Você está na página 1de 3

OS AGENTES DE SATÃ - A MULHER

TÓPICOS DA HISTÓRIA DA ARTE E DA CULTURA II - PROFº CÉLIA APARECIDA RESENDE MAIA BORGES
ALUNO: Arthur Assunção Costa
MATRÍCULA: 202111003L
EMAIL: arthur.assuncao@estudante.ufjf.br

texto: DELUMEAU, Jean. História do Medo no Ocidente. São Paulo. Companhia


das Letras, 1993.
O capítulo "Os Agentes de Satã: A Mulher" do livro "A História do Medo no
Ocidente" de Jean Delumeau aborda a relação entre a figura da mulher e o medo
durante diferentes períodos da história ocidental. Delumeau argumenta que a
mulher foi frequentemente associada ao mal, à bruxaria e à tentação, sendo vista
como uma agente de Satã. Ele explora as raízes dessa associação e analisa as
consequências dessa percepção ao longo do tempo.
O autor inicia o capítulo destacando a imagem da mulher na Antiguidade
clássica, na qual ela era frequentemente associada à sedução e à luxúria. No entanto,
é com o advento do cristianismo que a visão negativa da mulher se intensifica, pois a
tradição cristã enfatizava a culpa original de Eva e sua tentação a Adão. A mulher
passa a ser vista como um ser moralmente inferior, propenso ao pecado e à
corrupção.
Delumeau discute então a relação entre a figura da mulher e a bruxaria
durante a Idade Média. Ele descreve como a caça às bruxas se intensificou nesse
período, levando a um medo generalizado das mulheres consideradas suspeitas de
práticas malignas. As mulheres eram acusadas de pactos com o Diabo, realização de
feitiçaria e destruição moral e física da sociedade.
O autor também aborda as transformações ocorridas durante a Renascença e
a Reforma Protestante. Nesse período, o papel da mulher se torna mais complexo,
com figuras como a "mulher fatal" e a "mulher santa" coexistindo e gerando
diferentes temores. A Reforma, por sua vez, reforça a visão de que a mulher é
inerentemente má, fortalecendo a ideia de sua submissão ao homem.
Delumeau discute como a figura da bruxa se tornou um símbolo central do
medo em relação às mulheres durante a Idade Média e a era da caça às bruxas. A
mulher, vista como uma criatura frágil e suscetível às influências demoníacas, foi
associada a práticas de magia e pactos com o diabo. Essa representação demonizada
da mulher foi usada para justificar perseguições, torturas e execuções em massa de
supostas bruxas.
Por fim, Delumeau discute as mudanças ocorridas nos séculos XVII e XVIII, em
que a visão negativa da mulher começa a ser questionada. A Ilustração e o
movimento das luzes trazem novas perspectivas sobre o papel das mulheres na
sociedade, desafiando as concepções tradicionais.
Em suma, o capítulo "Os Agentes de Satã: A Mulher" analisa a relação histórica
entre a mulher e o medo no Ocidente, destacando como a figura feminina foi
associada ao mal, à bruxaria e à tentação ao longo dos séculos. Jean Delumeau
explora as raízes dessa percepção negativa e como ela moldou a visão da mulher na
sociedade. O capítulo também aborda as transformações ocorridas ao longo do
tempo, desde a Antiguidade clássica até a Ilustração, evidenciando as mudanças nas
percepções e no papel das mulheres.

Tópicos abordados na obra


1. A visão da mulher na Antiguidade:
- Na antiguidade, as mulheres eram frequentemente associadas à fertilidade, à
sensualidade e à magia.
- Mitos e religiões antigas frequentemente retratavam deusas poderosas, mas
também havia visões negativas, como a da mulher como fonte do mal.

2. A demonização da mulher na Idade Média:


- Durante a Idade Média, a Igreja Católica desempenhou um papel fundamental na
demonização da mulher.
- A associação entre mulheres e o pecado original foi amplamente difundida,
considerando a mulher como uma tentadora e uma ameaça à salvação dos homens.

3. A caça às bruxas:
- O período da caça às bruxas foi marcado por um intenso medo e perseguição às
mulheres.
- As mulheres foram acusadas de pactuar com o diabo, praticar magia negra e
causar danos à comunidade.
- Esse fenômeno refletiu a busca por um controle social mais rígido e a manutenção
do status quo patriarcal.

4. A misoginia e o papel da medicina:


- A medicina medieval e renascentista contribuiu para a perpetuação da misoginia,
associando a natureza feminina a doenças e distúrbios.
- Teorias médicas, como a histeria, culpavam as mulheres por sua própria condição
física e mental.
5. A mulher como "Outra" na modernidade:
- A mulher foi marginalizada e relegada a papéis secundários na sociedade
moderna.
- A visão de que as mulheres eram naturalmente inferiores aos homens foi reforçada
pela filosofia iluminista e pelo avanço do pensamento científico.

Você também pode gostar