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Unidade II
3 ARTROLOGIA
Ao notar uma manobra de um esquiador estilo livre em uma montanha, ou um jogador driblando
e deixando os defensores para trás, se está observando as articulações em ação. Os músculos puxam
os ossos para movê‑los, entretanto, o movimento não seria possível sem as articulações entre os ossos.
O local onde dois ou mais ossos se encontram, existindo ou não movimento entre eles, é chamado
de articulações ou junturas.
Ainda que sempre reflitamos sobre as articulações como móveis, esse nem sempre é o caso. Muitas
possibilitam apenas movimentos limitados e outras não consentem nenhum tipo de movimento aparente.
A estrutura de uma determinada articulação está diretamente relacionada com o seu grau de movimento.
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Unidade II
As articulações móveis são locais do corpo onde os ossos se movimentam em contato próximo um
com o outro. Ao trabalhar com máquinas, compreendemos que as peças que fazem contato entre si
demandam maior conservação. Contudo, em nossos corpos, damos pouca importância às articulações
móveis até que patologias ou danos tornem a mobilidade muito precária. Se a mobilidade for limitada,
mesmo em uma articulação altamente móvel, a qualquer instante uma articulação móvel pode ser
transformada em uma articulação imóvel.
Nas articulações fibrosas os ossos são conectados entre si por fibras de tecido conjuntivo, e desse
modo é possível muito pouco movimento. Consideram‑se os seguintes tipos de articulações fibrosas:
suturas, sindesmoses, gonfoses e esquindileses.
3.1.1 Suturas
Nas suturas existe um pequeno afastamento entre os ossos e, consequentemente, uma pequena
quantidade de tecido conjuntivo interposto. As suturas da calota craniana são exemplos desse tipo
de articulação.
A morfologia dessas suturas diferem entre si, são elas: sutura serrátil, sutura escamosa e sutura plana.
Sutura
sagital
116
ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS
Sutura
escamosa
Sutura palatina
mediana
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Unidade II
3.1.2 Sindesmoses
Membrana interóssea
Sindesmose tibiofibular
3.1.3 Gonfoses
Nas gonfoses temos a união das raízes de um dente com as paredes dos alvéolos dentários. As fibras
colágenas de tecido conjuntivo conectam o periósteo do osso alveolar ao periodonto.
118
ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS
Articulação
dentoalveolar
(gonfose)
3.1.4 Esquindilese
As esquindileses ocorrem quando a margem óssea aguda é inserida em uma fenda, como, por exemplo,
do corpo do esfenoide que se aloja em uma superfície em forma de fenda entre as asas do osso vômer.
Esquindilese
esfenovomeral
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Unidade II
Nas articulações fibrosas, o movimento entre os ossos é reduzido. Elas podem ser classificadas em:
suturas, sindesmoses, gonfoses e esquindileses.
As articulações cartilagíneas conectam dois ossos por meio de cartilagem hialina ou fibrosa. Podem
ser divididas em dois tipos: primária e secundária. Uma articulação primária, como acontece nas
sincondroses, é aquela na qual os ossos são unidos por uma lâmina ou barra de cartilagem hialina. Desse
modo, a união entre a epífise e a diáfise de um osso em crescimento e a que ocorre entre a costela I e o
manúbrio do esterno são exemplos de tal articulação.
Sincondrose Sutura
esfenocciptal incisiva
120
ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS
Sínfise púbica
(a cartilagem foi removida)
Sínfise
intervertebral
Algumas articulações cartilagíneas possibilitam pequenos movimentos entre os ossos. Elas são
classificadas em dois tipos: sincondroses e sínfises.
121
Unidade II
Suas superfícies articulares podem ser convexas, ou seja, esse formato de corpo articular é chamado
de cabeça articular; ou côncavas, nesse caso, diz‑se um acetábulo. O acetábulo pode estar elevado em
tamanho em virtude de uma protuberância de suas margens, por meio do lábio glenoidal, como, por
exemplo, as articulações do ombro e do quadril. A incongruência de algumas superfícies articulares é
contrabalançada por discos ou meniscos.
Lembrete
A segunda estrutura anatômica que encontraremos nas articulações sinoviais é a cápsula articular.
Ela forma um folheto de tecido conjuntivo em torno da articulação, isolando‑a de modo hermético.
A cápsula articular encontra‑se presa aos dois ossos articulares, em geral, na margem das superfícies
articulares recobertas por cartilagem.
Ela é formada por uma camada interna e outra externa. A camada interna de uma cápsula interna é
a terceira característica anatômica, que define a articulação sinovial, pois é formada de uma membrana
sinovial que produz e aprisiona o líquido sinovial dentro da cavidade articular. A membrana sinovial
é altamente vascularizada e transporta muitas das trocas fisiológicas necessárias para manter as
superfícies articulares em funcionamento.
Assim, a quarta estrutura anatômica que encontraremos nas articulações sinoviais é a cavidade
articular. Ela, na realidade, não existe como uma cavidade, uma vez que entre as duas partes articuladas
há apenas uma fenda capilar em razão da pressão negativa existente ou da tração dos músculos que
passam sobre a articulação.
A quinta estrutura anatômica que compõe as articulações sinoviais é o líquido sinovial ou sinóvia.
Ele é um líquido viscoso, claro ou amarelo‑claro, assim chamado por sua semelhança em aspecto e
consistência com a clara do ovo. Como visto anteriormente, o líquido sinovial é secretado por células
sinoviais na membrana sinovial e líquido intersticial filtrado do plasma sanguíneo. O líquido sinovial tem
três papéis principais:
• Fornecer lubrificação: a fina camada de líquido sinovial que reveste a face interna da cápsula
articular e as faces expostas das cartilagens articulares oferece lubrificação e diminui o atrito.
Isso é alcançado pelo ácido hialurônico e pela lubricina do líquido sinovial, que diminuem o
atrito entre as superfícies das cartilagens articulares em uma articulação sinovial até cerca de um
quinto daquele visto entre dois pedaços de gelo.
122
ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS
• Agir como amortecedor de impactos: o líquido sinovial amortece os impactos nas articulações
sujeitas à compressão. Por exemplo, as articulações de quadril, joelho e tornozelo são contidas
durante a deambulação e intensamente contidas durante a deambulação acelerada ou a corrida.
Quando a pressão eleva abruptamente, o líquido sinovial concentra o impacto e o dissemina de
maneira invariável sobre as faces articulares.
Lembrete
Os ligamentos conectam os ossos uns aos outros. Todas as articulações sinoviais são reforçadas por
ligamentos de tecido conectivo elástico, mas não muitos.
Cápsula
articular
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Unidade II
Ligamento Cartilagem
extracapsular articular
Ligamento Menisco
intracapsular
Cápsula
articular
Faces
articulares
Cavidade
articular
Nas articulações complexas, como, por exemplo, a do joelho, estruturas anatômicas acessórias
podem localizar‑se entre as faces articulares opostas e alterar as formas dessas faces, como os que são
citados a seguir.
• Os meniscos e discos articulares são estruturas fibrocartilagíneas em forma de meia lua e localizadas
no joelho. Os papéis dos meniscos e discos articulares não são totalmente entendidos, contudo
as conhecidas incluem: (1) absorção de impacto; (2) melhor encaixe entre as superfícies ósseas
da articulação; (3) oferecimento de superfícies amoldáveis para movimentos combinados; (4)
distribuição de peso sobre uma superfície de contato maior e (5) propagação do líquido sinovial
pelas faces articulares da articulação.
124
ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS
• A cápsula articular que circunda toda a articulação é contínua com o periósteo dos ossos que
se articulam. Os ligamentos são estruturas anatômicas acessórias que amparam, fortalecem
e reforçam as articulações sinoviais. Os ligamentos intrínsecos, ou ligamentos capsulares, são
adensamentos da própria cápsula articular. Os ligamentos extrínsecos são separados da cápsula
articular. Esses ligamentos podem ser encontrados externa ou internamente à cápsula articular e
são chamados ligamentos extracapsulares e intracapsulares, respectivamente.
• Os tendões, ainda que caracteristicamente não componham parte da articulação como uma
estrutura anatômica essencial ou acessória, geralmente atravessam a articulação ou em sua
proximidade. A tonicidade muscular normal mantém os tendões tensos e a tensão pode restringir
a amplitude de movimento. Em algumas articulações, os tendões são partes complementares da
cápsula articular e oferecem resistência significativa à cápsula.
• As bolsas sinoviais são pequenas estruturas anatômicas preenchidas por líquido sinovial no tecido
conectivo. São recobertas pela membrana sinovial e podem comunicar‑se ou não com a cavidade
articular. Elas constituem‑se onde o tendão ou os ligamentos entram em atrito contra outros
tecidos. Seu papel é diminuir o atrito e atuar como amortecedor de choque. Elas são localizadas
ao redor da maioria das articulações sinoviais, como, por exemplo, a do ombro.
• As bainhas tendíneas sinoviais são bolsas tubulares que rodeiam os tendões onde eles atravessam
as superfícies ósseas. Elas também podem surgir embaixo da pele que recobre um osso ou no
interior de outros tecidos conectivos sujeitados a atrito ou pressão. As bolsas que se desenvolvem
em situação anormal ou devido a pressões anormais são chamadas de bolsas adventícias.
Disco articular
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Unidade II
As crianças que realizam atividades esportivas vigorosas acumulam cartilagem articular de forma
mais rápida que as que não realizam as mesmas atividades. Já os meninos tendem a adquirir cartilagem
articular no joelho mais rapidamente que as meninas.
Observação
Saiba mais
Exemplo de aplicação
Vamos associar o detalhes ósseos estudados com as articulações? Relembre os principais detalhes
ósseos dos esqueletos axial e apendicular e das cinturas escapular e pélvica. Na escápula, por exemplo,
encontramos a cavidade glenoide, a qual se une com o úmero, ou seja, pela cabeça, formando a
articulação do ombro ou glenoumeral.
4 MIOLOGIA
A miologia é o estudo dos músculos, que quimicamente consistem em água e sólidos. Tais sólidos são
as proteínas, os carboidratos, os sais inorgânicos, abrangendo o cloreto de cálcio, o ferro, o magnésio, o
fósforo, o potássio e o sódio; além das enzimas, dos glóbulos de gordura, dos extrativos nitrogenados,
como o ácido úrico e a creatina; e os extrativos não nitrogenados, como o ácido láctico e o glicogênio.
Sem os músculos nós, seres humanos, seríamos pouco mais do que bonecos de lojas de shopping,
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ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS
impossibilitados de deambular, articular as palavras, piscar os olhos ou até mesmo segurar uma bola de
futebol. Todavia, nenhuma dessas inconveniências nos importunaria, porque também permaneceríamos
inábeis de respirar. Uma das principais qualidades dos seres humanos é a nossa competência de se mover.
Porém, também utilizamos os músculos esqueléticos quando não estamos em movimento. Os músculos
chamados posturais estão constantemente se contraindo para nos manter nas posturas sentado ou em
pé. Os músculos chamados respiratórios estão constantemente trabalhando para nos manter respirando,
mesmo durante o sono. A nossa comunicação depende dos músculos esqueléticos, seja para escrever,
digitar ou conversar. Mesmo a comunicação silenciosa, utilizando sinais manuais ou expressões faciais,
carece do trabalho dos músculos esqueléticos.
A quantidade de músculos em nosso corpo depende de uma série de fatores e nem todos os
indivíduos apresentam exatamente a mesma quantidade. Alguns podem surgir em um lado do
corpo, entretanto, não no lado oposto, como, por exemplo, o músculo psoas menor. Outros estão
totalmente ausentes em certos indivíduos, como o músculo palmar longo. Essas características,
como visto anteriormente, são chamadas variações anatômicas. Assim, em conjunto, encontraremos
aproximadamente 700 músculos no corpo humano, sendo eles controlados voluntariamente com
variações de tamanho e formato.
Saiba mais
Quando a contração de um músculo resulta de uma ação de vontade dizemos que esse é um músculo
voluntário, mas quando a contração muscular escapa ao controle consciente do indivíduo, chamamos
o músculo de involuntário.
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Unidade II
Estriação
Fibra muscular
Núcleo
Estriação
Fibra muscular
Disco intercalar
Núcleo
Núcleo
Podemos também distinguir os músculos estriados dos lisos pela topografia, já que os estriados
são, na maioria das vezes, fixados ao menos por uma de suas extremidades ao esqueleto. Já os
músculos lisos são viscerais, isto é, são localizados na parede das vísceras de vários sistemas do organismo.
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ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS
Observação
Desses três tipos de músculos, aquele que nos interessa diretamente é o estriado ou voluntário.
A lista a seguir resume os principais papéis de todos os três tipos de músculos:
• Reserva de nutrientes: os lipídios são armazenados nos músculos estriados esqueléticos como
elementos de reserva e usados nas reações energéticas. Já as substâncias minerais influenciam
as alterações químicas musculares e a sua contração. Além disso, o glicogênio é armazenado em
grande quantidade nas fibras musculares, transformando‑se em glicose quando há necessidade
de energia para as células.
O músculo estriado esquelético possui uma porção carnosa, vermelha no vivente, chamada ventre
muscular, em que prevalecem as fibras musculares, sendo, portanto, a parte contrátil do músculo.
Apresenta também extremidades que, quando são cilíndricas ou possuem formato de fita, chamamos
de tendões, e quando têm formato de lâminas são chamadas aponeuroses, conforme ilustram as
figuras a seguir.
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Unidade II
Tendões
Ventre
muscular
Fáscia muscular
(rebatida) Aponeuroses
Ventre muscular
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ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS
Os tendões e as aponeuroses são esbranquiçados, brilhantes e muito resistentes, formados por tecido
conectivo denso, rico em fibras colágenas, sendo responsáveis pela fixação dos músculos ao esqueleto.
Contudo, podem estar fixados também em cartilagens, cápsulas articulares, tendões de outros músculos
e na derme. Os tendões possuem um ponto de fixação. Já as aponeuroses apresentam diversos pontos
de fixação.
Lembrete
É importante lembrarmos também que existem alguns poucos músculos em que temos tendões
interpostos a seus ventres, todavia, esses tendões não servem para fixação no esqueleto.
Envolvendo o músculo, existe uma lâmina de tecido conectivo com espessura variável, às vezes
muito espessa, outras não, a fáscia muscular. Ela desempenha os papéis de:
• Bainha elástica de contenção: esse papel desempenhado pela fáscia, de conter ou manter
próximas as fibras musculares entre si, é relevante para possibilitar que o músculo possa executar
um trabalho competente de tração ao se contrair.
• Facilitar o deslizamento dos músculos entre si: relevante para impedir o atrito entre os
músculos durante a contração.
• Retináculo: alças de sustentação compostas de tecido conjuntivo, que sustentam os tendões em seu
lugar e, em parte, agem como apoio. São locais de desvio de músculos em seu caminho de origem até
a inserção, como, por exemplo, o retináculo extensor dos músculos extensores longos da mão e dos
dedos que, durante uma extensão dorsal, evita o afastamento do tendão em sentido dorsal.
Lembrete
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Unidade II
Saiba mais
Os músculos estriados esqueléticos são classificados de acordo com suas diversas características,
incluindo localização, tamanho, forma, disposição das fibras musculares, origem, inserção, número de
cabeças, embriologia e função.
4.4.1 Localização
Alguns nomes de músculos lembram o osso ou a região do organismo na qual o músculo está integrado,
por exemplo, o músculo temporal localiza‑se sobre o osso temporal; o músculo peitoral está localizado no
tórax; ou, ainda, o músculo glúteo está nas nádegas; e um músculo braquial que está no braço.
Termos como máximo, mínimo, longo e curto são comumente usados em nomes de músculos.
Um músculo longo é mais comprido do que um curto. Além disso, uma segunda parte do nome
imediatamente nos fala se existe mais de um músculo relacionado. Se existe um músculo curto, muito
possivelmente um músculo longo está presente na mesma região, por exemplo, o músculo palmar
longo. Ainda podemos citar o músculo glúteo máximo, como mostra a figura a seguir, sendo ele o maior
músculo das nádegas, e o músculo glúteo mínimo, o menor.
4.4.3 Forma
Alguns músculos são chamados conforme sua forma, como o músculo pronador quadrado, que
apresenta um formato que lembra essa figura geométrica.
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ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS
Músculo glúteo
máximo
Músculo
deltoide
O músculo que possui fibras dirigidas obliquamente e inseridas apenas em um lado do tendão,
à semelhança da metade de uma pena de ave, é classificado como reniforme. Um exemplo disso é
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Unidade II
o músculo extensor longo do hálux. Músculos bipeniformes são os que têm o formato de uma pena
inteira, como, por exemplo, o músculo reto femoral.
Músculo
sartório
Músculo
bíceps
braquial
Músculo
braquial
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ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS
Músculo
extensor
longo do
hálux
Músculo reto
femoral
Os músculos orbiculares da boca e dos olhos (linhas azul‑claro), conforme ilustra a figura a seguir,
têm seus fascículos dispostos em círculo em torno de uma abertura, atuando como esfíncteres para
fechar a abertura.
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Unidade II
Músculo orbicular
dos olhos
MZM
CGS
CGS
MZM
Músculo
orbicular da boca
Figura 146 – Peças de cadáver fresco com compartimento de gordura superficial (CGS)
e músculos zigomático maior (MZM) expostos
Quando bíceps, tríceps ou quadríceps compõem parte do nome de um músculo, pode‑se adotar que
o músculo tem duas, três ou quatro origens, por exemplo, o músculo bíceps femoral, o tríceps da perna
e o quadríceps femoral.
O músculo bíceps femoral é formado por duas cabeças de origem: o músculo bíceps femoral cabeça
longa e o músculo bíceps femoral cabeça curta. Já o músculo tríceps da perna é formado por três
cabeças de origem: os músculos gastrocnêmios (medial e lateral) e o músculo sóleo. Por fim, o músculo
quadríceps femoral é formado por quatro cabeças de origem: o músculo reto femoral, os músculos
vastos (medial, intermédio e lateral).
M. sartório
M. reto
femoral
M. vasto
intermédio
M. vasto
lateral
M. vasto
medial
Figura 147 – (A) Vista anterior da coxa. (B) Vista anterior da coxa com o músculo reto femoral rebatido
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ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS
Observação
Os músculos também podem se inserir por mais de um tendão, sendo eles classificados como: bicaudado,
quando existirem dois tendões de inserção, por exemplo, músculo flexor curto do hálux; ou policaudado,
quando existirem três ou mais tendões de inserção, por exemplo, músculo extensor dos dedos.
Alguns músculos são nomeados conforme os seus pontos de origem e inserção. A origem é sempre
o primeiro nome, por exemplo, o músculo esternocleidomastoideo tem duas origens, no esterno e na
clavícula, e sua inserção é no processo mastoide do osso temporal.
Músculo flexor
curto do hálux
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Unidade II
Músculo
extensor
dos dedos
Músculo
esternocleidomastoideo
Existem músculos que apresentam mais de um ventre muscular, com tendões intermediários entre
eles. Eles podem ser: digástrico, quando possuem dois ventres musculares, por exemplo, músculo
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ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS
digástrico; ou, ainda, poligástrico, quando apresentam três ou mais ventres musculares, por exemplo,
músculo reto do abdome.
Músculo
temporal
Músculo
digástrico
Músculo
reto do
abdome
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Unidade II
4.4.9 Embriologia
Os músculos podem ser divididos em mioméricos, ou seja, derivados de miótomos, que são a grande
maioria; e branquioméricos, ou seja, derivado dos arcos branquais (faríngeos), como, por exemplo, os
músculos da mastigação, face, faringe, laringe e os músculos trapézio e esternocleidomastoideo.
4.4.10 Ação
Quando os músculos são chamados por suas ações, são utilizadas palavras como flexor, extensor ou
adutor no nome do músculo, por exemplo, o músculo extensor longo do hálux.
Como visto, os nomes dos músculos são dados conforme certos critérios, a figura a seguir ilustra e
resume alguma das classificações estudadas.
A C Ventre
Tendão de
origem Ventre Tendão
Bíceps intermediário
Tendão
intermediário
Intersecções
musculares
Tríceps
Tendão de
inserção D
Quadríceps
Superfície de
corte do músculo
esfincter
Origens
musculares
B Secção
transversal E
Secção fisiológica do
anatômica do músculo
músculo
Ângulo de
inclinação das
fibras
Aponeurose
(inserção)
Figura 153 – Tipos de músculos estriados esqueléticos. (A) Número de origens (pontos fixos).
(B) Direção das fibras. (C) Músculo poligástrico. (D) Fibras horizontais. (E) Origem e inserção de um músculo largo
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ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS
Resumo
Exercícios
Questão 1. As articulações podem ser classificadas de acordo com os movimentos que são capazes
de realizar. Denominam-se de diartroses aquelas que permitem grandes movimentos dos ossos e de
sinartroses aquelas que permitem pouca ou nenhuma movimentação. Dentre as articulações citadas
abaixo, marque a única que é um exemplo de diartrose:
D) Articulações do púbis.
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Unidade II
A) Alternativa incorreta.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: articulação semimóvel entre os ossos conectada por discos de fibrocartilagem (entre as
vértebras), denominados anfiartroses.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: trata-se de uma anfiartrose do tipo sincondrose que mantém os ossos articulados por
cartilagem hialina. Podem ser tipo temporário (placas epifisárias) e permanente (cartilagem costal).
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: trata-se de uma anfiartrose do tipo sínfise, que mantém os ossos articulados por
tecido fibrocartilaginoso.
E) Alternativa correta.
Questão 2. Existem três tipos de tecidos musculares: estriado esquelético, estriado cardíaco e não
estriado. Eles diferenciam-se por sua morfologia e localização no corpo. Sobre o tecido muscular estriado
cardíaco, assinale a alternativa incorreta.
D) No tecido muscular estriado cardíaco é possível observar os chamados discos intercalares, que são
complexos juncionais.
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