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Aula 01

PM-PI (Oficial) Passo Estratégico de


Conhecimentos Regionais - 2023
(Pré-Edital)

Autor:
Sergio Henrique

09 de Dezembro de 2022

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SUMÁRIO

00. Bate Papo Inicial - Apostas ........................................................................................ 2


1. Pré-História: Sítio Arqueológico Serra da Capivara ....................................................... 3
2. Povoamento e Formação Territorial ............................................................................ 5
2.1. Pecuária ................................................................................................................................. 5
2.2. Missões .................................................................................................................................. 6
3. A Capitania do Piauí ................................................................................................... 8
4. O Processo de Independência e a Construção do Estado Brasileiro ..............................10
4.1. Império do Brasil - Guerras da Independência ...................................................................... 10
4.2. A Independência do Brasil e a Batalha do Jenipapo .............................................................. 11
4.3. A Formação da PM-PI........................................................................................................... 11
5. Organização do Império Brasileiro: Primeiro Reinado .................................................13
5.1. A Constituição Outorgada de 1824 ....................................................................................... 13
5.2. A Confederação do Equador (1824) ..................................................................................... 14
6. Período Regencial .....................................................................................................15
6.1. Balaiada .............................................................................................................................. 15
7. A Transferência da Capital de Oeiras para Teresina ....................................................17
7.1. O Governador José Antônio Saraiva ..................................................................................... 19
8. O Ciclo da Maniçoba ..................................................................................................21
9. Exercícios ..................................................................................................................22
10. Considerações Finais ...............................................................................................46

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00. BATE PAPO INICIAL - APOSTAS


Olá, guerreiro! Tudo bem? Das nossas seis questões ao menos duas serão de História.
Devemos então focar nos principais temas que envolvam o Piauí, e minhas apostas são os sítios
arqueológicos nos Parques Nacionais Serra da Capivara, Serra das Confusões e Serra das Sete
Cidades. Ali os vestígios do povoamento da América são muito fartos e sugerem que a ocupação
ocorreu entre cinquenta e quarenta mil anos.
A formação econômica do território foi feita pela pecuária, pela cana, pelo algodão e
também pelas atividades extrativistas do babaçu, carnaúba e maniçoba. Essa é uma informação
essencial. A terceira aposta é o processo de independência da capitania do Piauí, emancipada do
Maranhão, no contexto da presença da corte portuguesa no Rio de Janeiro. Com o retorno da família
real para Portugal começaram as tensões que levaram à independência. O litoral entre o Piauí e o
Maranhão foi o palco da maior batalha travada entre os brasileiros e portugueses, as margens do
riacho do Jenipapo. É isso aí, pessoal, esses são as três principais! Mas todos os pontos da aula são
essenciais para seu bom desempenho. A Balaiada e a Confederação do Equador são também muito
quentes e tradicionalmente muito cobradas nos concursos, aposte na transferência da Capital de
Oeiras para Teresina e no ciclo da maniçoba, extração do látex, no início da República, entre 1890 e
1910 foi o auge e entrou em decadência devido à concorrência dos plantations ingleses na Malásia.

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1. PRÉ-HISTÓRIA: SÍTIO ARQUEOLÓGICO SERRA DA CAPIVARA

Um detalhe importante: visite o site da fundação do homem americano.


http://fumdham.org.br/parque/

Lá a arqueóloga Niéde Guidon reúne amostras arqueológicas, principalmente da Serra da


Capivara onde estão os paredões de pinturas rupestres, estudos e evidencias que concluíram que o
povoamento na América do Sul é bem anterior ao que se pensava. São tombados como patrimônio
arqueológico nacional desde 1979 e em 1991 a Unesco a inscreveu como patrimônio da
humanidade.

Os indígenas que habitavam o território do Piauí na época do início da colonização eram


povoados pelos indígenas tabajara e Cariri. Ao longo do processo de colonização foi grande a
violência contra os povos indígenas e as práticas recorrentes de escravização. Eram defendidos pelos
padres jesuítas, mas não conseguiam barrar os colonizadores. A guerra travada contra os indígenas
recebeu vários nomes, como a confederação dos cariris. No Piauí foi travada uma guerra até a
extinção de um grupo, a guerra contra os pimenteiras, entre 1769 até 1815, quando foram

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considerados extintos. Ao transferir a corte, Dom João declarou guerra contra os indígenas. Hoje o
avanço da fronteira agrícola pelo cerrado nordestino, pressiona as comunidades tradicionais e há
conflitos pela posse da terra entre indígenas, quilombolas e comunidades extrativistas. Abaixo
temos um temos as principais áreas com indígenas, que sofrem a pressão do agronegócio, como o
povo Kariri em Aldeia Serra Grande, em Queimada Nova, o povo Gamela na comunidade Pirajá e
Currais Novos.

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2. POVOAMENTO E FORMAÇÃO TERRITORIAL


No litoral a cana era culivada no modelo de plantation: Grandes propriedades, monocultoras,
com a produção voltada para a exportação. Foram escravizados indígenas e os africanos nos
engenhos, mas é importante destacar que o tráfico negreiro, que Portugal foi pioneiro,
movimentava uma enorme cadeia produtiva e muitos negócios. Ainda hoje a cana de açucar tem
importância, principalmente nas zonas litorâneas, onde era proibida outra atividade, senão o
engenho de açucar.
As principais atividades econômicas no território piauiense dessa época era a cana, o gado e
o tabaco, que era plantado quase que exclusivamente servir como moeda de troca por escravizados
na áfrica, trocados pelo escambo de tabaco e cachaça. Ao longo do século XIX o algodão passou a
ter destaque na produção e exportações do Estado.

Imagem - Revista Superinteressante

2.1. PECUÁRIA

As fazendas criadoras de gado abasteciam os engenhos de animais, carne e produtos de


couro. Era feita às margens dos rios, com o gado solto, e fazendeiros baianos e pernambucanos que
criavam gado às margens do rio São Francisco, na época chamado de “rio dos currais”, para ocupar
pastos ao rio Gurgeia. Até 1718 era território baiano e passou para a administração do Maranhão.

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Nessa época chegou o capitão Domingos Afonso Manfrense, um grande sesmeiro que possuía
dezenas de fazendas criadoras de gado e quando morreu, deixou sua fortuna para a ordem dos
padres jesuítas, a Cia de Jesus. Enquanto todo trabalho nos engenhos do litoral era de pessoas
escravizadas, na sociedade do couro, o indígena e o caboclo mestiço tiveram papel central no
trabalho de vaqueiros, que eram homens livres e remunerados pelas crias dos rebanhos, em geral,
um bezerro de cada cinco da primeira cria. Vaqueiro eram homens pobres que trabalhavam para os
tropeiros, esses homens muito ricos, que recebiam sesmarias e fundavam vilas.
A pecuária nordestina foi impulsionada pela descoberta de ouro nas minas de Vila Rica. O Piauí no
século XVIII abastecia do Maranhão às Minas Gerais. Foi o transporte do gado que abriu estradas
para levar os animais para as feiras baianas ou mineiras, onde negociavam caro os animais. Essas
estradas foram importantes para conectar por terra o interior do Nordeste Brasileiro ao Sudeste.
Havia os caminhos dos tropeiros e havia a navegação pelo rio São Francisco, por onde passavam os
principais fluxos de tropas.

2.2. MISSÕES

Os jesuítas tocaram as fazendas de gado e contribuíram muito para o desenvolvimento da


sociedade do couro piauiense. As missões jesuíticas vinham catequisar o nativo e construíam seus
tempos e escolas, onde também ensinavam atividades extrativistas e agropecuárias aos indígenas,
que se tornaram grandes vaqueiros. Até o século XVII colonizaram o litoral Jesuítas e colonos do
Maranhão. Foi grande o conflito com os Tremembés, que além de resistir a colonização e contra
atacar as fazendas, não se converteram.
No início do século XVIII, por volta de 1607, alguns padres missionários começam a viajar de
Pernambuco rumo ao Maranhão e fixaram-se na região do delta do Parnaíba. Nas décadas de 1660
e 1670, grupos de bandeirantes paulistas se embrenham pelo Piauí para caçar índios. Uma dessas
expedições foi chefiada por Domingos Jorge Velho, o bandeirante que mais tarde liderou a guerra
que derrotou o quilombo dos Palmares, entre a Bahia e Alagoas. Em 1712 foi fundada Oeiras, sede
do governo, no centro do Estado. Em 1759 a ordem dos jesuítas foi expulsa do Brasil pelo primeiro
ministro português, Marquês de Pombal.
O sincretismo é muito forte na formação cultura do piauiense, ou seja, a mistura de
elementos culturais católicos europeus, trazidos pelos padres, com elementos da cultura indígena e
africana. Era muito comum a devoção à Santo Antônio e Nossa Senhora do Rosário, nas irmandades
católicas leigas, que cuidavam dos doentes, enterros e faziam caridade. Um exemplo de sincretismo
é a lezeira, danças e cânticos em que as pessoas se divertem após as rezas, é tombada pelo IPHAN

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como patrimônio imaterial. O principal ritual católico popular são as romarias, e em Oeiras temos a
procissão do fogaréu.

Oeiras - Patrimônio Cultural Brasileiro e Capital da Fé. A religiosidade católica está arraigada no município que encontra seu auge no período da
Semana Santa https://www.pi.gov.br/

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3. A CAPITANIA DO PIAUÍ
A partir da segunda metade do século XVIII, no reinado de D. José I e do gabinete de Sebastião
José de Carvalho e Melo inicia-se um processo de fortalecimento do estado português na América.
Bem como, em 1750 tem início um processo de reorganização da conquista das capitanias do Norte.
Mediante esse contexto, D. José I determinou a criação do Estado do Grão-Pará e Maranhão.
Pretendia transferir de São Luís para Belém o centro de poder e ficando responsável pela
administração Francisco Xavier de Mendonça. Foram criadas simultaneamente a Capitania do Rio
Negro e a Capitania do Piauí, a primeira desmembrada do Pará e a segunda do Maranhão. Em 1758
foi criada oficialmente a Capitania de São José do Piauí. Em 1761 a Vila da Mocha foi elevada à
categoria de cidade. Nas cidades ficavam os palácios dos governadores e membros do alto escalão
da administração colonial, a câmara municipal, a sede do governo e um pelourinho. O pelourinho é
um símbolo português, monumento parecido com um obelisco, que representava a presença o da
lei portuguesa e de suas armas.

Debret 1834, Pelourinho, Rio de Janeiro.

A carta Régia de 19 de junho de 1761 ordenava ao governador do Piauí a fundação de vilas,


justamente no momento em que a Vila da Mocha passou a ser cidade, a única da capitania foi então
a primeira capital, rebatizada com o nome de Oeiras do Piauí. No mesmo ano, o governador iniciou
o processo para instalação das seguintes vilas: Vila de Parnaguá, Vila de Jerumenha, Vila de Campo,
Vila de Parnaíba, Vila de Marvão e Vila de Valença.

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Disponível em: https://www.snh2019.anpuh.org/resources/anais/8/1564778691_ARQUIVO_ArtigoANPUH2019DeanSoaresRodrigues.pdf

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4. O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA E A CONSTRUÇÃO DO ESTADO


BRASILEIRO
A presença da corte portuguesa entre 1808 e 1822 não foi muito bem vinda pela maioria no
Nordeste. Em Recife eclodiu a Revolução Pernambucana em 1817, influenciada por ideias liberais e
republicanas, as mesmas da Revolução Francesa, que influenciou a Conjuração Baiana e a
Independência dos EUA.
Após a independência do Brasil em 1822, algumas províncias continuaram sobre o poder de
Portugal (entre essas, o Piauí). Portugal, com medo de perder essa província, mandou, de Oeiras
à cidade de Parnaíba, tropas portuguesas; o grupo recebeu adesões, mas acabou derrotado em
1823, por ocasião da Batalha do Jenipapo, onde piauienses lutaram contra os portugueses com
armas brancas em Campo Maior. A tropa de Fidié, capitão da tropa portuguesa, saiu enfraquecida
e este acabou por ser preso em Caxias, no Maranhão. Alguns anos depois, movimentos revoltosos,
como a Confederação do Equador e a Balaiada, atingiram também o Piauí.
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4.1. IMPÉRIO DO BRASIL - GUERRAS DA INDEPENDÊNCIA

A Independência do Brasil foi marcada por uma série de eventos ocorridos entre 1822 e 1824,
num contexto de conflitos regionais. A influência de Portugal sobre o Brasil era mantida pelas
guarnições em portos estratégicos e queriam retomar o controle do Brasil. As regiões que estavam
mais ligadas a Portugal, como Piauí, Maranhão, Pará e Bahia, foram atacadas por tropas lusitanas
em resistência à emancipação.
Na Bahia ocorreram episódios de grande conflito, durando de 19 de fevereiro de 1822 e com
desfecho em 2 de julho de 1823, motivado pelo sentimento federalista emancipador de seu povo,
terminou pela inserção da então província na unidade nacional brasileira, durante a Guerra da
Independência do Brasil.
A Província do Piauí, tradicional produtora de gado, os grandes proprietários estavam ligados
à Metrópole, inclusive por laços de sangue. A adesão à Independência do Brasil foi proclamada na
vila de Parnaíba, ao passo que no interior e na capital estava sob o controle das tropas do Exército
português. As tropas brasileiras foram inicialmente derrotadas na batalha do Jenipapo, em 13 de
março de 1823, a data que foi incluída na bandeira do Piauí.
Enviada do Rio de Janeiro, uma frota comandada pelo Lord inglês Thomas Cochrane, que foi
contratado para comandar a Armada Imperial brasileira. Atuou no comando das guerras de
independência do Brasil. Ele era um militar inglês experiente que participou das guerras de

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independência do Chile. Também foi o responsável por debelar a Confederação do Equador em


1824.

4.2. A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL E A BATALHA DO JENIPAPO

Aconteceu em março de 1823, no vilarejo do Campo Maior, no Piauí, e faz parte de uma série
de conflitos que eclodiram após a declaração da Independência em 1822. O governo português
queria manter seus territórios no norte do país. Em janeiro de 1823, Manuel de Sousa Martins, o
futuro Visconde de Parnaíba, aderiu à Independência e assumiu a presidência da Junta do Governo
do Piauí. O major português João José da Cunha Fidié, fora nomeado para governar Oeiras e liderou
a frota portuguesa nas batalhas navais. Em 13 de março, um grupo de aproximadamente 500
sertanejos mal armados enfrentou as tropas do major Fidié. A batalha durou cerca de cinco horas.
Estima-se que 200 sertanejos morreram no embate. A frota de Fidié, embora vitoriosa, saiu do
conflito enfraquecida e foi derrotada em Caxias, no Maranhão. A cidade de Parnaíba declarou a
independência em outubro de 1822, e foi capital provisória durante a guerra.

A Batalha do Jenipapo teve um papel muito importante para garantir a Independência


do Brasil e manter a unidade nacional, uma vez que o governo português pretendia, após
o 7 de setembro, manter, pelo menos, a parte norte do Brasil como colônia. A Coroa
portuguesa fracassara graças à Batalha do Jenipapo, entre tantas outras lutas ocorridas
em províncias do Norte e Nordeste, estava consolidada a Independência do Brasil.

Embora durante as guerras de independência travadas contra o Império português em


solo piauiense, entre 1822 e 1823, não existisse um corpo policial militar regular que
pudesse ser nomeado de Polícia, houve a formação de diversos destacamentos
paramilitares organizados ora pelas autoridades que defendiam a causa da
independência, ora pela própria população imbuída de forte sentimento nacionalista.

4.3. A FORMAÇÃO DA PM-PI

O Ministro da Justiça da Regência, Padre Diogo Antônio Feijó, criou em 18 de agosto de 1831,
o Corpo de Guardas Municipais Permanentes no Rio de Janeiro e a Guarda Nacional na Corte e em

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todas as províncias, ambos subordinados ao Ministério da Justiça e que constituíram a principal força
armada do Império. Com esta medida as províncias criaram seus efetivos militares. Uma vez eleita e
reunida a primeira Assembleia Legislativa da Província, foi votada a Lei Provincial n° 13, de 25 de
junho de 1835, que criou seu Corpo de Polícia, pelo presidente da Província, o Barão da Parnaíba.
Na ocasião também foi nomeado o primeiro Comandante do Corpo de Polícia da Província do
Piauí, o Capitão do Exército Antônio de Sousa Mendes, escolhido não por ser sobrinho do Barão e
presidente da Província, mas pelo próprio valor militar já demonstrado nas lutas pela independência,
e que se ressaltaria depois na guerra dos Balaios.

Casa da Pólvora, em Oeiras: referência fundamental na História do Piauí e também da Polícia Militar. Visite:
http://www.pm.pi.gov.br/memorial.php

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5. ORGANIZAÇÃO DO IMPÉRIO BRASILEIRO: PRIMEIRO REINADO


Com o Brasil independente, vários desafios se colocaram diante de D. Pedro quando foi
coroado como Imperador do Brasil. Seu reinado foi curto, pois durou de 1822 a 1831 quando, devido
à queda de sua popularidade foi obrigado, por inexistir saída política, a abdicar o trono. A
historiografia (produção cientifica da história) do Brasil sobre o período tende a retratar o período
do primeiro reinado destacando os desmandos de Dom Pedro, principalmente pelos historiadores
republicanos no começo do século XX. Em Portugal, quando morreu era Duque e Herói nacional, por
ter liderado uma guerra civil vitoriosa.
Com o país independente era necessário escrever uma constituição para o Brasil. Em 1823 foi
promulgada (votada) uma constituição que ficou conhecida como constituição da mandioca, pois
previa voto censitário (o eleitor para votar tem que ter determinada renda anual que era calculada
pela quantidade de mandioca plantada, por ser o alimento dos escravos). Esta constituição possuía
a divisão do país em 3 poderes (executivo, legislativo e judiciário – influência do pensamento liberal)
e limitava os poderes do imperador. D. Pedro não gostou disso e dissolveu a constituição.

5.1. A CONSTITUIÇÃO OUTORGADA DE 1824

Lançou em 1824 uma nova constituição outorgada (imposta) que possuía 4 poderes:
executivo, legislativo e judiciário e um quarto, que era o poder moderador. Este poder era
representado pela figura do imperador, que passava a ter poderes quase absolutos. De acordo com
esta constituição ele podia dissolver o parlamento (câmara dos deputados) quando quisesse e
convocaria novas eleições, poderia barrar qualquer medida que não concordasse. Só havia
deputados federais e as províncias não poderiam eleger representantes locais. Os governadores de
província eram indicados pelo imperador e os senadores tinham cargo vitalício.
Com pequenas mudanças (a criação das assembleias estaduais e a lei áurea por exemplo) ela se
manteve como a constituição do império até a proclamação da República.

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5.2. A CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR (1824)

O ato de dissolver a constituição de 1823 gerou muitas revoltas, e no Nordeste eclodiu uma
revolta separatista contra o autoritarismo de D. Pedro: A confederação do Equador. Foi uma revolta
republicana que chegou a se separar, mas foi sufocada. Com a independência as províncias não
passaram a ter mais liberdade, o que era uma reinvindicação dos liberais. Na verdade, a liberdade
tendia a diminuir com as mostras do autoritarismo e do pensamento conservador centralista (que
defendia todo o poder concentrado na capital do país, sem autonomia provincial). Os presidentes
de província, de acordo com a constituição outorgada de 1824 seriam indicados pelo imperador.
Ocorreram muitos protestos contra a nomeação de Pais Barreto. O mesmo ocorreu na
Paraíba e no Ceará. Em Pernambuco a reação mais incisiva foi de Manoel Carvalho Andrade, um
liberal que participou da Revolução de 1817 e se exilou nos EUA. Lá sua convicção liberal republicana
de consolidou. Ele lidera a resistência contra o imperador: A confederação do Equador, que eclodiu
em 1824.
Foi muito importante o papel da imprensa liberal, e destacadamente de dois jornais: O
sentinela da liberdade na guarita de Pernambuco, de Cipriano Barata, e o Tifis Pernambucano,
dirigido por frei Caneca. Realizaram um levante contra o governo do conservador Barreto e seus
aliados que era conhecido como a “junta dos matutos” instalaram uma junta governativa na cidade
de Goiana.

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Conclamaram o levante dos estados do Nordeste e o apelo foi seguido pelo Ceará, Rio Grande
do Norte e Paraíba, que formaram a confederação do Equador. Dom Pedro I reagiu violentamente e
usou o máximo da força disponível. Saíram tropas por terra e mar para combater os revoltosos. As
condenações foram severas. Frei caneca por sua destacada ação política liberal foi condenado à
forca. Era tão querido e popular que os carrascos se recusaram a matá-lo. Foi morto por fuzilamento.
Mesmo destino teve Manoel Carvalho. Apesar da confederação do Equador ter sido derrotada,
continua crescente a oposição ao autoritarismo do imperador.

6. PERÍODO REGENCIAL

6.1. BALAIADA

O Período Regencial, compreendido entre 1831 a 1840, isto é, entre a abdicação de D. Pedro
I e o golpe da maioridade de D. Pedro II, foi marcado por grande instabilidade, causada pela disputa
entre os grupos políticos para o controle do Império e também por inúmeras revoltas, que
assumiram características bem distintas entre si.
No Maranhão e Piauí, o processo de reconhecimento da independência política não
acontecera de forma pacífica. Apesar do Sete de Setembro, a realidade das camadas sociais mais
humildes não se modificara. Prosseguiam excluídas e afastadas do poder político e econômico.
Durante o Período Regencial, a província maranhense foi marcada por disputas entre duas correntes
políticas que, conforme prática frequente naquela época, se revezavam no poder. As tentativas dos
grupos para permanecerem no poder, impondo suas ideias com intensidade e virulência, levou o
Maranhão a se transformar em um palco onde aconteciam disputas políticas e eleitorais.
A Balaiada foi uma reação e uma luta dos maranhenses e piauienses contra injustiças
praticadas por elites políticas e as desigualdades sociais que assolavam o Maranão do século XIX. A
origem da revolta remete à confrontação entre duas facções, os Cabanos (de linha conservadora) e
os chamados “bem-te-vis” (de linha liberal). Eram esses dois partidos que representavam os
interesses políticos da elite do Maranhão.
Até 1837, o governo foi chefiado pelos liberais, mantendo seu domínio social na região. No
entanto, diante da ascensão de Araújo de Lima ao governo da província e dos conservadores ao
governo central, no Rio de Janeiro, os cabanos do Maranhão afastaram os bem-te-vis e ocuparam o
poder. Os enfrentamentos entre “bem-te-vis” e “cabanos” agravaram-se após a votação da chamada
Lei dos Prefeitos, que aconteceu durante o governo regencial do político “regressista” Pedro de
Araújo Lima, de 1838 a1840. A lei concedia autonomia local aos presidentes das províncias, pois

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ganhavam o privilégio de nomear os prefeitos municipais com poderes que incluíam o de autoridade
policial.
Essa mudança dá início à revolta em 13 de dezembro de 1838. O fato com que se costuma
marcar o início da revolta ocorreu quando Raimundo Gomes, um vaqueiro que administrava a
fazenda do Padre Inácio Mendes (bentevi) passava pela vila do Manga levando uma boiada para ser
vendida em outra localidade. O subprefeito da vila, José Egito, cabano e adversário político de Padre
Mendes, baixa uma ordem para o recrutamento de alguns homens que acompanhavam Gomes e
também para a prisão do irmão do vaqueiro. Reagindo, Raimundo Gomes assalta a cadeia e foge
para Chapadinha. Irrompidas as agitações populares concentradas, num primeiro momento, na
coluna de Raimundo Gomes, o aparecimento de manifestações em outras regiões passa a ser
frequente. Delas tentará se aproveitar o partido bentevi. Entretanto, o movimento, ampliando-se,
seja no raio de ação geográfica, seja no quantitativo dos que a ele vieram trazer a sua participação,
não possuía as características simplistas de mais um pronunciamento de políticos desejosos de
poder. Nesse sentido, vale lembrar a participação de Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, construtor
e vendedor de balaios, daí ser chamado 'Manuel Balaio', nome que passaria ao movimento, bem
como a do preto Cosme, que se colocou à frente de três mil negros rebolados. 1
O sucesso da invasão dá a chance de ocupar o vilarejo como um todo. Enquanto a rivalidade
transcorria e aumentava, Raimundo Gomes e Manoel Francisco do Anjos Ferreira levam a revolta
até o Piauí, no ano de 1839.2
Os balaios se movimentavam atacando fazendas e libertando escravos. Enfrentamentos se
espalham alcançando as províncias vizinhas do Piauí e do Ceará. Batalhas renhidas são travadas, com
os rebelados conseguindo algumas vitórias. Em 1839, tomaram a Vila de Caxias, a segunda cidade
do Maranhão em importância, organizando um Conselho Militar, resultado de uma assembleia entre
seus líderes que admitiu elementos “bem-te-vis” da cidade.
Os negros escravos que fugiram das fazendas na ocasião dos conflitos, se aliaram aos
“balaios”, que lutavam contra as injustiças sociais reinantes. Eram pessoas do povo, homens livres e
pobres, como vaqueiros, artesãos, lavradores, negros, mestiços e escravos que enfrentaram a ordem
dominante, representada por setores como o dos grandes proprietários agrários regionais. A ação
que efetivaram foi uma resposta à violência da sociedade escravagista. As principais causas da
Balaiada estão ligadas à pobreza da população da província maranhense, bem como sua insatisfação
diante dos desmandos políticos dos grandes fazendeiros da região.
A repressão atuou violentamente contando com recursos enviados pelo governo imperial. Os
redutos foram invadidos e combates aconteceram corpo a corpo. Os momentos derradeiros da

1
MENDES JUNIOR; RONCARI; MARANHÃO, 2019.
2
SILVA, 2008.

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Balaiada foram marcados pelas rivalidades entre os líderes balaios, por traições, deserções, prisões,
torturas e assassinatos atestados nos registros produzidos pelas forças oficiais. Em 1841, um decreto
imperial concedeu anistia aos revoltosos sobreviventes. Contudo, em 13 de maio de 1841, o futuro
Duque de Caxias diria: "Não existe hoje um só grupo de rebeldes armados, todos os chefes foram
mortos, presos ou enviados para fora da Província.

Nos últimos momentos D.Cosme ficou só. Não tinha motivos para entregar-se. Suas tropas
lutavam sem nenhuma esperança, eram escravos, não queriam voltar ao jugo de seus
senhores, pois tinham sido homens livres e temidos. Lutaram até a morte. D.Cosme foi
enforcado em praça pública, oferecendo à população o espetáculo de uma punição
exemplar. Acabava a Balaiada.
Balaiada a construção da memória histórica https://www.scielo.br/j/his/a/8hSqyNvfZJp6mRbSPkKKxPy/?lang=pt

7. A TRANSFERÊNCIA DA CAPITAL DE OEIRAS PARA TERESINA


Oeiras e Teresina expressão duas lógicas diferentes de colonização através das cidades. O
processo de colonização português era essencialmente através da fundação de vilas, que evoluíram
para cidades. Nelas há os prédios públicos e as moradias dos servidores abastados, do alto escalão
português, e o pelourinho.
Sérgio Buarque de Holanda fala da colonização portuguesa, que eram ladrilhadores enquanto
os espanhóis eram semeadores. Os espanhóis eram geométricos e seguiam os planos de construção
das cidades, com prédios públicos, ruas principais e fortalezas, enquanto os portugueses, apesar de
planejarem e que os governadores e capitães donatários vinham com um projeto prontinho, as
cidades portuguesas surgiram espontaneamente, e na maioria da colonização do interior do país, as
cidades foram um elemento fundamental para a formação do território colonial português. As vilas
eram fundadas por bandeirantes ou por tropeiros, conforme penetravam no sertão, então a lógica
do povoamento seguia os lugares em que estradas se cruzavam ou ao longo das rotas dos carros de
boi. Assim surgiu Oeiras, nas rotas de transporte de gado para o “sertão de dentro”, por fazendeiros
vindos da Bahia e Pernambuco. O Piauí era um território estratégico para a penetração do interior
da colônia e grande produtor de gado que abastecia desde a capitania do Maranhão, até as minas
de Vila Rica.

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Oeiras surgiu como freguesia de Nossa Senhora da Vitória, em 1697 e foi capital do Piauí
de 1761 até 1882. Entre 1797 e 1801 foi enviado ao conselho ultramarino, o órgão
português que administrava as colônias, mas preferiram mantê-la no lugar.

No período da colonização portuguesa, quando a metrópole semeava e ocupava o interior,


ao longo do século XVIII e XIX desenvolveu-se uma civilização do couro, no interior nordestino. Após
a independência a lógica de ocupação mudou. Era necessário manter contato com a capital, Rio de
Janeiro, e para isso era necessário navegar. Os rios sempre foram o principal meio de penetração e
colonização do interior, e a navegação no Parnaíba era dinâmica e expressava os valores da
modernidade e da civilização, conceito muito endossado para justificar a construção de uma nova
capital às margens do rio Parnaíba, que poderia desenvolver a navegação e aumentar a quantidade
e velocidade dos fluxos internos. Oeiras foi fundada por pecuaristas, no sertão, região muito seca,
árida e com solo pouco produtivo para agricultura, além de estar distante da capital, do litoral e de
difícil acesso.

Oeiras possui um patrimônio histórico tombado pelo Instituto do patrimônio histórico e


artístico nacional, Iphan, como a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Amparo, é a capital
da fé e Piauí, onde ocorre a procissão do fogaréu.

Após a independência do Piauí, que foi incluída a data na bandeira, em 2017 23 ..... data da
batalha do Jenipapo, a economia do Brasil independente mudou bastante. O rio de Janeiro passou
e passava por muitas reformas urbanas, em que as ideias do positivismo, no século XIX, eram
aplicadas, através de medidas sanitárias, construindo avenidas largas para a melhor circulação do
ar, e realizando obras de aterros e canalização dos rios, como medidas sanitárias, por exemplo, a
proibição de enterrar pessoas nas Igrejas. A cidade era vista como sinônimo de progresso e
civilização, e foi essa mentalidade que guiou a transferência da capital e a construção de Teresina,
que foi a primeira cidade planejada para ser capital, no Brasil Independente, influenciada pelas ideias
de progresso e urbanização.
O ideal mudancista começou a popularizar-se pois Oeiras e seu sítio urbano não comportavam
as mudanças que na mentalidade dos doutores da época era a civilização. Com uma nova capital
poderiam navegar em barcos a vapor, e aumentar a conecção com o Rio de Janeiro.

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7.1. O GOVERNADOR JOSÉ ANTÔNIO SARAIVA

José Antônio Saraiva era um homem de letras e político de carreira proeminente. Na


constituição de 1824 os governadores de províncias eram indicados e Saraiva além de governador
de província foi deputado do Império, ministro, e chegou ao maior cargo de prestígio do Império, o
de conselheiro do imperador, por isso também conhecido como conselheiro Saraiva. Duas leis do
Império levam seu nome, a lei Saraiva de 1881, que foi uma reforma eleitoral e a Lei dos
Sexagenários, também conhecida como lei Saraiva-Cotegipe, que libertava os escravizados maiores
de 65 anos. Uma lei sem nenhuma eficácia e foi um modo de tentar acalmar os ânimos dos
abolicionistas e o Ceará e Rio Grande do Norte já haviam abolido a escravidão, em solenidades
públicas em que distribuíam cartas de alforria.
A transferência da capital do Piauí foi uma grande realização quando ainda era um jovem
político. Inicialmente engavetou sugestões de mudança da capital, devido a forte oposição política
dos coronéis locais. Duas cidades se candidataram ao posto de nova capital, Amarante e Parnaíba.
Amarante apesar de possuir uma agricultura desenvolvida e localizada à beira do Parnaíba, mas seu
acesso e meio de abastecimento era pelo rio Canindé, era isolada, com terrenos acidentados e sem
prédios públicos, ou que valessem para tal. Parnaíba possuía uma melhor infraestrutura, posição
litorânea, porém, longe dos principais núcleos de povoamento e bem distante do interior.
Teresina foi escolhida por reunir diversas qualidades importantes. Estava numa região
estratégica e bastante irrigada, entre o rio Parnaíba e o rio Poti, numa região de solos muito férteis
e propícios para a agricultura. Poderiam navegar à vapor, se conectar ao Rio de Janeiro, e
estrategicamente, controlar os fluxos e retirar a influência de Caxias, no Maranhão. Em ofício de 20
de janeiro de 1852, o presidente da Província do Piauí, Antônio Saraiva, determinou ao secretário
de obras provinciais – o português João Isidoro França o plano urbano e a construção da Igreja de
Nossa Senhora do Amparo e interviu diretamente no que pode. O sítio urbano era separado da Vila
do Poti Velho, devido às frequentes enchentes do rio e também das frequentes epidemias de
doenças tropicais. Isidoro fez um planejamento com traçado todo geométrico.

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Desde o ano de 1842 que a câmara municipal desta vila solicitara à Assembleia Provincial a
transferência de sua sede, por conta das frequentes cheias do Poti e a inviabilidade em
permanecerem os moradores no lugar. A igreja Matriz estava seriamente danificada e a ameaça de
ruína era iminente. Mesmo assim, o seu estado precário representava um elemento em comum
com as demais matrizes, quase todas remanescentes do século XVIII: os relatórios governamentais
de 1844 até 1850 enfatizavam o problema, geralmente motivo de análise por parte dos
administradores provinciais. Dessa forma, desde o pedido formal até o início da construção foram
transcorridos quase uma década. [...] repreendeu veementemente França acerca dos atrasos da
obra, iniciada um ano antes, em 8 de janeiro de 1851, quando a pedra fundamental foi lançada em
cerimônia oficial. [...] De janeiro até maio de 1852, Saraiva interferiu diretamente em diversos
aspectos da construção: escreveu sobre castigos, escravos doentes, gastos com trabalhadores,
estratégias de trabalho e sobre os custos desenfreados. Analisada em termos urbanísticos, a
escolha do plano de construção da nova cidade, com ruas perpendiculares em forma de tabuleiro
de xadrez, constituído a partir de uma praça central onde se materializavam, através das
construções, o poder espiritual e secular, parece mesmo uma sofisticação da visão urbanística
presente nas cartas régias de Oeiras, com ruas retas e casas alinhadas em torna da Igreja Matriz.

Teresina foi resultado de uma projeção de futuro do Império, que a partir de conceitos como
civilização e progresso, procurou elaborar a sua imagem política.

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A fundação de Oeiras em 1762, foi resultado da criação da Capitania de São José do Piauí
a partir de um projeto urbanístico e civilizatório do Estado português, com conceitos
políticos específicos daquele período.

Projetando o futuro de Teresina como o da própria Província, as narrativas políticas


oitocentistas representaram a cidade como ícone da civilização, e superioridade do
universo urbano sobre o sertão – o obstáculo à materialização plena desta visão.

A nova capital foi batizada em homenagem à imperatriz Teresa Cristina, a esposa do imperador
Dom Pedro II à 300 km de Oeiras.

8. O CICLO DA MANIÇOBA
No início do período republicano foi marcante para o Piauí o ciclo da maniçoba, de onde
extraímos a borracha. O ciclo da borracha piauiense foi simultâneo ao que ocorreu na Amazônia,
entre o final do século XIX e o início do século XX. A demanda internacional ocorreu com a invenção
do automóvel e da borracha vulcanizada. Enquanto o látex amazônico era extraído das seringueiras,
no Piauí era da maniçoba, uma planta típica do sertão, cuja arvore alcança até 12 metros de altura.
A exploração da maniçoba provocou imigração para o sudeste do Estado em municípios como São
Raimundo Nonato, São João do Piauí, Caracol e Canto do Buriti. Vieram trabalhadores de
Pernambuco, Alagoas, Bahia e Ceará.
A decadência do ciclo da maniçoba foi a biopirataria dos ingleses, que roubaram mudas e
sementes de seringueiras para a Malásia, onde passaram a produzir pelo modelo de plantation
(grandes propriedades, monocultoras para exportação), o que fez o preço internacional cair e a
concorrência levou à decadência do ciclo da borracha, que aqui no Brasil era extrativismo da
maniçoba no sertão nordestino e da seringueira na Amazônia.

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9. EXERCÍCIOS

1. (Crescer Concursos - Prefeitura Municipal de Várzea Grande-MT / 2019)


Sobre a história do Piauí, analise as afirmativas a seguir.
I. Na divisão de Tordesilhas, em 1494, antes do Descobrimento do Brasil, o atual território do
Estado do Piauí ficava do lado espanhol.
II. Antes da colonização do Brasil, a região onde atualmente está situado o estado do Piauí, era
povoada por índios de diferentes tribos. Há a estimativa de que na época da colonização,
existiam cerca de 150 tribos no território do Piauí.
III. O Piauí tornou-se uma capitania em 1811, quando já tinha mais de dez vilas e centenas de
fazendas de gado. A luta pela independência durou até 1823. Outros movimentos que agitaram
o Piauí foi a Balaiada, insurreição de cunho popular e social iniciado no Maranhão, e a
Confederação do Equador.

Assinale a alternativa que indica as afirmativas corretas.


A) I, II e III.
B) I e II.
C) II e III.
D I e III.
Comentários
[I] errada, ficava totalmente no lado português.
[II] correto, Cabral encontrou principalmente os indígenas Cariri e os Tabajara, duas grandes nações
indígenas. Foi grande o combate aos indígenas, no século XIX exterminaram os povos Pimenteira. As
comunidades indígenas localizam-se entre o sudeste e sudoeste do estado, onde estão os Kariri em
Serra Grande e Queimada Nova e o povo Gamela em Pirajá e Currais Novos.
[III] O Piauí tornou-se uma capitania independente em 1811, proclamou a independência do Piauí
em 1823 e foi palco da grande batalha do Jenipapo e foi influenciada pela Balaiada, revolta regencial
de caráter liberal e popular e a Confederação do Equador, contra o autoritarismo de Dom Pedro I e
outorga da constituição de 1824.

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Gabarito: C

2. (Crescer Concursos - Prefeitura Municipal de Várzea Grande-MT / 2019)


O Estado do Piauí ganhou repercussão internacional nos estudos sobre a presença humana no
continente americano. A arqueóloga Niède Guidon provocou um intenso debate, ao apresentar
uma nova teoria sobre a ocupação na América com base nos estudos feitos em São Raimundo
Nonato. Sobre esse tema, é correto afirmar que:
A) os sítios arqueológicos no Piauí apresentam pinturas rupestres que datam de cerca de 250
mil anos.
B) as pesquisas no Boqueirão da Pedra Furada demonstram que a ocupação do homem é mais
recente do que o comprovado anteriormente. Os artefatos datam, no máximo, de 2 mil anos.
C) a teoria apresentada pela arqueóloga defende uma ocupação humana mais antiga que a
teoria tradicional. Os artefatos encontrados no Piauí datam de cerca de 58 mil anos.
D) a teoria de Niède Guidon foi descartada, pois pesquisas feitas em laboratórios na Austrália
comprovaram que os artefatos não eram produções humanas.
E) os artefatos encontrados no Piauí são importantes evidências de que o homem iniciou a
ocupação na América há cerca de 15 mil anos.
Comentários
Os fósseis encontrados na Serra da Capivara revelam ocupação humana entre 40 e 60 mil anos, o
que contraria a teoria de Clóvis que sugere que a ocupação da América teria sido por volta de 12 mil
anos atrás, quando ocorreu a última glaciação. Sabendo destes dados, fica fácil identificarmos os
erros na [A], [B] e [E]. [D] evidentemente está errada, pois são artefatos arqueológicos que atestam
a presença humana.
Gabarito: C

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3. (Quadrix - 2017)
O desenvolvimento da historiografia mundial, fenômeno que o século XX consagrou, permite
novos olhares sobre o passado protagonizado pelas sociedades. No Brasil, multiplicam-se
estudos que lançam luz sobre a trajetória do País, da colônia aos dias atuais. Da independência,
em 1822, passando pela implantação da República, em 1889, ao cenário presente, a história
brasileira é marcada por avanços e recuos, enfrentando percalços e se mostrando ainda
inconclusa em relação à construção da cidadania. Relativamente à história contemporânea, da
produção do conhecimento histórico a alguns dos mais marcantes fatos ocorridos no Brasil e
no mundo, julgue o item.
Ainda que tenha sido conduzida por setores da elite colonial, a independência do Brasil
motivou muitos brasileiros a assumirem a causa da emancipação nacional: levantes populares
ocorreram em vários pontos do País, a exemplo do Pará, do Maranhão, do Piauí e da Bahia.
Comentários
A afirmativa desta questão está certa, pois a Independência do Brasil de fato foi marcada por uma
série de eventos ocorridos entre 1822 e 1824, num contexto de conflitos regionalizados. A influência
de Portugal sobre o Brasil era mantida pelas guarnições em portos estratégicos. Parte da estratégia
portuguesa era retomar o controle do Brasil e impedir a independência de sua colônia mais
importante. Na Bahia ocorreram episódios de grande conflito, durando de 19 de fevereiro de 1822
e com desfecho em 2 de julho de 1823, motivado pelo sentimento federalista emancipador de seu
povo, terminou pela inserção da então província na unidade nacional brasileira, durante a Guerra
da Independência do Brasil.
Já na então Província do Piauí, tradicional produtora de gado, a burguesia comercial e mesmo os
proprietários de terras, estavam ligados à Metrópole, inclusive por laços de sangue. A adesão à
Independência do Brasil foi proclamada na vila de Parnaíba, ao passo que no interior e na capital
estava sob o controle das tropas do Exército português. As tropas brasileiras foram inicialmente
derrotadas na batalha do Jenipapo, em 13 de março de 1823. Mas outras localidades, entretanto,
manifestaram a sua adesão à Independência, alcançando a vitória quando tropas se deslocaram para
apoiar a resistência portuguesa na vila de Caxias, no Maranhão. À época, o Maranhão era uma das
mais ricas províncias da América Portuguesa. O intenso tráfego marítimo com a Metrópole,
justificado pela maior proximidade com a Europa, tornava mais fácil o acesso e as trocas comerciais
com Lisboa do que com o restante da colônia. Os filhos dos comerciantes ricos estudavam em
Portugal. A região era conservadora e avessa aos comandos vindos do Rio de Janeiro. Foi da Junta
Governativa da Capital, São Luís, que partiu a iniciativa da repressão ao movimento da
Independência no Piauí. Lentamente os brasileiros foram conquistando o apoio de várias cidades e
povoados maranhenses, e aos poucos, os portugueses foram sendo derrotados. Contudo, a capital,
São Luís, permanecia controlada pelos portugueses. Enviada do Rio de Janeiro, uma frota
comandada por Lord Cochrane aproximou-se de São Luís fingindo ser reforços portugueses.
Cochrane conseguiu desembarcar seus homens e aprisionou alguns chefes militares portugueses.
Usando-os como reféns, conseguiu conquistar o controle da cidade. São Luís, a capital provincial e
tradicional reduto português, finalmente bloqueada pelo mar e ameaçada de bombardeio pela

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esquadra de Thomas Cochrane, foi obrigada a se render, aderindo à Independência em 28 de julho


de 1823.
No então Estado do Grão-Pará, a burguesia comercial e os grandes proprietários de terras estavam
estritamente ligados à metrópole, de tal modo que foram os últimos a aderirem à Independência. A
adesão do Pará é importante historicamente para o país que finalmente passou a estar livre do
domínio dos portugueses e também para os paraenses que começaram a estabelecer a criação de
uma identidade do povo do estado que sempre esteve muito isolado do restante do Brasil. Quando
resolveu aderir a independência do país, o estado do Pará, passou a ter um sentimento mais forte
de pertencimento a sua terra. Com isso o estado deu o primeiro passo para a formação de uma
identidade mais forte de pátria.
(DONATO, 1987).
Gabarito: Certo

4. (CESPE – 2018)
Tendo em vista que o processo de independência do Brasil pode ser compreendido como parte
das profundas mudanças que marcaram a história ocidental a partir do último quartel do século
XVIII, julgue (C ou E) o item que se segue.
A historiografia recente mostra que a tese da independência do Brasil como movimento
pacífico não se sustenta. Embates armados que duraram meses ocorreram em regiões da
Bahia, do Piauí, do Maranhão e do Pará e na Cisplatina. A fragilidade do projeto de
independência vencedor em 1822 ficou demonstrada pelos conflitos no período regencial.
Comentários
A afirmativa está certa, pois de fato a Independência do Brasil foi marcada por diversos episódios de
conflito em diferentes regiões do país. Aquelas regiões que estavam mais ligadas a Portugal, como
Piauí, Maranhão, Pará e Bahia, foram coagidas por tropas lusitanas em resistência à emancipação
da sua principal e mais lucrativa colônia, além da Cisplatina (atual Uruguai). Aconteceram
campanhas militares nessas localidades e os combates contra as forças que não aderiram à
independência estenderam-se até 1824. Esses fatos, por seu lado, contrariam algumas
representações mitológicas acerca da emancipação política “pacifica e harmoniosa”. Quando das
tentativas recolonizadoras das Cortes de Lisboa, iniciadas em 1820 com a Revolução Liberal do Porto,
muitas regiões nordestinas sublevaram-se contra a preponderância de D. Pedro, sendo focos desta
resistência as províncias da Bahia, Piauí, Maranhão e Grão-Pará, igualmente dizimadas pela
repressão militar do Rio de Janeiro. Neste contexto especifico, outros fatores devem ser levados em
conta, sobretudo a subordinação dos proprietários de terras e escravos regionais aos grandes
negociantes portugueses que, uma vez expulsos, os privaria de recursos. O caráter abertamente
belicoso da consolidação da independência não deve ser relegado a segundo plano, mas sim
articulado a uma estrutura mais complexa que incluía até mesmo as difíceis condições do
reconhecimento internacional da soberania do Brasil, os conflitos oriundos da hegemonia do
Sudeste e a luta contra a manutenção de certos interesses lusitanos. Dessa perspectiva ressaltaria a
necessidade de imposição da hegemonia do Sudeste sobre as demais regiões, bem como a da
reprodução do funcionamento de um Estado autoritário ou de um projeto autoritário de Império.

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(MENDONÇA, 2010).
Gabarito: Certo

5. (CESPE - 2017 - Prefeitura de São Luís - MA)


O britânico cuja ousadia nas guerras napoleônicas lhe valeu a alcunha de “lobo do mar” e que,
no Brasil, atuou decisivamente nas guerras pela independência, tendo sido agraciado com o
título de marquês do Maranhão após sua vitória sobre as tropas portuguesas, foi
A) Thomas Cochrane.
B) Robert Southey.
C) Henry Koster.
D) Robert Walsh.
E) John Armitage.
Comentários
A alternativa A é a resposta certa, pois o lord inglês Thomas Cochrane era provavelmente o melhor
guerreiro de mar do Ocidente, sendo contratado para comandar a Armada Imperial brasileira. No
Brasil, oficialmente é um herói nacional, apesar dos contrapostos no Maranhão. Lord Thomas
Cochrane, após fundar a Marinha chilena e garantir a independência do país em uma audaciosa ação
naval na costa do Pacífico, foi convidado por Dom Pedro I, em 1823, a comandar a nova Marinha
brasileira, sob a patente de “primeiro-almirante”, recebendo duas vezes mais do que no Chile. Com
o uso de subterfúgios e enganações, a sua marca registrada, ele proveu inestimável apoio naval para
as vitórias brasileiras na Bahia, em Pernambuco, Pará e Maranhão. Em abril de 1823, o lord Cochrane
deixa o porto do Rio de Janeiro no comando de 6 navios, bloqueia o porto de Salvador e entra na
Bahia apenas uma vez, à noite. Com os navios às escuras, se aproxima de barcos portugueses
ancorados no Unhão e começa a abalroar os navios. Surpreendidos e sem ver de onde vem o ataque,
os portugueses tentam fugir. Em 3 meses, a Bahia é integrada ao Império do Brasil. Com os 4 navios
que lhe sobraram, dirige-se ao Maranhão e ao Pará. Cochrane blefa e manda avisar ao governos
locais portugueses que uma poderosa esquadra se aproxima e pede que se rendam. Os portugueses
aceitam para só depois perceberem que não havia esquadra nenhuma. Tarde demais. A
Independência do Brasil já é um fato. Com sua audácia e boas estratégia, Lord Cochrane
desempenhou um papel importante na Independência do Brasil. Mas não foi pago. Fazendo jus à
fama, saqueia o Tesouro de São Luís, leva o dinheiro “para pagar os marujos”, e bombardeia a cidade.
Como seu próprio pagamento não está quitado, ao partir para a Inglaterra, leva com ele uma fragata
da Armada Imperial. Por isso, a sua fama em São Luís não é das melhores.
A alternativa B está incorreta, pois Robert Southey foi um historiador, escritor e poeta britânico da
escola do romantismo. A sua relação com o Brasil é que de 1810 a 1819 lançou a História do Brasil,
em Londres, que foi a primeira publicação contendo a sua história geral e que abrange todo o
período colonial até a chegada de D. João VI ao Brasil, em 1808.
A alternativa C também está incorreta, pois Henry Koster, também conhecido como Henrique da
Costa, foi um empresário e pintor português. Filho de pais ingleses, por motivos de saúde veio ao

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Brasil em 1809, onde se tornou senhor de engenho. Considerado um dos mais importantes cronistas
sobre o Nordeste brasileiro, Koster viajou para o Brasil em busca de um clima tropical para curar
uma tuberculose. Teve um papel importante na vida social, artística e até política do Recife na época.
Fez muitas amizades, conheceu governadores, senhores-de-engenho, comerciantes, coronéis.
A alternativa D também está incorreta, pois Robert Walsh foi um médico e capelão inglês, que teve
relações com o Brasil como um funcionário britânico durante o Império Brasileiro. Ora a serviço de
Deus, ora a serviço da Sua Majestade Britânica, viajou do Rio de Janeiro viajou para Minas Gerais,
com destino a São João Del Rey, onde passou a maior parte do tempo, chegou a visitar Vila Rica e
São José (atual Tiradentes). Em sua obra intitulada Notícias do Brasil: 1828-1829, publicada em 1830
e traduzido para o português em 1985, apresenta um breve resumo dos principais fatos que
ocorreram aqui, desde o descobrimento do Brasil até o momento de sua chegada.
A alternativa E também está incorreta, pois John Armitage foi um historiador inglês que escreveu a
História do Brasil em 1836, focalizando a centralidade do comércio como fator de expansão cultural
e refinamento das paixões, dada por meio do contato com as pessoas e coisas. Essa postura de sua
escrita dizia respeito ao projeto de construção do Império Britânico no século XIX.
(SECO, 2006; GASPAR, 2009; VARELLA, 2012; MAXWELL, 2016).
Gabarito: A

6. (MPE-GO - 2018 - MPE-GO - Secretário Auxiliar - Goiás)


O Período Regencial, compreendido entre 1831 a 1840, foi marcado por grande instabilidade,
causada pela disputa entre os grupos políticos para o controle do Império e também por
inúmeras revoltas, que assumiram características bem distintas entre si. Em 1838, eclodiu, no
Maranhão, a Balaiada, somente derrotada três anos depois. Pode-se dizer que esse
movimento:
A) contou com a participação de segmentos sertanejos – vaqueiros, pequenos proprietários e
artesãos – opondo-se aos bem-te-vis, em luta com os negros escravos rebelados, que
buscavam nos cabanos apoio aos seus anseios de liberdade.
B) foi, inicialmente, o resultado das lutas internas da Província, opondo cabanos
(conservadores) a bem-te-vis (liberais), aprofundadas pela luta dos segmentos sertanejos
liderados por Manuel Francisco dos Anjos, e pela insurreição de escravos, sob a liderança do
Negro Cosme, dando características populares ao movimento.
C) foi de revolta das classes populares contra os proprietários. Opôs os balaios (sertanejos) aos
grandes senhores de terras em aliança com escravos e negociantes.
D) lutou pela extinção da escravidão no Maranhão, pela instituição da República e pelo controle
dos sertanejos sobre o comércio da carne verde e da farinha – então monopólio dos bem-te-
vis, sendo o seu caráter multiclassista a razão fundamental de sua fragilidade.
E) sofreu a repressão empreendida pelo futuro Duque de Caxias, que não distinguiu os diversos
segmentos envolvidos na Balaiada, ampliando a anistia decretada pelo governo imperial, em
1840, aos balaios e aos negros de Cosme, demonstrando a vontade do Império de reintegrar,
na vida da província, todos os que haviam participado do movimento.

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Comentários
A alternativa A está incorreta, pois os negros escravos que fugiram das fazendas na ocasião dos
conflitos, se aliaram aos “balaios”, que lutavam contra as injustiças sociais reinantes. Eram pessoas
do povo, homens livres e pobres, como vaqueiros, artesãos, lavradores, negros, mestiços e escravos
que enfrentaram a ordem dominante, representada por setores como o dos grandes proprietários
agrários regionais. A ação que efetivaram foi uma resposta à violência da sociedade escravagista.
A alternativa B é a resposta correta. No Maranhão, como no Grão-Pará, o processo de
reconhecimento da independência política não acontecera de forma pacífica. Apesar do Sete de
Setembro, a realidade das camadas sociais mais humildes não se modificara. Prosseguiam excluídas
e afastadas do poder político e econômico. Durante o período regencial, a província maranhense foi
marcada por disputas entre duas correntes políticas que, conforme prática frequente naquela
época, se revezavam no poder. Existiam os “bem-te-vis” – liberais que se opunham aos governistas
– e os conservadores – pejorativamente chamados de “cabanos”, termo que se referia, de acordo
com a historiadora Magda Ricci, aos “homens que viviam em casas simples, cobertas de palha”. As
tentativas dos grupos para permanecerem no poder, impondo suas ideias com intensidade e
virulência, levou o Maranhão a se transformar em um palco onde aconteciam disputas políticas e
eleitorais. Os enfrentamentos entre “bem-te-vis” e “cabanos” agravaram-se após a votação da
chamada Lei dos Prefeitos, que aconteceu durante o governo regencial do político “regressista”
Pedro de Araújo Lima, de 1838 a1840. A lei concedia autonomia local aos presidentes das províncias,
pois ganhavam o privilégio de nomear os prefeitos municipais com poderes que incluíam o de
autoridade policial. Os balaios se movimentavam atacando fazendas e libertando escravos.
Enfrentamentos se espalham alcançando as províncias vizinhas do Piauí e do Ceará. Batalhas
renhidas são travadas, com os rebelados conseguindo algumas vitórias. Em 1839, tomaram a Vila de
Caxias, a segunda cidade do Maranhão em importância, organizando um Conselho Militar, resultado
de uma assembleia entre seus líderes que admitiu elementos “bem-te-vis” da cidade.
A alternativa C também está incorreta, ao passo que a revolta da Balaiada contou com a participação
de vaqueiros, escravos e outros desfavorecidos, contra os grandes senhores de terras e negociantes.
As principais causas da Balaiada estão ligadas à pobreza da população da província maranhense,
bem como sua insatisfação diante dos desmandos políticos dos grandes fazendeiros da região.
A alternativa D também está incorreta, pois não se pode afirmar que a Balaiada pretendia instalar a
República no Maranhão. Além disso, receberam o apoio dos bem-te-vis, que eram os liberais
defensores o fim das práticas abusivas tomadas pelos proprietários de terras e pelos comerciantes
portugueses.
A alternativa E também está incorreta, uma vez que a repressão atuou violentamente contando com
recursos enviados pelo governo imperial. Os redutos foram invadidos e combates aconteceram
corpo a corpo. Os momentos derradeiros da Balaiada foram marcados pelas rivalidades entre os
líderes balaios, por traições, deserções, prisões, torturas e assassinatos atestados nos registros
produzidos pelas forças oficiais. Em 1841, um decreto imperial concedeu anistia aos revoltosos
sobreviventes. Contudo, em 13 de maio de 1841, Caxias diria: "Não existe hoje um só grupo de
rebeldes armados, todos os chefes foram mortos, presos ou enviados para fora da Província”.
(ABI-RAMIA, 2016).

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Gabarito: B

7. (NUCEPE - 2019 - Prefeitura de Teresina - PI - Professor Educação Básica - História)


Aconteceu em março de 1823, no então vilarejo do Campo Maior, no Piauí, e faz parte de uma
série de conflitos que eclodiram após a declaração da Independência em 1822. O governo
português visava à manutenção de seus territórios no norte do país – especialmente nas áreas
que hoje correspondem aos estados do Piauí, Maranhão e Ceará. Em janeiro de 1823, Manuel
de Sousa Martins, o futuro Visconde de Parnaíba, aderiu à independência e assumiu a
presidência da Junta do Governo do Piauí. Isso fez com que o major João José da Cunha Fidié,
que recebera da coroa portuguesa a ordem de preservar os territórios ao norte do país,
deslocasse suas tropas para a região. Em 13 de março, um grupo de aproximadamente 500
sertanejos mal armados enfrentou as tropas do major Fidié. A batalha durou cerca de cinco
horas. Estima-se que 200 sertanejos morreram no embate; as tropas de Fidié, embora
vitoriosas, saíram do conflito enfraquecidas e foram derrotadas em Caxias, no Maranhão, em
julho do mesmo ano.
Claudete Maria Miranda Dias, Entre Foices e Facões (2011).(Adaptado)

O texto faz referência à Batalha


A) do Contestado.
B) do Riachuelo.
C) do Jenipapo.
D) da Cisplatina.
E) dos Tamoios.
Comentários
A alternativa A é incorreta, pois a Batalha do Contestado foi um conflito que ocorreu entre 1912 e
1916, em uma área povoada por sertanejos, entre as fronteiras do Paraná e Santa Catarina.
A alternativa B também é incorreta, pois a Batalha do Riachuelo foi um dos principais eventos
militares ocorridos durante a Guerra do Paraguai. Aconteceu no dia 11 de junho de 1865, nas
margens do rio Riachuelo, um afluente do rio Paraguai.
A alternativa C é a resposta certa. A Batalha do Jenipapo teve um papel muito importante para
garantir a Independência do Brasil e manter a unidade nacional, uma vez que o governo português
pretendia, após o 7 de setembro, manter, pelo menos, a parte norte do Brasil como colônia. A Coroa
portuguesa fracassara graças à Batalha do Jenipapo, entre tantas outras lutas ocorridas em
províncias do norte e nordeste, estava consolidada a Independência do Brasil.
A alternativa D também é incorreta, uma vez que a Guerra da Cisplatina, conhecida na historiografia
argentina e uruguaia como guerra do Brasil, foi um conflito ocorrido entre o Império do Brasil e as
Províncias Unidas do Rio da Prata, no período de 1825 a 1828, pela posse da Província Cisplatina, a
região da atual República Oriental do Uruguai.

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A alternativa E também é incorreta, pois a Confederação dos Tamoios é a denominação dada à


revolta liderada pela nação indígena Tupinambá, que ocupava o litoral do Brasil entre Bertioga e
Cabo Frio, envolvendo, também, tribos situadas ao longo do Vale do Paraíba, contra os colonizadores
portugueses, entre 1554 e 1567.
(ORIÁ; LEGISLATIVA, 2019).
Gabarito: C

8. (NUCEPE - 2015)
“A Balaiada teve suas causas nos desmandos dos prefeitos e nas arbitrariedades dos homens
do governo, que, para satisfazer os caprichos partidários, sacrificavam os interesses do povo.
Ela irrompeu no Maranhão e dentro em pouco se propagou pelo Piauí”.
(NUNES, Odilon. O Piauí na História. Teresina: COMEPI, 1975, p. 71).

Com referência às Revoltas Regenciais e à Balaiada no Piauí, analise as assertivas a seguir:


I – Movimento que eclodiu em sucessivos e ininterruptos motins, provocados por bandos
armados, a Balaiada assemelhou-se a revoltas regenciais tais como a Cabanagem (PA),
Farroupilha (RS), Praieira (PE) e Sabinada (BA).
II – Investindo contra fazendas e propriedades particulares em geral, o movimento Balaio
também ganhou caráter de vingança contra integrantes das elites locais.
III – Entre as causas que colaboraram para a eclosão e adesão ao movimento figura o
recrutamento militar compulsório, utilizado muitas vezes pelos governos como instrumento
político e mecanismo de perseguição.
IV – No Piauí, o fazendeiro e político campo-maiorense Lívio Lopes Castelo Branco e Silva aderiu
ao movimento com vistas a dar fim ao governo do Barão da Parnaíba, Manoel de Sousa Martins.

A) Todas as assertivas são corretas.


B) Apenas três assertivas são corretas.
C) Apenas duas assertivas são corretas.
D) Apenas uma assertiva é correta.
E) Todas as assertivas apresentam erro.
Comentários
A alternativa A é a resposta certa, pois de fato todas as proposições estão corretas.
A revolta dos balaios, ocorrida no Maranhão durante o Período Regencial, 1830 a 1841, resultou em
mais uma manifestação do processo de crise por que passava a sociedade brasileira durante o
período. Na época do movimento, a província contava com aproximadamente 200 mil homens, dos
quais 90 mil eram escravos e outra grande parte formada de sertanejos ligados à lavoura ou à

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pecuária. Em nível das camadas dominantes, o quadro da região não difere das demais, na época. A
política da Província era regulada pelos Bentevis (liberais) e Cabanos (conservadores), seguindo os
moldes do revezamento de partidos, adotado durante o Período Imperial. Algumas crises,
estabelecidas sobre o quadro de 'rotatividade de elites' no poder, eram seguidas - ou precedidas
conforme o caso, de agitações locais, envolvendo geralmente as camadas populares corno
instrumento de luta. O fato com que se costuma marcar o início da revolta ocorreu quando
Raimundo Gomes, um vaqueiro que administrava a fazenda do Padre Inácio Mendes (bentevi)
passava pela vila do Manga levando uma boiada para ser vendida em outra localidade. O subprefeito
da vila, José Egito, cabano e adversário político de Padre Mendes, baixa uma ordem para o
recrutamento de alguns homens que acompanhavam Gomes e também para a prisão do irmão do
vaqueiro. Reagindo, Raimundo Gomes assalta a cadeia e foge para Chapadinha. Irrompidas as
agitações populares concentradas, num primeiro momento, na coluna de Raimundo Gomes, o
aparecimento de manifestações em outras regiões passa a ser frequente. Delas tentará se aproveitar
o partido bentevi. Entretanto, o movimento, ampliando-se, seja no raio de ação geográfica, seja no
quantitativo dos que a ele vieram trazer a sua participação, não possuía as características simplistas
de mais um pronunciamento de políticos desejosos de poder. Nesse sentido, vale lembrar a
participação de Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, construtor e vendedor de balaios, daí ser
chamado 'Balaio', nome que passaria ao movimento, bem como a do preto Cosme, que se colocou
à frente de três mil negros rebolados.
(MENDES JUNIOR; RONCARI; MARANHÃO, 2019).
Gabarito: A

9. (SEMAD - 2008)
Em 1820 iniciou-se na cidade do Porto um movimento que, apesar de ostensivamente liderado
por militares, aglutinou as insatisfações de muitos setores sociais de Portugal diante do
reordenamento político do Império. Esse movimento foi refletido em várias províncias do
Brasil.
No Maranhão, os desdobramentos da revolução do Porto podem ser percebido a partir da (o)
A) resistência das autoridades instituídas à formação de Juntas de governo e a renúncia de
Filipe Alberto Patroni Martins Maciel acusado de incitar os escravos à luta contra a nomeação
de um novo governador.
B) resistência de antigas autoridades à adesão incondicional às Cortes e da abdicação do
governador João Carlos de Augusto de Oeyenhausen.
C) descontentamento da maioria da população que não era favorável ao retorno de D. Pedro
bem como a permanência dos cargos burocráticos nas mãos da nobreza.
D) denúncias de conspirações sofridas por Manoel Marques de Sousa, então governador da
província, e a criação de uma Junta governativa sob a presidência do capitão Rego Barreto.
E) organização de uma Junta Constitucional organizada pelo governador Bernardo da Silveira
Pinto da Fonseca e a incitação por parte de alguns jornalistas que prometiam, através dos
pasquins, a liberdade dos escravos.

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Comentários
A alternativa A é incorreta, pois Filipe Alberto Patroni Martins Maciel participou de forma ativa do
movimento constitucional no Brasil, sendo a província do Pará a primeira a aderir à Revolução
Constitucionalista do Porto. Foi o primeiro brasileiro a falar nas sessões da Assembleia Constituinte,
em 5 de abril de 1821. Foi delegado da Junta Provisória do Governo do Pará e deputado provincial
pelo Pará na legislatura de 1842 a 1845.
A alternativa B também é incorreta, de modo que João Carlos Augusto de Oyenhausen-Gravenburg,
primeiro e único visconde e marquês de Aracati, foi governador do Pará, tendo também governado
a capitania do Ceará (1803-1807), a de Mato Grosso (1807-1819) e a de São Paulo (1819-1822).
Apesar de ter apoiado o movimento pela Independência do Brasil, fez oposição, junto com José da
Costa Carvalho, ao grupo de José Bonifácio, motivo pelo qual foi demitido do cargo de governador
de São Paulo.
A alternativa C também é incorreta, pois os fatos em questão não dizem respeito à contenda do
retorno de D. Pedro à Portugal.
A alternativa D também é incorreta, pois Manoel Marques de Sousa nunca foi governador da
província do Maranhão.
A alternativa E é a resposta certa, pois foi graças à Revolução do Porto, de 1820, ao dar posição de
destaque ao parlamento e ao ampliar a esfera de atuação deste, que no Maranhão o ato de
peticionar propiciou aos habitantes da província o direito de reclamar por escrito, em decorrência
disto, observou-se o surgimento de novas demandas políticas, econômicas e sociais nos primeiros
decênios do século XIX. Se num primeiro momento funcionou apenas como um órgão consultivo,
posteriormente sofreu alterações e passou a ser também deliberativo. Ao unir o parlamento ao
monarca, se estabelece em Portugal uma monarquia constitucional. Neste sentido, o órgão de
representatividade da nação funciona como um instrumento de recebimento destas petições
enviadas pelos cidadãos do além-mar, e em particular, dos cidadãos naturais e dos portugueses
radicados no Maranhão.
(SENA, 2013).
Gabarito: E

10. (SEMAD 2008)


" [...] Aê sou quilombola Aê sou quilombar Aê Sou Negro Cosme Sou força viva de um ideal Eu
sou Balaio, sou liberal Que o Bem-te-vi deixou na folha do jornal[...]"
(Zé Pereira Godão/Luís Bulcão)

O samba enredo A Balaiada, de 1989, foi revisitado pela Escola de Samba Turma do Quinto no
ano de 2008. Sobre essa revolta, que aconteceu no Maranhão e no Piauí no período regencial,
pode-se afirmar que
A) foi um movimento elitista, liderado pelos republicanos, no Maranhão representado pelo
partido Bem-te-vi.

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B) deve ser considerada como uma continuidade da Revolta de Beckman uma vez que, várias
reivindicações dos manifestantes representavam os mesmos descontentamentos da revolta
anterior.
C) foi uma revolta de caráter popular que, apesar da participação de expoentes de outras
camadas sociais, as camadas menos abastadas representaram a expressão mais significativa
do movimento.
D) foi uma revolta de caráter popular que, após a tomada do poder, tinha como meta a
implantação de uma Monarquia Constitucional liderada pelo negro Cosme.
E) após a tomada do poder, os revoltosos para que aceitassem a deposição das armas exigiram
que o novo governo aceitasse, na sua administração, representantes de todas as camadas
sociais e que, o negro Cosme fosse nomeado para o cargo de vereador da câmara de Caxias.
Comentários ==20bdfb==

A alternativa A é falsa, apesar da Balaiada de fato ser chamada de Guerra dos Bem-te-vi, não foi um
movimento elitista, pelo contrário, uma vez que foi a mais longa e numerosa revolta popular
ocorrida no Maranhão entre os anos de 1838 e 1841, com início em 13 de dezembro de 1838.
A alternativa B também é falsa, pois a Balaiada aconteceu entre 1838 e 1841, enquanto a Revolta
dos Beckman ocorreu em 1648.
A alternativa C está correta, pois de fato a Balaiada foi uma revolta de caráter popular que, apesar
da participação de expoentes de outras camadas sociais, as camadas menos abastadas
representaram a expressão mais significativa do movimento. mais um capítulo das convulsões
sociais e políticas que atingiram o Brasil no turbulento momento que vai da independência do Brasil
à proclamação da República. Naquele momento, a sociedade maranhense estava dividida,
basicamente, entre uma classe baixa, composta por escravos e sertanejos, e uma classe alta,
composta por proprietários rurais e comerciantes. A Balaiada foi uma reação e uma luta dos
maranhenses contra injustiças praticadas por elites políticas e as desigualdades sociais que
assolavam o Maranhão do século XIX.
As alternativas D e E também são falsas, uma vez que a participação do negro Cosme na Balaiada foi
à liderança de cerca de três mil escravos, que fugiram das fazendas, se aquilombaram e depois
ficaram sob a sua liderança.
(SILVA, 2008).
Gabarito: C

11. (SEMAD - Pref. São Luís-MA / 2008)


A chamada “greve de 1951”, movimento político contra a investidura de Eugênio Barros no
governo, contou com ampla participação popular e ajudou a criar uma nova imagem para a
cidade de São Luís, imagem essa designada pela expressão
A) Jamaica Brasileira
B) Atenas Brasileira

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C) Esparta Maranhense
D) Ilha dos Amores
E) Ilha Rebelde
Comentários
A alternativa A é incorreta, pois a expressão Jamaica brasileira se deu porque houve inicialmente
resistência em associar o reggae a São Luís. O epíteto “Jamaica Brasileira” é adotado até mesmo pela
Secretaria de Turismo de São Luís, que criou um guia turístico do reggae na cidade.
A alternativa B também é incorreta, uma vez que a expressão Atenas brasileira diz respeito à
evocação de um passado glorioso, de grandes nomes da literatura, artes e ciências, encarnado por
jovens filhos de comerciantes e produtores agrícolas, que retornavam de seus estudos na Europa.
A alternativa C é falsa, pois não há registros da expressão ser empregada à São Luís.
A alternativa D também é incorreta, pois a expressão Ilha dos Amores foi empregada com o fim da
Ilha Rebelde, despolitizada pelo regime militar, vislumbrava-se um espaço para São Luís conquistar
outras qualificações, estas, impregnadas de louvação ao amor e à beleza da cidade. Aproveitam-se
dessa lacuna os cantores e compositores maranhenses João Sá ou Claudio Fontana, César
Nascimento e Carlinhos Veloz. Essa apologia musical a São Luís nasce e vinga entre os anos 1970 e
1990. Claudio Fontana, que morava em São Paulo, saiu na frente com uma declaração de amor à
terra em que nasceu e se criou. Com letra e música de sua autoria, lança a canção intitulada Ilha do
Amor.
A alternativa E está correta. A Greve de 1951, em São Luís, no Maranhão, tem um papel importante
na formação do caráter político da massa urbana ludovicense, e foi o mais formidável movimento
urbano da história do Maranhão, o dia em que a Ilha fez fama de rebelde. Na ocasião, como presente
pelos seus 349 anos de fundação, a cidade recebeu a denominação de “Ilha Rebelde”, pela brava
resistência oferecida, à época, aos detentores do poder. Essa resistência ganhou visibilidade na
greve política contra a posse do governador Eugênio Barros, que, segundo os oposicionistas, vencera
a eleição de outubro de 1950, realizada sob os auspícios da fraude eleitoral e com o beneplácito da
Justiça. Contra isso se levantou o povo de São Luís através de um fabuloso movimento popular que
durou mais de seis meses e com presença nas ruas, dia e noite.
(MARTINS, 2018).
Gabarito: E

12. (SEMAD 2008)


A política maranhense, no sec. XIX, era inteiramente dominada por pequenos e fracionados
grupos de interesse chamados de
A) plutocracia.
B) oligarquia.
C) teocracia.
D) ditadura.

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E) comunismo.
Comentários
A alternativa A é falsa, pois a plutocracia é um sistema político no qual o poder é exercido pelo grupo
mais rico, o que pode se aproximar do período em questão, mas não é a expressão comumente
utilizada.
A alternativa B é a resposta certa, uma vez que a oligarquia sempre teve papel central em termos de
articulação dos processos políticos, apresentando um caráter tradicional, em função do qual a
estrutura de representação e de intermediação de interesses se fundou nas diversas expressões
históricas do patrimonialismo estatal, sendo o sistema de participação caracterizado, sobretudo,
pelo clientelismo político. Em função desse tipo de dominação, as relações estabelecidas
historicamente no Maranhão entre a sociedade e o Estado sempre conferiram a este um papel mais
ativo do que reativo à primeira, tendo a articulação dos grupos sociais se dado sempre de forma
subordinada à instância estatal.
A alternativa C também é falsa, pois teocracia é o sistema de governo em que as ações políticas,
jurídicas e policiais são submetidas às normas de algumas religiões.
A alternativa D também é falsa, pois ditadura é um dos regimes não democráticos ou
antidemocráticos, ou seja, governos regidos por uma pessoa ou entidade política onde não há
participação popular, ou em que essa participação ocorre de maneira muito restrita.
A alternativa E também é falsa, uma vez que o comunismo é uma ideologia política e
socioeconômica, que pretende promover o estabelecimento de uma sociedade igualitária, sem
classes sociais e apátrida, baseada na propriedade comum dos meios de produção.
(GUILHON, 2018).
Gabarito: B

13. (MOVENS - Pref. São Luís-MA / 2007)


O domínio português no território do futuro estado do Maranhão só foi consolidado a partir
de 1644, com a expulsão dos últimos invasores estrangeiros. Após a independência do Brasil,
em 1822, ocorreram vários conflitos internos no país durante o período da regência imperial.
O Maranhão, em 1831, foi palco da agitação que exigiu a expulsão dos portugueses e dos
padres franciscanos, que ficou conhecida como
A) balaiada.
B) sabinada.
C) setembrada.
D) cabanagem.
E) revolta praieira.

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Comentários
A alternativa A é incorreta, apesar da balaiada ter ocorrido entre 1838 e 1841, durante o Período
Regencial, a revolta surgiu como um levante social por melhores condições de vida e contou com a
participação de vaqueiros, escravos e outros desfavorecidos.
A alternativa B também é incorreta, uma vez que a sabinada foi um movimento que ocorreu na
Bahia, que teve início entre as elites militares, médicas e jornalistas baianas, seu principal idealizador
foi Francisco Sabino, médico e jornalista; entretanto, o movimento se destacou por ter grande
participação das camadas populares.
A alternativa C é a resposta certa. A setembrada foi o levante ocorrido, durante o período regencial,
no Maranhão e também em Pernambuco, levando o nome do mês em que ocorreu (assim como as
chamadas Abrilada e Novembrada), no ano de 1831, refletindo o sentimento anti-lusitano que se
seguiu à Abdicação de D. Pedro I e que teve noutras províncias manifestações similares. O principal
objetivo do movimento era a saída definitiva dos portugueses do Brasil.
A alternativa D também é incorreta, uma vez que a cabanagem foi uma revolta popular e social
ocorrida durante o Império do Brasil, entre 1835 e 1840, no Período Regencial, influenciada pela
revolução Francesa, na antiga Província do Grão-Pará, que abrangia os atuais estados do Pará,
Amazonas, Amapá, Roraima e Rondônia.
A alternativa E também é incorreta, pois a revolta praieira foi um conflito que teve seu centro no
Pernambuco, ocorrido durante o período imperial brasileiro.
(MOTA; BRAICK, 2005; VAZ, 2013).
Gabarito: C

14. (UECE-CEV - 2018 - SEDUC-CE - Professor - História)


No que diz respeito aos movimentos sociais e políticos ocorridos no Brasil no Período Regencial,
é correto afirmar que
A) na Cabanagem, ocorrida no Grão-Pará, a miséria e o desejo de um governo provincial
escolhido pela população local motivaram a separação e a luta de resistência até 1840.
B) a Balaiada, ocorrida no Maranhão e partes do Piauí e do Ceará, teve um caráter puramente
elitista, em função do aumento de impostos sobre a venda do charque e do couro.
C) a farroupilha, que se espalhou pelo Rio Grande do Sul e Paraná, foi um movimento de origem
popular, separatista e contrária a uma tendência republicana das regências.
D) a Sabinada foi uma revolta liderada pelo escravo Malê, João Sabino, em Salvador, no ano de
1835, e que pretendia o fim da escravidão e o retorno à África.
Comentários
A alternativa A é a resposta certa, pois entre 1832 e 1840 a província do Grão-Pará foi cenário de
uma sublevação popular conhecida como Cabanagem, que por um período conseguiu unir amplos
setores sociais: escravos foragidos, camponeses, índios, mestiços, trabalhadores independentes e
até mesmo comerciantes portugueses e ingleses e parcelas da elite local. Mas a maioria dos
insurretos, e os mais dedicados à rebelião, provinha das camadas mais pobres. Eram os cabanos,

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assim chamados por morarem em cabanas à beira dos rios. Violentamente explorados pelas
autoridades governamentais, viviam em estado de quase absoluta miséria.
A alternativa B está incorreta, pois a Balaiada não teve um caráter puramente elitista, tampouco
ocorreu por causa do aumento de impostos sobre a venda do charque e do couro. A Balaiada foi
uma luta popular que sucedeu na província do Maranhão durante os anos de 1838 e 1841. A revolta
surgiu como um levante social por melhores condições de vida e contou com a participação de
vaqueiros, escravos e outros desfavorecidos.
A alternativa C também está incorreta, uma vez que era a Revolução Farroupilha que sustentava
ideais federalistas e republicanos na região Sul do Brasil, e não os governos do Período Regencial.
A alternativa D também está incorreta, ao passo que a Sabinada foi uma revolta autonomista de
caráter separatista transitório, tendo ocorrido de 6 de novembro de 1837 a 16 de março de 1838.
Ocorreu na Província da Bahia à época do Brasil Imperial, seus líderes foram o médico e jornalista
Francisco Sabino e o advogado João Carneiro da Silva.
(MOTA; BRAICK, 2005; VAZ, 2013).
Gabarito: A

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1. (Crescer Concursos - Prefeitura Municipal de Várzea Grande-MT / 2019)


Sobre a história do Piauí, analise as afirmativas a seguir.
I. Na divisão de Tordesilhas, em 1494, antes do Descobrimento do Brasil, o atual território do
Estado do Piauí ficava do lado espanhol.
II. Antes da colonização do Brasil, a região onde atualmente está situado o estado do Piauí, era
povoada por índios de diferentes tribos. Há a estimativa de que na época da colonização,
existiam cerca de 150 tribos no território do Piauí.
III. O Piauí tornou-se uma capitania em 1811, quando já tinha mais de dez vilas e centenas de
fazendas de gado. A luta pela independência durou até 1823. Outros movimentos que agitaram
o Piauí foi a Balaiada, insurreição de cunho popular e social iniciado no Maranhão, e a
Confederação do Equador.

Assinale a alternativa que indica as afirmativas corretas.


A) I, II e III.
B) I e II.
C) II e III.
D I e III.

2. (Crescer Concursos - Prefeitura Municipal de Várzea Grande-MT / 2019)


O Estado do Piauí ganhou repercussão internacional nos estudos sobre a presença humana no
continente americano. A arqueóloga Niède Guidon provocou um intenso debate, ao apresentar
uma nova teoria sobre a ocupação na América com base nos estudos feitos em São Raimundo
Nonato. Sobre esse tema, é correto afirmar que:
A) os sítios arqueológicos no Piauí apresentam pinturas rupestres que datam de cerca de 250
mil anos.
B) as pesquisas no Boqueirão da Pedra Furada demonstram que a ocupação do homem é mais
recente do que o comprovado anteriormente. Os artefatos datam, no máximo, de 2 mil anos.
C) a teoria apresentada pela arqueóloga defende uma ocupação humana mais antiga que a
teoria tradicional. Os artefatos encontrados no Piauí datam de cerca de 58 mil anos.
D) a teoria de Niède Guidon foi descartada, pois pesquisas feitas em laboratórios na Austrália
comprovaram que os artefatos não eram produções humanas.

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E) os artefatos encontrados no Piauí são importantes evidências de que o homem iniciou a


ocupação na América há cerca de 15 mil anos.

3. (Quadrix - 2017)
O desenvolvimento da historiografia mundial, fenômeno que o século XX consagrou, permite
novos olhares sobre o passado protagonizado pelas sociedades. No Brasil, multiplicam-se
estudos que lançam luz sobre a trajetória do País, da colônia aos dias atuais. Da independência,
em 1822, passando pela implantação da República, em 1889, ao cenário presente, a história
brasileira é marcada por avanços e recuos, enfrentando percalços e se mostrando ainda
inconclusa em relação à construção da cidadania. Relativamente à história contemporânea, da
produção do conhecimento histórico a alguns dos mais marcantes fatos ocorridos no Brasil e
no mundo, julgue o item.
Ainda que tenha sido conduzida por setores da elite colonial, a independência do Brasil
motivou muitos brasileiros a assumirem a causa da emancipação nacional: levantes populares
ocorreram em vários pontos do País, a exemplo do Pará, do Maranhão, do Piauí e da Bahia.

4. (CESPE – 2018)
Tendo em vista que o processo de independência do Brasil pode ser compreendido como parte
das profundas mudanças que marcaram a história ocidental a partir do último quartel do século
XVIII, julgue (C ou E) o item que se segue.
A historiografia recente mostra que a tese da independência do Brasil como movimento
pacífico não se sustenta. Embates armados que duraram meses ocorreram em regiões da
Bahia, do Piauí, do Maranhão e do Pará e na Cisplatina. A fragilidade do projeto de
independência vencedor em 1822 ficou demonstrada pelos conflitos no período regencial.

5. (CESPE - 2017 - Prefeitura de São Luís - MA)


O britânico cuja ousadia nas guerras napoleônicas lhe valeu a alcunha de “lobo do mar” e que,
no Brasil, atuou decisivamente nas guerras pela independência, tendo sido agraciado com o
título de marquês do Maranhão após sua vitória sobre as tropas portuguesas, foi
A) Thomas Cochrane.
B) Robert Southey.
C) Henry Koster.
D) Robert Walsh.
E) John Armitage.

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6. (MPE-GO - 2018 - MPE-GO - Secretário Auxiliar - Goiás)


O Período Regencial, compreendido entre 1831 a 1840, foi marcado por grande instabilidade,
causada pela disputa entre os grupos políticos para o controle do Império e também por
inúmeras revoltas, que assumiram características bem distintas entre si. Em 1838, eclodiu, no
Maranhão, a Balaiada, somente derrotada três anos depois. Pode-se dizer que esse
movimento:
A) contou com a participação de segmentos sertanejos – vaqueiros, pequenos proprietários e
artesãos – opondo-se aos bem-te-vis, em luta com os negros escravos rebelados, que
buscavam nos cabanos apoio aos seus anseios de liberdade.
B) foi, inicialmente, o resultado das lutas internas da Província, opondo cabanos
(conservadores) a bem-te-vis (liberais), aprofundadas pela luta dos segmentos sertanejos
liderados por Manuel Francisco dos Anjos, e pela insurreição de escravos, sob a liderança do
Negro Cosme, dando características populares ao movimento.
C) foi de revolta das classes populares contra os proprietários. Opôs os balaios (sertanejos) aos
grandes senhores de terras em aliança com escravos e negociantes.
D) lutou pela extinção da escravidão no Maranhão, pela instituição da República e pelo controle
dos sertanejos sobre o comércio da carne verde e da farinha – então monopólio dos bem-te-
vis, sendo o seu caráter multiclassista a razão fundamental de sua fragilidade.
E) sofreu a repressão empreendida pelo futuro Duque de Caxias, que não distinguiu os diversos
segmentos envolvidos na Balaiada, ampliando a anistia decretada pelo governo imperial, em
1840, aos balaios e aos negros de Cosme, demonstrando a vontade do Império de reintegrar,
na vida da província, todos os que haviam participado do movimento.

7. (NUCEPE - 2019 - Prefeitura de Teresina - PI - Professor Educação Básica - História)


Aconteceu em março de 1823, no então vilarejo do Campo Maior, no Piauí, e faz parte de uma
série de conflitos que eclodiram após a declaração da Independência em 1822. O governo
português visava à manutenção de seus territórios no norte do país – especialmente nas áreas
que hoje correspondem aos estados do Piauí, Maranhão e Ceará. Em janeiro de 1823, Manuel
de Sousa Martins, o futuro Visconde de Parnaíba, aderiu à independência e assumiu a
presidência da Junta do Governo do Piauí. Isso fez com que o major João José da Cunha Fidié,
que recebera da coroa portuguesa a ordem de preservar os territórios ao norte do país,
deslocasse suas tropas para a região. Em 13 de março, um grupo de aproximadamente 500
sertanejos mal armados enfrentou as tropas do major Fidié. A batalha durou cerca de cinco
horas. Estima-se que 200 sertanejos morreram no embate; as tropas de Fidié, embora
vitoriosas, saíram do conflito enfraquecidas e foram derrotadas em Caxias, no Maranhão, em
julho do mesmo ano.
Claudete Maria Miranda Dias, Entre Foices e Facões (2011).(Adaptado)

O texto faz referência à Batalha

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A) do Contestado.
B) do Riachuelo.
C) do Jenipapo.
D) da Cisplatina.
E) dos Tamoios.

8. (NUCEPE - 2015)
“A Balaiada teve suas causas nos desmandos dos prefeitos e nas arbitrariedades dos homens
do governo, que, para satisfazer os caprichos partidários, sacrificavam os interesses do povo.
Ela irrompeu no Maranhão e dentro em pouco se propagou pelo Piauí”.
(NUNES, Odilon. O Piauí na História. Teresina: COMEPI, 1975, p. 71).

Com referência às Revoltas Regenciais e à Balaiada no Piauí, analise as assertivas a seguir:


I – Movimento que eclodiu em sucessivos e ininterruptos motins, provocados por bandos
armados, a Balaiada assemelhou-se a revoltas regenciais tais como a Cabanagem (PA),
Farroupilha (RS), Praieira (PE) e Sabinada (BA).
II – Investindo contra fazendas e propriedades particulares em geral, o movimento Balaio
também ganhou caráter de vingança contra integrantes das elites locais.
III – Entre as causas que colaboraram para a eclosão e adesão ao movimento figura o
recrutamento militar compulsório, utilizado muitas vezes pelos governos como instrumento
político e mecanismo de perseguição.
IV – No Piauí, o fazendeiro e político campo-maiorense Lívio Lopes Castelo Branco e Silva aderiu
ao movimento com vistas a dar fim ao governo do Barão da Parnaíba, Manoel de Sousa Martins.

A) Todas as assertivas são corretas.


B) Apenas três assertivas são corretas.
C) Apenas duas assertivas são corretas.
D) Apenas uma assertiva é correta.
E) Todas as assertivas apresentam erro.

9. (SEMAD - 2008)
Em 1820 iniciou-se na cidade do Porto um movimento que, apesar de ostensivamente liderado
por militares, aglutinou as insatisfações de muitos setores sociais de Portugal diante do
reordenamento político do Império. Esse movimento foi refletido em várias províncias do
Brasil.

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No Maranhão, os desdobramentos da revolução do Porto podem ser percebido a partir da (o)


A) resistência das autoridades instituídas à formação de Juntas de governo e a renúncia de
Filipe Alberto Patroni Martins Maciel acusado de incitar os escravos à luta contra a nomeação
de um novo governador.
B) resistência de antigas autoridades à adesão incondicional às Cortes e da abdicação do
governador João Carlos de Augusto de Oeyenhausen.
C) descontentamento da maioria da população que não era favorável ao retorno de D. Pedro
bem como a permanência dos cargos burocráticos nas mãos da nobreza.
D) denúncias de conspirações sofridas por Manoel Marques de Sousa, então governador da
província, e a criação de uma Junta governativa sob a presidência do capitão Rego Barreto.
E) organização de uma Junta Constitucional organizada pelo governador Bernardo da Silveira
Pinto da Fonseca e a incitação por parte de alguns jornalistas que prometiam, através dos
pasquins, a liberdade dos escravos.

10. (SEMAD 2008)


" [...] Aê sou quilombola Aê sou quilombar Aê Sou Negro Cosme Sou força viva de um ideal Eu
sou Balaio, sou liberal Que o Bem-te-vi deixou na folha do jornal[...]"
(Zé Pereira Godão/Luís Bulcão)

O samba enredo A Balaiada, de 1989, foi revisitado pela Escola de Samba Turma do Quinto no
ano de 2008. Sobre essa revolta, que aconteceu no Maranhão e no Piauí no período regencial,
pode-se afirmar que
A) foi um movimento elitista, liderado pelos republicanos, no Maranhão representado pelo
partido Bem-te-vi.
B) deve ser considerada como uma continuidade da Revolta de Beckman uma vez que, várias
reivindicações dos manifestantes representavam os mesmos descontentamentos da revolta
anterior.
C) foi uma revolta de caráter popular que, apesar da participação de expoentes de outras
camadas sociais, as camadas menos abastadas representaram a expressão mais significativa
do movimento.
D) foi uma revolta de caráter popular que, após a tomada do poder, tinha como meta a
implantação de uma Monarquia Constitucional liderada pelo negro Cosme.
E) após a tomada do poder, os revoltosos para que aceitassem a deposição das armas exigiram
que o novo governo aceitasse, na sua administração, representantes de todas as camadas
sociais e que, o negro Cosme fosse nomeado para o cargo de vereador da câmara de Caxias.

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11. (SEMAD - Pref. São Luís-MA / 2008)


A chamada “greve de 1951”, movimento político contra a investidura de Eugênio Barros no
governo, contou com ampla participação popular e ajudou a criar uma nova imagem para a
cidade de São Luís, imagem essa designada pela expressão
A) Jamaica Brasileira
B) Atenas Brasileira
C) Esparta Maranhense
D) Ilha dos Amores
E) Ilha Rebelde

12. (SEMAD 2008)


A política maranhense, no sec. XIX, era inteiramente dominada por pequenos e fracionados
grupos de interesse chamados de
A) plutocracia.
B) oligarquia.
C) teocracia.
D) ditadura.
E) comunismo.

13. (MOVENS - Pref. São Luís-MA / 2007)


O domínio português no território do futuro estado do Maranhão só foi consolidado a partir
de 1644, com a expulsão dos últimos invasores estrangeiros. Após a independência do Brasil,
em 1822, ocorreram vários conflitos internos no país durante o período da regência imperial.
O Maranhão, em 1831, foi palco da agitação que exigiu a expulsão dos portugueses e dos
padres franciscanos, que ficou conhecida como
A) balaiada.
B) sabinada.
C) setembrada.
D) cabanagem.
E) revolta praieira.

14. (UECE-CEV - 2018 - SEDUC-CE - Professor - História)


No que diz respeito aos movimentos sociais e políticos ocorridos no Brasil no Período Regencial,
é correto afirmar que

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A) na Cabanagem, ocorrida no Grão-Pará, a miséria e o desejo de um governo provincial


escolhido pela população local motivaram a separação e a luta de resistência até 1840.
B) a Balaiada, ocorrida no Maranhão e partes do Piauí e do Ceará, teve um caráter puramente
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C) a farroupilha, que se espalhou pelo Rio Grande do Sul e Paraná, foi um movimento de origem
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D) a Sabinada foi uma revolta liderada pelo escravo Malê, João Sabino, em Salvador, no ano de
1835, e que pretendia o fim da escravidão e o retorno à África.

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1. Alternativa C 6. Alternativa B 11. Alternativa E


2. Alternativa C 7. Alternativa C 12. Alternativa B
3. Alternativa C 8. Alternativa A 13. Alternativa C
4. Alternativa C 9. Alternativa E 14. Alternativa A
5. Alternativa A 10. Alternativa C

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10. CONSIDERAÇÕES FINAIS


Muito bem, querido concurseiro. Se você chegou até aqui é um bom sinal: o de que tentou
praticar todos os exercícios. Não se esqueça da importância de ler a teoria completa e sempre
consultá-la. Não se esqueça dos seus objetivos e dedique-se com toda a força para alcançá-los.
Obrigado pela oportunidade de participar de sua preparação, e saiba que estarei contigo até
o final da jordada. Qualquer dúvida estou à disposição através do fórum de dúvidas, ou pelo
Instagram. Um grande abraço, bons estudos e foco no sucesso!!!
Sonhe alto, pois “quem sente o impulso de voar, nunca mais se contentará em rastejar”.

Até logo...

Prof. Sérgio Henrique Lima Reis.

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