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Geotecnia Ambiental

Aula 2: Classificação Geotécnica MCT para Solos


Tropicais
Engenharia Civil
7º Período
Professor Mauro Cruz
mauroccruz@yahoo.com.br
1. Introdução

Classificações Geotécnicas
Tradicionais
Importância da identificação e
classificação
• Etapa preliminar, porém essencial para obtenção
de perfil e escolhas de amostras mais apropriadas
para ensaios mais sofisticados e onerosos.
– Projetos de grandes barragens;
– Cortes e aterros muito altos;
– Fundações de grandes estruturas.
• Dados Geotécnicos definitivos para obras menos
complexas como:
– Fundação de pequenas edificações;
– Obras viárias de baixo volume de trânsito.
Dados usualmente utilizados
• Dados baseados na Não são capazes de
granulometria;
explicitar as
• Características características
plásticas dos solos;
específicas para os
– Classificação HRB-
AASHO; solos tipicamente
– Classificação unificada tropicais (Vargas,
USCS. 1982,1985,1988)
– Classificação
Resiliente dos Solos.
Diferenças existentes entre a natureza da fração de
argila e areia de solos de regiões tropicais e
temperadas
Classificação USCS
• Sistema Unificado de Classificação de solos.
– Baseia-se na granulometria e limites de Atterberg
(LL e IP) e presença de matéria orgânica.
– 15 grupos distintos separados por duas letras.
– 3 principais divisões de solos: granulometria
grossa, granulometria fina e solos altamente
orgânicos.
Para fração menor que 0,42 mm é utilizada a
carta de plasticidade (LL xIP)
Classificação HRB
• Highway Research Board (HRB) (1945).
• Aperfeiçoamento do antigo sistema do Bureau
Public Roads Administration (1929).
– Solos divididos em 8 grupos (A1 a A8) de acordo com
sua granulometria.
• A HRB subdividiu alguns grupos e introduziu o
Índice de Grupo (IG) que é um número inteiro
que representa a porcentagem o material que
passa na peneira 200 e das propriedades índices
(LL e IP)
IG = (F -35)*[0,2+0,005*(LL-40)]+0,01*(F-15)*(IP-10)

onde:

F = porcentagem de solo que passa na peneira 200, em


número inteiro.
LL = Limite de Liquidez (%)
IP = Índice de Plasticidade (%).

Este número auxilia no dimensionamento das camas do pavimento


uma vez que estabelece a orientação dos solos dentro de um
grupo, conforme suas aptidões, sendo pior o solo que apresentar
maior valor do IG
Classificação Resiliente dos Solos
• DNER (1996).
• Baseado na resiliência dos solos.
• Solos Granulares Grossos:
– Apresentam 35% de peso em material que passa
na peneira 200.
– Parâmetros de resiliência determinados em
ensaios triaxiais de carregamento repetido sob
tensões de confinamento e módulo de resiliência
correspondente
Grupo A: elevado grau de
resiliência, constituindo
subleitos de má q ualidade
quando utilizado em
estruturas de pavimentos
Grupo B: Grau intermediário
de resiliência podendo ser
empregados em estruturas de
pavimentos como base, sub-
base e reforço do subleito.
Grupo C: Baixo grau de
resiliência podendo ser
utilizado em todas as camadas
Classificação resiliente de solos granulares grossos do pavimento
• Solos Granulares Finos:
– Apresentam mais de 35% de peso em material
que passa na peneira 200.
Classificação resiliente de solos granulares finos

Solos tipo I: bom comportamento quanto a resiliência para utilização como subleito e
reforço do subleito, podendo ser utilizado como camada de sub-base.
Solos tipo II: comportamento regular quanto a resiliência para ser utilizado como
subleito e reforço de subleito.
Solos tipo III: comportamento ruim quanto a resiliência. É vedado seu emprego em
camadas de parvimento e deve ser melhor estudado para utilização como subleito,
com cuidados especiais.
Método indireto de classificação de
solos finos

Estimado a partir da quantidade de Silte e do CBR (DNER, 1996)


2. Solos Tropicais

Peculiaridades dos Solos Tropicais


Ocorrência dos Solos Tropicais
• Locais que apresentam características
climáticas tropicais e úmidas, com processos
pedológicos e geológicos típicos.
• Originados pelo processo de laterização ou
latolização do solo.
Laterização ou Latolização
• Imensa lixiviação em condições com precipitação maior
do que a evapotranspiração potencial durante a maior
parte do ano.
• Velocidade de decomposição da matéria orgânica é
igualada à sua produção, não havendo acúmulo de
matéria orgânica apreciável sobre o solo e de húmus
no perfil.
• Intensa remoção com rápida separação de sais solúveis
de Ca, Mg, Na e K.
• Devido a mobilização destes cátios, o pH no início do
processo se encontra próximo a 7, provocando um
aumento da solubilidade da sílica que é lixiviada,
propiciando também um retardamento da solubilidade
de Al, Fe e Mg.
Características Gerais dos Solos
Tropicais
A fração argila é
constituída
essencialmente de
argilo-minerais do
grupo das caulinitas
e de hidróxidos e
óxidos de ferro e
alumínio.

Agregados estáveis em presença de água pois o recobrimento dos


argilo-minerais são recobridos pelos hidróxidos e óxidos
hidratados que, além de diminuírem a capacidade de adsorção
de água, atuam como agentes cimentantes naturais
Solo laterítico com aumento de 3000 e 10000 x no qual os grãos mais
finos encontram-se agregados e o solo apresenta um aspectos
cimentado (Takeda, 2005)
Forma de Ocorrência
• Camada mais superficial de áreas bem
drenadas;
• Cor com matizes vermelho e amarelo;
• Espessura frequente de 2 metros, podendo,
raras vezes ultrapassar os 10 metros.
• Quando compactado em condições ideais
apresenta alta capacidade de suporte e baixa
perda dessa capacidade quando imerso em
água.
Distribuição dos solos lateríticos em termos mundiais (Bernucci, 1995)
Ocorrência de solos lateríticos no Brasil
2.1. Particularidades dos solos tropicais que
influenciam na efetividade das classificações
geotécnicas tradicionais

• Agragação dos finos nos solos lateríticos


– Suficientemente forte para influir nas
classificações tradicionais dada a dificuldade de
determinação do grau de destruição do solo no
que diz respeito a sua granulometria e Limite de
Liquidez.
• Natureza físico-química da fração argila
– Em determinadas faixas de pH apresentam cargas
positivas;
– Capilaridade ou tensão superficial diferenciada dos
hidróxidos e óxidos;
– Superfície específica elevada.
• Natureza porosa e fragmentável dos grãos de silte
e areia dos solos saprolíticos.
– Presença de cristais com vazios que penetram nos
cristais que alteram a granulometria e o grau de
saturação que ocorrem durante operações de
terraplanagem.
• Limite de Liquidez e Índice de Plasticidade
– Não conseguem diferenciar solos de comportamento
laterítico e não laterítico.
3. Limitações das classificações
geotécnicas tradicionais na
identificação e caracterização dos
solos tropicais

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