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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO FACULDADE

DE PUBLICIDADE E PROPAGANDA

ANA JÚLIA BERTO DALLA DÉA

ANNA JULIA DI PIERI GARGIA FERREIRA

BEATRIZ VENEGAS DOS SANTOS

CAMILA MENDES BICALETTO

CLARA SIMÕES LINS DE ALBUQUERQUE

FELIPE DINIZ RESENDE

ECONOMIA CIRCULAR
Analise do mercado cervejeiro

SÃO PAULO

2022
ANA JÚLIA BERTO DALLA DÉA

ANNA JULIA DI PIERI GARGIA FERREIRA

BEATRIZ VENEGAS DOS SANTOS

CAMILA MENDES BICALETTO

CLARA SIMÕES LINS DE ALBUQUERQUE

FELIPE DINIZ RESENDE

Análise de Macro e Micro Ambiental do Mercado de Cerveja no Brasil

Trabalho apresentado a Pontifícia


Universidade Católica de São Paulo
como parte dos requisitos para conclusão
do curso de graduação em Publicidade e
Propaganda.

Orientador: Vânia de Farias e Andreia


Perroni Escudeiro.

SÃO PAULO

2022
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO......................................................................................................4
1.1 - Economia circular...........................................................................................6
1.2 – Industria Cervejeira, economia circular e sustentabilidade............................7
2 - MACROAMBIENTE..............................................................................................8
2.1 - Ambiente demográfico....................................................................................8
2.2 - Ambiente econômico....................................................................................10
2.3 - Ambiente político-legal.................................................................................12
2.4 - Ambiente natural...........................................................................................13
2.5 - Ambiente tecnológico...................................................................................17
2.6 Ambiente sociocultural....................................................................................18
7. – REFERÊNCIAS.................................................................................................20
1 - INTRODUÇÃO.

A cerveja é uma das bebidas mais populares e apreciadas em todo


o mundo, com uma história que remonta a milhares de anos. A cerveja é
essencialmente uma bebida alcoólica feita de água e grãos.
Há evidências de que a região da Mesopotâmia, onde a cevada
cresceu em estado selvagem, foi onde a cervejaria começou. Os primeiros
registros de fabricação de cerveja remontam ao período mesopotâmico
dos Sumérios. É provável que a primeira cerveja tenha sido produzida por
acaso. Em 2100 a.C., os sumérios bebevam uma bebida fermentada feita
de cereais. Na Suméria, as "casas de cerveja", administradas por
mulheres, eram responsáveis por cerca de 40% da produção de cereais do
país. O povo egípcio rapidamente descobriu como fazer cerveja e manteve
a tradição no século seguinte, adicionando o líquido à sua dieta diária.
Acredita-se que em 1637, o holandês Maurício de Nassau chegou
ao Brasil junto com o cervejeiro Dirck Dicx. Em outubro de 1640, eles
abriram a primeira fábrica de cerveja das Américas. Na residência
chamada “La Fontaine”, fabricavam uma cerveja encorpada, com cevada e
açúcar.
Muitas coisas mudaram quando a Família Real portuguesa
desembarcou em nosso país em 1808. O rei Dom João costumava beber
muita cervejinha. Ele revogou o alvará da rainha Dona Maira I logo ao
chegar e decretou que os portos seriam abertos às nações amigas.
Até 1814, os portos estavam abertos apenas para an Inglaterra, o
que significava que a cerveja que o Brasil consumia era britânica. Até
1870, os ingleses dominaram o mercado de cervejas importadas. A
cerveja alemã passou a ser preferida devido à imigração na segunda
metade do século. Ao contrário das inglesas, que vinham em barris, ela
vinha em garrafas e caixas.
Em muitas regiões do mundo, a cerveja é uma parte importante da
cultura. Ela é apreciada em várias ocasiões, desde encontros sociais
informais até jantares elegantes. Atualmente é a terceira bebida mais
popular do mundo, ficando atrás apenas da água e do café. É um produto
com grande significado cultural e econômico no Brasil, influenciando o
cotidiano da população.
Devido à importância do produto, este estudo visa examinar o micro
e macroambiente do mercado cervejeiro no Brasil, usando ideias de
sustentabilidade e economia circular. A grande diversidade que existe
dentro do próprio ramo permite uma análise de vários pontos de interesse,
como sua demografia, econômica, política, legal, natural, tecnológica e
sociocultural. Como método, foi usado um levantamento de várias fontes
bibliográficas, principalmente sites oficiais sobre o assunto.
1.1 - Economia circular.

A economia linear é um sistema de produção modificado que se


concentra na produção em massa de produtos que são descartados como
lixo após serem consumidos. Desde a revolução industrial o modelo
produtivo e consumista é efetivado de modo linear. Tal modelo econômico
vem sendo utilizado e bem-sucedido, no decorrer dos anos,
proporcionando ao consumidor produtos a preços mais acessíveis e
garantindo o aumento de bens materiais a bilhões de indivíduos (LUZ,
2017).
Devido a isso, a economia circular se opõe a esse modelo e propõe
uma maneira de fazer uso eficiente da economia reutilizando resíduos
para produzir novos produtos que respeitem o meio ambiente.
O termo "economia circular" refere-se a uma abordagem ecológica
e econômica que visa mudar a maneira como fabricamos, consumimos e
descartamos produtos. A economia circular envolve a reutilização,
reciclagem e redução do desperdício. Isso difere do modelo linear
tradicional, no qual os recursos são extraídos, transformados em produtos
e, em seguida, descartados como resíduos.
Para os pesquisadores Sylvie Geisendorf e Felicitas Pietrulla a
economia circular é um sistema no qual o valor de produtos e materiais é
mantido, resíduos são evitados e recursos são mantidos nesse sistema
quando o produto atinge seu fim de vida. Na figura abaixo sintetizam sua
definição de Economia Circular
Os principais estágios do ciclo de vida do produto, representados
pela estrela e seu entorno, começam com o design do produto com o
objetivo de reduzir os resíduos resultantes, de acordo com Geisendorf e
Pietrulla (2018). O produto (etapa suporte) e o transporte devem ser
projetados para permitir a circularidade em todas as etapas. O nível micro,
que está implícito nas perspectivas meso e macro, é formado por essas
etapas. Por fim, eles apresentam os enquadramentos, que são úteis para
avaliar a viabilidade do projeto e da transição para a economia circular:
"ferramentas de mensurabilidade relacionadas a indicadores de
desempenho, modelos de negócios para avaliar a lucratividade do projeto,
políticas e legislações necessárias e a sustentabilidade do projeto".
Atualmente a ideia de economia circular é que os resíduos de um
processo podem servir como recursos para um processo diferente, o que
resultará em uma máxima eficiência e um menor impacto ambiental. Isso
significa uma mudança significativa na forma como as empresas
funcionam, encorajando a criatividade na criação de produtos, a gestão
eficaz de recursos e o trabalho em equipe em toda a cadeia de
suprimentos. Além de preservar os recursos naturais finitos, a economia
circular reduz as emissões de carbono e a poluição, contribuindo para um
futuro mais sustentável e duradouro.

1.2 – Industria Cervejeira, economia circular e sustentabilidade.

Considerando o conceito de economia circular, é possível perceber


a importância da participação da indústria cervejeira na aderência de
práticas sustentáveis. A economia circular é uma questão cada vez mais
comum na indústria cervejeira desde que foi introduzida em 2020. Essa
indústria cresceu mais de 12% no ano de 2022, segundo dados do Anuário
da Cerveja de 2022 elaborado pela Secretaria de Defesa Agropecuária do
Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), tem feito vários avanços,
especialmente na questão de economia circular e sustentabilidade.
Paulo Petroni, diretor geral da CervBrasil, fala sobre a crescente
preocupação do setor com a economia circular, que tem sido adotada e
potencializada por iniciativas desenvolvidas nos últimos anos. “Estamos
em um processo acelerado de transformação, e o entendimento das
empresas nessa questão da sustentabilidade não é apenas para aprender
uma determinada lei ou seguir um determinado regulamento. Nós estamos
virando essa página, estamos vendo cada vez mais executivos de fato
incorporando o termo responsabilidade social na governança de primeiro
nível e na definição das métricas de desempenho de suas empresas”, diz
Petroni.
2 - MACROAMBIENTE.
2.1 - Ambiente demográfico.

O ambiente demográfico de um setor da indústria desempenha um papel


fundamental na compreensão de sua dinâmica social e econômica. A partir disso, ao
analisar o mercado cervejeiro do Brasil, percebe-se a importância e a necessidade
dessa análise nesse mercado, influenciando tendências de consumo e preferências
dos clientes. Fatores demográficos como: a faixa etária, gênero, região e classe
social impactam diretamente na demanda, na frequência, no consumo e nos
padrões de compra.
Como a cerveja é um ícone nacional, é notável que as pessoas em todo o
Brasil costumam consumi-la. No entanto, o processo de fabricação varia de acordo
com a área. No ranking de países produtores de cerveja, o Brasil fica em terceiro
lugar, atrás apenas da China e dos Estados Unidos, segundo a revista Exame.
Apesar do grande consumo de cerveja pelo país inteiro, de acordo com o
manual da cerveja de 2022, a região Sudeste tem o maior número de cervejarias
registradas, apresentando 798 estabelecimentos, o que representa 46,2% do total
de cervejarias do Brasil, logo atrás vem o Sul com o percentual de 39,7%, o
Nordeste com 6,9%, o Centro-Oeste com 5,1% e o Norte conta com apenas 2,1%
das cervejarias registradas no país, possuindo um total de 36 estabelecimentos.
É relevante ressaltar que, dentro da região sudeste, São Paulo é o estado
com maior número de cervejarias registradas, dentre todos os estados do país, com
a marca de 387 cervejarias. O estado também se destaca como sendo aquele com
maior aumento no número de estabelecimentos em relação a 2021, apresentando
um acréscimo de 47 cervejarias.
Ao longo dos anos, o consumo de cerveja no Brasil tem demonstrado uma
disparidade notável de gênero. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde
(PNS), divulgada pelo IBGE, em convênio com o Ministério da Saúde, feita em 2019,
os homens têm sido os principais consumidores desta bebida, 37,1% dos homens
afirmaram ter bebido uma vez ou mais por semana, em contrapartida entre as
apenas mulheres 17%.
A indústria cervejeira está em constante crescimento e seu público se
mantém variado. De acordo com o G1, nas classes A e B, o percentual de brasileiros
adultos que beberam cerveja em casa saltou de 74,7% em 2019 para 79,7% em
2020. Na classe C, subiu de 64,9% para 68,1%, enquanto que nas classes D e E
passou de 53,1% para 57,5%.
No comparativo por faixa etária (ambos os sexos), a maior proporção de
pessoas que beberam pelo menos uma vez na semana foi de adultos com 25 a 39
anos (31,5%), seguida de perto por jovens de 18 a 24 anos (30,4%). Apenas 17%
dos idosos de 60 anos ou mais consomem bebida alcoólica no Brasil, a faixa com o
menor resultado.
A geração Z, de acordo com a BBC News Brasil, nascidos entre 1995 e 2010,
podemos perceber que estão tomando mais cuidado ao consumir álcool, incluindo
cerveja. A decisão de diminuir o consumo de álcool ou até mesmo não o consumir é
uma descoberta notável. Isso pode ser resultado de vários motivos, como uma maior
conscientização dos riscos associados ao consumo excessivo de álcool,
preocupações crescentes com a saúde mental e uma preferência por experiências
de qualidade em vez de quantidade.
2.2 - Ambiente econômico.

Nos últimos anos o mercado cervejeiro tem se demonstrado cada


vez mais dinâmico e lucrativo na indústria alimentícia. Na visão global, de
acordo com a pesquisa feita pela empresa de Oxford Economic a pedido
da Worldwide Brewing Alliance (WBA) que constitui 90% do lucro da
produção de cerveja do mundo. Foram examinados 70 mercados em todo
o mundo, cobrindo 89% de toda a cerveja vendida no planeta com o foco
no ano de 2019. Naquele ano, o setor cervejeiro apoiou 23 milhões de
empregos desde a agricultura até a entrega de varejo, bares e
restaurantes. De acordo com o levantamento dessa pesquisa, a indústria
cervejeira foi responsável por levantar U$262 bilhões em tributo pela
geração de 23,2 milhões de empregos (1 em cada 110 empregos diretos e
indiretos no mundo).
No Brasil, a cerveja está nos momentos de celebração, descontração
e até o mesmo em reuniões formais, a cerveja ultrapassa a simplicidade e
se torna um indicador da economia brasileira. Esse setor é o mais
importante para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB),
representando 22,2% dele, segundo a Confederação Nacional da Indústria
(CNI). Esse setor contribui com R$25 milhões em impostos, 2 milhões de
empregos diretos e indiretos e induzidos pela massa salarial de R$27
milhões, além de abranger mais de 1,2 milhões de pontos de venda
espalhados por todo o país, bares e restaurantes, mercados de
embalagem e logística e aproximadamente 40 mil veículos até chegar ao
lar dos brasileiros. Estudo realizado em 2019 pela Fundação Getúlio
Vargas para o SINDICERV (Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja)
revela que, “a cada emprego em uma cervejaria outros 34 novos postos de
trabalho são criados na cadeia produtiva”, explica Luiz Nicolaewsky,
superintendente do SINDICERV.
O Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja do mundo, atrás
apenas da China e dos Estados Unidos, com uma produção anual de mais
de 14,3 bilhões de litros. O setor cervejeiro no Brasil cresceu quase 12%
no ano passado, em todo o país somam mais de 1.700 estabelecimentos.
Essas informações fazem parte do anuário da cerveja divulgado pelo
Ministério da Agricultura e Pecuária. Neste ano, o volume de vendas no
território nacional deve chegar a 16 bilhões de litros, 4,5% a mais em
relação a 2022, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria.
Em 2020, o mundo viveu uma crise na saúde global sem precedentes,
vários setores na economia foram testados e moldados de maneira única.
A pandemia de COVID-19 afetou drasticamente o mercado cervejeiro.
Apesar de toda a crise, as pessoas continuaram consumindo cerveja em
casa, porém em círculos menores diz o site EZbrew. A jogada desse setor
foi em atingir seu público com bebidas alcoólicas de maior qualidade, para
que o pós pandemia continuasse assim.
O aumento do dólar, moeda de referência internacional é um
fenômeno que reverbera por diversos setores econômicos, e a indústria
cervejeira não é exceção. Em 2020, com a eleição de Joe Biden para a
presidência dos Estados Unidos, ocorreu um freio na alta do dólar, mas
esse respiro para produtos brasileiros com custos brasileiros com custos
atrelados à moeda norte-americana não é perceptível, causando uma
pressão na indústria cervejeira, diz especialista para o site Guia da
Cerveja. Em primeiro lugar, os custos elevados para quem produz a
cerveja, além disso a crise sanitária e econômica que paralisou a
economia brasileira, fizeram com que as empresas reduzissem as
margens do lucro para evitar repasse total do preço aos clientes, o site
utiliza como exemplo a cerveja Heineken, que fez um reajuste de preço
devido ao aumento do dólar no final de 2020 relacionado ao mercado
brasileiro em específico e à necessidade de compensar o impacto da
valorização do dólar, uma vez que os insumos envolvidos na produção da
cerveja como o malte e materiais de embalagens são importados.
Com isso, é notável que o mercado cervejeiro impacta seu setor e
outros além dele. A geração de empregos é um fator que impacta
diretamente nesse mercado e que é de extrema importância, entretanto,
há alguns aspectos negativos trazidos com essa produção exacerbada,
que pode levar à concentração do mercado nas mãos de algumas grandes
corporações cervejeiras, o que pode limitar a concorrência e reduzir a
diversidade de produtos disponíveis para os consumidores.
2.3 - Ambiente político-legal.

As legislações do mercado cervejeiro são necessárias para o melhor


funcionamento desse setor, tornando-o mais íntegro e saudável. Não há
como discutir sobre a importância dessa parcela para a economia
brasileira, a indústria cervejeira representa cerca de 2,2% do PIB (Produto
Interno Bruto) do país e tem como faturamento aproximadamente R$175
bilhões, segundo a CNN Brasil em 2021.
As leis desempenham um papel crucial no mercado cervejeiro,
regulando aspectos que vão desde a produção até a venda e o consumo
de cervejas. Essas regulamentações são tratadas pelo MAPA (Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e pela ANVISA (Agência de
Vigilância Sanitária) e variam amplamente de país para país, por exemplo
no Brasil, de acordo com a Constituição Federal na Lei Nº 8.069,
promulgada em 13 de Julho de 1990, vender bebida alcoólica para menor
de idade é crime. Segundo o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos
Territórios (TJDFT), a pena para esse crime pode variar entre 2 a 4 anos,
ou multa se o fato não constitui crime mais grave. Esse tipo de punição é a
porta de entrada que visa à responsabilização do infrator, reconhecendo
sua culpabilidade e garantindo que ele preste contas por suas ações.
Além disso, em conformidade com dados citados anteriormente no
texto, o mercado de cervejas sofre influências de diversos fatores externos
a ele, como a economia. Consoante ao G1, a reforma tributária aprovada
em 2020 levantou preocupações sobre a tributação das pequenas
cervejarias devido à separação entre grandes cervejarias e pequenos
produtores. Não obstante, o crescente hábito de ingerir bebidas alcoólicas
nas cidades brasileiras teve um grande impacto positivo no crescimento da
indústria cervejeira e, portanto, as reformas fiscais da legislação
executadas no território brasileiro tiveram um impacto favorável na
produção de cerveja.
A bebida alcoólica desempenha vários papéis na sociedade como
celebrações, relaxamento, rituais, e até mesmo para benefícios da saúde,
mas também pode acarretar na infração de legislações devido o seu
consumo excessivo, a Lei Seca completa no ano de 2023 15 anos de sua
ativação e segundo o Ministério de Justiça e Segurança Pública, essa
legislação promove a tolerância zero à mistura de álcool e direção e outras
substâncias capazes de alterar a forma de condução de veículos. A partir
dessa lei, os condutores de veículos que estiverem com algum teor de
álcool no organismo terão multa de trânsito gravíssima e acarretando na
suspensão da Carteira Nacional de Habilitação por 12 meses, diz o
Ministério.
Em uma matéria do site Cisa (Centro de Informações de Saúde e
Álcool) é pontuado as propagandas de bebidas alcoólicas são emitidas por
meio da televisão, do rádio, internet, estimulando o consumo, inclusive em
menores de idade, que como já citado na Lei Nº 8.069, proibindo a venda
de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos. No Brasil, a propaganda
dessas bebidas é regulada pela Lei n° 9.294, de 15 de julho de 1996, que
faz restrições de horário, de local e de conteúdo para as peças
publicitárias. Porém, essa restrição não abrange a bebida alcoólica mais
consumida no país, a cerveja, dado que para ser considerado alcoólica, as
bebidas devem conter teor de álcool superior a 13o Gay-Lussac. De
acordo com a Consultoria Legislativa do Senado Federal, a publicidade
das bebidas de baixo teor alcoólico é regulada apenas pelo Código
Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária, no entanto essa norma não
tem sido eficaz em combater o abuso nas propagandas de cerveja,
considerando que a grande audiência dessas peças publicitárias são os
adolescentes.
Portanto, nota-se que a legislação da indústria cervejeira se comunica
com muitos outros mercados, ela também desempenha um papel
fundamental na garantia da qualidade e segurança dos produtos. Outro
ponto a se ressaltar é que a comunicação com os clientes nesse setor é
imprescindível, por isso o CONAR (Código Brasileiro de
Autorregulamentação Publicitária) fiscaliza as questões éticas das
propagandas publicitárias no Brasil, com a intenção de garantir maior
clareza entre consumidores e produtores. Um exemplo constante da
aplicação dessas normas são as orientações de avisos em comerciais:
“Beba com moderação, se beber não dirija.” Para garantir seu bom
funcionamento, a indústria cervejeira precisa seguir uma série de normas.
2.4 - Ambiente natural.

A análise do ambiente natural de uma indústria se caracteriza pelos


fatores da natureza que a indústria pode afetar ou fatores que a natureza
pode afetar a indústria, como clima, chuva, estações do ano, solo e água,
ou poluição e impactos ambientais. A indústria cervejeira é
intrinsecamente ligada ao ambiente natural, pois depende de diversos
fatores naturais para produzir uma variedade de cervejas com sabores
distintos e características únicas. Desde os ingredientes fundamentais,
como água, malte, lúpulo e leveduras, até as condições climáticas que
afetam o cultivo de ingredientes específicos, como lúpulo e cevada, o
ambiente natural desempenha um papel crucial na qualidade e na
diversidade de cervejas disponíveis no mercado.
Primeiramente é importante ressaltar que basicamente todos os
processos de fabricação da cerveja utilizam água. O grande consumo de
água de alta qualidade (impactando os aquíferos) e a consequente
geração de resíduos (impactando nos corpos hídricos superficiais). Para
cada litro de cerveja produzido, segundo a Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental (CETESB), a média de geração de efluentes pode
chegar até 12 litros. Considerando que mais de 90% da cerveja é
composta por água, a associação mineira de defesa do ambiente (AMDA)
estima que para cada litro de cerveja produzido sejam consumidos em
média 5,5l de água
A primeira fase do ciclo de vida da cerveja é o plantio da cevada com
cerca de 100 mil hectares de áreas cultivadas com cevada cervejeira, por
ser uma monocultura ela acarreta vários impactos negativos no solo, como
desgaste, perda de nutrientes causada pela absorção das plantas durante
o crescimento, uso excessivo de fertilizantes químicos. O uso de
agrotóxicos também prejudica o meio ambiente porque eles podem ser
transportados para os rios e se infiltrar nos lençóis freáticos.
Na etapa da colheita, para garantir qualidade, são usados
equipamentos e maquinário especiais, essas máquinas são feitas com
metal feito de mineração e no processo são gastos outros insumos, como
energia, água e vidro, além de produzir resíduos. O outro efeito é a
queima de combustível fóssil durante a colheita. De acordo com dados do
World Wide Fund for Nature (WWF) indicam que a água utilizada nas
plantações de cevada chega a ser 30 vezes maior que o volume utilizado
no processo de industrialização.
No processo industrial, primeiramente, os grãos são transportados às
maltarias por caminhões, que geralmente usam combustível fóssil
chamado óleo diesel, cuja queima libera gases poluentes, agravando
ainda mais o fenômeno das mudanças climáticas. Embora não seja
possível evitar esse efeito, ele pode ser reduzido ao máximo por meio da
economia de combustível, do uso de biocombustíveis.
Ocorre o processo de maltagem e depois o malte é moído e
misturado em água aquecida (para que ative as enzimas presentes e
libere açúcares), resfriado e filtrado, obtendo-se um líquido adocicado - o
mosto, nesta fase é adicionado o lúpulo, caramelo, açúcar, mel, extratos
vegetais. De acordo com o Sebrae, “A maior fonte de resíduos dos
processos é o grão restante da elaboração do mosto. A sobra não pode
ser reutilizada para a fabricação, mas é rica em proteínas, fibras e outros
nutrientes, o que pode ter aproveitamento diferente ".
A produção de cerveja também requer uma quantidade considerável
de energia, principalmente na fase de aquecimento e resfriamento durante
o processo de fabricação. Isso contribui para a emissão de gases de efeito
estufa, o que, por sua vez, contribui para as mudanças climáticas.
A parte fundamental da indústria da cerveja: a fermentação, no qual
as leveduras transformam os açúcares do mosto em dióxido de carbono
(CO2) e álcool. Ocorre dentro de tanques fechados. Após a purificação, a
grande quantidade de CO2 é enviada para a fase de carbonatação da
cerveja.
Após a fermentação, a cerveja é transferida para os tanques de
maturação. Em seguida, há uma nova filtração e terra diatomácea
adicionada. Isso é feito para remover as partículas em suspensão e
remover as substâncias que tornam a bebida com uma cor desagradável.
Por fim, após a segunda filtração, a cerveja passa por uma fase de
acabamento conhecida como carbonatação, onde recebe dióxido de
carbono e estabilizantes e antioxidantes, que ajudarão a garantir a
qualidade da cerveja e prolongar seu tempo de conservação.
Após isso, a cerveja é enviada para o envase que pode ser de latas
de alumínio ou garrafas de vidro. Latas de alumínio e garrafas de vidro são
as embalagens mais comuns para cerveja. As garrafas de vidro, por sua
vez, são 100% recicláveis. O problema, entretanto, é a disponibilidade de
programas de reciclagem em cada região (o que pode fazer com que eles
não funcionem da maneira correta).
As garrafas Long Neck são um grande problema ambiental porque
não são retornáveis e são descartadas após o uso, e o mercado não está
interessado em reciclar esse material. Até o momento, alguns municípios
brasileiros, incluindo Nova Mutum (MT) e Japurá (PR), já proibiram sua
venda. O projeto de lei para proibir esse material está em andamento em
várias outras cidades e também no Estado do Paraná.
As latas de alumínio levam de cem a quatrocentos anos para se
decompor naturalmente. 98% das latas produzidas atualmente são
recicladas. Isso se deve principalmente ao seu valor econômico, e não à
preocupação com o meio ambiente. A latinha não perde nada quando
reciclada; de acordo com a associação mineira de defesa do ambiente
(AMDA).
Conforme dados expostos no site CERVBRASIL, resíduos sólidos
também são liberados, principalmente na etapa de filtragem, envase e
tratamento de água e efluentes. Dentre os resíduos estão o bagaço de
malte, trub grosso (composto de gordura vegetal e proteínas coaguladas),
trub fino (composto de gordura vegetal, terra diatomácea e levedo) ou
levedura. Já as embalagens são em sua maioria feitas de garrafas não
retornáveis.
As etapas de fermentação, filtragem e envase também produzem
grandes quantidades de efluentes líquidos. Antes de serem despejados
em cursos d'água, esses efluentes devem passar por um tratamento
biológico devido às altas taxas de matéria orgânica. Se isso não acontece,
ou seja, se são despejados sem tratamento, causam um grande impacto
ambiental. Esse impacto se manifesta pela morte de peixes e outros seres
vivos nos corpos d'água.
Em várias etapas do processo, a água quente é usada. Isso inclui
fervura de mosto e lavagem de garrafas. Esta água quente é produzida em
caldeiras alimentadas com lenha ou com gás natural, óleo diesel ou
combustível. Nessa fase, as emissões de gases de combustão (CO, CO2,
NOx, SOx e hidrocarbonetos2) são produzidas pelas caldeiras que
produzem vapor. Os filtros devem coletar esses gases para que não sejam
liberados na atmosfera.
O grande volume de insumos usados na produção da cerveja implica
na geração de resíduos de forma equivalente, como bagaço de malte, trub
e levedura de cerveja, além de outros resíduos como, por exemplo,
rótulos, embalagens e cacos de vidro.
Transformar os resíduos cervejeiros em produtos úteis é um método
promissor para lidar com essas dificuldades. A extração de subprodutos
valiosos, como carvão ativado e materiais fibrosos, de resíduos é viável,
de acordo com pesquisas. Por exemplo, estudos publicados em revistas
científicas especializadas indicam que a lignina retirada dos resíduos pode
ser usada para produzir carvão ativado, que tem alta capacidade de
absorver substâncias como querosene em água.
Além disso, as fibras de celulose e hemicelulose extraídas das cascas
de malte e dos resíduos de lúpulo podem ser transformadas em produtos
que agregam valor à indústria cervejeira, como copos descartáveis. De
acordo com pesquisas realizadas por instituições acadêmicas e
laboratórios de pesquisa, essa abordagem não apenas reduz os efeitos
negativos do descarte incorreto no meio ambiente, mas também cria
oportunidades econômicas e promove a sustentabilidade.
O descarte adequado de resíduos cervejeiros e a preocupação da
indústria com o meio ambiente é fundamental para reduzir os efeitos
negativos no meio ambiente, evitar questões fiscais e econômicas e
promover a sustentabilidade do setor. Conforme demonstrado por vários
estudos e pesquisas, a transformação desses resíduos em produtos úteis
é uma abordagem promissora que beneficia tanto a economia quanto o
meio ambiente. Como resultado, é fundamental que a indústria cervejeira
continue a buscar novas maneiras de lidar com seus resíduos de maneira
eficaz e responsável.
2.5 - Ambiente tecnológico.

A tecnologia está se tornando cada vez mais importante no cenário competitivo


da 4a Revolução Industrial, o que permite que as empresas resolvam problemas,
conquistem o mercado e aumentem a eficiência e a produtividade dos processos.
Portanto, nenhuma cervejaria pode ignorar o uso da tecnologia para aumentar a
atividade, pois a tecnologia é um investimento indispensável para qualquer ramo de
negócio.
A tecnologia atual pode ajudar em várias etapas da operação de uma marca.
Ewerton Miglioranza, sócio fundador da BierHeld, diz: "O que vemos hoje é cada vez
mais a tecnologia auxiliando nos processos, desde a fabricação do chope até a
entrega ao cliente final".
Ele enfatiza que, enquanto antes os processos e controles de qualidade eram
restritos às grandes indústrias, hoje eles estão disponíveis para todo o mercado.
Uma pequena cervejaria também pode utilizar a tecnologia, seja na brasagem ou na
produção, no envase, nas análises químicas, na gestão de negócios e mesmo no
atendimento ao consumidor. E, como esperado, isso pode beneficiar as marcas.
"Tudo isso aumenta a produtividade e reduz os custos", conclui.
As grandes empresas, como a Ambev e a Heineken, fizeram vários
investimentos para apoiar a busca pela produção em escala, com ajuda da
tecnologia. A geração de energia limpa por meio da instalação de parques eólicos e
do uso de energia solar foi uma das abordagens adotadas. Por exemplo, a Heineken
construiu um parque eólico que pode abastecer uma parte significativa de seus
negócios no Brasil, enquanto a Ambev usa energia eólica inteira para produzir a
marca Budweiser. As empresas visam operar totalmente movidas a energia limpa
até o final de 2023.
A Ambev junto com a empresa Lemon tem 4000 pontos de venda que são
abastecidos com energia limpa. A Lemon conecta usinas de energia limpa, cuja
energia gerada é transformada em crédito, que são descontados da conta dos
nossos estabelecimentos parceiros. É como se alugássemos placas de energia solar
para abastecer nossos clientes. Com isso, além de eles terem um desconto na conta
de luz, eles também ajudam o meio ambiente!

O Diretor do centro de inovação e tecnologia (CIT) da Ambev, Daniel


Baumann, disse: “Atualmente, tudo o que vamos colocar no mercado, de um novo
produto a uma embalagem, nasce dentro de um centro de inovação. Encontramos
várias tecnologias para nos apoiar nesses processos e a inovação é uma grande
aliada dentro das cervejarias. Alguns exemplos de tecnologias que eu posso citar
são as metodologias de Machine Learning e a Inteligência Artificial para maior
assertividade de processos e fluxos de operação. Utilizamos as duas na Cervejaria
do Futuro da Ambev. São diversos métodos disponíveis no mercado que se apoiam
em inovação, como a utilização de robôs móveis autônomos, impressão 3D, uso de
engenharia reversa e, na vertente que atende às questões de sustentabilidade, as
energias solar e de biogás, e o reuso da água. Esses métodos também estão
presentes na Cervejaria do Futuro. Essa cervejaria reuniu todos os esforços da
Ambev para pensar e desenvolver tecnologias de ponta aplicadas às cervejarias,
sendo sempre direcionados e guiados para atender às demandas de nossos
consumidores por todo o Brasil. Com a Cervejaria do Futuro, conseguimos
experimentar novas receitas e ampliar ainda mais a diversidade cervejeira no país.”
Essas informações mostram que a tecnologia está ajudando a modernizar a
indústria cervejeira, permitindo mais eficiência, qualidade e sustentabilidade em
todas as etapas do processo de produção. Para atender às necessidades dos
consumidores e manter a competitividade no mercado cervejeiro em constante
mudança, a implementação de tecnologia é essencial.
Apesar dos avanços em tecnologia e produção, o setor cervejeiro enfrenta
problemas que podem prejudicar a sociedade e o meio ambiente. A pegada de
carbono da indústria cervejeira é um dos pontos mais preocupantes. O consumo de
energia e as emissões de dióxido de carbono (CO2) são causas das mudanças
climáticas durante o processo de produção de cerveja. Grandes corporações, como
a Heineken e a Ambev, estão trabalhando para reduzir suas emissões de carbono
investindo em fontes de energia limpa, como parques eólicos e solares.
A gestão da água, um recurso essencial para a produção de cerveja, é outra
preocupação ambiental para o setor cervejeiro. A escassez de água e seu uso
inadequado podem causar problemas sociais e ambientais. A Anheuser-Busch
InBev está trabalhando para melhorar a qualidade e a disponibilidade da água em
suas cadeias de abastecimento.
O setor cervejeiro está ciente dos problemas ambientais e sociais causados
pela produção de cerveja. Para reduzir esses problemas, eles estão tomando
medidas como adotar tecnologias mais sustentáveis, energias renováveis e
iniciativas de responsabilidade social. As empresas reconhecem a importância de
equilibrar o crescimento da produção com a proteção ambiental e a promoção do
bem-estar social, então buscam processos com menos impacto negativo.
Com isso, na indústria cervejeira, estamos vendo mudanças significativas,
com um foco crescente em materiais e práticas mais sustentáveis, bem como a
pesquisa de novos ingredientes para melhorar a experiência de consumo de
cervejas. Essa tendência é ilustrada pela introdução do Malte de Trigo Nacional pela
Agrária, uma das maiores maltarias da América Latina. A empresa enfatiza a busca
por ingredientes locais e sustentáveis para a produção de cerveja.

Além disso, a indústria cervejeira está estudando métodos de embalagem


alternativos, como o uso de barris plásticos pela Rkeg, que é a distribuidora oficial
dos produtos da Europlast Kazan Plant. Essa escolha mostra o compromisso
contínuo com embalagens mais sustentáveis para acondicionar a cerveja, embora
os barris plásticos não sejam uma novidade. Por outro lado, com o objetivo de
melhorar a qualidade e a eficiência dos processos de produção de cerveja, a
Techfilter está investindo em tecnologias avançadas, como um equipamento de
filtração de cerveja por membrana cerâmica.

Na indústria cervejeira, houve uma mudança notável nas prioridades e nos


focos de pesquisa e desenvolvimento nos últimos anos. A década passada foi
marcada por um forte foco na produção em escala para atender à crescente
demanda global por cerveja. A fim de atender a essa demanda crescente, grandes
empresas cervejeiras, como a Ambev e a Heineken, expandiram suas operações e
frequentemente deram maior importância à eficiência e à produção em larga escala.
No entanto, a indústria cervejeira começou a repensar seus métodos e
prioridades à medida que os problemas ambientais e sociais ganharam destaque em
todo o mundo. A indústria cervejeira está em constante mudança, buscando
sustentabilidade, novos ingredientes e tecnologias avançadas, e atendendo às
necessidades dos consumidores de cervejas únicas em sabor e qualidade. Estas
mudanças mostram um maior compromisso com a responsabilidade ambiental e a
busca por processos mais eficientes, o que leva à inovação contínua.Em resumo, os
avanços tecnológicos na indústria cervejeira nas últimas décadas mostram uma
mudança em direção à priorização da sustentabilidade e da incorporação de
tecnologias avançadas em detrimento da produção em escala. Essa mudança é
resultado de mudanças nas demandas dos consumidores e do compromisso
crescente das empresas do setor com a responsabilidade ambiental e social.
2.6 Ambiente sociocultural.

O mercado da cerveja no Brasil está passando por uma verdadeira


revolução, impulsionada por uma série de costumes e estilos de vida
moderna associados à cerveja, que têm impactos profundos na indústria.
A ascensão das cervejas artesanais, a popularização das session beers e
a proliferação de festivais cervejeiros estão redefinindo a forma como os
brasileiros apreciam e consomem essa bebida milenar.
A cerveja artesanal, um dos principais motores dessa transformação,
vem conquistando o paladar dos brasileiros. De acordo com o Instituto da
Cerveja Brasil (ICB), o interesse por cervejas artesanais está crescendo
significativamente, à medida que os consumidores buscam sabores
autênticos e produtos locais. Sites como o "Cerveja Artesanal Brasil"
destacam a diversidade de estilos e sabores que as microcervejarias
oferecem. Esse movimento impulsiona o mercado, desafiando as cervejarias
tradicionais e gerando uma competição saudável.
Os festivais cervejeiros também têm um papel crucial na cultura
cervejeira do Brasil. Eventos como o Festival Brasileiro da Cerveja em
Blumenau e o Mondial de la Bière no Rio de Janeiro se tornaram marcos
para apreciadores de cerveja e produtores. Eles não apenas promovem
novas cervejarias e rótulos, mas também fortalecem a sociabilidade e a
paixão pela cerveja. Essa interação entre produtores e consumidores cria
um ambiente propício para o crescimento do mercado.
Samuel Mendonça, presidente do Polo Cervejeiro da Região
Metropolitana de Campinas, enfatiza a importância cultural e social da
cerveja. Ele observa que os brasileiros estão redescobrindo a rica história da
bebida e como essa descoberta fortalece os laços sociais. Isso indica que a
cerveja não é apenas uma bebida, mas também um meio de conectar
pessoas e culturas.
No entanto, a pandemia de COVID-19 trouxe mudanças significativas
nas práticas de consumo de cerveja. Com o fechamento temporário de bares
e restaurantes, houve um aumento notável no consumo doméstico. De
acordo com a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CERVBRASIL),
as vendas de cerveja nos supermercados cresceram 20% durante o primeiro
ano da pandemia. Esse cenário levou as cervejarias a se adaptarem
rapidamente, expandindo as opções de venda online e adotando medidas de
segurança para atender à nova demanda.
Além disso, a sociedade atual demonstra uma sensibilidade crescente
para causas sociais e ambientais. Pesquisas da Associação Brasileira de
Embalagens destacam que as marcas e a indústria estão sendo compelidas
a adotar compromissos voltados para a responsabilidade social e ambiental.
A transparência e o posicionamento sobre esses assuntos são cada vez
mais valorizados pelos consumidores.
Essas mudanças de mentalidade têm implicações na logística de
consumo. As empresas estão buscando embalagens sustentáveis e práticas
responsáveis para atender às expectativas do público. Essa preocupação
não é mais uma escolha, mas uma necessidade imperativa no mercado
atual.
Nesse contexto, é fundamental destacar exemplos positivos na
indústria cervejeira, pois eles podem servir de estímulo para outras
organizações adotarem práticas similares. A sensibilização para questões
sociais e ambientais está moldando não apenas o comportamento do
consumidor, mas também a maneira como as empresas operam.
No entanto, ainda há muito a ser investigado nesse cenário em
constante evolução. Como a indústria cervejeira pode reduzir ainda mais seu
impacto ambiental? Como as cervejarias podem contribuir para
comunidades locais de maneira mais significativa? Essas são questões que
merecem análise e pesquisa contínua à medida que o mercado da cerveja
no Brasil continua a se transformar e a se adaptar às demandas dos
consumidores conscientes.
7. – REFERÊNCIAS.

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em: 22 set. 2023.

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Educacão. Disponível em: <https://g4educacao.com/portal/estudo-de-caso-ambev>.
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escala-ambev-lanca-cerveja-que-nao-depende-deprodutos-importados/>. Acesso
em: 22 set. 2023.

‌ Conheça as inovações em tecnologia para a indústria cervejeira na crise.


Disponível em: <https://guiadacervejabr.com/especial-tecnologia-industria-cervejeira-
inovacoes/>. Acesso em: 22 set. 2023.

Os impactos da tecnologia e da sustentabilidade nas cervejarias –


Engarrafador Moderno. Disponível em:
<https://engarrafadormoderno.com.br/mercado/os-impactos-da-tecnologia-e-da-
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Disponível em: <https://forbes.com.br/forbesesg/2023/01/cervejarias-globais-correm-
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DEFENSOR, O. Cervejando - Sustentabilidade e tendências em tecnologias e


serviços para o mercado cervejeiro pautam a Brasil Brau 2022. Disponível em:
<https://odefensor.com.br/site/2022/05/17/cervejando-sustentabilidade-e-tendencias-
em-tecnologias-e-servicos-para-o-mercado-cervejeiro-pautam-a-brasil-brau-2022/>.
Acesso em: 22 set. 2023.
ORGANISMO. Sustentabilidade na indústria cervejeira – dos grandes players
às microcervejarias. Disponível em:
<https://organismobrasil.com.br/sustentabilidade-na-industria-cervejeira-dos-
grandes-players-as-microcervejarias/>. Acesso em: 22 set. 2023.

Por que os restaurantes devem investir em cervejas artesanais? | Blog |


Instituto da Cerveja Brasil. Disponível em:
<https://www.institutodacerveja.com.br/blog/n146/dicas/por-que-os-restaurantes-
devem-investir-em-cervejas-artesanais>. Acesso em: 22 set. 2023.

ONDEI, V. Número de cervejarias registradas no Brasil cresce 11,6% em 2022.


Disponível em: <https://forbes.com.br/forbesagro/2023/07/numero-de-cervejarias-
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‌ MARCIO DAL RIO. Economia em Foco, Dezembro 2021. Disponível em:


<http://www.cervbrasil.org.br/novo_site/http-www-cervbrasil-org-br-novo_site-wp-
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Mestre cervejeiro destaca importância cultural e social da cerveja; veja lista de


curiosidades. Disponível em: <https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/especial-
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Cerveja é preferência para homens e mulheres brasileiros, aponta pesquisa.


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