oldham em relação a outros tipos de acoplamento é que o acoplamento
produz uma força de reativa muito baixa nos rolamentos do equipamento acionador e acionado. Em
comparação com outros acoplamentos, os Oldham têm uma velocidade máxima baixa, geralmente em
torno de 3.000 rpm, embora os acoplamentos menores possam operar em velocidades mais altas.
transmitir movimento de rotação de um eixo acionador a outro acionado, apesar do angulo formado
entre os eixos.
A sua utilização atual continua a ser muito importante na acomodação das variações da velocidade de
rotação, sendo esta tanto maior quanto maior o ângulo de trabalho a que está sujeita. Por esta razão são
comuns nos eixos de transmissão longitudinais e a sua presença nos transversais limita-se a veículos
relativamente lentos. A junta universal ( Cardan) pode fornecer transmissão de força entre eixos com
A junta simples é constituída por 2 terminais unidos por uma cruzeta. É indicado para situações onde os
A junta mais complexa é um sistema formado por dois semieixos com dois garfos nas suas extremidades,
unidos por uma cruzeta. A cruzeta integra rolamentos de agulha nas suas extremidades que permitem
que ela gire e transmita o movimento de um semieixo para o outro com uma certa variação angular.
A montagem das cruzetas entre os garfos é normalmente realizada por meio de chumaceiras que alojam
os rolamentos de agulha fixados por meio de anéis de retenção. As vedações são colocadas entre as
chumaceiras e o eixo da cruzeta para evitar a entrada de sujidade e humidade. Em muitos casos, para
Existem juntas Cardan duplas que constituídas por duas juntas universais unidas por uma dupla forquilha,
de forma que a rotação alterada por uma delas é retificada pela outra, transmitindo, assim, às rodas um
movimento de velocidade angular uniforme. Possui ainda um dispositivo de centragem constituído por
uma junta esférica e uma pequena esfera, para que possam deslizar ao longo do eixo acionado.
As juntas cardan podem estar isentas de manutenção, mas algumas têm um orifício para introduzir massa
de alto desempenho por meio de uma pistola de ar comprimido ou manual até que massa velha seja
Junta cardan
Rodas de Atrito
As rodas de atrito (ver figura 27) são utilizadas nas seguintes situações:
Quando os eixos geométricos dos órgãos motores e movidos se encontram afastados um do outro
Quando se pretende obter uma velocidade de saída diferente da velocidade de entrada, quer em
As rodas de atrito têm relativamente pouco interesse prático, uma vez que as forças normais podem
causar deformações plásticas nas zonas de contacto e, concomitantemente, penalizar o seu desempenho.
Por outro lado, o elevado atrito gerado entre as rodas origina desgaste significativo, principalmente na
Por estas razões, as rodas de atrito são apenas utilizadas em situações particulares que envolvam
potências reduzidas.
Seleção de Dispositivos de Fixação
Ligações com peças roscadas: Parafuso/porca/anilha
Aplicação: Para desmontagens frequentes. Grande fiabilidade
Seleção de Dispositivos de Vedação
Os dispositivos de Vedação são elementos usados para impedir a passagem, de maneira estática ou
dinâmica, de líquidos, gases e sólidos particulados (pó) de um meio para outro. Os elementos de vedação
atuam de maneira diversificada e são específicos para cada tipo de atuação. Exemplos: tampas, bombas,
eixos, cabeçotes de motores, válvulas etc. É importante que o material do vedante seja compatível com
o produto a ser vedado, para que não ocorra uma reação química entre eles dando origem a vazamentos
indesejáveis.
Os Elementos de vedação mais usados são: juntas de borracha, papelão, anéis de borracha ou metálicos,
Juntas de borracha
São vedações usadas em partes estáticas de equipamentos, flanges etc. Podem ser fabricadas com
materiais em forma de manta e ter uma camada interna de lona (borracha) ou materiais com outro
formato.
Estes vedantes podem ser comprados nas dimensões e perfis padronizados ou construídos colando se,
com adesivo apropriado, as extremidades com secção redonda, quadrada ou retangular. A vantagem do
vedante padronizado é que não existe a linha de colagem que pode originar vazamentos. Os anéis de
borracha são bastante utilizados em vedações dinâmicas de cilindros hidráulicos e pneumáticos que
Juntas de papelão
São empregadas em partes estáticas de máquinas ou equipamentos como, por exemplo, nas tampas de
caixas de engrenagens. Esse tipo de junta pode ser comprada pronta ou construída conforme o formato
Juntas metálicas
São destinadas à vedação de equipamentos que operam com altas pressões e altas temperaturas. São
geralmente fabricadas em aço de baixo teor de carbono, em alumínio, cobre ou chumbo. São
Juntas de cortiça
Material empregado em vedações estáticas de produtos como óleo, ar e água submetidos a baixas
pressões. As juntas de cortiça são muito utilizadas nas vedações de tampas de cárter, em caixas de
engrenagens etc.
Retentores
O vedante de lábio, também conhecido pelo nome de retentor, é composto essencialmente por uma
membrana de borracha em forma de lábio e uma parte estrutural metálica semelhante a uma mola que
permite sua fixação na posição correta de trabalho. A função primordial de um retentor é reter óleo,
massa e outros produtos que devem ser mantidos no interior duma máquina ou equipamento. O retentor
é sempre aplicado entre duas peças que executam movimentos relativos entre si, suportando variações
de temperatura.
Selo mecânico
O selo mecânico é um vedante de precisão para equipamentos rotativos aplicado sobre o veio de rotação.
Esses equipamentos necessitam de folgas entre os principais componentes para o seu correto
funcionamento. Acontece que essas mesmas folgas possibilitam que o fluido vaze para o exterior caso
Os selos mecânicos possuem um componente estático em relação ao eixo (face rotativa) e outro estático
em relação à carcaça (face estacionaria), possuem vedações primárias (faces de contato entre a
estacionaria e estática) e vedações secundárias (o’rings e outras vedações estáticas que garantem quase
estanqueidade entre a face estacionaria e a carcaça, bem como a face rotativa e o eixo). O selo mecânico
não é completamente estanque permitindo vazamentos ínfimos derivado da sua construção mecânica.
A aplicação de selos mecânicos permitem aos equipamentos operar com alta velocidade tangencial entre
o eixo e a carcaça, com produtos altamente tóxicos, equipamentos com alta pressão, temperatura e que
operar em veios com diâmetro entre 5 e 500 mm de diâmetro, a pressões que podem variar entre 0,001
Pa a 45 MPa, a temperaturas vai de 200 graus Celsius negativos a 450 graus Clesius e a velocidades
- Selo componente – O selo vem às peças e a montagem é realizado pelo técnico de manutenção
- Selos de cartucho – O selo já vem montado e preparado de fábrica para ser montado no equipamento
Quanto à aplicação, podem ser usados selos simples – um só selo é suficiente para realizar a vedação –
e Selos duplos, ou mais, para situações que exijam muita segurança nos vazamentos, caso de produtos
• As ligações por pinos são desmontáveis e muito simples. Não podem ser usados em ligações sujeitas a
esforços elevados.
– Fixação de molas;
Observações
Os materiais dos pinos são mais resistentes do que os das peças a ligar.
Cavilhas cónicas
Forma e material: Peça metálica com forma de um cone alongado, de conicidade C = 1:50 e topos
boleados.
O valor nominal do pino é o seu diâmetro menor d (c/ tolerância h10 ou a11, c11 e f8 p/ encomenda).
Material: aço de corte fácil, com durezas entre 125 e 245 HV, indicado por St.
Aplicações:
Observações
O furo deve ser aberto com as duas peças montadas, usando uma broca com um diâmetro = d do pino
(c/ toler. H13, p/ d ≤ 1,2 e H14, p/ d > 1,2). Deve ser acabado com um mandril cónico com as duas peças
montadas.
O pino fica ligado por atrito. Trata-se de uma ligação que pode ser desmontada, mas não c/ muita
frequência.
Designação:
– Pino cónico ISO 2339 – tipo – d × l – mat. Pino cónico ISO 2339 – A – 6 × 30 – St
Norma: ISO 8736: 1986 – Taper pins with internal thread, unhardened
Forma e material: Na extremidade de maior diâmetro, existe um furo alargado, no início, e depois
Aço de corte fácil, com durezas entre 125 e 245 HV, indicado por St.
Tipos de acabamento de superfície:
- Tipo A (retificados): rugosidade Ra = 0,8 μm;
Dimensões:
O valor nominal do pino é o seu diâmetro menor d.
Furo aberto com as duas peças montadas, usando uma broca com um diâmetro igual ao diâmetro
Aplicações:
Idênticas às dos pinos cónicos simples, com a vantagem de estes pinos poderem ser mais facilmente
extraídos.
O comprimento de contacto do pino cónico, em cada uma das duas peças, deve ser maior ou igual a d.
Designação:
- Pino cónico ISO 8736 – tipo – d × l – mat. Pino cónico ISO 8736 – A – 6 × 30 – St
Norma: ISO 8737: 1986 – Taper pins with external thread, unhardened
Forma e material: Pinos de posição cónicos constituídos por um corpo troncocónico, com uma
- Forma A, que tem a ponta roscada junto do maior diâmetro do corpo cónico (ISO 8737);
- Forma B, que tem a ponta roscada junto do menor diâmetro do corpo cónico (atualmente não
normalizada).
Fabricados em aço de corte fácil, com durezas entre 125 e 245 HV, indicado por St.
Dimensões:
O valor nominal do pino é o seu diâmetro menor d.
O furo deve ser acabado com um mandril cónico com as duas peças montadas.
Aplicações:
Posicionamento, com centragem, de duas peças.
- Os pinos ISO 8737 (forma A) são os mais usados. A pequena conicidade assegura uma boa aderência
por atrito.
Designação: Pino cónico ISO 8737 – d × l – material => Pino cónico ISO 8737 – 6 × 50 – St
Pinos Cilíndricos
Normas: ISO 2338: 1997 – Parallel pins, of unhardened steel and austenitic stainless steel
ISO 8734: 1986 – Parallel pins, of hardened steel and martensitic stainless steel
- Pinos ISO 2338: aço não temperado (St) (durezas: 125 a 245 HV30), e aço inox (A1), c/ durezas entre
- Pinos ISO 8734: aço temperado (St) [durezas: 550 a 650 HV30 - têmpera total (tipo A) ou 600 e 700 HV1
– têmpera superficial (tipo B)] e aço inox (C1), com durezas entre 460 e 560 HV30.
Dimensões:
Em furos transversais de veios com diâmetro D, usar pinos com diâmetros: d = D / 3,3 a D / 5.
Aplicações:
Em ligações que transmitem potências relativamente pequenas. Quando é solicitado por forças de corte
deverá ser montado com um ajustamento G7/m6 (o que é relativamente caro). As suas principais
aplicações são:
– No acoplamento veio – furo: Designado por chaveta redonda. Usar uma broca de Ød0 < Ød, e mandrilar
para uma tolerância Ød H7. Utilizar como valores práticos: d = 0,13 D a 0,16 D ; l = 1 D a l = 1,5 D.
– Como pino de posicionamento: Dois furos bem distantes, para neles alojar pinos cilíndricos. Se os furos
forem acabados, em simultâneo, com um só mandril, a peça não desmontável é aquela em que o furo é
cego.
Designação:
- Pino cilíndrico ISO 2338 – d × l – material => Pino cilíndrico ISO 2338 – 6 m6 × 30 – St (Não Temp)
- Pino cilíndrico ISO 8734 – d × l – tipo – material => Pino cilindrico ISO 8734 – 6 × 30 – A – St (Temp.)
Normas:
- ISO 8733: 1997 – Parallel pins with internal thread of unhardened steel and austenitic stainless steel
- ISO 8735: 1997 – Parallel pins with internal thread of hardened steel and martensitic stainless steel
Forma: Uma das extremidades pode ser boleada (ISO 8735 – tipo A) ou com chanfro (ISO 8733 e ISO
8735 – tipo B) de 15º e alturas c. A outra extremidade tem um chanfro e um furo alargado, no início, e
depois roscado.
Na superfície cilíndrica, nos pinos ISO 8733 e ISO 8735 – tipo A, pode haver uma pequena faceta plana
ou ranhura para facilitar a evacuação do ar, quando se introduz o pino num furo cego.
Material:
- Pinos ISO 8733: aço não temperado (St), durezas entre 125 e 245 HV30 e aço inox (A1), durezas entre
- Pinos ISO 8735: aço temperado (St), durezas entre 550 e 650 HV30 [têmpera total (tipo A)] ou 600 e 700
HV1 [têmpera superficial (tipo B)], e aço inoxidável (C1), com durezas entre 460 e 560 HV30.
- Pino ISO 8733: aço não temperado (St) ou aço inox austenítico (A1), e topos chanfrados.
- Tipo A - aço c/ têmpera total (St) ou aço inoxidável martensítico (C1), e topo boleado.
– Aplicações: Idênticas às dos pinos cilíndricos simples (d m6), mas mais fáceis de extrair.
Designação:
- Pino cilíndrico ISO 8733 – d × l – mat. => Pino cilíndrico ISO 8733 – 6 × 30 – St
- Pino cilíndrico ISO 8735 – d × l – tipo – mat. => Pino cilíndrico ISO 8735 – 6 × 30 – A – St
Pinos Elásticos:
Normas: ISO 8752: 1997 – Spring-type straight pins – Slotted, heavy duty
Forma e material:
Peça cilíndrica oca com fenda longitudinal. As suas extremidades são chanfradas.
Usar furos de diâmetros com tolerâncias largas (H12). O pino elástico espesso apresenta uma resistência
ao corte maior do que a do pino cilíndrico, com o mesmo diâmetro nominal (112%).
Principais aplicações:
- Pino de posicionamento;
- Pino de posicionamento combinado com parafuso e porca para fixação. (O pino resiste ao esforço de
- Pino elástico ISO 13337 – d × l – mat. => Pino elástico ISO 13337 – 6 × 30 – St
Normas: ISO 8739: 1997 – Grooved pins – Full-length parallel grooved, with pilot
Forma e material:
Peças cilíndricas ou cónicas com 3 entalhes em V dispostos longitudinalmente na sua superfície exterior.
Alguns pinos cilíndricos estriados podem apresentar uma cabeça esférica ou de embeber (cravos).
Materiais: aço (St), com durezas entre 125 e 245 HV30 e aço inox austenítico (A1), com durezas entre 210
e 280 HV30.
modo, o furo pode ser produzido com uma tolerância mais larga (até H12).
Principais aplicações:
- Posicionamento;
- Articulação;
- Fixação;
- Limitador de curso;
- Aplicação de cravos na fixação de peças diversas (chapas, dobradiças, etc.) em peças metálicas.
Designação:
- Pino com estrias norma – d1 × l – mat. => Pino com estrias ISO 8752 – 6 × 30 – St
Pinos Bifurcados (Troço ou cupilha)
Forma e material:
O pino bifurcado (ou troço) é formado por uma barra de secção semicircular maciça, dobrada de modo
O diâmetro nominal d do pino bifurcado é o diâmetro do furo passante onde ele deverá ser alojado.
Materiais:
- St – aço;
- Cu – Cobre;
- Al – Alumínio;
Aplicações:
Para ligações de segurança. Depois de montado, os seus dois ramos são afastados e dobrados, para que
Pino de segurança: Usados para imobilização de porcas em locais de forte trepidação (caso dos veículos
Anéis Elásticos
Os anéis elásticos (anéis de segurança ou freios) permitem fazer a fixação axial (ligação em translação),
Materiais: arame ou de chapa de aço de mola, por exemplo, DIN C 67, C 75 e Ck 75 ou AFNOR XC75 (à
escolha do fabricante).
Ranhuras:
As ranhuras (canais) deverão ter uma secção apropriada à forma do anel elástico, e ter arestas vivas na
zona exterior. No caso dos anéis elásticos de arame redondo (anéis elásticos de retenção), as ranhuras
Normas:
Designação:
Anel elástico p/ (veio ou furo) norma d1 x s
Anel elástico para veio DIN 471 35 x 1,5 (anel da série normal)
Anel elástico para furo DIN 472 35 x 1,5 (anel da série normal)
Anel elástico para furo DIN 472 35 x 1,75 (da série forte)
órgãos mecânicos
Localização e espaçamentos recomendados entre os
elementos de ligação
Furos
Os furos podem ser formados por furação ou por punçoamento. No entanto, o trabalho a frio associado
são menos adequados em ambientes agressivos (por exemplo, ambientes industriais e marítimos).
A distância à extremidade é definida como a distância entre o centro de um furo e a borda adjacente da
peça de ligação perpendicular à direção da tensão; a distância de borda é definida de forma semelhante,
O valor mínimo da distância e1 e e2 (ver Figura 7.2) deve ser tida como 1,2𝑑L, onde 𝑑L é o diâmetro do
furo do parafuso. Note-se que a distância e1 poderá precisar de ser maior para se conseguir a resistência
O valor máximo para a distância de extremidade deve ser limitada a 4𝑡 + 40 mm, onde t é a espessura
O espaçamento mínimo entre o centro dos parafusos é de 2,2𝑑L na direção da tensão, 𝑝{, (ver Figura 7.2).
Para linhas de parafusos em quincôncio (reunião de cinco furos dispostos de forma que quatro em
𝑝r = 1,2𝑑L se a distância mínima, L, entre quaisquer dois parafusos numa linha de quincôncio for maior
T.04 – ASPETOS GERAIS SOBRE ENGRENAGENS - Órgãos de Máquinas II, Elaborado e revisto por Paulo
Flores, José Gomes, Nuno Dourado e Filipe Marques – 2017 - Universidade do Minho - Departamento de
Engenharia Mecânica
http://www.pearltrees.com/j.mellor/transmission/id9765070/item100883650
EBOOK STANDARD_HANDBOOK_OF_MACHINE_DESIGN
507 movimentos mecânicos: mecanismos e dispositivos, Henry T. Brown – editora edgard blucher, 2019
Sistemas de transmisión y frenado 2.ª edición, de ÁGUEDA CASADO, EDUARDO, GÓMEZ MORALES,