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REDES DE ATENÇÃO À

SAÚDE (RAS) - LINHAS


DE CUIDADO
PROFA(S) DRA. SUZIANA VASCONCELOS E MS. CAROLINE MOREIRA

MÓDULO: GESTÃO EM SERVIÇOS E SAÚDE


RAS

• O Sistema Único de Saúde (SUS) se vê diante de uma tripla carga de


doenças.

• Este processo decorre de profundas transformações socioeconômicas e


consequentemente de estilo de vida, e impacta diretamente na saúde dos
indivíduos e comunidades.

(BRASIL, 2012)
RAS

• Redes de Atenção à Saúde (RAS) surgem como uma possibilidade para a


reestruturação dos serviços e processos de saúde, rumo ao restabelecimento da
coerência entre os princípios e diretrizes do SUS e o perfil
epidemiológico da população brasileira.

• Para garantir a integralidade, universalidade e equidade da atenção à saúde da


população brasileira, surge então a RAS através da Portaria GM nº 4.279 de
dezembro de 2010.
(BRASIL, 2012)
RAS - DEFINIÇÃO

“arranjos organizativos de ações e


serviços de saúde, de diferentes
densidades tecnológicas, que
integradas por meio de sistemas de
apoio técnico, logístico e de gestão,
buscam garantir a integralidade do
cuidado”.
(BRASIL, 2010)
RAS - OBJETIVO

• Promover a integração de ações e serviços de saúde para prover uma atenção à


saúde de forma contínua, integral, de qualidade, responsável, humanizada, com
vistas à consolidação dos princípios e diretrizes do SUS.

(BRASIL, 2012)
CARACTERÍSTICAS DAS RAS

a) Formar relações horizontais entre os diferentes pontos de atenção: os pontos


de atenção passem a ser entendidos como espaços onde são ofertados alguns serviços de
saúde, sendo todos igualmente importantes para que sejam cumpridos os objetivos da rede
de atenção.

Igualmente importantes
(BRASIL, 2010, 2012)
CARACTERÍSTICAS DAS RAS

b. Atenção Primária à Saúde como centro de comunicação: embora seja


preconizada a relação horizontal, ou seja, não hierárquica entre os níveis e pontos de
atenção à saúde, não significa que um deles não deva ser priorizado.

(BRASIL, 2010, 2012)


CARACTERÍSTICAS DAS RAS

Modelo Hierárquico Modelo Poliárquico

(BRASIL, 2010, 2012)


CARACTERÍSTICAS DAS RAS

c. Planejar e organizar as ações segundo as necessidades de saúde de uma


população específica: basear-se no diagnóstico da população adscrita à equipe de
saúde, considerando fatores e determinantes da saúde desta população.

(BRASIL, 2012)
CARACTERÍSTICAS DAS RAS

d. Ofertar atenção contínua e integral:

◼ atenção integral para solucionar aproximadamente 80% dos problemas de saúde;

◼ outros 20% dos casos seguem um fluxo de tratamento onde a densidade tecnológica
aumenta em cada nível de atenção que se sucede.

◼ ao final, a continuidade da atenção deverá ser mantida pelas equipes da APS.

(BRASIL, 2012)
CARACTERÍSTICAS DAS RAS

e. Cuidado multiprofissional: composição multiprofissional das equipes de saúde


porque os problemas de saúde muitas vezes são multicausais e complexos, e
necessitam de diferentes olhares profissionais para o devido manejo.

(BRASIL, 2012)
CARACTERÍSTICAS DAS RAS

f. Compartilhar objetivos e compromissos com os resultados, em termos


sanitários e econômicos:

Gerar o melhor custo-benefício para a população atendida (BRASIL, 2012)


ALGUNS ATRIBUTOS DA RAS

(BRASIL, 2012)
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA RAS

(BRASIL, 2012)
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA RAS
1. População

(BRASIL, 2012)
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA RAS

2. Estrutura Operacional

(BRASIL, 2012)
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA RAS

2.a. Centro de Comunicação

APS: ordenadora e coordenadora dos fluxos e contra-fluxos do cuidado. (BRASIL, 2012)


ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA RAS

2.b. Pontos de Atenção à Saúde secundários e terciários


Servem de apoio aos serviços da APS.

(BRASIL, 2012)
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA RAS

2.c. Sistemas de Apoio


Locais onde são prestados serviços de saúde comuns a todos os pontos de atenção.

(BRASIL, 2012)
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA RAS
2.d. Sistema Logístico
Oferecem soluções em saúde baseadas nas tecnologias de
informação, voltadas para promover a eficaz integração e comunicação entre
pontos de atenção à saúde e os sistemas de apoio.

(BRASIL, 2012)
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA RAS

2.e. Sistemas de Governança

São arranjos institucionais organizados que


envolvem diferentes atores, estratégias e
procedimentos, para gerir, de forma
compartilhada e interfederativa, as relações
entre as outras quatro estruturas operacionais
citadas anteriormente.

(BRASIL, 2012)
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA RAS

3. Modelo de Atenção à Saúde

Devem subsidiar
toda a formação e
implantação das
RAS, tendo como
foco prioritário as
condições crônicas e
Doenças Crônicas não somente as
X condições agudas.
Doenças Agudas

Modelo de atenção às condições crônicas: APS é o centro da RAS


(BRASIL, 2012)
Modelo de atenção às condições agudas: APS não é o centro da RAS
REDES PRIORITÁRIAS

A rede de atenção à saúde


temática deve se organizar a
partir da necessidade de
enfrentamentos de
vulnerabilidades, agravos ou
doenças que acometam as
pessoas ou as populações.
REDES PRIORITÁRIAS

• Rede de Atenção Materno-Infantil (anteriormente Rede Cegonha): tem um recorte de atenção à


mulher em idade fértil, gestante, puérpera e criança de até 24 meses.

• Rede de Atenção às Urgências e Emergências: articular e integrar o acesso aos usuários em situação
de urgência nos serviços de saúde, de forma ágil e oportuna.

• Rede de Atenção Psicossocial: prioridade para o Enfrentamento do Álcool, Crack, e outras Drogas.

• Rede de Atenção às Doenças e Condições Crônicas: iniciando-se pelo câncer (intensificação da


prevenção e controle do câncer de mama e colo do útero).

• Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência: garantir a atenção integral às pessoas com deficiência
física, visual, auditiva, intelectual, ostomia e múltiplas deficiências.
O QUE SÃO LINHAS DE CUIDADO?

Assegurar padrões clínicos ótimos;


diminuição de riscos para os usuários
e profissionais; prestação de serviços
efetivos e melhoria na qualidade da
atenção à saúde nas RAS

Onde os • Diretrizes Clínicas


profissionais de • Linha de Cuidado
saúde têm maior • Gestão da Condição de Saúde
responsabilidade • Gestão de Caso
• Auditoria Clínica
• Lista de Espera
O QUE SÃO LINHAS DE CUIDADO?
O QUE SÃO LINHAS DE CUIDADO?
DIRETRIZES CLÍNICAS
RELAÇÃO LINHA DE CUIDADO E RAS
RELAÇÃO LINHA DE CUIDADO E RAS
RELAÇÃO LINHA DE CUIDADO E RAS
ORGANIZAÇÃO DA LINHA DE CUIDADO
ORGANIZAÇÃO DA LINHA DE CUIDADO
EXEMPLO: LINHAS DE CUIDADO NA RAS DE
DOENÇAS CRÔNICAS
EXEMPLO: LINHAS DE CUIDADO NA RAS DE
DOENÇAS CRÔNICAS

• MODELO DE ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES CRÔNICAS (MACC):


EXERCITANDO...
EXEMPLO: LINHA DE CUIDADO DO DIABETES MELLITUS
EXERCITANDO...
EXEMPLO: LINHA DE CUIDADO DO DIABETES MELLITUS
• PASSOS DE MODELAGEM DA LINHA DE CUIDADO DO DM PARA A EQUIPE DE
ATENÇÃO BÁSICA INICIAR O PROCESSO DE ORGANIZAÇÃO COM O APOIO
DA GESTÃO MUNICIPAL E ESTADUAL:
❑ Propósitos:
▪ Fornecer informações técnicas
confiáveis;
▪ Evidências científicas para os
profissionais e gestores no
enfrentamento da condição
crônica prevalente no município;
▪ Orientar a organização da rede
temática aos portadores desta
condição.
DE ACORDO COM A CONFIRMAÇÃO DO
DIAGNÓSTICO:

São determinadas as ações:


ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO

❑ Controle metabólico inadequado, níveis pressóricos


estágio I e II, com condições clínicas associadas
(CCA), ou estágio III com ou sem CCA

❑ Controle metabólico inadequado, níveis pressóricos


estágio I e II, sem condições clínicas associadas (CCA)

❑ Controle metabólico inadequado e níveis pressóricos


limítrofes

❑ Indivíduos com pré-diabetes

FORTALEZA, 2016
PERIODICIDADE DAS AVALIAÇÕES NA ATENÇÃO
PRIMÁRIA À SAÚDE (APS)

Nº mínimo de consultas/ano – Atenção Primária (APS)


Grupos
Enfermeiro
Nutricionista/ Educativos
Risco* Médico (Avaliação Pé Odontólogo
NASF (Equipe
Diabético)
UAPS/NASF)
Baixo Anual Anual Se necessário Anual Trimestral
Médio Semestral Anual Anual Anual Trimestral
Alto Semestral Semestral Semestral Anual Semestral
Muito alto Semestral Semestral Trimestral Anual Semestral
*Em toda consulta de enfermagem, o enfermeiro deve realizar também avaliação do pé diabético
PERIODICIDADE DAS AVALIAÇÕES NA ATENÇÃO
ESPECIALIZADA (AE)

Nº mínimo de consultas/ano – Atenção Especializada (AE)


Risco Endocrinologista Cardiologista* Oftalmologista Nefrologista* Vascular Neurologista
Baixo Anual Se necessário Se necessário
Médio Anual Se necessário Se necessário
Alto Semestral Semestral Se necessário Se necessário
Muito
Quadrimestral Trimestral Se necessário Se necessário
alto
*Os encaminhamentos para estas especialistas devem seguir as orientações das diretrizes de HAS e doença renal
crônica
PROJETO TERAPÊUTICO – DIABETES MELLITUS
PROJETO TERAPÊUTICO – DIABETES MELLITUS
REFERÊNCIAS

• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenças
crônicas nas Redes de Atenção à Saúde e nas linhas de cuidado prioritárias. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

• BRASIL. Ministério da Saúde. Curso de autoaprendizado Redes de Atenção à Saúde no Sistema Único de Saúde.
Brasília, 2012.

• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o
cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 160 p.

• FORTALEZA. Secretaria Municipal de Saúde. Coordenadoria das Políticas e Organização das Redes da Atenção à Saúde.
Células de Atenção às Condições Crônicas. Diretrizes clínicas: Diabetes Mellitus. Fortaleza: Secretaria Municipal da Saúde
de Fortaleza, 2016.

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