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Diário da República, 1.ª série — N.

º 181 — 16 de setembro de 2015 8059

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA Artigo 6.º


Entrada em vigor
Lei n.º 156/2015
A presente lei entra em vigor 30 dias após a sua pu-
de 16 de setembro blicação.
Aprovada em 22 de julho de 2015.
Segunda alteração ao Estatuto da Ordem dos Enfermeiros,
conformando-o com a Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, que A Presidente da Assembleia da República, Maria da
estabelece o regime jurídico de criação, organização e funcio- Assunção A. Esteves.
namento das associações públicas profissionais.
Promulgada em 25 de agosto de 2015.
A Assembleia da República decreta, nos termos da Publique-se.
alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
Artigo 1.º Referendada em 27 de agosto de 2015.
Objeto Pelo Primeiro-Ministro, Paulo Sacadura Cabral Portas,
A presente lei procede à segunda alteração ao Estatuto Vice-Primeiro-Ministro.
da Ordem dos Enfermeiros, aprovado pelo Decreto-Lei
n.º 104/98, de 21 de abril, alterado pela Lei n.º 111/2009, de ANEXO I
16 de setembro, no sentido de o adequar à Lei n.º 2/2013,
de 10 de janeiro, que estabelece o regime jurídico de cria- (a que se refere o artigo 2.º)
ção, organização e funcionamento das associações públicas
profissionais. ESTATUTO DA ORDEM DOS ENFERMEIROS

Artigo 2.º
CAPÍTULO I
Alteração ao Estatuto da Ordem dos Enfermeiros
Disposições gerais
O Estatuto da Ordem dos Enfermeiros, aprovado em
anexo ao Decreto-Lei n.º 104/98, de 21 de abril, alterado Artigo 1.º
pela Lei n.º 111/2009, de 16 de setembro, passa a ter a
Natureza e regime jurídico
redação constante do anexo I à presente lei e da qual faz
parte integrante. 1 — A Ordem dos Enfermeiros, adiante abreviadamente
designada por Ordem, é a associação pública profissional
Artigo 3.º representativa dos que, em conformidade com o presente
Disposição transitória
Estatuto e as demais disposições legais aplicáveis, exercem
a profissão de enfermeiro.
1 — O disposto na presente lei não afeta a atual compo- 2 — A Ordem goza de personalidade jurídica e é inde-
sição dos órgãos da Ordem dos Enfermeiros, mantendo-se pendente dos órgãos do Estado, sendo livre e autónoma
os atuais mandatos em curso com a duração inicialmente no âmbito das suas atribuições.
definida. 3 — A Ordem é uma pessoa coletiva de direito público,
2 — Até à aprovação dos regulamentos referidos no que se rege pela respetiva lei de criação, pela Lei n.º 2/2013,
número seguinte mantêm-se em vigor os regulamentos de 10 de janeiro, e pelo disposto no presente Estatuto.
emitidos pela Ordem dos Enfermeiros que não contrariem
o disposto no Estatuto aprovado em anexo à presente lei. Artigo 2.º
3 — A Ordem dos Enfermeiros aprova, no prazo de
Âmbito de atuação
180 dias, a contar da data da entrada em vigor da presente
lei, os regulamentos previstos no Estatuto aprovado em 1 — A Ordem exerce as atribuições conferidas no pre-
anexo à presente lei. sente Estatuto no território nacional, tem a sua sede em
Lisboa e é constituída por secções regionais.
Artigo 4.º 2 — As secções regionais referidas no número anterior
são:
Norma revogatória
a) A Secção Regional do Norte, com sede no Porto e
São revogados os artigos 2.º, 3.º e 4.º do Decreto-Lei área de atuação correspondente aos distritos de Braga,
n.º 104/98, de 21 de abril, alterado pela Lei n.º 111/2009, Bragança, Porto, Viana do Castelo e Vila Real;
de 16 de setembro. b) A Secção Regional do Centro, com sede em Coimbra
e área de atuação correspondente aos distritos de Aveiro,
Artigo 5.º Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu;
Republicação
c) A Secção Regional do Sul, com sede em Lisboa e área
de atuação correspondente aos distritos de Beja, Évora,
É republicado, no anexo II à presente lei e da qual faz Faro, Lisboa, Portalegre, Santarém e Setúbal;
parte integrante, o Decreto-Lei n.º 104/98, de 21 de abril, d) A Secção Regional da Região Autónoma dos Açores;
com a redação atual. e) A Secção Regional da Região Autónoma da Madeira.
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Artigo 3.º 4 — Incumbe ainda à Ordem representar os enfermeiros


junto dos órgãos de soberania e colaborar com o Estado e
Fins e atribuições
demais entidades públicas sempre que estejam em causa
1 — A Ordem tem como desígnio fundamental a de- matérias relacionadas com a prossecução das atribuições
fesa dos interesses gerais dos destinatários dos serviços da Ordem, designadamente nas ações tendentes ao acesso
de enfermagem e a representação e defesa dos interesses dos cidadãos aos cuidados de saúde e aos cuidados de
da profissão. enfermagem.
2 — A Ordem tem por fins regular e supervisionar o 5 — A Ordem está impedida de exercer ou de participar
acesso à profissão de enfermeiro e o seu exercício, apro- em atividades de natureza sindical ou que se relacionem
var, nos termos da lei, as normas técnicas e deontológicas com a regulação das relações económicas ou profissionais
respetivas, zelar pelo cumprimento das normas legais e dos seus membros.
regulamentares da profissão e exercer o poder disciplinar
sobre os seus membros. Artigo 4.º
3 — São atribuições da Ordem: Cooperação e colaboração
a) Zelar pela função social, dignidade e prestígio da 1 — A Ordem pode cooperar com quaisquer organi-
profissão de enfermeiro, promovendo a valorização pro- zações, nacionais ou estrangeiras, de natureza científica,
fissional e científica dos seus membros; profissional ou social, que visem o exercício da profissão
b) Assegurar o cumprimento das regras de deontologia de enfermeiro.
profissional; 2 — A Ordem deve promover e intensificar a coope-
c) Contribuir, através da elaboração de estudos e formu- ração, a nível internacional, no domínio das ciências de
lação de propostas, para a definição da política da saúde; enfermagem, nomeadamente com instituições científicas
d) Regular o acesso e o exercício da profissão; dos países de língua oficial portuguesa e Estados membros
e) Definir o nível de qualificação profissional e regular da União Europeia.
o exercício profissional; 3 — Para melhor prossecução das suas atribuições,
f) Acreditar e creditar ações de formação contínua; a Ordem pode estabelecer acordos de cooperação com
g) Regulamentar as condições de inscrição na Ordem outras entidades públicas, privadas ou sociais, nacionais
e do reingresso ao exercício da profissão, nos termos le- ou estrangeiras, com exceção das entidades de natureza
galmente aplicáveis; sindical ou política.
h) Verificar a satisfação das condições de inscrição a 4 — A Ordem, no âmbito da colaboração institucional,
que se referem os artigos 6.º e 7.º; pode solicitar informação às entidades públicas, privadas
i) Atribuir o título profissional de enfermeiro e de en- e da economia social, para a prossecução das suas atribui-
fermeiro especialista com emissão da inerente cédula pro- ções, especialmente, no que se refere às alíneas d), j) e l)
fissional; do n.º 3 do artigo 3.º
j) Efetuar e manter atualizado o registo de todos os 5 — A Ordem pode estabelecer acordos de cooperação
enfermeiros; com os serviços de inspeção da Administração Pública para
k) Proteger o título e a profissão de enfermeiro, promo- a fiscalização do cumprimento dos deveres profissionais
vendo procedimento legal contra quem o use ou exerça a por parte dos seus membros.
profissão ilegalmente; 6 — A Ordem pode estabelecer acordos de cooperação
l) Exercer jurisdição disciplinar sobre os enfermeiros; com os serviços de inspeção referidos no número anterior,
m) Participar na elaboração da legislação que diga res- que visem impedir o exercício ilegal da profissão, nomea-
peito à profissão de enfermeiro; damente por quem não reúna as qualificações legalmente
n) Promover a solidariedade entre os seus membros; estabelecidas.
7 — A Ordem presta e solicita às autoridades adminis-
o) Fomentar o desenvolvimento da formação e da
trativas dos outros Estados membros da União Europeia
investigação em enfermagem e pronunciar-se sobre os
e do Espaço Económico Europeu e à Comissão Europeia
modelos de formação e a estrutura geral dos cursos de assistência mútua e tomam as medidas necessárias para
enfermagem; cooperar eficazmente, nomeadamente através do Sistema
p) Prestar a colaboração científica e técnica solicitada de Informação do Mercado Interno, no âmbito dos pro-
por qualquer entidade nacional ou estrangeira, pública ou cedimentos relativos a prestadores de serviços já estabe-
privada, quando exista interesse público; lecidos noutro Estado membro, nos termos do capítulo VI
q) Promover o intercâmbio de ideias, experiências e co- do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, do n.º 2 do
nhecimentos científicos entre os seus membros e entidades artigo 51.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas
congéneres, nacionais ou estrangeiros, que se dediquem Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio,
às áreas da saúde e da enfermagem; e dos n.os 2 e 3 do artigo 19.º da Diretiva 2000/31/CE, do
r) Colaborar com as organizações de classe que represen- Parlamento Europeu e do Conselho, de 8 de junho de 2000,
tam os enfermeiros em matérias de interesse comum, por relativa a certos aspetos legais dos serviços da sociedade
iniciativa própria ou por iniciativa daquelas organizações; de informação, em especial do comércio eletrónico.
s) Participar nos processos oficiais de acreditação e
na avaliação dos cursos que dão acesso à profissão de Artigo 5.º
enfermeiro;
Insígnias
t) Reconhecer as qualificações profissionais obtidas
fora de Portugal, nos termos da lei, do direito da União A Ordem tem direito a usar emblema, estandarte e selos
Europeia ou de convenção internacional; próprios, de modelo a aprovar pela assembleia geral, sob
u) Quaisquer outras que lhe sejam cometidas por lei. proposta do conselho diretivo.
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CAPÍTULO II destes, documento comprovativo de que já foi requerido e


está em condições de ser emitido.
Inscrição e exercício da profissão 7 — O estágio profissional de adaptação, enquanto me-
dida de compensação, é regido pela Lei n.º 9/2009, de 4 de
SECÇÃO I
março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e
Exercício da profissão, inscrição, títulos e membros 25/2014, de 2 de maio.
8 — A inscrição na Ordem só pode ser recusada com
Artigo 6.º fundamento na falta de habilitações legais para o exercício
Exercício da profissão da profissão, em inibição por sentença judicial transitada
em julgado, ou na falta de quaisquer das exigências pre-
O exercício da profissão de enfermeiro depende da vistas no presente artigo.
inscrição como membro da Ordem.
Artigo 8.º
Artigo 7.º
Títulos
Inscrição
1 — O título de enfermeiro reconhece competência
1 — Podem inscrever-se na Ordem: científica, técnica e humana para a prestação de cuidados
a) Os detentores de cursos superiores de enfermagem de enfermagem gerais.
portugueses; 2 — O título de enfermeiro é atribuído ao membro,
b) Os detentores do curso de enfermagem geral ou equi- titular de cédula profissional, inscrito na Ordem nos termos
valente legal; do artigo anterior.
c) Os detentores de cursos superiores de enfermagem 3 — O título de enfermeiro especialista reconhece com-
estrangeiros, que tenham obtido equivalência a um curso petência científica, técnica e humana para prestar cuidados
superior de enfermagem português; de enfermagem especializados nas áreas de especialidade
d) Os profissionais nacionais de Estados membros da em enfermagem, reconhecidas pela Ordem.
União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, cujas 4 — O título de enfermeiro especialista é atribuído ao
qualificações tenham sido obtidas fora de Portugal, nos detentor do título de enfermeiro, após ponderação dos pro-
termos do artigo 12.º; cessos formativos e de certificação de competências, numa
e) Os profissionais nacionais de Estados terceiros cujas área clínica de especialização, nos termos do regulamento
qualificações tenham sido obtidas fora de Portugal, desde da especialidade, aprovado pela Ordem e homologado
que obtenham a equivalência das suas qualificações às pelo membro do Governo responsável pela área da saúde.
qualificações exigidas nas alíneas a) e b) e seja garantida 5 — Os títulos atribuídos nos termos dos n.os 2 e 4 são
a reciprocidade de tratamento, nos termos da convenção inscritos na cédula profissional.
celebrada entre a Ordem e a autoridade congénere do país
de origem do interessado. Artigo 9.º
Membros
2 — Podem ainda inscrever-se na Ordem:
1 — A Ordem tem membros efetivos, honorários e cor-
a) As sociedades profissionais de enfermeiros, incluindo respondentes.
as filiais de organizações associativas de enfermeiros cons- 2 — A inscrição como membro efetivo da Ordem
tituídas ao abrigo do direito de outro Estado, nos termos processa-se nos termos previstos nos artigos 7.º e 8.º, com
do artigo 14.º; emissão de cédula profissional.
b) As representações permanentes em território nacional 3 — A qualidade de membro honorário da Ordem pode
de organizações associativas de enfermeiros constituídas ser atribuída a indivíduos ou coletividades que, desenvol-
ao abrigo do direito de outro Estado, caso pretendam ser vendo ou tendo desenvolvido atividades de reconhecido
membros da Ordem, nos termos do artigo 15.º mérito e interesse público, tenham contribuído para a dig-
nificação e prestígio da profissão de enfermeiro e sejam
3 — Ao exercício de forma ocasional e esporádica em considerados merecedores de tal distinção.
território nacional da atividade de enfermeiro, em regime 4 — Na qualidade de membros correspondentes da Or-
de livre prestação de serviços, por profissionais nacionais dem podem ser admitidos membros de associações con-
de Estados membros da União Europeia e do Espaço Eco- géneres estrangeiras que confiram igual tratamento aos
nómico Europeu, cujas qualificações tenham sido obtidas membros da Ordem.
fora de Portugal, aplica-se o disposto no artigo 13.º
4 — Aos candidatos que não tenham feito a sua forma- Artigo 10.º
ção em estabelecimento de ensino português é exigido,
nos termos regulamentares, a sujeição a uma prova de Condições para o exercício
comunicação que visa avaliar a capacidade de compreen- 1 — O exercício profissional obriga o enfermeiro a:
são e comunicação, em língua portuguesa, no âmbito do
exercício profissional. a) Ser portador de cédula profissional válida;
5 — A inscrição na Ordem rege-se pelo presente Esta- b) Estar inscrito na secção regional correspondente ao
tuto e respetivo regulamento e reporta-se à secção regional domicílio profissional;
correspondente ao distrito da residência habitual ou domi- c) Ser titular de seguro de responsabilidade profissional.
cílio profissional do candidato.
6 — Para efeitos de inscrição na Ordem, deve ser apre- 2 — Quando não se verifique alguma das condições
sentado o documento comprovativo das habitações acadé- previstas no número anterior, o enfermeiro dispõe de um
micas necessárias, em original ou pública forma, ou na falta prazo de 30 dias úteis para regularizar a sua situação.
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3 — A cédula profissional é revalidada periodicamente, artigo 47.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas
nos termos regulamentares, desde que se mantenham os Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio.
pressupostos que justificaram a sua emissão. 3 — Caso o facto a comunicar nos termos do número
4 — Para efeitos da alínea c) do n.º 1, é observado o anterior ocorra após a apresentação do pedido de reconheci-
disposto no artigo 38.º da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro. mento de qualificações, deve a organização associativa em
causa ser identificada perante a Ordem no prazo máximo
Artigo 11.º de 60 dias.
Suspensão e perda da qualidade de membro da Ordem Artigo 13.º
Livre prestação de serviços
1 — É suspensa a inscrição dos membros da Ordem que:
a) O requeiram; 1 — Os profissionais legalmente estabelecidos noutro
b) Tenham sido punidos com sanção disciplinar de sus- Estado membro da União Europeia ou do Espaço Econó-
mico Europeu e que aí desenvolvam atividades compará-
pensão;
veis à atividade profissional de enfermeiro regulada pelo
c) Se encontrem em situação de incompatibilidade su-
presente Estatuto, podem exercê-las, de forma ocasional
perveniente com o exercício da profissão de enfermeiro;
e esporádica, em território nacional, em regime de livre
d) Se encontram em situação de incumprimento rei- prestação de serviços, nos termos da Lei n.º 9/2009, de 4 de
terado, pelo período mínimo de 12 meses, do dever de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e
pagamento de quotas, em conformidade com o presente 25/2014, de 2 de maio.
Estatuto; 2 — Os profissionais referidos no número anterior po-
e) Não tenham seguro de responsabilidade profissional dem fazer uso do título profissional de enfermeiro e são
em vigor. equiparados a enfermeiro para todos os efeitos legais,
exceto quando o contrário resulte das disposições em causa.
2 — É cancelada a inscrição dos membros da Ordem que: 3 — O profissional que preste serviços, de forma su-
a) O requeiram; bordinada ou autónoma ou na qualidade de sócio ou que
b) Tenham sido punidos com a sanção disciplinar de atue como gerente ou administrador no Estado membro
expulsão; de origem, no âmbito de organização associativa de pro-
c) A Ordem tiver conhecimento do seu falecimento. fissionais e pretenda exercer a sua atividade profissional
em território nacional nessa qualidade, em regime de livre
3 — Os casos de cancelamento previstos no número prestação de serviços, deve identificar perante a Ordem a
anterior implicam a perda da qualidade de membro efetivo organização associativa por conta da qual presta serviços na
da Ordem. declaração referida no artigo 5.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de
4 — A cédula profissional é sempre devolvida à Or- março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e
dem, pelo titular, nas situações previstas nos números 25/2014, de 2 de maio.
anteriores.
5 — A impossibilidade de devolução da cédula profis- SECÇÃO III
sional ou o incumprimento desse dever não impede que
Sociedades profissionais
a suspensão ou o cancelamento da inscrição se tornem
efetivos. Artigo 14.º
Sociedades de profissionais
SECÇÃO II
1 — Os enfermeiros estabelecidos em território nacional
Profissionais da União Europeia e do Espaço podem exercer em grupo a profissão, desde que constituam
Económico Europeu ou ingressem como sócios em sociedades profissionais de
enfermeiros.
Artigo 12.º 2 — Podem ainda ser sócios de sociedades de profis-
Direito de estabelecimento sionais de enfermeiros:
1 — O reconhecimento das qualificações profissionais a) Sociedades de profissionais de enfermeiros previa-
de nacional de Estado membro da União Europeia ou mente constituídas e inscritas como membros da Ordem;
do Espaço Económico Europeu obtidas fora de Portugal, b) Organizações associativas de profissionais equipa-
para a sua inscrição como membro da Ordem, é regulado rados a enfermeiros constituídas noutro Estado membro
pela Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu,
n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio, sem cujo capital e direitos de voto caiba maioritariamente aos
prejuízo de condições especiais de reciprocidade, caso as profissionais em causa.
qualificações em causa tenham sido obtidas fora da União
Europeia ou do Espaço Económico Europeu. 3 — O requisito de capital referido na alínea b) do nú-
2 — O profissional que pretenda inscrever-se na Ordem mero anterior não é aplicável caso a organização associa-
nos termos do número anterior e que preste serviços, de tiva não disponha de capital social.
forma subordinada ou autónoma ou na qualidade de sócio 4 — O juízo de equiparação a que se refere a alínea b)
ou que atue como gerente ou administrador no Estado do n.º 2 é regido:
membro de origem, no âmbito de organização associativa a) Quanto a nacionais de Estado membro da União
de profissionais, deve, observado o disposto no n.º 4 do Europeia ou do Espaço Económico Europeu, pelo n.º 4 do
artigo 37.º da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, identificar a artigo 1.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas
organização em causa no pedido apresentado nos termos do Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio;
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b) Quanto a nacionais de países terceiros cujas qualifi- sionais que estejam sujeitas a associações públicas pro-
cações tenham sido obtidas fora de Portugal, pelo regime fissionais.
de reciprocidade internacionalmente vigente. 5 — Às organizações associativas de profissionais de
outros Estados membros não é reconhecida capacidade
5 — As sociedades de enfermeiros gozam dos direitos eleitoral.
e estão sujeitas aos deveres aplicáveis aos profissionais
membros da Ordem que sejam compatíveis com a sua Artigo 16.º
natureza, estando nomeadamente sujeitas aos princípios
Outros prestadores
e regras deontológicos constantes do presente Estatuto.
6 — Às sociedades profissionais de enfermeiros não é As pessoas coletivas que prestem serviços de enfer-
reconhecida capacidade eleitoral. magem e não se constituam sob a forma de sociedades
7 — Os membros do órgão executivo das sociedades de profissionais não estão sujeitas a inscrição na Ordem,
profissionais de enfermeiros, independentemente da sua sem prejuízo da obrigatoriedade de inscrição na Ordem
qualidade de membros da Ordem, devem respeitar os dos profissionais que aí exercem a respetiva atividade,
princípios e regras deontológicos, a autonomia técnica e nos termos do presente Estatuto.
científica e as garantias conferidas aos enfermeiros pela
lei e pelo presente Estatuto.
8 — As sociedades profissionais de enfermeiros podem CAPÍTULO III
exercer, a título secundário, quaisquer atividades que não Organização
sejam incompatíveis com a atividade de enfermeiro, em
relação às quais não se verifique impedimento, nos termos Artigo 17.º
do presente Estatuto, não estando essas atividades sujeitas
ao controlo da Ordem. Órgãos
9 — A constituição e o funcionamento das sociedades 1 — São órgãos nacionais da Ordem:
de profissionais consta de diploma próprio.
a) A assembleia geral;
b) O conselho diretivo;
SECÇÃO IV
c) O bastonário;
Outras organizações de prestadores d) O conselho jurisdicional;
e) O conselho fiscal;
Artigo 15.º f) O conselho de enfermagem;
Organizações associativas de profissionais
g) Os colégios das especialidades;
de outros Estados membros h) A comissão de atribuição de títulos.
1 — As organizações associativas de profissionais equi- 2 — São órgãos regionais da Ordem:
parados a enfermeiros, constituídas noutro Estado membro
da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, a) As assembleias regionais;
cujo capital com direito de voto caiba maioritariamente b) Os conselhos diretivos regionais;
aos profissionais em causa e ou a outras organizações as- c) Os conselhos jurisdicionais regionais;
sociativas, cujo capital e direitos de voto caiba maioritaria- d) Os conselhos fiscais regionais;
mente àqueles profissionais, podem inscrever as respetivas e) Os conselhos de enfermagem regionais.
representações permanentes em Portugal, constituídas nos
termos da lei comercial, como membros da Ordem, sendo Artigo 17.º-A
enquanto tal equiparadas a sociedades de enfermeiros para Condições de exercício dos membros dos órgãos da Ordem
efeitos do presente Estatuto.
2 — Os requisitos de capital referidos no número ante- 1 — Os membros dos órgãos executivos da Ordem que
rior não são aplicáveis caso a organização associativa não sejam trabalhadores por conta de outrem têm direito, para
disponha de capital social, aplicando-se, em seu lugar, o o exercício das suas funções no âmbito dos cargos para
requisito de atribuição da maioria de direitos de voto aos que foram eleitos, a:
profissionais ali referidos. a) Licença sem vencimento, com a duração máxima
3 — O juízo de equiparação a que se refere o n.º 1 é do respetivo mandato, a atribuir nos termos da legislação
regido: laboral;
a) Quanto a nacionais de Estado membro da União b) Um crédito de horas correspondente a 24 dias de
Europeia ou do Espaço Económico Europeu, pelo n.º 4 do trabalho por ano, que podem utilizar em períodos de meio-
artigo 1.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas -dia, que contam, para todos os efeitos legais, como serviço
Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio; efetivo.
b) Quanto a nacionais de países terceiros cujas qualifi-
cações tenham sido obtidas fora de Portugal, pelo regime 2 — Os membros dos órgãos não executivos da Ordem
de reciprocidade internacionalmente vigente. usufruem do direito a 24 faltas justificadas, que contam
para todos os efeitos legais como serviço efetivo, salvo
4 — O regime jurídico de inscrição das organizações quanto à remuneração ou retribuição.
associativas de profissionais de outros Estados membros 3 — A Ordem comunica, por meios idóneos e seguros,
consta do diploma que estabelece o regime jurídico da incluindo o correio eletrónico, às entidades empregadoras
constituição e funcionamento das sociedades de profis- das quais dependam os membros dos seus órgãos, as datas
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e o número de dias de que estes necessitam para o exercício Artigo 20.º


das respetivas funções. Funcionamento
4 — A comunicação prevista no número anterior é feita
com uma antecedência mínima de cinco dias, ou, em caso 1 — A assembleia geral reúne, obrigatoriamente, em
de reuniões ou atividades de natureza extraordinária dos sessão ordinária, até 31 de março de cada ano, para exercer
órgãos da Ordem, logo que as mesmas sejam convocadas. as competências previstas, nomeadamente, nas alíneas a)
e b) do artigo anterior.
2 — A assembleia geral reúne, obrigatoriamente, em
SECÇÃO I sessão ordinária, até 30 de maio do 3.º ano do quadriénio,
Órgãos nacionais da Ordem de preferência no dia internacional do enfermeiro, no-
meadamente para exercer as competências previstas nas
alíneas f), g), j), k) e l) do artigo anterior.
SUBSECÇÃO I
3 — A assembleia geral reúne em sessão extraordinária
A assembleia geral quando os superiores interesses da Ordem o aconselhem,
por iniciativa:
Artigo 18.º
a) Do presidente da mesa da assembleia geral;
Composição b) Do conselho diretivo;
c) Do conselho fiscal;
A assembleia geral é constituída por todos os membros d) De 5 % dos membros efetivos da Ordem, com cédula
efetivos da Ordem com cédula profissional válida e no válida e no pleno exercício dos seus direitos.
pleno gozo e exercício dos seus direitos.
4 — Na reunião da assembleia geral prevista no n.º 2
Artigo 19.º podem participar os membros honorários e correspon-
Competência dentes da Ordem, através dos seus representantes, sem
direito a voto.
Compete à assembleia geral:
a) Aprovar o plano de atividades e o orçamento apre- Artigo 21.º
sentados pelo conselho diretivo; Sede de reuniões
b) Aprovar o relatório e contas apresentados pelo con-
selho diretivo; 1 — As reuniões da assembleia geral podem realizar-se
em qualquer capital de distrito.
c) Deliberar sobre as propostas de alteração do presente 2 — As reuniões extraordinárias da assembleia geral
Estatuto; realizam-se no Porto, em Coimbra ou em Lisboa.
d) Deliberar sobre propostas dos órgãos nacionais e
aprovar moções e recomendações de caráter profissional Artigo 22.º
e associativo;
e) Deliberar sobre as propostas de alteração ou extinção Convocação e divulgação
de órgãos nacionais ou regionais; 1 — As reuniões da assembleia geral são convocadas
f) Deliberar sobre as propostas de criação de delegações pelo presidente da mesa, por meio de anúncios publicados
ou outras formas de representação, ouvidas as secções num jornal de expansão nacional e no sítio oficial da In-
regionais, nos termos do presente Estatuto; ternet da Ordem, com a antecedência mínima de 30 dias
g) Fixar o valor das quotas mensais e das taxas; seguidos.
h) Fixar a percentagem do valor da quotização a atribuir 2 — Os documentos a apreciar na assembleia devem ser
às secções regionais; divulgados aos respetivos membros com a antecedência
i) Aprovar os regulamentos necessários à prossecução das mínima de 8 dias seguidos.
finalidades da Ordem, de acordo com o presente Estatuto; 3 — A convocação de reuniões extraordinárias deve
j) Apreciar a atividade dos órgãos nacionais e aprovar ser feita para um dos 15 dias seguintes à apresentação do
moções e recomendações de caráter profissional e asso- pedido e com a antecedência mínima de 48 horas sobre a
ciativo; data da respetiva realização.
k) Tomar posição sobre o exercício da profissão, estatuto 4 — Da convocatória da assembleia geral deve constar
e garantias dos enfermeiros; a ordem de trabalhos, o dia, a hora e o local.
l) Pronunciar-se sobre questões de natureza científica,
técnica e profissional; Artigo 23.º
m) Aprovar as propostas de criação de novas especia- Funcionamento e validade das deliberações
lidades; 1 — A assembleia geral tem lugar no dia, hora e local
n) Deliberar a submissão a referendo, com caráter vincu- designados na convocatória, quando estejam presentes 5 %
lativo ou consultivo, sobre assuntos de particular relevância dos membros efetivos.
para a Ordem, mediante proposta do conselho diretivo e 2 — Na falta de quórum, a assembleia geral tem lugar
após parecer favorável do conselho jurisdicional sobre a 30 minutos depois, com qualquer número de membros
sua admissibilidade legal; efetivos.
o) Deliberar sobre todos os assuntos que não estejam 3 — As deliberações da assembleia geral são válidas
compreendidos nas competências específicas dos restantes quando forem respeitadas as formalidades da convocatória
órgãos da Ordem; e recaírem sobre assuntos da sua competência, constantes
p) Aprovar o seu regimento. da ordem de trabalhos.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015 8065

4 — A alteração da ordem de trabalhos pela assembleia b) Definir a posição da Ordem perante os órgãos de
só pode ter lugar quando estejam presentes pelo menos soberania e da Administração Pública, em matérias que
10 % dos membros da Ordem. se relacionem com as suas atribuições;
5 — As deliberações da assembleia geral sobre pro- c) Emitir parecer sobre projetos de diplomas legislativos
postas de alteração do presente Estatuto só são válidas ou regulamentos que tenham como objeto o ensino e a
quando sufragadas por dois terços dos respetivos membros formação que conferem habilitações legais para o exercício
efetivos, presentes na reunião. da enfermagem;
6 — A assembleia geral convocada nos termos da alí- d) Emitir parecer, por sua iniciativa ou a pedido das
nea d) do n.º 3 do artigo 20.º só tem lugar quando pelo entidades oficiais competentes, sobre as diversas matérias
menos dois terços dos requerentes estiverem presentes. relacionadas com o exercício da enfermagem, designa-
7 — Os requerentes faltosos ficam impedidos de exercer damente sobre a organização dos serviços que dela se
o direito de convocação da assembleia geral até final do ocupam;
mandato e por período não inferior a dois anos. e) Articular as atividades entre as secções regionais, de
acordo com as linhas políticas nacionais definidas;
Artigo 24.º f) Elaborar e submeter à assembleia geral o plano de
atividades, o orçamento, o relatório e as contas anuais;
Mesa da assembleia geral g) Propor à assembleia geral a criação de novas espe-
1 — A mesa da assembleia geral é constituída por um cialidades;
presidente, um vice-presidente e quatro secretários. h) Elaborar e propor à assembleia geral, após audição
2 — O presidente da mesa da assembleia geral é eleito dos órgãos competentes e parecer do conselho jurisdicio-
por sufrágio direto e universal. nal, os regulamentos necessários à execução do presente
3 — O vice-presidente e os secretários são os presiden- Estatuto;
tes das assembleias regionais. i) Propor à assembleia geral o montante das quotas e
4 — O presidente da assembleia regional em cuja secção das taxas;
se realize a reunião exerce as competências conferidas ao j) Executar as deliberações da assembleia geral;
vice-presidente. k) Administrar e restruturar o património da Ordem;
l) Promover a cobrança das receitas e autorizar as des-
pesas, aceitar doações, heranças e legados feitos à Ordem;
Artigo 25.º
m) Deliberar sobre a aquisição ou a oneração de bens da
Competência dos membros da mesa Ordem e a contração de empréstimos, dentro dos limites
de endividamento aprovados no orçamento;
1 — Compete ao presidente convocar a assembleia ge-
n) Instaurar procedimentos de execução aos enfermeiros
ral, nos termos do presente Estatuto, e dirigir as reuniões.
com quotas em dívida à Ordem;
2 — Compete ao vice-presidente substituir o presidente
o) Propor à assembleia geral, sob parecer do conselho
nas suas faltas ou impedimentos. de enfermagem, o nível de qualificação e as condições de
3 — Compete aos secretários a elaboração das atas, inscrição e reingresso na Ordem;
que são lidas e aprovadas na assembleia geral seguinte, p) Participar nos processos oficiais de acreditação e na
e coadjuvar o presidente nos atos necessários ao normal avaliação dos cursos que dão acesso à profissão;
funcionamento da assembleia geral. q) Elaborar e manter atualizados os registos de todos
os enfermeiros;
SUBSECÇÃO II r) Dirigir o funcionamento dos serviços da sede da
Do conselho diretivo Ordem;
s) Atribuir a qualidade de membro correspondente da
Artigo 26.º Ordem;
t) Desenvolver as relações da Ordem com instituições
Composição nacionais ou estrangeiras da mesma natureza;
1 — O conselho diretivo é constituído pelo bastonário u) Constituir comissões para a execução de tarefas ou
e por 10 vogais, dos quais cinco são, por inerência, os estudos sobre assuntos de interesse da Ordem;
presidentes dos conselhos diretivos regionais. v) Designar ou nomear enfermeiros que, em represen-
2 — O bastonário, dois vice-presidentes, dois secre- tação da Ordem, devem integrar comissões eventuais ou
tários e um tesoureiro são eleitos por sufrágio universal, permanentes e grupos de trabalho;
direto, secreto e periódico. w) Promover a realização de um congresso de caráter
3 — O bastonário pode, quando julgar aconselhável, obrigatório, no 3.º ano do mandato, preferencialmente
convocar para as reuniões do conselho diretivo os pre- no dia internacional do enfermeiro, tendo por objetivo a
sidentes do conselho jurisdicional, do conselho fiscal, discussão sobre questões de natureza científica, técnica e
do conselho de enfermagem e das mesas dos colégios da profissional, bem como tomar posição sobre o exercício
especialidade, os quais têm, neste caso, direito de voto. da profissão, o presente Estatuto e as garantias dos en-
fermeiros;
Artigo 27.º x) Promover a realização de congressos, conferências,
seminários e outras atividades científicas que visem o
Competência desenvolvimento da enfermagem, em colaboração com
1 — Compete ao conselho diretivo: os conselhos diretivos regionais, podendo incluir outras
organizações profissionais;
a) Dirigir a atividade nacional da Ordem, incluindo as y) Organizar e promover a publicação de uma revista
suas linhas gerais de atuação; periódica de cariz informativo;
8066 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015

z) Promover a publicação de uma revista científica; SUBSECÇÃO IV


aa) Elaborar e aprovar o seu regimento; Conselho jurisdicional
bb) Exercer as demais competências que a lei ou os
regulamentos lhe conferem. Artigo 31.º
Composição
2 — O conselho diretivo pode delegar nos seus mem-
bros quaisquer das competências indicadas no número 1 — O conselho jurisdicional constitui o supremo órgão
anterior. jurisdicional da Ordem e é constituído por um presidente
e 10 vogais.
Artigo 28.º
2 — O presidente e cinco vogais, são eleitos por sufrágio
Funcionamento universal, direto, secreto e periódico.
1 — O conselho diretivo funciona na sede da Ordem e 3 — Os restantes cinco vogais são, por inerência, os pre-
reúne, ordinariamente, quando convocado pelo seu presi- sidentes dos conselhos jurisdicionais das secções regionais.
dente, pelo menos uma vez por mês. 4 — Os vogais referidos no número anterior não podem
2 — O conselho diretivo reúne, extraordinariamente, participar nos recursos interpostos nos processos em que
por iniciativa do presidente ou por solicitação, por escrito, tenham tido intervenção, quer proferindo a decisão recor-
de um terço dos seus membros. rida, quer tomando de outro modo posição sobre questões
3 — O presidente é obrigado a proceder à convocação suscitadas no recurso.
da reunião sempre que um terço dos vogais o solicite por Artigo 32.º
escrito, indicando o assunto que desejam ver tratado.
Competência

SUBSECÇÃO III 1 — Compete ao conselho jurisdicional:


Do bastonário a) Deliberar sobre os recursos interpostos das delibera-
ções dos vários órgãos ou dos seus membros;
Artigo 29.º b) Proferir decisão final sobre todos os procedimentos
disciplinares;
Bastonário da Ordem
c) Deliberar sobre os requerimentos de renúncia aos
1 — O bastonário é o presidente da Ordem e, por ine- cargos e de suspensão temporária de funções dos membros
rência, presidente do conselho diretivo. dos órgãos da Ordem;
2 — O bastonário é eleito por sufrágio universal, direto, d) Deliberar sobre a perda de cargos na Ordem;
secreto e periódico. e) Deliberar sobre a substituição dos membros dos ór-
gãos da Ordem;
Artigo 30.º f) Exercer o poder disciplinar relativamente a todos os
membros da Ordem;
Competência
g) Promover a reflexão ético-deontológica;
1 — Compete ao bastonário: h) Elaborar os pareceres que lhe sejam solicitados pelo
bastonário, sobre o exercício profissional e deontológico.
a) Representar a Ordem em juízo e fora dele, designa-
damente perante os órgãos de soberania;
2 — Compete ao presidente despachar o expediente
b) Dirigir os serviços da Ordem de âmbito nacional;
corrente do conselho jurisdicional.
c) Presidir ao conselho diretivo;
3 — O conselho jurisdicional é assistido por assessores
d) Executar e fazer executar as deliberações do conselho
jurídicos, nomeados pelo conselho diretivo.
diretivo;
4 — O conselho jurisdicional, a funcionar em pleno,
e) Despachar o expediente corrente do conselho diretivo;
fixa os assuntos que devem ser tratados pelas secções do
f) Exercer as competências de direção da Ordem, em
conselho jurisdicional.
caso de reconhecida urgência;
5 — Das deliberações das secções do conselho jurisdi-
g) Solicitar a qualquer órgão da Ordem a elaboração de
cional cabe recurso para o pleno do conselho.
pareceres relativos a matérias da sua competência;
6 — Compete, em exclusivo, ao conselho jurisdicional,
h) Assistir, querendo, às reuniões de todos os órgãos
em sessão plenária:
colegiais da Ordem, só tendo direito de voto nos órgãos
a que preside; a) Proceder à substituição do bastonário, em caso de
i) Interpor recurso para o conselho jurisdicional das deli- impedimento permanente, a ratificar em assembleia geral
berações de todos os órgãos da Ordem que julgue contrárias da Ordem, na sessão ordinária seguinte;
às leis, aos regulamentos ou aos interesses da Ordem ou b) Conferir, por proposta do conselho diretivo, o título
dos seus membros; de membro honorário da Ordem a enfermeiros que tenham
j) Apreciar e pronunciar-se sobre os pedidos de renúncia exercido a profissão, pelo menos, durante 25 anos com
e suspensão dos membros da Ordem eleitos e dar posse aos assinalável mérito;
suplentes chamados pelo conselho jurisdicional; c) Julgar os recursos interpostos;
k) Presidir à comissão científica e ao conselho editorial d) Definir os processos de reabilitação a estabelecer em
das revistas da Ordem; regulamento para apresentação à assembleia geral, ouvido
l) Exercer as demais competências que a lei ou os re- previamente o conselho de enfermagem;
gulamentos lhe conferem. e) Deliberar sobre os pedidos de reabilitação dos mem-
bros da Ordem;
2 — O bastonário pode delegar competências em qual- f) Deliberar a abertura de procedimentos disciplinares, a
quer um dos vice-presidentes do conselho diretivo. sua instrução e a apreciação final relativamente a todos os
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015 8067

membros efetivos dos órgãos da Ordem no exercício das b) Apreciar e emitir parecer sobre o relatório, contas e
suas funções, bem como em relação a bastonários e presi- orçamento anuais, elaborados pelo conselho diretivo, para
dentes do conselho jurisdicional de mandatos anteriores; serem apresentados à assembleia geral;
g) Elaborar propostas de alteração ao código deonto- c) Apreciar a contabilidade de âmbito nacional da Ordem;
lógico, para apresentação à assembleia geral e posterior d) Apreciar e fiscalizar as atas lavradas nas reuniões do
proposta de alteração ao presente Estatuto; conselho diretivo, no que respeita a deliberações inscritas
h) Elaborar e propor alterações ao regulamento disci- na sua competência;
plinar, para apresentação à assembleia geral; e) Apresentar ao conselho diretivo as propostas que
i) Emitir parecer sobre os regimentos dos órgãos da considere adequadas para melhorar a situação patrimonial
Ordem; e financeira da Ordem;
j) Deliberar sobre os conflitos, positivos ou negativos, f) Pronunciar-se sobre qualquer assunto que lhe seja
de competências dos órgãos; apresentado por outro órgão nacional, relativamente a
k) Elaborar e aprovar o seu regimento. matéria cuja fiscalização lhe está cometida;
g) Elaborar e aprovar o seu regimento;
Artigo 33.º
h) Participar, sem direito a voto, nas reuniões do con-
Funcionamento selho diretivo, sempre que este o considere conveniente.
1 — O conselho jurisdicional funciona na sede da Or-
dem e reúne quando convocado pelo seu presidente. 2 — O conselho fiscal deve comunicar ao conselho
2 — Na primeira sessão de cada quadriénio, o conselho diretivo qualquer situação que identifique e implique des-
jurisdicional elege, de entre os seus membros, dois vice- vio orçamental ou comprometa ou possa comprometer o
-presidentes e quatro secretários. equilíbrio contabilístico e financeiro da Ordem.
3 — O conselho jurisdicional reúne em sessão plenária 3 — O conselho fiscal pode solicitar ao conselho dire-
e por secções. tivo e aos conselhos diretivos regionais informações ou
4 — A composição das duas secções é fixada na pri- documentação que considere necessária ao cumprimento
meira sessão de cada exercício, cabendo a uma secção a das suas atribuições.
competência do exercício do poder disciplinar e, à outra
secção, a competência de análise de questões e preparação
SUBSECÇÃO VI
de pareceres de natureza deontológica.
5 — O presidente do conselho jurisdicional preside às Conselho de enfermagem
sessões plenárias e às sessões da 1.ª e da 2.ª secção.
6 — A 1.ª secção é constituída por quatro vogais e a Artigo 36.º
2.ª secção é constituída por seis vogais. Composição
7 — Cada secção é secretariada por um dos secretários.
8 — As secções deliberam validamente quando estive- 1 — O conselho de enfermagem é o órgão científico e
rem presentes três quintos dos seus membros. profissional da Ordem e é constituído por um presidente
9 — As deliberações são tomadas por maioria, dispondo e 10 vogais.
o presidente de voto de qualidade. 2 — O presidente e cinco vogais do conselho de enfer-
magem são eleitos por sufrágio universal, direto, secreto
SUBSECÇÃO V e periódico.
Conselho fiscal 3 — Os presidentes dos conselhos de enfermagem re-
gionais são, por inerência, os restantes cinco vogais do
Artigo 34.º conselho de enfermagem.
Composição e funcionamento 4 — Os membros do conselho de enfermagem referidos
1 — O conselho fiscal é constituído por um presidente, no n.º 2, se forem especialistas, têm de ser titulares de
um vice-presidente e cinco vogais. diferentes especialidades.
2 — O presidente e o vice-presidente do conselho fis-
cal são eleitos por sufrágio universal, direto, secreto e Artigo 37.º
periódico.
3 — Os presidentes dos conselhos fiscais regionais são, Competência
por inerência, os vogais do conselho fiscal. Compete ao conselho de enfermagem:
4 — O conselho fiscal integra um revisor oficial de con-
tas, nomeado pelo conselho diretivo, sem direito de voto. a) Definir os critérios e a matriz de validação, para
5 — O conselho fiscal funciona na sede da Ordem e efeitos da individualização das especialidades;
reúne, ordinariamente, em cada trimestre e, extraordina- b) Elaborar o regulamento de reconhecimento de novas
riamente, por iniciativa do presidente. especialidades, a propor ao conselho diretivo;
c) Reconhecer especialidades em enfermagem, a propor
Artigo 35.º ao conselho diretivo;
Competência d) Elaborar o regulamento da certificação individual de
competências, a propor ao conselho diretivo;
1 — Compete ao conselho fiscal: e) Elaborar o regulamento de atribuição dos títulos de
a) Acompanhar e fiscalizar a gestão patrimonial e fi- enfermeiro e de enfermeiro especialista, a propor ao con-
nanceira da Ordem; selho diretivo;
8068 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015

f) Definir os padrões de qualidade de cuidados de en- SUBSECÇÃO VII


fermagem, a propor ao conselho diretivo; Colégios das especialidades e título de especialidade
g) Acompanhar o desenvolvimento de métodos, instru-
mentos e programas de melhoria contínua da qualidade dos Artigo 39.º
cuidados, a nível nacional e internacional;
Colégios das especialidades
h) Colaborar com entidades nacionais ou internacionais
no âmbito da qualidade; 1 — Os colégios das especialidades são os órgãos pro-
i) Apreciar o acompanhamento do exercício profissional fissionais especializados, constituídos pelos membros da
a nível nacional; Ordem que detenham o título profissional da respetiva
j) Fomentar e acompanhar o desenvolvimento da for- especialidade.
mação em enfermagem; 2 — Existem tantos colégios quantas as especialidades.
k) Fomentar a investigação em enfermagem como meio
de desenvolvimento do exercício profissional;
l) Promover o desenvolvimento das relações científicas Artigo 40.º
e profissionais, nos diferentes domínios da enfermagem, Títulos de especialidade
a nível nacional e internacional;
1 — A Ordem atribui os seguintes títulos de enfermeiro
m) Proceder a estudos e emitir pareceres sobre matérias
especialista:
específicas de enfermagem;
n) Apoiar o conselho diretivo e jurisdicional nos assun- a) Enfermeiro especialista em enfermagem de saúde
tos profissionais relativos aos cuidados de enfermagem materna e obstétrica;
gerais; b) Enfermeiro especialista em enfermagem de saúde
o) Definir as condições de reconhecimento de quali- infantil e pediátrica;
ficações profissionais obtidas fora do território nacional, c) Enfermeiro especialista em enfermagem de saúde
nos termos da lei, do direito da União Europeia ou de mental e psiquiátrica;
convenção internacional; d) Enfermeiro especialista em enfermagem de reabi-
p) Definir os processos de reconhecimento de compe- litação;
tência acrescida, a propor ao conselho diretivo; e) Enfermeiro especialista em enfermagem médico-
q) Definir os procedimentos de revalidação e de reabi- -cirúrgica;
litação, determinando as suas condições de apreciação e f) Enfermeiro especialista em enfermagem comunitária.
verificação, a propor ao conselho diretivo, após parecer
do conselho jurisdicional; 2 — A obtenção do título de especialista é regida por
r) Organizar uma revista científica; regulamento proposto pelo conselho de enfermagem ao
s) Elaborar e aprovar o seu regimento. conselho diretivo e aprovado pela assembleia geral.
3 — O regulamento a que se refere o número anterior
só produz efeitos após homologação pelo membro do Go-
Artigo 38.º verno responsável pela área da saúde.
Funcionamento 4 — A criação de novas especialidades obedece ao dis-
posto no presente Estatuto.
1 — O conselho de enfermagem funciona na sede da
Ordem e reúne por convocação do seu presidente.
2 — Na primeira sessão de cada quadriénio, o conselho Artigo 41.º
de enfermagem elege, de entre os seus membros, dois vice- Composição e funcionamento
-presidentes e dois secretários.
3 — Apoiam o funcionamento do conselho de enferma- 1 — Cada colégio elege uma mesa, com um presidente
gem a comissão de qualidade dos cuidados de enfermagem e dois secretários, por sufrágio direto, secreto e periódico
e a comissão de investigação e desenvolvimento. de entre os membros detentores da respetiva especialidade.
4 — O conselho de enfermagem elabora o regulamento 2 — Cada colégio reúne, obrigatoriamente, uma vez
das comissões, a propor ao conselho diretivo. por ano, até 1 de fevereiro.
5 — Na primeira sessão de cada quadriénio, o conselho
de enfermagem designa, de entre os seus membros eleitos,
Artigo 42.º
os que integram cada uma das comissões e, destes, o que
preside. Competência
6 — O conselho de enfermagem pode ser assessorado 1 — São competências dos colégios das especialidades:
por peritos de reconhecida competência.
7 — Os peritos referidos no número anterior são a) Promover o desenvolvimento das relações científicas
nomeados pelo conselho diretivo, sob proposta funda- e profissionais entre os membros da especialidade;
mentada do conselho de enfermagem. b) Elaborar estudos sobre assuntos específicos da es-
8 — No tratamento de assuntos transversais a áreas pecialidade;
profissionais especializadas, o presidente do conselho de c) Definir as competências específicas da especialidade,
enfermagem deve convocar para as reuniões do conselho, a propor ao conselho diretivo;
os presidentes dos colégios das especialidades respetivas, d) Elaborar os programas formativos da respetiva es-
os quais têm, neste caso, direito a voto. pecialidade, a propor ao conselho diretivo;
9 — As deliberações são tomadas por maioria, dispondo e) Acompanhar o exercício profissional especializado,
o presidente de voto de qualidade. em articulação com os conselhos de enfermagem regionais;
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015 8069

f) Definir padrões de qualidade de cuidados de enfer- SECÇÃO II


magem especializados e zelar pela sua observância no
Órgãos regionais
exercício profissional;
g) Elaborar e aprovar o seu regimento. SUBSECÇÃO I

2 — São competências da mesa do colégio: A assembleia regional

a) Dirigir os trabalhos do colégio; Artigo 44.º


b) Dar seguimento às deliberações do colégio; Composição e competência
c) Emitir pareceres, de acordo com o estabelecido no
regimento do colégio; 1 — A assembleia regional é constituída por todos os
d) Apoiar o conselho diretivo, o conselho jurisdicional membros efetivos da Ordem inscritos na secção regional,
e o conselho de enfermagem nos assuntos profissionais com cédula profissional válida e no pleno gozo e exercício
relativos aos cuidados de enfermagem especializados; dos seus direitos.
e) Designar uma comissão de apoio técnico, constituída 2 — Compete à assembleia regional:
por cinco membros da especialidade respetiva, um por a) Aprovar o plano de atividades e o orçamento apre-
secção regional, destinada a prestar assessoria técnica e sentados pelo conselho diretivo regional;
científica no âmbito da competência de emissão de pare- b) Aprovar o relatório e contas apresentados pelo con-
ceres e no acompanhamento do exercício profissional, a selho diretivo regional;
propor ao conselho diretivo para nomeação; c) Deliberar sobre assuntos de âmbito regional;
f) Elaborar um relatório bienal sobre o estado do desen- d) Apreciar a atividade dos órgãos regionais e aprovar
volvimento da especialidade e recomendações; moções e recomendações de caráter profissional e asso-
g) Elaborar e aprovar o seu regimento interno. ciativo de âmbito regional;
e) Aprovar os regulamentos necessários ao exercício
3 — Os presidentes das mesas dos colégios das espe- das competências dos órgãos regionais;
cialidades integram as comissões previstas no n.º 3 do f) Pronunciar-se sobre todos os assuntos que não este-
artigo 38.º jam compreendidos nas competências dos outros órgãos
4 — Os presidentes das mesas dos colégios podem de- regionais e que lhe sejam apresentados pelo conselho di-
legar competências em qualquer um dos secretários. retivo regional;
5 — Os pareceres nas áreas científica e técnica são g) Elaborar e aprovar o seu regimento.
vinculativos.
SUBSECÇÃO VIII
Artigo 45.º
Funcionamento
Comissão de atribuição de títulos
Artigo 43.º 1 — As assembleias regionais reúnem, ordinariamente,
uma vez por ano, até 1 de março, em data anterior à data da
Composição e competência reunião ordinária da assembleia geral prevista no n.º 1 do
1 — A comissão de atribuição de títulos é nomeada pelo artigo 20.º, para o exercício das competências previstas no
conselho diretivo, por um período de dois anos, ouvido o artigo anterior, em data a definir pelo presidente da mesa
conselho de enfermagem, sendo constituída, no mínimo, da assembleia regional.
por nove elementos, os quais são indicados de entre en- 2 — As assembleias regionais reúnem, extraordinaria-
fermeiros e enfermeiros especialistas de cada uma das mente, quando os superiores interesses da Ordem a nível
especialidades reconhecidas pela Ordem. regional o aconselhem, por iniciativa do presidente da
2 — Cabe à comissão de atribuição de títulos: assembleia regional, do presidente do conselho diretivo re-
gional, do presidente do conselho fiscal regional ou quando
a) Analisar os pedidos de inscrição com vista à atri- requerida nos termos da alínea d) do n.º 3 do artigo 20.º
buição de título de enfermeiro e enfermeiro especialista; 3 — As assembleias regionais são dirigidas por uma
b) Analisar e deliberar sobre os pedidos de reconheci- mesa constituída por um presidente e dois secretários,
mento de títulos de formação obtidos na União Europeia, eleitos por sufrágio universal, direto, secreto e periódico
por nacionais dos seus Estados membros, destinados ao pelos membros efetivos da Ordem inscritos na respetiva
exercício das profissões em território português, nos termos secção regional.
da legislação em vigor; 4 — As assembleias regionais só podem deliberar va-
c) Analisar e deliberar sobre os pedidos de reconheci- lidamente sobre matérias da sua competência e que se
mento dos títulos de formação obtidos em países terceiros enquadrem dentro das finalidades da Ordem.
à União Europeia com os quais Portugal tenha estabelecido 5 — As deliberações das assembleias regionais têm
acordos, destinados ao exercício das profissões em territó- a natureza de recomendações e não vinculam a Ordem
rio português, nos termos previstos em lei especial; enquanto organismo de âmbito nacional.
d) Verificar o cumprimento dos requisitos previstos
para efeitos de atribuição do título de enfermeiro e enfer- SUBSECÇÃO II
meiro especialista, de acordo com o disposto no presente
Conselho diretivo regional
Estatuto;
e) Atribuir os títulos de enfermeiro e enfermeiro espe- Artigo 46.º
cialista.
Composição, competência e funcionamento
3 — A comissão de atribuição de títulos é apoiada por 1 — O conselho diretivo regional das secções regionais
assessores jurídicos, nomeados pelo conselho diretivo. é constituído por um presidente, um secretário, um tesou-
8070 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015

reiro e dois vogais, eleitos por sufrágio universal, direto, universal, direto e secreto e periódico, pelos membros
secreto e periódico pelos membros efetivos da Ordem efetivos da Ordem inscritos na respetiva secção regional,
inscritos na respetiva secção regional, com cédula profis- com cédula profissional válida e no pleno gozo e exercício
sional válida e no pleno gozo e exercício dos seus direitos. dos seus direitos, sendo o primeiro o presidente.
2 — Compete ao conselho diretivo regional: 2 — Compete ao conselho jurisdicional regional instruir
os procedimentos disciplinares que respeitem aos mem-
a) Promover as atividades da Ordem a nível regional, bros da respetiva secção, com exceção dos que sejam da
de acordo com as linhas gerais de atuação definidas pelo competência do conselho jurisdicional.
conselho diretivo; 3 — O funcionamento do conselho jurisdicional regio-
b) Representar a secção regional no âmbito das suas nal obedece a regimento por ele elaborado e aprovado pela
competências; assembleia regional respetiva, após parecer favorável do
c) Gerir as atividades da secção regional nos termos do conselho jurisdicional.
presente Estatuto e respetivos regulamentos;
d) Administrar os bens patrimoniais e financeiros que SUBSECÇÃO IV
lhe estão confiados e celebrar os negócios jurídicos, de
administração ordinária, necessários ao exercício das suas Conselho fiscal regional
competências;
e) Elaborar e submeter à aprovação da assembleia re- Artigo 48.º
gional o plano de atividades e o orçamento para cada ano, Composição, competência e funcionamento
até 1 de março do ano corrente;
f) Elaborar e submeter à aprovação da assembleia re- 1 — O conselho fiscal regional é constituído por três
gional o relatório e contas relativos ao ano civil anterior, membros efetivos da Ordem, eleitos por sufrágio univer-
até 1 de março do ano seguinte; sal, direto, secreto e periódico pelos membros efetivos da
g) Aceitar os pedidos de inscrição como membro efetivo Ordem inscritos na respetiva secção regional, com cédula
da Ordem e assegurar os procedimentos regulamentares, profissional válida e no pleno gozo e exercício dos seus
no âmbito territorial da respetiva secção regional; direitos, sendo o primeiro o presidente.
h) Promover o registo dos membros efetivos da Ordem, 2 — Compete ao conselho fiscal regional:
emitir as cédulas profissionais; a) Examinar, pelo menos trimestralmente, a gestão fi-
i) Promover a atualização do registo e dos ficheiros dos nanceira da competência dos conselhos diretivos regionais;
membros da Ordem; b) Dar parecer sobre o relatório e contas, bem como
j) Garantir as condições necessárias à efetivação do sobre a proposta de orçamento, apresentados pelos respe-
processo de certificação individual de competências; tivos conselhos diretivos regionais;
k) Organizar e gerir os serviços administrativos e os c) Participar, sem direito a voto, nas reuniões dos res-
recursos humanos; petivos conselhos diretivos regionais, sempre que estes o
l) Acompanhar o exercício profissional na área da res- considerem conveniente;
petiva secção regional, no que respeita às condições de d) Fiscalizar as atas lavradas nas reuniões dos conselhos
exercício, de dignidade e de prestígio da profissão; diretivos regionais.
m) Promover ações disciplinares, através do conselho
jurisdicional regional ou do conselho jurisdicional; 3 — O funcionamento do conselho fiscal regional
n) Enviar anualmente ao conselho diretivo um relatório obedece a regimento por ele elaborado e aprovado pela
sobre o exercício profissional na respetiva região; assembleia regional respetiva, após parecer favorável do
o) Pronunciar-se sobre todos os assuntos que lhe sejam conselho jurisdicional.
apresentados, no âmbito das suas competências;
p) Cooperar com todos os órgãos regionais e nacionais SUBSECÇÃO V
na prossecução das atribuições da Ordem;
q) Zelar pela dignidade do exercício profissional e asse- Conselho de enfermagem regional
gurar o respeito pelos direitos, liberdades e garantias dos Artigo 49.º
enfermeiros, a nível regional;
r) Zelar pela qualidade dos cuidados de enfermagem Composição, competência e funcionamento
prestados à população e promover as medidas que consi- 1 — O conselho de enfermagem regional é constituído
dere pertinentes a nível regional. por um presidente e quatro vogais, sendo eleitos por sufrá-
gio universal, direto, secreto e periódico pelos membros
3 — O funcionamento do conselho diretivo regional efetivos da Ordem inscritos na respetiva secção regional,
obedece a regimento por ele elaborado e aprovado pela com cédula profissional válida e no pleno gozo e exercício
assembleia regional respetiva, após parecer favorável do dos seus direitos.
conselho jurisdicional. 2 — Os membros do conselho de enfermagem regional
referidos no número anterior, se forem especialistas, têm
SUBSECÇÃO III de ser titulares de diferentes especialidades.
Conselho jurisdicional regional
3 — Compete ao conselho de enfermagem regional:
a) Promover o desenvolvimento e a valorização cientí-
Artigo 47.º fica, técnica, cultural e profissional dos membros a nível
Composição, competência e funcionamento
regional;
b) Zelar pela observância dos padrões de qualidade dos
1 — O conselho jurisdicional regional é constituído cuidados de enfermagem e pela qualidade do exercício
por três membros efetivos da Ordem, eleitos por sufrágio profissional dos enfermeiros;
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015 8071

c) Estimular a implementação de sistemas de melho- 2 — Se nenhum dos candidatos obtiver o número de


ria contínua da qualidade do exercício profissional dos votos referido no número anterior, procede-se a segundo
enfermeiros; sufrágio até ao 21.º dia subsequente à primeira votação.
d) Acompanhar o exercício profissional na área da res- 3 — Ao sufrágio referido no número anterior concorrem
petiva secção regional, no domínio dos cuidados gerais apenas os dois candidatos mais votados que não tenham
e das especialidades, devendo, no caso destas, solicitar retirado a candidatura.
a presença de peritos indicados pelas mesas dos colégios
competentes; Artigo 53.º
e) Acompanhar o desenvolvimento da formação e inves- Apresentação de candidaturas
tigação em enfermagem na área da secção regional;
f) Acompanhar a concretização do processo de certi- 1 — As candidaturas para os órgãos nacionais e regio-
ficação individual de competências, na área da respetiva nais são apresentadas perante os presidentes das mesas
secção regional, nos termos regulamentares. da assembleia geral e das assembleias regionais, respe-
tivamente.
4 — O funcionamento do conselho de enfermagem re- 2 — As candidaturas para os órgãos nacionais e para os
gional obedece a regimento por ele elaborado e aprovado órgãos regionais são apresentadas em lista única.
pela assembleia regional respetiva, após parecer favorável 3 — As candidaturas para os órgãos nacionais e para os
do conselho jurisdicional. órgãos regionais podem ser independentes.
4 — O prazo de apresentação das candidaturas decorre
até 1 de outubro do último ano do respetivo mandato.
SUBSECÇÃO VI
5 — Cada candidatura para os órgãos nacionais e regio-
Aplicação subsidiária nais deve ser subscrita por um mínimo de 250 e 100 mem-
bros da Ordem, respetivamente, para os órgãos nacionais
Artigo 50.º e regionais.
Norma de aplicação subsidiária Artigo 54.º
Na falta de regulamentação, aplicam-se aos órgãos re- Data das eleições
gionais as normas estabelecidas para os órgãos nacionais, 1 — As eleições para os órgãos da Ordem realizam-se
com as devidas adaptações. entre 1 e 15 de novembro do último ano do quadriénio, na
data que for designada pelo presidente da assembleia geral,
sob proposta do presidente do conselho diretivo, ouvidos
CAPÍTULO IV os presidentes dos conselhos diretivos regionais.
Eleições 2 — As eleições para os órgãos nacionais e regionais
decorrem, em simultâneo, na mesma data.
SECÇÃO I Artigo 55.º
Processo eleitoral Organização do processo eleitoral

Artigo 51.º 1 — A organização do processo eleitoral compete à


mesa da assembleia geral e às mesas das assembleias re-
Sufrágio e elegibilidade gionais, que devem, nomeadamente:
1 — As eleições fazem-se por sufrágio universal, di- a) Convocar as assembleias eleitorais;
reto e secreto e periódico, exercido presencialmente, por b) Organizar os cadernos eleitorais;
correspondência, eletronicamente, ou por outros meios c) Promover a constituição das comissões de fiscalização.
tecnológicos legalmente validados.
2 — São eleitores e podem ser eleitos para os órgãos da 2 — Com a marcação da data das eleições é designada,
Ordem os enfermeiros membros efetivos da Ordem com pela mesa da assembleia geral, uma comissão eleitoral,
cédula válida e no pleno gozo e exercício dos seus direitos. constituída por cinco membros efetivos da Ordem, em
3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, só representação de cada uma das secções regionais.
podem ser eleitos para bastonário, para membros do conse- 3 — O presidente da comissão eleitoral é eleito de entre
lho jurisdicional e para membros do conselho jurisdicional os seus membros.
regional, os enfermeiros que possuam, pelo menos 10 anos 4 — À comissão eleitoral compete:
de exercício profissional. a) Confirmar a organização dos cadernos eleitorais;
4 — Só podem ser eleitos para vogais do conselho di- b) Apreciar as reclamações sobre os cadernos eleitorais;
retivo, do conselho de enfermagem, do conselho diretivo c) Verificar a regularidade das candidaturas;
regional e do conselho de enfermagem regional os enfer- d) Garantir a comunicação, por meios idóneos, de in-
meiros que possuam, pelo menos, cinco anos de exercício formação sobre as candidaturas, designadamente através
profissional. de meios eletrónicos, nos termos regulamentares;
Artigo 52.º e) Decidir as reclamações sobre o processo eleitoral;
Eleição do bastonário
f) Decidir os recursos sobre o processo eleitoral;
g) Apreciar os relatórios das comissões de fiscalização.
1 — É eleito bastonário o candidato que obtém metade
dos votos mais um, validamente expressos, não se consi- 5 — Após as deliberações finais sobre as reclamações e
derando como tal os votos em branco. recursos interpostos, cessa o mandato da comissão.
8072 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015

Artigo 56.º 2 — São vencedoras as listas que obtenham a maioria


Assembleia eleitoral
dos votos.
3 — As listas vencedoras para os órgãos nacionais são
1 — A assembleia eleitoral funciona em secções de proclamadas pela mesa da assembleia geral.
voto, uma em cada secção regional, assumindo as mesas 4 — As listas vencedoras para os órgãos regionais são
das assembleias regionais funções de mesas de voto. proclamadas pelas respetivas mesas das assembleias re-
2 — Quando tal se justifique, a comissão eleitoral pode gionais.
constituir outras secções de voto, fixando a composição
das mesas de voto respetivas por indicação das respetivas
SECÇÃO II
mesas das assembleias regionais.
3 — A convocatória da assembleia eleitoral fixa o horá- Exercício do mandato
rio de funcionamento das secções de voto, por um período
não inferior a 12 horas. Artigo 62.º
Mandato
Artigo 57.º
1 — Os titulares e membros dos órgãos da Ordem são
Comissão de fiscalização eleitos para mandatos com a duração de quatro anos, a
1 — Em cada secção regional é constituída uma comis- iniciar em 1 de janeiro e a terminar em 31 de dezembro.
são de fiscalização, constituída pelo presidente da respetiva 2 — Os titulares e membros dos órgãos da Ordem não
assembleia regional e por um representante de cada uma podem ser eleitos por mais de dois mandatos consecutivos.
das listas concorrentes ou proponentes, a qual inicia fun- 3 — Sempre que se revelar necessário proceder a elei-
ções no dia seguinte ao termo do prazo de apresentação ções intercalares para qualquer dos órgãos da Ordem, o
das candidaturas. respetivo mandato não pode exceder a vigência do mandato
2 — Os representantes das listas concorrentes devem dos restantes órgãos.
ser indicados com a apresentação das respetivas candi- 4 — O mandato finda com a tomada de posse dos novos
daturas. órgãos eleitos.
3 — Os membros das comissões de fiscalização não
podem ser candidatos nas eleições nem integrar os órgãos Artigo 63.º
da Ordem. Posse dos membros eleitos

Artigo 58.º 1 — O presidente cessante da assembleia geral confere


posse aos membros eleitos para os órgãos nacionais.
Competência das comissões de fiscalização 2 — Os presidentes cessantes das assembleias regio-
Compete às comissões de fiscalização: nais conferem posse aos membros eleitos para os órgãos
regionais.
a) Fiscalizar o ato eleitoral;
b) Elaborar um relatório das irregularidades detetadas, Artigo 64.º
o qual deve ser enviado às assembleias regionais, e à co- Renúncia ao cargo
missão eleitoral.
Qualquer membro dos órgãos da Ordem pode solicitar
Artigo 59.º ao presidente do conselho jurisdicional a renúncia ao cargo
ou a suspensão temporária do exercício das suas funções,
Campanha eleitoral por motivos devidamente fundamentados, não podendo o
A Ordem comparticipa nos encargos da campanha elei- prazo de suspensão ser superior a seis meses.
toral de cada lista em montante igual para todas elas, nos
termos fixados pelo conselho diretivo. Artigo 65.º
Substituições
Artigo 60.º
Recurso
1 — No caso de renúncia ou caducidade do mandato,
por motivo disciplinar ou por morte, do presidente de
1 — Pode ser deduzida reclamação do ato eleitoral, no qualquer órgão colegial da Ordem, este elege, na primeira
prazo de cinco dias úteis, com fundamento em irregulari- reunião ordinária subsequente ao facto, de entre os seus
dades, o qual deve ser apresentado à mesa da assembleia membros, um novo presidente e entra o primeiro membro
regional. suplente da respetiva lista.
2 — Da decisão da mesa da assembleia regional cabe 2 — No caso de renúncia ou caducidade do mandato,
recurso para a comissão eleitoral. por motivo disciplinar ou morte, de vogal de qualquer
3 — As reclamações e recursos são decididos no prazo de órgão colegial da Ordem, este é substituído pelo primeiro
cinco dias úteis, a contar da data da respetiva apresentação. membro suplente da respetiva lista.
3 — Nos casos previstos nos números anteriores, os
Artigo 61.º substitutos exercem funções até ao termo do mandato em
curso.
Proclamação de resultados
4 — No caso de suspensão de presidente de qualquer
1 — Não havendo recursos pendentes, é feita a procla- órgão colegial da Ordem, é observado o regime previsto
mação das listas vencedoras, no prazo de 10 dias úteis. no n.º 1.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015 8073

5 — No caso de suspensão de vogal de qualquer órgão Artigo 68.º


colegial da Ordem, este é substituído pelo primeiro mem- Independência da responsabilidade disciplinar
bro suplente da respetiva lista. dos membros da Ordem
6 — Os membros substitutos dos órgãos da Ordem,
quer nos casos de renúncia quer nos casos de suspensão, 1 — A responsabilidade disciplinar é independente da
apenas integram o órgão respetivo e iniciam o exercício responsabilidade civil e criminal decorrente da prática do
das suas funções após a sua chamada por parte do conselho mesmo facto e coexiste com qualquer outra prevista por lei.
jurisdicional. 2 — A responsabilidade disciplinar perante a Ordem
coexiste com qualquer outra prevista por lei.
3 — Quando, com fundamento nos mesmos factos, tiver
CAPÍTULO V sido instaurado processo penal contra membro da Ordem e,
para se conhecer da existência de uma infração disciplinar,
Regime disciplinar
for necessário julgar qualquer questão que não possa ser
SECÇÃO I
convenientemente resolvida no processo disciplinar, pode
ser ordenada a suspensão do processo disciplinar durante
Disposições gerais o tempo em que, por força de decisão jurisdicional ou de
apreciação jurisdicional de qualquer questão, a marcha do
Artigo 66.º correspondente processo não possa começar ou continuar
Infração disciplinar a ter lugar.
4 — A suspensão do processo disciplinar, nos termos do
1 — Considera-se infração disciplinar toda a ação ou número anterior, é comunicada pela Ordem à autoridade
omissão que consista em violação, por qualquer membro judiciária competente, a qual deve ordenar a remessa à
da Ordem, dos deveres consignados na lei, no presente Ordem de cópia do despacho de acusação e, se a ele houver
Estatuto e nos respetivos regulamentos. lugar, do despacho de pronúncia.
2 — A infração disciplinar é: 5 — Decorrido o prazo fixado nos termos do n.º 3 sem
a) Leve, quando o arguido viole de forma pouco in- que a questão tenha sido resolvida, a questão é decidida
tensa os deveres profissionais a que se encontra adstrito no processo disciplinar.
no exercício da profissão, não causando prejuízo ao desti- 6 — Sempre que, em processo penal contra membro da
natário dos cuidados nem a terceiro, nem pondo em causa Ordem, for designado dia para a audiência de julgamento,
o prestígio da profissão; o tribunal deve ordenar a remessa à Ordem, preferen-
b) Grave, quando o arguido viole de forma séria os deve- cialmente por via eletrónica, do despacho de acusação,
res profissionais a que se encontra adstrito no exercício da do despacho de pronúncia e da contestação, se tiver sido
profissão, causando prejuízo ao destinatário dos cuidados apresentada, bem como quaisquer outros elementos soli-
ou a terceiro, ou pondo em causa o prestígio da profissão, citados pela direção ou pelo bastonário.
ou ainda quando o comportamento constitua crime punível 7 — A responsabilidade disciplinar dos membros pe-
com pena de prisão até três anos; rante a Ordem, decorrente da prática de infrações, é inde-
c) Muito grave, quando o arguido viole os deveres pro- pendente da responsabilidade disciplinar perante os respe-
fissionais a que se encontra adstrito no exercício da profis- tivos empregadores, por violação dos deveres emergentes
são, com lesão da vida ou grave lesão da integridade física de relações de trabalho.
ou saúde dos destinatários dos cuidados ou grave perigo
para a saúde pública, ou ainda quando o comportamento Artigo 69.º
constitua crime punível com pena de prisão superior a Responsabilidade disciplinar das sociedades de profissionais
três anos. e dos profissionais em livre prestação de serviços
1 — As pessoas coletivas membros da Ordem estão
3 — As infrações disciplinares previstas no presente sujeitas ao poder disciplinar dos seus órgãos, nos termos
Estatuto e demais disposições legais e regulamentares do presente Estatuto e da lei que estabelece o regime ju-
aplicáveis são puníveis a título de dolo ou negligência. rídico da constituição e funcionamento das sociedades de
profissionais que estejam sujeitas a associações públicas
Artigo 67.º profissionais.
Jurisdição disciplinar
2 — Os profissionais que prestem serviços em território
nacional em regime de livre prestação são equiparados aos
1 — Os membros da Ordem estão sujeitos ao poder membros da Ordem para efeitos disciplinares, nos termos
disciplinar dos órgãos da Ordem, nos termos previstos no do n.º 2 do artigo 4.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, al-
presente Estatuto e no regulamento disciplinar. terada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014,
2 — Durante o tempo de suspensão da inscrição o mem- de 2 de maio, com as especificidades constantes do n.º 10
bro da Ordem continua sujeito ao poder disciplinar da do artigo 76.º e do regulamento disciplinar.
Ordem.
3 — O cancelamento da inscrição não faz cessar a Artigo 70.º
responsabilidade disciplinar por infrações anteriormente
Prescrição do procedimento disciplinar
praticadas.
4 — A punição com a sanção de expulsão não faz cessar 1 — O procedimento disciplinar extingue-se, por efeito
a responsabilidade disciplinar do membro da Ordem rela- de prescrição, logo que sobre a prática da infração tiver
tivamente às infrações por ele cometidas antes da decisão decorrido o prazo de três anos, salvo o disposto no número
definitiva que as tenha aplicado. seguinte.
8074 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015

2 — Se a infração disciplinar constituir simultaneamente processo, ou o prestígio da Ordem ou da profissão, em


infração criminal para a qual a lei estabeleça prescrição qualquer uma das suas especialidades.
sujeita a prazo mais longo, o procedimento disciplinar
apenas prescreve após o decurso deste último prazo. Artigo 73.º
3 — O prazo de prescrição do procedimento disciplinar Instauração do processo disciplinar
corre desde o dia em que o facto se tiver consumado.
4 — O prazo de prescrição só corre: 1 — Qualquer órgão da Ordem, oficiosamente ou tendo
por base queixa, denúncia ou participação apresentada por
a) Nas infrações instantâneas, desde o momento da
pessoa devidamente identificada, contendo factos susce-
sua prática;
tíveis de integrarem infração disciplinar do membro da
b) Nas infrações continuadas, desde o dia da prática
Ordem, comunica, de imediato, os factos ao órgão com-
do último ato;
petente para a instauração de processo disciplinar.
c) Nas infrações permanentes, desde o dia em que cessar
2 — Quando se conclua que a participação é infundada,
a consumação.
dela se dá conhecimento ao membro da Ordem visado e
são emitidas as certidões que o mesmo entenda necessárias
5 — O procedimento disciplinar também prescreve
para a tutela dos seus direitos e interesses legítimos.
se, desde o conhecimento pelo órgão competente para
a instauração do processo disciplinar ou da participação
Artigo 74.º
efetuada nos termos do n.º 1 do artigo 73.º, não for iniciado
o correspondente processo disciplinar, no prazo de um ano. Legitimidade processual
6 — O prazo de prescrição do processo disciplinar As pessoas com interesse direto, pessoal e legítimo
suspende-se durante o tempo em que o processo discipli- relativamente aos factos participados, podem solicitar à
nar estiver suspenso, a aguardar despacho de acusação ou Ordem a sua intervenção no processo e requerer e alegar
de pronúncia em processo penal. o que tiverem por conveniente.
7 — O prazo de prescrição volta a correr a partir do dia
em que cessar a causa da suspensão. Artigo 75.º
8 — O prazo de prescrição do processo disciplinar, re-
ferido nos n.os 1 e 5, interrompe-se com a notificação ao Direito subsidiário
arguido: Sem prejuízo do disposto no presente Estatuto, o pro-
a) Da instauração do processo de averiguações ou de cesso disciplinar rege-se pelo regulamento disciplinar,
processo disciplinar; sendo subsidiariamente aplicáveis as normas procedimen-
b) Da acusação. tais previstas na Lei Geral do Trabalho em Funções Públi-
cas, aprovada pela Lei n.º 35/2014, de 20 de junho.
SECÇÃO II
SECÇÃO III
Do exercício da ação disciplinar
Das sanções disciplinares
Artigo 71.º
Artigo 76.º
Exercício da ação disciplinar
Aplicação das sanções disciplinares
1 — Têm legitimidade para participar à Ordem factos
suscetíveis de constituir infração disciplinar: 1 — As sanções disciplinares são as seguintes:
a) Qualquer pessoa direta ou indiretamente afetada pelos a) Advertência escrita;
factos participados; b) Censura escrita;
b) Os titulares dos órgãos da Ordem; c) Suspensão do exercício profissional até ao máximo
c) O Ministério Público, nos termos do n.º 3. de cinco anos;
d) Expulsão.
2 — Os tribunais e quaisquer outras autoridades de-
vem dar conhecimento à Ordem da prática, por membros 2 — A sanção de advertência escrita é aplicável a in-
desta, de factos suscetíveis de constituírem infração dis- frações leves, praticadas com negligência.
ciplinar. 3 — A sanção de censura escrita é aplicável a infrações
3 — O Ministério Público e os órgãos de polícia crimi- leves praticadas com dolo e a infrações graves a que não
nal remetem à Ordem certidão das denúncias, participações corresponda sanção de suspensão.
ou queixas apresentadas contra membros da Ordem e que 4 — A sanção de suspensão do exercício da atividade
possam consubstanciar factos suscetíveis de constituir profissional até cinco anos é aplicável a infrações graves
infração disciplinar. que afetem a dignidade e o prestígio da profissão, de-
signadamente mediante a lesão da vida, grave lesão da
Artigo 72.º integridade física, saúde ou outros direitos e interesses
relevantes de terceiros.
Desistência da participação
5 — O encobrimento do exercício ilegal da enferma-
A desistência da participação disciplinar pelo partici- gem é punido com sanção de suspensão nunca inferior a
pante extingue o processo disciplinar, salvo se a infração dois anos.
imputada afetar a dignidade do membro da Ordem visado 6 — A pena de suspensão do exercício profissional é,
e, neste caso, este manifeste intenção de continuação do ainda, aplicável no caso de infração disciplinar por incum-
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015 8075

primento culposo do dever consignado na alínea m) do n.º 1 Artigo 78.º


do artigo 97.º por um período superior a 12 meses. Aplicação de sanções acessórias
7 — A aplicação da pena de suspensão, no caso previsto
no número anterior, fica prejudicada e extingue-se, por 1 — Cumulativamente com a aplicação das sanções
efeito do pagamento voluntário das quotas em dívida, caso disciplinares, podem ser aplicadas, a título de sanções
tenha sido aplicada. acessórias:
8 — A sanção de expulsão é aplicável a infrações muito a) Perda de honorários;
graves. b) Multa;
9 — A aplicação e execução da sanção de suspensão c) Publicidade da sanção;
do exercício profissional produz os seus efeitos de modo d) Impedimento à participação nas atividades da Ordem
independente em relação a quaisquer sanções de natureza e à eleição para os respetivos órgãos.
suspensiva, decorrentes dos mesmos factos que sejam
aplicadas noutras sedes jurisdicionais, não sendo os seus 2 — A aplicação de qualquer das sanções referidas nas
efeitos consumidos por estas. alíneas b), c) e d) do n.º 1 do artigo 76.º a um membro de
10 — No caso de profissionais em regime de livre pres- órgão da Ordem implica a demissão do cargo.
tação de serviços em território nacional, as sanções previs- 3 — A sanção acessória da perda de honorários consiste
tas nos n.os 4 e 8 assumem a forma de interdição temporária na devolução dos honorários já recebidos com origem no
ou definitiva do exercício da atividade profissional neste ato profissional objeto da infração punida ou, no caso de
território, consoante os casos, aplicando-se, com as devidas ainda não terem sido pagos, na perda do direito de os re-
adaptações, o disposto no artigo 94.º ceber, só podendo a sanção ser aplicada cumulativamente
11 — A aplicação de sanção mais grave do que a de com a sanção de suspensão até cinco anos.
advertência escrita, a membro da Ordem que exerça al- 4 — A sanção de multa consiste no pagamento de um
gum cargo nos órgãos da Ordem, determina a imediata montante até ao máximo de 60 vezes o valor mensal de
destituição desse cargo. quotização, devendo ser paga no prazo de 30 dias, a contar
12 — Sempre que a infração resulte da violação de um da notificação do acórdão em que foi determinada.
dever por omissão, o cumprimento das sanções aplicadas 5 — A publicidade da sanção consiste na afixação de
não dispensa o arguido do cumprimento daquele, se tal aviso nos estabelecimentos de saúde, ou publicação em
ainda for possível. órgãos de comunicação social, de âmbito nacional, regional
ou local, da sanção aplicada.
Artigo 77.º 6 — As sanções acessórias podem ser cumuladas entre si.
7 — Na aplicação das sanções acessórias deve atender-
Graduação -se aos critérios previstos no n.º 1 do artigo anterior.
1 — Na aplicação das sanções deve atender-se aos ante-
cedentes profissionais e disciplinares do arguido, ao grau Artigo 79.º
de culpa, à gravidade e às consequências da infração, à Acumulação de infrações
situação económica do arguido e a todas as demais cir-
cunstâncias agravantes ou atenuantes. Sem prejuízo do disposto no presente Estatuto quanto às
2 — São circunstâncias atenuantes: sanções acessórias, não pode aplicar-se ao mesmo membro
da Ordem mais do que uma sanção disciplinar por cada
a) O exercício efetivo da atividade profissional por um facto punível.
período superior a cinco anos, seguidos ou interpolados,
sem a aplicação de qualquer sanção disciplinar; Artigo 80.º
b) A confissão espontânea da infração ou das infrações;
Suspensão das sanções
c) A colaboração do arguido para a descoberta da verdade;
d) A reparação dos danos causados pela conduta lesiva. 1 — Tendo em consideração o grau de culpa, o compor-
tamento do arguido e as demais circunstâncias da prática
3 — São circunstâncias agravantes: da infração, as sanções disciplinares inferiores à expulsão
podem ser suspensas por um período compreendido entre
a) A premeditação na prática da infração e na preparação um e cinco anos.
da mesma; 2 — Cessa a suspensão da sanção sempre que, rela-
b) O conluio; tivamente ao membro da Ordem punido, seja proferido
c) A reincidência, considerando-se como tal a prática de despacho de condenação em novo processo disciplinar.
infração antes de decorrido o prazo de cinco anos após o dia
em que se tornar definitiva a condenação por cometimento Artigo 81.º
de infração anterior;
d) A acumulação de infrações, sempre que duas ou mais Aplicação das sanções de suspensão e expulsão
infrações sejam cometidas no mesmo momento ou quando 1 — O procedimento para aplicação das sanções de
outra seja cometida antes de ter sido punida a anterior; suspensão superior a dois anos ou de expulsão pode ser
e) O facto de a infração ou infrações serem cometidas sujeito a audiência pública, nos termos previstos no regu-
durante o cumprimento de sanção disciplinar ou no decurso lamento disciplinar.
do período de suspensão de sanção disciplinar; 2 — As sanções de suspensão por período superior a
f) A produção de prejuízos de valor considerável, dois anos ou de expulsão só podem ser aplicadas por deli-
entendendo-se como tal sempre que exceda o valor de beração que reúna a maioria qualificada de dois terços dos
metade da alçada dos tribunais da relação. membros do órgão disciplinarmente competente.
8076 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015

Artigo 82.º Artigo 87.º


Execução das sanções Condenação em processo criminal
1 — Compete ao presidente do conselho diretivo re- 1 — Sempre que em processo criminal seja imposta
gional dar execução às decisões proferidas em sede de a proibição de exercício da profissão durante período de
processo disciplinar, designadamente, praticar os atos tempo determinado, este é deduzido à sanção disciplinar
necessários à efetiva suspensão ou ao cancelamento da de suspensão que, pela prática dos mesmos factos, vier a
inscrição dos membros da Ordem a quem sejam aplicadas ser aplicada ao membro da Ordem.
as sanções de suspensão e de expulsão, respetivamente. 2 — A condenação de um membro da Ordem em pro-
2 — A aplicação de sanção de suspensão ou de expulsão cesso criminal é comunicada a esta entidade, para efeitos
implica a proibição temporária ou definitiva, respetiva- de averbamento no respetivo registo disciplinar.
mente, da prática de qualquer ato profissional e a entrega da
cédula profissional na sede da Ordem ou na secção regional
em que o arguido tenha o seu domicílio profissional, nos SECÇÃO IV
casos aplicáveis. Do processo

Artigo 83.º Artigo 88.º


Início de produção de efeitos das sanções disciplinares Obrigatoriedade
1 — As sanções disciplinares iniciam a produção dos A aplicação de uma sanção disciplinar é sempre pre-
seus efeitos no dia seguinte àquele em que a decisão se cedida do apuramento dos factos e da responsabilidade
torne definitiva. disciplinar em processo próprio, nos termos previstos no
2 — Se, na data em que a decisão se torna definitiva, presente Estatuto e no regulamento disciplinar.
estiver suspensa a inscrição do arguido por motivos não
disciplinares, o cumprimento da sanção disciplinar de sus-
Artigo 89.º
pensão tem início no dia seguinte ao do levantamento da
suspensão. Formas do processo

1 — A ação disciplinar comporta as seguintes formas:


Artigo 84.º
Prazo para pagamento da multa
a) Processo de averiguações;
b) Processo disciplinar.
1 — As multas aplicadas nos termos da alínea b) do n.º 1
do artigo 78.º devem ser pagas no prazo de 30 dias, a contar 2 — O processo de averiguações é aplicável quando não
do início de produção de efeitos da sanção respetiva. seja possível identificar claramente a existência de uma
2 — Ao membro da Ordem que não pague a multa infração disciplinar ou o respetivo infrator, impondo-se a
no prazo referido no número anterior é suspensa a sua realização de diligências sumárias para o esclarecimento
inscrição, mediante deliberação do plenário do conselho ou a concretização dos factos em causa.
jurisdicional, que lhe é comunicada. 3 — Aplica-se o processo disciplinar sempre que exis-
3 — A suspensão só pode ser levantada após o paga- tam indícios de que determinado membro da Ordem pra-
mento da importância em dívida. ticou factos devidamente concretizados, suscetíveis de
constituir infração disciplinar.
Artigo 85.º 4 — Depois de averiguada a identidade do infrator ou
Comunicação e publicidade logo que se mostrem minimamente concretizados ou es-
clarecidos os factos participados, sendo eles suscetíveis
1 — A aplicação de qualquer das sanções previstas nas
de constituir infração disciplinar, é proposta a imediata
alíneas c) e d) do n.º 1 do artigo 76.º é comunicada pelo
conselho diretivo regional à entidade empregadora, à so- conversão do processo de averiguações em processo dis-
ciedade de profissionais ou organização associativa por ciplinar, mediante parecer sucintamente fundamentado.
conta da qual o arguido prestava serviços à data dos factos. 5 — Quando a participação seja manifestamente in-
2 — A aplicação de qualquer das sanções previstas nas viável ou infundada, deve a mesma ser liminarmente ar-
alíneas c) e d) do n.º 1 do artigo 76.º é comunicada pelo quivada, dando-se cumprimento ao disposto no n.º 2 do
conselho diretivo às autoridades competentes noutro Es- artigo 73.º
tado membro da União Europeia ou do Espaço Económico
Europeu para o controlo da atividade do arguido estabele- Artigo 90.º
cido nesse mesmo Estado membro. Processo disciplinar

Artigo 86.º 1 — O processo disciplinar é regulado no regulamento


disciplinar.
Prescrição das sanções disciplinares 2 — O processo disciplinar é composto pelas seguintes
As sanções disciplinares prescrevem nos prazos se- fases:
guintes, a contar da data em que a decisão se tornou inim- a) Instrução;
pugnável: b) Defesa do arguido;
a) Dois anos, as de advertência e censura escrita; c) Decisão;
b) Cinco anos, as de suspensão e de expulsão. d) Execução.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015 8077

3 — Independentemente da fase do processo disciplinar, d) O conselho jurisdicional emita, após o decurso do


são asseguradas ao arguido todas as garantias de defesa, prazo previsto na alínea a), parecer quanto à honorabili-
nos termos gerais de direito. dade pessoal e profissional e possibilidade do expulso ser
sujeito a processo de reabilitação.
Artigo 91.º
Suspensão preventiva CAPÍTULO VI
1 — Após a audição do arguido, ou se este, tendo sido Deontologia profissional
notificado, não comparecer para ser ouvido, pode ser or-
denada a sua suspensão preventiva, mediante deliberação Artigo 95.º
tomada por maioria qualificada de dois terços dos membros
do plenário do conselho jurisdicional. Disposição geral
2 — A suspensão a que se refere o número anterior Todos os enfermeiros membros da Ordem têm os di-
só pode ser decretada nos casos em que haja indícios da reitos e os deveres decorrentes do presente Estatuto e da
prática de infração disciplinar à qual corresponda uma das legislação em vigor, nos termos dos artigos seguintes.
sanções previstas nas alíneas c) e d) do n.º 1 do artigo 76.º
3 — A suspensão preventiva não pode exceder três me- Artigo 96.º
ses e é sempre descontada na sanção de suspensão.
Direitos dos membros
Artigo 92.º 1 — Constituem direitos dos membros efetivos da Ordem:
Natureza secreta do processo
a) Exercer livremente a profissão, sem qualquer tipo
1 — O processo é de natureza secreta até ao despacho de limitações, a não ser as decorrentes do código deon-
de acusação ou de arquivamento. tológico, das leis vigentes e do regulamento do exercício
2 — O relator pode, todavia, autorizar a consulta do pro- da enfermagem;
cesso pelo arguido, pelo participante, ou pelos interessados, b) Usar os títulos profissionais que lhe sejam atribuídos;
quando daí não resulte inconveniente para a instrução e sob c) Participar nas atividades da Ordem;
condição de não ser divulgado o que dele conste. d) Intervir nas assembleias geral e regionais;
3 — O arguido ou o interessado, quando membro da e) Consultar as atas das assembleias;
Ordem, que não respeite a natureza secreta do processo f) Requerer a convocação de assembleias gerais ou re-
incorre em responsabilidade disciplinar. gionais;
g) Eleger e ser eleito para os órgãos da Ordem;
SECÇÃO V h) Utilizar os serviços da Ordem.
Das garantias 2 — Constituem ainda direitos dos membros efetivos
da Ordem:
Artigo 93.º
a) Ser ouvido na elaboração e aplicação da legislação
Deliberações recorríveis relativa à profissão;
1 — Das deliberações tomadas em matéria disciplinar b) O respeito pelas suas convicções políticas, religiosas,
cabe recurso para o plenário do conselho jurisdicional, ideológicas e filosóficas;
quando seja este o órgão disciplinarmente competente. c) Usufruir de condições de trabalho que garantam o
2 — Das demais deliberações tomadas em matéria dis- respeito pela deontologia da profissão e pelo direito dos
ciplinar, de que não caiba recurso nos termos do número cidadãos a cuidados de enfermagem de qualidade;
anterior, cabe recurso administrativo, nos termos gerais d) As condições de acesso à formação para atualização
de direito. e aperfeiçoamento profissional;
3 — As decisões de mero expediente ou relativas à e) A objeção de consciência;
disciplina dos trabalhos não são passíveis de recurso nos f) A informação sobre os aspetos relacionados com o
termos dos números anteriores. diagnóstico clínico, tratamento e bem-estar dos indivíduos,
famílias e comunidades ao seu cuidado;
Artigo 94.º g) Beneficiar da atividade editorial da Ordem;
h) Reclamar e recorrer das deliberações dos órgãos da
Reabilitação profissional Ordem contrárias ao disposto no presente Estatuto, nos
Os membros da Ordem aos quais tenham sido aplicada regulamentos e na demais legislação aplicável;
a sanção de expulsão, podem ser sujeitos a processo de i) Participar na vida da Ordem, nomeadamente nos seus
reabilitação, desde que se verifiquem, cumulativamente, grupos de trabalho;
os seguintes requisitos: j) Solicitar a intervenção da Ordem na defesa dos seus
direitos e interesses profissionais, para garantia da sua
a) Tenham decorrido 10 anos sobre a data em que se dignidade e da qualidade dos serviços de enfermagem.
tornou definitiva a decisão que aplicou a sanção de ex-
pulsão; 3 — Constituem direitos dos membros honorários e
b) O interessado formalize pedido de reabilitação ao correspondentes da Ordem:
presidente do conselho jurisdicional;
c) O interessado tenha revelado uma conduta pessoal a) Participar nas atividades da Ordem;
exemplar, que deve ser comprovada através dos meios de b) Intervir, sem direito a voto, na assembleia geral e nas
prova admissíveis em direito; assembleias regionais.
8078 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015

Artigo 97.º c) Proprietário, sócio ou gerente de empresa proprie-


tária de laboratório de análises clínicas, de preparação
Deveres em geral
de produtos farmacêuticos ou de equipamentos técnico-
1 — Os membros efetivos da Ordem estão obrigados a: -sanitários;
d) Proprietário, sócio ou gerente de empresa proprietária
a) Exercer a profissão com os adequados conhecimen- de agência funerária;
tos científicos e técnicos, com o respeito pela vida, pela e) Quaisquer outras que, por lei, sejam consideradas
dignidade humana e pela saúde e bem-estar da população, incompatíveis com o exercício da enfermagem.
adotando todas as medidas que visem melhorar a qualidade
dos cuidados e serviços de enfermagem; 2 — É incompatível com a titularidade de membro dos
b) Cumprir e zelar pelo cumprimento da legislação órgãos da Ordem o exercício de:
referente ao exercício da profissão;
c) Guardar e zelar pelos registos de enfermagem rea- a) Quaisquer funções dirigentes na Administração Pú-
lizados no âmbito do exercício profissional liberal, pelo blica;
período de cinco anos; b) Cargos dirigentes em sindicatos ou associações de
d) O cumprimento das convenções e recomendações enfermagem;
internacionais que lhes sejam aplicáveis e que tenham c) Qualquer outra função relativamente à qual se veri-
sido, respetivamente, ratificadas ou adotadas pelos órgãos fique manifesto conflito de interesses.
de soberania competentes;
e) Exercer os cargos para que tenham sido eleitos ou 3 — Constituem exceções ao disposto no número an-
nomeados e cumprir os respetivos mandatos; terior, os cargos de gestão e direção de enfermagem e
f) Colaborar em todas as iniciativas que sejam de inte- os cargos dirigentes em instituições de ensino superior.
4 — Os membros da Ordem que fiquem em situação
resse e prestígio para a profissão;
de incompatibilidade ou de impedimento, nos termos dos
g) Contribuir para a dignificação da profissão;
números anteriores, devem requerer a suspensão da sua
h) Participar e colaborar na prossecução das finalidades inscrição no prazo máximo de 30 dias, a contar da data em
da Ordem; que se verifique qualquer uma dessas situações.
i) Cumprir as obrigações emergentes do presente Esta- 5 — Não sendo os factos comunicados à Ordem no
tuto, do código deontológico e demais legislação aplicável; prazo de 30 dias, pode o conselho jurisdicional regional
j) Comunicar os factos de que tenham conhecimento e propor a suspensão da inscrição.
possam comprometer a dignidade da profissão ou a saúde
dos indivíduos ou sejam suscetíveis de violar as normas
legais do exercício da profissão; Artigo 99.º
k) Comunicar o extravio da cédula profissional, no prazo
Princípios gerais
de cinco dias úteis;
l) Comunicar a mudança e o novo endereço do domi- 1 — As intervenções de enfermagem são realizadas
cílio profissional e da residência habitual, no prazo de com a preocupação da defesa da liberdade e da dignidade
30 dias úteis; da pessoa humana e do enfermeiro.
m) Pagar a quotização mensal e as taxas em vigor; 2 — São valores universais a observar na relação pro-
n) Frequentar ações de qualificação profissional, a pro- fissional:
mover pela Ordem ou por esta reconhecidas, nos termos a a) A igualdade;
fixar em regulamento de qualificação. b) A liberdade responsável, com a capacidade de esco-
lha, tendo em atenção o bem comum;
2 — Os membros honorários e correspondentes da Or- c) A verdade e a justiça;
dem estão obrigados a: d) O altruísmo e a solidariedade;
a) Cumprir as disposições do presente Estatuto e dos e) A competência e o aperfeiçoamento profissional.
regulamentos estabelecidos pela Ordem;
b) Participar na prossecução das finalidades da Ordem; 3 — São princípios orientadores da atividade dos en-
c) Contribuir para a dignificação da Ordem e da pro- fermeiros:
fissão; a) A responsabilidade inerente ao papel assumido pe-
d) Prestar a comissões e grupos de trabalho a colabora- rante a sociedade;
ção que lhes for solicitada. b) O respeito pelos direitos humanos na relação com os
destinatários dos cuidados;
c) A excelência do exercício na profissão em geral e na
Artigo 98.º relação com outros profissionais.
Incompatibilidades e impedimentos
1 — O exercício da profissão de enfermeiro é incom- Artigo 100.º
patível com a titularidade dos cargos e o exercício das
atividades seguintes: Dos deveres deontológicos em geral

a) Delegado de informação médica e de comercialização O enfermeiro assume o dever de:


de produtos médicos ou sócio ou gerente de empresa com a) Cumprir as normas deontológicas e as leis que regem
essa atividade; a profissão;
b) Farmacêutico, técnico de farmácia ou proprietário, b) Responsabilizar-se pelas decisões que toma e pelos
sócio ou gerente de empresa proprietária de farmácia; atos que pratica ou delega;
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015 8079

c) Proteger e defender a pessoa humana das práticas Artigo 104.º


que contrariem a lei, a ética ou o bem comum, sobretudo Do direito ao cuidado
quando carecidas de indispensável competência profis-
sional; O enfermeiro, no respeito do direito ao cuidado na saúde
d) Ser solidário com a comunidade, de modo especial, ou doença, assume o dever de:
em caso de crise ou catástrofe, atuando sempre de acordo a) Corresponsabilizar-se pelo atendimento do indivíduo
com a sua área de competência; em tempo útil, de forma a não haver atrasos no diagnóstico
e) Assegurar a atualização permanente dos seus conhe- da doença e respetivo tratamento;
cimentos, designadamente através da frequência de ações b) Orientar o indivíduo para o profissional de saúde
de qualificação profissional. adequado para responder ao problema, quando o pedido
não seja da sua área de competência;
Artigo 101.º c) Respeitar e possibilitar ao indivíduo a liberdade de
opção de ser cuidado por outro enfermeiro, quando tal
Do dever para com a comunidade
opção seja viável e não ponha em risco a sua saúde;
O enfermeiro, sendo responsável para com a comunidade d) Assegurar a continuidade dos cuidados, registando
na promoção da saúde e na resposta adequada às neces- com rigor as observações e as intervenções realizadas;
sidades em cuidados de enfermagem, assume o dever de: e) Manter-se no seu posto de trabalho enquanto não for
substituído, quando a sua ausência interferir na continui-
a) Conhecer as necessidades da população e da comu- dade de cuidados.
nidade em que está profissionalmente inserido;
b) Participar na orientação da comunidade na busca de Artigo 105.º
soluções para os problemas de saúde detetados;
c) Colaborar com outros profissionais em programas Do dever de informação
que respondam às necessidades da comunidade. No respeito pelo direito à autodeterminação, o enfer-
meiro assume o dever de:
Artigo 102.º a) Informar o indivíduo e a família no que respeita aos
Dos valores humanos cuidados de enfermagem;
b) Respeitar, defender e promover o direito da pessoa
O enfermeiro, no seu exercício, observa os valores hu- ao consentimento informado;
manos pelos quais se regem o indivíduo e os grupos em c) Atender com responsabilidade e cuidado todo o pe-
que este se integra e assume o dever de: dido de informação ou explicação feito pelo indivíduo em
a) Cuidar da pessoa sem qualquer discriminação econó- matéria de cuidados de enfermagem;
mica, social, política, étnica, ideológica ou religiosa; d) Informar sobre os recursos a que a pessoa pode ter
b) Salvaguardar os direitos das crianças, protegendo-as acesso, bem como sobre a maneira de os obter.
de qualquer forma de abuso;
c) Salvaguardar os direitos da pessoa idosa, promo- Artigo 106.º
vendo a sua independência física, psíquica e social e o Do dever de sigilo
autocuidado, com o objetivo de melhorar a sua qualidade
de vida; 1 — O enfermeiro está obrigado a guardar segredo pro-
d) Salvaguardar os direitos da pessoa com deficiência fissional sobre o que toma conhecimento no exercício da
e colaborar ativamente na sua reinserção social; sua profissão, assumindo o dever de:
e) Abster-se de juízos de valor sobre o comportamento a) Considerar confidencial toda a informação acerca do
da pessoa e não lhe impor os seus próprios critérios e alvo de cuidados e da família, qualquer que seja a fonte;
valores no âmbito da consciência e da filosofia de vida; b) Partilhar a informação pertinente só com aqueles
f) Respeitar e fazer respeitar as opções políticas, cultu- que estão implicados no plano terapêutico, usando como
rais, morais e religiosas da pessoa e criar condições para critérios orientadores o bem-estar, a segurança física, emo-
que ela possa exercer, nestas áreas, os seus direitos. cional e social do indivíduo e família, assim como os seus
direitos;
Artigo 103.º c) Divulgar informação confidencial acerca do alvo
de cuidados e da família só nas situações previstas na lei,
Dos direitos à vida e à qualidade de vida devendo, para o efeito, recorrer a aconselhamento deon-
O enfermeiro, no respeito do direito da pessoa à vida tológico e jurídico;
durante todo o ciclo vital, assume o dever de: d) Manter o anonimato da pessoa sempre que o seu caso
for usado em situações de ensino, investigação ou controlo
a) Atribuir à vida de qualquer pessoa igual valor, pelo da qualidade de cuidados.
que protege e defende a vida humana em todas as cir-
cunstâncias; 2 — Não podem fazer prova em juízo as declarações
b) Respeitar a integridade biopsicossocial, cultural e prestadas pelo enfermeiro em violação do sigilo profissio-
espiritual da pessoa; nal, ressalvado o disposto nos artigos 135.º do Código de
c) Participar nos esforços profissionais para valorizar a Processo Penal e 417.º do Código de Processo Civil.
vida e a qualidade de vida; 3 — O disposto no número seguinte aplica-se, com as
d) Recusar a participação em qualquer forma de tortura, necessárias adaptações, às declarações prestadas pelo en-
tratamento cruel, desumano ou degradante. fermeiro em violação do sigilo profissional fora de juízo.
8080 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015

4 — O enfermeiro apenas pode revelar factos sobre os b) Contribuir para criar o ambiente propício ao desen-
quais tome conhecimento no exercício da sua profissão volvimento das potencialidades da pessoa.
após autorização do presidente do conselho jurisdicional,
nos termos previstos no regulamento do conselho juris-
dicional. Artigo 111.º
Artigo 107.º Dos deveres para com a profissão
Do respeito pela intimidade Consciente de que a sua ação se repercute em toda a
Atendendo aos sentimentos de pudor e interioridade profissão, o enfermeiro assume o dever de:
inerentes à pessoa, o enfermeiro assume o dever de:
a) Manter no desempenho das suas atividades, em to-
a) Respeitar a intimidade da pessoa e protegê-la de das as circunstâncias, um padrão de conduta pessoal que
ingerência na sua vida privada e na da sua família; dignifique a profissão;
b) Salvaguardar sempre, no exercício das suas funções b) Ser solidário com os outros membros da profissão
e na supervisão das tarefas que delega, a privacidade e a
em ordem à elevação do nível profissional;
intimidade da pessoa.
c) Proceder com correção e urbanidade, abstendo-se de
Artigo 108.º qualquer crítica pessoal ou alusão depreciativa a colegas
ou a outros profissionais;
Do respeito pela pessoa em situação de fim de vida
d) Abster-se de receber benefícios ou gratificações além
O enfermeiro, ao acompanhar a pessoa nas diferentes das remunerações a que tenha direito;
etapas de fim de vida, assume o dever de: e) Recusar a participação em atividades publicitárias de
a) Defender e promover o direito da pessoa à escolha produtos farmacêuticos e equipamentos técnico-sanitários.
do local e das pessoas que deseja que o acompanhem em
situação de fim de vida; Artigo 112.º
b) Respeitar e fazer respeitar as manifestações de perda
expressas pela pessoa em situação de fim de vida, pela Dos deveres para com outras profissões
família ou pessoas que lhe sejam próximas;
O enfermeiro assume, como membro da equipa de
c) Respeitar e fazer respeitar o corpo após a morte.
saúde, o dever de:
Artigo 109.º a) Atuar responsavelmente na sua área de competência e
Da excelência do exercício reconhecer a especificidade das outras profissões de saúde,
respeitando os limites impostos pela área de competência
O enfermeiro procura, em todo o ato profissional, a
de cada uma;
excelência do exercício, assumindo o dever de:
b) Trabalhar em articulação com os restantes profissio-
a) Analisar regularmente o trabalho efetuado e reco- nais de saúde;
nhecer eventuais falhas que mereçam mudança de atitude; c) Integrar a equipa de saúde, em qualquer serviço em
b) Procurar adequar as normas de qualidade dos cuida- que trabalhe, colaborando, com a responsabilidade que
dos às necessidades concretas da pessoa;
lhe é própria, nas decisões sobre a promoção da saúde, a
c) Manter a atualização contínua dos seus conheci-
mentos e utilizar de forma competente as tecnologias, prevenção da doença, o tratamento e recuperação, promo-
sem esquecer a formação permanente e aprofundada nas vendo a qualidade dos serviços.
ciências humanas;
d) Assegurar, por todos os meios ao seu alcance, as
condições de trabalho que permitam exercer a profissão Artigo 113.º
com dignidade e autonomia, comunicando, através das vias Da objeção de consciência
competentes, as deficiências que prejudiquem a qualidade
de cuidados; 1 — O enfermeiro, no exercício do seu direito de objetor
e) Garantir a qualidade e assegurar a continuidade dos de consciência, assume o dever de:
cuidados das atividades que delegar, assumindo a respon- a) Proceder segundo os regulamentos internos da Ordem
sabilidade pelos mesmos;
que regem os comportamentos do objetor, de modo a não
f) Abster-se de exercer funções sob influência de subs-
tâncias suscetíveis de produzir perturbação das faculdades prejudicar os direitos das pessoas;
físicas ou mentais. b) Declarar, atempadamente, a sua qualidade de objetor
de consciência, para que sejam assegurados, no mínimo
Artigo 110.º indispensável, os cuidados a prestar;
c) Respeitar as convicções pessoais, filosóficas, ideo-
Da humanização dos cuidados lógicas ou religiosas da pessoa e dos outros membros da
O enfermeiro, sendo responsável pela humanização dos equipa de saúde.
cuidados de enfermagem, assume o dever de:
a) Dar, quando presta cuidados, atenção à pessoa como 2 — O enfermeiro não pode sofrer qualquer prejuízo
uma totalidade única, inserida numa família e numa co- pessoal ou profissional pelo exercício do seu direito à
munidade; objeção de consciência.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015 8081

CAPÍTULO VII Artigo 119.º


Receitas, despesas e fundos da Ordem Encerramento das contas

As contas da Ordem são encerradas a 31 de dezembro


Artigo 114.º de cada ano.
Autonomia patrimonial e financeira
Artigo 120.º
A Ordem dispõe de autonomia patrimonial e financeira.
Cobrança de receitas
Artigo 115.º A cobrança dos créditos resultantes do não pagamento
Receitas da Ordem a nível nacional de quotização e de taxas decorrentes de prestação de ser-
viços, segue o regime jurídico do processo de execução
Constituem receitas da Ordem, a nível nacional: tributária.
a) A percentagem do produto das taxas de inscrição ou
outras, fixada em assembleia geral;
b) A percentagem do montante das quotizações mensais CAPÍTULO VIII
dos seus membros, fixada pela assembleia geral;
c) O produto da atividade editorial; Balcão único e transparência da informação
d) O produto da prestação de serviços e outras ativi-
dades; Artigo 121.º
e) O produto de heranças, legados, donativos e subsídios; Balcão único
f) Os patrocínios;
g) As multas; 1 — Todos os pedidos, comunicações e notificações
h) Os rendimentos dos bens que lhe estejam afetos; entre a Ordem e profissionais, sociedades de enfermeiros
ou outras organizações associativas de profissionais, com
i) Os juros de contas de depósito;
exceção dos relativos a procedimentos disciplinares, são
j) Quaisquer outras receitas que lhe sejam atribuídas
realizados por meios eletrónicos, através do balcão único
por lei.
eletrónico dos serviços, referido nos artigos 5.º e 6.º do
Artigo 116.º Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, acessível através
Receitas das secções regionais do sítio na Internet da Ordem.
2 — Quando, por motivos de indisponibilidade das pla-
Constituem receitas das secções regionais: taformas eletrónicas, não for possível o cumprimento do
a) A percentagem do produto das taxas de inscrição disposto no número anterior, a transmissão da informação
ou outras afetas à respetiva secção regional, fixada em em apreço pode ser feita por entrega nos serviços da Or-
assembleia geral; dem, por remessa pelo correio sob registo, por telecópia
b) A percentagem do montante das quotizações men- ou por correio eletrónico.
sais dos membros da Ordem inscritos na respetiva secção 3 — A apresentação de documentos em forma simples,
regional, fixado em assembleia geral; nos termos dos números anteriores, dispensa a remessa
c) O produto das atividades de âmbito regional desen- dos documentos originais, autênticos, autenticados ou cer-
volvidas pelos respetivos serviços; tificados, sem prejuízo do disposto na alínea a) do n.º 3
d) Os patrocínios referente a atividades regionais; e nos n.os 4 e 5 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 92/2010,
e) O rendimento dos bens móveis e imóveis da Ordem de 26 de julho.
afetos à secção regional; 4 — É ainda aplicável aos procedimentos referidos no
f) Os juros de contas de depósito, afetas à secção re- presente artigo, o disposto nas alíneas d) e e) do artigo 5.º e
gional; no n.º 1 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de
g) Quaisquer outras receitas que lhe sejam atribuídas julho.
por lei ou por deliberação da assembleia geral.
Artigo 122.º
Artigo 117.º Informação na Internet

Despesas da Ordem Para além da informação prevista no artigo 23.º da


Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, no n.º 3 do artigo 6.º do
São despesas da Ordem as relativas à instalação, ao
Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, e no n.º 4 do ar-
pessoal, à manutenção, ao funcionamento e todas as demais
tigo 19.º da Diretiva 2000/31/CE, do Parlamento Europeu
necessárias à prossecução das suas atribuições.
e do Conselho, de 8 de junho de 2000, relativa a certos
aspetos legais dos serviços da sociedade de informação,
Artigo 118.º
em especial do comércio eletrónico, no mercado interno,
Constituição do fundo de reserva a Ordem deve disponibilizar ao público em geral, através
do seu sítio eletrónico na Internet, as seguintes informa-
1 — É constituído um fundo de reserva, representado
ções:
em dinheiro depositado, correspondendo a 10 % do saldo
anual das contas de gerência. a) Regime de acesso e exercício da profissão;
2 — O fundo de reserva destina-se a fazer face a des- b) Princípios e regras deontológicos e normas técnicas
pesas extraordinárias. aplicáveis aos seus membros;
8082 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015

c) Procedimento de apresentação de queixa ou recla- Artigo 2.º


mações pelos destinatários relativamente aos serviços
Comissão instaladora
prestados pelos profissionais no âmbito da sua atividade;
d) Ofertas de emprego na Ordem; (Revogado.)
e) Registo atualizado dos membros, da qual consta:
i) O nome, o domicílio profissional e o número de car- Artigo 3.º
teira ou cédula profissionais;
Competência
ii) A designação do título e das especialidades profis-
sionais; (Revogado.)
iii) A situação de suspensão ou interdição temporária
do exercício da atividade, se for caso disso;
Artigo 4.º
f) Registo atualizado dos profissionais em livre presta- Eleições
ção de serviços no território nacional, que se consideram
inscritos nos termos do n.º 2 do artigo 4.º da Lei n.º 9/2009, (Revogado.)
de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de
agosto, e 25/2014, de 2 de maio, que contemple: Artigo 5.º
i) O nome e o domicílio profissionais e, caso exista, a Alteração
designação do título profissional de origem e das respetivas
especialidades; Os artigos 6.º e 11.º do Decreto-Lei n.º 161/96, de 4 de
ii) A identificação da associação pública profissional setembro, passam a ter a seguinte redação:
no Estado membro de origem, na qual o profissional se
encontre inscrito;
«Artigo 6.º
iii) A situação de suspensão ou interdição temporária
do exercício da atividade, se for caso disso; Autorização do exercício
iv) A informação relativa às sociedades de profissionais
O exercício da profissão de enfermagem é condicio-
ou outras formas de organização associativa de profis-
nado pela obtenção de uma cédula profissional, a emitir
sionais para que prestem serviços no Estado membro de
origem, caso aqui prestem serviços nessa qualidade. pela Ordem dos Enfermeiros.

Artigo 11.º
CAPÍTULO IX
Dos direitos, deveres e incompatibilidades
Disposições finais
1 — Os direitos e deveres dos enfermeiros, bem
como as incompatibilidades do exercício da profissão
Artigo 123.º
de enfermagem, são os estabelecidos no Estatuto da
Tutela administrativa Ordem dos Enfermeiros.
Os poderes de tutela administrativa sobre a Ordem dos 2 — Constituem ainda direitos dos enfermeiros:
Enfermeiros, nos termos do artigo 45.º da Lei n.º 2/2013, a) Que a entidade patronal se responsabilize pelo
de 10 de janeiro, e do presente Estatuto, são exercidos especial risco a que estão sujeitos no decurso da sua
pelo membro do Governo responsável pela área da saúde. atividade profissional;
b) Serem substituídos após cumprimento da sua jor-
Artigo 124.º nada de trabalho;
c) Beneficiarem das garantias e regalias de outros
Controlo jurisdicional
trabalhadores de saúde do sector onde exerçam a pro-
No âmbito do exercício dos poderes públicos da Or- fissão, quando mais favoráveis.»
dem fica sujeita à jurisdição administrativa, nos termos
dos artigos 46.º e 47.º da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro.
Artigo 6.º
Revogação
ANEXO II
São revogados os artigos 12.º e 14.º do Decreto-Lei
(a que se refere o artigo 5.º) n.º 161/96, de 4 de setembro.

Republicação do Decreto-Lei n.º 104/98, de 21 de abril


Artigo 7.º
Artigo 1.º Entrada em vigor
Objeto
O presente diploma entra em vigor no dia imediato ao
É criada a Ordem dos Enfermeiros e aprovado o seu da sua publicação, com exceção dos artigos 5.º e 6.º, que
Estatuto, publicado em anexo ao presente decreto-lei, do produzem efeitos a partir da data de tomada de posse do
qual faz parte integrante. bastonário da Ordem dos Enfermeiros.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015 8083

ANEXO d) Regular o acesso e o exercício da profissão;


e) Definir o nível de qualificação profissional e regular
ESTATUTO DA ORDEM DOS ENFERMEIROS o exercício profissional;
f) Acreditar e creditar ações de formação contínua;
g) Regulamentar as condições de inscrição na Ordem
CAPÍTULO I
e do reingresso ao exercício da profissão, nos termos le-
Disposições gerais galmente aplicáveis;
h) Verificar a satisfação das condições de inscrição a
Artigo 1.º que se referem os artigos 6.º e 7.º;
i) Atribuir o título profissional de enfermeiro e de en-
Natureza e regime jurídico
fermeiro especialista com emissão da inerente cédula pro-
1 — A Ordem dos Enfermeiros, adiante abreviadamente fissional;
designada por Ordem, é a associação pública profissional j) Efetuar e manter atualizado o registo de todos os
representativa dos que, em conformidade com o presente enfermeiros;
Estatuto e as demais disposições legais aplicáveis, exercem k) Proteger o título e a profissão de enfermeiro, promo-
a profissão de enfermeiro. vendo procedimento legal contra quem o use ou exerça a
2 — A Ordem goza de personalidade jurídica e é inde- profissão ilegalmente;
pendente dos órgãos do Estado, sendo livre e autónoma l) Exercer jurisdição disciplinar sobre os enfermeiros;
no âmbito das suas atribuições. m) Participar na elaboração da legislação que diga res-
3 — A Ordem é uma pessoa coletiva de direito público, peito à profissão de enfermeiro;
que se rege pela respetiva lei de criação, pela Lei n.º 2/2013, n) Promover a solidariedade entre os seus membros;
de 10 de janeiro, e pelo disposto no presente Estatuto. o) Fomentar o desenvolvimento da formação e da inves-
tigação em enfermagem e pronunciar-se sobre os modelos
Artigo 2.º de formação e a estrutura geral dos cursos de enfermagem;
Âmbito de atuação p) Prestar a colaboração científica e técnica solicitada
por qualquer entidade nacional ou estrangeira, pública ou
1 — A Ordem exerce as atribuições conferidas no pre- privada, quando exista interesse público;
sente Estatuto no território nacional, tem a sua sede em q) Promover o intercâmbio de ideias, experiências e co-
Lisboa e é constituída por secções regionais. nhecimentos científicos entre os seus membros e entidades
2 — As secções regionais referidas no número anterior congéneres, nacionais ou estrangeiros, que se dediquem
são: às áreas da saúde e da enfermagem;
a) A Secção Regional do Norte, com sede no Porto e r) Colaborar com as organizações de classe que represen-
área de atuação correspondente aos distritos de Braga, tam os enfermeiros em matérias de interesse comum, por
Bragança, Porto, Viana do Castelo e Vila Real; iniciativa própria ou por iniciativa daquelas organizações;
b) A Secção Regional do Centro, com sede em Coimbra s) Participar nos processos oficiais de acreditação e
e área de atuação correspondente aos distritos de Aveiro, na avaliação dos cursos que dão acesso à profissão de
Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu; enfermeiro;
c) A Secção Regional do Sul, com sede em Lisboa e área t) Reconhecer as qualificações profissionais obtidas
de atuação correspondente aos distritos de Beja, Évora, fora de Portugal, nos termos da lei, do direito da União
Faro, Lisboa, Portalegre, Santarém e Setúbal; Europeia ou de convenção internacional;
d) A Secção Regional da Região Autónoma dos Açores; u) Quaisquer outras que lhe sejam cometidas por lei.
e) A Secção Regional da Região Autónoma da Madeira.
4 — Incumbe ainda à Ordem representar os enfermeiros
Artigo 3.º junto dos órgãos de soberania e colaborar com o Estado e
Fins e atribuições demais entidades públicas sempre que estejam em causa
matérias relacionadas com a prossecução das atribuições
1 — A Ordem tem como desígnio fundamental a de- da Ordem, designadamente nas ações tendentes ao acesso
fesa dos interesses gerais dos destinatários dos serviços dos cidadãos aos cuidados de saúde e aos cuidados de
de enfermagem e a representação e defesa dos interesses enfermagem.
da profissão. 5 — A Ordem está impedida de exercer ou de participar
2 — A Ordem tem por fins regular e supervisionar o em atividades de natureza sindical ou que se relacionem
acesso à profissão de enfermeiro e o seu exercício, apro- com a regulação das relações económicas ou profissionais
var, nos termos da lei, as normas técnicas e deontológicas dos seus membros.
respetivas, zelar pelo cumprimento das normas legais e
regulamentares da profissão e exercer o poder disciplinar Artigo 4.º
sobre os seus membros.
3 — São atribuições da Ordem: Cooperação e colaboração

a) Zelar pela função social, dignidade e prestígio da 1 — A Ordem pode cooperar com quaisquer organi-
profissão de enfermeiro, promovendo a valorização pro- zações, nacionais ou estrangeiras, de natureza científica,
fissional e científica dos seus membros; profissional ou social, que visem o exercício da profissão
b) Assegurar o cumprimento das regras de deontologia de enfermeiro.
profissional; 2 — A Ordem deve promover e intensificar a coope-
c) Contribuir, através da elaboração de estudos e formu- ração, a nível internacional, no domínio das ciências de
lação de propostas, para a definição da política da saúde; enfermagem, nomeadamente com instituições científicas
8084 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015

dos países de língua oficial portuguesa e Estados membros b) Os detentores do curso de enfermagem geral ou equi-
da União Europeia. valente legal;
3 — Para melhor prossecução das suas atribuições, c) Os detentores de cursos superiores de enfermagem
a Ordem pode estabelecer acordos de cooperação com estrangeiros, que tenham obtido equivalência a um curso
outras entidades públicas, privadas ou sociais, nacionais superior de enfermagem português;
ou estrangeiras, com exceção das entidades de natureza d) Os profissionais nacionais de Estados membros da
sindical ou política. União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, cujas
4 — A Ordem, no âmbito da colaboração institucional, qualificações tenham sido obtidas fora de Portugal, nos
pode solicitar informação às entidades públicas, privadas termos do artigo 12.º;
e da economia social, para a prossecução das suas atribui- e) Os profissionais nacionais de Estados terceiros cujas
ções, especialmente, no que se refere às alíneas d), j) e l) qualificações tenham sido obtidas fora de Portugal, desde
do n.º 3 do artigo 3.º que obtenham a equivalência das suas qualificações às
5 — A Ordem pode estabelecer acordos de cooperação qualificações exigidas nas alíneas a) e b) e seja garantida
com os serviços de inspeção da Administração Pública para a reciprocidade de tratamento, nos termos da convenção
a fiscalização do cumprimento dos deveres profissionais celebrada entre a Ordem e a autoridade congénere do país
por parte dos seus membros. de origem do interessado.
6 — A Ordem pode estabelecer acordos de cooperação
com os serviços de inspeção referidos no número anterior, 2 — Podem ainda inscrever-se na Ordem:
que visem impedir o exercício ilegal da profissão, nomea-
damente por quem não reúna as qualificações legalmente a) As sociedades profissionais de enfermeiros, incluindo
estabelecidas. as filiais de organizações associativas de enfermeiros cons-
7 — A Ordem presta e solicita às autoridades adminis- tituídas ao abrigo do direito de outro Estado, nos termos
trativas dos outros Estados membros da União Europeia do artigo 14.º;
e do Espaço Económico Europeu e à Comissão Europeia b) As representações permanentes em território nacional
assistência mútua e tomam as medidas necessárias para de organizações associativas de enfermeiros constituídas
cooperar eficazmente, nomeadamente através do Sistema ao abrigo do direito de outro Estado, caso pretendam ser
de Informação do Mercado Interno, no âmbito dos pro- membros da Ordem, nos termos do artigo 15.º
cedimentos relativos a prestadores de serviços já estabe-
lecidos noutro Estado membro, nos termos do capítulo VI 3 — Ao exercício de forma ocasional e esporádica em
do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, do n.º 2 do território nacional da atividade de enfermeiro, em regime
artigo 51.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas de livre prestação de serviços, por profissionais nacionais
Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio, de Estados membros da União Europeia e do Espaço Eco-
e dos n.os 2 e 3 do artigo 19.º da Diretiva 2000/31/CE, do nómico Europeu, cujas qualificações tenham sido obtidas
Parlamento Europeu e do Conselho, de 8 de junho de 2000, fora de Portugal, aplica-se o disposto no artigo 13.º
relativa a certos aspetos legais dos serviços da sociedade 4 — Aos candidatos que não tenham feito a sua forma-
de informação, em especial do comércio eletrónico. ção em estabelecimento de ensino português é exigido,
nos termos regulamentares, a sujeição a uma prova de
Artigo 5.º comunicação que visa avaliar a capacidade de compreen-
são e comunicação, em língua portuguesa, no âmbito do
Insígnias exercício profissional.
A Ordem tem direito a usar emblema, estandarte e selos 5 — A inscrição na Ordem rege-se pelo presente Esta-
próprios, de modelo a aprovar pela assembleia geral, sob tuto e respetivo regulamento e reporta-se à secção regional
proposta do conselho diretivo. correspondente ao distrito da residência habitual ou domi-
cílio profissional do candidato.
6 — Para efeitos de inscrição na Ordem, deve ser apre-
CAPÍTULO II sentado o documento comprovativo das habitações acadé-
micas necessárias, em original ou pública forma, ou na falta
Inscrição e exercício da profissão destes, documento comprovativo de que já foi requerido e
está em condições de ser emitido.
SECÇÃO I 7 — O estágio profissional de adaptação, enquanto me-
dida de compensação, é regido pela Lei n.º 9/2009, de 4 de
Exercício da profissão, inscrição, títulos e membros
março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e
25/2014, de 2 de maio.
Artigo 6.º 8 — A inscrição na Ordem só pode ser recusada com
Exercício da profissão fundamento na falta de habilitações legais para o exercício
da profissão, em inibição por sentença judicial transitada
O exercício da profissão de enfermeiro depende da
em julgado, ou na falta de quaisquer das exigências pre-
inscrição como membro da Ordem.
vistas no presente artigo.
Artigo 7.º
Artigo 8.º
Inscrição
Títulos
1 — Podem inscrever-se na Ordem:
1 — O título de enfermeiro reconhece competência
a) Os detentores de cursos superiores de enfermagem científica, técnica e humana para a prestação de cuidados
portugueses; de enfermagem gerais.
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2 — O título de enfermeiro é atribuído ao membro, pagamento de quotas, em conformidade com o presente


titular de cédula profissional, inscrito na Ordem nos termos Estatuto;
do artigo anterior. e) Não tenham seguro de responsabilidade profissional
3 — O título de enfermeiro especialista reconhece com- em vigor.
petência científica, técnica e humana para prestar cuidados
de enfermagem especializados nas áreas de especialidade 2 — É cancelada a inscrição dos membros da Ordem que:
em enfermagem, reconhecidas pela Ordem.
a) O requeiram;
4 — O título de enfermeiro especialista é atribuído ao
b) Tenham sido punidos com a sanção disciplinar de
detentor do título de enfermeiro, após ponderação dos pro-
expulsão;
cessos formativos e de certificação de competências, numa
c) A Ordem tiver conhecimento do seu falecimento.
área clínica de especialização, nos termos do regulamento
da especialidade, aprovado pela Ordem e homologado
3 — Os casos de cancelamento previstos no número
pelo membro do Governo responsável pela área da saúde.
anterior implicam a perda da qualidade de membro efetivo
5 — Os títulos atribuídos nos termos dos n.os 2 e 4 são
da Ordem.
inscritos na cédula profissional.
4 — A cédula profissional é sempre devolvida à Or-
dem, pelo titular, nas situações previstas nos números
Artigo 9.º anteriores.
Membros 5 — A impossibilidade de devolução da cédula profis-
sional ou o incumprimento desse dever não impede que
1 — A Ordem tem membros efetivos, honorários e cor- a suspensão ou o cancelamento da inscrição se tornem
respondentes. efetivos.
2 — A inscrição como membro efetivo da Ordem
processa-se nos termos previstos nos artigos 7.º e 8.º, com
emissão de cédula profissional. SECÇÃO II
3 — A qualidade de membro honorário da Ordem pode Profissionais da União Europeia e do Espaço
ser atribuída a indivíduos ou coletividades que, desenvol- Económico Europeu
vendo ou tendo desenvolvido atividades de reconhecido
mérito e interesse público, tenham contribuído para a dig- Artigo 12.º
nificação e prestígio da profissão de enfermeiro e sejam
considerados merecedores de tal distinção. Direito de estabelecimento
4 — Na qualidade de membros correspondentes da Or- 1 — O reconhecimento das qualificações profissionais
dem podem ser admitidos membros de associações con- de nacional de Estado membro da União Europeia ou
géneres estrangeiras que confiram igual tratamento aos do Espaço Económico Europeu obtidas fora de Portugal,
membros da Ordem. para a sua inscrição como membro da Ordem, é regulado
pela Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis
Artigo 10.º n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio, sem
Condições para o exercício prejuízo de condições especiais de reciprocidade, caso as
qualificações em causa tenham sido obtidas fora da União
1 — O exercício profissional obriga o enfermeiro a: Europeia ou do Espaço Económico Europeu.
a) Ser portador de cédula profissional válida; 2 — O profissional que pretenda inscrever-se na Ordem
b) Estar inscrito na secção regional correspondente ao nos termos do número anterior e que preste serviços, de
domicílio profissional; forma subordinada ou autónoma ou na qualidade de sócio
c) Ser titular de seguro de responsabilidade profissional. ou que atue como gerente ou administrador no Estado
membro de origem, no âmbito de organização associativa
2 — Quando não se verifique alguma das condições de profissionais, deve, observado o disposto no n.º 4 do
previstas no número anterior, o enfermeiro dispõe de um artigo 37.º da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, identificar a
prazo de 30 dias úteis para regularizar a sua situação. organização em causa no pedido apresentado nos termos do
3 — A cédula profissional é revalidada periodicamente, artigo 47.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas
nos termos regulamentares, desde que se mantenham os Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio.
pressupostos que justificaram a sua emissão. 3 — Caso o facto a comunicar nos termos do número
4 — Para efeitos da alínea c) do n.º 1, é observado o anterior ocorra após a apresentação do pedido de reconheci-
disposto no artigo 38.º da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro. mento de qualificações, deve a organização associativa em
causa ser identificada perante a Ordem no prazo máximo
Artigo 11.º de 60 dias.

Suspensão e perda da qualidade de membro da Ordem Artigo 13.º


1 — É suspensa a inscrição dos membros da Ordem que: Livre prestação de serviços
a) O requeiram; 1 — Os profissionais legalmente estabelecidos noutro
b) Tenham sido punidos com sanção disciplinar de sus- Estado membro da União Europeia ou do Espaço Econó-
pensão; mico Europeu e que aí desenvolvam atividades compará-
c) Se encontrem em situação de incompatibilidade su- veis à atividade profissional de enfermeiro regulada pelo
perveniente com o exercício da profissão de enfermeiro; presente Estatuto, podem exercê-las, de forma ocasional
d) Se encontram em situação de incumprimento rei- e esporádica, em território nacional, em regime de livre
terado, pelo período mínimo de 12 meses, do dever de prestação de serviços, nos termos da Lei n.º 9/2009, de 4 de
8086 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015

março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e científica e as garantias conferidas aos enfermeiros pela
25/2014, de 2 de maio. lei e pelo presente Estatuto.
2 — Os profissionais referidos no número anterior 8 — As sociedades profissionais de enfermeiros podem
podem fazer uso do título profissional de enfermeiro e exercer, a título secundário, quaisquer atividades que não
são equiparados a enfermeiro para todos os efeitos le- sejam incompatíveis com a atividade de enfermeiro, em
gais, exceto quando o contrário resulte das disposições relação às quais não se verifique impedimento, nos termos
em causa. do presente Estatuto, não estando essas atividades sujeitas
3 — O profissional que preste serviços, de forma su- ao controlo da Ordem.
bordinada ou autónoma ou na qualidade de sócio ou que 9 — A constituição e o funcionamento das sociedades
atue como gerente ou administrador no Estado membro de profissionais consta de diploma próprio.
de origem, no âmbito de organização associativa de pro-
fissionais e pretenda exercer a sua atividade profissional
SECÇÃO IV
em território nacional nessa qualidade, em regime de livre
prestação de serviços, deve identificar perante a Ordem a Outras organizações de prestadores
organização associativa por conta da qual presta serviços
na declaração referida no artigo 5.º da Lei n.º 9/2009, de 4 Artigo 15.º
de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto,
Organizações associativas de profissionais
e 25/2014, de 2 de maio. de outros Estados membros

SECÇÃO III
1 — As organizações associativas de profissionais equi-
parados a enfermeiros, constituídas noutro Estado membro
Sociedades profissionais da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu,
cujo capital com direito de voto caiba maioritariamente
Artigo 14.º aos profissionais em causa e ou a outras organizações as-
Sociedades de profissionais
sociativas, cujo capital e direitos de voto caiba maioritaria-
mente àqueles profissionais, podem inscrever as respetivas
1 — Os enfermeiros estabelecidos em território nacional representações permanentes em Portugal, constituídas nos
podem exercer em grupo a profissão, desde que constituam termos da lei comercial, como membros da Ordem, sendo
ou ingressem como sócios em sociedades profissionais de enquanto tal equiparadas a sociedades de enfermeiros para
enfermeiros. efeitos do presente Estatuto.
2 — Podem ainda ser sócios de sociedades de profis- 2 — Os requisitos de capital referidos no número ante-
sionais de enfermeiros: rior não são aplicáveis caso a organização associativa não
a) Sociedades de profissionais de enfermeiros previa- disponha de capital social, aplicando-se, em seu lugar, o
mente constituídas e inscritas como membros da Ordem; requisito de atribuição da maioria de direitos de voto aos
b) Organizações associativas de profissionais equipa- profissionais ali referidos.
rados a enfermeiros constituídas noutro Estado membro 3 — O juízo de equiparação a que se refere o n.º 1 é
da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, regido:
cujo capital e direitos de voto caiba maioritariamente aos a) Quanto a nacionais de Estado membro da União
profissionais em causa. Europeia ou do Espaço Económico Europeu, pelo n.º 4 do
artigo 1.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas
3 — O requisito de capital referido na alínea b) do nú- Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio;
mero anterior não é aplicável caso a organização associa- b) Quanto a nacionais de países terceiros cujas qualifi-
tiva não disponha de capital social. cações tenham sido obtidas fora de Portugal, pelo regime
4 — O juízo de equiparação a que se refere a alínea b) de reciprocidade internacionalmente vigente.
do n.º 2 é regido:
a) Quanto a nacionais de Estado membro da União 4 — O regime jurídico de inscrição das organizações
Europeia ou do Espaço Económico Europeu, pelo n.º 4 do associativas de profissionais de outros Estados membros
artigo 1.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas consta do diploma que estabelece o regime jurídico da
Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio; constituição e funcionamento das sociedades de profis-
b) Quanto a nacionais de países terceiros cujas qualifi- sionais que estejam sujeitas a associações públicas pro-
cações tenham sido obtidas fora de Portugal, pelo regime fissionais.
de reciprocidade internacionalmente vigente. 5 — Às organizações associativas de profissionais de
outros Estados membros não é reconhecida capacidade
5 — As sociedades de enfermeiros gozam dos direitos eleitoral.
e estão sujeitas aos deveres aplicáveis aos profissionais
membros da Ordem que sejam compatíveis com a sua Artigo 16.º
natureza, estando nomeadamente sujeitas aos princípios Outros prestadores
e regras deontológicos constantes do presente Estatuto.
6 — Às sociedades profissionais de enfermeiros não é As pessoas coletivas que prestem serviços de enfer-
reconhecida capacidade eleitoral. magem e não se constituam sob a forma de sociedades
7 — Os membros do órgão executivo das sociedades de profissionais não estão sujeitas a inscrição na Ordem,
profissionais de enfermeiros, independentemente da sua sem prejuízo da obrigatoriedade de inscrição na Ordem
qualidade de membros da Ordem, devem respeitar os dos profissionais que aí exercem a respetiva atividade,
princípios e regras deontológicos, a autonomia técnica e nos termos do presente Estatuto.
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CAPÍTULO III Artigo 19.º


Organização Competência

Artigo 17.º Compete à assembleia geral:


Órgãos a) Aprovar o plano de atividades e o orçamento apre-
sentados pelo conselho diretivo;
1 — São órgãos nacionais da Ordem: b) Aprovar o relatório e contas apresentados pelo con-
a) A assembleia geral; selho diretivo;
b) O conselho diretivo; c) Deliberar sobre as propostas de alteração do presente
c) O bastonário; Estatuto;
d) O conselho jurisdicional; d) Deliberar sobre propostas dos órgãos nacionais e
e) O conselho fiscal; aprovar moções e recomendações de caráter profissional
f) O conselho de enfermagem; e associativo;
g) Os colégios das especialidades; e) Deliberar sobre as propostas de alteração ou extinção
h) A comissão de atribuição de títulos. de órgãos nacionais ou regionais;
f) Deliberar sobre as propostas de criação de delegações
2 — São órgãos regionais da Ordem: ou outras formas de representação, ouvidas as secções
regionais, nos termos do presente Estatuto;
a) As assembleias regionais; g) Fixar o valor das quotas mensais e das taxas;
b) Os conselhos diretivos regionais; h) Fixar a percentagem do valor da quotização a atribuir
c) Os conselhos jurisdicionais regionais; às secções regionais;
d) Os conselhos fiscais regionais; i) Aprovar os regulamentos necessários à prossecução das
e) Os conselhos de enfermagem regionais. finalidades da Ordem, de acordo com o presente Estatuto;
j) Apreciar a atividade dos órgãos nacionais e aprovar mo-
Artigo 17.º-A ções e recomendações de caráter profissional e associativo;
Condições de exercício dos membros dos órgãos da Ordem k) Tomar posição sobre o exercício da profissão, estatuto
e garantias dos enfermeiros;
1 — Os membros dos órgãos executivos da Ordem que l) Pronunciar-se sobre questões de natureza científica,
sejam trabalhadores por conta de outrem têm direito, para
o exercício das suas funções no âmbito dos cargos para técnica e profissional;
que foram eleitos, a: m) Aprovar as propostas de criação de novas especia-
lidades;
a) Licença sem vencimento, com a duração máxima n) Deliberar a submissão a referendo, com caráter vincu-
do respetivo mandato, a atribuir nos termos da legislação lativo ou consultivo, sobre assuntos de particular relevância
laboral; para a Ordem, mediante proposta do conselho diretivo e
b) Um crédito de horas correspondente a 24 dias de após parecer favorável do conselho jurisdicional sobre a
trabalho por ano, que podem utilizar em períodos de meio- sua admissibilidade legal;
-dia, que contam, para todos os efeitos legais, como serviço o) Deliberar sobre todos os assuntos que não estejam
efetivo. compreendidos nas competências específicas dos restantes
2 — Os membros dos órgãos não executivos da Ordem órgãos da Ordem;
usufruem do direito a 24 faltas justificadas, que contam p) Aprovar o seu regimento.
para todos os efeitos legais como serviço efetivo, salvo
quanto à remuneração ou retribuição. Artigo 20.º
3 — A Ordem comunica, por meios idóneos e seguros, Funcionamento
incluindo o correio eletrónico, às entidades empregadoras
das quais dependam os membros dos seus órgãos, as datas 1 — A assembleia geral reúne, obrigatoriamente, em
e o número de dias de que estes necessitam para o exercício sessão ordinária, até 31 de março de cada ano, para exercer
das respetivas funções. as competências previstas, nomeadamente, nas alíneas a)
4 — A comunicação prevista no número anterior é feita e b) do artigo anterior.
com uma antecedência mínima de cinco dias, ou, em caso 2 — A assembleia geral reúne, obrigatoriamente, em
de reuniões ou atividades de natureza extraordinária dos sessão ordinária, até 30 de maio do 3.º ano do quadrié-
órgãos da Ordem, logo que as mesmas sejam convocadas. nio, de preferência no dia internacional do enfermeiro,
nomeadamente para exercer as competências previstas nas
SECÇÃO I alíneas f), g), j), k) e l) do artigo anterior.
3 — A assembleia geral reúne em sessão extraordinária
Órgãos nacionais da Ordem quando os superiores interesses da Ordem o aconselhem,
por iniciativa:
SUBSECÇÃO I
a) Do presidente da mesa da assembleia geral;
A assembleia geral
b) Do conselho diretivo;
Artigo 18.º c) Do conselho fiscal;
d) De 5 % dos membros efetivos da Ordem, com cédula
Composição
válida e no pleno exercício dos seus direitos.
A assembleia geral é constituída por todos os membros
efetivos da Ordem com cédula profissional válida e no 4 — Na reunião da assembleia geral prevista no n.º 2
pleno gozo e exercício dos seus direitos. podem participar os membros honorários e correspon-
8088 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015

dentes da Ordem, através dos seus representantes, sem 3 — O vice-presidente e os secretários são os presiden-
direito a voto. tes das assembleias regionais.
4 — O presidente da assembleia regional em cuja secção
Artigo 21.º se realize a reunião exerce as competências conferidas ao
Sede de reuniões
vice-presidente.

1 — As reuniões da assembleia geral podem realizar-se Artigo 25.º


em qualquer capital de distrito.
Competência dos membros da mesa
2 — As reuniões extraordinárias da assembleia geral
realizam-se no Porto, em Coimbra ou em Lisboa. 1 — Compete ao presidente convocar a assembleia ge-
ral, nos termos do presente Estatuto, e dirigir as reuniões.
Artigo 22.º 2 — Compete ao vice-presidente substituir o presidente
nas suas faltas ou impedimentos.
Convocação e divulgação 3 — Compete aos secretários a elaboração das atas,
1 — As reuniões da assembleia geral são convocadas que são lidas e aprovadas na assembleia geral seguinte,
pelo presidente da mesa, por meio de anúncios publicados e coadjuvar o presidente nos atos necessários ao normal
num jornal de expansão nacional e no sítio oficial da In- funcionamento da assembleia geral.
ternet da Ordem, com a antecedência mínima de 30 dias
seguidos. SUBSECÇÃO II
2 — Os documentos a apreciar na assembleia devem ser Do conselho diretivo
divulgados aos respetivos membros com a antecedência
mínima de 8 dias seguidos. Artigo 26.º
3 — A convocação de reuniões extraordinárias deve
ser feita para um dos 15 dias seguintes à apresentação do Composição
pedido e com a antecedência mínima de 48 horas sobre a 1 — O conselho diretivo é constituído pelo bastonário
data da respetiva realização. e por 10 vogais, dos quais cinco são, por inerência, os
4 — Da convocatória da assembleia geral deve constar presidentes dos conselhos diretivos regionais.
a ordem de trabalhos, o dia, a hora e o local. 2 — O bastonário, dois vice-presidentes, dois secre-
tários e um tesoureiro são eleitos por sufrágio universal,
Artigo 23.º direto, secreto e periódico.
3 — O bastonário pode, quando julgar aconselhável,
Funcionamento e validade das deliberações convocar para as reuniões do conselho diretivo os pre-
1 — A assembleia geral tem lugar no dia, hora e local sidentes do conselho jurisdicional, do conselho fiscal,
designados na convocatória, quando estejam presentes 5 % do conselho de enfermagem e das mesas dos colégios da
dos membros efetivos. especialidade, os quais têm, neste caso, direito de voto.
2 — Na falta de quórum, a assembleia geral tem lugar
30 minutos depois, com qualquer número de membros Artigo 27.º
efetivos. Competência
3 — As deliberações da assembleia geral são válidas
quando forem respeitadas as formalidades da convocatória 1 — Compete ao conselho diretivo:
e recaírem sobre assuntos da sua competência, constantes a) Dirigir a atividade nacional da Ordem, incluindo as
da ordem de trabalhos. suas linhas gerais de atuação;
4 — A alteração da ordem de trabalhos pela assembleia b) Definir a posição da Ordem perante os órgãos de
só pode ter lugar quando estejam presentes pelo menos soberania e da Administração Pública, em matérias que
10 % dos membros da Ordem. se relacionem com as suas atribuições;
5 — As deliberações da assembleia geral sobre pro- c) Emitir parecer sobre projetos de diplomas legislativos
postas de alteração do presente Estatuto só são válidas ou regulamentos que tenham como objeto o ensino e a
quando sufragadas por dois terços dos respetivos membros formação que conferem habilitações legais para o exercício
efetivos, presentes na reunião. da enfermagem;
6 — A assembleia geral convocada nos termos da alí- d) Emitir parecer, por sua iniciativa ou a pedido das enti-
nea d) do n.º 3 do artigo 20.º só tem lugar quando pelo dades oficiais competentes, sobre as diversas matérias rela-
menos dois terços dos requerentes estiverem presentes. cionadas com o exercício da enfermagem, designadamente
7 — Os requerentes faltosos ficam impedidos de exercer sobre a organização dos serviços que dela se ocupam;
o direito de convocação da assembleia geral até final do e) Articular as atividades entre as secções regionais, de
mandato e por período não inferior a dois anos. acordo com as linhas políticas nacionais definidas;
f) Elaborar e submeter à assembleia geral o plano de
Artigo 24.º atividades, o orçamento, o relatório e as contas anuais;
g) Propor à assembleia geral a criação de novas espe-
Mesa da assembleia geral
cialidades;
1 — A mesa da assembleia geral é constituída por um h) Elaborar e propor à assembleia geral, após audição
presidente, um vice-presidente e quatro secretários. dos órgãos competentes e parecer do conselho jurisdicio-
2 — O presidente da mesa da assembleia geral é eleito nal, os regulamentos necessários à execução do presente
por sufrágio direto e universal. Estatuto;
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015 8089

i) Propor à assembleia geral o montante das quotas e SUBSECÇÃO III


das taxas; Do bastonário
j) Executar as deliberações da assembleia geral;
k) Administrar e restruturar o património da Ordem; Artigo 29.º
l) Promover a cobrança das receitas e autorizar as des-
pesas, aceitar doações, heranças e legados feitos à Ordem; Bastonário da Ordem
m) Deliberar sobre a aquisição ou a oneração de bens da 1 — O bastonário é o presidente da Ordem e, por ine-
Ordem e a contração de empréstimos, dentro dos limites rência, presidente do conselho diretivo.
de endividamento aprovados no orçamento; 2 — O bastonário é eleito por sufrágio universal, direto,
n) Instaurar procedimentos de execução aos enfermeiros secreto e periódico.
com quotas em dívida à Ordem;
o) Propor à assembleia geral, sob parecer do conselho Artigo 30.º
de enfermagem, o nível de qualificação e as condições de
Competência
inscrição e reingresso na Ordem;
p) Participar nos processos oficiais de acreditação e na 1 — Compete ao bastonário:
avaliação dos cursos que dão acesso à profissão;
q) Elaborar e manter atualizados os registos de todos a) Representar a Ordem em juízo e fora dele, designa-
os enfermeiros; damente perante os órgãos de soberania;
r) Dirigir o funcionamento dos serviços da sede da b) Dirigir os serviços da Ordem de âmbito nacional;
Ordem; c) Presidir ao conselho diretivo;
s) Atribuir a qualidade de membro correspondente da d) Executar e fazer executar as deliberações do conselho
Ordem; diretivo;
t) Desenvolver as relações da Ordem com instituições e) Despachar o expediente corrente do conselho diretivo;
nacionais ou estrangeiras da mesma natureza; f) Exercer as competências de direção da Ordem, em
u) Constituir comissões para a execução de tarefas ou caso de reconhecida urgência;
estudos sobre assuntos de interesse da Ordem; g) Solicitar a qualquer órgão da Ordem a elaboração de
v) Designar ou nomear enfermeiros que, em represen- pareceres relativos a matérias da sua competência;
tação da Ordem, devem integrar comissões eventuais ou h) Assistir, querendo, às reuniões de todos os órgãos
permanentes e grupos de trabalho; colegiais da Ordem, só tendo direito de voto nos órgãos
w) Promover a realização de um congresso de caráter a que preside;
obrigatório, no 3.º ano do mandato, preferencialmente i) Interpor recurso para o conselho jurisdicional das deli-
no dia internacional do enfermeiro, tendo por objetivo a berações de todos os órgãos da Ordem que julgue contrárias
discussão sobre questões de natureza científica, técnica e às leis, aos regulamentos ou aos interesses da Ordem ou
profissional, bem como tomar posição sobre o exercício da dos seus membros;
profissão, o presente Estatuto e as garantias dos enfermeiros; j) Apreciar e pronunciar-se sobre os pedidos de renúncia
x) Promover a realização de congressos, conferências, e suspensão dos membros da Ordem eleitos e dar posse aos
seminários e outras atividades científicas que visem o suplentes chamados pelo conselho jurisdicional;
desenvolvimento da enfermagem, em colaboração com k) Presidir à comissão científica e ao conselho editorial
os conselhos diretivos regionais, podendo incluir outras das revistas da Ordem;
organizações profissionais; l) Exercer as demais competências que a lei ou os re-
y) Organizar e promover a publicação de uma revista gulamentos lhe conferem.
periódica de cariz informativo;
z) Promover a publicação de uma revista científica; 2 — O bastonário pode delegar competências em qual-
aa) Elaborar e aprovar o seu regimento; quer um dos vice-presidentes do conselho diretivo.
bb) Exercer as demais competências que a lei ou os
SUBSECÇÃO IV
regulamentos lhe conferem.
Conselho jurisdicional
2 — O conselho diretivo pode delegar nos seus mem-
bros quaisquer das competências indicadas no número Artigo 31.º
anterior. Composição

Artigo 28.º 1 — O conselho jurisdicional constitui o supremo órgão


jurisdicional da Ordem e é constituído por um presidente
Funcionamento
e 10 vogais.
1 — O conselho diretivo funciona na sede da Ordem e 2 — O presidente e cinco vogais, são eleitos por sufrágio
reúne, ordinariamente, quando convocado pelo seu presi- universal, direto, secreto e periódico.
dente, pelo menos uma vez por mês. 3 — Os restantes cinco vogais são, por inerência, os pre-
2 — O conselho diretivo reúne, extraordinariamente, sidentes dos conselhos jurisdicionais das secções regionais.
por iniciativa do presidente ou por solicitação, por escrito, 4 — Os vogais referidos no número anterior não podem
de um terço dos seus membros. participar nos recursos interpostos nos processo em que
3 — O presidente é obrigado a proceder à convoca- tenham tido intervenção, quer proferindo a decisão recor-
ção da reunião sempre que um terço dos vogais o solicite rida, quer tomando de outro modo posição sobre questões
por escrito, indicando o assunto que desejam ver tratado. suscitadas no recurso.
8090 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015

Artigo 32.º Artigo 33.º


Competência Funcionamento

1 — Compete ao conselho jurisdicional: 1 — O conselho jurisdicional funciona na sede da


Ordem e reúne quando convocado pelo seu presidente.
a) Deliberar sobre os recursos interpostos das delibera- 2 — Na primeira sessão de cada quadriénio, o conselho
ções dos vários órgãos ou dos seus membros; jurisdicional elege, de entre os seus membros, dois vice-
b) Proferir decisão final sobre todos os procedimentos -presidentes e quatro secretários.
disciplinares; 3 — O conselho jurisdicional reúne em sessão plenária
c) Deliberar sobre os requerimentos de renúncia aos e por secções.
cargos e de suspensão temporária de funções dos membros 4 — A composição das duas secções é fixada na pri-
dos órgãos da Ordem; meira sessão de cada exercício, cabendo a uma secção a
d) Deliberar sobre a perda de cargos na Ordem; competência do exercício do poder disciplinar e, à outra
e) Deliberar sobre a substituição dos membros dos ór- secção, a competência de análise de questões e preparação
gãos da Ordem; de pareceres de natureza deontológica.
f) Exercer o poder disciplinar relativamente a todos os 5 — O presidente do conselho jurisdicional preside às
membros da Ordem; sessões plenárias e às sessões da 1.ª e da 2.ª secção.
g) Promover a reflexão ético-deontológica; 6 — A 1.ª secção é constituída por quatro vogais e a
h) Elaborar os pareceres que lhe sejam solicitados pelo 2.ª secção é constituída por seis vogais.
bastonário, sobre o exercício profissional e deontoló- 7 — Cada secção é secretariada por um dos secretários.
gico. 8 — As secções deliberam validamente quando estive-
rem presentes três quintos dos seus membros.
9 — As deliberações são tomadas por maioria, dispondo
2 — Compete ao presidente despachar o expediente o presidente de voto de qualidade.
corrente do conselho jurisdicional.
3 — O conselho jurisdicional é assistido por assessores SUBSECÇÃO V
jurídicos, nomeados pelo conselho diretivo.
4 — O conselho jurisdicional, a funcionar em pleno, Conselho fiscal
fixa os assuntos que devem ser tratados pelas secções do
conselho jurisdicional. Artigo 34.º
5 — Das deliberações das secções do conselho jurisdi- Composição e funcionamento
cional cabe recurso para o pleno do conselho. 1 — O conselho fiscal é constituído por um presidente,
6 — Compete, em exclusivo, ao conselho jurisdicional, um vice-presidente e cinco vogais.
em sessão plenária: 2 — O presidente e o vice-presidente do conselho fis-
a) Proceder à substituição do bastonário, em caso de cal são eleitos por sufrágio universal, direto, secreto e
impedimento permanente, a ratificar em assembleia geral periódico.
da Ordem, na sessão ordinária seguinte; 3 — Os presidentes dos conselhos fiscais regionais são,
b) Conferir, por proposta do conselho diretivo, o título por inerência, os vogais do conselho fiscal.
de membro honorário da Ordem a enfermeiros que tenham 4 — O conselho fiscal integra um revisor oficial de con-
exercido a profissão, pelo menos, durante 25 anos com tas, nomeado pelo conselho diretivo, sem direito de voto.
assinalável mérito; 5 — O conselho fiscal funciona na sede da Ordem e
reúne, ordinariamente, em cada trimestre e, extraordina-
c) Julgar os recursos interpostos;
riamente, por iniciativa do presidente.
d) Definir os processos de reabilitação a estabelecer em
regulamento para apresentação à assembleia geral, ouvido Artigo 35.º
previamente o conselho de enfermagem;
e) Deliberar sobre os pedidos de reabilitação dos mem- Competência
bros da Ordem; 1 — Compete ao conselho fiscal:
f) Deliberar a abertura de procedimentos disciplinares,
a sua instrução e a apreciação final relativamente a todos a) Acompanhar e fiscalizar a gestão patrimonial e fi-
os membros efetivos dos órgãos da Ordem no exercício nanceira da Ordem;
das suas funções, bem como em relação a bastonários e b) Apreciar e emitir parecer sobre o relatório, contas e
orçamento anuais, elaborados pelo conselho diretivo, para
presidentes do conselho jurisdicional de mandatos ante-
serem apresentados à assembleia geral;
riores; c) Apreciar a contabilidade de âmbito nacional da Ordem;
g) Elaborar propostas de alteração ao código deonto- d) Apreciar e fiscalizar as atas lavradas nas reuniões do
lógico, para apresentação à assembleia geral e posterior conselho diretivo, no que respeita a deliberações inscritas
proposta de alteração ao presente Estatuto; na sua competência;
h) Elaborar e propor alterações ao regulamento disci- e) Apresentar ao conselho diretivo as propostas que
plinar, para apresentação à assembleia geral; considere adequadas para melhorar a situação patrimonial
i) Emitir parecer sobre os regimentos dos órgãos da e financeira da Ordem;
Ordem; f) Pronunciar-se sobre qualquer assunto que lhe seja
j) Deliberar sobre os conflitos, positivos ou negativos, apresentado por outro órgão nacional, relativamente a
de competências dos órgãos; matéria cuja fiscalização lhe está cometida;
k) Elaborar e aprovar o seu regimento. g) Elaborar e aprovar o seu regimento;
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015 8091

h) Participar, sem direito a voto, nas reuniões do con- n) Apoiar o conselho diretivo e jurisdicional nos assuntos
selho diretivo, sempre que este o considere conveniente. profissionais relativos aos cuidados de enfermagem gerais;
o) Definir as condições de reconhecimento de quali-
2 — O conselho fiscal deve comunicar ao conselho ficações profissionais obtidas fora do território nacional,
diretivo qualquer situação que identifique e implique des- nos termos da lei, do direito da União Europeia ou de
vio orçamental ou comprometa ou possa comprometer o convenção internacional;
equilíbrio contabilístico e financeiro da Ordem. p) Definir os processos de reconhecimento de compe-
3 — O conselho fiscal pode solicitar ao conselho dire- tência acrescida, a propor ao conselho diretivo;
tivo e aos conselhos diretivos regionais informações ou q) Definir os procedimentos de revalidação e de reabi-
documentação que considere necessária ao cumprimento litação, determinando as suas condições de apreciação e
das suas atribuições. verificação, a propor ao conselho diretivo, após parecer
do conselho jurisdicional;
SUBSECÇÃO VI r) Organizar uma revista científica;
s) Elaborar e aprovar o seu regimento.
Conselho de enfermagem
Artigo 38.º
Artigo 36.º
Funcionamento
Composição
1 — O conselho de enfermagem funciona na sede da
1 — O conselho de enfermagem é o órgão científico e
Ordem e reúne por convocação do seu presidente.
profissional da Ordem e é constituído por um presidente
2 — Na primeira sessão de cada quadriénio, o conselho
e 10 vogais.
de enfermagem elege, de entre os seus membros, dois vice-
2 — O presidente e cinco vogais do conselho de enfer-
-presidentes e dois secretários.
magem são eleitos por sufrágio universal, direto, secreto
3 — Apoiam o funcionamento do conselho de enferma-
e periódico.
gem a comissão de qualidade dos cuidados de enfermagem
3 — Os presidentes dos conselhos de enfermagem re-
e a comissão de investigação e desenvolvimento.
gionais são, por inerência, os restantes cinco vogais do
4 — O conselho de enfermagem elabora o regulamento
conselho de enfermagem.
das comissões, a propor ao conselho diretivo.
4 — Os membros do conselho de enfermagem referidos
5 — Na primeira sessão de cada quadriénio, o conselho
no n.º 2, se forem especialistas, têm de ser titulares de
de enfermagem designa, de entre os seus membros eleitos,
diferentes especialidades.
os que integram cada uma das comissões e, destes, o que
preside.
Artigo 37.º 6 — O conselho de enfermagem pode ser assessorado
Competência por peritos de reconhecida competência.
7 — Os peritos referidos no número anterior são nomea-
Compete ao conselho de enfermagem:
dos pelo conselho diretivo, sob proposta fundamentada do
a) Definir os critérios e a matriz de validação, para conselho de enfermagem.
efeitos da individualização das especialidades; 8 — No tratamento de assuntos transversais a áreas
b) Elaborar o regulamento de reconhecimento de novas profissionais especializadas, o presidente do conselho de
especialidades, a propor ao conselho diretivo; enfermagem deve convocar para as reuniões do conselho,
c) Reconhecer especialidades em enfermagem, a propor os presidentes dos colégios das especialidades respetivas,
ao conselho diretivo; os quais têm, neste caso, direito a voto.
d) Elaborar o regulamento da certificação individual de 9 — As deliberações são tomadas por maioria, dispondo
competências, a propor ao conselho diretivo; o presidente de voto de qualidade.
e) Elaborar o regulamento de atribuição dos títulos de
enfermeiro e de enfermeiro especialista, a propor ao con- SUBSECÇÃO VII
selho diretivo;
Colégios das especialidades e título de especialidade
f) Definir os padrões de qualidade de cuidados de en-
fermagem, a propor ao conselho diretivo;
g) Acompanhar o desenvolvimento de métodos, instru- Artigo 39.º
mentos e programas de melhoria contínua da qualidade dos Colégios das especialidades
cuidados, a nível nacional e internacional;
1 — Os colégios das especialidades são os órgãos pro-
h) Colaborar com entidades nacionais ou internacionais
fissionais especializados, constituídos pelos membros da
no âmbito da qualidade;
Ordem que detenham o título profissional da respetiva
i) Apreciar o acompanhamento do exercício profissional
especialidade.
a nível nacional;
2 — Existem tantos colégios quantas as especialidades.
j) Fomentar e acompanhar o desenvolvimento da for-
mação em enfermagem;
Artigo 40.º
k) Fomentar a investigação em enfermagem como meio
de desenvolvimento do exercício profissional; Títulos de especialidade
l) Promover o desenvolvimento das relações científicas
1 — A Ordem atribui os seguintes títulos de enfermeiro
e profissionais, nos diferentes domínios da enfermagem,
especialista:
a nível nacional e internacional;
m) Proceder a estudos e emitir pareceres sobre matérias a) Enfermeiro especialista em enfermagem de saúde
específicas de enfermagem; materna e obstétrica;
8092 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015

b) Enfermeiro especialista em enfermagem de saúde 3 — Os presidentes das mesas dos colégios das espe-
infantil e pediátrica; cialidades integram as comissões previstas no n.º 3 do
c) Enfermeiro especialista em enfermagem de saúde artigo 38.º
mental e psiquiátrica; 4 — Os presidentes das mesas dos colégios podem de-
d) Enfermeiro especialista em enfermagem de reabi- legar competências em qualquer um dos secretários.
litação; 5 — Os pareceres nas áreas científica e técnica são
e) Enfermeiro especialista em enfermagem médico- vinculativos.
-cirúrgica;
f) Enfermeiro especialista em enfermagem comunitária. SUBSECÇÃO VIII
Comissão de atribuição de títulos
2 — A obtenção do título de especialista é regida por
regulamento proposto pelo conselho de enfermagem ao
conselho diretivo e aprovado pela assembleia geral. Artigo 43.º
3 — O regulamento a que se refere o número anterior Composição e competência
só produz efeitos após homologação pelo membro do Go-
verno responsável pela área da saúde. 1 — A comissão de atribuição de títulos é nomeada pelo
4 — A criação de novas especialidades obedece ao dis- conselho diretivo, por um período de dois anos, ouvido o
posto no presente Estatuto. conselho de enfermagem, sendo constituída, no mínimo,
por nove elementos, os quais são indicados de entre en-
Artigo 41.º fermeiros e enfermeiros especialistas de cada uma das
especialidades reconhecidas pela Ordem.
Composição e funcionamento 2 — Cabe à comissão de atribuição de títulos:
1 — Cada colégio elege uma mesa, com um presidente a) Analisar os pedidos de inscrição com vista à atri-
e dois secretários, por sufrágio direto, secreto e periódico buição de título de enfermeiro e enfermeiro especialista;
de entre os membros detentores da respetiva especialidade. b) Analisar e deliberar sobre os pedidos de reconheci-
2 — Cada colégio reúne, obrigatoriamente, uma vez mento de títulos de formação obtidos na União Europeia,
por ano, até 1 de fevereiro. por nacionais dos seus Estados membros, destinados ao
exercício das profissões em território português, nos termos
Artigo 42.º da legislação em vigor;
Competência c) Analisar e deliberar sobre os pedidos de reconheci-
mento dos títulos de formação obtidos em países terceiros
1 — São competências dos colégios das especialidades: à União Europeia com os quais Portugal tenha estabelecido
a) Promover o desenvolvimento das relações científicas acordos, destinados ao exercício das profissões em territó-
e profissionais entre os membros da especialidade; rio português, nos termos previstos em lei especial;
b) Elaborar estudos sobre assuntos específicos da es- d) Verificar o cumprimento dos requisitos previstos
pecialidade; para efeitos de atribuição do título de enfermeiro e enfer-
c) Definir as competências específicas da especialidade, meiro especialista, de acordo com o disposto no presente
a propor ao conselho diretivo; Estatuto;
d) Elaborar os programas formativos da respetiva es- e) Atribuir os títulos de enfermeiro e enfermeiro espe-
pecialidade, a propor ao conselho diretivo; cialista.
e) Acompanhar o exercício profissional especializado,
em articulação com os conselhos de enfermagem regionais; 3 — A comissão de atribuição de títulos é apoiada por
f) Definir padrões de qualidade de cuidados de enfer- assessores jurídicos, nomeados pelo conselho diretivo.
magem especializados e zelar pela sua observância no
exercício profissional;
g) Elaborar e aprovar o seu regimento. SECÇÃO II
Órgãos regionais
2 — São competências da mesa do colégio:
a) Dirigir os trabalhos do colégio; SUBSECÇÃO I
b) Dar seguimento às deliberações do colégio; A assembleia regional
c) Emitir pareceres, de acordo com o estabelecido no
regimento do colégio; Artigo 44.º
d) Apoiar o conselho diretivo, o conselho jurisdicional
e o conselho de enfermagem nos assuntos profissionais Composição e competência
relativos aos cuidados de enfermagem especializados; 1 — A assembleia regional é constituída por todos os
e) Designar uma comissão de apoio técnico, constituída membros efetivos da Ordem inscritos na secção regional,
por cinco membros da especialidade respetiva, um por com cédula profissional válida e no pleno gozo e exercício
secção regional, destinada a prestar assessoria técnica e dos seus direitos.
científica no âmbito da competência de emissão de pare- 2 — Compete à assembleia regional:
ceres e no acompanhamento do exercício profissional, a
propor ao conselho diretivo para nomeação; a) Aprovar o plano de atividades e o orçamento apre-
f) Elaborar um relatório bienal sobre o estado do desen- sentados pelo conselho diretivo regional;
volvimento da especialidade e recomendações; b) Aprovar o relatório e contas apresentados pelo con-
g) Elaborar e aprovar o seu regimento interno. selho diretivo regional;
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015 8093

c) Deliberar sobre assuntos de âmbito regional; administração ordinária, necessários ao exercício das suas
d) Apreciar a atividade dos órgãos regionais e aprovar competências;
moções e recomendações de caráter profissional e asso- e) Elaborar e submeter à aprovação da assembleia re-
ciativo de âmbito regional; gional o plano de atividades e o orçamento para cada ano,
e) Aprovar os regulamentos necessários ao exercício até 1 de março do ano corrente;
das competências dos órgãos regionais; f) Elaborar e submeter à aprovação da assembleia re-
f) Pronunciar-se sobre todos os assuntos que não este- gional o relatório e contas relativos ao ano civil anterior,
jam compreendidos nas competências dos outros órgãos até 1 de março do ano seguinte;
regionais e que lhe sejam apresentados pelo conselho di- g) Aceitar os pedidos de inscrição como membro efetivo
retivo regional; da Ordem e assegurar os procedimentos regulamentares,
g) Elaborar e aprovar o seu regimento. no âmbito territorial da respetiva secção regional;
h) Promover o registo dos membros efetivos da Ordem,
Artigo 45.º emitir as cédulas profissionais;
i) Promover a atualização do registo e dos ficheiros dos
Funcionamento membros da Ordem;
1 — As assembleias regionais reúnem, ordinariamente, j) Garantir as condições necessárias à efetivação do
uma vez por ano, até 1 de março, em data anterior à data da processo de certificação individual de competências;
reunião ordinária da assembleia geral prevista no n.º 1 do k) Organizar e gerir os serviços administrativos e os
artigo 20.º, para o exercício das competências previstas no recursos humanos;
artigo anterior, em data a definir pelo presidente da mesa l) Acompanhar o exercício profissional na área da res-
da assembleia regional. petiva secção regional, no que respeita às condições de
2 — As assembleias regionais reúnem, extraordinaria- exercício, de dignidade e de prestígio da profissão;
mente, quando os superiores interesses da Ordem a nível m) Promover ações disciplinares, através do conselho
regional o aconselhem, por iniciativa do presidente da jurisdicional regional ou do conselho jurisdicional;
assembleia regional, do presidente do conselho diretivo re- n) Enviar anualmente ao conselho diretivo um relatório
gional, do presidente do conselho fiscal regional ou quando sobre o exercício profissional na respetiva região;
requerida nos termos da alínea d) do n.º 3 do artigo 20.º o) Pronunciar-se sobre todos os assuntos que lhe sejam
3 — As assembleias regionais são dirigidas por uma apresentados, no âmbito das suas competências;
mesa constituída por um presidente e dois secretários, p) Cooperar com todos os órgãos regionais e nacionais
eleitos por sufrágio universal, direto, secreto e periódico na prossecução das atribuições da Ordem;
pelos membros efetivos da Ordem inscritos na respetiva q) Zelar pela dignidade do exercício profissional e asse-
secção regional. gurar o respeito pelos direitos, liberdades e garantias dos
4 — As assembleias regionais só podem deliberar va- enfermeiros, a nível regional;
lidamente sobre matérias da sua competência e que se r) Zelar pela qualidade dos cuidados de enfermagem
enquadrem dentro das finalidades da Ordem. prestados à população e promover as medidas que consi-
5 — As deliberações das assembleias regionais têm dere pertinentes a nível regional.
a natureza de recomendações e não vinculam a Ordem
enquanto organismo de âmbito nacional. 3 — O funcionamento do conselho diretivo regional
obedece a regimento por ele elaborado e aprovado pela
assembleia regional respetiva, após parecer favorável do
SUBSECÇÃO II conselho jurisdicional.
Conselho diretivo regional
SUBSECÇÃO III
Artigo 46.º
Conselho jurisdicional regional
Composição, competência e funcionamento
1 — O conselho diretivo regional das secções regionais Artigo 47.º
é constituído por um presidente, um secretário, um tesou- Composição, competência e funcionamento
reiro e dois vogais, eleitos por sufrágio universal, direto,
secreto e periódico pelos membros efetivos da Ordem ins- 1 — O conselho jurisdicional regional é constituído
critos na respetiva secção regional, com cédula profissional por três membros efetivos da Ordem, eleitos por sufrágio
válida e no pleno gozo e exercício dos seus direitos. universal, direto e secreto e periódico, pelos membros
2 — Compete ao conselho diretivo regional: efetivos da Ordem inscritos na respetiva secção regional,
com cédula profissional válida e no pleno gozo e exercício
a) Promover as atividades da Ordem a nível regional, dos seus direitos, sendo o primeiro o presidente.
de acordo com as linhas gerais de atuação definidas pelo 2 — Compete ao conselho jurisdicional regional instruir
conselho diretivo; os procedimentos disciplinares que respeitem aos mem-
b) Representar a secção regional no âmbito das suas bros da respetiva secção, com exceção dos que sejam da
competências; competência do conselho jurisdicional.
c) Gerir as atividades da secção regional nos termos do 3 — O funcionamento do conselho jurisdicional regio-
presente Estatuto e respetivos regulamentos; nal obedece a regimento por ele elaborado e aprovado pela
d) Administrar os bens patrimoniais e financeiros que assembleia regional respetiva, após parecer favorável do
lhe estão confiados e celebrar os negócios jurídicos, de conselho jurisdicional.
8094 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015

SUBSECÇÃO IV e) Acompanhar o desenvolvimento da formação e inves-


Conselho fiscal regional tigação em enfermagem na área da secção regional;
f) Acompanhar a concretização do processo de certi-
Artigo 48.º ficação individual de competências, na área da respetiva
secção regional, nos termos regulamentares.
Composição, competência e funcionamento

1 — O conselho fiscal regional é constituído por três 4 — O funcionamento do conselho de enfermagem re-
membros efetivos da Ordem, eleitos por sufrágio univer- gional obedece a regimento por ele elaborado e aprovado
sal, direto, secreto e periódico pelos membros efetivos da pela assembleia regional respetiva, após parecer favorável
Ordem inscritos na respetiva secção regional, com cédula do conselho jurisdicional.
profissional válida e no pleno gozo e exercício dos seus
direitos, sendo o primeiro o presidente.
2 — Compete ao conselho fiscal regional: SUBSECÇÃO VI
Aplicação subsidiária
a) Examinar, pelo menos trimestralmente, a gestão fi-
nanceira da competência dos conselhos diretivos regionais;
Artigo 50.º
b) Dar parecer sobre o relatório e contas, bem como
sobre a proposta de orçamento, apresentados pelos respe- Norma de aplicação subsidiária
tivos conselhos diretivos regionais; Na falta de regulamentação, aplicam-se aos órgãos re-
c) Participar, sem direito a voto, nas reuniões dos res- gionais as normas estabelecidas para os órgãos nacionais,
petivos conselhos diretivos regionais, sempre que estes o com as devidas adaptações.
considerem conveniente;
d) Fiscalizar as atas lavradas nas reuniões dos conselhos
diretivos regionais. CAPÍTULO IV

3 — O funcionamento do conselho fiscal regional Eleições


obedece a regimento por ele elaborado e aprovado pela
assembleia regional respetiva, após parecer favorável do SECÇÃO I
conselho jurisdicional. Processo eleitoral

Artigo 51.º
SUBSECÇÃO V
Sufrágio e elegibilidade
Conselho de enfermagem regional
1 — As eleições fazem-se por sufrágio universal, di-
Artigo 49.º reto e secreto e periódico, exercido presencialmente, por
correspondência, eletronicamente, ou por outros meios
Composição, competência e funcionamento tecnológicos legalmente validados.
1 — O conselho de enfermagem regional é constituído 2 — São eleitores e podem ser eleitos para os órgãos da
por um presidente e quatro vogais, sendo eleitos por sufrá- Ordem os enfermeiros membros efetivos da Ordem com
cédula válida e no pleno gozo e exercício dos seus direitos.
gio universal, direto, secreto e periódico pelos membros
3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, só
efetivos da Ordem inscritos na respetiva secção regional, podem ser eleitos para bastonário, para membros do conse-
com cédula profissional válida e no pleno gozo e exercício lho jurisdicional e para membros do conselho jurisdicional
dos seus direitos. regional, os enfermeiros que possuam, pelo menos 10 anos
2 — Os membros do conselho de enfermagem regional de exercício profissional.
referidos no número anterior, se forem especialistas, têm 4 — Só podem ser eleitos para vogais do conselho di-
de ser titulares de diferentes especialidades. retivo, do conselho de enfermagem, do conselho diretivo
3 — Compete ao conselho de enfermagem regional: regional e do conselho de enfermagem regional os enfer-
a) Promover o desenvolvimento e a valorização cientí- meiros que possuam, pelo menos, cinco anos de exercício
fica, técnica, cultural e profissional dos membros a nível profissional.
regional;
Artigo 52.º
b) Zelar pela observância dos padrões de qualidade dos
cuidados de enfermagem e pela qualidade do exercício Eleição do bastonário
profissional dos enfermeiros; 1 — É eleito bastonário o candidato que obtém metade
c) Estimular a implementação de sistemas de melho- dos votos mais um, validamente expressos, não se consi-
ria contínua da qualidade do exercício profissional dos derando como tal os votos em branco.
enfermeiros; 2 — Se nenhum dos candidatos obtiver o número de
d) Acompanhar o exercício profissional na área da res- votos referido no número anterior, procede-se a segundo
petiva secção regional, no domínio dos cuidados gerais sufrágio até ao 21.º dia subsequente à primeira votação.
e das especialidades, devendo, no caso destas, solicitar 3 — Ao sufrágio referido no número anterior concorrem
a presença de peritos indicados pelas mesas dos colégios apenas os dois candidatos mais votados que não tenham
competentes; retirado a candidatura.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015 8095

Artigo 53.º 2 — Quando tal se justifique, a comissão eleitoral pode


Apresentação de candidaturas
constituir outras secções de voto, fixando a composição
das mesas de voto respetivas por indicação das respetivas
1 — As candidaturas para os órgãos nacionais e regio- mesas das assembleias regionais.
nais são apresentadas perante os presidentes das mesas 3 — A convocatória da assembleia eleitoral fixa o horá-
da assembleia geral e das assembleias regionais, respe- rio de funcionamento das secções de voto, por um período
tivamente. não inferior a 12 horas.
2 — As candidaturas para os órgãos nacionais e para os
órgãos regionais são apresentadas em lista única. Artigo 57.º
3 — As candidaturas para os órgãos nacionais e para os
órgãos regionais podem ser independentes. Comissão de fiscalização
4 — O prazo de apresentação das candidaturas decorre 1 — Em cada secção regional é constituída uma comis-
até 1 de outubro do último ano do respetivo mandato. são de fiscalização, constituída pelo presidente da respetiva
5 — Cada candidatura para os órgãos nacionais e regio- assembleia regional e por um representante de cada uma
nais deve ser subscrita por um mínimo de 250 e 100 mem- das listas concorrentes ou proponentes, a qual inicia fun-
bros da Ordem, respetivamente, para os órgãos nacionais ções no dia seguinte ao termo do prazo de apresentação
e regionais. das candidaturas.
Artigo 54.º 2 — Os representantes das listas concorrentes devem
ser indicados com a apresentação das respetivas candi-
Data das eleições daturas.
1 — As eleições para os órgãos da Ordem realizam-se 3 — Os membros das comissões de fiscalização não
entre 1 e 15 de novembro do último ano do quadriénio, na podem ser candidatos nas eleições nem integrar os órgãos
data que for designada pelo presidente da assembleia geral, da Ordem.
sob proposta do presidente do conselho diretivo, ouvidos
os presidentes dos conselhos diretivos regionais. Artigo 58.º
2 — As eleições para os órgãos nacionais e regionais Competência das comissões de fiscalização
decorrem, em simultâneo, na mesma data.
Compete às comissões de fiscalização:
Artigo 55.º a) Fiscalizar o ato eleitoral;
Organização do processo eleitoral b) Elaborar um relatório das irregularidades detetadas,
o qual deve ser enviado às assembleias regionais, e à co-
1 — A organização do processo eleitoral compete à missão eleitoral.
mesa da assembleia geral e às mesas das assembleias re-
gionais, que devem, nomeadamente:
Artigo 59.º
a) Convocar as assembleias eleitorais; Campanha eleitoral
b) Organizar os cadernos eleitorais;
c) Promover a constituição das comissões de fiscalização. A Ordem comparticipa nos encargos da campanha elei-
toral de cada lista em montante igual para todas elas, nos
2 — Com a marcação da data das eleições é designada, termos fixados pelo conselho diretivo.
pela mesa da assembleia geral, uma comissão eleitoral,
constituída por cinco membros efetivos da Ordem, em Artigo 60.º
representação de cada uma das secções regionais.
Recurso
3 — O presidente da comissão eleitoral é eleito de entre
os seus membros. 1 — Pode ser deduzida reclamação do ato eleitoral, no
4 — À comissão eleitoral compete: prazo de cinco dias úteis, com fundamento em irregulari-
a) Confirmar a organização dos cadernos eleitorais; dades, o qual deve ser apresentado à mesa da assembleia
b) Apreciar as reclamações sobre os cadernos eleitorais; regional.
c) Verificar a regularidade das candidaturas; 2 — Da decisão da mesa da assembleia regional cabe
d) Garantir a comunicação, por meios idóneos, de in- recurso para a comissão eleitoral.
formação sobre as candidaturas, designadamente através 3 — As reclamações e recursos são decididos no prazo de
de meios eletrónicos, nos termos regulamentares; cinco dias úteis, a contar da data da respetiva apresentação.
e) Decidir as reclamações sobre o processo eleitoral;
f) Decidir os recursos sobre o processo eleitoral; Artigo 61.º
g) Apreciar os relatórios das comissões de fiscalização. Proclamação de resultados

5 — Após as deliberações finais sobre as reclamações e 1 — Não havendo recursos pendentes, é feita a procla-
recursos interpostos, cessa o mandato da comissão. mação das listas vencedoras, no prazo de 10 dias úteis.
2 — São vencedoras as listas que obtenham a maioria
Artigo 56.º dos votos.
3 — As listas vencedoras para os órgãos nacionais são
Assembleia eleitoral
proclamadas pela mesa da assembleia geral.
1 — A assembleia eleitoral funciona em secções de 4 — As listas vencedoras para os órgãos regionais são
voto, uma em cada secção regional, assumindo as me- proclamadas pelas respetivas mesas das assembleias re-
sas das assembleias regionais funções de mesas de voto. gionais.
8096 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015

SECÇÃO II CAPÍTULO V
Exercício do mandato Regime disciplinar

Artigo 62.º
SECÇÃO I
Mandato
Disposições gerais
1 — Os titulares e membros dos órgãos da Ordem são
eleitos para mandatos com a duração de quatro anos, a Artigo 66.º
iniciar em 1 de janeiro e a terminar em 31 de dezembro.
Infração disciplinar
2 — Os titulares e membros dos órgãos da Ordem não
podem ser eleitos por mais de dois mandatos consecutivos. 1 — Considera-se infração disciplinar toda a ação ou
3 — Sempre que se revelar necessário proceder a elei- omissão que consista em violação, por qualquer membro
ções intercalares para qualquer dos órgãos da Ordem, o da Ordem, dos deveres consignados na lei, no presente
respetivo mandato não pode exceder a vigência do mandato Estatuto e nos respetivos regulamentos.
dos restantes órgãos. 2 — A infração disciplinar é:
4 — O mandato finda com a tomada de posse dos novos a) Leve, quando o arguido viole de forma pouco in-
órgãos eleitos. tensa os deveres profissionais a que se encontra adstrito
no exercício da profissão, não causando prejuízo ao desti-
Artigo 63.º natário dos cuidados nem a terceiro, nem pondo em causa
Posse dos membros eleitos o prestígio da profissão;
b) Grave, quando o arguido viole de forma séria os deve-
1 — O presidente cessante da assembleia geral con-
res profissionais a que se encontra adstrito no exercício da
fere posse aos membros eleitos para os órgãos nacionais. profissão, causando prejuízo ao destinatário dos cuidados
2 — Os presidentes cessantes das assembleias regio- ou a terceiro, ou pondo em causa o prestígio da profissão,
nais conferem posse aos membros eleitos para os órgãos ou ainda quando o comportamento constitua crime punível
regionais. com pena de prisão até três anos;
c) Muito grave, quando o arguido viole os deveres pro-
Artigo 64.º fissionais a que se encontra adstrito no exercício da profis-
Renúncia ao cargo são, com lesão da vida ou grave lesão da integridade física
ou saúde dos destinatários dos cuidados ou grave perigo
Qualquer membro dos órgãos da Ordem pode solicitar
para a saúde pública, ou ainda quando o comportamento
ao presidente do conselho jurisdicional a renúncia ao cargo constitua crime punível com pena de prisão superior a
ou a suspensão temporária do exercício das suas funções, três anos.
por motivos devidamente fundamentados, não podendo o
prazo de suspensão ser superior a seis meses. 3 — As infrações disciplinares previstas no presente
Estatuto e demais disposições legais e regulamentares
Artigo 65.º aplicáveis são puníveis a título de dolo ou negligência.
Substituições
Artigo 67.º
1 — No caso de renúncia ou caducidade do mandato,
por motivo disciplinar ou por morte, do presidente de Jurisdição disciplinar
qualquer órgão colegial da Ordem, este elege, na primeira 1 — Os membros da Ordem estão sujeitos ao poder
reunião ordinária subsequente ao facto, de entre os seus disciplinar dos órgãos da Ordem, nos termos previstos no
membros, um novo presidente e entra o primeiro membro presente Estatuto e no regulamento disciplinar.
suplente da respetiva lista. 2 — Durante o tempo de suspensão da inscrição o mem-
2 — No caso de renúncia ou caducidade do mandato, bro da Ordem continua sujeito ao poder disciplinar da
por motivo disciplinar ou morte, de vogal de qualquer Ordem.
órgão colegial da Ordem, este é substituído pelo primeiro 3 — O cancelamento da inscrição não faz cessar a
membro suplente da respetiva lista. responsabilidade disciplinar por infrações anteriormente
3 — Nos casos previstos nos números anteriores, os praticadas.
substitutos exercem funções até ao termo do mandato em 4 — A punição com a sanção de expulsão não faz cessar
curso. a responsabilidade disciplinar do membro da Ordem rela-
4 — No caso de suspensão de presidente de qualquer tivamente às infrações por ele cometidas antes da decisão
órgão colegial da Ordem, é observado o regime previsto definitiva que as tenha aplicado.
no n.º 1.
5 — No caso de suspensão de vogal de qualquer órgão Artigo 68.º
colegial da Ordem, este é substituído pelo primeiro mem-
bro suplente da respetiva lista. Independência da responsabilidade disciplinar
dos membros da Ordem
6 — Os membros substitutos dos órgãos da Ordem,
quer nos casos de renúncia quer nos casos de suspensão, 1 — A responsabilidade disciplinar é independente da
apenas integram o órgão respetivo e iniciam o exercício responsabilidade civil e criminal decorrente da prática
das suas funções após a sua chamada por parte do conselho do mesmo facto e coexiste com qualquer outra prevista
jurisdicional. por lei.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015 8097

2 — A responsabilidade disciplinar perante a Ordem 4 — O prazo de prescrição só corre:


coexiste com qualquer outra prevista por lei.
3 — Quando, com fundamento nos mesmos factos, tiver a) Nas infrações instantâneas, desde o momento da
sido instaurado processo penal contra membro da Ordem e, sua prática;
para se conhecer da existência de uma infração disciplinar, b) Nas infrações continuadas, desde o dia da prática
for necessário julgar qualquer questão que não possa ser do último ato;
convenientemente resolvida no processo disciplinar, pode c) Nas infrações permanentes, desde o dia em que cessar
ser ordenada a suspensão do processo disciplinar durante a consumação.
o tempo em que, por força de decisão jurisdicional ou de
apreciação jurisdicional de qualquer questão, a marcha do 5 — O procedimento disciplinar também prescreve
correspondente processo não possa começar ou continuar se, desde o conhecimento pelo órgão competente para
a ter lugar. a instauração do processo disciplinar ou da participação
4 — A suspensão do processo disciplinar, nos termos do efetuada nos termos do n.º 1 do artigo 73.º, não for ini-
número anterior, é comunicada pela Ordem à autoridade ciado o correspondente processo disciplinar, no prazo de
judiciária competente, a qual deve ordenar a remessa à um ano.
Ordem de cópia do despacho de acusação e, se a ele houver 6 — O prazo de prescrição do processo disciplinar
lugar, do despacho de pronúncia. suspende-se durante o tempo em que o processo discipli-
5 — Decorrido o prazo fixado nos termos do n.º 3 sem nar estiver suspenso, a aguardar despacho de acusação ou
que a questão tenha sido resolvida, a questão é decidida de pronúncia em processo penal.
no processo disciplinar. 7 — O prazo de prescrição volta a correr a partir do dia
6 — Sempre que, em processo penal contra membro da em que cessar a causa da suspensão.
Ordem, for designado dia para a audiência de julgamento, 8 — O prazo de prescrição do processo disciplinar, re-
o tribunal deve ordenar a remessa à Ordem, preferen-
ferido nos n.os 1 e 5, interrompe-se com a notificação ao
cialmente por via eletrónica, do despacho de acusação,
arguido:
do despacho de pronúncia e da contestação, se tiver sido
apresentada, bem como quaisquer outros elementos soli- a) Da instauração do processo de averiguações ou de
citados pela direção ou pelo bastonário. processo disciplinar;
7 — A responsabilidade disciplinar dos membros pe- b) Da acusação.
rante a Ordem, decorrente da prática de infrações, é inde-
pendente da responsabilidade disciplinar perante os respe-
tivos empregadores, por violação dos deveres emergentes SECÇÃO II
de relações de trabalho.
Do exercício da ação disciplinar
Artigo 69.º Artigo 71.º
Responsabilidade disciplinar das sociedades de profissionais
e dos profissionais em livre prestação de serviços Exercício da ação disciplinar

1 — As pessoas coletivas membros da Ordem estão 1 — Têm legitimidade para participar à Ordem factos
sujeitas ao poder disciplinar dos seus órgãos, nos termos suscetíveis de constituir infração disciplinar:
do presente Estatuto e da lei que estabelece o regime ju- a) Qualquer pessoa direta ou indiretamente afetada pelos
rídico da constituição e funcionamento das sociedades de factos participados;
profissionais que estejam sujeitas a associações públicas b) Os titulares dos órgãos da Ordem;
profissionais. c) O Ministério Público, nos termos do n.º 3.
2 — Os profissionais que prestem serviços em território
nacional em regime de livre prestação são equiparados aos 2 — Os tribunais e quaisquer outras autoridades de-
membros da Ordem para efeitos disciplinares, nos termos
vem dar conhecimento à Ordem da prática, por membros
do n.º 2 do artigo 4.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, al-
desta, de factos suscetíveis de constituírem infração dis-
terada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014,
de 2 de maio, com as especificidades constantes do n.º 10 ciplinar.
do artigo 76.º e do regulamento disciplinar. 3 — O Ministério Público e os órgãos de polícia crimi-
nal remetem à Ordem certidão das denúncias, participações
ou queixas apresentadas contra membros da Ordem e que
Artigo 70.º possam consubstanciar factos suscetíveis de constituir
infração disciplinar.
Prescrição do procedimento disciplinar
1 — O procedimento disciplinar extingue-se, por efeito
de prescrição, logo que sobre a prática da infração tiver Artigo 72.º
decorrido o prazo de três anos, salvo o disposto no número Desistência da participação
seguinte.
2 — Se a infração disciplinar constituir simultaneamente A desistência da participação disciplinar pelo partici-
infração criminal para a qual a lei estabeleça prescrição pante extingue o processo disciplinar, salvo se a infração
sujeita a prazo mais longo, o procedimento disciplinar imputada afetar a dignidade do membro da Ordem visado
apenas prescreve após o decurso deste último prazo. e, neste caso, este manifeste intenção de continuação do
3 — O prazo de prescrição do procedimento discipli- processo, ou o prestígio da Ordem ou da profissão, em
nar corre desde o dia em que o facto se tiver consumado. qualquer uma das suas especialidades.
8098 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015

Artigo 73.º 7 — A aplicação da pena de suspensão, no caso previsto


Instauração do processo disciplinar
no número anterior, fica prejudicada e extingue-se, por
efeito do pagamento voluntário das quotas em dívida, caso
1 — Qualquer órgão da Ordem, oficiosamente ou tendo tenha sido aplicada.
por base queixa, denúncia ou participação apresentada por 8 — A sanção de expulsão é aplicável a infrações muito
pessoa devidamente identificada, contendo factos susce- graves.
tíveis de integrarem infração disciplinar do membro da 9 — A aplicação e execução da sanção de suspensão
Ordem, comunica, de imediato, os factos ao órgão com- do exercício profissional produz os seus efeitos de modo
petente para a instauração de processo disciplinar. independente em relação a quaisquer sanções de natureza
2 — Quando se conclua que a participação é infundada, suspensiva, decorrentes dos mesmos factos que sejam
dela se dá conhecimento ao membro da Ordem visado e aplicadas noutras sedes jurisdicionais, não sendo os seus
são emitidas as certidões que o mesmo entenda necessárias efeitos consumidos por estas.
para a tutela dos seus direitos e interesses legítimos. 10 — No caso de profissionais em regime de livre pres-
tação de serviços em território nacional, as sanções previs-
Artigo 74.º tas nos n.os 4 e 8 assumem a forma de interdição temporária
ou definitiva do exercício da atividade profissional neste
Legitimidade processual território, consoante os casos, aplicando-se, com as devidas
As pessoas com interesse direto, pessoal e legítimo adaptações, o disposto no artigo 94.º
relativamente aos factos participados, podem solicitar à 11 — A aplicação de sanção mais grave do que a de
Ordem a sua intervenção no processo e requerer e alegar advertência escrita, a membro da Ordem que exerça al-
o que tiverem por conveniente. gum cargo nos órgãos da Ordem, determina a imediata
destituição desse cargo.
12 — Sempre que a infração resulte da violação de um
Artigo 75.º
dever por omissão, o cumprimento das sanções aplicadas
Direito subsidiário não dispensa o arguido do cumprimento daquele, se tal
Sem prejuízo do disposto no presente Estatuto, o pro- ainda for possível.
cesso disciplinar rege-se pelo regulamento disciplinar,
sendo subsidiariamente aplicáveis as normas procedimen- Artigo 77.º
tais previstas na Lei Geral do Trabalho em Funções Públi-
cas, aprovada pela Lei n.º 35/2014, de 20 de junho. Graduação

1 — Na aplicação das sanções deve atender-se aos ante-


cedentes profissionais e disciplinares do arguido, ao grau
SECÇÃO III de culpa, à gravidade e às consequências da infração, à
Das sanções disciplinares
situação económica do arguido e a todas as demais cir-
cunstâncias agravantes ou atenuantes.
Artigo 76.º 2 — São circunstâncias atenuantes:
Aplicação das sanções disciplinares a) O exercício efetivo da atividade profissional por um
período superior a cinco anos, seguidos ou interpolados,
1 — As sanções disciplinares são as seguintes: sem a aplicação de qualquer sanção disciplinar;
a) Advertência escrita; b) A confissão espontânea da infração ou das infrações;
b) Censura escrita; c) A colaboração do arguido para a descoberta da ver-
c) Suspensão do exercício profissional até ao máximo dade;
de cinco anos; d) A reparação dos danos causados pela conduta lesiva.
d) Expulsão.
3 — São circunstâncias agravantes:
2 — A sanção de advertência escrita é aplicável a in- a) A premeditação na prática da infração e na preparação
frações leves, praticadas com negligência.
da mesma;
3 — A sanção de censura escrita é aplicável a infrações
b) O conluio;
leves praticadas com dolo e a infrações graves a que não
corresponda sanção de suspensão. c) A reincidência, considerando-se como tal a prática de
4 — A sanção de suspensão do exercício da atividade infração antes de decorrido o prazo de cinco anos após o dia
profissional até cinco anos é aplicável a infrações graves em que se tornar definitiva a condenação por cometimento
que afetem a dignidade e o prestígio da profissão, de- de infração anterior;
signadamente mediante a lesão da vida, grave lesão da d) A acumulação de infrações, sempre que duas ou
integridade física, saúde ou outros direitos e interesses mais infrações sejam cometidas no mesmo momento
relevantes de terceiros. ou quando outra seja cometida antes de ter sido punida
5 — O encobrimento do exercício ilegal da enferma- a anterior;
gem é punido com sanção de suspensão nunca inferior a e) O facto de a infração ou infrações serem cometidas
dois anos. durante o cumprimento de sanção disciplinar ou no decurso
6 — A pena de suspensão do exercício profissional é, do período de suspensão de sanção disciplinar;
ainda, aplicável no caso de infração disciplinar por incum- f) A produção de prejuízos de valor considerável,
primento culposo do dever consignado na alínea m) do n.º 1 entendendo-se como tal sempre que exceda o valor de
do artigo 97.º por um período superior a 12 meses. metade da alçada dos tribunais da relação.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015 8099

Artigo 78.º Artigo 82.º


Aplicação de sanções acessórias Execução das sanções
1 — Cumulativamente com a aplicação das sanções 1 — Compete ao presidente do conselho diretivo re-
disciplinares, podem ser aplicadas, a título de sanções gional dar execução às decisões proferidas em sede de
acessórias: processo disciplinar, designadamente, praticar os atos
necessários à efetiva suspensão ou ao cancelamento da
a) Perda de honorários;
inscrição dos membros da Ordem a quem sejam aplicadas
b) Multa;
as sanções de suspensão e de expulsão, respetivamente.
c) Publicidade da sanção;
2 — A aplicação de sanção de suspensão ou de expulsão
d) Impedimento à participação nas atividades da Ordem
implica a proibição temporária ou definitiva, respetiva-
e à eleição para os respetivos órgãos.
mente, da prática de qualquer ato profissional e a entrega da
cédula profissional na sede da Ordem ou na secção regional
2 — A aplicação de qualquer das sanções referidas nas
em que o arguido tenha o seu domicílio profissional, nos
alíneas b), c) e d) do n.º 1 do artigo 76.º a um membro de
casos aplicáveis.
órgão da Ordem implica a demissão do cargo.
3 — A sanção acessória da perda de honorários consiste
Artigo 83.º
na devolução dos honorários já recebidos com origem no
ato profissional objeto da infração punida ou, no caso de Início de produção de efeitos das sanções disciplinares
ainda não terem sido pagos, na perda do direito de os re- 1 — As sanções disciplinares iniciam a produção dos
ceber, só podendo a sanção ser aplicada cumulativamente seus efeitos no dia seguinte àquele em que a decisão se
com a sanção de suspensão até cinco anos. torne definitiva.
4 — A sanção de multa consiste no pagamento de um 2 — Se, na data em que a decisão se torna definitiva,
montante até ao máximo de 60 vezes o valor mensal de estiver suspensa a inscrição do arguido por motivos não
quotização, devendo ser paga no prazo de 30 dias, a contar disciplinares, o cumprimento da sanção disciplinar de sus-
da notificação do acórdão em que foi determinada. pensão tem início no dia seguinte ao do levantamento da
5 — A publicidade da sanção consiste na afixação de suspensão.
aviso nos estabelecimentos de saúde, ou publicação em
órgãos de comunicação social, de âmbito nacional, regional
Artigo 84.º
ou local, da sanção aplicada.
6 — As sanções acessórias podem ser cumuladas entre si. Prazo para pagamento da multa
7 — Na aplicação das sanções acessórias deve atender- 1 — As multas aplicadas nos termos da alínea b) do
-se aos critérios previstos no n.º 1 do artigo anterior. n.º 1 do artigo 78.º devem ser pagas no prazo de 30 dias, a
contar do início de produção de efeitos da sanção respetiva.
Artigo 79.º 2 — Ao membro da Ordem que não pague a multa
Acumulação de infrações no prazo referido no número anterior é suspensa a sua
inscrição, mediante deliberação do plenário do conselho
Sem prejuízo do disposto no presente Estatuto quanto às
jurisdicional, que lhe é comunicada.
sanções acessórias, não pode aplicar-se ao mesmo membro
3 — A suspensão só pode ser levantada após o paga-
da Ordem mais do que uma sanção disciplinar por cada
mento da importância em dívida.
facto punível.
Artigo 85.º
Artigo 80.º
Comunicação e publicidade
Suspensão das sanções
1 — A aplicação de qualquer das sanções previstas nas
1 — Tendo em consideração o grau de culpa, o compor-
alíneas c) e d) do n.º 1 do artigo 76.º é comunicada pelo
tamento do arguido e as demais circunstâncias da prática
conselho diretivo regional à entidade empregadora, à so-
da infração, as sanções disciplinares inferiores à expulsão
ciedade de profissionais ou organização associativa por
podem ser suspensas por um período compreendido entre
conta da qual o arguido prestava serviços à data dos factos.
um e cinco anos.
2 — A aplicação de qualquer das sanções previstas nas
2 — Cessa a suspensão da sanção sempre que, rela-
alíneas c) e d) do n.º 1 do artigo 76.º é comunicada pelo
tivamente ao membro da Ordem punido, seja proferido
conselho diretivo às autoridades competentes noutro Es-
despacho de condenação em novo processo disciplinar.
tado membro da União Europeia ou do Espaço Económico
Europeu para o controlo da atividade do arguido estabele-
Artigo 81.º
cido nesse mesmo Estado membro.
Aplicação das sanções de suspensão e expulsão
1 — O procedimento para aplicação das sanções de Artigo 86.º
suspensão superior a dois anos ou de expulsão pode ser Prescrição das sanções disciplinares
sujeito a audiência pública, nos termos previstos no regu-
As sanções disciplinares prescrevem nos prazos se-
lamento disciplinar.
guintes, a contar da data em que a decisão se tornou inim-
2 — As sanções de suspensão por período superior a
pugnável:
dois anos ou de expulsão só podem ser aplicadas por deli-
beração que reúna a maioria qualificada de dois terços dos a) Dois anos, as de advertência e censura escrita;
membros do órgão disciplinarmente competente. b) Cinco anos, as de suspensão e de expulsão.
8100 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015

Artigo 87.º 3 — Independentemente da fase do processo disciplinar,


são asseguradas ao arguido todas as garantias de defesa,
Condenação em processo criminal
nos termos gerais de direito.
1 — Sempre que em processo criminal seja imposta
a proibição de exercício da profissão durante período de Artigo 91.º
tempo determinado, este é deduzido à sanção disciplinar Suspensão preventiva
de suspensão que, pela prática dos mesmos factos, vier a
ser aplicada ao membro da Ordem. 1 — Após a audição do arguido, ou se este, tendo sido
2 — A condenação de um membro da Ordem em pro- notificado, não comparecer para ser ouvido, pode ser or-
cesso criminal é comunicada a esta entidade, para efeitos denada a sua suspensão preventiva, mediante deliberação
de averbamento no respetivo registo disciplinar. tomada por maioria qualificada de dois terços dos membros
do plenário do conselho jurisdicional.
2 — A suspensão a que se refere o número anterior
SECÇÃO IV só pode ser decretada nos casos em que haja indícios da
prática de infração disciplinar à qual corresponda uma das
Do processo
sanções previstas nas alíneas c) e d) do n.º 1 do artigo 76.º
3 — A suspensão preventiva não pode exceder três me-
Artigo 88.º ses e é sempre descontada na sanção de suspensão.
Obrigatoriedade
Artigo 92.º
A aplicação de uma sanção disciplinar é sempre pre-
cedida do apuramento dos factos e da responsabilidade Natureza secreta do processo
disciplinar em processo próprio, nos termos previstos no 1 — O processo é de natureza secreta até ao despacho
presente Estatuto e no regulamento disciplinar. de acusação ou de arquivamento.
2 — O relator pode, todavia, autorizar a consulta do pro-
Artigo 89.º cesso pelo arguido, pelo participante, ou pelos interessados,
Formas do processo quando daí não resulte inconveniente para a instrução e sob
condição de não ser divulgado o que dele conste.
1 — A ação disciplinar comporta as seguintes formas: 3 — O arguido ou o interessado, quando membro da
Ordem, que não respeite a natureza secreta do processo
a) Processo de averiguações;
incorre em responsabilidade disciplinar.
b) Processo disciplinar.

2 — O processo de averiguações é aplicável quando não SECÇÃO V


seja possível identificar claramente a existência de uma Das garantias
infração disciplinar ou o respetivo infrator, impondo-se a
realização de diligências sumárias para o esclarecimento Artigo 93.º
ou a concretização dos factos em causa.
Deliberações recorríveis
3 — Aplica-se o processo disciplinar sempre que exis-
tam indícios de que determinado membro da Ordem pra- 1 — Das deliberações tomadas em matéria disciplinar
ticou factos devidamente concretizados, suscetíveis de cabe recurso para o plenário do conselho jurisdicional,
constituir infração disciplinar. quando seja este o órgão disciplinarmente competente.
4 — Depois de averiguada a identidade do infrator ou 2 — Das demais deliberações tomadas em matéria dis-
logo que se mostrem minimamente concretizados ou es- ciplinar, de que não caiba recurso nos termos do número
clarecidos os factos participados, sendo eles suscetíveis anterior, cabe recurso administrativo, nos termos gerais
de constituir infração disciplinar, é proposta a imediata de direito.
conversão do processo de averiguações em processo dis- 3 — As decisões de mero expediente ou relativas à
ciplinar, mediante parecer sucintamente fundamentado. disciplina dos trabalhos não são passíveis de recurso nos
5 — Quando a participação seja manifestamente in- termos dos números anteriores.
viável ou infundada, deve a mesma ser liminarmente ar-
quivada, dando-se cumprimento ao disposto no n.º 2 do Artigo 94.º
artigo 73.º Reabilitação profissional
Os membros da Ordem aos quais tenham sido aplicada
Artigo 90.º a sanção de expulsão, podem ser sujeitos a processo de
Processo disciplinar reabilitação, desde que se verifiquem, cumulativamente,
os seguintes requisitos:
1 — O processo disciplinar é regulado no regulamento
disciplinar. a) Tenham decorrido 10 anos sobre a data em que se
2 — O processo disciplinar é composto pelas seguintes tornou definitiva a decisão que aplicou a sanção de ex-
fases: pulsão;
b) O interessado formalize pedido de reabilitação ao
a) Instrução; presidente do conselho jurisdicional;
b) Defesa do arguido; c) O interessado tenha revelado uma conduta pessoal
c) Decisão; exemplar, que deve ser comprovada através dos meios de
d) Execução. prova admissíveis em direito;
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d) O conselho jurisdicional emita, após o decurso do Artigo 97.º


prazo previsto na alínea a), parecer quanto à honorabili- Deveres em geral
dade pessoal e profissional e possibilidade do expulso ser
sujeito a processo de reabilitação. 1 — Os membros efetivos da Ordem estão obrigados a:
a) Exercer a profissão com os adequados conhecimen-
CAPÍTULO VI tos científicos e técnicos, com o respeito pela vida, pela
dignidade humana e pela saúde e bem-estar da população,
Deontologia profissional adotando todas as medidas que visem melhorar a qualidade
dos cuidados e serviços de enfermagem;
Artigo 95.º b) Cumprir e zelar pelo cumprimento da legislação
Disposição geral referente ao exercício da profissão;
c) Guardar e zelar pelos registos de enfermagem rea-
Todos os enfermeiros membros da Ordem têm os di- lizados no âmbito do exercício profissional liberal, pelo
reitos e os deveres decorrentes do presente Estatuto e da período de cinco anos;
legislação em vigor, nos termos dos artigos seguintes. d) O cumprimento das convenções e recomendações
internacionais que lhes sejam aplicáveis e que tenham
Artigo 96.º sido, respetivamente, ratificadas ou adotadas pelos órgãos
Direitos dos membros
de soberania competentes;
e) Exercer os cargos para que tenham sido eleitos ou
1 — Constituem direitos dos membros efetivos da Ordem: nomeados e cumprir os respetivos mandatos;
f) Colaborar em todas as iniciativas que sejam de inte-
a) Exercer livremente a profissão, sem qualquer tipo
resse e prestígio para a profissão;
de limitações, a não ser as decorrentes do código deon-
g) Contribuir para a dignificação da profissão;
tológico, das leis vigentes e do regulamento do exercício h) Participar e colaborar na prossecução das finalidades
da enfermagem; da Ordem;
b) Usar os títulos profissionais que lhe sejam atribuídos; i) Cumprir as obrigações emergentes do presente Esta-
c) Participar nas atividades da Ordem; tuto, do código deontológico e demais legislação aplicável;
d) Intervir nas assembleias geral e regionais; j) Comunicar os factos de que tenham conhecimento e
e) Consultar as atas das assembleias; possam comprometer a dignidade da profissão ou a saúde
f) Requerer a convocação de assembleias gerais ou re- dos indivíduos ou sejam suscetíveis de violar as normas
gionais; legais do exercício da profissão;
g) Eleger e ser eleito para os órgãos da Ordem; k) Comunicar o extravio da cédula profissional, no prazo
h) Utilizar os serviços da Ordem. de cinco dias úteis;
l) Comunicar a mudança e o novo endereço do domi-
2 — Constituem ainda direitos dos membros efetivos cílio profissional e da residência habitual, no prazo de
da Ordem: 30 dias úteis;
a) Ser ouvido na elaboração e aplicação da legislação m) Pagar a quotização mensal e as taxas em vigor;
relativa à profissão; n) Frequentar ações de qualificação profissional, a pro-
b) O respeito pelas suas convicções políticas, religiosas, mover pela Ordem ou por esta reconhecidas, nos termos a
ideológicas e filosóficas; fixar em regulamento de qualificação.
c) Usufruir de condições de trabalho que garantam o
respeito pela deontologia da profissão e pelo direito dos 2 — Os membros honorários e correspondentes da Or-
cidadãos a cuidados de enfermagem de qualidade; dem estão obrigados a:
d) As condições de acesso à formação para atualização a) Cumprir as disposições do presente Estatuto e dos
e aperfeiçoamento profissional; regulamentos estabelecidos pela Ordem;
e) A objeção de consciência; b) Participar na prossecução das finalidades da Ordem;
f) A informação sobre os aspetos relacionados com o c) Contribuir para a dignificação da Ordem e da pro-
diagnóstico clínico, tratamento e bem-estar dos indivíduos, fissão;
famílias e comunidades ao seu cuidado; d) Prestar a comissões e grupos de trabalho a colabora-
g) Beneficiar da atividade editorial da Ordem; ção que lhes for solicitada.
h) Reclamar e recorrer das deliberações dos órgãos da
Ordem contrárias ao disposto no presente Estatuto, nos Artigo 98.º
regulamentos e na demais legislação aplicável;
i) Participar na vida da Ordem, nomeadamente nos seus Incompatibilidades e impedimentos
grupos de trabalho; 1 — O exercício da profissão de enfermeiro é incom-
j) Solicitar a intervenção da Ordem na defesa dos seus patível com a titularidade dos cargos e o exercício das
direitos e interesses profissionais, para garantia da sua atividades seguintes:
dignidade e da qualidade dos serviços de enfermagem.
a) Delegado de informação médica e de comercialização
3 — Constituem direitos dos membros honorários e de produtos médicos ou sócio ou gerente de empresa com
correspondentes da Ordem: essa atividade;
b) Farmacêutico, técnico de farmácia ou proprietário,
a) Participar nas atividades da Ordem; sócio ou gerente de empresa proprietária de farmácia;
b) Intervir, sem direito a voto, na assembleia geral e nas c) Proprietário, sócio ou gerente de empresa proprie-
assembleias regionais. tária de laboratório de análises clínicas, de preparação
8102 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015

de produtos farmacêuticos ou de equipamentos técnico- c) Proteger e defender a pessoa humana das práticas
-sanitários; que contrariem a lei, a ética ou o bem comum, sobretudo
d) Proprietário, sócio ou gerente de empresa proprietária quando carecidas de indispensável competência profis-
de agência funerária; sional;
e) Quaisquer outras que, por lei, sejam consideradas d) Ser solidário com a comunidade, de modo especial,
incompatíveis com o exercício da enfermagem. em caso de crise ou catástrofe, atuando sempre de acordo
com a sua área de competência;
2 — É incompatível com a titularidade de membro dos e) Assegurar a atualização permanente dos seus conhe-
órgãos da Ordem o exercício de: cimentos, designadamente através da frequência de ações
de qualificação profissional.
a) Quaisquer funções dirigentes na Administração Pú-
blica;
b) Cargos dirigentes em sindicatos ou associações de Artigo 101.º
enfermagem; Do dever para com a comunidade
c) Qualquer outra função relativamente à qual se veri-
fique manifesto conflito de interesses. O enfermeiro, sendo responsável para com a comunidade
na promoção da saúde e na resposta adequada às neces-
3 — Constituem exceções ao disposto no número an- sidades em cuidados de enfermagem, assume o dever de:
terior, os cargos de gestão e direção de enfermagem e os a) Conhecer as necessidades da população e da comu-
cargos dirigentes em instituições de ensino superior. nidade em que está profissionalmente inserido;
4 — Os membros da Ordem que fiquem em situação b) Participar na orientação da comunidade na busca de
de incompatibilidade ou de impedimento, nos termos dos soluções para os problemas de saúde detetados;
números anteriores, devem requerer a suspensão da sua c) Colaborar com outros profissionais em programas
inscrição no prazo máximo de 30 dias, a contar da data em que respondam às necessidades da comunidade.
que se verifique qualquer uma dessas situações.
5 — Não sendo os factos comunicados à Ordem no
prazo de 30 dias, pode o conselho jurisdicional regional Artigo 102.º
propor a suspensão da inscrição. Dos valores humanos
O enfermeiro, no seu exercício, observa os valores hu-
Artigo 99.º manos pelos quais se regem o indivíduo e os grupos em
que este se integra e assume o dever de:
Princípios gerais
a) Cuidar da pessoa sem qualquer discriminação econó-
1 — As intervenções de enfermagem são realizadas
mica, social, política, étnica, ideológica ou religiosa;
com a preocupação da defesa da liberdade e da dignidade
b) Salvaguardar os direitos das crianças, protegendo-as
da pessoa humana e do enfermeiro. de qualquer forma de abuso;
2 — São valores universais a observar na relação pro- c) Salvaguardar os direitos da pessoa idosa, promo-
fissional: vendo a sua independência física, psíquica e social e o
a) A igualdade; autocuidado, com o objetivo de melhorar a sua qualidade
b) A liberdade responsável, com a capacidade de esco- de vida;
lha, tendo em atenção o bem comum; d) Salvaguardar os direitos da pessoa com deficiência
c) A verdade e a justiça; e colaborar ativamente na sua reinserção social;
d) O altruísmo e a solidariedade; e) Abster-se de juízos de valor sobre o comportamento
e) A competência e o aperfeiçoamento profissional. da pessoa e não lhe impor os seus próprios critérios e
valores no âmbito da consciência e da filosofia de vida;
3 — São princípios orientadores da atividade dos en- f) Respeitar e fazer respeitar as opções políticas, cultu-
fermeiros: rais, morais e religiosas da pessoa e criar condições para
que ela possa exercer, nestas áreas, os seus direitos.
a) A responsabilidade inerente ao papel assumido pe-
rante a sociedade;
b) O respeito pelos direitos humanos na relação com os Artigo 103.º
destinatários dos cuidados; Dos direitos à vida e à qualidade de vida
c) A excelência do exercício na profissão em geral e na
relação com outros profissionais. O enfermeiro, no respeito do direito da pessoa à vida
durante todo o ciclo vital, assume o dever de:
a) Atribuir à vida de qualquer pessoa igual valor, pelo
Artigo 100.º
que protege e defende a vida humana em todas as cir-
Dos deveres deontológicos em geral cunstâncias;
O enfermeiro assume o dever de: b) Respeitar a integridade biopsicossocial, cultural e
espiritual da pessoa;
a) Cumprir as normas deontológicas e as leis que regem c) Participar nos esforços profissionais para valorizar a
a profissão; vida e a qualidade de vida;
b) Responsabilizar-se pelas decisões que toma e pelos d) Recusar a participação em qualquer forma de tortura,
atos que pratica ou delega; tratamento cruel, desumano ou degradante.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015 8103

Artigo 104.º 3 — O disposto no número seguinte aplica-se, com as


Do direito ao cuidado
necessárias adaptações, às declarações prestadas pelo en-
fermeiro em violação do sigilo profissional fora de juízo.
O enfermeiro, no respeito do direito ao cuidado na saúde 4 — O enfermeiro apenas pode revelar factos sobre os
ou doença, assume o dever de: quais tome conhecimento no exercício da sua profissão
a) Corresponsabilizar-se pelo atendimento do indivíduo após autorização do presidente do conselho jurisdicional,
em tempo útil, de forma a não haver atrasos no diagnóstico nos termos previstos no regulamento do conselho juris-
da doença e respetivo tratamento; dicional.
b) Orientar o indivíduo para o profissional de saúde
adequado para responder ao problema, quando o pedido Artigo 107.º
não seja da sua área de competência;
Do respeito pela intimidade
c) Respeitar e possibilitar ao indivíduo a liberdade de
opção de ser cuidado por outro enfermeiro, quando tal Atendendo aos sentimentos de pudor e interioridade
opção seja viável e não ponha em risco a sua saúde; inerentes à pessoa, o enfermeiro assume o dever de:
d) Assegurar a continuidade dos cuidados, registando
com rigor as observações e as intervenções realizadas; a) Respeitar a intimidade da pessoa e protegê-la de
e) Manter-se no seu posto de trabalho enquanto não for ingerência na sua vida privada e na da sua família;
substituído, quando a sua ausência interferir na continui- b) Salvaguardar sempre, no exercício das suas funções
dade de cuidados. e na supervisão das tarefas que delega, a privacidade e a
intimidade da pessoa.

Artigo 105.º
Do dever de informação Artigo 108.º
No respeito pelo direito à autodeterminação, o enfer- Do respeito pela pessoa em situação de fim de vida
meiro assume o dever de: O enfermeiro, ao acompanhar a pessoa nas diferentes
a) Informar o indivíduo e a família no que respeita aos etapas de fim de vida, assume o dever de:
cuidados de enfermagem; a) Defender e promover o direito da pessoa à escolha
b) Respeitar, defender e promover o direito da pessoa do local e das pessoas que deseja que o acompanhem em
ao consentimento informado;
situação de fim de vida;
c) Atender com responsabilidade e cuidado todo o pe-
dido de informação ou explicação feito pelo indivíduo em b) Respeitar e fazer respeitar as manifestações de perda
matéria de cuidados de enfermagem; expressas pela pessoa em situação de fim de vida, pela
d) Informar sobre os recursos a que a pessoa pode ter família ou pessoas que lhe sejam próximas;
acesso, bem como sobre a maneira de os obter. c) Respeitar e fazer respeitar o corpo após a morte.

Artigo 106.º Artigo 109.º


Do dever de sigilo Da excelência do exercício

1 — O enfermeiro está obrigado a guardar segredo pro- O enfermeiro procura, em todo o ato profissional, a
fissional sobre o que toma conhecimento no exercício da excelência do exercício, assumindo o dever de:
sua profissão, assumindo o dever de:
a) Analisar regularmente o trabalho efetuado e reco-
a) Considerar confidencial toda a informação acerca do nhecer eventuais falhas que mereçam mudança de atitude;
alvo de cuidados e da família, qualquer que seja a fonte; b) Procurar adequar as normas de qualidade dos cuida-
b) Partilhar a informação pertinente só com aqueles dos às necessidades concretas da pessoa;
que estão implicados no plano terapêutico, usando como c) Manter a atualização contínua dos seus conheci-
critérios orientadores o bem-estar, a segurança física, emo- mentos e utilizar de forma competente as tecnologias,
cional e social do indivíduo e família, assim como os seus
sem esquecer a formação permanente e aprofundada nas
direitos;
c) Divulgar informação confidencial acerca do alvo ciências humanas;
de cuidados e da família só nas situações previstas na lei, d) Assegurar, por todos os meios ao seu alcance, as
devendo, para o efeito, recorrer a aconselhamento deon- condições de trabalho que permitam exercer a profissão
tológico e jurídico; com dignidade e autonomia, comunicando, através das vias
d) Manter o anonimato da pessoa sempre que o seu caso competentes, as deficiências que prejudiquem a qualidade
for usado em situações de ensino, investigação ou controlo de cuidados;
da qualidade de cuidados. e) Garantir a qualidade e assegurar a continuidade dos
cuidados das atividades que delegar, assumindo a respon-
2 — Não podem fazer prova em juízo as declarações sabilidade pelos mesmos;
prestadas pelo enfermeiro em violação do sigilo profissio- f) Abster-se de exercer funções sob influência de subs-
nal, ressalvado o disposto nos artigos 135.º do Código de tâncias suscetíveis de produzir perturbação das faculdades
Processo Penal e 417.º do Código de Processo Civil. físicas ou mentais.
8104 Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015

Artigo 110.º CAPÍTULO VII


Da humanização dos cuidados Receitas, despesas e fundos da Ordem
O enfermeiro, sendo responsável pela humanização dos
cuidados de enfermagem, assume o dever de: Artigo 114.º
a) Dar, quando presta cuidados, atenção à pessoa como Autonomia patrimonial e financeira
uma totalidade única, inserida numa família e numa co-
A Ordem dispõe de autonomia patrimonial e financeira.
munidade;
b) Contribuir para criar o ambiente propício ao desen-
volvimento das potencialidades da pessoa. Artigo 115.º
Receitas da Ordem a nível nacional
Artigo 111.º
Constituem receitas da Ordem, a nível nacional:
Dos deveres para com a profissão
a) A percentagem do produto das taxas de inscrição ou
Consciente de que a sua ação se repercute em toda a outras, fixada em assembleia geral;
profissão, o enfermeiro assume o dever de: b) A percentagem do montante das quotizações mensais
a) Manter no desempenho das suas atividades, em to- dos seus membros, fixada pela assembleia geral;
das as circunstâncias, um padrão de conduta pessoal que c) O produto da atividade editorial;
dignifique a profissão; d) O produto da prestação de serviços e outras atividades;
b) Ser solidário com os outros membros da profissão e) O produto de heranças, legados, donativos e subsídios;
em ordem à elevação do nível profissional; f) Os patrocínios;
c) Proceder com correção e urbanidade, abstendo-se de g) As multas;
qualquer crítica pessoal ou alusão depreciativa a colegas h) Os rendimentos dos bens que lhe estejam afetos;
ou a outros profissionais; i) Os juros de contas de depósito;
d) Abster-se de receber benefícios ou gratificações além j) Quaisquer outras receitas que lhe sejam atribuídas
das remunerações a que tenha direito;
por lei.
e) Recusar a participação em atividades publicitá-
rias de produtos farmacêuticos e equipamentos técnico-
-sanitários. Artigo 116.º
Artigo 112.º Receitas das secções regionais
Dos deveres para com outras profissões Constituem receitas das secções regionais:
O enfermeiro assume, como membro da equipa de a) A percentagem do produto das taxas de inscrição
saúde, o dever de:
ou outras afetas à respetiva secção regional, fixada em
a) Atuar responsavelmente na sua área de competência e assembleia geral;
reconhecer a especificidade das outras profissões de saúde, b) A percentagem do montante das quotizações men-
respeitando os limites impostos pela área de competência sais dos membros da Ordem inscritos na respetiva secção
de cada uma; regional, fixado em assembleia geral;
b) Trabalhar em articulação com os restantes profissio- c) O produto das atividades de âmbito regional desen-
nais de saúde; volvidas pelos respetivos serviços;
c) Integrar a equipa de saúde, em qualquer serviço em d) Os patrocínios referente a atividades regionais;
que trabalhe, colaborando, com a responsabilidade que
e) O rendimento dos bens móveis e imóveis da Ordem
lhe é própria, nas decisões sobre a promoção da saúde, a
prevenção da doença, o tratamento e recuperação, promo- afetos à secção regional;
vendo a qualidade dos serviços. f) Os juros de contas de depósito, afetas à secção re-
gional;
Artigo 113.º g) Quaisquer outras receitas que lhe sejam atribuídas
por lei ou por deliberação da assembleia geral.
Da objeção de consciência
1 — O enfermeiro, no exercício do seu direito de objetor Artigo 117.º
de consciência, assume o dever de: Despesas da Ordem
a) Proceder segundo os regulamentos internos da Ordem São despesas da Ordem as relativas à instalação, ao
que regem os comportamentos do objetor, de modo a não
prejudicar os direitos das pessoas; pessoal, à manutenção, ao funcionamento e todas as demais
b) Declarar, atempadamente, a sua qualidade de objetor necessárias à prossecução das suas atribuições.
de consciência, para que sejam assegurados, no mínimo
indispensável, os cuidados a prestar; Artigo 118.º
c) Respeitar as convicções pessoais, filosóficas, ideo- Constituição do fundo de reserva
lógicas ou religiosas da pessoa e dos outros membros da
equipa de saúde. 1 — É constituído um fundo de reserva, representado
em dinheiro depositado, correspondendo a 10 % do saldo
2 — O enfermeiro não pode sofrer qualquer prejuízo anual das contas de gerência.
pessoal ou profissional pelo exercício do seu direito à 2 — O fundo de reserva destina-se a fazer face a des-
objeção de consciência. pesas extraordinárias.
Diário da República, 1.ª série — N.º 181 — 16 de setembro de 2015 8105

Artigo 119.º d) Ofertas de emprego na Ordem;


Encerramento das contas
e) Registo atualizado dos membros, da qual consta:

As contas da Ordem são encerradas a 31 de dezembro i) O nome, o domicílio profissional e o número de car-
de cada ano. teira ou cédula profissionais;
ii) A designação do título e das especialidades profis-
Artigo 120.º sionais;
iii) A situação de suspensão ou interdição temporária
Cobrança de receitas do exercício da atividade, se for caso disso;
A cobrança dos créditos resultantes do não pagamento
de quotização e de taxas decorrentes de prestação de ser- f) Registo atualizado dos profissionais em livre presta-
viços, segue o regime jurídico do processo de execução ção de serviços no território nacional, que se consideram
tributária. inscritos nos termos do n.º 2 do artigo 4.º da Lei n.º 9/2009,
de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de
agosto, e 25/2014, de 2 de maio, que contemple:
CAPÍTULO VIII
i) O nome e o domicílio profissionais e, caso exista, a
Balcão único e transparência da informação designação do título profissional de origem e das respetivas
especialidades;
Artigo 121.º ii) A identificação da associação pública profissional
no Estado membro de origem, na qual o profissional se
Balcão único
encontre inscrito;
1 — Todos os pedidos, comunicações e notificações iii) A situação de suspensão ou interdição temporária
entre a Ordem e profissionais, sociedades de enfermeiros do exercício da atividade, se for caso disso;
ou outras organizações associativas de profissionais, com iv) A informação relativa às sociedades de profissionais
exceção dos relativos a procedimentos disciplinares, são ou outras formas de organização associativa de profis-
realizados por meios eletrónicos, através do balcão único sionais para que prestem serviços no Estado membro de
eletrónico dos serviços, referido nos artigos 5.º e 6.º do origem, caso aqui prestem serviços nessa qualidade.
Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, acessível através
do sítio na Internet da Ordem.
2 — Quando, por motivos de indisponibilidade das pla- CAPÍTULO IX
taformas eletrónicas, não for possível o cumprimento do Disposições finais
disposto no número anterior, a transmissão da informação
em apreço pode ser feita por entrega nos serviços da Or- Artigo 123.º
dem, por remessa pelo correio sob registo, por telecópia
ou por correio eletrónico. Tutela administrativa
3 — A apresentação de documentos em forma simples, Os poderes de tutela administrativa sobre a Ordem dos
nos termos dos números anteriores, dispensa a remessa Enfermeiros, nos termos do artigo 45.º da Lei n.º 2/2013,
dos documentos originais, autênticos, autenticados ou cer- de 10 de janeiro, e do presente Estatuto, são exercidos
tificados, sem prejuízo do disposto na alínea a) do n.º 3 pelo membro do Governo responsável pela área da saúde.
e nos n.os 4 e 5 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 92/2010,
de 26 de julho. Artigo 124.º
4 — É ainda aplicável aos procedimentos referidos no
presente artigo, o disposto nas alíneas d) e e) do artigo 5.º Controlo jurisdicional
e no n.º 1 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 No âmbito do exercício dos poderes públicos da Or-
de julho. dem fica sujeita à jurisdição administrativa, nos termos
dos artigos 46.º e 47.º da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro.
Artigo 122.º
Informação na Internet
Para além da informação prevista no artigo 23.º da PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS
Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, no n.º 3 do artigo 6.º do
Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, e no n.º 4 do ar-
tigo 19.º da Diretiva 2000/31/CE, do Parlamento Europeu Decreto-Lei n.º 196/2015
e do Conselho, de 8 de junho de 2000, relativa a certos de 16 de setembro
aspetos legais dos serviços da sociedade de informação,
em especial do comércio eletrónico, no mercado interno, Há cerca de 19 anos, através do Decreto-Lei n.º 176/96,
a Ordem deve disponibilizar ao público em geral, através de 21 de setembro, foi instituído em Portugal o designado
do seu sítio eletrónico na Internet, as seguintes informa- regime jurídico do preço fixo do livro, tendo como prin-
ções: cipais objetivos a «correção das anomalias verificadas no
a) Regime de acesso e exercício da profissão; mercado do livro» e a criação de «condições para a revita-
b) Princípios e regras deontológicos e normas técnicas lização do setor, um dos aspetos marcantes da prossecução
aplicáveis aos seus membros; de uma política cultural visando o desenvolvimento nos
c) Procedimento de apresentação de queixa ou recla- domínios do livro e da leitura».
mações pelos destinatários relativamente aos serviços Não obstante as alterações introduzidas àquele di-
prestados pelos profissionais no âmbito da sua atividade; ploma pelo Decreto-Lei n.º 216/2000, de 2 de setembro,

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