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Roda do Ano

A Roda do Ano no hemisfério norte. No hemisfério


sul, estas festas são comumente deslocadas por
seis meses para coincidir com as estações locais.

Roda do Ano é o calendário que


simboliza a concepção de tempo dos
pagãos e principalmente a dos Celtas e
que era um tanto quanto diferente da
atual, semelhantemente ao zodíaco. Eles
não viam o tempo de forma linear, mas
circular, cíclico. Seus calendários
levavam em conta não só o ciclo solar,
como é o nosso, mas também o ciclo
lunar. Originários da tradição celta, os
Sabbats ocorrem oito vezes ao ano,
levando-se em conta a posição da Terra
com relação ao Sol: Equinócios e
Solstícios. Nessas ocasiões, na Wicca,
são homenageadas duas divindades: a
Deusa Mãe, ou simplesmente a "Deusa",
que simboliza a própria terra, e o Deus
Cornífero, O Gamo Rei, protetor dos
animais, dos rebanhos e da vida
selvagem. Já em outros ramos do
Paganismo, outros Deuses são
adorados, pois que nem todos tem essas
duas únicas figuras centrais.

Introdução

Pintura da Roda do Ano no Museu de Bruxaria,


Cornualha, Inglaterra, Reino Unido, exibindo todos
os oito Sabás.

Os antigos bruxos, Wiccanos, neo


pagãos e os Druidas celebram diversos
festivais sazonais do ano, que são
conhecidos como Sabás; estas reuniões
são geralmente conhecidas como Roda
do Ano e festejam as estações anuais e
suas colheitas.[1] Os mais ecléticos, ou
até mesmo os adeptos do
Gardnerianismo, celebram um conjunto
de oito Sabás, enquanto em outros
grupos, como o Clan of Tubal Cain, eles
celebram somente quatro.[2] Os quatro
Sabás que são comuns a todos esses
grupos são conhecidos como cross-
quarter day, e geralmente são referidos
como Grandes Sabás. Sua origem
provém dos antigos celtas da Irlanda, e
possivelmente de outras regiões da
Europa ocidental.[3] Nos livros The Witch-
Cult in Western Europe (1921) e The God
of the Witches (1933) da egiptóloga
Margaret Murray, interessada no
histórico Culto Bruxo, ela afirma que
estes quatro festivais de cristianização
tinham sobrevivido e haviam sido
celebrados na religião pagã de bruxaria.
Consecutivamente, quando a Wicca
começou a se desenvolver na década de
1930 e na década de 1960, muitos
grupos, como o de Gerald Gardner,
adotaram a comemoração desses quatro
Sabás descritos por Murray. Gardner fez
uso dos nomes em inglês desses
feriados, dizendo que "os quatro grandes
Sabás são o Candlemass, May Eve,
Lammas, e o Halloween; os equinócios e
solstícios também são celebrados."[4]

Os outros quatro festivais comemorados


por grande parte dos wiccanos são
conhecidos como Sabás Menores, que
compreendem o solstícios e os
equinócios, foram adotados somente em
1958 por membros do coven Bricket
Wood,[5] antes de influenciarem e serem
adotados por outros membros da
tradição de Gardner, e eventualmente a
Tradição Alexandrina e o Dianismo. Os
atuais nomes desses feriados foram
retirados dos festivais do paganismo
germânico e do politeísmo celta. No
entanto, os festivais não são de
reconstrução na natureza nem muitas
vezes se assemelham a suas
contrapartes históricas, em vez de exibir
uma forma de universalismo. As
observações dos rituais podem mostrar
a influência cultural dos festivais a partir
dos nomes que tomaram, bem como a
influência de outras culturas
independentes.[6]
Hemisfério Hemisfério Orig
Sabá
Norte Sul Histó

Samhain
31 de Politeís
(vulgo 1º de Maio
Outubro celta
Halloween)

21 ou 22
Yule (vulgo 21 de
de Pagani
Yuletide) Junho
Dezembro

Imbolc
1º ou 2 de 1º de Politeís
(vulgo
Fevereiro agosto celta
Candlemass)

21 ou 22
21 ou 22
Ostara de Pagani
de Março
Setembro

Beltane 30 de Abril 31 de Politeís


(vulgo May ou 1º de Outubro celta
Eve) Maio

21 ou 22 21 de Possiv
Litha
de Junho Dezembro Neolític

Lughnasadh
1º ou 2 de 1º de Politeís
(vulgo
Agosto Fevereiro celta
Lammas)

Mabon 21 ou 22 Nenhum
20 de
(vulgo de equiva
Março
Modron[8]) Setembro históric

Oito festivais

Samhain …
31 de Outubro (Hemisfério Norte) e 1° de
Maio (Hemisfério Sul).

Este Festival marca o ano novo celta,


assim como o início de uma nova Roda
do Ano. Samhain, o festival dos mortos,
foi cristianizado como Halloween. Essa é
uma época de meditação e reflexão,
sobre os ciclos da natureza, da vida e da
morte. Época de nos conectarmos com a
energia dos nossos antepassados e de
todos aqueles espíritos e seres que nos
auxiliaram em nossa caminhada, pois é
uma época em que, segundo a cultura
pagã, o "véu entre os mundos" se torna
mais tênue.
Yule …

21 de Dezembro (Hemisfério Norte) e 21


de Junho (Hemisfério Sul).

Yule é a época do Solstício de Inverno,


quando a Criança do Sol renasce, a qual
é uma imagem do retorno de toda nova
vida através do amor dos Deuses. Os
escandinavos tinham um Deus chamado
Ullr, e dentro da Tradição Nórdica, Yule é
considerado o Ano Novo. Nas demais
tribos e povos da europa pré-cristã, o
solstício de inverno era a mais antiga
festa sazonal e dada sua importância foi
sincretisado com as festividades do
Natal Cristão.
Imbolc …

1º de Fevereiro (Hemisfério Norte) e 1º


de agosto (Hemisfério Sul).

Imbolc, também chamado Oilmec e


Candlemas ("Candelária"), celebra o
despertar da terra e o crescente poder do
Sol. A Deusa é venerada em seu aspecto
de Virgem da Luz e seu altar é decorado
com galanto, que anuncia a primavera. É
a festa da lactação, da bênção aos
recém-nascidos, pois a Deusa amamenta
o Deus renascido na forma de seu filho.

Hemisfério Norte:1 ou 2 de Fevereiro.


Hemisfério Sul: 1 de Agosto
Também conhecido como Imbolc,
Oimelc e Dia da Senhora, Candlemas é o
Festival do Fogo que celebra a chegada
da Primavera. O aspecto invocado da
Deusa nesse Sabbat é o de Brígida, a
deusa celta do fogo, da sabedoria, da
poesia e das fontes sagradas. Ela
também é deidade associada à profecia,
à divinação e à cura.

Esse Sabbat representa também os


novos começos e o crescimento
individual, sendo o "afastamento do
antigo" simbolizado pela varredura do
círculo com uma vassoura, ou vassoura
da bruxa, tradicionalmente realizado pela
Alta Sacerdotiza do Coven, que usa uma
brilhante coroa de 13 velas no topo de
sua cabeça.

Na Europa, o Sabbat Candlemas era


celebrado nos tempos antigos com uma
procissão à luz de archotes para purificar
e fertilizar os campos antes da estação
do plantio das sementes e para glorificar
as várias deidades e os espíritos
associados a esse aspecto,
agradecendo-lhes.

A versão cristianizada da procissão de


Candlemas honra a Virgem Maria e, no
México, ela corresponde ao Ano Novo
Asteca.
Incensos: manjericão, mirra e glicínia.
Cores das velas: marrom, rosa, vermelha.
Pedras preciosas sagradas: ametista,
granada, ônix, turquesa. Ervas
ritualísticas tradicionais: angélica,
manjericão, louro, benjoim, quelidônia,
urze, mirra e todas as flores amarelas.

Ostara …

21 de Março (Hemisfério Norte) e 21 de


Setembro (Hemisfério Sul).

Agora noite e dia são iguais. Em Ostara o


Sol aumenta em poder e a terra começa
a florescer. Na época do equinócio de
primavera, os poderes da fase de
armazenamento do ano são iguais aos
da escuridão do inverno e da morte. Para
muitos pagãos, o jovem Deus, com seu
chamado de caça, mostra o caminho
com dança e celebração. Outros
dedicam essa época do ano a Eostre, a
Deusa anglo-saxã da fertilidade.

Beltane …

1 de Maio (Hemisfério Norte) e 31 de


Outubro (Hemisfério Sul).

Os poderes da luz e da nova vida agora


dançam e movem-se através de toda a
criação. A Roda continua a girar. A
primavera dá lugar à primeira floração
plena do Verão e os Pagãos celebram
Beltane com a dança da fita,
simbolizando o Sagrado Casamento
entre Deusa e Deus.

Litha …

21 de Junho (Hemisfério Norte) e 21 de


Dezembro (Hemisfério Sul).

Litha ou Solstício de Verão. O Deus em


seu aspecto de luz está no auge de seu
poder e é coroado como o Senhor da
Luz. É uma época de fartura e
celebração.

Lammas …
1º de Agosto (Hemisfério Norte) e 2 de
Fevereiro (Hemisfério Sul).

Lammas, também chamado Lughnasadh


, é o tempo da colheita do trigo, quando
os Pagãos colhem o que plantaram,
quando celebram os frutos do mistério
da Natureza. Em Lammas, os Pagãos
dão graças pela generosidade da Deusa
em seu aspecto de Rainha da Terra.

Mabon …

21 de Setembro (Hemisfério Norte) e 21


de Março (Hemisfério Sul).

Em Mabon o equinócio de outono dia e


noite tornam-se iguais. À medida que as
sombras aumentam, os Pagãos vêem as
faces mais sombrias de Deus e Deusa.
Para muitos, esse rito honra a velhice e a
aproximação do inverno.

Fecha-se o Ciclo

AR

Referências
1. Farrar, Janet (published as
e Farrar, Part 1 of A
Stewart. Witches'
Eight Bible, 1996)
Sabbats for Custer,
Witches Washington,
(1981) USA: Phoenix
Publishing ISBN 0-316-
Inc. ISBN 0- 84763-1.
919345-92-1 Página 170.
2. Gary, Gemma 4. Gardner,
(2008). Gerald B
Traditional (2004)
Witchcraft: A [1959]. The
Cornish Book Meaning of
of Ways. Troy Witchcraft.
Books. [S.l.]: Red
Página 147. Wheel. p. 10
3. Evans, Emrys 5. Lamond,
(1992). Frederic
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Little Brown Years of
& Company. Wicca.
Sutton 0-85030-737-
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England: 7. Gallagher,
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pp. 16–17. (2005). The
ISBN 0- Wicca Bible:
9547230-1-5 The Definitive
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Vivianne. Magic and
Wicca: The the Craft.
Old Religion London:
in the New Godsfield
Age (1989) Press.
London: The Página 67.
Aquarian 8. Gallagher,
Press. ISBN Anne-Marie.
(2005). The the Craft.
Wicca Bible: London:
The Definitive Godsfield
Guide to Press.
Magic and Página 72.

Ligações externas
(em inglês) Sobre os Sabás

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title=Roda_do_Ano&oldid=58110402"

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