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MATEMÁTICA

11
ENSINO
MÉDIO

Capa_SESI_EM_Matematica_CAD11_PR.indd 2 04/12/16 23:11


MATEMÁTICA
Kátia Stocco Smole
Maria Ignez Diniz

TRIGONOMETRIA
1 Funções trigonométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Jogos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

2137876 (PR)
MÓDULO
Trigonometria

O osciloscópio é um instrumento que cria um


gráfico bidimensional visível de uma ou mais diferen-
ças de potencial, utilizado para diagnosticar uma peça
defeituosa em um equipamento eletrônico. Enquanto
o eixo vertical em geral mostra a tensão no monitor,
o vertical normalmente representa o tempo, tornando o
instrumento útil para mostrar sinais periódicos.
SCIENCE PHOTO/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

REFLETINDO SOBRE A IMAGEM


O monitor do osciloscópio apresenta um aspec-
to semelhante às curvas dos gráficos das fun-
ções trigonométricas. Você sabe como são de-
nominadas essas curvas? Sabe como é possível
generalizar as funções trigonométricas?

www.sesieducacao.com.br
CAPÍTULO

1 Funções trigonométricas

Objetivos: Esta unidade dá prosseguimento ao estudo das funções trigonométricas, iniciado nos
anos anteriores. Além disso, ela tem como objetivo recordar, por meio de uma abordagem
c Identificar, interpretar
histórica, as propriedades das funções seno, cosseno e tangente.
e construir gráficos
de distribuição de
frequência. RELEMBRANDO SENO, COSSENO E TANGENTE
c Calcular medidas de
Já sabemos que razões trigonométricas são razões entre os lados de um triângulo re­
tendência central. tângulo que estão relacionadas aos seus ângulos agudos. Assim, considerando o triângulo
retângulo ao lado, temos:
c Resolver problemas B
que impliquem a sen a = a
c
coleta, organização, c
a
representação e
cos a = b α
interpretação de dados. c A b C

c Utilizar a noção de tg a = a
b
amostra de uma
pesquisa estatística. Também sabemos que:
tg α

c Utilizar conhecimento sen a


tg a = O α sen α
de Estatística cos a cos α
como recurso para
a construção de sen2 a + cos2 a = 1
argumentação.

Vimos, ainda, que podemos estudar seno, cosseno e tangente de um ângulo a a partir
de um círculo trigonométrico.

A HISTÓRIA DAS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS


As tabelas a seguir são exemplos de legítimos antepassados das funções trigonométricas.
LEIA O LIVRO

Em 1917, um biólogo e mate- TABELA EGÍPCIA TABELA GREGA TABELA INDIANA TABELA IRANIANA
mático escocês usou fórmulas (SÉC. XIII A.C.) (SÉC. V A.C.) (SÉC. I OU II D.C. ) (SÉC. X D.C.)
e procedimentos matemáticos Fim de Fim de Sombra durante Fim de Fim de
Sombra St – Sn St – Sn
para estudar organismos vivos hora hora mês equinocial muhurta hora
e flores. Saiba detalhes lendo a — — 1 25 1 96 1 72
fórmula fundamental da natu- 2 30 2 15 2 60 2 36
reza no livro A vida secreta dos 3 18 3 11 3 12 3 24
números, de George G. Szpiro 4 9 4 8 4 6 4 1452 (?)
(Difel). 5 3 5 6 5 5 5 12
6 3
7 2
1 6
Meio-dia 0 Meio-dia 5 Meio-dia 7 0 0
2 (Meio-dia)

4 Trigonometria
Cada tabela associa o término de uma hora específica do dia ao comprimento da sombra

Antonio Bressan
do que era chamado de gnômon: uma vara vertical ou uma pessoa em pé ao sol.
As tabelas revelam uma aplicação prática da constatação de que a sombra de uma vara
é alongada ao amanhecer, reduzindo­se a um mínimo ao meio­dia, para novamente alongar­
se à medida que a tarde avança. Essa constatação deu origem aos primeiros relógios de sol.
Apesar da ingenuidade das medições que aparecem nas tabelas, elas mostram que, há
pelo menos três milênios, o ser humano usou uma função para fazer corresponder a um
dado tempo um único valor do comprimento da sombra.

Zapt
Sol
Usando a linguagem moderna, a função trigonométrica envolvida nas chamadas tábuas
de “sombra estendida” é a função 1 . Vejamos: conhecido o comprimento da vara, que
tg a
representamos por R, vamos chamar de s a medida da sombra por ela projetada pela
incidência dos raios solares. Temos então: R

R e, daí, s = R = R · 1
tg a =
s tg a tg a α

Assim, o que os antigos registravam em suas tabelas de sombra era o inverso da tangente s

do ângulo de incidência dos raios solares, dependendo também do


tamanho R do gnômon utilizado.
1

Zapt
A função tg a foi mais tarde denominada cotangente de a e repre­
sentada por cotg a pelo astrônomo inglês Edmund Gunter, em 1620. Sol
Por volta do século IX, eram comuns as tábuas de “sombra
R = comprimento do gnômon
estendida”, bem mais elaboradas que as tabelas primitivas. Elas
α
registravam a medida da sombra projetada em uma superfície ho­ Hip
ote Sombra reversa
rizontal como uma função da altura do Sol. Eram tábuas de R cotg nus
ad R tg α
as
a, geralmente calculadas para a = 1°, 2°, 3°, …, 90°. om
bra
Apesar de menos usuais, na Idade Média surgiram as tabelas rev
ers
a
de “sombra reversa”, como aquela projetada por um gnômon ho­
rizontal sobre um plano vertical, conforme se vê na figura ao lado.
Eram tábuas de R tg a e, mais uma vez, o ângulo dependia da
posição do Sol.
As medidas chamadas de “hipotenusa da sombra” raramente
foram tabuladas, mas estão explicitamente definidas e aplicadas
em cálculos encontrados em sânscrito e em árabe.
Vamos calcular os valores das hipotenusas da “sombra estendida” (he) e da “sombra
reversa” (hr)

R R
sen a = α
cos a =
he hr
R R
he = hr = cos a
sen a MATEMÁTICA

1 1
he = R · sen a hr = R · cos a
α

1 1
Em linguagem moderna, essas duas novas funções, e , são denominadas,
cos a sen a

Trigonometria 5
respectivamente, secante de a e cossecante de a e representadas por sec a e cossec a.

sec a = 1 e cossec a = 1
cos a sen a

No século IX, quando todas as modernas funções trigonométricas já eram conhecidas,


surgem as tábuas em que R é considerado unitário. Dessa forma, os valores nas tábuas
passam a corresponder aos que usamos hoje em dia.
Embora as funções seno e cosseno não tenham sido as primeiras a aparecer na resolu­
ção dos problemas de medição na Antiguidade, elas são hoje mais usuais na representação
e modelagem de fenômenos das ciências e nas medições de distâncias inacessíveis.
Vamos relembrar essas funções trigonométricas e avançar.

O CÍRCULO TRIGONOMÉTRICO
As razões trigonométricas definem funções quando estendemos seus valores para todo
número real associado aos ângulos e arcos de um círculo, chamado círculo trigonométrico.
No plano cartesiano, consideramos um círculo de raio unitário e a cada ponto P da
circunferência associamos um número real a que corresponde à medida do arco orientado
AP, onde A é o ponto de origem dos arcos.
O ponto P é a imagem de a no círculo trigonométrico.
Os arcos sobre o círculo trigonométrico são medidos em duas unidades mais usuais.

Se a 5 zero, P neste caso coincide com A.


Se a . 0, percorremos a circunferência no sentido anti-horário.
Se a , 0, percorremos a circunferência no sentido horário.
O comprimento de AP é o módulo de a.

A=P A A
O O O

m(AP) = 0 m(AP) = α > 0 m(AP) = α < 0

 raus: a medida angular do arco coincide com a medida do ângulo central corres­
G
pondente, medido em graus.

45° A A medida do arco AP é igual à medida do


O 30° ângulo AOP em graus.
Q
P corresponde a 45° e Q corresponde a –30°.

6 Trigonometria
Radianos: a medida angular do arco coincide com a medida do ângulo central
correspondente, medido em radianos. É importante lembrar que um radiano é a medida
do ângulo cujo arco tem o mesmo comprimento que o raio do círculo.

1 raio
P

1r
aio
P corresponde a 2 rad, porque o comprimento de AP é
O A igual a 2 raios.

O ponto A' do arco obtido por uma volta completa no


sentido anti­horário corresponde a 2π radianos (2π é
o comprimento da circunferência de raio 1).
O 3p p
A = A' O ponto B corresponde a ou a – , dependendo
2 2
se consideramos o arco AB percorrido no sentido anti­
B ­horário ou horário.

Podemos relacionar as medidas de arcos em graus e radianos usando uma regra de três.

360° 2p radianos a° a
=
a° a radianos 360° 2p

Em graus 0 360 v0 90 45 30 60 270


p p p p 3p
Em rad 0 2p p
2 4 6 3

As funções seno, cosseno e tangente e suas propriedades


Podemos ampliar os conceitos de seno, cosseno e tangente para qualquer número
real a, usando as coordenadas de P, imagem de a no círculo trigonométrico.

Função seno

Função seno (sen) é a função, de R em R, que a todo


número a associa a ordenada do ponto P, imagem de α no
círculo trigonométrico.

sen: R → R
a → sen a = OP2

OP2 é a medida algébrica do segmento OP2 quando o raio é


tomado como unidade.
MATEMÁTICA
Dizemos também que OP2 é o seno de AÔP ou de AP e
indicamos:

sen AÔP = sen AP = OP2

O eixo Oy passa a ser denominado eixo dos senos.

Trigonometria 7
Observe os valores dos senos de alguns arcos e a representação gráfica da função y =
sen a.

p p p p 2p 3p 5p 7p 5p 4p 3p 5p 7p 11p
a 0 6 4 3 2 3 4 6 p 6 4 3 2 3 4 6 2p

1 2 3 3 2 1 – 1 2 3 3 2 – 1
sen 0 1 0 – – –1 – – 0
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

y = sen α

5π π 1 3π 7π
– –
2 2 2 2

–2π –π 0 π 2π 3π 4π α
3π π 5π 9π
– –1
2 2 2 2

2π 2π 2π

–1 ⩽ sen a ⩽ 1, para todo a ∈ ℝ


Im(sen) = [–1, 1]

Função cosseno

Função cosseno (cos) é a função, de R em R, que a todo


número a associa a abscissa do ponto P, imagem de a no
círculo trigono­métrico.

cos: R → R
a → cos a = OP1

Dizemos também que OP1 é o seno de AÔP ou de AP e


indicamos:

cos AÔP = cos AP = OP1

O eixo Ox passa a ser denominado eixo dos cossenos.

Observe os valores dos cossenos de alguns arcos e a representação gráfica da função


y = cos a.

p p p p 2p 3p 5p 7p 5p 4p 3p 5p 7p 11p
a 0 6 4 3 2 3 4 6 p 6 4 3 2 3 4 6 2p
– – – – – –
3 2 1 1 2 3 – 3 2 1 1 2 3
cos a 1 0 0 1
2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 2

y = cos α

–2π –π 1 π 2π 3π 4π
π 0 π α

5π – 3π –
3π 5π 7π 9π
2 2 2 –1 2 2 2 2 2

2π 2π 2π

8 Trigonometria
–1 ⩽ cos a ⩽ 1, para todo a ∈ ℝ
Im(cos) = [–1, 1]

Função tangente

π
Função tangente (tg) é a função, de ℝ – + kπ ∙ k ∈ ℤ
2 B(0, 1) U
T
em R, que a todo número a associa a ordenada do ponto T, P
intersecção de AU com OP , em que P é a imagem de a
no círculo trigonométrico. C(–1, 0)
α
O A(1, 0)
p
tg∶ ℝ – 2 + kp∙ k ∈ ℤ ∙→ ℝ
a tg a = AT D(0, –1)

Dizemos também que AT é a tangente de AÔP ou de AP e indicamos:

tg AÔP = tg AP = AT

O eixo AU passa a ser denominado eixo das tangentes.

Observe os valores das tangentes de alguns arcos e a representação gráfica da função


y = tg a.
y = tg α
2π 3π 5π
3 4 6
3

1
2p 3p 5p 7p 5p 4p
a 3 4 6 p 6 4 3 3
3
0 α
π
π 4π 3π
3 2
3 3 – 7π 5π 3 2
tg a – 3 –1 – 0 1 3 3
–1 6 4
3 3
– 3

tg α

–π 3π
2 2 α
–π 0 π π 2π 5π
– 3π
2 2 2

MATEMÁTICA

π π π π

Im(tg) = R

Trigonometria 9
EXERCÍCIO RESOLVIDO

P1 à direita de O ⇒ cos x > 0


Estude os ER e aproveite para revisar noções e identificar termos
ou escritas matemáticas em que ainda tenha dúvida. P no 4o quadrante

1 Determine todos os valores de x que satisfazem a equação


1
sen x = . P1
2 C
O
A
RESOLUÇÃO sen
No círculo trigonométrico P
x
existem dois pontos, P e D
1
P', cujos arcos têm seno P' P
1 2 P1 à direita de O ⇒ cos x > 0
igual a . cos
2
O A c) 1a resolução: Com apoio do círculo trigonométrico.
Esses pontos correspondem
aos arcos AP e AP' de me­ No intervalo [0, 2 p], a função cosseno é decrescente
didas p (30°) e 5p (150°), no intervalo [0, p], ou seja, nos pontos do 1o e do 2o
6 6 quadrantes.
respectivamente.
P no 1o— quadrante
Além desses arcos, todos os outros obtidos com adição ou
subtração de voltas inteiras de AP e AP' (e que são chamados π
B(0, 1) P π
3
arcos côngruos a AP e AP') também satisfazem a equação 4
1 π
sen x = . 6
2 x
C(–1, 0)
p 5p O P 1 A(1, 0)
x = 6 + k · 2p ou x = 6 + k · 2p, k ∈ ℤ.
1
2 3
2
2
2 Para a função f(x) = cos x, x ∈ ℝ, responda às questões. D(0, –1) 2

a) Para quais valores de x ∈ [–2p, 2p[ tem­se cos x = 1? p


Aumentando x de zero a 2 , cos x diminui de 1 a zero. Por­
b) Para quais valores de x ∈ [0, 2p[, f(x) ⩾ 0?
tanto, a função cosseno é decrescente no 1o quadrante.
c) f é decrescente em quais intervalos de ℝ?
d) Quais são os pontos de mínimo de f no intervalo [–p, 3p]?
P no 2o quadrante

RESOLUÇÃO 2π
3π 3 P B(0, 1)
Observando­se o gráfico de f(x) = cos x, percebemos que 4

cos x = 1 se x = 0 + k · 2 p, k ∈ ℤ. 6
x
a) No intervalo [–2p, 2p[, cos x = 1 apenas quando x = –2π C(–1, 0)
1 P1 O A(1, 0)
ou x = 0. – 3

2
2
b) A função cosseno é positiva ou nula quando x corresponde 2

a arcos do 1o ou do 4o quadrantes. 2 D(0, –1)

p
p 3 Aumentando x de 2 a p, cos x diminui de zero a –1. Portanto,
x ∈ 0, ou x ∈ , 2p
2 2 a função cosseno é decrescente no 2o quadrante.

P no 1o quadrante
Adicionando­se ou subtraindo­se voltas inteiras, f é decres­
cente em todo intervalo da forma
B
P [k · 2p, (2k + 1) · p], k a Z.
x 2 resolução: Com apoio do gráfico de f(x) = cos x para x ∈ ℝ
a

C
O P1 A

10 Trigonometria
d) No intervalo [–p, 3p], f sen
1 assume seu valor mínimo,
que é –1, nos arcos que
π
coincidem com o ponto P,
–3π –π –π 0 π 3π 2π
2 2 2 2 ou seja, quando x = –p ou A cos
–1 x = p ou x = 3p. P –1 O

f é decrescente em todo o intervalo [k · 2p, (2k + 1), p], k ∈ Z.

Antes de propor os exercícios, peça aos alunos que organizem os valores de seno, cosseno e tangente dos arcos notáveis. Aproveite para relembrar
com eles a lei dos cossenos.
As respostas se encontram no final do caderno
PROBLEMAS E EXERCÍCIOS

7 Descreva a variação do sinal e do crescimento das funções


Antes de resolver os problemas, leia todos eles e liste suas dúvidas. 5p
seno, cosseno e tangente quando o ângulo varia entre p e .
Pesquise, questione o professor e então resolva os exercícios. 2

8 (UFRJ) Os ponteiros de um relógio circular medem, do cen­


1
1 Sendo sen a = – 4 e a no 4o quadrante, calcule cos a e tg a. tro às extremidades, 2 metros, o dos minutos, e 1 metro, o
das horas.
3 , p < a < 3π , calcule sen a e cos a.
2 Sendo tg a = 4 2
Determine a distância entre as extremidades dos ponteiros
quando o relógio marca 4 horas.
3 Em um triângulo equilátero ABC de lados iguais a 1, trace (Lembre­se da lei dos cossenos:
a altura AH, e no triângulo retângulo ABH formado calcule b a
α
sen 60°, cos 60°, sen 30° e cos 30°. a2 = b2 + c2 – 2bc · cos a c
)

4 No quadrado ABCD de lado 1, considere a diagonal AC, e no 9 (UFPR) Suponha que, durante certo período do ano, a tempe­
triângulo retângulo ABC calcule sen 45° e cos 45°. ratura T, em graus Celsius, na superfície de um lago possa ser

5 Encontre um ângulo a no 2o quadrante com:


descrita pela função f(t) 5 21  4 ⋅ cos
p
12 ( )
t , sendo t o tempo
em horas medido a partir das 6 horas da manhã.
a) sen a = 2. a) Qual a variação de temperatura num período de 24 horas?
2
b) A que horas do dia a temperatura atingirá 23 °C?
3
b) cos a = – .
2 10 (Enem) Um satélite de telecomunicações, t minutos após
c) tg a = – 3 . ter atingido sua órbita, está a r quilômetros de distância do
centro da Terra. Quando r assume seus valores máximo e
d) sen a = cos a. mínimo, diz­se que o satélite atingiu o apogeu e o perigeu,
respectivamente. Suponha que, para esse satélite, o valor
5x 865
6 Identifique os quadrantes em que: de r em função de t seja dado por r(t) 5
1  0,15 ⋅ cos(0,06t)
.
a) o seno e a tangente são negativos.
b) o cosseno cresce e o seno é negativo. Um cientista monitora o movimento desse satélite para
controlar o seu afastamento do centro da Terra. Para isso,
c) a tangente é negativa e o cosseno é positivo. ele precisa calcular a soma dos valores de r, no apogeu e no
d) o seno cresce e o cosseno decresce. perigeu, representada por S. MATEMÁTICA
e) o produto do seno pelo cosseno é negativo. O cientista deveria concluir que, periodicamente, S atinge o
f) o seno e o cosseno são decrescentes. valor de:
g) a tangente e o seno são positivos. a) 12 765 km. d) 10 965 km.
h) a tangente é positiva e o cosseno é negativo. b) 12 000 km. e) 5 865 km.
i) a tangente cresce e o seno decresce. c) 11 730 km.

Trigonometria 11
Dedique um tempo especial à leitura
e ao estudo desta seção, porque, além PARA SABER MAIS
das relações que se estabelecerão
entre três conteúdos e suas aplicações,
é uma oportunidade para retomar as Matrizes, simetrias e Trigonometria
fórmulas do seno e do cosseno da
soma de dois arcos. Acompanhar a As matrizes 2 × 2 podem representar movimentos de pontos no plano cartesiano.
cos a –sen a
prova de que a matriz Vamos ver um exemplo.
sen a cos a 1
corresponde a uma rotação no plano
Se representarmos o ponto A(1, 2) pela matriz A = e considerarmos a matriz
2
permite avaliar a compreensão da 1 0 1 0
linguagem matemática e da forma M= , poderemos calcular o produto M · A e obter o ponto A' = M · A =
como se justifica um resultado pelo uso 0 –1 0 –1
do raciocínio lógico dedutivo.
1 1
· = .
2 –2

O que acontecerá se transformarmos um ponto qualquer P(x, y) pela matriz M?


1 0 x x
Obteremos P' = M · P = · = .
0 –1 y –y
Graficamente, temos:
y A matriz M transforma um ponto P
3 P qualquer em seu ponto simétrico em re­
B
2 A lação ao eixo Ox.
x
Que matriz associa a cada ponto P
0 1 x seu simétrico em relação ao eixo Oy?
–1 0
–2 A' N= é a matriz que faz essa
B'
0 1
–3 P'
transformação.
y
A A'

Se aplicarmos N a cada ponto do polígo­ P P'


no à esquerda do eixo Oy, vamos encontrar
os pontos do polígono à direita de Oy. x
O

B Q Q' B'

Existem matrizes que correspondem a outros movimentos no plano.

0 –1
Seja R = . Que ação essa matriz exerce sobre os pontos do plano?
1 0
0 –1 x x
R·P= · =
1 0 y –y

A matriz R corresponde a um giro de 90° do ponto P em torno do ponto O(0, 0).


De fato, observe que os triângulos OPA e P'OB
são congruentes e retângulos, daí os ângulos BOP' P'
x

e POA serem complementares, o que implica que o


ângulo POP' é reto.
A matriz R corresponde a uma rotação de 90° y P
no sentido anti­horário.
Observe a forma como a matriz B A
–y O x
R pode ser escrita:

R = cos 90° –sen 90°


sen 90° cos 90°

12 Trigonometria
Se quisermos uma rotação de um ângulo a em torno de O, bastará considerar a matriz:

S = cos a –sen a
sen a cos a
Mas, para justificarmos essa última afirmação, precisamos aplicar o que sabemos de
Trigonometria.
Vamos considerar um ponto P(x, y) qualquer do plano cartesiano e um ponto P'(x', y')
obtido girando­se o ponto P em um ângulo a em torno de O. Chamaremos de b o ângulo
entre OP e o eixo Ox.
Pela rotação, OP = OP' = d.
No triângulo retângulo OP'Q:
OQ = x' = d · cos (a + β)
QP' = y' = d · sen (a + β)
x' = d · cos (a + b) = d(cos a · cos b – sen a · sen b) =
= d · cos b · cos a – d · sen b · sen a β

y' = d · sen (a + b) = d(sen a · cos b + cos a · sen b) =


= d · cos b · sen a + d · sen b · cos a

Mas x = d · cos b e y = d · sen b são as coordenadas de P; então:


x' = x · cos a – y · sen a x' cos a –sen a x
ou seja P' = = · =S·P
y' = x · sen a + y · cos a y' sen a cos a y
Todo esse raciocínio pode ser feito na sequência con­
5
trária. Partindo de P' = S · P e fazendo os mesmos cálcu­
4
los na ordem inversa, chegaremos a:
3
x' = d · cos (a + b) e y' = d · sen (a + b) 2
Isso demonstra que P' é a rotação de ângulo a de P em 1
torno de O.
O 1 2 3 4
Copie no caderno o desenho ao lado e, com base no
que foi feito aqui gire o polígono em 60° em torno de O
no sentido anti­horário.

LER
PARA RESOLVER As respostas se encontram no final do caderno

Você já resolveu diversos problemas de cálculo de distâncias inacessíveis com o uso das razões trigonométricas.
Algumas vezes, mais do que usar a Trigonometria, é preciso resolver o problema literalmente, ou seja, sem valores
numéricos, mas com letras que representam os dados do problema. Além do conhecimento das relações trigonométricas,
é exigida sua habilidade de cálculo algébrico.
Analise o seguinte problema e resolva­o. Observe que a leitura das alternativas também é parte da resolução.
(UFG-GO) Dois observadores, situados nos pontos A e B, a uma distância d um do outro, como mostra a figura a seguir,
avistam um mesmo ponto no topo de um prédio de altura H, sob um mesmo ângulo θ com a horizontal.
Sabendo que o ângulo ABC também mede θ e desconsiderando a altura dos MATEMÁTICA
observadores, a altura H do prédio é dada pela expressão:

∙ ∙
d θ d tg θ
a) H = sen cos θ d) H = H
2 2 2 cos θ
b) H = d cos θ sen θ
d
e) H = d sen ∙ 2θ ∙tg θ C θ
c) H = tg θ sen θ B
2 θ
d
PT
ZA

Trigonometria 13
REDUÇÃO AO 1º QUADRANTE
Observando o estudo feito até aqui sobre Trigonometria, é possível verificar que os
ângulos e os arcos do 1o quadrante se relacionam com os dos demais.
Os valores de uma função trigonométrica f para arcos com extremidades não
pertencentes ao 1o quadrante podem ser calculados por meio dos valores de f para
arcos com extremidade no 1o quadrante. Esse processo é denominado redução ao
1o quadrante. Em virtude desse fato, a tabela dos valores das funções trigonométricas é
constituída apenas por ângulos de 0° a 90°.
Considerando os pontos P, Q, R e S da figura, é fácil perceber que as simetrias de P com os
demais pontos nos levam às relações entre as suas coordenadas anotadas no quadro.
y

Q (–m, n) P (m, n) Pontos Simetria em relação a Abscissas Ordenadas


n
Q eP Oy opostas iguais
x
–m O m
R eP O opostas opostas
–n
R (–m, –n) S (m, –n) S eP Ox iguais opostas

De modo geral, consideremos agora os pontos P, Q, R e S no círculo trigonométrico.

π–x B (0, 1)

Q(cos (π – x), sen (π – x )) P(cos x, sen x)


sen (π – x)
sen x

cos (π – x) cos x x
C (–1, 0)
cos (π + x) O cos (2π – x) A (1, 0)
sen (π + x)
sen (2π – x)

π+x

R(cos (π + x), sen (π + x )) S(cos (2π – x), sen (2π – x ))


2π – x
D (0, –1)

p
Se P determina o arco de medida x, 0 < x < , então Q, R e S determinam, respectivamente,
a
arcos de medidas p – x, p + x e 2p – x.
Pelas definições de seno e de cosseno, temos:
P(cos x, sen x), Q(cos (p – x), sen (p – x)),
R(cos (p + x), sen (p + x)) e S(cos (2p – x), sen (2p – x))
Aplicando as simetrias das coordenadas, obtemos:

Pontos Abscissas Ordenadas

Q eP cos (p – x) = –cos x sen (p – x) = sen x

R eP cos (p + x) = –cos x sen (p + x) = –sen x

S eP cos (2p – x) = –cos x sen (2p – x) = –sen x

14 Trigonometria
Exemplos:
4p
a) Para reduzir o arco ao 1o quadrante, procuramos o ponto P' simétrico a P em relação ao
5
eixo dos senos no 1o quadrante.

p 4p
Como < < π, então
2 5
B B
4p p
π– = ; logo: 4π
5 5
P 5 P P'
4p p 4π
sen = sen ; π 5 4π π π
5 5 sen sen
5 5 5 5
4p p
cos = –cos ; C
5 5 C A 4π π A
cos cos
4p 4p 5 5
sen sen
4p 5 5
tg = = ⇒
5 4p p
cos – cos 5
5
D D
4p p
⇒ tg = –tg
5 5

b) Para reduzir 220° ao 1o quadrante, também buscamos o ponto P' do 1o quadrante simétrico a
P em relação a O.

B B

P'
Como 180° < 220° < 270°, então 40°
sen 40°
220° – 180° = 40°; logo:
sen 220° = –sen 40°; cos 220° cos 40°
C C
O A O A
cos 220° = –cos 40°; tg 220° = tg 40°, sen 220°
porque 220° ∈ 3o quadrante.
220° 220°
P P

D D

c) Para reduzir 310° ao 1o quadrante, determinamos o ponto P' do 1o quadrante simétrico a P em


relação ao eixo dos cossenos.

B B
P'
50°
Como 270° < 310° < 360°, então
sen 50°

360° – 310° = 50°; logo:


cos 50°
sen 310° = –sen 50°; C C
O cos 310°
O A A
cos 310° = cos 50°;
sen 310°

tg 310° = –tg 50°.


P P
310° 310°
D D

As relações entre seno e cosseno de ângulos complementares:


MATEMÁTICA

p p
sen – x = cos x e cos – x = sen x
2 2

e as relações obtidas na redução para o 1o quadrante:

Trigonometria 15
sen (p – x) = sen x sen (p + x) = –sen x sen (2p – x) = –sen x
cos (p – x) = –cos x cos (p + x) = –cos x cos (2p –x) = cos x

são válidas para todo número real x.


Vamos, por exemplo, mostrar que:
sen (p + x) = –sen x e cos (p + x) = –cos x
são verdadeiras independentemente do quadrante ao qual pertença a extremidade P
do arco de medida x.

P no 1o— quadrante P no 2o— quadrante

B B
P P
P2 x x P2
x
Q1 Q1
O
πC πC
P1 A P1 O A
x

π+x Q2 Q2 π+x

Q D D Q

P no 3o— quadrante P no 4o– quadrante

B Q Q B

Q2 π+x π+x Q2 π

P1 P1
O
C C
Q1 A Q1 O A

x P2 P2
x
π P
P D D

Em cada caso:

OQ2 = –OP2 ⇒ sen (p + x) = –sen x

OQ1 = –OP1 ⇒ cos (p + x) = –cos x

p
As relações entre tg – x , tg (π – x) e tg x podem ser obtidas a partir das relações
2
entre seno e cosseno desses arcos.

16 Trigonometria
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

3 Simplifique. cos 4 900° = cos 220° = cos (180° + 40°) = – cos 40°
a) y = sen (p + x) · cos (p + x)
sen (p – x) · cos (p – x) sen 4 900° –sen 40°
tg 4 900° = cos 4 900° = = tg 40°
– cos 40°
b) y = sen (2p – x) – cos (2p – x) 97π
sen (p + x) + cos (p + x) b) A determinação principal do arco de medida tem
7
RESOLUÇÃO 13p
medida e extremidade no 4o quadrante.
7
a) Substituindo sen (p + x) por –sen x, cos (p + x) por –cos x, Então:
sen (p – x) por sen x e cos (p – x) por –cos x, obtemos:
97p
= π
y = – sen x · (– cos x) ⇒ y = –1
sen sen π
7 7
sen x · (–cos x) 7
84p 13p
= sen + =
7 7
b) Substituindo sen (2π – x) por –sen x, cos (2π – x) por cos x, 13p
= sen 12p + = π
sen (π + x) por –sen x e cos (p + x) por –cos x, obtemos: 7 cos = cos 13π
7 7
– sen x – cos x 13p p
y= ⇒y=1 = sen = –sen sen 13π 13π
– sen x – cos x 7 7 7
7
97p
cos =
4 Expresse, em função do arco com extremidade no 1o quadran­ 7
te, os valores do seno, do cosseno e da tangente de: 84p 13p 13p
= cos + = cos 12 p + =
7 7 7
a) 4 900°
13p p
= cos = cos
b) 97p 7 7
7 97p p
tg = –tg
7 7
RESOLUÇÃO
5 Expresse, em função do arco de medida pertencente a
a) A determinação principal 40° p 3p
do arco de medida 4 900° sen 40° 0, , o seno, o cosseno e a tangente de
4 8
tem medida 220°.
cos 220°
Então: RESOLUÇÃO
cos 40° 3p p 3p p
sen 4 900° = sen 220° = Medida do complemento de : – = ; então:
8 2 8 8
sen 220°
= sen (180° + 40°) = 220°
3p p 3p p 3p 1
= –sen 40° sen = cos , cos = sen , tg = p .
8 8 8 8 8 tg
8

Socialize as discussões dos alunos referentes ao exercício 18. Organize com eles uma lista de dicas para que não cometam erros em atividades
como a 13.

As respostas se encontram no final do caderno


PROBLEMAS E EXERCÍCIOS

11 Expresse, em função do arco com extremidade no 1o quadran­ 13 Expresse, em função do arco de medida pertencente a [0°,
te, os valores do seno, do cosseno e da tangente de: p
45°] ou a 0, , os valores do seno, do cosseno e da tangente
a) 100° c) 340° e) 3 100° 4
de:
b) 200° d) 1 610° f) 2 470°
MATEMÁTICA
a) 78° c) 162° e) 260°
7p 3p 29p
b) d) f)
12 Expresse, em função do arco com extremidade no 1o quadran­ 18 5 18
te, os valores do seno, do cosseno e da tangente de:
14 Expresse, em função do arco de medida pertencente a [0°, 45°]
6p 15p 57p
a) c) e) p
7 8 8 ou a 0, , os valores do seno, do cosseno e da tangente de:
4
7p 49p 39p 7p 4p
b) d) f) a) –280° b) – c) –162° d) –
5 10 5 5 9

Trigonometria 17
15 Expresse, em função do arco com extremidade no 1o quadran­ c) y = cos 1° + cos 2° + … + cos 89° +
te, os valores do seno, do cosseno e da tangente de: + cos 91° + cos 92° + … + cos 179°
p p d) y = tg 1° · tg 2° · tg 3° · … · tg 88° · tg 89°
sen – x · cos –x
2 2
a) y =
sen (π – x) · cos (π – x) 17 Ana precisava calcular os valores de sen 210° e
cos 210°. Ao terminar de resolver o exercício, ela encontrou
p
b) y = tg – x · cos (p + x) · sen (p + x) 1
2 e 3 como respostas. Que erro Ana pode ter cometido?
2 2
16 Calcule o valor de y. 18 a) Escolha dois itens do exercício 13 e resolva­os de modo
a) y = sen 10° · cos 80° + cos 10° · sen 80° errado. Troque sua resolução com a de um colega para
b) y = sen 1° + sen 2° + … + sen 89° + vocês descobrirem os erros um do outro.
+ sen 181° + sen 182° + … + sen 269° b) Que dicas você daria para que alguém que precise resolver
problemas como esses não erre a resolução?

INVENTE VOCÊ
1 Invente um exercício como o de número 12 desta unidade.

ARCOS COMPLEMENTARES E ARCOS


SUPLEMENTARES
Vamos ampliar as noções de ângulos (arcos) complementares e de ângulos (arcos)
suplementares.

Dois arcos, de medidas a e β, são complementares se:


p
α + β = 2 + k · 2p, k ∈ Z
Dois arcos, de medidas a e β, são suplementares se:
a + β = p + k · 2p, k ∈ Z

Exemplos:
5p 13p
a) e são medidas de arcos complementares, pois:
4 4
5p 13p 18p 9p p 8p p
+ = = = + = + 4p
4 4 4 2 2 2 2
b) Os arcos de medidas 1 650° e –30° são suplementares, pois:
1 650° + (–30°) = 1 620° = 180° + 4 · 360°
Vamos analisar o que ocorre com os valores das funções trigonométricas.
p
De a + β = + k · 2p, vem a = p – β + k · 2p, ou seja, os arcos de medidas a
2 2
e p – β são côngruos; então:
2
p
sen a = sen – β ⇒ sen a = cos β
2
p
cos a = cos – β ⇒ cos a = sen β
2
Portanto, podemos registrar que:

18 Trigonometria
sen
O seno de um arco é igual ao cosseno do seu
complemento, e vice-versa.

α
De a + b = p + k · 2p, vem a = (p – b) + k · 2p, ou seja, os arcos de medidas cos
a e π – b são côngruos; então: β O

sen a = sen (p – b) ⇒ sen a = sen β


cos a = cos (p – b) ⇒ cos a = –cos β

Portanto, podemos registrar que:


sen
Os senos de dois arcos suplementares são iguais, e os
cossenos de dois arcos suplementares são opostos.
P Q
Exemplos: α
π–α π–α cos
a) sen 4 600° = cos 5 210°; cos 4 600° = sen 5 210° π O
3p 12p 3p 12p
b) sen = sen ; cos = –cos
5 5 5 5

As respostas se encontram no final do caderno


PROBLEMAS E EXERCÍCIOS

19 Em cada caso, verifique quais são medidas de arcos suple­ 24 Simplifique.


mentares e quais são de arcos complementares.
a) y = sen (61p + x) · cos (33p + x)
31p 18p 2p 37p sen (101p – x) · cos (203p – x)
a) , b) – ,
7 7 5 5
13p 21p
4p 109p 61p 8p b) y = sen – x · cos –x
c) , d) ,– 2 2
9 8 10 5

20 Se a e β são as medidas de arcos suplementares, com a no 1o


quadrante e sen a = m, calcule sen b, cos b e tg b. JOGOS
21 Se a e β são as medidas de arcos complementares e Junte-se a 1 ou 2 colegas e experimente algumas partidas
sen a = m, calcule sen b, cos b e tg b. de Encontre o par. Conheça as regras na página 25.

22 Se a + b = 3 060°, calcule sen a e cos a em função de b.

23 Se a + b = 4 410°, calcule sen a e cos a em função de b.

ANOTAÇÕES

MATEMÁTICA

Trigonometria 19
PARA SABER MAIS

Um pouco de história das palavras:


etimologia dos nomes das funções trigonométricas
A origem das palavras seno e cosseno está na Astronomia.
No início da era cristã, encontramos um dos homens mais importantes para a Ma­
temática, o geógrafo e astrônomo grego Cláudio Ptolomeu, que escreveu treze livros,
conhecidos como Almagesto (do árabe Al-magest, que significa “o maior”). Usando cál­
culos no sistema sexagesimal babilônico, Ptolomeu construiu uma tabela de cordas,
que corresponde aproximadamente a uma tábua de senos.
Por volta do ano 500 d.C., o matemático hindu Aryabhata elaborou tábuas de cordas
muito semelhantes às tábuas de senos que utilizamos; o nome corda em hindu era jya.
Tempos depois, os árabes traduziram essa palavra, letra por letra e sem se preocupar com
a pronúncia, para jyb.
Esse termo árabe, ao ser traduzido para o latim por Gerardo de Cremona, em 1150, foi
confundido com a palavra jayb, que em árabe significa “bolso, golfo ou seio”. Cremona
empregou então a palavra equivalente em latim, sinus, que hoje usamos como seno.
O termo cosseno se deve a Edmund Gunter (1581­1626), associado à ideia de que
o cosseno corresponde ao seno do ângulo complementar. Gunter sugeriu combinar
as palavras “complementar” e “seno”, dando origem a co-sinus, que rapidamente se
transformou em cosinus e que, em nossa língua, se escreve cosseno.
Como vimos, as funções tangente e cotangente tiveram sua origem na necessidade de
medições de alturas e sombras. No entanto, as palavras que usamos hoje são relativamen­
te recentes.
Em 1583, o dinamarquês Thomas Fincke Sol
(1561­1656) contribuiu com o nome tangente ao
observar que a sombra reversa vertical estava
situada na reta tangente ao círculo de raio igual
ao comprimento do gnômon horizontal. R

O mesmo Edmund Gunter, criador da palavra α

cosseno, estabeleceu também o termo cotan-


gente para a sombra estendida, ao observar que v = R tg α
seu valor era igual ao da tangente do ângulo
complementar. Assim, cotangente tem o signifi­
cado de ser “complementar à tangente”.

PALAVRAS-CHAVE
Nesta unidade temos como palavras­chave:
Gráficos das funções seno, cosseno e tangente
Sinal e crescimento das funções trigonométricas
Aplicações das funções trigonométricas
Redução ao 1º quadrante
Escreva no caderno o que você aprendeu a respeito, ilustrando com exemplos.

20 Trigonometria
CALCULADORA As respostas se encontram no final do caderno

Prioridades b) cos a = 0,785


Qualquer tecla trigonométrica de uma calculadora científica c) sen a = 0,055
tem prioridade sobre outras operações, isto é, a calculadora d) tg a = 22,453
efetua primeiro a operação determinada por uma tecla tri­
gonométrica. 3 Determine:
Exemplos: a) sen 10°
a) A sequência 5 × 3 8 SIN significa 5 · b) sen 20°
sen 38°. Nessa expressão, a multiplicação só se efetua c) sen 30°
depois de calculado o seno. O mesmo ocorre para a d) sen 40°
divisão ou qualquer outra operação. e) sen 50°
f) sen 60°
b) 3 × 0 · 5 SIN–1 =
é o mesmo g) sen 70°
que 3 · 30°, porque 30° é o ângulo cujo seno é igual a 1 . h) sen 80°
2
As calculadoras que contêm a tecla INV apresentam a i) sen 90°

mesma prioridade com relação às funções trigonométricas. 4 Repita o exercício anterior para a função cosseno e descubra
Faça os exercícios a seguir, usando uma calculadora científica. o que ocorre com essa função quando o ângulo aumenta.

1 Calcule. 5 Calcule os ângulos do triângulo ABC.


a) 10 · sen 25°
C
b) sen 20° + sen 30°
c) 20 · tg 45°
5 13
d) sen (2 · 25°)

2 Determine a.
A B
a) tg a = 0,542 12

SAIA DESSA As respostas se encontram no final do caderno

1 Observe a seguinte situação e descubra quem está falando a verdade.


Thinkstock/Getty Images

BERTA
MENTE.
Thinkstock/Getty Images

Thinkstock/Getty Images

ANTÔNIO E BERTA
MATEMÁTICA
CARLOS
MENTE. MENTEM.

Trigonometria 21
2 (EEWB­MG) Pitágoras tem doze irmãos que com ele se reuniram na ceia de Natal.
Das afirmações a seguir, referentes aos membros da mesma família reunidos, a única
necessariamente verdadeira é:
a) pelo menos uma das pessoas reunidas nasceu em janeiro ou fevereiro;
b) pelo menos uma das pessoas reunidas nasceu num dia par;
c) pelo menos duas pessoas são do sexo feminino;
d) pelo menos duas pessoas reunidas fazem aniversário no mesmo mês.

3 Cortando um prisma triangular regular


Para cada secção do prisma feita por um plano, desenhe em seu caderno a secção e
descreva a figura obtida.
a) d)

b) e)

c)

As respostas se encontram no final do caderno


PARA RECORDAR

Organizamos uma série de problemas envolvendo contagem e 4 engenheiros de produção, o número de maneiras que a
e probabilidade. Para resolvê­los, você precisa: equipe poderá ser formada é igual a
ler os problemas cuidadosamente identificando termos a) 6! ? 3
que precisa rever;
pensar em como o problema pode ser resolvido (lembre­se b) 6! ? 18
de que às vezes há mais de uma maneira de resolver um 3
c) 6! ?
mesmo problema); 8
ter um livro do 2º ano do Ensino Médio para consultar, 3
d) 6! ?
se necessário; 4
ao final, organizar no caderno uma síntese das principais 2 (Aman­RJ) Os alunos de uma escola realizam experiências no
ideias que você recordou sobre esses dois assuntos, para laboratório de Química utilizando 8 substâncias diferentes.
decidir se precisa estudar ainda mais sobre eles. O experimento consiste em misturar quantidades iguais de
duas dessas substâncias e observar o produto obtido.
1 (UFU­MG) Uma fábrica de tintas necessita contratar uma O professor recomenda, entretanto, que as substâncias S1,
equipe para desenvolver e produzir um novo tipo de produto. S2 e S3 não devem ser misturadas entre si, pois produzem
A equipe deve ser formada por 4 químicos, 1 engenheiro am­ como resultado o gás metano, de odor muito ruim. Assim, o
biental e 2 engenheiros de produção. Se no processo final de número possível de misturas diferentes que se pode obter,
seleção compareceram 6 químicos, 3 engenheiros ambientais

22 Trigonometria
sem produzir o gás metano, é Qual a probabilidade de que pelo menos uma das duas lâm­
a) 16 padas esteja apagada?
b) 24 a) 76%
c) 25 C1
d) 28
e) 56
L1 C2
V
3 (UEL­PR) Um grupo de 6 alunos decide escrever todos os
anagramas da palavra PERGUNTA. Esta tarefa será feita em L2
vários turnos de trabalho. Em cada turno 3 alunos escrevem e
os outros descansam. Para serem justos, decidiram escrever
o mesmo número de anagramas em cada turno. b) 60%
Qual deve ser o número mínimo de anagramas, escrito por c) 52%
turno, de modo que não se repitam grupos de trabalho? d) 40%
a) 23 e) 24%
b) 720
c) 2 016 6 (Fuvest­SP) Considere todos os pares ordenados de números
d) 5 040 naturais (a, b), em que 11  a  22 e 43  b  51. Cada um
desses pares ordenados está escrito em um cartão diferente.
e) 35 000 Sorteando­se um desses cartões ao acaso, qual é a probabili­
dade de que se obtenha um par ordenado (a, b) de tal forma
4 (Fuvest­SP) Maria deve criar uma senha de 4 dígitos para a
que a fração seja irredutível e com denominador par?
sua conta bancária. Nessa senha, somente os algarismos b
1, 2, 3, 4, 5 podem ser usados e um mesmo algarismo pode 7 11
aparecer mais de uma vez. Contudo, supersticiosa, Maria não a) d)
27 54
quer que sua senha contenha o número 13, isto é, o algaris­ 13 5
mo 1 seguido imediatamente pelo algarismo 3. De quantas b) e)
54 27
maneiras distintas Maria pode escolher sua senha? 6
c)
a) 551 27
b) 552 7 (Fuvest­SP) Um dado cúbico, não viciado, com faces numera­
c) 553 das de 1 a 6, é lançado três vezes. Em cada lançamento, anota­
d) 554 ­se o número obtido na face superior do dado, formando­se
uma sequência (a, b, c). Qual é a probabilidade de que b seja
e) 555
sucessor de a ou de que c seja sucessor de b?
5 (Cesgranrio­RJ) Um circuito é composto por uma bateria, cuja 4 10
diferença de potencial elétrico (d.d.p.) vale V, além de duas a) d)
27 27
lâmpadas idênticas e duas chaves (interruptores). Todos os 11 23
componentes do circuito estão em perfeito funcionamento. b) e)
54 54
A probabilidade de que a chave C1 esteja aberta é de 60%. 7
A probabilidade de que a chave C2 esteja aberta é de 40%. c)
27

ANOTAÇÕES

MATEMÁTICA

Trigonometria 23
CÁLCULO RÁPIDO As respostas se encontram no final do caderno

1 Conhecer os arcos notáveis na primeira volta sen


do círculo e as razões trigonométricas para eles B
G
auxilia muito na resolução de problemas. Por F
Q P
isso, escreva no caderno a letra de cada ponto H
indicado no círculo trigonométrico ao lado e os E
arcos que correspondem a cada ponto da seguin-
te forma: 60°
30° cos
C A
a) em graus, no intervalo [0, 360°].
b) em radianos, no intervalo [0, 2]. L
I
S
2 Depois, reescreva no caderno o nome de cada ponto R
J
K
e os valores do seno e do cosseno de cada arco. D
As resoluções encontram-se no
portal, em Resoluções e Gabaritos

ANOTAÇÕES

24 Trigonometria

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 24 10/12/16 00:02


CONEXÃO MATEMÁTICA – FÍSICA E CIDADANIA

A DECLIVIDADE DAS VIAS PÚBLICAS


"Você percebe que à frente tem um declive acentuado: A explicação tem como base um dos conceitos mais
antes que a descida comece, teste os freios e mantenha o importantes do estudo dos movimentos: quantidade de
câmbio engatado numa marcha reduzida durante a desci- movimento, grandeza que relaciona massa e velocidade de
da. um móvel.
Nunca desça com o veículo desengrenado. Porque, em Analisando a quantidade de movimento (p) de um ve-
caso de necessidade, você não vai ter a força do motor para ículo, calculada pela relação p = mv, podemos obter im-
ajudar a parar ou a reduzir a velocidade e os freios podem portantes conclusões sobre as velocidades limitadas na
não ser suficientes. cidade e nas estradas. Segundo os testes feitos nas simu-
Não desligue o motor nas descidas. Com ele desligado, lações por computador, um automóvel de passeio cuja
os freios não funcionam adequadamente, e o veículo pode massa é da ordem de 900 kg, viajando a 80 km/h em uma
atingir velocidades descontroladas. Além disso, a direção estrada sem declividade, tem uma quantidade de movi-
poderá travar, se você desligar o motor." mento p = 20 000 kg ⋅ m/s = 2 ⋅ 104 kg ⋅ m/s levando
Fonte: Direção defensiva: trânsito seguro é um direito de todos. Brasília, cerca de 7 s para parar. Nesse tempo, o carro percorrerá
Denatran/Ministério das Cidades/Governo Federal, 2005, p. 32. 28 m. A essa velocidade, um caminhão de 45 t tem uma
quantidade de movimento igual a 1 000 000 kg ⋅ m/s, le-
O texto do Departamento Nacional de Trânsito (Dena- vando cerca de 14 s para parar completamente, após per-
tran), indicado para formação de todo cidadão brasileiro que correr uma distância de 50 m.
requer a Carteira Nacional de Habilitação, evidencia o uso Em uma via pública com declividade, todos os valores
de marcha reduzida, popularmente chamada de freio motor, dessa análise serão aumentados, pois mais uma força passa
nas vias públicas com declividade acentuada. Por quê? a agir, na direção do movimento, conforme a figura a seguir.

y I
N
Sentido do movimento
II

N x fc

CJT/Zapt
fc

θ θ mg cos θ

P mg sen θ
Esquema representando as forças que agem sobre um veículo (N) resultantes das forças de contato com
o solo. No caso representado, o condutor não imprime nenhuma variação à velocidade, a qual é alterada
apenas em II, devido à componente horizontal da força peso (mg sen θ). Nesse esquema não foram
consideradas outras forças de resistência, tal como o contato do veículo com o ar. MATEMÁTICA

Normalmente, um caminhão de 45 t não desenvolve será de P = 45 000 · 9,8 · sen 3° · 22,2 ≅ 512 400 W (unida-
velocidades excessivas, mas em descidas... Para o cami- de em watt), que corresponde a aproximadamente 692 cv
nhão de 45 t, a 80 km/h (≅22,2 m/s), em um aclive com (cavalo-vapor). Boa parte dessa potência deverá ser dissipa-
inclinação de 3°, resulta em uma potência motora calcula- da pelos freios do veículo, caso contrário, o condutor não
da em função da força motora, e a velocidade (P = F · v) terá condições de controlá-lo. Por outro lado, o sistema de

Trigonometria 25

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 25 10/12/16 00:02


freios comum sofre forte desgaste nas pistas com descidas para condições inóspitas, tais como pista molhada e cerra-
íngremes e isso pode ser reduzido com o uso do freio motor. ção, bem como para situações de imprudência, como uso de
Um carro de passeio, apesar da massa bem inferior à celular, embriaguez etc. O número de acidentes registrados
de um caminhão, fica vulnerável aos mesmos problemas. nas estradas e cidades é o alerta para que as regras de se-
Qualquer que seja a sua velocidade, é sempre muito alta gurança sejam bem entendidas e aplicadas.

Delfim Martins/Pulsar Imagens


Ladeira em frente ao casarão colonial em Ouro Preto (MG).

De modo geral, o limite teórico para a inclinação da vias expressas com tráfego intenso, a inclinação máxima reco-
rampa que um veículo com tração em duas rodas pode mendada pelo DNIT é de 5%. Isso significa que a tangente do
trafegar com segurança situa-se abaixo de 30°, com pista ângulo de inclinação é de 0,05 (tg θ = 0,05).
seca, e de 20°, com pista molhada. O Departamento Nacio- Usando uma tabela trigonométrica ou uma calculadora,
nal de Infraestrutura de Transportes (DNIT) faz a recomen- concluímos que o ângulo do declive máximo deve ser de
dação das inclinações máximas a serem consideradas na aproximadamente 3°. Nas rodovias com pouco movimento,
construção de rodovias, de acordo com uma classificação a inclinação máxima recomendada é de 9%. Seguindo o
da intensidade de trânsito. mesmo raciocínio anterior, tg θ = 0,09, logo θ ≅ 5°. É in-
A forma de expressar a declividade, no entanto, não é pelo teressante observar que as montadoras de veículos também
ângulo de inclinação da pista em relação a um eixo horizontal, utilizam nas especificações dos manuais técnicos a expres-
mas pela inclinação percentual, que expressa a tangente do são inclinação percentual, ao indicar a capacidade máxima
ângulo reescrita em forma de porcentagem. Por exemplo, para de caminhões em subidas.

26 Trigonometria

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 26 10/12/16 00:02


JOGOS
FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
Encontre o par
Número de participantes: 2 ou 3

Material necessário: uma cópia do baralho de cartas (ver páginas a seguir) e do dado abaixo, montado, com os valores dos
ângulos em graus (0°, 15° e 30°), papel e lápis para registrar os cálculos. Recortar as cartas e o dado das cópias, e montar
o dado.

Regras:
As cartas são embaralhadas e colocadas no centro de uma mesa (ou carteira) com as faces voltadas para baixo.
Os participantes decidem a ordem em que cada um vai jogar.
Em cada jogada, cada um dos participantes retira duas cartas do monte e joga o dado duas vezes, anotando os valores
obtidos.
Cada jogador deve substituir os valores de x em suas cartas pelos valores dos ângulos obtidos no dado, escolhendo qual
valor, entre os dois sorteados por ele, quer colocar em cada carta.
Se o jogador, ao calcular o que se pede nas cartas, conseguir dois valores numericamente iguais, ele permanece com
o par de cartas; caso contrário, ele devolve as cartas para um segundo monte sobre a mesa. Essas cartas não poderão
mais ser utilizadas nas jogadas seguintes.
Após cada jogador conferir os cálculos dos demais, uma nova jogada é feita.
Quando acabarem as cartas do monte inicial, o jogo termina, e ganha o jogador que tiver o maior número de cartas.

Dado

15° 30° 15° 30°


MATEMÁTICA

Trigonometria 27

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 27 10/12/16 00:02


Baralho

O valor de AB no triângulo retân- O valor de AC no triângulo retân- A área do triângulo retângulo ABC
gulo ABC gulo ABC

B B

B
x + 30º

60º – x 60º – x
C 3 A C A C 2 A

O valor de AB no triângulo retân- O valor de AC no triângulo retân- O valor de BC no triângulo ABC,


gulo ABC de altura AD = 1 gulo ABC de altura AD = 1 sendo que AB mede 2 e é um
diâmetro do semicírculo

A A C

1 1

x + 30º x + 30º 60º – x


A B
B D C B D C 2

O valor de AC no triângulo ABC, A altura BH do triângulo ABC A área do triângulo ABC


sendo que AB mede 2 e é um diâ-
metro do semicírculo

C B
2
1
x + 30º

x + 30º A C x + 30º
A B H
4 A C
2 4

28 Trigonometria

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 28 10/12/16 00:02


O valor de sen 3x + cos 3x O valor de sen (2x + 60°) O valor de 2 cos (45° – 3x)

O valor de 2 sen (30o + 2x) O valor de 3 – tg 2x O valor de 3 tg (60o – x)

A altura BH do triângulo ABC A base do triângulo isósceles ABC A altura BH do triângulo isósceles
ABC

B B
B
60º – x

6 60º + 2x

2 2 MATEMÁTICA
A H C
3
2

60º – x
A C A H C

Trigonometria 29

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 29 10/12/16 00:02


O valor da função O valor da função O valor da função
f(x) = 2 3 sen2 3x f(x) = 2 cos 2x f(x) = 2 cos2 3x

O valor da função O valor da função O valor da função


f(x) = sen (90° – 2x) f(x) = 3 · tg 2x f(x) =
1
· cos (x + 30°)
2

30 Trigonometria

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 30 10/12/16 00:02


MAIS ENEM
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Matemática e suas Tecnologias

ONDAS NO OCEANO nado movimento harmônico simples. As constantes a, b, c e d são


As ondas dão à superfície do mar uma aparência desordenada. substituídas por constantes que representam aspectos relevantes do
No entanto, à medida que as ondas se afastam do local de formação, MHS. A constante a é nula, pois se considera que o sistema de coor-
as de maior comprimento de onda vão se propagar mais rapidamen- denadas tem origem na posição de equilíbrio (centro de oscilação);
te. Ocorre uma dispersão das ondas, isto é, ondas com características b é a amplitude A do movimento a partir do centro de oscilação;
diferentes vão distanciar-se umas das outras por se propagarem com c é a frequência angular v; d é a fase inicial w0; e o argumento do
velocidades diferentes. Isso explica o fato de que, a grandes distâncias seno (ou cosseno), ou seja, vt 1 w0 , é chamado fase do movimen-
do local de origem, as ondas já tenham um aspecto mais ordenado to do tempo t. Dessa forma, a equação do espaço no MHS é co-
(conhecidas como ondulação ou swell), sendo que as primeiras a che- mumente apresentada como x 5 A ? cos (vt 1 w0) ou x 5 A ?
gar são aquelas que têm maior comprimento de onda. ? sen (vt 1 w0).
Com base em: MÁXIMO, A.; ALVARENGA, B. Física. 2. ed.
As ondas podem ser consideradas como uma sobreposição de São Paulo: Scipione, 2011. p. 5.
ondas simples (veja a imagem a seguir).
2 Conforme vimos neste módulo, a generalização das funções do
tipo trigonométrica é dada por f(x) 5 a 1 b ? trig (cx 1 d). Va-
mos supor que no deslocamento de uma partícula o período
(a)
seja igual a 2, a imagem seja [20,3; 0,3] e d 5 p. Sabe-se que a
2
partícula encontra-se em MHS, representado pela função seno.
Com base nessas informações, podemos afirmar que a função
(b)
horária que melhor representa esse deslocamento é: d
pt p + pt
a) x(t) = 0,3
0, 3 ⋅ ssen p + d) x(t) = 0,3
0, 3 ⋅ ssen
2 2
As ondas simples (a), ao interferirem entre si, dão origem a pa-
drões mais complicados (b). A superfície do mar vai mostrar o efei- p + pt pt
b) x(t) = 0,3
0, 3 ⋅ ssen e) x(t) = 0,1
0,1⋅ ssen p +
to combinado das ondas correspondendo a um grupo de ondas. É 2 2 2
como se as ondas se propagassem dentro de um “veículo” mais lento 3p + p t
que elas. Cada onda individual nasce na parte de trás do “veículo” e c) x(t) = 0,2
0, 2 ⋅ ssen
2 2
morre na parte dianteira deste, transferindo sua energia para a onda
que a precede. 3 Observe o deslocamento de uma partícula em MHS representa-
Com base em: <http://geofisica.fc.ul.pt/informacoes/ do pela função x(t) 5 A ? cos (vt 1 w0):
curiosidades/ondasoceano.htm>. Acesso em: 2 dez. 2016.
x (m)

1 Vamos supor que, ao entrar um swell, hajam apenas ondas de-


nominadas “simples”, e que a variação entre a altura máxima e a
a
mínima, em metros, atingida pela onda possa, ser expressa pela
função f(x) 5 2 1 cos (5x). É correto afirmar: d
a) A maior onda desta swell terá 5 metros.
b) A menor onda registrada será de 2 metros. 0 t (s)
c) A diferença entre as ondas pode chegar a 3 metros.
d) A menor e a maior onda se diferem em exatamente 2 metros.
b
e) Essa swell não terá ondas inferiores a 1,5 metro.
Movimento harmônico simples (MHS) Então a e b, mostrados na figura, poderão ser substituídos, res-
Quando um corpo executa um movimento em trajetória reti- pectivamente, por: b
línea, indo e voltando (oscilando) em torno de um ponto de equi- a) 2A e A. c) v e 2v. e) 1 e 21.
líbrio, ele realiza um movimento periódico muito comum, denomi- b) A e 2A. d) 2v e v.

Funções trigonométricas 31

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 31 10/12/16 00:02


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Rosário Sousa, William Silva
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Smole, Kátia Stocco


Sistema de ensino ser : ensino médio, cadernos de
1 a 12 : matemática : professor / Kátia Stocco Smole,
Maria Ignez Diniz. -- 2. ed. -- São Paulo : Ática, 2017.

1. Matemática (Ensino médio) I. Diniz, Maria


Ignez. II. Título.

16-08184 CDD-510.7

Índices para catálogo sistemático:


1. Matemática : Ensino médio 510.7
2016
ISBN 978 85 8 18386 9 (AL)
ISBN 978 85 8 18393 7 (PR)
2ª edição
1ª impressão

Impressão e acabamento

Uma publicação

32 Trigonometria

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 32 10/12/16 00:02


MATEMÁTICA
Kátia Stocco Smole
Maria Ignez Diniz

MATEMÁTICA

ÁLGEBRA
1 Polinômios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

2137876 (PR)

Álgebra 1

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 1 10/12/16 00:02


MÓDULO
Álgebra

Imagem ampliada de um brócolis romanesco. Sua


disposição espiralada é um exemplo de forma fractal
na natureza.

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DIETER HEINEMANN/WESTEND61/CORBIS/LATINSTOCK
REFLETINDO SOBRE A IMAGEM

É muito comum encontrar na natureza, em árvo-


res, flores, montanhas, nuvens e até mesmo em
nossos vasos sanguíneos e pulmões formas geo-
métricas que se repetem “indefinidamente”. Essa
concepção de movimento, desordenado e alea-
tório, foi denominada fractal pelo matemático
Benoit Mandelbrot (1924-2010). Mandelbrot foi
um dos primeiros a utilizar computação gráfica
para criar imagens de Geometria fractal (uma
Geometria não euclidiana), o que o levou a des-
cobrir o conjunto de Mandelbrot, possibili-
tando-o demonstrar como formas visualmente
complexas podem ser criadas a partir de regras
simples.
O primeiro dos fractais abaixo é chamado con-
junto de Mandelbrot e as outras são réplicas
dele contidas nele mesmo. Por definição, o con-
junto de Mandelbrot é o conjunto dos pontos
c do plano complexo que satisfazem uma se-
quência iterativa, isto é, que se forma por repe-
tição de uma ou mais ações.
Você sabe qual é a definição de número com-
plexo? Sabe como representá-lo geometri-
camente?

FOTOS: WOLFGANG BEYER/WK COMMONS

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 3 10/12/16 00:02


CAPÍTULO

1 Polinômios

Objetivos: Nas próximas três unidades deste volume, vamos retomar o estudo da Álgebra,
escolhendo como temas os polinômios e as equações de grau maior que 2.
c Identificar polinômio Aqui você poderá observar como a Matemática estuda cada novo conceito. Os polinômios e
e compreender como
os números complexos são apresentados e suas propriedades são investigadas para entender
determinar seu grau.
como eles se relacionam com as operações e com a resolução de problemas algébricos.
c Operar com polinômios.
POLINÔMIO
c Compreender e aplicar Uma empresa de telefonia possui 20 000 usuários, que pagam uma taxa básica de R$ 20,00
os métodos para
por mês. A empresa resolveu fazer uma promoção durante alguns meses, diminuindo R$
determinar o quociente
0,25 do valor da taxa, a cada mês. Observou-se que, a cada desconto de R$ 0,25 na taxa,
e o resto de uma
divisão de polinômios. 500 novos usuários passavam a utilizar os serviços da empresa.
Vamos exprimir o valor mensal arrecadado pela companhia telefônica após x meses de
c Utilizar as noções promoção.
de polinômios na
Após x meses, o número de usuários é: 20 000 + 500x.
resolução de problemas
O valor da taxa básica, após x meses, é de: 20 – 0,25x.
algébricos.
O total arrecadado, em função de x, é:

A(x) = (20 000 + 500x) · (20 – 0,25x)


A(x) = 400 000 + 10 000x – 5 000x – 125x2
A(x) = 400 000 + 5 000x – 125x2
No eixo Álgebra, que corresponde a essa
parte do livro, esta e as duas próximas uni- A expressão obtida para a arrecadação total, ao final de cada mês da promoção, é
dades se relacionam estreitamente. Sugeri-
mos que, sempre que possível, elas sejam chamada de polinômio.
associadas a conhecimentos anteriores As expressões 400 000, 5 000x e 125x2 chamam-se monômios.
dos alunos, mostrando que o que eles vão
aprender sobre polinômios é um aprofun-
damento do que já estudaram no Ensino Um monômio de uma variável é o produto de uma constante não nula a por uma
Fundamental e em funções; que os números
variável x elevada a um número natural n.
complexos surgiram para resolver equações
que não podem ser resolvidas no campo dos Um monômio é da forma axn, onde a é o coeficiente do monômio, a ∈ ℝ*, n é o grau do
números reais e permitem ampliar o estu- monômio e xn é a parte literal, n ∈ ℕ.
do para resolver equações de grau n; que
na divisão de polinômios estão presentes
as mesmas ideias da divisão euclidiana de Exemplos:
números naturais. a) 9x é monômio de grau 1 e seu coeficiente é 9.
b) –5y3 é monômio de grau 3 e seu coeficiente é –5.
LEIA O LIVRO 1 2 1
c) 2 x é monômio de grau 2 e seu coeficiente é 2 .
Leia “Gênios de outro planeta”, d) 5 é monômio de grau 0 (5 = 5x0) e seu coeficiente é 5.
mais um capítulo do livro A e) –x4 é monômio de grau 4 e seu coeficiente é –1.
vida secreta dos números, f) 2x7 é monômio de grau 7 e coeficiente 2.
de George G. Szpiro (Difel), e
Já as expressões algébricas 1 , x , sen x2 são alguns exemplos de não monômios.
3
conheça um pouco da vida e x
da obra de alguns matemáticos Dois monômios com a mesma parte literal são chamados de semelhantes e podem
do século XIX que deram ser adicionados ou subtraídos, resultando um único monômio, reduzindo os termos
contribuições importantes para semelhantes.
a ciência atual.
Na situação inicial descrita nesta unidade, os monômios 10 000x e –5 000x são

4 Álgebra

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 4 10/12/16 00:02


semelhantes; por isso foi feita a simplificação: 10 000x – 5 000x = 5 000x.

A soma algébrica de dois monômios não semelhantes chama-se binômio; a de três


monômios não semelhantes entre si chama-se trinômio.

Exemplos:
a) x4 – 2x é binômio. b) 4x3 + 6x + 1 é trinômio.
De modo geral, dizemos que monômios, ou sua soma algébrica, formam um polinômio.

A expressão anxn + an – 1xn – 1 + an – 2xn – 2 + an – 3xn – 3 + ... + a1x + a0, com a0, a1, a2, ..., an – 1, an
números reais, n ∈ ℕ e an ≠ 0, é chamada de polinômio de grau n na variável x.
Os monômios anxn, an – 1xn – 1, ..., a1x, a0 são os termos do polinômio.

Exemplos:
a) 10x6 – 15x5 + 20x4 (tem grau 6)
b) x4 + 3x3 – 2x + 1 (tem grau 4)
c) 20x + 6 000 (tem grau 1 ou é de 1o grau)
d) 2t3 – t2 – t – 3 (tem grau 3 ou é de 3o grau)

Mais sobre polinômios


Quando todos os coeficientes da expressão que define um polinômio são iguais a zero,
ele é chamado de polinômio nulo, ou identicamente nulo, e, nesse caso, não se define
seu grau.
Exemplos:
0x3 + 0x2 + 0x + 0
Normalmente, para escrever um polinômio, colocamos os monômios que o compõem
em ordem decrescente de grau.
Exemplos:
a) x2 + 3x + 5
b) 6x6 + 3x5 – 8x4 + 1 x3 + 3 x2 – x + 3
2 5
c) 5x7 – 1 x5 – 2x
6
Diz-se que um polinômio de grau n é completo quando ele possui, em seus termos,
monômios de todos os graus menores ou iguais a n.
Exemplos:
a) 2x4 – 3x3 + x2 + x – 1 é completo.
b) 24x5 + 8x3 – 6x2 – 7x é incompleto, pois faltam monômios de grau 4 e de grau 0.
O valor que se obtém ao substituir a variável de um polinômio por um número real
qualquer chama-se valor numérico do polinômio.
Exemplos:
O valor numérico de x3 – 2x2 – x + 2, que obtemos quando fazemos x = 1, é:
13 – 2 · 12 – 1 + 2 = 0.
Se fizermos x = –2, teremos (–2)3 – 2(–2)2 – (–2) + 2 = –12; o valor numérico do polinô-
mio para x = –2 é –12. MATEMÁTICA

Dois polinômios A e B são iguais, ou idênticos entre si, se assumem valores numéricos
iguais para todo x ∈ ℝ. Indicamos A = B.

Exemplos:
a) x3 – 2x + 3 = ax3 – bx + 3, se a = 1 e b = –2
b) 4x2 + mx + 5 = ax2 + 6x + b, se a = 4, m = 6 e b = 5

Álgebra 5

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 5 10/12/16 00:02


EXERCÍCIO RESOLVIDO

1 Escreva um polinômio completo do 3o grau, sabendo que, Se m2 – 1 ≠ 0, o polinômio é de grau 3 e n pode ser qualquer
ordenado segundo as potências decrescentes de x, seus valor.
coeficientes são, respectivamente: 2; –1; 0,5 e 2 . Se m2 – 1 = 0, então m = +1 ou m = –1 e, daí:
RESOLUÇÃO m + 1 = 1 + 1 = 2 ≠ 0 e o grau do polinômio será 2, ou
O polinômio é da forma ...x 3 + ...x2 + ...x + ... . m + 1 = (–1) + 1 = 0 e o grau do polinômio dependerá de n.
Colocando os coeficientes nos lugares respectivos, temos: Nesse caso, para n = 0, o polinômio é de grau zero; e, para n
≠ 0, o polinômio é de grau 1.
2x 3 – x2 + 0,5x + 2
Resumindo:
2 Determine o grau do polinômio (m2 – 1)x3 + (m + 1)x2 + nx + 5
em função de m e n. Se m ∈ ℝ – {–1, 1}, o polinômio tem grau 3, independentemente
do valor de n.
RESOLUÇÃO Se m = 1, o polinômio tem grau 2, qualquer que seja n.
O grau do polinômio depende dos coeficientes m2 – 1 de x 3, m Se m = –1 e n ≠ 0, o grau do polinômio é 1.
+ 1 de x 2 e n de x.
Se m = –1 e n = 0, o grau do polinômio é zero.

As respostas se encontram no final do caderno


PROBLEMAS E EXERCÍCIOS

1 Quais das seguintes expressões representam um polinômio eficientes são:


em x?
a) 5x3 – 0,6x + 3 a) 2 ; π; –2; –0,5; 5 b) 2π; 0; 0; 0; 3

b) 6x2 + x–1 – 2 4 O que mudaria no problema 3 se os polinômios estivessem or-


5 2 denados segundo as potências crescentes de x?
c) x4 – x2 + 6
3 5
d) 13
5 Calcule o valor numérico dos polinômios.
3
e) x + x – 1
1
a) t2 – 6t + 10 para t = 2
f) x – 5x + 2
2 2
b) x4 – 5x2 + 3x – 9 para x = –3
c) m3 – 9m para m = 1 e m = –1
2 Copie o quadro no caderno e complete-o.
6 Determine o grau de cada polinômio em x em função de m ∈ ℝ.
Escrita Coefi-
Valor ordenada ciente a) (m – 2)x3 + mx2 + 4x – 1
Número Coefi-
numérico segundo as do termo b) mx4 + mx2 + mx + m
Polinômio de Grau ciente
para potências de
termos de x2 c) (m2 – 4)x3 + (m – 2)x2 + m + 2
x = –1 decrescen- maior
tes de x grau d) (m2 + 1)x2 + 2mx + m
x – x5 + 1
2 – x3 + x – 2 7 Indique o grau de cada polinômio a seguir em função de
m ∈ ℝ e p ∈ ℝ.
x2 – 3x + 5
a) (2m + 1)x2 – 3x + 2
x – x2 b) (m – 8)x3 – 3mx2 + 2px + p – 1
x –x +x
4 2 3
c) (3p + p2)x3 – 3px2 + x + π
–1 – x
5 8 As respostas ao problema 7 são modificadas se impusermos
a condição de que os polinômios dados sejam completos?
0

9 Observe a pista de atletismo a seguir.


3 Um polinômio tem grau 4 e está ordenado segundo as po-
tências decrescentes de x. Expresse-o sabendo que seus co-

6 Álgebra

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 6 10/12/16 00:02


O perímetro interior da pista é 400 m. Calcule o raio das se-

CJT/Zapt
x micircunferências menores e a área da pista em função de x.

120
x 10 Seja o polinômio x100 + x99 + x98 + … + x2 + x + 1. Calcule seu
valor numérico quando:
a) x = 1 c) x = 2
1
b) x = –1 d) x =
2

INVENTE VOCÊ
1 Dê exemplos de expressões algébricas que não correspondem a polinômios.

FUNÇÃO POLINOMIAL

Dados os números reais an, an – 1, an – 2, ..., a1, a0, n ∈ ℝ, a função P, de ℝ em ℝ, definida por:
P(x) = anxn + an – 1xn – 1 + an – 2xn – 2 + ... + a1x + a0
é denominada função polinomial ou simplesmente polinômio.
Os números anxn, an – 1xn – 1, an – 2xn – 2, ..., a1x e a0 são os termos ou monômios; an, an – 1, an – 2, ...,
a1, a0 são os coeficientes de P, e x é a variável real dessa função.

Já conhecemos várias funções polinomiais e todas elas têm domínio ℝ:


f(x) = 0 é função nula;
f(x) = k é função constante;
f(x) = a1x + a0, a1 ≠ 0, é função do 1o grau ou afim;
f(x) = a2x2 + a1x + a0, a2 ≠ 0, é função do 2o grau ou quadrática.

Os gráficos dessas funções são dos tipos a seguir.

Função nula Função constante


y y

k>0
k
x
x

Função do 1o grau Função quadrática


y r y MATEMÁTICA

x x
x1 x2

Coeficiente angular: a1 > 0 a2 > 0


a0 > 0

Álgebra 7

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 7 10/12/16 00:02


x 0 0,5 1 1,5 2
O estudo de polinômios permite aprofundar o conceito de funções para as de
–1
grau maior que 2.
f(x) –6 0 0,375 0 –0,375 0
Observe ao lado os esboços dos gráficos cartesianos das funções f(x) = x3 –
y 3x + 2x e g(x) = x4 – 5x2 + 4.
2

A raiz ou zero de uma função polinomial, ou polinômio,


4
P(x) = anxn + an – 1xn – 1 + ... + a1x + a0, an ≠ 0, é o número real c, tal que P(c) = 0.
2
Analisando os gráficos do exemplo, podemos verificar que:
0 x os zeros ou raízes de f são 0, 1 e 2;
3 2 1 1 2 3 os zeros ou raízes de g são –2, –1, 1 e 2.
2
Podemos também relembrar algumas definições sobre funções:
f(x) = x3 – 3x2 + 2x
se x1 e x2 são valores quaisquer pertencentes a um intervalo I contido no domínio
4
de uma função f e:
para todo x1 < x2 ⇒ f(x1) < f(x2), dizemos então que f é crescente em I; ou
x –2 –1,5 –1 0 1 1,5 2 para todo x1 < x2 ⇒ f(x1) > f(x2), nesse caso dizemos que f é decrescente em I;
ponto de máximo local é um ponto de coordenadas (x0, f(x0)), onde f(x0) é o
g(x) 0 –2,1875 0 4 0 –2,1875 0
maior valor que a função assume em um intervalo I do domínio;
y
analogamente, ponto de mínimo local é um ponto de coordenadas (x0, f(x0)),
6 onde f(x0) é o menor valor que a função assume em um intervalo I do domínio.

4 Analisando o gráfico de f(x) = x3 – 3x2 + 2x, temos:


f é crescente, por exemplo, em ]0; 0,4[ e em ]2, +∞[.
2 f é decrescente, por exemplo, em ]0,5; 1,5[.
um ponto de máximo local de f está entre 0 e 1.
x
um ponto de mínimo local de f está entre 1 e 2.
–3 –2 –1 0 1 2
Quanto a g(x) = x4 – 5x2 + 4, observamos que:
–2
g é crescente, por exemplo, em ]–1, 0[.
–4 g(x) = x4 – 5x2 + 4 g é decrescente, por exemplo, em ]0; 1,5[.
g tem um ponto de mínimo local entre –2 e –1 e outro entre 1 e 2.
g tem um ponto de máximo local em 0.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

3 De um prisma quadrangular regular, em que a aresta da base problema.


mede x e a altura mede 3, foi cortado um cubo de aresta x. Para calcular o volume procurado, basta
a) Expresse a função que dá o volume V(x) da parte restante subtrairmos o volume do cubo cortado
do prisma, em função de x. do volume total do prisma.
V(x) = 3x 2 – x3
b) Quais são as raízes da função? 3
b) As raízes da função podem ser obtidas
c) Qual é o domínio dessa função? fazendo:
d) Esboce o gráfico da função. 3x2 – x3 = 0
x
e) Para que valores de x o volume do prisma é maior que 2 x 2(3 – x) = 0 x
e menor que 4? x2 = 0 ⇒ x = 0 ou 3 – x = 0 ⇒ x = 3

f) O que significa V(x) = 0? e V(x) = 4? c) O domínio da função é dado pelo inter-


valo [0, 3].
RESOLUÇÃO
d) Podemos esboçar o gráfico atribuindo alguns valores a x.
a) Podemos fazer um desenho representando os dados do

8 Álgebra

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 8 10/12/16 00:02


x V(x) y
4 e) Analisando o gráfico, vemos que 2 < V(x) < 4 para x entre
0 0
1 e ≅ 2,7.
0,5 0,625 3
1 2 f) V(x) = 0 significa que o cubo cortado coincide com o
1,5 3,375 2 próprio prisma de base quadrangular.
2 4 V(x) = 4 é o volume máximo que pode ter o sólido resul-
1 tante.
3 0 0,625
x
0 0,5 1 1,5 2 3

As respostas se encontram no final do caderno


PROBLEMAS E EXERCÍCIOS

11 Um campo retangular tem comprimento 2x – 1 e largura x + 5, feita por Luiz.


em metros.
14 Uma arquiteta está projetando um móvel em forma de
a) Indique uma expressão para o perímetro e uma para a
paralelepípedo. Pelos seus cálculos, a medida da área da
área.
base, em cm2, é dada por x2 + 5x, e as medidas, em cm,
b) Qual é o grau dos polinômios obtidos? dos comprimentos da base e da altura do móvel são, res-
c) Calcule os zeros das funções. pectivamente, x + 5 e 2x – 40. Sabendo que o móvel será
d) Interprete o que significam os zeros dessas funções em em madeira, responda às questões.
relação ao campo. a) Quais são os valores que x pode assumir?
b) Qual a expressão, em função de x, que dá o perímetro da
12 O sr. João gastou R$ 100,00 em x caixas de sabão em pó face da frente do móvel?
num supermercado. Ele quer vender todas as caixas em
seu mercadinho e obter um lucro de R$ 2,50 por caixa. c) Quais as expressões que dão, em função de x, a largura
e o volume do móvel?
a) Expresse, em função de x, o preço, em reais, de cada caixa
no mercado do sr. João. d) Quais as dimensões do móvel para que a área do tampo
seja de 1 800 cm2?
b) Quanto dinheiro entrou no mercadinho do sr. João quando
ele vendeu todas as caixas? 15 Mostre que –1 é raiz de P(x) = x2n + 1 + x2n + x + 1, n ∈ ℕ.
c) Justifique por que uma das expressões obtidas em a ou
b não é um polinômio. 16 Um polinômio P do 1o grau satisfaz as condições
P(2) = –2 e P(–3) = 13. Determine P e a raiz de P.
13 Luiz e Cristina fizeram uma viagem de carro de 500 km e
revezaram-se na direção. Cristina guiou x km e Luiz, o dobro; 17 Um polinômio P de grau 2 satisfaz as condições
depois, Cristina guiou mais 100 km e Luiz dirigiu o resto da P(0) = 2, P(–1) = 12 e P(2) = 6. Determine P e suas raízes.
viagem. Expresse, em função de x, a última etapa do trajeto

INVENTE VOCÊ
2 Imagine um monumento em forma de cilindro. Elabore um problema que envolva o
volume (V) e o raio (r) em uma função, além do domínio e da tabela a seguir.
MATEMÁTICA

r 0 1 1,5 2 10 Reveja o ER3:


ele pode
V
auxiliá-lo.

Álgebra 9

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 9 10/12/16 00:02


É importante chamar a atenção dos alu-
nos para o fato de que analisar as opera- OPERAÇÕES COM POLINÔMIOS
ções entre polinômios é um procedimento
já conhecido por eles. Destaque também Como os polinômios são funções com expressões particulares, para eles podemos
que esse é um procedimento característi- definir as mesmas operações que para as funções. No entanto, por serem polinômios, a
co no estudo de qualquer novo conceito adição, a subtração, a multiplicação e a divisão entre eles possuem algumas características.
em Matemática; ou seja, assim que defini-
mos um novo conceito algébrico (função, Vejamos:
matrizes, polinômios, números comple- Sejam os polinômios A(x) = x2 – 2x + 3 e B(x) = 2x3 – 5x2 – 1.
xos), investigamos como ele se relaciona
com as operações já conhecidas, de adi- a) A(x) + B(x) = (x2 – 2x + 3) + (2x3 – 5x2 – 1) = x2 – 2x + 3 + 2x3 – 5x2 – 1 =
ção, subtração, multiplicação etc.
= 2x3 – 4x2 – 2x + 2

b) A(x) – B(x) = (x2 – 2x + 3) – (2x3 – 5x2 – 1) = x2 – 2x + 3 – 2x3 + 5x2 + 1 =

= –2x3 + 6x2 – 2x + 4

c) A(x) · B(x) = (x2 – 2x + 3) · (2x3 – 5x2 – 1) = x2 · 2x3 – x2 · 5x2 – x2 – 2x · 2x3 + 2x · 5x2 +


+ 2x + 3 · 2x3 – 3 · 5x2 – 3 = 2x5 – 5x4 – x2 – 4x4 + 10x3 + 2x + 6x3 – 15x2 – 3 =

= 2x3 – 9x4 + 16x3 – 16x2 + 2x – 3

Observe que A · B tem grau 5.


Temos, então:

Adição: a soma de dois ou mais polinômios é um polinômio cujos termos são a soma algébrica
dos termos semelhantes dos polinômios que estão sendo somados.
Subtração: a diferença de dois polinômios é o polinômio que obtemos
adicionando um polinômio ao oposto do outro:
P(x) – Q(x) = P(x) + [–Q(x)]
O grau do polinômio soma ou diferença é menor ou igual aos graus de P e de Q.
Multiplicação: o produto de dois polinômios é um polinômio que obtemos multiplicando
cada termo do primeiro polinômio por todos os termos do segundo e adicionando os produtos
obtidos.
O grau do polinômio produto é igual à soma dos graus dos polinômios fatores.

Por sua vez, a divisão de polinômios possui uma definição própria:

Divisão
Efetuar a divisão de um polinômio A por um polinômio B é determinar um polinômio Q e
um polinômio R, tais que:
A(x) = B(x) · Q(x) + R(x) com grau R < grau B, ou R = 0
Denotamos:
A: dividendo; B: divisor; Q: quociente; R: resto.
Quando R = 0, dizemos que a divisão é exata.

Para o cálculo da divisão de polinômios, vamos apresentar três métodos.

Método da chave
Esse algoritmo baseia-se na divisão de números naturais. Dividindo, por exemplo, 489
por 21, temos:
489 21 489 21 489 21
2 –42 2 –42 23
69 69
–63
6

10 Álgebra

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 10 10/12/16 00:02


489 = 21 · 23 + 6 (6 < 21)
Essa divisão pode ser feita na forma polinomial:

489 = 4 · 102 + 8 · 101 + 9 · 100


21 = 2 · 101 + 1 · 100
– 9 · 100
4 · 102 + 8 · 101 + 2 · 101 + 1 · 100
–4 · 102 – 2 · 101 2 · 101 + 3 · 100
6 · 101 + 9 · 100 23

–6 · 101 – 3 · 100
6 · 100
6

Com os polinômios, a ideia é a mesma. Acompanhe os exemplos abaixo:


Exemplos:
a) Dividir P(x) = 4x2 + 8x + 9 por D(x) = 2x + 1 (compare com a divisão de 489 por
21):
4x2 + 8x + 9 2x + 1

Dividindo o 1o termo (4x2) de P pelo 1o termo (2x) de D, obtemos o 1o termo (2x) do


quociente Q. Subtraindo de P(x) o produto de 2x por D(x), temos o 1o resto parcial R1(x):
4x2 + 8x + 9 2x + 1
– 4x2 – 2x 2x
R1(x) = 6x + 9
Como grau (R1) = grau (D), repetimos o processo obtendo o 2o termo (+3) de Q(x) e o 2o
resto parcial R2(x):
4x2 + 8x + 9 2x + 1
– 4x2 – 2x 2x + 3
6x + 9
–6x – 3
6
Como grau (R2) < grau (D), a divisão de P por D encerra-se aqui e tem quociente
2x + 3 e resto 6.

b) Dividir P(x) = 3x – 6x2 + 8x4 – 2 por D(x) = –3x + 2x2 + 2.


Inicialmente, devemos ordenar os termos de P(x) e D(x) segundo potências decrescentes
de x, completando, se necessário, P(x):

8x4 + 0x3 – 6x2 + 3x – 2 2x2 – 3x + 2

Dividindo o 1o termo (8x4) de P pelo 1o termo (2x2) de D, obtemos o 1o termo (4x2) do


quociente Q; subtraindo de P(x) o produto de 4x2 por D(x), temos o 1o resto parcial R1(x):
8x4 + 0x3 – 6x2 + 3x – 2 2x2 – 3x + 2
–8x4 + 12x3 – 8x2 4x2
R1(x) = 12x3 – 14x2 + 3x – 2

Como grau (R1) > grau (D), repetimos o processo, obtendo o 2o termo (+6x) de Q(x) e o
2o resto parcial R2(x):
MATEMÁTICA

8x4 + 0x3 – 6x2 + 3x – 2 2x2 – 3x + 2


–8x4 + 12x3 – 8x2 4x2 + 6x
12x – 14x + 3x – 2
3 2

–12x3 + 18x2 – 12x


R2(x) = 4x2 –1 9x – 2
Como grau (R2) = grau (D), repetimos o processo, obtendo o 3o termo (+2) de Q(x) e o

Álgebra 11

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 11 10/12/16 00:02


3o resto parcial R3(x):
8x4 + 0x3 – 6x2 + 3x – 2 2x2 – 3x + 2
–8x4 + 12x3 – 8x2 4x2 + 6x + 2
12x – 14x + 3x – 2
3 2

–12x3 + 18x2 – 12x


4x2 –1 9x – 2
–4x2 + 6x – 4
R3(x) = –3x – 6
Como grau (R3) < grau (D), o processo está finalizado, com:

Q(x) = 4x2 + 6x + 2 e R(x) = –3x – 6

O grau do quociente de polinômios


O grau do quociente é a diferença dos graus de P e D porque:

P(x) = D(x) · Q(x) + R(x) com grau (R) < grau (D), ou R = 0

Então, grau D · Q = grau P, mas grau D · Q = grau (D) + grau (Q) = grau (P). Logo:

grau (Q) = grau (P) – grau (D)

Método de Descartes (dos coeficientes a determinar)


Esse processo de divisão fundamenta-se nas seguintes ideias:
o grau do quociente corresponde à diferença entre o grau do dividendo e o do divisor;
o resto R é nulo ou tem grau menor que o divisor (que é a própria ideia de divisão).
Vamos dividir o polinômio P(x) = 6x4 – 2x3 + 8x2 + x – 4 por D(x) = 3x2 – x + 1.
O grau do quociente Q é 2 porque é a diferença entre o grau do dividendo (4) e o do
divisor (2). Logo, Q(x) é da forma ax2 + bx + c e a = 2, pois 6x4 : 3x2 = 2x2.
O grau do resto é no máximo 1; logo, R(x) = dx + e, com d e e a serem determinados.
Como D(x) · Q(x) + R(x) = P(x), temos:
(3x2 – x + 1)(ax2 + bx + c) + (dx + e) = 6x4 – 2x3 + 8x2 + x – 4
3ax4 + (3b – a)x3 + (3c – b + a)x2 + (–c + b + d)x + c + e = 6x4 – 2x3 + 8x2 + x – 4
Então:
3a = –6 ⇒ a = 2
3b – a = –2 ⇒ b = 0
3c – b + a = –8 ⇒ c = 2
–c + b + d = –1 ⇒ d = 3–
c+e= –4 ⇒ e = –6
Portanto, Q(x) = 2x2 + 2 e R(x) = 3x – 6.

Divisão de um polinômio por um binômio do 10 grau


3
As divisões de polinômios por binômios, como x – 2, x + , x + 5, surgem em problemas
2
de Matemática mais frequentemente do que quaisquer outras divisões de polinômios
e desempenham papel importante na pesquisa de zeros de funções, na resolução de
equações etc.
O quociente e o resto da divisão de um polinômio P por um binômio do tipo x – a podem
ser obtidos através de um dispositivo prático, conhecido como divisão sintética ou
algoritmo de Briot-Ruffini.
Esse algoritmo consiste em efetuar a divisão fazendo cálculos apenas com os

12 Álgebra

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 12 10/12/16 00:02


coeficientes. Acompanhe o exemplo abaixo.
Dividir A(x) = 3x4 – 2x3 + 2x2 – x + 1 por x – 2 pelo método de Descartes, visto
anteriormente.
3x4 – 2x3 + 2x2 – x + 1 x–2
R ax3 + bx2 + cx + d

onde R é uma constante, porque grau R < 1 ∴ grau R = 0 ou R = 0:

3x4 – 2x3 + 2x2 – x + 1 = (ax3 + bx2 + cx + d)(x – 2) + R


3x4 – 2x3 + 2x2 – x + 1 = ax4 – 2ax3 + bx3 – 2bx2 + cx2 – 2cx + dx – 2d + R
3x4 – 2x3 + 2x2 – x + 1 = ax4 + (b – 2a)x3 + (c – 2b)x2 + x(d – 2c) – 2d + R
Daí:
a =3
b – 2a = –2 ⇒ b = 4
c – 2b = –2 ⇒ c = 10
d – 2c = –1 ⇒ d = 19
–2d + R = –1 ⇒ R = 39

Então, temos Q(x) = 3x3 + 4x2 + 10x + 19 e R(x) = 39.


Vejamos agora como funciona o dispositivo prático (acompanhe, comparando com o
processo descrito anteriormente).
a) Escrevemos os coeficientes do dividendo e a raiz do binômio (2); depois repetimos 2 3 –2 2 –1 1

o primeiro coeficiente do dividendo.


3
+
b) Multiplicamos o primeiro coeficiente pela raiz e adicionamos o resultado ao
2 3 –2 2 –1 1
segundo coeficiente para obter o segundo coeficiente do quociente.
× 3 4

c) Repetimos o processo; o último número (39) é o resto da divisão e 3, 4, 10 e 19 são os


coeficientes de Q(x).
Assim, temos: +
D(x) = 3x4 – 2x3 + 2x2 – x + 1
2 3 –2 2 –1 1
d(x) = x – 2 (divisor)
Q(x) = 3x3 + 4x2 + 10x + 19 × 3 4 10 19 39
R(x) = 39

EXERCÍCIO RESOLVIDO

4 Calcule o resto da divisão de x5 – 8x3 + 10x por x + 3 usando RESOLUÇÃO


o algoritmo de Briot-Ruffini. Apesar de o divisor não ser da forma x – a, é possível aplicar
1
RESOLUÇÃO o dispositivo de Briot-Ruffini, já que 2x – 1 = 2 x – e, nesse
2
1
Escrevemos os coeficientes do dividendo e a raiz do binômio. caso, a raiz do binômio é .
2 MATEMÁTICA
Como o polinômio dado é incompleto, é necessário completá- Assim, temos:
-lo com os coeficientes nulos ao aplicar o algoritmo.
O quociente é x 4 – 3x3 + x2 – 3x + 19. 1
2 –4 0 –1 2
2
O resto procurado é –57.
2 –3 3 7 9
– –
5 Determine o quociente e o resto da divisão de 2x4 – 4x3 – x + 2 2 4 8
por 2x – 1.

Álgebra 13

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 13 10/12/16 00:02


1 Devemos ter:
O quociente de 2x 4 – 4x3 – x + 2 por x – é:
2 R(x) ≡ 0 ⇒ (4m + 64)x + 6m – n + 144 ≡ 0 ⇒
3 7
2x 3 – 3x2 – x – , mas, para obtermos o quociente de
2 4 4m + 64 = 0

6m – n + 144 = 0
1
2x 4 – 4x3 – x + 2 por 2 x – , fazemos:
2 Resolvendo o sistema, obtemos m = –16 e n = 48.
3 7 Outro modo:
2x 3 – 3x2 – x –
2 4 = x 3 – 3 x 2 – 3 x – 7 e o resto é 9 .
2 2 4 8 8 Pelo método de Descartes, temos
6x3 – mx2 + 4x – n x2 + 4x + 6
6 Determine m e n para que o polinômio 0 6x + a
P(x) = 6x3 – mx2 + 4x – n seja divisível por
Então:
D(x) = x2 + 4x + 6.
6x3 – mx2 + 4x – n ≡ (x2 + 4x + 6)(6x + a)
Observe que, para resolver este exercício, o 6x3 – mx2 + 4x – n ≡ 6x3 + (a + 24)x2 + (4a + 36)x + 6a
método de Briot-Ruffini não se aplica.
Identificando os coeficientes, vem:

RESOLUÇÃO –m = a + 24 1
Dividindo P(x) por D(x) pelo método da chave, vem
4 = 4a + 36 2
6x3 – mx2 + 4x – n x 2 + 4x + 6 –n = 6a 3
–6x3 – 24x2 – 36x 6x – (m + 24)
–(m + 24)x – 32x – n
2
De 2 , obtemos a = –8. Substituindo em 1 e 3 , temos
+(m + 24)x2 + 4(m + 24)x + 6(m + 24) m = –16 e n = 48.
R(x) = (4m + 64)x + 6m – n + 144

LER
PARA RESOLVER

De todas as operações entre polinômios, a divisão tem especial importância, porque permite o estudo de uma função
polinomial pela sua decomposição em fatores na forma de polinômios do 1o ou do 2o graus. Isso será mais bem estudado
no caderno 12. Por enquanto, vale destacar que nos exercícios envolvendo a divisão de polinômios são usados diversos
termos que precisam ser bem entendidos e que têm seu significado semelhante aos dos termos que são usados entre
números. São eles: divisor, dividendo, divisível e fatores. Vejamos alguns exemplos.

Em uma divisão exata, o divisor é x2 – x + 1 e o quociente é x – 5. Qual é o dividendo?


Verifique se P(x) = 2x4 – 3x – 2x é divisível por x – 2.
Decomponha P(x) = 2x2 – x – 3 em fatores.

Para auxiliá-lo na leitura desses termos, vamos relembrar.


1o Em uma divisão, os termos têm nomes específicos.
16 5
1 3
16 é o dividendo; 5 é o divisor; 3 é o quociente; 1 é o resto da divisão.
E vale a relação 16 = 3 · 5 + 1, e o resto deve ser sempre menor que o divisor.
Na divisão de polinômios, vale o mesmo:
P(x) D(x)
R(x) Q(x)
P(x) é o dividendo.
D(x) é o divisor.

14 Álgebra

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 14 10/12/16 00:02


Q(x) é o quociente.
R(x) é o resto dessa divisão.
P(x) = Q(x) · D(x) + R(x) e grau R < grau D.
2o Dizemos que 72 é divisível por 9, mas não é divisível por 5.
a) Investigue o significado dessa afirmação e escreva o que significa dizer que um polinômio P é divisível ou não é
divisível por um polinômio Q.
b) Dê exemplos de polinômios em que um deles é divisível pelo outro e exemplos em que um deles não é divisível pelo
outro.
3o Quando escrevemos 60 = 22 · 3 · 5, temos que os números 2, 3 e 5 são fatores da decomposição do número 60 em
números primos. Podemos dizer, também, que 2 e 30 são fatores de 60 ou, ainda, que 6 e 10 são fatores desse número.
a) Escreva então, com suas palavras, o significado do polinômio x – 3 ser um fator de x2 – 5x + 6.
b) Generalize, escrevendo o que se entende ao afirmar que o polinômio em x, A(x), é um fator de P(x).

Utilize o que você escreveu sobre esta seção na resolução dos próximos exercícios e observe que ficou muito mais fácil
ler os enunciados dos problemas e entender o que deve ser feito para resolvê-los.
Ler exige conhecimento da linguagem específica.

As respostas se encontram no final do caderno


PROBLEMAS E EXERCÍCIOS

18 Dados os polinômios A(x) = 2x – 1 , B(x) = x2 – 3x + 2, B(x) = (x – 1)(x + 3)(x + 2) são idênticos entre si.
2
1
C(x) = x3 – x + x2 + 1, calcule. 23 Determine a, b e c para que o polinômio P(x) = 2ax2 +
2
a) A(x) + B(x) c) A(x) – B(x) + C(x) + ax – bx + a + 6x2 – 2x + c + 2 seja identicamente nulo.
b) B(x) – C(x) d) A(x) · B(x)
24 Determine a, b e c para que os polinômios A(x) =
19 Expresse os resultados na forma de polinômios. = a(x2 – 2x) + b(x2 – 4x + 2) + c e B(x) = 2(x – 1)(2x – 1)sejam
idênticos entre si.
a) (x2 – 4x + 3) + (x – 2x3 + 5x2)
b) (x2 – 4x + 3) – (x – 2x3 + 5x2) 25 Determine a condição para que ax2 + bx + c seja polinômio
c) (x3 – 7x2 + 10) – (x2 – 4x + 3) + quadrado perfeito.
+ (–x3 + 5x2 – 4x)
d) (x + 1)(x + 3) 26 (UFJF-MG) Dados dois polinômios A(x) e B(x), sabe-se que
e) (2x – 3)(x2 – 5x) S(x)  A(x)  B(x) é um polinômio de grau 8 e que D(x) 
A(x)  B(x) é um polinômio de grau 5. É correto afirmar:
f) (x + 1)(x – x + x – 1)
3 2

a) O polinômio W(x)  B(x)  A(x) tem grau 8.


20 Após resolver os exercícios 18 e 19, responda às questões. b) Os polinômios A(x) e B(x) têm o mesmo grau.
a) Que relação há entre o grau dos polinômios que são adi- c) O polinômio C(x)  A(x)  B(x) tem grau 13.
cionados e o grau do polinômio que representa a soma? d) O polinômio A(x) tem grau 5.
b) Que relação há entre o grau dos polinômios que estão e) O grau do polinômio B(x) é menor que 7.
sendo multiplicados e o grau do polinômio que representa
o produto? 27 Divida P por D:
a) P(x) = x2 + 3x – 4, D(x) = x2 – x – 1
21 O polinômio A tem grau 5 e o polinômio B tem grau 4. Dê o MATEMÁTICA
grau de cada polinômio a seguir. b) P(x) = x2 + x + 1, D(x) = x3 + 1
a) A + B b) A · B c) A – B c) P(x) = 6, D(x) = 2x + 1

22 Mostre que: 28 2x + 3 e –x + 2 são, respectivamente, o quociente e o resto


da divisão do polinômio P por 5x2 – 4x + 1. Determine P(x).
a) P(x) = (2x + 1)(x – 2) – x(x – 3) – (x + 2 ) (x – 2 ) é iden-
ticamente nulo.
29 Em uma divisão exata, o divisor é x2 – x + 1 e o quociente é
b) A (x) = (x – 1 ) (x + 3 ) + x 2 (x + 3 ) – x – 3 e

Álgebra 15

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 15 10/12/16 00:02


2x2 + 3. Qual é o dividendo? c) P(x) = 4x4 – 16x3 + 15x2 – 8x + 8, D(x) = 4x – 2
d) P(x) = 5x4 – 6x2 + x + 6, D(x) = –x + 1
30 Mostre que o polinômio:
a) P(x) = x3 – 6x2 + 11x – 6 é divisível por x – 2. 33 O quadro a seguir é o algoritmo de Briot-Ruffini da divisão
b) P(x) = x4 + 2x3 – x2 + x + 6 é divisível por x + 2. de um polinômio P por D(x) = x – a. Determine P, D e o quo-
ciente Q da divisão de P por D.
31 Divida P por D.
a) P(x) = 3x3 – 5x2 + 1, D(x) = x – 3 –2 6 c –1 e 2 g
b) P(x) = 4x4 – x3 + 2x – 3, D(x) = x – 2
6 –7 d –30 f –123
c) P(x) = x4 + 3x3 – x2 – 1, D(x) = x + 2
d) P(x) = –6x4 + 5x3 – 4x – 3, D(x) = x + 1
34 (IFSC) Dada a função polinomial f(x)  x3  x2  x  1, o valor
de f(3)f(0)f(f(1)) é:
32 Divida P por D:
a)  20. c)  16. e) 16.
a) P(x) = 6x3 – 11x2 + 4x – 2, D(x) = 2x – 1
b)  18. d) 20.
b) P(x) = 8x3 + 2x2 + x – 4, D(x) = 2x + 1

INVENTE VOCÊ
3 Dê exemplos de dois polinômios de grau 4 cuja soma seja um polinômio de grau 3.
4 Elabore um exercício sobre divisão de polinômios cujo quociente seja x2 + 6x – 7 e o resto não nulo.

Divisibilidade por x – a
Seja P um polinômio de grau n. A relação que traduz a divisão de P por x – a é:
P(x) = (x – a) · Q(x) + R(x)
Nessa relação, o grau de Q será n – 1 e R será nulo, ou polinômio de grau zero. Essa
igualdade mostra que é possível calcular R(x) sem efetuar a divisão.
De fato, substituindo x por a em ambos os membros da equação:
P(x) = (x – a) · Q(x) + R(x), temos:
P(a) = (a – a) · Q(a) + R(a) ou P(a) = R(a) (como R(x) = 0 ou R(x) = k, k ∈ ℝ*,
P(a) = R(a) = 0 ou P(a) = R(a) = k)
Daí concluímos que:

O resto da divisão do polinômio P por x – a é P(a).

A seguir, exemplos de aplicação dessa propriedade.


Sendo P(x) = x3 – x – 6:
a) O resto da divisão de P(x) = x3 – x – 6 por x + 1 é P(–1).
Substituindo x por –1, temos: P(–1) = (–1)3 – (–1) – 6 = –6; logo, o resto é –6.
b) O resto da divisão de P(x) por x – 3 é P(3) = 33 – 3 – 6 = 18.
Já sabemos que um número a é raiz de um polinômio se P(a) = 0.
Se P é divisível por x – a, o resto da divisão é zero ou P(x) = (x – a) · Q(x) + 0; logo, P(a)
= 0 e a é raiz do polinômio.
Reciprocamente, se b é raiz de P(x), então P(b) = 0 e o resto da divisão de P por x – b é
zero; logo, P é divisível por x – b. Assim:

Dizer que a é raiz de P equivale a dizer que P é divisível por x – a.

16 Álgebra

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 16 10/12/16 00:02


As respostas se encontram no final do caderno
PROBLEMAS E EXERCÍCIOS

35 Sem efetuar a divisão, calcule o resto da divisão de x3 – 3x2 37 (UFTM-MG) Dividindo-se o polinômio p(x)  3x4  2x3
– 4x + 6 por:  mx  1 por (x  1) ou por (x  1), os restos são iguais. Nes-
a) x – 3 b) x + 2 c) 2x + 4 d) 3x + 1 se caso, o valor de m é igual a:
a) 2 b) 1 c) 1 d) 2 e) 3
36 Sem efetuar as divisões:
a) verifique se 2x4 – 3x – 26 é divisível por x – 2; 38 (Fuvest-SP) O polinômio p(x)  x4  ax3  bx2  cx 8, em
que a, b, c são números reais, tem o número complexo 1  i
b) determine o valor de k para que P(x) = como raiz, bem como duas raízes simétricas.
= x3 – kx2 – 2x – 4 seja divisível por x + 2; a) Determine a, b, c e as raízes de p(x).
c) indique quais dos números –2, 0, 1, 2 e 3 são zeros de P(x) b) Subtraia 1 de cada uma das raízes de p(x) e determine
= x3 – 3x2 – 4x + 12. todos os polinômios com coeficientes reais, de menor
grau, que possuam esses novos valores como raízes.

DECOMPOSIÇÃO EM FATORES E
RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES POLINOMIAIS
A fatoração de polinômios é importante na resolução de equações e inequações com
base na propriedade seguinte:

Se a e b são números reais tais que a · b = 0, então a = 0 ou b = 0.

Exemplo:
Para achar as raízes de P(x) = x3 – x, usamos o fato de que x3 – x = x(x + 1)(x – 1) e
podemos determinar suas raízes utilizando a propriedade:
se x(x + 1)(x – 1) = 0, então x = 0 ou x + 1 = 0 ou x – 1 = 0; logo:
x = 0, x = –1 e x = 1 são as raízes de x3 – x = 0.
Vimos anteriormente que, se P admite a raiz a, ele é divisível por x – a, ou seja, pode
ser escrito como P(x) = (x – a) · Q(x) + 0 ou P(x) = (x – a) · Q(x). Nesse caso, dizemos que a
fatoração de P(x) tem dois fatores.
Se P admite outra raiz b diferente de a, Q deve ser divisível por (x – b) e teremos
P(x) = (x – a)(x – b) · Q1(x).
Então, se o polinômio tiver grau n, poderá ter no máximo n raízes r1, r2, ..., rn, e sua
decomposição será:

P(x) = an(x – r1)(x – r2) ... (x – rn)

onde an é o coeficiente do termo de mais alto grau.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

3 3
7 Mostre que –1 e 2 são raízes de P(x) = 2x2 – x – 3 e decom-
MATEMÁTICA
Logo, –1 e são raízes de P.
2
ponha P em fatores. 3
P(x) admite, então, os fatores x + 1 e x – , e escrevemos
2
3
RESOLUÇÃO P(x) = 2(x + 1) x – .
2
P(–1) = 2(–1)2 – (–1) – 3 = 0
2
8 Verifique que A(x) = 2x3 – 2x2 – 8x + 8 admite as raízes –2,
3 3 3 1 e 2 e decomponha A(x) em fatores.
P =2 – –3=0
2 2 2

Álgebra 17

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 17 10/12/16 00:02


RESOLUÇÃO 1
e P(x) = (x + 2) · 2(x + 2) x + , e então
Se –2, 1 e 2 são raízes, A(x) é divisível por x + 2, x – 1 e x – 2. 2
Usando o dispositivo de Briot-Ruffini, podemos confirmar isso. 1
P(x) = 2 x + (x + 2) 2.
2
–2 2 –2 –8 8
Para resolver a equação 2x3 + 9x2 + 12x + 4 = 0, fazemos:
2 –6 4 0
1
2(x + 2)(x + 2) x + =0
2
1 2 –2 –8 8 1 1
x + 2 = 0 ⇒ x = –2 ou x + = 0 ⇒ x = –
2 0 –8 0 2 2
Observe que, nesse caso, x = –2 é raiz de dois fatores de P(x),
2 2 –2 –8 8 e dizemos que –2 é uma raiz dupla de P.
2 2 –4 0 1
S = –2, –
Como o resto das três divisões é zero, 2x 3 – 2x 2 – 8x + 8 é 2
divisível por x + 2, x – 1 e x – 2 e –2, 1 e 2 são raízes de A.
Podemos escrever A(x) = 2(x + 2)(x – 1)(x – 2). 11 As dimensões de um paralelepípedo
reto–retângulo são indicadas na fi-
9 Sabendo que P(x) = x3 – 2x2 – x + 2 admite raiz 1, decomponha gura ao lado, em metros.
P em fatores e encontre a solução de P(x) = 0. a) Escreva a equação que dá os 3x + 1
valores de x quando o volume
RESOLUÇÃO for 42 m3. Sabendo que 2 metros
Como P(x) tem raiz 1, é divisível por x – 1. Calculemos o é uma solução desse problema,
quociente de P(x) por x – 1. investigue se há outras soluções 1
x x+
positivas.
1 1 –2 –1 2
1 –1 –2 0 b) Descubra os valores de x para os quais o volume é maior
Q(x) = x – x – 2 e podemos escrever:
2 que 42 m3.
P(x) = (x – 1) (x2 – x – 2) = (x – 1)(x + 1)(x – 2). RESOLUÇÃO
Para resolver P(x) = 0, fazemos:
a) x(x + 1)(3x + 1) = 42
x–1=0⇒x= 1
(x – 1)(x + 1)(x – 2) = 0 ⇒ ou x + 1 = 0 ⇒ x = –1 3x 3 + 4x 2 + x – 42 = 0
ou x – 2 = 0 ⇒ x = 2 2 é solução; logo, 3x3 + 4x2 + x – 42 é divisível por
x – 2:
e a solução do problema é:
S = {–1, 1, 2} 2 3 4 1 –42
3 10 21 0
10 Resolva a equação 2x3 + 9x2 + 12x + 4 = 0, sabendo que
uma das raízes é –2. Daí, 3x3 + 4x2 + x – 42 = (x – 2)(3x 2 + 10x + 21).
Se Q(x) = 3x2 + 10x + 21, vamos procurar por raízes po-
RESOLUÇÃO
sitivas de Q.
Vamos dividir P(x) = 2x3 + 9x2 + 12x + 4 por x + 2. Para saber isso, devemos resolver 3x 2 + 10x + 21 = 0.
–2 2 9 12 4 Como  < 0, não há soluções reais para 3x2 – 10x + 21 = 0
e, portanto, a única solução de 3x3 + 4x2 + x – 42 = 0
2 5 2 0 é 2 metros.
Então, 2x + 9x + 12x + 4 = (x + 2)(2x + 5x + 2).
3 2 2
b) 3x3 + 4x2 + x > 42 ⇒ 3x3 + 4x2 + x – 42 > 0 ⇒
2x2 + 5x + 2 é um trinômio do 2o grau que admite como raízes
1 ⇒ (x – 2)(3x2 + 10x + 21) > 0
–2 e – ; assim, podemos escrever: Como o segundo fator não tem raízes e é sempre positivo,
2
1 então:
2x2 + 5x + 2 = 2(x + 2) x + (x – 2)(3x2 + 10x + 21) > 0 quando x – 2 > 0; logo,
2
V > 42 quando x > 2.
ANOTAÇÕES

18 Álgebra

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 18 10/12/16 00:02


As respostas se encontram no final do caderno
PROBLEMAS E EXERCÍCIOS

39 Determine as raízes dos polinômios a seguir. 43 Sabendo que P(x) = x4 + 2x3 – 4x2 – 2x + 3 admite a raiz 1
a) x3 + 2x2 – x duas vezes, então:
b) m + 3m – 4m
3 2 a) decomponha P(x) em fatores.
c) y5 + y4 – 16y3 b) resolva a equação P(x) = 0.

40 Fatore os polinômios do exercício 39. 44 Para x = 2, o polinômio P(x) = 2x3 – 2x2 – 8x + 8 se anula.
Resolva P(x) = 0.
41 Resolva as equações.
45 Uma empresa de marketing estima que, n meses após o lan-
a) x4 – 13x2 + 36 = 0, sabendo que 2 e 3 são raízes.
çamento de um novo produto no mercado, o número de famí-
b) 6x3 – 11x2 + 6x – 1 = 0, sabendo que tem 1 como raiz. lias que irão comprá-lo é, em milhares, dado pela expressão
10
42 Resolva. f(n) = n(12 – n), com 0 ⩽ n ⩽ 12.
2
a) (x + 1)(x – 1) = x2 + 2x + 1 a) Esboce o gráfico de f.
b) t3 – 7t + 6 = (t – 1)2 (t + 3) b) Ao final de quantos meses o número de pessoas que
poderão comprar o produto será máximo?

INVENTE VOCÊ

Imagens: Zapt
5 A partir da figura, invente um problema
que trate de embalagens.
10
Seu problema deve envolver gráfico e
noção de volume.
x
x
16

CALCULADORA As respostas se encontram no final do caderno

1 Um recipiente em forma de cone, com 0,6 m de raio e 1 m de d) Qual é a razão entre a quantidade de óleo quando o
altura, tem o vértice voltado para cone está cheio e quando a altura do óleo corresponde
m
0,6 à metade da capacidade do recipiente?
baixo e está cheio de óleo combus-
tível. O recipiente tem um pequeno
furo no vértice, por onde o óleo vai 2 Um depósito de combustível tem a forma de um cilindro, cujo
gotejando. diâmetro da base, em metros, é dado por 2x – 4. A altura é
1m
dada por x2 + 2.
a) Calcule o volume inicial de óleo.
h a) Quais são os valores de x que tornam o problema possível?
b) Mostre que a expressão do volu-
me de óleo é V(h) = 0,12πh3. b) Encontre, em função de x, uma expressão que indique a
capacidade do reservatório.
c) Use a calculadora e encontre o
volume quando: c) Calcule quantas latas de tinta serão necessárias para
pintar o reservatório por fora, se uma lata de tinta dá
h = 0,45 m h = 0,125 m para 20 m2 e o raio da base mede 2,25 m.
h = 0,25 m h = 0,5 m
MATEMÁTICA

CÁLCULO RÁPIDO

Após ler os Exercícios resolvidos 1 e 2 e os Problemas e exercícios de 1 a 10, faça Veja orientação de como encaminhar
essa atividade no Manual do professor.
uma relação do que precisa ser retomado em cálculo rápido com álgebra e crie
com o professor e os colegas uma lista de atividades de cálculo algébrico.

Álgebra 19

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 19 10/12/16 00:02


PALAVRAS-CHAVE
Polinômios
Função polinomial
Operações com polinômios
Escreva no caderno um resumo sobre as principais informações da unidade envolvendo
essas palavras-chave.
Procure explicar de modo bem pessoal, ilustrando com exemplos e problemas.

SAIA DESSA As respostas se encontram no final do caderno

1 (UFPR) Temos três caixas, uma com duas bolas azuis, outra com duas bolas brancas e
uma terceira com uma bola branca e outra azul. Cada caixa tinha uma etiqueta corres-
pondente a seu conteúdo —AA, BB e AB —, contudo alguém trocou as etiquetas de tal
forma que todas ficaram etiquetadas de forma errada. Tirando apenas uma bola por vez
de qualquer das caixas, sem olhar o conteúdo, qual é o menor número de bolas que deve
ser retirado para saber o conteúdo de cada caixa?

a) Cinco bolas. c) Três bolas. e) Uma bola.


b) Quatro bolas. d) Duas bolas.

2 (Fuvest-SP) O segmento AB é lado de um hexágono regular de área 3.


O ponto P pertence à mediatriz de AB de tal modo que a área do triângulo PAB vale 2 .
Então, a distância de P ao segmento AB é igual a
a) 2 c) 3 2 e) 2 3
b) 2 2 d) 3

3 (UnB-DF) A figura abaixo mostra um mosaico formado por arcos de circunferências.


Sabendo que os quadrados pontilhados têm lado medindo 7 cm e considerando π igual
22
a ,determine a área da região destacada, em cm2.
7
Zapt

4 (ESPM-SP) A composição de uma certa população, por faixa etária, é verificada na tabe-
la abaixo:

CRIANÇAS JOVENS ADULTOS IDOSOS


(0 a 14 anos) (15 a 24 anos) (25 a 60 anos) (+ de 60 anos)

32% 24% 38% 6%

Num gráfico de setores, o ângulo central correspondente à população de jovens medirá,


aproximadamente:
a) 86° d) 67°
b) 54° e) 94°

As resoluções encontram-se no c) 78°


portal, em Resoluções e Gabaritos

20 Álgebra

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 20 10/12/16 00:02


As respostas se encontram no final do caderno PARA RECORDAR

1 Observe o gráfico. 5 (UEL-PR) O gráfico de uma função f mostra o deslocamento


vertical de um surfista sobre uma onda, em função do tem-
r
y po.

Deslocamento vertical
2
3 f
1,5
?

x
0 (0, 0) t1 t2 t3 t4 t5 t6 t7 t8 t9 t10 Tempo
2 5
Gráfico da função f

a) Determine a função f cujo gráfico é a reta r.


Com base no gráfico e nos conhecimentos sobre funções,
b) Estude o sinal da função.
considere as afirmativas a seguir.
c) Dê o domínio e a imagem de f.
I. Para todo t ∈ (t3, t7); f é constante.
2 Um observador, do alto da torre de uma plataforma marí- II. Para todo t ∈ (0, t3), f(t)  cos t  2.
tima de petróleo, a uma altura de 50 m, avista um barco.
III. Para todo t ∈ (t7, t10), f(t)  m  t  b, onde m  0.
Sabendo que o ângulo de depressão em relação à proa do
barco é de 60°, a que distância da plataforma o barco está? IV. A função f assume seu valor máximo em t = t2.

Assinale a alternativa correta.


3 (Uerj) Uma família comprou água mineral em embalagens
de 20 L, de 10 L e de 2 L. Ao todo, foram comprados 94 L a) Somente as afirmativas I e III são corretas.
de água, com o custo total de R$ 65,00. Veja na tabela os b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
preços da água por embalagem: c) Somente as afirmativas II e III são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
Volume da embalagem (L) Preço (R$)
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
20 10,00

10 6,00 6 (Insper-SP) Dois faraós do antigo Egito mandaram construir


2 3,00 seus túmulos, ambos na forma de pirâmides quadrangula-
res regulares, num mesmo terreno plano, com os centros de
suas bases distando 120 m. As duas pirâmides têm o mesmo
Nessa compra, o número de embalagens de 10 L cor- volume, mas a área da base de uma delas é o dobro da área
responde ao dobro do número de embalagens de da base da outra. Se a pirâmide mais alta tem 100 m de altu-
20 L, e a quantidade de embalagens de 2 L corresponde a ra, então a distância entre os vértices das duas pirâmides,
n. O valor de n é um divisor de: em metros, é igual a
a) 32 a) 100
b) 65 b) 120
c) 77 c) 130
d) 81 d) 150
e) 160
4 Usando a regra de Cramer, discuta os sistemas:

a + b + c = 12 7 (UFPR) O produto de 417 por 1 é 9 057, sendo


a) 3a – b + 2c = 14 que os símbolos representam números da base decimal. As-
sinale a alternativa que apresenta o produto correto. MATEMÁTICA
2a – 2b + c = –3
a) 9 131 057
b) 9 343 057
4x – 3y + z = 3 c) 9 242 057
b) 3x + y + 4z = –1 d) 9 121 057
5x – 2y + 3z = 2 e) 9 141 057

Álgebra 21

Book_MAT3_CAD11-v2.indb 21 10/12/16 00:02


CONEXÃO MATEMÁTICA – CRIPTOGRAFIA

POLINÔMIO: CHAVE DE SEGREDOS

Digital Art/Corbis/Latinstock
As tentativas de se guardar um segredo “a sete chaves” são
antigas. Têm-se registros de cerca de 2000 a.C. sobre métodos cria-
dos para esconder um segredo por meio de códigos: criptografia.
A evolução histórica de registros criptografados é no mínimo
curiosa. Textos salpicados de termos sem sentido, grafados em
argila, pedra ou madeira; mensagens tatuadas no couro cabeludo
de escravos; papiros enrolados em bastão, tendo na forma de de-
senrolar a revelação da mensagem; manuscritos com sistema de
códigos quase invioláveis; e outros tantos mecanismos de guardar
segredo.
Na Idade Média, todos os governos se utilizavam da criptogra-
fia; nas guerras, tal como hoje, ter uma inviolável criptografia é
tão importante quanto ter poderosas armas.
O avanço tecnológico trouxe os computadores, guardando
em sua memória as informações pessoais. Com a internet colo-
cando essas máquinas em rede, a proteção dos segredos ficou
fragilizada, e a criptografia deixou de ser arte ou simples téc-
nica para se constituir em uma área de estudo da Matemática.
Assim, na atualidade, avançados centros de pesquisa se dedi-
cam a desenvolver métodos sofisticados para cifrar e decifrar
dados, contribuindo para a ampliação dos métodos de proteção
da informação.
Dois destaques são interessantes. Um deles se sobressai pela curiosidade: em 1999, Sarah Flannery, uma aluna
de 16 anos de uma escola secundária da Irlanda, ganhou evidência nas páginas de jornal do mundo inteiro ao apre-
sentar, em uma feira de trabalhos científicos escolares, um método matemático de codificação e decodificação de
informação. Na ocasião, os organizadores da feira tiveram que convocar uma comissão de matemáticos de alto nível
para julgar o trabalho de Sarah. A comissão não só considerou corretos seus resultados, como classificou o trabalho
da jovem como uma brilhante contribuição à criptografia. A base do seu método utilizava multiplicação de matrizes.
O outro destaque diz respeito ao tema sobre o qual temos interesse. Em 2002, os matemáticos indianos Agrawal, Kayal e Saxena
surpreenderam a todos apresentando um método com base em complexidade polinomial: algoritmo AKS (iniciais de seus nomes).
A multiplicação de matrizes ou as operações com polinômios fazem parte do rol de possibilidades de operar nú-
meros para cifrar ou decifrar mensagens. Esses métodos matemáticos são chamados algoritmos. O segredo da cripto-
grafia está em usar um algoritmo e uma chave (tabela de números que constituem o segredo, como uma senha) para
transformar uma mensagem, já codificada em números, em outra mensagem. A segurança da chave está em usar nú-
meros que não são facilmente identificados e por isso são usados fatores primos de um número inteiro enorme. Re-
conhecer um número pelos seus fatores primos é fácil quando se trata de números pequenos, tal como: 15 = 3 · 5.
Porém, com números muito grandes (com milhões de algarismos) é muito difícil, mesmo com o uso de processos compu-
tacionais avançados.
Sucintamente, os sistemas criptográficos atuais podem ser esquematizados como na figura a seguir. A mensagem escri-
ta é codificada em números que são alterados por um algoritmo junto a uma chave (números que constituem o segredo).
Para decifrar, faz-se o processo inverso.

22 Álgebra

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Zapt
1458932514672 1458932514672
2569871254687 2569871254687
56987416520168 56987416520168
54876321098741 54876321098741
10239874562055 10239874562055
32051478965254 32051478965254
52368456874125 52368456874125
56987563214568 56987563214568
58467812396547 58467812396547

Informação Informação Informação Informação Informação


registrada codificada criptografada codificada registrada

Representação de um fluxograma para o processo de criptografia em ambiente virtual.

O que a equipe de indianos conseguiu foi um método (o algoritmo) de se obter os fatores primos de um número
enorme usando um sistema de complexidade polinomial. Para um entendimento ainda que restrito, pois o processo exige
um considerável espaço, vamos simular a criptografia da palavra viktoria, usando um codificador ASCII (um programa
destinado a isso) e um polinômio como algoritmo.
O primeiro passo é codificar as letras (uso do codificador).

V I K T O R I A
86 73 75 84 79 82 73 65

O segundo passo é escolher o algoritmo. Optamos por um polinômio-chave de grau 5, bem simples, pois comumente
se utilizam polinômios de grau bastante elevado.
f(x) = p0x5 + p1x4 + p2x3 + p3x2 + p4x + p5, onde:
p0, p1, p2, p3, p4 e p5 são os coeficientes que formam a chave privada e x é a variável da posição da letra no texto da
mensagem.
Escolhemos a chave privada (formada por números primos) 1 – 5 – 1 – 2 – 7 – 1 e a utilizamos como coeficientes do
polinômio. Assim, tem-se:
f(x) = 1x5 + 5x4 + 1x3 + 2x2 + 7x + 1, onde f(1) = 17, f(2) = 143...
Para facilitar, vamos usar uma tabela para organizar o processo de cifração.

Posição (x) 1 2 3 4 5 6 7 8

Mensagem V I K T O R I A

Código [1] 86 73 75 84 79 82 73 65

f(x) [2] 17 143 715 2 429 6 461 14 587 29 303 53 945

[1] + [2] 103 216 790 2 513 6 540 14 669 29 376 54 010

Texto cifrado g Ø Ñ Œ M À Ú

Nas linhas 3 e 4 da tabela, estão, respectivamente, os números do código e os números formados pelo valor da
função polinomial f(x), conforme a posição da letra no texto f(1), f(2), f(3), ... Na linha 5 tem-se uma operação de
soma das linhas anteriores, obtendo novos valores numéricos como resultado. Esses valores, transformados em men-
MATEMÁTICA
sagens pelo mesmo codificador ASCII, formam o texto cifrado. Assim, a palavra viktoria fica registrada: g∅ ÑŒMÀÚ.
É interessante perceber que a letra i aparece duas vezes no texto original, mas no texto cifrado não se percebe que
se trata da mesma letra.
Muitos sistemas são usados ou estão em fase de pesquisa e aperfeiçoamento para cifrar mensagens. Os algoritmos
utilizados são vários: logaritmos, exponencial, matricial... Polinômios é apenas um deles.

Álgebra 23

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Gerente editorial: M. Esther Nejm
ANOTAÇÕES Editor: Silvana Rossi Júlio
Editores assistentes: Carlos Eduardo de Oliveira,
Cláudia Renata Costa Colognori, Erich Gonçalves da Silva,
Marcelo de Hollanda Wolff, Marcos Soel
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Coordenador de revisão: Camila Christi Gazzani
Revisores: Cárita Negromonte, Fausto Barreira, Maria do
Rosário Sousa, William Silva
Assistente de produção editorial: Rachel Lopes
Corradini
Coordenador de iconografia: Cristina Akisino
Pesquisa iconográfica: Enio Rodrigo Lopes
Gerente de artes: Ricardo Borges
Coordenador de artes: Vagner Castro dos Santos
Produtor de artes: Narjara Lara
Ilustrações: Alex Silva, BIS, Conceitograf, Paulo César,
TPG Design, Wison Jorge Filho, Zapt
Assistentes de produção de artes: Jacqueline Ortolan,
Paula Regina Costa de Oliveira
Tratamento de imagens: Bernard Fuzetti, Emerson
de Lima
Produtor gráfico: Robson Cacau Alves
Colaboraram para esta Edição do Material:
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Gestão do Projeto: Thiago Brentano
Coordenação do Projeto: Cristiane Queiroz
Coordenação Editorial: Simone Savarego,
Rosiane Botelho e Valdete Reis
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Capa: lab 212
Ilustrações de capa: Aurielaki/ Golden Sikorka/
Sentavio/ Macrovector/ Shutterstock
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Matemática: Dra. Maria Elasir Seabra Gomes e
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Smole, Kátia Stocco


Sistema de ensino ser : ensino médio, cadernos de
1 a 12 : matemática : professor / Kátia Stocco Smole,
Maria Ignez Diniz. -- 2. ed. -- São Paulo : Ática, 2017.

1. Matemática (Ensino médio) I. Diniz, Maria


Ignez. II. Título.

16-08184 CDD-510.7

Índices para catálogo sistemático:


1. Matemática : Ensino médio 510.7
2016
ISBN 978 85 8 18386 9 (AL)
ISBN 978 85 8 18393 7 (PR)
2ª edição
1ª impressão

Impressão e acabamento

Uma publicação

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