Você está na página 1de 100

CONTENÇÃO

DE SOLOS
Profª Engª Ibis Cezário Lourenço
UniAmérica 2024.1
OBJETIVOS
● Entender a composição e propriedades
físicas dos solos essenciais para o
projeto de estruturas de contenção.
● Selecionar os tipos apropriados de
estruturas de contenção conforme o
contexto.
● Empregar métodos de cálculo no
pré-dimensionamento e no
dimensionamento efetivo de muros de
contenção.
01 Fundamentos de Mecânica

PROGRAMÁTICO
CONTEÚDO
dos Solos
Composição e características dos solos

02 Estruturas de Contenção
Tipos de estruturas de contenção

03
Empuxos de Terra
Teorias de Rankine e Coulomb

04
Pré-Dimensionamento e
Verificações de Segurança
Pré-dimensionamento, cálculo das
tensões na base e verificações

05
Dimensionamento Final e
Verificações de
Estruturas de Contenção
Dimensionamento e detalhamento
das armaduras; verificação global
1. DAS, Braja M. Fundamentos de Engenharia
BIBLIOGRAFIA
Geotécnica. 6. ed. Thomson, 2007.
2. GERSCOVICH, Denise M. S. Estabilidade de
taludes. 2. ed. Oficina de Textos, 2016.
3. MARCHETTI, Osvaldemar. Muros de Arrimo.
Blucher, 2008.
4. MOLITERNO, Antonio. Caderno de Muros de
Arrimo. 2. ed. Blucher, 1994.
5. BARROS, Persio L. de Almeida. Obras de
contenção: manual técnico. Maccaferri, 2009.
SEMANA 1
AULA 1

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
GEOTÉCNICA: CONTENÇÃO DE SOLOS
04/03/2024
INTRODUÇÃO O que é Contenção de Solos?
● Estruturas projetadas para estabilizar e manter em
posição vertical ou inclinada o solo.
● Previne deslizamentos e controla a erosão.
IMPORTÂNCIA Por que Contenção de Solos?
● Proteger áreas habitadas e infraestruturas críticas.
● Viabilizar projetos em terrenos com declives
acentuados.
● Prevenir impactos ambientais e garantir segurança.
OBJETIVOS ● Estabilidade: Assegurar a
estabilidade de taludes e encostas.
● Proteção: Proteger estruturas e
áreas adjacentes ao solo contido.
● Viabilidade: Tornar terrenos
anteriormente inutilizáveis aptos
para construção e
desenvolvimento.
● Sustentabilidade: Implementar
soluções que respeitem o meio
ambiente e promovam a
sustentabilidade.
APLICAÇÕES PRÁTICAS ● áreas urbanas,
● rodovias,
● vias férreas,
● projetos
hidráulicos.
DESAFIOS
Os principais desafios em projetos e obras de contenção
de solos são:
● Considerações técnicas: tipos de solo, nível do lençol
freático, pressões hidrostáticas.
● Desafios de projeto: escolha da técnica adequada,
dimensionamento correto, integração com o meio
ambiente.
TIPOS COMUNS ● Muros de arrimo,
EM GRUPOS:
● Gabiões, PESQUISEM
1. IMAGENS
● Terra armada, 2. APLICAÇÃO

● Cortinas atirantadas, 3. VANTAGENS


4. DESVANTAGENS
● Solo grampeado.
TIPOS COMUNS MURO DE ARRIMO GABIÕES TERRA ARMADA

SOLO GRAMPEADO CORTINA ATIRANTADA


ESTRUTURAS DE
CONTENÇÃO
REVISÃO PARA A PROVA Qual técnica de contenção de solos é particularmente
útil em taludes de corte em solo e não exige
escavações, fôrmas, escoramentos ou andaimes?

A. Cortina atirantada
B. Muro de arrimo de “Bolsacreto”
C. Solo grampeado
D. Muro de blocos estruturais de concreto
E. Muro de pedra argamassada.
REVISÃO PARA A PROVA Quando a contenção é projetada em locais com
horizontes resistentes e estáveis em profundidades
acessíveis para ancoragem, qual método de contenção
é mais apropriado?

● Muro de arrimo de gabiões


● Terra armada
● Solo grampeado
● Muro de arrimo celular de peças pré-moldadas de
concreto (crib-wall).
● Cortina atirantada
REVISÃO PARA A PROVA Para um projeto que exige a construção de um muro de
contenção com elevada permeabilidade e grande
flexibilidade, qual dos seguintes é mais indicado?

● Muro de arrimo de gabiões


● Terra armada
● Solo grampeado
● Muro de arrimo celular de peças pré-moldadas de
concreto (crib-wall).
● Cortina atirantada
SEMANA 1
AULA 2

COMPOSIÇÃO E PROPRIEDADES
DOS SOLOS
05/03/2024
INTRODUÇÃO Solo: mistura de minerais,
matéria orgânica, água e ar.
Componentes principais:
areia, silte e argila.
● Classificação baseada em
granulometria e plasticidade.
PROPRIEDADES Propriedades Físicas do Solo
● Textura: proporcionalidade de areia, silte e argila.
● Estrutura: arranjo dos grãos do solo.

Propriedades Químicas do Solo


● pH do solo: acidez ou alcalinidade.
● Capacidade de troca de cátions: habilidade do solo para reter nutrientes.

Propriedades Mecânicas do Solo


● Densidade do solo: relação entre a massa do solo e seu volume.
● Permeabilidade: capacidade do solo de permitir passagem de água.
COMPORTAMENTO Comportamento do Solo Sob Carga
● Compressibilidade: redução de volume sob carga.
● Consolidação: expulsão gradual de água dos poros sob carga.
● Resistência ao cisalhamento: importância para a estabilidade
de taludes e fundações.
PARÂMETROS Parâmetros mais importantes a serem considerados no
projeto de estruturas de contenção de taludes.
● Peso específico do solo: medida da massa por unidade de volume do
solo. Ele influencia diretamente a magnitude das forças atuantes sobre a
estrutura de contenção. Quanto maior o peso específico do solo, maior
será a pressão exercida pelo solo sobre a estrutura.
● Ângulo de atrito do solo: medida da resistência ao deslizamento entre
as partículas do solo. Ele determina a capacidade do solo de suportar
cargas laterais e influencia a distribuição das pressões atuantes sobre a
estrutura de contenção. Um ângulo de atrito maior indica uma maior
resistência ao deslizamento e, consequentemente, uma menor pressão
lateral exercida sobre a estrutura.
● Rocha desmontada: Tem alta
resistência ao cisalhamento e peso
específico significativo, o que resulta
TIPOS DE SOLO em um empuxo lateral substancial
quando utilizada em construção.
● Tout venant: É um agregado de
diversos tamanhos de grãos e
possui características intermediárias.
● Areias argilosas: Possuem uma
mistura de areia e argila, resultando
em uma resistência ao cisalhamento
e peso específico moderados.
● Argilas: Têm menor resistência ao
cisalhamento e podem ser
desafiadoras para garantir
estabilidade devido à sua
capacidade de retenção de água.
● Terra vegetal: É o solo mais fraco
em termos de resistência ao
cisalhamento e geralmente não é
adequado para suporte estrutural.
No Paraná, incluindo Foz do Iguaçu, um tipo de
TIPOS DE SOLO solo muito comum é a “terra roxa”, conhecida
por sua alta fertilidade devido à presença de
minerais de argila, especialmente a caulinita,
que confere a coloração avermelhada típica a
esses solos.

Geralmente é classificada como um solo


argiloso, mas é possível encontrar
características de solos arenosos e lateríticos
em algumas área por variações na textura e
composição dependendo do local.

Quando entra no tipo “solo argiloso”, seu peso


específico tende a variar entre 18 a 22 kN/m³ e
seu ângulo de atrito, entre 10° a 20°.
TALUDES ● Definição: Inclinações naturais ou artificiais de solo ou rocha.
● Mecanismos de ruptura internos: mudanças de geometria e
aumento de carga.
● Mecanismos de ruptura externos: variação do nível de água
e diminuição da resistência (lixiviação).
NO PROJETO

● β = 9,5:
● Peso Específico (aterro) = 22 kN/m³
● Ângulo de Atrito (∅aterro) = 22º
● Coesão (c) = 0
● Carga Distribuída = 25 kN/m²
NO PROJETO ● β = 9,5: Este valor representa o ângulo de inclinação do talude
atrás do muro de arrimo.
● Peso Específico (aterro) = 22 kN/m³: Refere-se ao peso por
unidade de volume do solo no aterro atrás do muro. Este valor é
crucial para calcular a pressão que o solo exerce sobre o muro.
● Ângulo de Atrito (∅aterro) = 22º: Este ângulo determina a
resistência ao deslizamento do solo do aterro.
● Coesão (c) = 0: coesão do solo do aterro

EM GRUPOS:
INTERPRETEM ESSES DADOS: O QUE ESSES NÚMEROS
SIGNIFICAM? COMO ISSO IMPACTA NOSSO PROJETO?
SEMANA 1
AULA 3

CÁLCULO DO EMPUXO DE TERRA:


TEORIAS DE RANKINE E COULOMB

11/03/2024
A superfície de ruptura em geotecnia
SUPERFÍCIE DE RUPTURA refere-se ao plano ou zona ao longo do
qual ocorre uma falha ou deslizamento
no solo, levando à instabilidade de um
talude ou a movimentação de terra
contra uma estrutura de contenção,
como um muro de arrimo.

A identificação da superfície de ruptura é


crucial para o cálculo do empuxo de terra
e para o projeto de estruturas de
contenção, pois determina o caminho
mais crítico pelo qual o solo pode falhar.
ÂNGULO DE ATRITO O empuxo é influenciado principalmente pelo ângulo de atrito do solo.

(>) Quanto maior o ângulo de atrito, maior será a resistência ao


deslizamento entre o solo e a estrutura de contenção. Isso resulta em um
empuxo de terra menor, pois o solo exerce menos pressão contra a estrutura.

(<) Quanto menor o ângulo de atrito, a resistência ao deslizamento será


reduzida, o que pode aumentar significativamente o empuxo de terra sobre o
muro.
O empuxo de terra é a força lateral que o solo exerce
EMPUXO DE TERRA
sobre uma estrutura de contenção ou muro de arrimo.
Essa força é resultado da tendência do solo de se mover
ou expandir devido à gravidade, ao excesso de umidade,
às variações de temperatura, e às alterações causadas
por cargas sobre o solo.
Hipóteses:
TEORIA DE COULOMB ● Superfície de ruptura plana (por facilidade);
● Estrutura rígida (sem deslocamento);
● Cunha de ruptura => corpo rígido;
● Ruptura é um problema em duas dimensões (estado
plano de deformações);
● Solo isotrópico, homogêneo que possui atrito interno e
sem coesão;
● As forças de atrito são distribuídas uniformemente ao
longo do plano de ruptura;
● Considerou o terrapleno inclinado;
● Considerou atrito solo-muro.
TEORIA DE COULOMB
Hipóteses:
TEORIA DE RANKINE ● Considerou o estado plástico do solo usando as equações
do círculo de Mohr;
● O muro é flexível, ou seja, necessidade de pequenas
deformações para mobilizar os empuxos ativo e passivo;
● Não considerou o atrito entre o solo e o muro;
● Solo não coesivo;
● Paramento do muro é vertical;
● A superfície do terreno é horizontal;
● Estabeleceu a relação: Ka = 1/Kp
TEORIA DE RANKINE
FÓRMULA DO EMPUXO
Para efeitos práticos, a determinação do empuxo em muros de arrimo
de flexão, pode ser feita pelas seguintes fórmulas simplificadas:

1. Empuxo ativo (Ea):


Ka = tan² (45 − φ/2) O coeficiente de empuxo
Ea = ½ . γ . H² . Ka também pode ser definido
a partir de tabelas
resultantes de métodos
2. Empuxo passivo (Ep): empíricos, como a tabela
Kp = tan² (45 + φ/2) 6.6 a seguir.
Ep = ½ . γ . H² . Ka

Onde K é o coeficiente de empuxo, E é o empuxo, γ é o peso específico do solo e


H é a altura do muro:
TABELA: COEFICIENTES DE
EMPUXO Ka & Kp
Exemplo: calcule o empuxo ativo de terra para um solo com ângulo de atrito
EXEMPLO RESOLVIDO interno de 30°, peso específico do solo de 18 kN/m³, e uma altura de muro de
5 metros.

1. Ângulo de atrito interno do solo (φ): 30°.

2. Coeficiente de pressão ativa (Ka):


Ka = tan² (45 − φ/2) = tan² (45 - 30/2)
= tan²(30)≈ 0,333

3. Empuxo ativo (Ea):


Ea = ½ . γ . H² . Ka
= ½ . 18 . 5² . 0,333 ≈ 75 kN/m

Para converter o empuxo de 75 kN/m para toneladas-força por metro (tf/m),


utilizamos a conversão onde 1 kN equivale aproximadamente a 0,10197 tf.
Então: 75 kN/m . 0,10197 tf/kN ≈ 7,648 tf/m
SEMANA 1
AULA 4

PROJETO DE MURO DE ARRIMO


06/03/2024
MURO DE ARRIMO Definição: estrutura projetada para suportar a pressão do solo,
prevenindo deslizamentos e facilitando o uso de terrenos inclinados.
Muro por gravidade e Muro por Flexão
MURO DE ARRIMO

NOSSO PROJETO!
MURO DE FLEXÃO
MURO POR FLEXÃO Tipos de Muro por Flexão EM GRUPOS:
● Muros Corridos PESQUISEM CADA UM
DESSES TIPOS
● Muros com Contrafortes (APLICAÇÃO, PRÓS E
CONTRAS)
● Muros ligados às estruturas
1. Abertura ao Projeto: levantamento dos dados iniciais e
PROJETO DE OBRAS DE
CONTENÇÃO
escopo da obra de contenção.
2. Análise Geotécnica: análises do solo e definição de

NESTE MÓDULO
parâmetros críticos (sondagens, granulometria, etc.).

NOSSO FOCO
3. Projeto Estrutural: seleção do tipo, desenvolvimento
do projeto propriamente dito, desde os cálculos de
dimensionamento até detalhamento estrutural.
4. Sistema de Drenagem: dimensionamento conforme índices
pluviométricos e características da região.
5. Documentação: desenhos executivos, memorial descritivo e
planejamento construtivo.
ETAPAS DO PROJETO ● ETAPA 1: PRÉ-DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL
Fazer estimativas iniciais das dimensões do muro de arrimo, como altura, largura da base e
espessura, com base nas condições do terreno, tipo de solo, altura do talude e cargas.

● ETAPA 2: CARGAS SOLICITANTES E MOMENTOS FLETORES


Determinar as forças que atuam sobre o muro, incluindo o empuxo do solo, pressão de água,
cargas superficiais e outras cargas acidentais. Com base nessas forças, calcula-se os
momentos fletores, que são fundamentais para entender como o muro se comportará para o
dimensionamento da armadura.

● ETAPA 3: VERIFICAÇÕES DE ESTABILIDADE


Verificar se o muro de arrimo projetado será estável sob condições de carga esperadas. São
verificados o deslizamento na base, o tombamento, a capacidade de carga do solo de
fundação e a possibilidade de ruptura do solo..

● ETAPA 4: DIMENSIONAMENTO FINAL


Depois das verificações, passa-se ao detalhamento das características finais do muro, como a
espessura das diferentes seções e a quantidade e disposição das armaduras.
SEMANA 2
AULA 5

ETAPA 1: PRÉ-DIMENSIONAMENTO
07/03/2024
PRÉ-DIMENSIONAMENTO Pré-dimensionamento refere-se à fase inicial de projeto,
onde são estimadas as dimensões fundamentais da
estrutura, como altura, largura da base e espessura,
com base nas características do terreno, nas condições
do solo, no empuxo esperado e nas cargas atuantes.

Essa etapa visa garantir a eficácia e segurança do muro,


orientando os cálculos estruturais detalhados e a
seleção dos materiais para a fase de projeto definitiva.
FUNDAMENTOS DO
PRÉ-DIMENSIONAMENTO
● Forças atuantes em muros de arrimo:
○ Empuxo do solo
○ Peso do muro
○ Pressão de água nos poros (quando aplicável)
○ Cargas acidentais no topo do muro

● Princípios de mecânica dos solos aplicados:


○ Pressão lateral do solo
○ Parâmetros de resistência ao cisalhamento do solo
○ Influência da água
PRÉ-DIMENSIONAMENTO
MÉTODOS DE
● Métodos analíticos e empíricos:
Incluem fórmulas e tabelas para estimar
dimensões iniciais do muro com base na
altura do muro, características do solo e
condições de carga.

● Uso de software:
Softwares especializados
podem oferecer uma análise
mais detalhada e precisão no
pré-dimensionamento,
considerando mais variáveis.
PRÉ-DIMENSIONAMENTO Dos métodos analíticos ou empíricos, há 2 mais utilizados:

No método de Marchetti é No método de Moliterno já está


necessário fazer o pré- incluso o cálculo do empuxo no
dimensionamento e depois calcular pré-dimensionamento; portanto não
o empuxo pela Teoria de Rankine ou é necessário calcular novamente.
a Teoria de Coulomb.
MÉTODO MARCHETTI

O método de Marchetti adota uma


abordagem prática baseada em
proporções e porcentagens da altura
total do muro.
MÉTODO MOLITERNO

O método de Moliterno adota uma


abordagem na qual as dimensões do
topo e base do muro são definidas com
base em porcentagens específicas da
altura, levando em conta a pressão do
empuxo e as características do solo.
SEMANA 2
AULAS 7 e 8

ETAPA 2: CÁLCULO DAS CARGAS SOLICITANTES E


MOMENTOS FLETORES
13 e 14/03/2024
✅ ETAPA 1: PRÉ-DIMENSIONAMENTO
ETAPAS DO PROJETO
ESTRUTURAL
● ETAPA 2: CÁLCULO DAS CARGAS SOLICITANTES E
MOMENTOS FLETORES

● ETAPA 3: VERIFICAÇÕES DE ESTABILIDADE

● ETAPA 4: DIMENSIONAMENTO FINAL


(A) ESTUDO ISOLADO DAS CARGAS
SOLICITANTES 1- CARGAS VERTICAIS

REVISÃO SOBRE CARGAS DISTRIBUÍDAS


Cargas distribuídas lineares produzem uma força resultante cujo valor é igual à área sob o
diagrama de carga e cuja localização passa pelo centróide dessa área.
(B) CÁLCULO DAS CARGAS E
MOMENTOS POR SEÇÕES
Ao dividir a estrutura em seções
MOMENTOS POR SEÇÕES
(B) CÁLCULO DAS CARGAS E
para calcular momentos, o
objetivo é decompor o muro de
arrimo em segmentos menores
para entender melhor como as
forças atuam em cada parte do
muro. Este método permite
calcular o momento fletor em
diferentes pontos, que é essencial
para o dimensionamento da
armadura e a verificação da
estabilidade e segurança da
estrutura. Cada segmento é
analisado individualmente,
considerando o peso próprio do
muro, a pressão do solo atrás do
muro, e outras cargas aplicadas,
como uma carga distribuída na
parte superior.
(B) CÁLCULO DAS CARGAS E
MOMENTOS POR SEÇÕES
MOMENTOS POR SEÇÕES
(B) CÁLCULO DAS CARGAS E
Depois, para calcular as tensões
na base, repetimos o mesmo
procedimento de divisão de
seções porém movendo o ponto
de referência para o centro da
base.
(B) CÁLCULO DAS CARGAS E
MOMENTOS POR SEÇÕES
SEMANA 3
AULAS 9 E 10

ETAPA 3: VERIFICAÇÕES DE ESTABILIDADE


18 e 20/03/2024
✅ ETAPA 1: PRÉ-DIMENSIONAMENTO
ETAPAS DO PROJETO
ESTRUTURAL
✅ ETAPA 2: CÁLCULO DAS CARGAS SOLICITANTES E
MOMENTOS FLETORES

● ETAPA 3: VERIFICAÇÕES DE ESTABILIDADE

● ETAPA 4: DIMENSIONAMENTO FINAL


VERIFICAÇÃO DE ESTABILIDADE Antes de calcular os esforços para determinação das armaduras, será
necessário verificar, com as dimensões adotadas, se o conjunto apresenta
estabilidade. A etapa de verificação visa conferir a estrutura de contenção será
estável e capaz de resistir a todas as cargas sem sofrer falhas estruturais.
Nesta etapa, devem ser investigadas as seguintes condições de estabilidade:
VERIFICAÇÃO AO ESCORREGAMENTO A segurança ao escorregamento é estimada pela razão entre a força resistente
e a força atuante. É uma medida de quão seguro o muro está contra
escorregamento. O FS deve ser maior do que o mínimo requerido pelas normas
de segurança, geralmente maior que 1,5.
VERIFICAÇÃO AO ESCORREGAMENTO Força Atuante (Fa): É a força horizontal devida ao empuxo do solo, que tenta
deslizar o muro de arrimo. Ela é calculada somando o empuxo do solo ativo
(Ea) com o empuxo devido à carga adicional (Eq), se houver.

Força Resistente (Fr): É a força que resiste ao escorregamento, proporcionada


pela fricção entre a base do muro e o solo, além de qualquer outra força que
atue no sentido contrário ao do deslizamento. É influenciada pelo peso do
muro (Ps), pelo peso da carga no topo do muro (Pc), pela reação ao empuxo
ativo (Ev) e pela coesão do solo na base (c'). Também pode incluir a força
devida à pressão passiva do solo (Ep), caso seja aplicável.
VERIFICAÇÃO AO ESCORREGAMENTO
VERIFICAÇÃO AO TOMBAMENTO O cálculo dos momentos envolve a altura do empuxo (H) e a força de empuxo
(Eh) aplicada na estrutura. A relação entre o momento resistente e o momento
atuante dá o fator de segurança, que nesse caso é calculado dividindo-se o
momento resistente pelo momento atuante (Mr / Ma).
VERIFICAÇÃO AO TOMBAMENTO Momento Atuante (Ma): É o momento de tombamento gerado pela força de
empuxo do solo, que age na tentativa de girar o muro em torno de sua base.
Calcula-se como o produto da força de empuxo do solo (H) pelo braço de
alavanca (a distância do ponto de aplicação da força até o ponto de rotação).
Neste exemplo, é considerado que o ponto de aplicação é no terço médio da
altura do empuxo (H/3), o que é uma aproximação comum em cálculos de
engenharia.

Momento Resistente (Mr): É o momento que resiste ao tombamento, provido


pelo peso próprio do muro e pela resistência ao deslizamento na base. Ele é
geralmente maior do que o momento atuante para assegurar estabilidade.
SEGURANÇA DA FUNDAÇÃO (TENSÕES NA A teoria da capacidade se baseia
no conceito de que um solo
submetido a um carregamento
irá sofrer deformações até o
momento em que irá entrar em
colapso, por cisalhamento. Isto
ocorre quando das tensões
cisalhantes atuantes no solo
superam os valores máximos de
tensão que o solo suporta.
Para esta verificação podemos
usar a teoria de Terzaghi,
seguindo os passos:

Se eg < bs/6, o cálculo da tensão máxima é:


BASE)
SEGURANÇA DA FUNDAÇÃO (TENSÕES NA
BASE)

Verificação:
SEGURANÇA DA FUNDAÇÃO (TENSÕES NA
BASE)
VERIFICAÇÃO DE RUPTURA GLOBAL Por fim, a ruptura global leva em
consideração a possibilidade de
ocorrer a ruptura do maciço ao longo
de uma superfície de ruptura sem
tocar a estrutura do arrimo.

Caso o menor valor de FSrg for


superior a 1, não haverá rupturas
globais.
SEMANA 3/4
AULA 11 e 12

ETAPA 4: DIMENSIONAMENTO FINAL

21 e 25/03/2024
DIMENSIONAMENTO FINAL Após o pré-dimensionamento e as verificações de
estabilidade é definido as medidas geométricas externas,
as forças atuantes na estrutura de contenção e seus
diagramas. Com estes valores geométricos e solicitações
é possível realizar o dimensionamento final:
● Dimensionamento Interno do Muro: determinação
esforços internos solicitantes no muro e
dimensionamento da armadura
● Dimensionamento Interno da Sapata: cálculo dos
esforços internos solicitantes nas sapatas e
dimensionamento da armadura
DIMENSIONAMENTO INTERNO
DO MURO
Antes de iniciar propriamente o
dimensionamento da armadura do muro, é
necessário conhecer as vinculações deste item
estrutural.

Para o muro de flexão de perfil clássico, a


vinculação é estabelecida com o engastamento
na base e livre na ponta. Por isso, o muro
apresenta um dimensionamento semelhante a
uma laje maciça e outra em balanço tendo uma
distribuição de carga decrescente à medida que
se desloca para a crista da estrutura de
contenção.
DIMENSIONAMENTO INTERNO
DO MURO
Apesar desta semelhança, devido aos empuxo total, o dimensionamento do
muro é baseado na segmentação da estrutura em seções de no máximo um
metro sendo o dimensionamento estabelecido do topo do muro para a base.
Fazemos isso seguindo os passos:
1. Determinação das armaduras longitudinais
2. Determinação das armaduras transversais
3. Detalhamento do comprimento de Ancoragem
4. Verificação do Momento de Fissuração
DIMENSIONAMENTO INTERNO
DA SAPATA
Para a sapata é realizado o mesmo passo a passo estabelecido no
dimensionamento interno do muro de arrimo.
1. Determinação das armaduras longitudinais
2. Determinação das armaduras transversais
3. Detalhamento do comprimento de Ancoragem
4. Verificação do Momento de Fissuração
ARMADURA PRINCIPAL As armaduras longitudinais são
responsáveis por absorver os
esforços de flexão, podendo ser
determinadas da mesma maneira
que armaduras de uma viga:

A armadura transversal resiste aos esforços de tração devidos


à força cortante. Pela NBR 6118, é permitido dispensar o uso
desse tipo de armadura, desde que os critérios de ancoragem
estejam atendidos e a força cortante solicitante de cálculo (Vsd)
for menor ou igual à resistência de projeto ao cisalhamento
(Vrd1). → isso é comum em muros de flexão!
ARMADURAS DE DISTRIBUIÇÃO A armadura de distribuição é utilizada para distribuir as cargas e para controlar a
fissuração decorrente de deformações impostas ou variações térmicas. Não está
diretamente ligada ao suporte das cargas principais, mas ajuda a manter a integridade
estrutural e a resistir a esforços secundários, como os provenientes de contração,
temperatura ou variações no suporte.
→ VALORES ESTABELECIDOS POR NORMA (geralmente ⅕ da armadura principal)
COMPRIMENTO DE ANCORAGEM O comprimento básico de ancoragem (lb) é a distância necessária para ancorar a
força limite As ∗ fyd em uma barra de diâmetro ϕ, da armadura passiva, admitindo-se ao
longo deste, tensão de aderência uniforme e igual a fbd, garantindo que a armadura
tenha aderência plena dentro do concreto e transfira efetivamente as cargas para o
material circundante.
VERIFICAÇÃO DO MOMENTO DE O momento de fissuração (Mr) é um conceito usado para descrever o ponto em que o
FISSURAÇÃO concreto começa a rachar devido às tensões internas, e será determinado na região mais
crítica da estrutura, no caso, na junção entre a sapata e o muro.

A estrutura não apresentará fissuras se Mr for menor que


o momento de cálculo máximo estabelecido no diagrama
do memento fletor do muro.

O termo α é um coeficiente que amplia a tensão de cálculo do


concreto (valor padrão α=1,5), fct,m é a tensão média de cálculo,
Ic é o momento de inércia da seção de concreto, e Yt é a distância
do centro de gravidade da seção à fibra mais tracionada.
TABELAS PARA DIMENSIONAMENTO
FINAL DA ARMADURA
TABELAS PARA DIMENSIONAMENTO
FINAL DA ARMADURA
EXEMPLO RESOLVIDO Para o cálculo da
armadura, vamos
dividir em 2 seções:
Ka é o coeficiente de empuxo ativo do solo, que indica a proporção da pressão
EXEMPLO RESOLVIDO lateral do solo que atua no muro.
Ea1 é o empuxo ativo do solo no ponto mais baixo da seção (onde geralmente a
pressão é máxima). "γ" é o peso específico do solo e "H1" é a altura do da seção 1.
Eq1 é a pressão de empuxo ativa devido à carga distribuída q.

VS1 é a soma os empuxos ativos do solo e a carga distribuída para


encontrar a força cortante total no ponto mais baixo da seção 1.
O valor 1,4 é um fator de majoração para condições de projeto.

MS1 é o momento fletor na base da seção 1,


dado pela força de empuxo aplicada a uma
distância de 1/3 da altura para o empuxo do
solo (Eaq1) e 1/2 da altura para a carga
distribuída (Eq1), que é a distribuição padrão de
carga triangular e retangular, respectivamente.
e é a espessura da seção de concreto necessária para para
EXEMPLO RESOLVIDO determinar a área da seção transversal do concreto que
resistirá ao momento fletor. Calculada em função da
resistência do concreto à (Fck), a altura da seção (H1), a altura
total das seções (Hseções) e a carga distribuída (q).

bw é a largura da base do muro, necessária para os cálculos de


dimensionamento da armadura. Consideramos cada metro linear de muro.
d é a distância útil, que é a altura da seção de concreto até o centro de gravidade
da armadura, e c é o cobrimento do concreto.

O valor de k6 é comparado com tabelas padrão


(normalmente fornecidas em normas de projeto ou manuais
de concreto armado) para obter um fator adimensional k3
relacionado ao dimensionamento da armadura.
As é a área de aço necessária na armadura, calculada para resistir aos
EXEMPLO RESOLVIDO esforços de tração causados pelos momentos fletores.
M1 é o momento fletor na seção do muro de arrimo.

0,15%

As min é a área mínima de armadura, calculada para garantir que haja aço
suficiente na seção para o controle de fissuras e outros requisitos estruturais,
mesmo que os cálculos de momento não exijam uma grande quantidade de
aço. A norma técnica pode especificar um valor percentual mínimo em relação
à área da seção transversal do concreto, que neste caso é 0,0015 (ou 0,15%).
Ao multiplicar esse percentual pela base e a espessura da seção, obtém-se a
área mínima de aço necessária.
VSd é a força cortante de cálculo, que a seção deve ser
EXEMPLO RESOLVIDO capaz de resistir, já calculada anteriormente pela soma
dos empuxos e majorada pelo coeficiente 1,4.

VRd é a resistência ao cisalhamento de cálculo. Refere-se à


a capacidade de resistência da seção sem armadura
transversal.
rd é é um coeficiente que leva em conta a resistência à
tração do concreto e o tipo de estribo usado.
k é um coeficiente obtido pela subtração 1,6 - d
p1 é a taxa de armadura longitudinal, calculado pela razão
entre a área da armadura longitudinal e a área da seção
transversal do muro (bw x d)

VRd > VSd significa que a seção de concreto sem


armadura transversal já é suficiente para resistir à
força cortante, e portanto, armadura adicional para
força cortante (como estribos) não é necessária.
EXEMPLO RESOLVIDO
EXEMPLO RESOLVIDO
EXEMPLO RESOLVIDO
EXEMPLO RESOLVIDO
SEMANA 4
AULA 13

FINALIZAÇÃO: PROJETO EXECUTIVO


26/03/2024
PROJETO EXECUTIVO Após o dimensionamento final, onde
determinamos a quantidade e tipo de
armadura necessária (resumo), é necessário
detalhar a localização, espaçamento e
dimensão da armadura no muro
(detalhamento).
Denominamos esse detalhamento de
projeto executivo da armadura, que é um
conjunto detalhado de desenhos e
especificações que definem a localização, a
quantidade, o tamanho, o espaçamento e o
tipo de armadura de aço que será usada na
construção de elementos estruturais de
concreto armado.
EXEMPLO PARA MEMORIAL
PROJETO EXECUTIVO Um projeto executivo completo inclui:
1- Plantas de forma: mostram a geometria da estrutura e as posições relativas
dos elementos estruturais.
2- Detalhamento da armadura: inclui plantas, cortes e detalhes que especificam
as posições exatas das barras de armadura, seus diâmetros, comprimentos de
dobra, espaçamentos, ganchos e outros detalhes de dobra.
3- Tabelas de dobra e corte: listam cada barra, seu formato, comprimento total,
comprimento de dobra, diâmetro e a quantidade necessária.
4- Especificação de materiais: descreve o tipo de aço a ser usado, sua
resistência, classe de aço, revestimento e quaisquer requisitos específicos de
aderência ou resistência à corrosão.
5- Notas de projeto e especificações técnicas: incluem informações sobre
padrões de construção, códigos aplicáveis, níveis de exposição, classe de
agressividade ambiental e cobrimento de concreto.
PROJETO EXECUTIVO Um projeto executivo completo inclui:
6- Lista de barras e estribos: uma lista ou planilha detalhando cada peça de
armadura, com sua identificação única, tamanho, forma e quantidade.
7- Notas de montagem: instruções sobre a sequência de montagem da
armadura, cuidados no transporte e na montagem, para evitar erros que possam
comprometer a estrutura.
8- Detalhamento dos nós: para estruturas mais complexas, os pontos onde as
barras de armadura se cruzam ou interligam devem ser detalhados para garantir a
correta montagem.
9- Identificação: todas as barras e estribos devem ser claramente identificados
nos desenhos, com referências cruzadas para as tabelas de dobra e corte.
10- Informações sobre ancoragem e emendas: detalhes de como as barras
serão emendadas ou ancoradas, especialmente em pontos críticos da estrutura.
PROJETO EXECUTIVO
PROJETO EXECUTIVO
PROJETO EXECUTIVO
DÚVIDAS?
ibis.cezlourenco@gmail.com

Você também pode gostar