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Caracterização de Solos Lateríticos para Utilização em Pavimentos de Baixo


Custo na Cidade de Canindé/CE.

Conference Paper · August 2014

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Silvrano Dantas Carla Beatriz Costa de Araújo


Universidade Federal do Ceará Universidade Federal do Ceará
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Caracterização de Solos Lateríticos para Utilização em
Pavimentos de Baixo Custo na Cidade de Canindé/CE
Carla Beatriz Costa de Araújo
Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, Brasil, carlabeatriz7@gmail.com

Silvrano Adonias Dantas Neto


Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, Brasil, silvrano@ufc.br

RESUMO: Os solos lateríticos são encontrados nas regiões de clima tropical e ocorrem em grande
parte do território brasileiro. Este tipo de solo possui características próprias que não são
contempladas pelos sistemas tradicionais de classificação dos solos. Para suprir esta lacuna surge a
metodologia MCT (Miniatura, Compactado, Tropical) desenvolvida para caracterizar solos tropicais
com fins de utilização em pavimentos de baixo custo. Para o desenvolvimento deste trabalho foram
coletados solos em uma jazida localizada na cidade de Canindé, no interior do estado do Ceará, para
os quais foram realizados ensaios de caracterização segundo as metodologias tradicionais e segundo
a metodologia MCT, visando sua utilização na pavimentação de baixo de custo nas vias locais, uma
vez que a utilização deste material pode gerar economia e desenvolvimento em uma região carente
de investimentos e infraestrutura. Para caracterização do material, foram realizados os ensaios de
acordo com as normas DNER 258/94 (Solos compactados em equipamento miniatura – Mini-MCV)
e DNER 256/94 (Solos compactados com equipamento miniatura – determinação da perda de massa
por imersão), além de ensaios ensaio oedométricos simples com inundação para verificação do
potencial de colapso da amostra compactada no ramo seco e no ramo úmido da curva de
compactação. A partir dos ensaios realizados e utilizando a norma DNER 259/96 (Classificação de
solos tropicais para finalidades rodoviárias utilizando corpos-de-prova compactados em
equipamento miniatura) foi feita a caracterização do material segundo a metodologia MCT, sendo
classificado como um solo LA, uma areia com finos de comportamento laterítico, e a amostra não
apresentou potencial de colapso pela metodologia utilizada, podendo a jazida localizada em
Canindé ser utilizada como sub-base ou reforço de subleito em pavimentos de baixo custo na
região.

PALAVRAS-CHAVE: solos lateríticos, metodologia MCT, colapso.

1 INTRODUÇÃO Ao se introduzir conceitos de mecânica dos


solos para a solução de problemas ligados à
Os solos lateríticos, característicos de regiões de construção rodoviária no Brasil, foram
clima tropical úmido, possuem características detectadas discrepâncias entre as previsões e o
peculiares devido às condições geológicas nas comportamento real dos solos nas obras. Estas
quais são formados, e em consequência discrepâncias têm sido atribuídas, em grande
apresentam uma composição mineralógica parte, às peculiaridades dos solos brasileiros
diferenciada. (ocorrência, constituição, formação,
Boa parte do território brasileiro está em uma propriedades, índices e condições ambientais),
zona clima tropical, surgindo então a que são diferentes das condições encontradas
necessidade de estudos sobre o comportamento nas regiões de clima temperado onde foram
peculiar dos solos lateríticos para diferentes desenvolvidos os sistemas de classificação de
finalidades, e sobre metodologias que sejam solos tradicionais (NOGAMI e VILLIBOR,
apropriadas para avaliar a qualidade destes 1995).
solos. Nogami e Villibor (1981) desenvolveram a
metodologia MCT (Miniatura, Compactado, como lateritas (SANTOS, 2006; RESCHETTI
Tropical) para caracterizar os solos tropicais JUNIOR, 2008).
com fins de utilização em pavimentos de baixo O processo de laterização faz com que a
custo. Segundo Nogami e Villabor (1988) a fração argilosa dos solos lateríticos seja
maior amplitude de propriedades consideradas constituída essencialmente de argilo-minerais
na metodologia MCT é necessária para que se do grupo caulinita e de hidróxidos e óxidos
possa utilizar adequadamente os nossos solos, hidradatados de ferro e/ou alumínio. A
de peculiaridades essencialmente tropicais, e estabilidade em presença de água das
assim, com segurança, reduzir o custo das obras agregações se dá pela combinação desses
rodoviárias. componentes, pois o recobrimento dos argilo-
Os solos de comportamento laterítico, desde minerais pelos hidróxidos e óxidos hidratados
que sejam compactados em condições reduz a capacidade de adsorção de água pelos
específicas previamente determinadas, argilo-minerais e ainda, atuam como agentes
adquirem resistências altas e uma excelente cimentantes naturais entre as partículas. As
capacidade de suporte, podendo apresentar frações de areia e silte são compostas
pequena perda dessa capacidade quando principalmente por quartzo, agregações
imersos em água (GODOY, 1997). lateríticas (concreções lateríticas) e, em menor
Assim, este trabalho tem por objetivo avaliar escala, por minerais pesados (SANTOS, 2006;
via emprego da metodologia MCT as SUAREZ, 2008).
características lateríticas de um solo na cidade Os solos lateríticos e sub-tropicais cobrem
de Canindé/Ce para fins de utilização em aproximadamente uma rede de 28 milhões de
pavimentos de baixo custo na região. metros quadrados, isto é, cerca de 19% da
Adicionalmente, faz também a avaliação do superfície da Terra, sendo que pelo menos 66%
potencial de colapso do solo quando desta área corresponde a solos vermelhos
compactado no ramo seco da curva de tropicais (Figura 1). No Brasil, os solos
compactação, uma vez que este procedimento lateríticos encontram-se distribuídos em quase
pode conferir ao mesmo uma estrutura todo território (mais de 80%), e no Nordeste
metaestável, e trazer prejuízo para o Brasileiro se encontra na faixa litorânea, como
desempenho dos pavimentos. pode ser observado na Figura 2 (MÉLO, 2011).

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Solos Lateríticos

O solo laterítico é uma variedade de solo do


horizonte superficial laterítico, típico das partes
bem drenadas das regiões tropicais úmidas
(VILLIBOR e NOGAMI, 2009).
Os solos lateríticos são materiais formados a
partir do processo intenso de intemperização em
solos residuais de zonas tropicais e úmidas, Figura 1. Distribuição de solos lateríticos em termos
onde as elevadas temperaturas e abundantes mundiais (Charman, 1988 apud Bernucci, 1995).
precipitações produzem a infiltração da água no
solo provocando a lixiviação de partículas finas Os solos lateríticos encontram-se na natureza,
e alguns cátions básicos, deixando no solo as geralmente não saturados, com índice de vazios
partículas pesadas como o ferro e o alumínio. elevado, e consequentemente pequena
Estas partículas formam vínculos cimentantes capacidade de suporte. Entretanto, a partir do
entre as partículas do solo, dando origem às processo de compactação pode apresentar
partículas de maiores dimensões, conhecidas propriedades satisfatórias para emprego em
diversas obras na engenharia (FREIRE et. al, não apresentam comportamento lateríticos (N).
1999). Nestes dois grupos são incluídos ainda os
seguintes tipos de solos (subgrupos):
 Areias lateríticas (LA);
 Solos arenosos lateríticos (LA’);
 Solos argilosos lateríticos (LG’);
 Areias não lateríticas (NA);
 Solos arenosos não lateríticos (NA’);
 Solos sedimentares não lateríticos (NS’);
 Solos argilosos não lateríticos (NG’).
A classificação do solo pode ser obtida
através do ábaco mostrado na Figura 3.
Observa-se que a classificação dos solos pela
metodologia MCT é feita a partir de dois
coeficientes, c’ que está associado as argilas do
solo, e o índice e’ que está relacionado ao
caráter laterítico do solo (NOGAMI e
VILLIBOR, 1995).
Figura 2. Ocorrência de solos de comportamento
laterítico no Brasil (Villibor e Nogami, 2009)

2.2 MCT (Miniatura, Compactado,


Tropical)

Segundo Nogami e Villibor (1988), o princípio


geral que norteia a metodologia MCT é de que
para uma melhor utilização de solos
compactados, principalmente para obras
rodoviárias, há necessidade de determinar as Figura 3. Ábaco de classificação MCT (Nogami e
suas propriedades mecânicas e hidráulicas em Villibor, 1995)
corpos de prova devidamente compactados.
A metodologia MCT envolve um conjunto O coeficiente c’, é denominado coeficiente
de ensaios e procedimentos, utilizando corpos- de deformabilidade, sendo obtido através do
de-prova de dimensões reduzidas (50 mm de ensaio Mini-MCV. Este é calculado como o
diâmetro), destinados à classificação e coeficiente angular da parte mais inclinada e
determinação das propriedades mecânicas e retilínea da curva Mini-MCV, correspondente à
hidráulicas de solos tropicais, como também a condição de Mini-MCV = 10. O índice e’ é
avaliação da erodibilidade quando utilizados em calculado a partir do coeficiente d’ (inclinação
obras viárias. Os principais ensaios dessa da parte retilínea do ramo seco da curva de
metodologia são: ensaio de Mini-MCV (Mini compactação, correspondente a 12 golpes do
Moisture Condition Value), ensaio de perda de ensaio de mini MCV) e da perda de massa por
massa por imersão, compactação em imersão Pi (porcentagem da massa desagregada
equipamento miniatura (Mini-Proctor), Mini- em relação à massa total do ensaio quando
CBR nas condições de corpo de prova com e submetida à imersão em água), dado pela
sem imersão em água, ensaio de expansão e expressão:
contração (MÉLO, 2011).
Nesta classificação, foram propostos dois 20 Pi
grupos de solos: os que podem apresentar e'  3  (1)
comportamento lateríticos (L); e os solos que
d ' 100
caso, por exemplo, dos ensaios oedométricos
2.3 Colapsividade dos Solos Lateríticos (FERREIRA, 1995 apud SOUZA NETO,
2004).
Segundo Mendonça (1990), o colapso é a Segundo Souza Neto (2004), a avaliação da
redução brusca de volume de um solo quando colapsibilidade de um solo por meio de ensaios
este sofre um aumento no seu teor de umidade edométricos tem a vantagem de levar em
e/ou um acréscimo de tensões. A redução de consideração as tensões atuantes e quantificar o
volume é considerada brusca quando ocorre a potencial de colapso, sendo extensível a
uma velocidade superior à velocidade de qualquer formação e tipo de solo.
adensamento de um solo argiloso saturado. Os A identificação e classificação dos solos
solos onde este fenômeno ocorre possuem colapsíveis pode ser feita a partir da proposta de
estrutura macroporosa metaestável, onde o Jennings e Knight (1957), que utiliza o ensaio
esqueleto da estrutura é formado por ligações oedométrico simples, para o cálculo do
temporárias entre os grãos minerais do solo. potencial de colapso dos solos, a partir da
As ligações temporárias entre os grãos do variação do índice de vazios (e) obtida durante
solo podem ser formadas por: pontes de argilas a inundação de um corpo de prova no ensaio
ou coloides, que possuem a sua vez uma micro oedométrico. O potencial de colapso segundo
estrutura onde se manifesta predominantemente esta metodologia é calculado como:
forças de superfícies o vínculos de natureza
cimentante, derivados da presencia de cátions e
como Na, Ca, Mg, Fe ou outros; óxidos de PC   100(%) (2)
1  ei
ferro, ou alumínio, situação tipicamente que
ocorrem em solos lateríticos; ou tensões devido
Onde:
à presença de meniscos capilares nos solos
PC – potencial de colapso, em percentagem;
(NUNEZ, 1975 apud MOTTA, 2006).
e – variação do índice de vazios devido à
Segundo Rohlfes Júnior (1996), os solos
inundação do corpo-de-prova;
lateríticos (residuais) em geral apresentam-se na
ei – índice de vazios do corpo-de-prova na
condição de saturação parcial. Os perfis de
tensão sv antes da inundação.
variação do teor de umidade, e
A partir do valor de PC, a classificação é
consequentemente de sucção, apresentam uma
feita de acordo com a Tabela 1 (Jennings e
variabilidade no tempo e no espaço devido à
Knight, 1957).
grande heterogeneidade e às condições
climáticas. Estes solos, em geral, podem ser Tabela 1. Classificação da colapsividade dos solos,
muito compressíveis, mas apresentam Jennings e Knight (1957)
deslocamento praticamente instantâneos, após a PC (%) Classifcação
aplicação do carregamento. 0a1 Sem problemas
Os solos lateríticos são solos, que pela sua 1a5 Problemas moderados
estrutura, composição, e formação, apresentam 5 a 10 Problemático
as condições necessárias à formação de uma 10 a 20 Problemas graves
Maior que 20 Problemas muito graves
estrutura metaestável com potencial de colapso.
A magnitude do recalque com a inundação
depende do grau de saturação e do nível de
tensões existentes no momento do colapso 3 MATERIAIS E MÉTODOS
(DIAS, 1987 apud ROHLFES JÚNIOR, 1996).
Embora o mecanismo de colapso possa ser 3.1 Solo
muito complexo (pelo menos a nível
microestrutural), há uma tendência no meio O solo utilizado para realizar os ensaios foi
técnico em identificar solos colapsíveis partindo coletado em uma jazida localizada em
de ensaios simples e de uso corriqueiro em Canindé/Ce. A Figura 4 mostra o material
laboratórios de mecânica dos solos, como é o devidamente preparado para a realização dos
ensaios. O material possui densidade real dos imersão). A classificação do material foi feita
grãos de 2,64, limite de liquidez de 34%, limite de acordo com a norma DNER 259/96
de plasticidade de 24% (IP = 10%). A curva (Classificação de solos tropicais para
granulométrica por peneiramento é apresentada finalidades rodoviárias utilizando corpos-de-
na Figura 5 e o gráfico para obtenção do limite prova compactados em equipamento miniatura).
de liquidez é apresentado na Figura 6.
3.2.1 Ensaio oedométrico

Para a identificação do potencial de colapso do


solo, foi utilizado o ensaio oedométrico simples
para amostras compactadas em duas condições:
uma amostra compactada no ramo úmido, e
outra amostra compactada no ramo seco. Foram
utilizados, para a definição das condições
ótimas de compactação do solo, os resultados
obtidos no ensaio Mini-MCV para 12 golpes.
Figura 4. Amostra do material ensaiado A inundação dos corpos de prova ocorreu
após a estabilização dos recalques com a
100 aplicação da carga de 200 kPa, conforme a
90 proposta de Jennings e Knight (1957). Após a
80
70
nova estabilização dos recalques, deu-se
% que passa

60 continuidade ao ensaio, com os acréscimos de


50 tensão. O ensaio foi realizado até a tensão de
40
800 kPa.
30
20
10
0 4 RESULTADOS
0,01 0,1 1 10
Diâmetro dos grãos (mm)
Figura 5. Granulometria por peneiramento 4.1 Metodologia MCT
40
A partir da Figura 7 é possível observar a
UMIDADE (%)

38 variação da altura dos corpos-de-prova com


36 logaritmo do número de golpes para cada uma
34
das umidades. Através desta figura obteve-se o
coeficiente c’ de 0,67.
32
30 18
10 NÚMERO DE GOLPES 100 16
14
an=An-4An (mm)

Figura 6. Limite de Liquidez


12
10
3.1 Métodos
8
6
3.2.1 Metodologia MCT 4
2
Para caracterização do material foram 0
realizados os ensaios de acordo com as normas 1 10 100
DNER 258/94 (Solos compactados em Mini MCV
equipamento miniatura – Mini-MCV) e DNER w=11,59 w=13,86 w=16,40 w=20,14 w=23,28
256/94 (Solos compactados com equipamento Figura 7. Curva Mini-MCV
miniatura – determinação da perda de massa por
A Figura 8 apresenta o gráfico da família de 
A curva Mini MCV x umidade de
curvas de compactação construídas com pontos compactação tiver diminuição da
de umidade variável e energia de compactação inclinação para Mini MCV crescentes
constante (4, 6, 8, 12, 16 e 24 golpes). O (Figura 10).
coeficiente d’ foi calculado como a inclinação Com isto, classificou-se o solo segundo a
da parte retilínea do ramo seco da curva de metodologia MCT como um solo LA, ou seja,
compactação, correspondente a 12 golpes, foi uma areia com finos de comportamento
encontrado o valor de 42,64. laterítico.

25
1,93

umidade de compactação (%)


1,89 20
r(g/cm³)

1,85 15

1,81 10

1,77 5
10 15 umidade (%) 20 25
4 6 8 12 16 24 0
Figura 8. Curva umidade de compactação
1 10 Mini MCV 100 1000

Na Figura 9 são apresentados os valores de Figura 10. Curva Mini MCV x umidade de compactação
perda de água por imersão em água
correspondentes aos valores de Mini-MCV para Segundo o sistema de classificação HRB
cada um dos corpos-de-prova ensaiados. (Highway Research Board) o solo estudado
Obteve-se para as amostras ensaiadas uma enquadra-se no grupo A-4, que tem como
perda por imersão (Pi) igual a 160%. característica solos silto-argilosos de baixa
plasticidade com comportamento precário para
200% o emprego em pavimentos. Porém, segundo a
180% classificação MCT, o material ensaiado apesar
de não ser recomendado para o uso com base de
160% pavimentos econômicos nas regiões tropicais,
podem ser utilizados como sub-base e reforço
Pi

140%
de subleito, já que possuem elevada capacidade
120% de suporte e módulos de resiliência elevados.
100%
4.2 Ensaio oedométrico
80%
1 10 100 1000
Mini MCV A Figura 11 apresenta os resultados dos ensaios
Figura 9. Perda de massa por imersão oedométricos simples realizados, através das
curvas log (s) x e para os dois corpos de prova
A partir dos valores de d’, c’ e Pi e utilizando foram compactados na umidade ótima e no
a Equação 1, obteve-se e’ igual a 1,27. Desta ramo seco da curva de compactação.
forma, considerando o ábaco apresentado na
Figura 3, observa-se que o solo encontra-se
classificado no limite dos grupos (LA e NA’).
Segundo a norma CLA-259/96 deve-se
considerar laterítico o solo que:
 A curva de perda de massa por imersão
Pi, em função do Mini-MCV 10 a 15,
tiver inclinação negativa (Figura 9);
0,39 utilizada como sub-base ou reforço de subleito
de pavimentos de baixo custo na região.
0,37 Ramo seco

0,35 Inundação
REFERÊNCIAS
0,33
e

0,31 Bernucci L. B. (1995) Considerações sobre o


dimensionamento de pavimentos utilizando solos
0,29 lateríticos para rodovias de baixo volume de tráfego.
Tese de Doutorado. Escola Politécnica da USP –
0,27 Universidade de São Paulo.
DNER - Departamento Nacional de Estradas de
0,25
Rodagem. (1996) CLA-259/96. Classificação de solos
0,3 0,8 1,3 1,8 2,3 2,8
log(s) tropicais para finalidades rodoviárias utilizando
Figura 11. Curvas log (s) x e para o ensaio oedométrico corpos-de-prova compactados em equipamento
simples com amostras compactas no ramo seco e na miniatura.
umidade ótima _____ (1994) ME-256/94. Perda de massa por imersão.
_____ (1994) ME-258/94. Solos compactados em
equipamento miniatura - Mini-MCV.
O potencial de colapso para a classificação Freire, E. P., Rodrigues, G. E. e Soares, Y. V. (1999)
de solo foi calculado segundo através da Colapsividade da Argila Laterítica de Alfenas. Revista
Equação 2. Para o solo no ramo seco e no ramo Universidade Alfenas, Alfenas, 5:81-92.
úmido foram obtidos valores de PC de 0,025. Godoy, H. (1997) Identificação e Classificação
Geotécnica de Latossolos do Estado de São Paulo
Segundo critérios de classificação (Tabela 1) o pelo Método das Pastilhas MCT. Tese de Doutorado.
solo não apresenta problemas de colapso. Instituto de Geociênciais – Universidade de São
Convém salientar que solos lateríticos, em Paulo.
sua estrutura natural, podem apresentar uma Jennings, J. E. B. e Knight, K. (1957) The Additional
estrutura metaestável, e se na condição de não Settelment of Foundations due to a Collapse of
Structure of Sandy Subsoils on Wetting. Proceedings,
saturação, forem carregados e posteriormente IV Int. Conf. on Soil Mech. and Found. Engineering.
saturados, podem apresentar potencial de Vol. 1, pp. 316-319. Londres .
colapso significativo. Os resultados da Figura Mélo, V, da S. (2011) Classificação e Estabilização de
11 mostram apenas que mesmo numa situação Solos Lateríticos do Estado da Paraíba e do Rio
de compactação aquém da desejada, o processo Grande do Norte. Dissertação de Mestrado. Centro de
Tecnologia e Recursos Naturais – Universidade
de compactação para o solo estudado não Federal de Campina Grande.
confere ao mesmo uma estrutura metaestável Mendonça, M. B. (1990) Comportamento De Solos
capaz de possibilitar o colapso. Colapsíveis Da Região De Bom Jesus Da Lapa –
Bahia. Tese de Doutorado. COPPE, Universidade
Federal do Rio de Janeiro.
Motta, E. de Q. (2006) Análise do Colapso de um Solo
5 CONCLUSÕES Compactado Devido à Inundação e à Interação Solo-
Líquido Contaminante. Dissertação de Mestrado.
Através dos ensaios realizados foi possível Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil –
caracterizar o solo da jazida na cidade de Universidade Federal de Pernambuco.
Canindé, segundo a classificação MCT, como Nogami, J. S., Villibor, D. F. (1995) Pavimentação de
Baixo Custo com Solos Lateríticos. Editora Villibor,
LA, areia com finos de comportamento São Paulo, SP.
laterítico. _____ (1988) Estado atual da metodologia MCT de
Nos ensaios oedométricos realizados, estudos geotécnicos de solos. Anais do Simpósio
observou-se que mesmo nas condições de sobre Novos Conceitos em Ensaios de Campo e
Laboratório em Geotécnica. COPPE/UFRJ, Rio de
compactação feitas no ramo seco, as amostras
janeiro, vol.1, pg.239/250.
de solo laterítico não apresentou potencial de _____ (1981) Uma Nova Classificação de Solos para
colapso. Finalidades Rodoviárias. Anais do Simpósio
A partir dos resultados obtidos, pode-se Brasileiro de Solos Tropicais em Engenharia.
concluir que a jazida analisada pode ser Separata. Rio de Janeiro, RJ.
Reschetti Junior P. R. (2008) Avaliação do
Comportamento Mecênico de um Solo Arenoso Fino
Laterítico Reforçado com Fibras para Uso em
Pavimentação. Dissertação de Mestrado. Escola de
Engenharia de São Carlos – Universidade de São
Paulo.
Rohlfes Júnior P. R. (1996) Estudo do Comportamento
de Solo Residual Melhorado Através de Técnicas
Mecânicas e Físico-Químicas e sua Aplicação à
Análise de Fundações Superficiais. Dissertação de
Mestrado. Escola de Engenharia – Universidade
Federal do Rio Grande do Sul.
Santos E. F. (2006) Estudo Comparativo de Diferentes
Sistemas de Classificações Geotécnicas Aplicadas aos
Solos Tropicais. Dissertação de Mestrado. Escola de
Engenharia de São Carlos – Universidade de São
Paulo.
Souza Neto, J. B. (2004) Comportamento de um Solo
Colapsível Avaliado a Partir de Ensaios de
Laboratório e Campo, e Previsão de Recalques
Devidos à Inundação (Colapso). Tese de Doutorado.
COPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Suarez D. A. A. (2008) Estudo do Comportamento
Mecânico de Dois Solos Lateríticos do Estado de São
Paulo com Adição de Emulsão Asfáltica. Dissertação
de Mestrado. Escola de Engenharia de São Carlos –
Universidade de São Paulo.
Villibor, D. F., Nogami, J. S. (2009) Pavimentos
Econômicos: Tecnologia do Uso dos Solos Finos.
Arte & Ciência, São Paulo, SP.

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