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Artigo 2.º
CAPÍTULO I
Alteração ao Estatuto da Ordem dos Enfermeiros
Disposições gerais
O Estatuto da Ordem dos Enfermeiros, aprovado em
anexo ao Decreto-Lei n.º 104/98, de 21 de abril, alterado Artigo 1.º
pela Lei n.º 111/2009, de 16 de setembro, passa a ter a
Natureza e regime jurídico
redação constante do anexo I à presente lei e da qual faz
parte integrante. 1 — A Ordem dos Enfermeiros, adiante abreviadamente
designada por Ordem, é a associação pública profissional
Artigo 3.º representativa dos que, em conformidade com o presente
Disposição transitória
Estatuto e as demais disposições legais aplicáveis, exercem
a profissão de enfermeiro.
1 — O disposto na presente lei não afeta a atual compo- 2 — A Ordem goza de personalidade jurídica e é inde-
sição dos órgãos da Ordem dos Enfermeiros, mantendo-se pendente dos órgãos do Estado, sendo livre e autónoma
os atuais mandatos em curso com a duração inicialmente no âmbito das suas atribuições.
definida. 3 — A Ordem é uma pessoa coletiva de direito público,
2 — Até à aprovação dos regulamentos referidos no que se rege pela respetiva lei de criação, pela Lei n.º 2/2013,
número seguinte mantêm-se em vigor os regulamentos de 10 de janeiro, e pelo disposto no presente Estatuto.
emitidos pela Ordem dos Enfermeiros que não contrariem
o disposto no Estatuto aprovado em anexo à presente lei. Artigo 2.º
3 — A Ordem dos Enfermeiros aprova, no prazo de
Âmbito de atuação
180 dias, a contar da data da entrada em vigor da presente
lei, os regulamentos previstos no Estatuto aprovado em 1 — A Ordem exerce as atribuições conferidas no pre-
anexo à presente lei. sente Estatuto no território nacional, tem a sua sede em
Lisboa e é constituída por secções regionais.
Artigo 4.º 2 — As secções regionais referidas no número anterior
são:
Norma revogatória
a) A Secção Regional do Norte, com sede no Porto e
São revogados os artigos 2.º, 3.º e 4.º do Decreto-Lei área de atuação correspondente aos distritos de Braga,
n.º 104/98, de 21 de abril, alterado pela Lei n.º 111/2009, Bragança, Porto, Viana do Castelo e Vila Real;
de 16 de setembro. b) A Secção Regional do Centro, com sede em Coimbra
e área de atuação correspondente aos distritos de Aveiro,
Artigo 5.º Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu;
Republicação
c) A Secção Regional do Sul, com sede em Lisboa e área
de atuação correspondente aos distritos de Beja, Évora,
É republicado, no anexo II à presente lei e da qual faz Faro, Lisboa, Portalegre, Santarém e Setúbal;
parte integrante, o Decreto-Lei n.º 104/98, de 21 de abril, d) A Secção Regional da Região Autónoma dos Açores;
com a redação atual. e) A Secção Regional da Região Autónoma da Madeira.
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3 — A cédula profissional é revalidada periodicamente, artigo 47.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas
nos termos regulamentares, desde que se mantenham os Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio.
pressupostos que justificaram a sua emissão. 3 — Caso o facto a comunicar nos termos do número
4 — Para efeitos da alínea c) do n.º 1, é observado o anterior ocorra após a apresentação do pedido de reconheci-
disposto no artigo 38.º da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro. mento de qualificações, deve a organização associativa em
causa ser identificada perante a Ordem no prazo máximo
Artigo 11.º de 60 dias.
Suspensão e perda da qualidade de membro da Ordem Artigo 13.º
Livre prestação de serviços
1 — É suspensa a inscrição dos membros da Ordem que:
a) O requeiram; 1 — Os profissionais legalmente estabelecidos noutro
b) Tenham sido punidos com sanção disciplinar de sus- Estado membro da União Europeia ou do Espaço Econó-
mico Europeu e que aí desenvolvam atividades compará-
pensão;
veis à atividade profissional de enfermeiro regulada pelo
c) Se encontrem em situação de incompatibilidade su-
presente Estatuto, podem exercê-las, de forma ocasional
perveniente com o exercício da profissão de enfermeiro;
e esporádica, em território nacional, em regime de livre
d) Se encontram em situação de incumprimento rei- prestação de serviços, nos termos da Lei n.º 9/2009, de 4 de
terado, pelo período mínimo de 12 meses, do dever de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e
pagamento de quotas, em conformidade com o presente 25/2014, de 2 de maio.
Estatuto; 2 — Os profissionais referidos no número anterior po-
e) Não tenham seguro de responsabilidade profissional dem fazer uso do título profissional de enfermeiro e são
em vigor. equiparados a enfermeiro para todos os efeitos legais,
exceto quando o contrário resulte das disposições em causa.
2 — É cancelada a inscrição dos membros da Ordem que: 3 — O profissional que preste serviços, de forma su-
a) O requeiram; bordinada ou autónoma ou na qualidade de sócio ou que
b) Tenham sido punidos com a sanção disciplinar de atue como gerente ou administrador no Estado membro
expulsão; de origem, no âmbito de organização associativa de pro-
c) A Ordem tiver conhecimento do seu falecimento. fissionais e pretenda exercer a sua atividade profissional
em território nacional nessa qualidade, em regime de livre
3 — Os casos de cancelamento previstos no número prestação de serviços, deve identificar perante a Ordem a
anterior implicam a perda da qualidade de membro efetivo organização associativa por conta da qual presta serviços na
da Ordem. declaração referida no artigo 5.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de
4 — A cédula profissional é sempre devolvida à Or- março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e
dem, pelo titular, nas situações previstas nos números 25/2014, de 2 de maio.
anteriores.
5 — A impossibilidade de devolução da cédula profis- SECÇÃO III
sional ou o incumprimento desse dever não impede que
Sociedades profissionais
a suspensão ou o cancelamento da inscrição se tornem
efetivos. Artigo 14.º
Sociedades de profissionais
SECÇÃO II
1 — Os enfermeiros estabelecidos em território nacional
Profissionais da União Europeia e do Espaço podem exercer em grupo a profissão, desde que constituam
Económico Europeu ou ingressem como sócios em sociedades profissionais de
enfermeiros.
Artigo 12.º 2 — Podem ainda ser sócios de sociedades de profis-
Direito de estabelecimento sionais de enfermeiros:
1 — O reconhecimento das qualificações profissionais a) Sociedades de profissionais de enfermeiros previa-
de nacional de Estado membro da União Europeia ou mente constituídas e inscritas como membros da Ordem;
do Espaço Económico Europeu obtidas fora de Portugal, b) Organizações associativas de profissionais equipa-
para a sua inscrição como membro da Ordem, é regulado rados a enfermeiros constituídas noutro Estado membro
pela Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu,
n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio, sem cujo capital e direitos de voto caiba maioritariamente aos
prejuízo de condições especiais de reciprocidade, caso as profissionais em causa.
qualificações em causa tenham sido obtidas fora da União
Europeia ou do Espaço Económico Europeu. 3 — O requisito de capital referido na alínea b) do nú-
2 — O profissional que pretenda inscrever-se na Ordem mero anterior não é aplicável caso a organização associa-
nos termos do número anterior e que preste serviços, de tiva não disponha de capital social.
forma subordinada ou autónoma ou na qualidade de sócio 4 — O juízo de equiparação a que se refere a alínea b)
ou que atue como gerente ou administrador no Estado do n.º 2 é regido:
membro de origem, no âmbito de organização associativa a) Quanto a nacionais de Estado membro da União
de profissionais, deve, observado o disposto no n.º 4 do Europeia ou do Espaço Económico Europeu, pelo n.º 4 do
artigo 37.º da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, identificar a artigo 1.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas
organização em causa no pedido apresentado nos termos do Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio;
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b) Quanto a nacionais de países terceiros cujas qualifi- sionais que estejam sujeitas a associações públicas pro-
cações tenham sido obtidas fora de Portugal, pelo regime fissionais.
de reciprocidade internacionalmente vigente. 5 — Às organizações associativas de profissionais de
outros Estados membros não é reconhecida capacidade
5 — As sociedades de enfermeiros gozam dos direitos eleitoral.
e estão sujeitas aos deveres aplicáveis aos profissionais
membros da Ordem que sejam compatíveis com a sua Artigo 16.º
natureza, estando nomeadamente sujeitas aos princípios
Outros prestadores
e regras deontológicos constantes do presente Estatuto.
6 — Às sociedades profissionais de enfermeiros não é As pessoas coletivas que prestem serviços de enfer-
reconhecida capacidade eleitoral. magem e não se constituam sob a forma de sociedades
7 — Os membros do órgão executivo das sociedades de profissionais não estão sujeitas a inscrição na Ordem,
profissionais de enfermeiros, independentemente da sua sem prejuízo da obrigatoriedade de inscrição na Ordem
qualidade de membros da Ordem, devem respeitar os dos profissionais que aí exercem a respetiva atividade,
princípios e regras deontológicos, a autonomia técnica e nos termos do presente Estatuto.
científica e as garantias conferidas aos enfermeiros pela
lei e pelo presente Estatuto.
8 — As sociedades profissionais de enfermeiros podem CAPÍTULO III
exercer, a título secundário, quaisquer atividades que não Organização
sejam incompatíveis com a atividade de enfermeiro, em
relação às quais não se verifique impedimento, nos termos Artigo 17.º
do presente Estatuto, não estando essas atividades sujeitas
ao controlo da Ordem. Órgãos
9 — A constituição e o funcionamento das sociedades 1 — São órgãos nacionais da Ordem:
de profissionais consta de diploma próprio.
a) A assembleia geral;
b) O conselho diretivo;
SECÇÃO IV
c) O bastonário;
Outras organizações de prestadores d) O conselho jurisdicional;
e) O conselho fiscal;
Artigo 15.º f) O conselho de enfermagem;
Organizações associativas de profissionais
g) Os colégios das especialidades;
de outros Estados membros h) A comissão de atribuição de títulos.
1 — As organizações associativas de profissionais equi- 2 — São órgãos regionais da Ordem:
parados a enfermeiros, constituídas noutro Estado membro
da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, a) As assembleias regionais;
cujo capital com direito de voto caiba maioritariamente b) Os conselhos diretivos regionais;
aos profissionais em causa e ou a outras organizações as- c) Os conselhos jurisdicionais regionais;
sociativas, cujo capital e direitos de voto caiba maioritaria- d) Os conselhos fiscais regionais;
mente àqueles profissionais, podem inscrever as respetivas e) Os conselhos de enfermagem regionais.
representações permanentes em Portugal, constituídas nos
termos da lei comercial, como membros da Ordem, sendo Artigo 17.º-A
enquanto tal equiparadas a sociedades de enfermeiros para Condições de exercício dos membros dos órgãos da Ordem
efeitos do presente Estatuto.
2 — Os requisitos de capital referidos no número ante- 1 — Os membros dos órgãos executivos da Ordem que
rior não são aplicáveis caso a organização associativa não sejam trabalhadores por conta de outrem têm direito, para
disponha de capital social, aplicando-se, em seu lugar, o o exercício das suas funções no âmbito dos cargos para
requisito de atribuição da maioria de direitos de voto aos que foram eleitos, a:
profissionais ali referidos. a) Licença sem vencimento, com a duração máxima
3 — O juízo de equiparação a que se refere o n.º 1 é do respetivo mandato, a atribuir nos termos da legislação
regido: laboral;
a) Quanto a nacionais de Estado membro da União b) Um crédito de horas correspondente a 24 dias de
Europeia ou do Espaço Económico Europeu, pelo n.º 4 do trabalho por ano, que podem utilizar em períodos de meio-
artigo 1.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas -dia, que contam, para todos os efeitos legais, como serviço
Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio; efetivo.
b) Quanto a nacionais de países terceiros cujas qualifi-
cações tenham sido obtidas fora de Portugal, pelo regime 2 — Os membros dos órgãos não executivos da Ordem
de reciprocidade internacionalmente vigente. usufruem do direito a 24 faltas justificadas, que contam
para todos os efeitos legais como serviço efetivo, salvo
4 — O regime jurídico de inscrição das organizações quanto à remuneração ou retribuição.
associativas de profissionais de outros Estados membros 3 — A Ordem comunica, por meios idóneos e seguros,
consta do diploma que estabelece o regime jurídico da incluindo o correio eletrónico, às entidades empregadoras
constituição e funcionamento das sociedades de profis- das quais dependam os membros dos seus órgãos, as datas
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4 — A alteração da ordem de trabalhos pela assembleia b) Definir a posição da Ordem perante os órgãos de
só pode ter lugar quando estejam presentes pelo menos soberania e da Administração Pública, em matérias que
10 % dos membros da Ordem. se relacionem com as suas atribuições;
5 — As deliberações da assembleia geral sobre pro- c) Emitir parecer sobre projetos de diplomas legislativos
postas de alteração do presente Estatuto só são válidas ou regulamentos que tenham como objeto o ensino e a
quando sufragadas por dois terços dos respetivos membros formação que conferem habilitações legais para o exercício
efetivos, presentes na reunião. da enfermagem;
6 — A assembleia geral convocada nos termos da alí- d) Emitir parecer, por sua iniciativa ou a pedido das
nea d) do n.º 3 do artigo 20.º só tem lugar quando pelo entidades oficiais competentes, sobre as diversas matérias
menos dois terços dos requerentes estiverem presentes. relacionadas com o exercício da enfermagem, designa-
7 — Os requerentes faltosos ficam impedidos de exercer damente sobre a organização dos serviços que dela se
o direito de convocação da assembleia geral até final do ocupam;
mandato e por período não inferior a dois anos. e) Articular as atividades entre as secções regionais, de
acordo com as linhas políticas nacionais definidas;
Artigo 24.º f) Elaborar e submeter à assembleia geral o plano de
atividades, o orçamento, o relatório e as contas anuais;
Mesa da assembleia geral g) Propor à assembleia geral a criação de novas espe-
1 — A mesa da assembleia geral é constituída por um cialidades;
presidente, um vice-presidente e quatro secretários. h) Elaborar e propor à assembleia geral, após audição
2 — O presidente da mesa da assembleia geral é eleito dos órgãos competentes e parecer do conselho jurisdicio-
por sufrágio direto e universal. nal, os regulamentos necessários à execução do presente
3 — O vice-presidente e os secretários são os presiden- Estatuto;
tes das assembleias regionais. i) Propor à assembleia geral o montante das quotas e
4 — O presidente da assembleia regional em cuja secção das taxas;
se realize a reunião exerce as competências conferidas ao j) Executar as deliberações da assembleia geral;
vice-presidente. k) Administrar e restruturar o património da Ordem;
l) Promover a cobrança das receitas e autorizar as des-
pesas, aceitar doações, heranças e legados feitos à Ordem;
Artigo 25.º
m) Deliberar sobre a aquisição ou a oneração de bens da
Competência dos membros da mesa Ordem e a contração de empréstimos, dentro dos limites
de endividamento aprovados no orçamento;
1 — Compete ao presidente convocar a assembleia ge-
n) Instaurar procedimentos de execução aos enfermeiros
ral, nos termos do presente Estatuto, e dirigir as reuniões.
com quotas em dívida à Ordem;
2 — Compete ao vice-presidente substituir o presidente
o) Propor à assembleia geral, sob parecer do conselho
nas suas faltas ou impedimentos. de enfermagem, o nível de qualificação e as condições de
3 — Compete aos secretários a elaboração das atas, inscrição e reingresso na Ordem;
que são lidas e aprovadas na assembleia geral seguinte, p) Participar nos processos oficiais de acreditação e na
e coadjuvar o presidente nos atos necessários ao normal avaliação dos cursos que dão acesso à profissão;
funcionamento da assembleia geral. q) Elaborar e manter atualizados os registos de todos
os enfermeiros;
SUBSECÇÃO II r) Dirigir o funcionamento dos serviços da sede da
Do conselho diretivo Ordem;
s) Atribuir a qualidade de membro correspondente da
Artigo 26.º Ordem;
t) Desenvolver as relações da Ordem com instituições
Composição nacionais ou estrangeiras da mesma natureza;
1 — O conselho diretivo é constituído pelo bastonário u) Constituir comissões para a execução de tarefas ou
e por 10 vogais, dos quais cinco são, por inerência, os estudos sobre assuntos de interesse da Ordem;
presidentes dos conselhos diretivos regionais. v) Designar ou nomear enfermeiros que, em represen-
2 — O bastonário, dois vice-presidentes, dois secre- tação da Ordem, devem integrar comissões eventuais ou
tários e um tesoureiro são eleitos por sufrágio universal, permanentes e grupos de trabalho;
direto, secreto e periódico. w) Promover a realização de um congresso de caráter
3 — O bastonário pode, quando julgar aconselhável, obrigatório, no 3.º ano do mandato, preferencialmente
convocar para as reuniões do conselho diretivo os pre- no dia internacional do enfermeiro, tendo por objetivo a
sidentes do conselho jurisdicional, do conselho fiscal, discussão sobre questões de natureza científica, técnica e
do conselho de enfermagem e das mesas dos colégios da profissional, bem como tomar posição sobre o exercício
especialidade, os quais têm, neste caso, direito de voto. da profissão, o presente Estatuto e as garantias dos en-
fermeiros;
Artigo 27.º x) Promover a realização de congressos, conferências,
seminários e outras atividades científicas que visem o
Competência desenvolvimento da enfermagem, em colaboração com
1 — Compete ao conselho diretivo: os conselhos diretivos regionais, podendo incluir outras
organizações profissionais;
a) Dirigir a atividade nacional da Ordem, incluindo as y) Organizar e promover a publicação de uma revista
suas linhas gerais de atuação; periódica de cariz informativo;
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membros efetivos dos órgãos da Ordem no exercício das b) Apreciar e emitir parecer sobre o relatório, contas e
suas funções, bem como em relação a bastonários e presi- orçamento anuais, elaborados pelo conselho diretivo, para
dentes do conselho jurisdicional de mandatos anteriores; serem apresentados à assembleia geral;
g) Elaborar propostas de alteração ao código deonto- c) Apreciar a contabilidade de âmbito nacional da Ordem;
lógico, para apresentação à assembleia geral e posterior d) Apreciar e fiscalizar as atas lavradas nas reuniões do
proposta de alteração ao presente Estatuto; conselho diretivo, no que respeita a deliberações inscritas
h) Elaborar e propor alterações ao regulamento disci- na sua competência;
plinar, para apresentação à assembleia geral; e) Apresentar ao conselho diretivo as propostas que
i) Emitir parecer sobre os regimentos dos órgãos da considere adequadas para melhorar a situação patrimonial
Ordem; e financeira da Ordem;
j) Deliberar sobre os conflitos, positivos ou negativos, f) Pronunciar-se sobre qualquer assunto que lhe seja
de competências dos órgãos; apresentado por outro órgão nacional, relativamente a
k) Elaborar e aprovar o seu regimento. matéria cuja fiscalização lhe está cometida;
g) Elaborar e aprovar o seu regimento;
Artigo 33.º
h) Participar, sem direito a voto, nas reuniões do con-
Funcionamento selho diretivo, sempre que este o considere conveniente.
1 — O conselho jurisdicional funciona na sede da Or-
dem e reúne quando convocado pelo seu presidente. 2 — O conselho fiscal deve comunicar ao conselho
2 — Na primeira sessão de cada quadriénio, o conselho diretivo qualquer situação que identifique e implique des-
jurisdicional elege, de entre os seus membros, dois vice- vio orçamental ou comprometa ou possa comprometer o
-presidentes e quatro secretários. equilíbrio contabilístico e financeiro da Ordem.
3 — O conselho jurisdicional reúne em sessão plenária 3 — O conselho fiscal pode solicitar ao conselho dire-
e por secções. tivo e aos conselhos diretivos regionais informações ou
4 — A composição das duas secções é fixada na pri- documentação que considere necessária ao cumprimento
meira sessão de cada exercício, cabendo a uma secção a das suas atribuições.
competência do exercício do poder disciplinar e, à outra
secção, a competência de análise de questões e preparação
SUBSECÇÃO VI
de pareceres de natureza deontológica.
5 — O presidente do conselho jurisdicional preside às Conselho de enfermagem
sessões plenárias e às sessões da 1.ª e da 2.ª secção.
6 — A 1.ª secção é constituída por quatro vogais e a Artigo 36.º
2.ª secção é constituída por seis vogais. Composição
7 — Cada secção é secretariada por um dos secretários.
8 — As secções deliberam validamente quando estive- 1 — O conselho de enfermagem é o órgão científico e
rem presentes três quintos dos seus membros. profissional da Ordem e é constituído por um presidente
9 — As deliberações são tomadas por maioria, dispondo e 10 vogais.
o presidente de voto de qualidade. 2 — O presidente e cinco vogais do conselho de enfer-
magem são eleitos por sufrágio universal, direto, secreto
SUBSECÇÃO V e periódico.
Conselho fiscal 3 — Os presidentes dos conselhos de enfermagem re-
gionais são, por inerência, os restantes cinco vogais do
Artigo 34.º conselho de enfermagem.
Composição e funcionamento 4 — Os membros do conselho de enfermagem referidos
1 — O conselho fiscal é constituído por um presidente, no n.º 2, se forem especialistas, têm de ser titulares de
um vice-presidente e cinco vogais. diferentes especialidades.
2 — O presidente e o vice-presidente do conselho fis-
cal são eleitos por sufrágio universal, direto, secreto e Artigo 37.º
periódico.
3 — Os presidentes dos conselhos fiscais regionais são, Competência
por inerência, os vogais do conselho fiscal. Compete ao conselho de enfermagem:
4 — O conselho fiscal integra um revisor oficial de con-
tas, nomeado pelo conselho diretivo, sem direito de voto. a) Definir os critérios e a matriz de validação, para
5 — O conselho fiscal funciona na sede da Ordem e efeitos da individualização das especialidades;
reúne, ordinariamente, em cada trimestre e, extraordina- b) Elaborar o regulamento de reconhecimento de novas
riamente, por iniciativa do presidente. especialidades, a propor ao conselho diretivo;
c) Reconhecer especialidades em enfermagem, a propor
Artigo 35.º ao conselho diretivo;
Competência d) Elaborar o regulamento da certificação individual de
competências, a propor ao conselho diretivo;
1 — Compete ao conselho fiscal: e) Elaborar o regulamento de atribuição dos títulos de
a) Acompanhar e fiscalizar a gestão patrimonial e fi- enfermeiro e de enfermeiro especialista, a propor ao con-
nanceira da Ordem; selho diretivo;
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reiro e dois vogais, eleitos por sufrágio universal, direto, universal, direto e secreto e periódico, pelos membros
secreto e periódico pelos membros efetivos da Ordem efetivos da Ordem inscritos na respetiva secção regional,
inscritos na respetiva secção regional, com cédula profis- com cédula profissional válida e no pleno gozo e exercício
sional válida e no pleno gozo e exercício dos seus direitos. dos seus direitos, sendo o primeiro o presidente.
2 — Compete ao conselho diretivo regional: 2 — Compete ao conselho jurisdicional regional instruir
os procedimentos disciplinares que respeitem aos mem-
a) Promover as atividades da Ordem a nível regional, bros da respetiva secção, com exceção dos que sejam da
de acordo com as linhas gerais de atuação definidas pelo competência do conselho jurisdicional.
conselho diretivo; 3 — O funcionamento do conselho jurisdicional regio-
b) Representar a secção regional no âmbito das suas nal obedece a regimento por ele elaborado e aprovado pela
competências; assembleia regional respetiva, após parecer favorável do
c) Gerir as atividades da secção regional nos termos do conselho jurisdicional.
presente Estatuto e respetivos regulamentos;
d) Administrar os bens patrimoniais e financeiros que SUBSECÇÃO IV
lhe estão confiados e celebrar os negócios jurídicos, de
administração ordinária, necessários ao exercício das suas Conselho fiscal regional
competências;
e) Elaborar e submeter à aprovação da assembleia re- Artigo 48.º
gional o plano de atividades e o orçamento para cada ano, Composição, competência e funcionamento
até 1 de março do ano corrente;
f) Elaborar e submeter à aprovação da assembleia re- 1 — O conselho fiscal regional é constituído por três
gional o relatório e contas relativos ao ano civil anterior, membros efetivos da Ordem, eleitos por sufrágio univer-
até 1 de março do ano seguinte; sal, direto, secreto e periódico pelos membros efetivos da
g) Aceitar os pedidos de inscrição como membro efetivo Ordem inscritos na respetiva secção regional, com cédula
da Ordem e assegurar os procedimentos regulamentares, profissional válida e no pleno gozo e exercício dos seus
no âmbito territorial da respetiva secção regional; direitos, sendo o primeiro o presidente.
h) Promover o registo dos membros efetivos da Ordem, 2 — Compete ao conselho fiscal regional:
emitir as cédulas profissionais; a) Examinar, pelo menos trimestralmente, a gestão fi-
i) Promover a atualização do registo e dos ficheiros dos nanceira da competência dos conselhos diretivos regionais;
membros da Ordem; b) Dar parecer sobre o relatório e contas, bem como
j) Garantir as condições necessárias à efetivação do sobre a proposta de orçamento, apresentados pelos respe-
processo de certificação individual de competências; tivos conselhos diretivos regionais;
k) Organizar e gerir os serviços administrativos e os c) Participar, sem direito a voto, nas reuniões dos res-
recursos humanos; petivos conselhos diretivos regionais, sempre que estes o
l) Acompanhar o exercício profissional na área da res- considerem conveniente;
petiva secção regional, no que respeita às condições de d) Fiscalizar as atas lavradas nas reuniões dos conselhos
exercício, de dignidade e de prestígio da profissão; diretivos regionais.
m) Promover ações disciplinares, através do conselho
jurisdicional regional ou do conselho jurisdicional; 3 — O funcionamento do conselho fiscal regional
n) Enviar anualmente ao conselho diretivo um relatório obedece a regimento por ele elaborado e aprovado pela
sobre o exercício profissional na respetiva região; assembleia regional respetiva, após parecer favorável do
o) Pronunciar-se sobre todos os assuntos que lhe sejam conselho jurisdicional.
apresentados, no âmbito das suas competências;
p) Cooperar com todos os órgãos regionais e nacionais SUBSECÇÃO V
na prossecução das atribuições da Ordem;
q) Zelar pela dignidade do exercício profissional e asse- Conselho de enfermagem regional
gurar o respeito pelos direitos, liberdades e garantias dos Artigo 49.º
enfermeiros, a nível regional;
r) Zelar pela qualidade dos cuidados de enfermagem Composição, competência e funcionamento
prestados à população e promover as medidas que consi- 1 — O conselho de enfermagem regional é constituído
dere pertinentes a nível regional. por um presidente e quatro vogais, sendo eleitos por sufrá-
gio universal, direto, secreto e periódico pelos membros
3 — O funcionamento do conselho diretivo regional efetivos da Ordem inscritos na respetiva secção regional,
obedece a regimento por ele elaborado e aprovado pela com cédula profissional válida e no pleno gozo e exercício
assembleia regional respetiva, após parecer favorável do dos seus direitos.
conselho jurisdicional. 2 — Os membros do conselho de enfermagem regional
referidos no número anterior, se forem especialistas, têm
SUBSECÇÃO III de ser titulares de diferentes especialidades.
Conselho jurisdicional regional
3 — Compete ao conselho de enfermagem regional:
a) Promover o desenvolvimento e a valorização cientí-
Artigo 47.º fica, técnica, cultural e profissional dos membros a nível
Composição, competência e funcionamento
regional;
b) Zelar pela observância dos padrões de qualidade dos
1 — O conselho jurisdicional regional é constituído cuidados de enfermagem e pela qualidade do exercício
por três membros efetivos da Ordem, eleitos por sufrágio profissional dos enfermeiros;
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4 — O enfermeiro apenas pode revelar factos sobre os b) Contribuir para criar o ambiente propício ao desen-
quais tome conhecimento no exercício da sua profissão volvimento das potencialidades da pessoa.
após autorização do presidente do conselho jurisdicional,
nos termos previstos no regulamento do conselho juris-
dicional. Artigo 111.º
Artigo 107.º Dos deveres para com a profissão
Do respeito pela intimidade Consciente de que a sua ação se repercute em toda a
Atendendo aos sentimentos de pudor e interioridade profissão, o enfermeiro assume o dever de:
inerentes à pessoa, o enfermeiro assume o dever de:
a) Manter no desempenho das suas atividades, em to-
a) Respeitar a intimidade da pessoa e protegê-la de das as circunstâncias, um padrão de conduta pessoal que
ingerência na sua vida privada e na da sua família; dignifique a profissão;
b) Salvaguardar sempre, no exercício das suas funções b) Ser solidário com os outros membros da profissão
e na supervisão das tarefas que delega, a privacidade e a
em ordem à elevação do nível profissional;
intimidade da pessoa.
c) Proceder com correção e urbanidade, abstendo-se de
Artigo 108.º qualquer crítica pessoal ou alusão depreciativa a colegas
ou a outros profissionais;
Do respeito pela pessoa em situação de fim de vida
d) Abster-se de receber benefícios ou gratificações além
O enfermeiro, ao acompanhar a pessoa nas diferentes das remunerações a que tenha direito;
etapas de fim de vida, assume o dever de: e) Recusar a participação em atividades publicitárias de
a) Defender e promover o direito da pessoa à escolha produtos farmacêuticos e equipamentos técnico-sanitários.
do local e das pessoas que deseja que o acompanhem em
situação de fim de vida; Artigo 112.º
b) Respeitar e fazer respeitar as manifestações de perda
expressas pela pessoa em situação de fim de vida, pela Dos deveres para com outras profissões
família ou pessoas que lhe sejam próximas;
O enfermeiro assume, como membro da equipa de
c) Respeitar e fazer respeitar o corpo após a morte.
saúde, o dever de:
Artigo 109.º a) Atuar responsavelmente na sua área de competência e
Da excelência do exercício reconhecer a especificidade das outras profissões de saúde,
respeitando os limites impostos pela área de competência
O enfermeiro procura, em todo o ato profissional, a
de cada uma;
excelência do exercício, assumindo o dever de:
b) Trabalhar em articulação com os restantes profissio-
a) Analisar regularmente o trabalho efetuado e reco- nais de saúde;
nhecer eventuais falhas que mereçam mudança de atitude; c) Integrar a equipa de saúde, em qualquer serviço em
b) Procurar adequar as normas de qualidade dos cuida- que trabalhe, colaborando, com a responsabilidade que
dos às necessidades concretas da pessoa;
lhe é própria, nas decisões sobre a promoção da saúde, a
c) Manter a atualização contínua dos seus conheci-
mentos e utilizar de forma competente as tecnologias, prevenção da doença, o tratamento e recuperação, promo-
sem esquecer a formação permanente e aprofundada nas vendo a qualidade dos serviços.
ciências humanas;
d) Assegurar, por todos os meios ao seu alcance, as
condições de trabalho que permitam exercer a profissão Artigo 113.º
com dignidade e autonomia, comunicando, através das vias Da objeção de consciência
competentes, as deficiências que prejudiquem a qualidade
de cuidados; 1 — O enfermeiro, no exercício do seu direito de objetor
e) Garantir a qualidade e assegurar a continuidade dos de consciência, assume o dever de:
cuidados das atividades que delegar, assumindo a respon- a) Proceder segundo os regulamentos internos da Ordem
sabilidade pelos mesmos;
que regem os comportamentos do objetor, de modo a não
f) Abster-se de exercer funções sob influência de subs-
tâncias suscetíveis de produzir perturbação das faculdades prejudicar os direitos das pessoas;
físicas ou mentais. b) Declarar, atempadamente, a sua qualidade de objetor
de consciência, para que sejam assegurados, no mínimo
Artigo 110.º indispensável, os cuidados a prestar;
c) Respeitar as convicções pessoais, filosóficas, ideo-
Da humanização dos cuidados lógicas ou religiosas da pessoa e dos outros membros da
O enfermeiro, sendo responsável pela humanização dos equipa de saúde.
cuidados de enfermagem, assume o dever de:
a) Dar, quando presta cuidados, atenção à pessoa como 2 — O enfermeiro não pode sofrer qualquer prejuízo
uma totalidade única, inserida numa família e numa co- pessoal ou profissional pelo exercício do seu direito à
munidade; objeção de consciência.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015 8081
Artigo 11.º
CAPÍTULO IX
Dos direitos, deveres e incompatibilidades
Disposições finais
1 — Os direitos e deveres dos enfermeiros, bem
como as incompatibilidades do exercício da profissão
Artigo 123.º
de enfermagem, são os estabelecidos no Estatuto da
Tutela administrativa Ordem dos Enfermeiros.
Os poderes de tutela administrativa sobre a Ordem dos 2 — Constituem ainda direitos dos enfermeiros:
Enfermeiros, nos termos do artigo 45.º da Lei n.º 2/2013, a) Que a entidade patronal se responsabilize pelo
de 10 de janeiro, e do presente Estatuto, são exercidos especial risco a que estão sujeitos no decurso da sua
pelo membro do Governo responsável pela área da saúde. atividade profissional;
b) Serem substituídos após cumprimento da sua jor-
Artigo 124.º nada de trabalho;
c) Beneficiarem das garantias e regalias de outros
Controlo jurisdicional
trabalhadores de saúde do sector onde exerçam a pro-
No âmbito do exercício dos poderes públicos da Or- fissão, quando mais favoráveis.»
dem fica sujeita à jurisdição administrativa, nos termos
dos artigos 46.º e 47.º da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro.
Artigo 6.º
Revogação
ANEXO II
São revogados os artigos 12.º e 14.º do Decreto-Lei
(a que se refere o artigo 5.º) n.º 161/96, de 4 de setembro.
a) Zelar pela função social, dignidade e prestígio da 1 — A Ordem pode cooperar com quaisquer organi-
profissão de enfermeiro, promovendo a valorização pro- zações, nacionais ou estrangeiras, de natureza científica,
fissional e científica dos seus membros; profissional ou social, que visem o exercício da profissão
b) Assegurar o cumprimento das regras de deontologia de enfermeiro.
profissional; 2 — A Ordem deve promover e intensificar a coope-
c) Contribuir, através da elaboração de estudos e formu- ração, a nível internacional, no domínio das ciências de
lação de propostas, para a definição da política da saúde; enfermagem, nomeadamente com instituições científicas
8084 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015
dos países de língua oficial portuguesa e Estados membros b) Os detentores do curso de enfermagem geral ou equi-
da União Europeia. valente legal;
3 — Para melhor prossecução das suas atribuições, c) Os detentores de cursos superiores de enfermagem
a Ordem pode estabelecer acordos de cooperação com estrangeiros, que tenham obtido equivalência a um curso
outras entidades públicas, privadas ou sociais, nacionais superior de enfermagem português;
ou estrangeiras, com exceção das entidades de natureza d) Os profissionais nacionais de Estados membros da
sindical ou política. União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, cujas
4 — A Ordem, no âmbito da colaboração institucional, qualificações tenham sido obtidas fora de Portugal, nos
pode solicitar informação às entidades públicas, privadas termos do artigo 12.º;
e da economia social, para a prossecução das suas atribui- e) Os profissionais nacionais de Estados terceiros cujas
ções, especialmente, no que se refere às alíneas d), j) e l) qualificações tenham sido obtidas fora de Portugal, desde
do n.º 3 do artigo 3.º que obtenham a equivalência das suas qualificações às
5 — A Ordem pode estabelecer acordos de cooperação qualificações exigidas nas alíneas a) e b) e seja garantida
com os serviços de inspeção da Administração Pública para a reciprocidade de tratamento, nos termos da convenção
a fiscalização do cumprimento dos deveres profissionais celebrada entre a Ordem e a autoridade congénere do país
por parte dos seus membros. de origem do interessado.
6 — A Ordem pode estabelecer acordos de cooperação
com os serviços de inspeção referidos no número anterior, 2 — Podem ainda inscrever-se na Ordem:
que visem impedir o exercício ilegal da profissão, nomea-
damente por quem não reúna as qualificações legalmente a) As sociedades profissionais de enfermeiros, incluindo
estabelecidas. as filiais de organizações associativas de enfermeiros cons-
7 — A Ordem presta e solicita às autoridades adminis- tituídas ao abrigo do direito de outro Estado, nos termos
trativas dos outros Estados membros da União Europeia do artigo 14.º;
e do Espaço Económico Europeu e à Comissão Europeia b) As representações permanentes em território nacional
assistência mútua e tomam as medidas necessárias para de organizações associativas de enfermeiros constituídas
cooperar eficazmente, nomeadamente através do Sistema ao abrigo do direito de outro Estado, caso pretendam ser
de Informação do Mercado Interno, no âmbito dos pro- membros da Ordem, nos termos do artigo 15.º
cedimentos relativos a prestadores de serviços já estabe-
lecidos noutro Estado membro, nos termos do capítulo VI 3 — Ao exercício de forma ocasional e esporádica em
do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, do n.º 2 do território nacional da atividade de enfermeiro, em regime
artigo 51.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas de livre prestação de serviços, por profissionais nacionais
Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio, de Estados membros da União Europeia e do Espaço Eco-
e dos n.os 2 e 3 do artigo 19.º da Diretiva 2000/31/CE, do nómico Europeu, cujas qualificações tenham sido obtidas
Parlamento Europeu e do Conselho, de 8 de junho de 2000, fora de Portugal, aplica-se o disposto no artigo 13.º
relativa a certos aspetos legais dos serviços da sociedade 4 — Aos candidatos que não tenham feito a sua forma-
de informação, em especial do comércio eletrónico. ção em estabelecimento de ensino português é exigido,
nos termos regulamentares, a sujeição a uma prova de
Artigo 5.º comunicação que visa avaliar a capacidade de compreen-
são e comunicação, em língua portuguesa, no âmbito do
Insígnias exercício profissional.
A Ordem tem direito a usar emblema, estandarte e selos 5 — A inscrição na Ordem rege-se pelo presente Esta-
próprios, de modelo a aprovar pela assembleia geral, sob tuto e respetivo regulamento e reporta-se à secção regional
proposta do conselho diretivo. correspondente ao distrito da residência habitual ou domi-
cílio profissional do candidato.
6 — Para efeitos de inscrição na Ordem, deve ser apre-
CAPÍTULO II sentado o documento comprovativo das habitações acadé-
micas necessárias, em original ou pública forma, ou na falta
Inscrição e exercício da profissão destes, documento comprovativo de que já foi requerido e
está em condições de ser emitido.
SECÇÃO I 7 — O estágio profissional de adaptação, enquanto me-
dida de compensação, é regido pela Lei n.º 9/2009, de 4 de
Exercício da profissão, inscrição, títulos e membros
março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e
25/2014, de 2 de maio.
Artigo 6.º 8 — A inscrição na Ordem só pode ser recusada com
Exercício da profissão fundamento na falta de habilitações legais para o exercício
da profissão, em inibição por sentença judicial transitada
O exercício da profissão de enfermeiro depende da
em julgado, ou na falta de quaisquer das exigências pre-
inscrição como membro da Ordem.
vistas no presente artigo.
Artigo 7.º
Artigo 8.º
Inscrição
Títulos
1 — Podem inscrever-se na Ordem:
1 — O título de enfermeiro reconhece competência
a) Os detentores de cursos superiores de enfermagem científica, técnica e humana para a prestação de cuidados
portugueses; de enfermagem gerais.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015 8085
março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e científica e as garantias conferidas aos enfermeiros pela
25/2014, de 2 de maio. lei e pelo presente Estatuto.
2 — Os profissionais referidos no número anterior 8 — As sociedades profissionais de enfermeiros podem
podem fazer uso do título profissional de enfermeiro e exercer, a título secundário, quaisquer atividades que não
são equiparados a enfermeiro para todos os efeitos le- sejam incompatíveis com a atividade de enfermeiro, em
gais, exceto quando o contrário resulte das disposições relação às quais não se verifique impedimento, nos termos
em causa. do presente Estatuto, não estando essas atividades sujeitas
3 — O profissional que preste serviços, de forma su- ao controlo da Ordem.
bordinada ou autónoma ou na qualidade de sócio ou que 9 — A constituição e o funcionamento das sociedades
atue como gerente ou administrador no Estado membro de profissionais consta de diploma próprio.
de origem, no âmbito de organização associativa de pro-
fissionais e pretenda exercer a sua atividade profissional
SECÇÃO IV
em território nacional nessa qualidade, em regime de livre
prestação de serviços, deve identificar perante a Ordem a Outras organizações de prestadores
organização associativa por conta da qual presta serviços
na declaração referida no artigo 5.º da Lei n.º 9/2009, de 4 Artigo 15.º
de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto,
Organizações associativas de profissionais
e 25/2014, de 2 de maio. de outros Estados membros
SECÇÃO III
1 — As organizações associativas de profissionais equi-
parados a enfermeiros, constituídas noutro Estado membro
Sociedades profissionais da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu,
cujo capital com direito de voto caiba maioritariamente
Artigo 14.º aos profissionais em causa e ou a outras organizações as-
Sociedades de profissionais
sociativas, cujo capital e direitos de voto caiba maioritaria-
mente àqueles profissionais, podem inscrever as respetivas
1 — Os enfermeiros estabelecidos em território nacional representações permanentes em Portugal, constituídas nos
podem exercer em grupo a profissão, desde que constituam termos da lei comercial, como membros da Ordem, sendo
ou ingressem como sócios em sociedades profissionais de enquanto tal equiparadas a sociedades de enfermeiros para
enfermeiros. efeitos do presente Estatuto.
2 — Podem ainda ser sócios de sociedades de profis- 2 — Os requisitos de capital referidos no número ante-
sionais de enfermeiros: rior não são aplicáveis caso a organização associativa não
a) Sociedades de profissionais de enfermeiros previa- disponha de capital social, aplicando-se, em seu lugar, o
mente constituídas e inscritas como membros da Ordem; requisito de atribuição da maioria de direitos de voto aos
b) Organizações associativas de profissionais equipa- profissionais ali referidos.
rados a enfermeiros constituídas noutro Estado membro 3 — O juízo de equiparação a que se refere o n.º 1 é
da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, regido:
cujo capital e direitos de voto caiba maioritariamente aos a) Quanto a nacionais de Estado membro da União
profissionais em causa. Europeia ou do Espaço Económico Europeu, pelo n.º 4 do
artigo 1.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas
3 — O requisito de capital referido na alínea b) do nú- Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio;
mero anterior não é aplicável caso a organização associa- b) Quanto a nacionais de países terceiros cujas qualifi-
tiva não disponha de capital social. cações tenham sido obtidas fora de Portugal, pelo regime
4 — O juízo de equiparação a que se refere a alínea b) de reciprocidade internacionalmente vigente.
do n.º 2 é regido:
a) Quanto a nacionais de Estado membro da União 4 — O regime jurídico de inscrição das organizações
Europeia ou do Espaço Económico Europeu, pelo n.º 4 do associativas de profissionais de outros Estados membros
artigo 1.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas consta do diploma que estabelece o regime jurídico da
Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio; constituição e funcionamento das sociedades de profis-
b) Quanto a nacionais de países terceiros cujas qualifi- sionais que estejam sujeitas a associações públicas pro-
cações tenham sido obtidas fora de Portugal, pelo regime fissionais.
de reciprocidade internacionalmente vigente. 5 — Às organizações associativas de profissionais de
outros Estados membros não é reconhecida capacidade
5 — As sociedades de enfermeiros gozam dos direitos eleitoral.
e estão sujeitas aos deveres aplicáveis aos profissionais
membros da Ordem que sejam compatíveis com a sua Artigo 16.º
natureza, estando nomeadamente sujeitas aos princípios Outros prestadores
e regras deontológicos constantes do presente Estatuto.
6 — Às sociedades profissionais de enfermeiros não é As pessoas coletivas que prestem serviços de enfer-
reconhecida capacidade eleitoral. magem e não se constituam sob a forma de sociedades
7 — Os membros do órgão executivo das sociedades de profissionais não estão sujeitas a inscrição na Ordem,
profissionais de enfermeiros, independentemente da sua sem prejuízo da obrigatoriedade de inscrição na Ordem
qualidade de membros da Ordem, devem respeitar os dos profissionais que aí exercem a respetiva atividade,
princípios e regras deontológicos, a autonomia técnica e nos termos do presente Estatuto.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015 8087
dentes da Ordem, através dos seus representantes, sem 3 — O vice-presidente e os secretários são os presiden-
direito a voto. tes das assembleias regionais.
4 — O presidente da assembleia regional em cuja secção
Artigo 21.º se realize a reunião exerce as competências conferidas ao
Sede de reuniões
vice-presidente.
h) Participar, sem direito a voto, nas reuniões do con- n) Apoiar o conselho diretivo e jurisdicional nos assuntos
selho diretivo, sempre que este o considere conveniente. profissionais relativos aos cuidados de enfermagem gerais;
o) Definir as condições de reconhecimento de quali-
2 — O conselho fiscal deve comunicar ao conselho ficações profissionais obtidas fora do território nacional,
diretivo qualquer situação que identifique e implique des- nos termos da lei, do direito da União Europeia ou de
vio orçamental ou comprometa ou possa comprometer o convenção internacional;
equilíbrio contabilístico e financeiro da Ordem. p) Definir os processos de reconhecimento de compe-
3 — O conselho fiscal pode solicitar ao conselho dire- tência acrescida, a propor ao conselho diretivo;
tivo e aos conselhos diretivos regionais informações ou q) Definir os procedimentos de revalidação e de reabi-
documentação que considere necessária ao cumprimento litação, determinando as suas condições de apreciação e
das suas atribuições. verificação, a propor ao conselho diretivo, após parecer
do conselho jurisdicional;
SUBSECÇÃO VI r) Organizar uma revista científica;
s) Elaborar e aprovar o seu regimento.
Conselho de enfermagem
Artigo 38.º
Artigo 36.º
Funcionamento
Composição
1 — O conselho de enfermagem funciona na sede da
1 — O conselho de enfermagem é o órgão científico e
Ordem e reúne por convocação do seu presidente.
profissional da Ordem e é constituído por um presidente
2 — Na primeira sessão de cada quadriénio, o conselho
e 10 vogais.
de enfermagem elege, de entre os seus membros, dois vice-
2 — O presidente e cinco vogais do conselho de enfer-
-presidentes e dois secretários.
magem são eleitos por sufrágio universal, direto, secreto
3 — Apoiam o funcionamento do conselho de enferma-
e periódico.
gem a comissão de qualidade dos cuidados de enfermagem
3 — Os presidentes dos conselhos de enfermagem re-
e a comissão de investigação e desenvolvimento.
gionais são, por inerência, os restantes cinco vogais do
4 — O conselho de enfermagem elabora o regulamento
conselho de enfermagem.
das comissões, a propor ao conselho diretivo.
4 — Os membros do conselho de enfermagem referidos
5 — Na primeira sessão de cada quadriénio, o conselho
no n.º 2, se forem especialistas, têm de ser titulares de
de enfermagem designa, de entre os seus membros eleitos,
diferentes especialidades.
os que integram cada uma das comissões e, destes, o que
preside.
Artigo 37.º 6 — O conselho de enfermagem pode ser assessorado
Competência por peritos de reconhecida competência.
7 — Os peritos referidos no número anterior são nomea-
Compete ao conselho de enfermagem:
dos pelo conselho diretivo, sob proposta fundamentada do
a) Definir os critérios e a matriz de validação, para conselho de enfermagem.
efeitos da individualização das especialidades; 8 — No tratamento de assuntos transversais a áreas
b) Elaborar o regulamento de reconhecimento de novas profissionais especializadas, o presidente do conselho de
especialidades, a propor ao conselho diretivo; enfermagem deve convocar para as reuniões do conselho,
c) Reconhecer especialidades em enfermagem, a propor os presidentes dos colégios das especialidades respetivas,
ao conselho diretivo; os quais têm, neste caso, direito a voto.
d) Elaborar o regulamento da certificação individual de 9 — As deliberações são tomadas por maioria, dispondo
competências, a propor ao conselho diretivo; o presidente de voto de qualidade.
e) Elaborar o regulamento de atribuição dos títulos de
enfermeiro e de enfermeiro especialista, a propor ao con- SUBSECÇÃO VII
selho diretivo;
Colégios das especialidades e título de especialidade
f) Definir os padrões de qualidade de cuidados de en-
fermagem, a propor ao conselho diretivo;
g) Acompanhar o desenvolvimento de métodos, instru- Artigo 39.º
mentos e programas de melhoria contínua da qualidade dos Colégios das especialidades
cuidados, a nível nacional e internacional;
1 — Os colégios das especialidades são os órgãos pro-
h) Colaborar com entidades nacionais ou internacionais
fissionais especializados, constituídos pelos membros da
no âmbito da qualidade;
Ordem que detenham o título profissional da respetiva
i) Apreciar o acompanhamento do exercício profissional
especialidade.
a nível nacional;
2 — Existem tantos colégios quantas as especialidades.
j) Fomentar e acompanhar o desenvolvimento da for-
mação em enfermagem;
Artigo 40.º
k) Fomentar a investigação em enfermagem como meio
de desenvolvimento do exercício profissional; Títulos de especialidade
l) Promover o desenvolvimento das relações científicas
1 — A Ordem atribui os seguintes títulos de enfermeiro
e profissionais, nos diferentes domínios da enfermagem,
especialista:
a nível nacional e internacional;
m) Proceder a estudos e emitir pareceres sobre matérias a) Enfermeiro especialista em enfermagem de saúde
específicas de enfermagem; materna e obstétrica;
8092 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015
b) Enfermeiro especialista em enfermagem de saúde 3 — Os presidentes das mesas dos colégios das espe-
infantil e pediátrica; cialidades integram as comissões previstas no n.º 3 do
c) Enfermeiro especialista em enfermagem de saúde artigo 38.º
mental e psiquiátrica; 4 — Os presidentes das mesas dos colégios podem de-
d) Enfermeiro especialista em enfermagem de reabi- legar competências em qualquer um dos secretários.
litação; 5 — Os pareceres nas áreas científica e técnica são
e) Enfermeiro especialista em enfermagem médico- vinculativos.
-cirúrgica;
f) Enfermeiro especialista em enfermagem comunitária. SUBSECÇÃO VIII
Comissão de atribuição de títulos
2 — A obtenção do título de especialista é regida por
regulamento proposto pelo conselho de enfermagem ao
conselho diretivo e aprovado pela assembleia geral. Artigo 43.º
3 — O regulamento a que se refere o número anterior Composição e competência
só produz efeitos após homologação pelo membro do Go-
verno responsável pela área da saúde. 1 — A comissão de atribuição de títulos é nomeada pelo
4 — A criação de novas especialidades obedece ao dis- conselho diretivo, por um período de dois anos, ouvido o
posto no presente Estatuto. conselho de enfermagem, sendo constituída, no mínimo,
por nove elementos, os quais são indicados de entre en-
Artigo 41.º fermeiros e enfermeiros especialistas de cada uma das
especialidades reconhecidas pela Ordem.
Composição e funcionamento 2 — Cabe à comissão de atribuição de títulos:
1 — Cada colégio elege uma mesa, com um presidente a) Analisar os pedidos de inscrição com vista à atri-
e dois secretários, por sufrágio direto, secreto e periódico buição de título de enfermeiro e enfermeiro especialista;
de entre os membros detentores da respetiva especialidade. b) Analisar e deliberar sobre os pedidos de reconheci-
2 — Cada colégio reúne, obrigatoriamente, uma vez mento de títulos de formação obtidos na União Europeia,
por ano, até 1 de fevereiro. por nacionais dos seus Estados membros, destinados ao
exercício das profissões em território português, nos termos
Artigo 42.º da legislação em vigor;
Competência c) Analisar e deliberar sobre os pedidos de reconheci-
mento dos títulos de formação obtidos em países terceiros
1 — São competências dos colégios das especialidades: à União Europeia com os quais Portugal tenha estabelecido
a) Promover o desenvolvimento das relações científicas acordos, destinados ao exercício das profissões em territó-
e profissionais entre os membros da especialidade; rio português, nos termos previstos em lei especial;
b) Elaborar estudos sobre assuntos específicos da es- d) Verificar o cumprimento dos requisitos previstos
pecialidade; para efeitos de atribuição do título de enfermeiro e enfer-
c) Definir as competências específicas da especialidade, meiro especialista, de acordo com o disposto no presente
a propor ao conselho diretivo; Estatuto;
d) Elaborar os programas formativos da respetiva es- e) Atribuir os títulos de enfermeiro e enfermeiro espe-
pecialidade, a propor ao conselho diretivo; cialista.
e) Acompanhar o exercício profissional especializado,
em articulação com os conselhos de enfermagem regionais; 3 — A comissão de atribuição de títulos é apoiada por
f) Definir padrões de qualidade de cuidados de enfer- assessores jurídicos, nomeados pelo conselho diretivo.
magem especializados e zelar pela sua observância no
exercício profissional;
g) Elaborar e aprovar o seu regimento. SECÇÃO II
Órgãos regionais
2 — São competências da mesa do colégio:
a) Dirigir os trabalhos do colégio; SUBSECÇÃO I
b) Dar seguimento às deliberações do colégio; A assembleia regional
c) Emitir pareceres, de acordo com o estabelecido no
regimento do colégio; Artigo 44.º
d) Apoiar o conselho diretivo, o conselho jurisdicional
e o conselho de enfermagem nos assuntos profissionais Composição e competência
relativos aos cuidados de enfermagem especializados; 1 — A assembleia regional é constituída por todos os
e) Designar uma comissão de apoio técnico, constituída membros efetivos da Ordem inscritos na secção regional,
por cinco membros da especialidade respetiva, um por com cédula profissional válida e no pleno gozo e exercício
secção regional, destinada a prestar assessoria técnica e dos seus direitos.
científica no âmbito da competência de emissão de pare- 2 — Compete à assembleia regional:
ceres e no acompanhamento do exercício profissional, a
propor ao conselho diretivo para nomeação; a) Aprovar o plano de atividades e o orçamento apre-
f) Elaborar um relatório bienal sobre o estado do desen- sentados pelo conselho diretivo regional;
volvimento da especialidade e recomendações; b) Aprovar o relatório e contas apresentados pelo con-
g) Elaborar e aprovar o seu regimento interno. selho diretivo regional;
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015 8093
c) Deliberar sobre assuntos de âmbito regional; administração ordinária, necessários ao exercício das suas
d) Apreciar a atividade dos órgãos regionais e aprovar competências;
moções e recomendações de caráter profissional e asso- e) Elaborar e submeter à aprovação da assembleia re-
ciativo de âmbito regional; gional o plano de atividades e o orçamento para cada ano,
e) Aprovar os regulamentos necessários ao exercício até 1 de março do ano corrente;
das competências dos órgãos regionais; f) Elaborar e submeter à aprovação da assembleia re-
f) Pronunciar-se sobre todos os assuntos que não este- gional o relatório e contas relativos ao ano civil anterior,
jam compreendidos nas competências dos outros órgãos até 1 de março do ano seguinte;
regionais e que lhe sejam apresentados pelo conselho di- g) Aceitar os pedidos de inscrição como membro efetivo
retivo regional; da Ordem e assegurar os procedimentos regulamentares,
g) Elaborar e aprovar o seu regimento. no âmbito territorial da respetiva secção regional;
h) Promover o registo dos membros efetivos da Ordem,
Artigo 45.º emitir as cédulas profissionais;
i) Promover a atualização do registo e dos ficheiros dos
Funcionamento membros da Ordem;
1 — As assembleias regionais reúnem, ordinariamente, j) Garantir as condições necessárias à efetivação do
uma vez por ano, até 1 de março, em data anterior à data da processo de certificação individual de competências;
reunião ordinária da assembleia geral prevista no n.º 1 do k) Organizar e gerir os serviços administrativos e os
artigo 20.º, para o exercício das competências previstas no recursos humanos;
artigo anterior, em data a definir pelo presidente da mesa l) Acompanhar o exercício profissional na área da res-
da assembleia regional. petiva secção regional, no que respeita às condições de
2 — As assembleias regionais reúnem, extraordinaria- exercício, de dignidade e de prestígio da profissão;
mente, quando os superiores interesses da Ordem a nível m) Promover ações disciplinares, através do conselho
regional o aconselhem, por iniciativa do presidente da jurisdicional regional ou do conselho jurisdicional;
assembleia regional, do presidente do conselho diretivo re- n) Enviar anualmente ao conselho diretivo um relatório
gional, do presidente do conselho fiscal regional ou quando sobre o exercício profissional na respetiva região;
requerida nos termos da alínea d) do n.º 3 do artigo 20.º o) Pronunciar-se sobre todos os assuntos que lhe sejam
3 — As assembleias regionais são dirigidas por uma apresentados, no âmbito das suas competências;
mesa constituída por um presidente e dois secretários, p) Cooperar com todos os órgãos regionais e nacionais
eleitos por sufrágio universal, direto, secreto e periódico na prossecução das atribuições da Ordem;
pelos membros efetivos da Ordem inscritos na respetiva q) Zelar pela dignidade do exercício profissional e asse-
secção regional. gurar o respeito pelos direitos, liberdades e garantias dos
4 — As assembleias regionais só podem deliberar va- enfermeiros, a nível regional;
lidamente sobre matérias da sua competência e que se r) Zelar pela qualidade dos cuidados de enfermagem
enquadrem dentro das finalidades da Ordem. prestados à população e promover as medidas que consi-
5 — As deliberações das assembleias regionais têm dere pertinentes a nível regional.
a natureza de recomendações e não vinculam a Ordem
enquanto organismo de âmbito nacional. 3 — O funcionamento do conselho diretivo regional
obedece a regimento por ele elaborado e aprovado pela
assembleia regional respetiva, após parecer favorável do
SUBSECÇÃO II conselho jurisdicional.
Conselho diretivo regional
SUBSECÇÃO III
Artigo 46.º
Conselho jurisdicional regional
Composição, competência e funcionamento
1 — O conselho diretivo regional das secções regionais Artigo 47.º
é constituído por um presidente, um secretário, um tesou- Composição, competência e funcionamento
reiro e dois vogais, eleitos por sufrágio universal, direto,
secreto e periódico pelos membros efetivos da Ordem ins- 1 — O conselho jurisdicional regional é constituído
critos na respetiva secção regional, com cédula profissional por três membros efetivos da Ordem, eleitos por sufrágio
válida e no pleno gozo e exercício dos seus direitos. universal, direto e secreto e periódico, pelos membros
2 — Compete ao conselho diretivo regional: efetivos da Ordem inscritos na respetiva secção regional,
com cédula profissional válida e no pleno gozo e exercício
a) Promover as atividades da Ordem a nível regional, dos seus direitos, sendo o primeiro o presidente.
de acordo com as linhas gerais de atuação definidas pelo 2 — Compete ao conselho jurisdicional regional instruir
conselho diretivo; os procedimentos disciplinares que respeitem aos mem-
b) Representar a secção regional no âmbito das suas bros da respetiva secção, com exceção dos que sejam da
competências; competência do conselho jurisdicional.
c) Gerir as atividades da secção regional nos termos do 3 — O funcionamento do conselho jurisdicional regio-
presente Estatuto e respetivos regulamentos; nal obedece a regimento por ele elaborado e aprovado pela
d) Administrar os bens patrimoniais e financeiros que assembleia regional respetiva, após parecer favorável do
lhe estão confiados e celebrar os negócios jurídicos, de conselho jurisdicional.
8094 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015
1 — O conselho fiscal regional é constituído por três 4 — O funcionamento do conselho de enfermagem re-
membros efetivos da Ordem, eleitos por sufrágio univer- gional obedece a regimento por ele elaborado e aprovado
sal, direto, secreto e periódico pelos membros efetivos da pela assembleia regional respetiva, após parecer favorável
Ordem inscritos na respetiva secção regional, com cédula do conselho jurisdicional.
profissional válida e no pleno gozo e exercício dos seus
direitos, sendo o primeiro o presidente.
2 — Compete ao conselho fiscal regional: SUBSECÇÃO VI
Aplicação subsidiária
a) Examinar, pelo menos trimestralmente, a gestão fi-
nanceira da competência dos conselhos diretivos regionais;
Artigo 50.º
b) Dar parecer sobre o relatório e contas, bem como
sobre a proposta de orçamento, apresentados pelos respe- Norma de aplicação subsidiária
tivos conselhos diretivos regionais; Na falta de regulamentação, aplicam-se aos órgãos re-
c) Participar, sem direito a voto, nas reuniões dos res- gionais as normas estabelecidas para os órgãos nacionais,
petivos conselhos diretivos regionais, sempre que estes o com as devidas adaptações.
considerem conveniente;
d) Fiscalizar as atas lavradas nas reuniões dos conselhos
diretivos regionais. CAPÍTULO IV
Artigo 51.º
SUBSECÇÃO V
Sufrágio e elegibilidade
Conselho de enfermagem regional
1 — As eleições fazem-se por sufrágio universal, di-
Artigo 49.º reto e secreto e periódico, exercido presencialmente, por
correspondência, eletronicamente, ou por outros meios
Composição, competência e funcionamento tecnológicos legalmente validados.
1 — O conselho de enfermagem regional é constituído 2 — São eleitores e podem ser eleitos para os órgãos da
por um presidente e quatro vogais, sendo eleitos por sufrá- Ordem os enfermeiros membros efetivos da Ordem com
cédula válida e no pleno gozo e exercício dos seus direitos.
gio universal, direto, secreto e periódico pelos membros
3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, só
efetivos da Ordem inscritos na respetiva secção regional, podem ser eleitos para bastonário, para membros do conse-
com cédula profissional válida e no pleno gozo e exercício lho jurisdicional e para membros do conselho jurisdicional
dos seus direitos. regional, os enfermeiros que possuam, pelo menos 10 anos
2 — Os membros do conselho de enfermagem regional de exercício profissional.
referidos no número anterior, se forem especialistas, têm 4 — Só podem ser eleitos para vogais do conselho di-
de ser titulares de diferentes especialidades. retivo, do conselho de enfermagem, do conselho diretivo
3 — Compete ao conselho de enfermagem regional: regional e do conselho de enfermagem regional os enfer-
a) Promover o desenvolvimento e a valorização cientí- meiros que possuam, pelo menos, cinco anos de exercício
fica, técnica, cultural e profissional dos membros a nível profissional.
regional;
Artigo 52.º
b) Zelar pela observância dos padrões de qualidade dos
cuidados de enfermagem e pela qualidade do exercício Eleição do bastonário
profissional dos enfermeiros; 1 — É eleito bastonário o candidato que obtém metade
c) Estimular a implementação de sistemas de melho- dos votos mais um, validamente expressos, não se consi-
ria contínua da qualidade do exercício profissional dos derando como tal os votos em branco.
enfermeiros; 2 — Se nenhum dos candidatos obtiver o número de
d) Acompanhar o exercício profissional na área da res- votos referido no número anterior, procede-se a segundo
petiva secção regional, no domínio dos cuidados gerais sufrágio até ao 21.º dia subsequente à primeira votação.
e das especialidades, devendo, no caso destas, solicitar 3 — Ao sufrágio referido no número anterior concorrem
a presença de peritos indicados pelas mesas dos colégios apenas os dois candidatos mais votados que não tenham
competentes; retirado a candidatura.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015 8095
5 — Após as deliberações finais sobre as reclamações e 1 — Não havendo recursos pendentes, é feita a procla-
recursos interpostos, cessa o mandato da comissão. mação das listas vencedoras, no prazo de 10 dias úteis.
2 — São vencedoras as listas que obtenham a maioria
Artigo 56.º dos votos.
3 — As listas vencedoras para os órgãos nacionais são
Assembleia eleitoral
proclamadas pela mesa da assembleia geral.
1 — A assembleia eleitoral funciona em secções de 4 — As listas vencedoras para os órgãos regionais são
voto, uma em cada secção regional, assumindo as me- proclamadas pelas respetivas mesas das assembleias re-
sas das assembleias regionais funções de mesas de voto. gionais.
8096 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015
SECÇÃO II CAPÍTULO V
Exercício do mandato Regime disciplinar
Artigo 62.º
SECÇÃO I
Mandato
Disposições gerais
1 — Os titulares e membros dos órgãos da Ordem são
eleitos para mandatos com a duração de quatro anos, a Artigo 66.º
iniciar em 1 de janeiro e a terminar em 31 de dezembro.
Infração disciplinar
2 — Os titulares e membros dos órgãos da Ordem não
podem ser eleitos por mais de dois mandatos consecutivos. 1 — Considera-se infração disciplinar toda a ação ou
3 — Sempre que se revelar necessário proceder a elei- omissão que consista em violação, por qualquer membro
ções intercalares para qualquer dos órgãos da Ordem, o da Ordem, dos deveres consignados na lei, no presente
respetivo mandato não pode exceder a vigência do mandato Estatuto e nos respetivos regulamentos.
dos restantes órgãos. 2 — A infração disciplinar é:
4 — O mandato finda com a tomada de posse dos novos a) Leve, quando o arguido viole de forma pouco in-
órgãos eleitos. tensa os deveres profissionais a que se encontra adstrito
no exercício da profissão, não causando prejuízo ao desti-
Artigo 63.º natário dos cuidados nem a terceiro, nem pondo em causa
Posse dos membros eleitos o prestígio da profissão;
b) Grave, quando o arguido viole de forma séria os deve-
1 — O presidente cessante da assembleia geral con-
res profissionais a que se encontra adstrito no exercício da
fere posse aos membros eleitos para os órgãos nacionais. profissão, causando prejuízo ao destinatário dos cuidados
2 — Os presidentes cessantes das assembleias regio- ou a terceiro, ou pondo em causa o prestígio da profissão,
nais conferem posse aos membros eleitos para os órgãos ou ainda quando o comportamento constitua crime punível
regionais. com pena de prisão até três anos;
c) Muito grave, quando o arguido viole os deveres pro-
Artigo 64.º fissionais a que se encontra adstrito no exercício da profis-
Renúncia ao cargo são, com lesão da vida ou grave lesão da integridade física
ou saúde dos destinatários dos cuidados ou grave perigo
Qualquer membro dos órgãos da Ordem pode solicitar
para a saúde pública, ou ainda quando o comportamento
ao presidente do conselho jurisdicional a renúncia ao cargo constitua crime punível com pena de prisão superior a
ou a suspensão temporária do exercício das suas funções, três anos.
por motivos devidamente fundamentados, não podendo o
prazo de suspensão ser superior a seis meses. 3 — As infrações disciplinares previstas no presente
Estatuto e demais disposições legais e regulamentares
Artigo 65.º aplicáveis são puníveis a título de dolo ou negligência.
Substituições
Artigo 67.º
1 — No caso de renúncia ou caducidade do mandato,
por motivo disciplinar ou por morte, do presidente de Jurisdição disciplinar
qualquer órgão colegial da Ordem, este elege, na primeira 1 — Os membros da Ordem estão sujeitos ao poder
reunião ordinária subsequente ao facto, de entre os seus disciplinar dos órgãos da Ordem, nos termos previstos no
membros, um novo presidente e entra o primeiro membro presente Estatuto e no regulamento disciplinar.
suplente da respetiva lista. 2 — Durante o tempo de suspensão da inscrição o mem-
2 — No caso de renúncia ou caducidade do mandato, bro da Ordem continua sujeito ao poder disciplinar da
por motivo disciplinar ou morte, de vogal de qualquer Ordem.
órgão colegial da Ordem, este é substituído pelo primeiro 3 — O cancelamento da inscrição não faz cessar a
membro suplente da respetiva lista. responsabilidade disciplinar por infrações anteriormente
3 — Nos casos previstos nos números anteriores, os praticadas.
substitutos exercem funções até ao termo do mandato em 4 — A punição com a sanção de expulsão não faz cessar
curso. a responsabilidade disciplinar do membro da Ordem rela-
4 — No caso de suspensão de presidente de qualquer tivamente às infrações por ele cometidas antes da decisão
órgão colegial da Ordem, é observado o regime previsto definitiva que as tenha aplicado.
no n.º 1.
5 — No caso de suspensão de vogal de qualquer órgão Artigo 68.º
colegial da Ordem, este é substituído pelo primeiro mem-
bro suplente da respetiva lista. Independência da responsabilidade disciplinar
dos membros da Ordem
6 — Os membros substitutos dos órgãos da Ordem,
quer nos casos de renúncia quer nos casos de suspensão, 1 — A responsabilidade disciplinar é independente da
apenas integram o órgão respetivo e iniciam o exercício responsabilidade civil e criminal decorrente da prática
das suas funções após a sua chamada por parte do conselho do mesmo facto e coexiste com qualquer outra prevista
jurisdicional. por lei.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015 8097
1 — As pessoas coletivas membros da Ordem estão 1 — Têm legitimidade para participar à Ordem factos
sujeitas ao poder disciplinar dos seus órgãos, nos termos suscetíveis de constituir infração disciplinar:
do presente Estatuto e da lei que estabelece o regime ju- a) Qualquer pessoa direta ou indiretamente afetada pelos
rídico da constituição e funcionamento das sociedades de factos participados;
profissionais que estejam sujeitas a associações públicas b) Os titulares dos órgãos da Ordem;
profissionais. c) O Ministério Público, nos termos do n.º 3.
2 — Os profissionais que prestem serviços em território
nacional em regime de livre prestação são equiparados aos 2 — Os tribunais e quaisquer outras autoridades de-
membros da Ordem para efeitos disciplinares, nos termos
vem dar conhecimento à Ordem da prática, por membros
do n.º 2 do artigo 4.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, al-
desta, de factos suscetíveis de constituírem infração dis-
terada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014,
de 2 de maio, com as especificidades constantes do n.º 10 ciplinar.
do artigo 76.º e do regulamento disciplinar. 3 — O Ministério Público e os órgãos de polícia crimi-
nal remetem à Ordem certidão das denúncias, participações
ou queixas apresentadas contra membros da Ordem e que
Artigo 70.º possam consubstanciar factos suscetíveis de constituir
infração disciplinar.
Prescrição do procedimento disciplinar
1 — O procedimento disciplinar extingue-se, por efeito
de prescrição, logo que sobre a prática da infração tiver Artigo 72.º
decorrido o prazo de três anos, salvo o disposto no número Desistência da participação
seguinte.
2 — Se a infração disciplinar constituir simultaneamente A desistência da participação disciplinar pelo partici-
infração criminal para a qual a lei estabeleça prescrição pante extingue o processo disciplinar, salvo se a infração
sujeita a prazo mais longo, o procedimento disciplinar imputada afetar a dignidade do membro da Ordem visado
apenas prescreve após o decurso deste último prazo. e, neste caso, este manifeste intenção de continuação do
3 — O prazo de prescrição do procedimento discipli- processo, ou o prestígio da Ordem ou da profissão, em
nar corre desde o dia em que o facto se tiver consumado. qualquer uma das suas especialidades.
8098 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015
de produtos farmacêuticos ou de equipamentos técnico- c) Proteger e defender a pessoa humana das práticas
-sanitários; que contrariem a lei, a ética ou o bem comum, sobretudo
d) Proprietário, sócio ou gerente de empresa proprietária quando carecidas de indispensável competência profis-
de agência funerária; sional;
e) Quaisquer outras que, por lei, sejam consideradas d) Ser solidário com a comunidade, de modo especial,
incompatíveis com o exercício da enfermagem. em caso de crise ou catástrofe, atuando sempre de acordo
com a sua área de competência;
2 — É incompatível com a titularidade de membro dos e) Assegurar a atualização permanente dos seus conhe-
órgãos da Ordem o exercício de: cimentos, designadamente através da frequência de ações
de qualificação profissional.
a) Quaisquer funções dirigentes na Administração Pú-
blica;
b) Cargos dirigentes em sindicatos ou associações de Artigo 101.º
enfermagem; Do dever para com a comunidade
c) Qualquer outra função relativamente à qual se veri-
fique manifesto conflito de interesses. O enfermeiro, sendo responsável para com a comunidade
na promoção da saúde e na resposta adequada às neces-
3 — Constituem exceções ao disposto no número an- sidades em cuidados de enfermagem, assume o dever de:
terior, os cargos de gestão e direção de enfermagem e os a) Conhecer as necessidades da população e da comu-
cargos dirigentes em instituições de ensino superior. nidade em que está profissionalmente inserido;
4 — Os membros da Ordem que fiquem em situação b) Participar na orientação da comunidade na busca de
de incompatibilidade ou de impedimento, nos termos dos soluções para os problemas de saúde detetados;
números anteriores, devem requerer a suspensão da sua c) Colaborar com outros profissionais em programas
inscrição no prazo máximo de 30 dias, a contar da data em que respondam às necessidades da comunidade.
que se verifique qualquer uma dessas situações.
5 — Não sendo os factos comunicados à Ordem no
prazo de 30 dias, pode o conselho jurisdicional regional Artigo 102.º
propor a suspensão da inscrição. Dos valores humanos
O enfermeiro, no seu exercício, observa os valores hu-
Artigo 99.º manos pelos quais se regem o indivíduo e os grupos em
que este se integra e assume o dever de:
Princípios gerais
a) Cuidar da pessoa sem qualquer discriminação econó-
1 — As intervenções de enfermagem são realizadas
mica, social, política, étnica, ideológica ou religiosa;
com a preocupação da defesa da liberdade e da dignidade
b) Salvaguardar os direitos das crianças, protegendo-as
da pessoa humana e do enfermeiro. de qualquer forma de abuso;
2 — São valores universais a observar na relação pro- c) Salvaguardar os direitos da pessoa idosa, promo-
fissional: vendo a sua independência física, psíquica e social e o
a) A igualdade; autocuidado, com o objetivo de melhorar a sua qualidade
b) A liberdade responsável, com a capacidade de esco- de vida;
lha, tendo em atenção o bem comum; d) Salvaguardar os direitos da pessoa com deficiência
c) A verdade e a justiça; e colaborar ativamente na sua reinserção social;
d) O altruísmo e a solidariedade; e) Abster-se de juízos de valor sobre o comportamento
e) A competência e o aperfeiçoamento profissional. da pessoa e não lhe impor os seus próprios critérios e
valores no âmbito da consciência e da filosofia de vida;
3 — São princípios orientadores da atividade dos en- f) Respeitar e fazer respeitar as opções políticas, cultu-
fermeiros: rais, morais e religiosas da pessoa e criar condições para
que ela possa exercer, nestas áreas, os seus direitos.
a) A responsabilidade inerente ao papel assumido pe-
rante a sociedade;
b) O respeito pelos direitos humanos na relação com os Artigo 103.º
destinatários dos cuidados; Dos direitos à vida e à qualidade de vida
c) A excelência do exercício na profissão em geral e na
relação com outros profissionais. O enfermeiro, no respeito do direito da pessoa à vida
durante todo o ciclo vital, assume o dever de:
a) Atribuir à vida de qualquer pessoa igual valor, pelo
Artigo 100.º
que protege e defende a vida humana em todas as cir-
Dos deveres deontológicos em geral cunstâncias;
O enfermeiro assume o dever de: b) Respeitar a integridade biopsicossocial, cultural e
espiritual da pessoa;
a) Cumprir as normas deontológicas e as leis que regem c) Participar nos esforços profissionais para valorizar a
a profissão; vida e a qualidade de vida;
b) Responsabilizar-se pelas decisões que toma e pelos d) Recusar a participação em qualquer forma de tortura,
atos que pratica ou delega; tratamento cruel, desumano ou degradante.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015 8103
Artigo 105.º
Do dever de informação Artigo 108.º
No respeito pelo direito à autodeterminação, o enfer- Do respeito pela pessoa em situação de fim de vida
meiro assume o dever de: O enfermeiro, ao acompanhar a pessoa nas diferentes
a) Informar o indivíduo e a família no que respeita aos etapas de fim de vida, assume o dever de:
cuidados de enfermagem; a) Defender e promover o direito da pessoa à escolha
b) Respeitar, defender e promover o direito da pessoa do local e das pessoas que deseja que o acompanhem em
ao consentimento informado;
situação de fim de vida;
c) Atender com responsabilidade e cuidado todo o pe-
dido de informação ou explicação feito pelo indivíduo em b) Respeitar e fazer respeitar as manifestações de perda
matéria de cuidados de enfermagem; expressas pela pessoa em situação de fim de vida, pela
d) Informar sobre os recursos a que a pessoa pode ter família ou pessoas que lhe sejam próximas;
acesso, bem como sobre a maneira de os obter. c) Respeitar e fazer respeitar o corpo após a morte.
1 — O enfermeiro está obrigado a guardar segredo pro- O enfermeiro procura, em todo o ato profissional, a
fissional sobre o que toma conhecimento no exercício da excelência do exercício, assumindo o dever de:
sua profissão, assumindo o dever de:
a) Analisar regularmente o trabalho efetuado e reco-
a) Considerar confidencial toda a informação acerca do nhecer eventuais falhas que mereçam mudança de atitude;
alvo de cuidados e da família, qualquer que seja a fonte; b) Procurar adequar as normas de qualidade dos cuida-
b) Partilhar a informação pertinente só com aqueles dos às necessidades concretas da pessoa;
que estão implicados no plano terapêutico, usando como c) Manter a atualização contínua dos seus conheci-
critérios orientadores o bem-estar, a segurança física, emo- mentos e utilizar de forma competente as tecnologias,
cional e social do indivíduo e família, assim como os seus
sem esquecer a formação permanente e aprofundada nas
direitos;
c) Divulgar informação confidencial acerca do alvo ciências humanas;
de cuidados e da família só nas situações previstas na lei, d) Assegurar, por todos os meios ao seu alcance, as
devendo, para o efeito, recorrer a aconselhamento deon- condições de trabalho que permitam exercer a profissão
tológico e jurídico; com dignidade e autonomia, comunicando, através das vias
d) Manter o anonimato da pessoa sempre que o seu caso competentes, as deficiências que prejudiquem a qualidade
for usado em situações de ensino, investigação ou controlo de cuidados;
da qualidade de cuidados. e) Garantir a qualidade e assegurar a continuidade dos
cuidados das atividades que delegar, assumindo a respon-
2 — Não podem fazer prova em juízo as declarações sabilidade pelos mesmos;
prestadas pelo enfermeiro em violação do sigilo profissio- f) Abster-se de exercer funções sob influência de subs-
nal, ressalvado o disposto nos artigos 135.º do Código de tâncias suscetíveis de produzir perturbação das faculdades
Processo Penal e 417.º do Código de Processo Civil. físicas ou mentais.
8104 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015
As contas da Ordem são encerradas a 31 de dezembro i) O nome, o domicílio profissional e o número de car-
de cada ano. teira ou cédula profissionais;
ii) A designação do título e das especialidades profis-
Artigo 120.º sionais;
iii) A situação de suspensão ou interdição temporária
Cobrança de receitas do exercício da atividade, se for caso disso;
A cobrança dos créditos resultantes do não pagamento
de quotização e de taxas decorrentes de prestação de ser- f) Registo atualizado dos profissionais em livre presta-
viços, segue o regime jurídico do processo de execução ção de serviços no território nacional, que se consideram
tributária. inscritos nos termos do n.º 2 do artigo 4.º da Lei n.º 9/2009,
de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de
agosto, e 25/2014, de 2 de maio, que contemple:
CAPÍTULO VIII
i) O nome e o domicílio profissionais e, caso exista, a
Balcão único e transparência da informação designação do título profissional de origem e das respetivas
especialidades;
Artigo 121.º ii) A identificação da associação pública profissional
no Estado membro de origem, na qual o profissional se
Balcão único
encontre inscrito;
1 — Todos os pedidos, comunicações e notificações iii) A situação de suspensão ou interdição temporária
entre a Ordem e profissionais, sociedades de enfermeiros do exercício da atividade, se for caso disso;
ou outras organizações associativas de profissionais, com iv) A informação relativa às sociedades de profissionais
exceção dos relativos a procedimentos disciplinares, são ou outras formas de organização associativa de profis-
realizados por meios eletrónicos, através do balcão único sionais para que prestem serviços no Estado membro de
eletrónico dos serviços, referido nos artigos 5.º e 6.º do origem, caso aqui prestem serviços nessa qualidade.
Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, acessível através
do sítio na Internet da Ordem.
2 — Quando, por motivos de indisponibilidade das pla- CAPÍTULO IX
taformas eletrónicas, não for possível o cumprimento do Disposições finais
disposto no número anterior, a transmissão da informação
em apreço pode ser feita por entrega nos serviços da Or- Artigo 123.º
dem, por remessa pelo correio sob registo, por telecópia
ou por correio eletrónico. Tutela administrativa
3 — A apresentação de documentos em forma simples, Os poderes de tutela administrativa sobre a Ordem dos
nos termos dos números anteriores, dispensa a remessa Enfermeiros, nos termos do artigo 45.º da Lei n.º 2/2013,
dos documentos originais, autênticos, autenticados ou cer- de 10 de janeiro, e do presente Estatuto, são exercidos
tificados, sem prejuízo do disposto na alínea a) do n.º 3 pelo membro do Governo responsável pela área da saúde.
e nos n.os 4 e 5 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 92/2010,
de 26 de julho. Artigo 124.º
4 — É ainda aplicável aos procedimentos referidos no
presente artigo, o disposto nas alíneas d) e e) do artigo 5.º Controlo jurisdicional
e no n.º 1 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 No âmbito do exercício dos poderes públicos da Or-
de julho. dem fica sujeita à jurisdição administrativa, nos termos
dos artigos 46.º e 47.º da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro.
Artigo 122.º
Informação na Internet
Para além da informação prevista no artigo 23.º da PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS
Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, no n.º 3 do artigo 6.º do
Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, e no n.º 4 do ar-
tigo 19.º da Diretiva 2000/31/CE, do Parlamento Europeu Decreto-Lei n.º 196/2015
e do Conselho, de 8 de junho de 2000, relativa a certos de 16 de setembro
aspetos legais dos serviços da sociedade de informação,
em especial do comércio eletrónico, no mercado interno, Há cerca de 19 anos, através do Decreto-Lei n.º 176/96,
a Ordem deve disponibilizar ao público em geral, através de 21 de setembro, foi instituído em Portugal o designado
do seu sítio eletrónico na Internet, as seguintes informa- regime jurídico do preço fixo do livro, tendo como prin-
ções: cipais objetivos a «correção das anomalias verificadas no
a) Regime de acesso e exercício da profissão; mercado do livro» e a criação de «condições para a revita-
b) Princípios e regras deontológicos e normas técnicas lização do setor, um dos aspetos marcantes da prossecução
aplicáveis aos seus membros; de uma política cultural visando o desenvolvimento nos
c) Procedimento de apresentação de queixa ou recla- domínios do livro e da leitura».
mações pelos destinatários relativamente aos serviços Não obstante as alterações introduzidas àquele di-
prestados pelos profissionais no âmbito da sua atividade; ploma pelo Decreto-Lei n.º 216/2000, de 2 de setembro,