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Universidade de Lisboa

Instituto Superior de Economia e Gestão

Mestrado em Contabilidade, Fiscalidade e Finanças Empresariais

Gestão Fiscal
Caso Prático 3

Docente:

Professor Doutor José Maria Fernandes Pires

Discente:
Daniel Mindjendje Cassanga, n.º 58299

Turma S03

Lisboa,

Março de 2023
Índice

1-Identificação da problemática ....................................................................................................3


2-Resolução do caso......................................................................................................................3
2.1 Outras Medidas .......................................................................................................................5
3-Doutrina .....................................................................................................................................5
4-Jurisprudência ............................................................................................................................6
Conclusões ....................................................................................................................................6
Bibliográfica .................................................................................................................................7

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1-Identificação da problemática
O Governo português lançou recentemente em consulta pública o programa “Mais
Habitação”, com relevantes medidas em sede do IMI e do IMT, nomeadamente as
seguintes:
i) A eliminação do coeficiente de vetustez relativamente aos prédios afetos a alojamento
local, passando a ser sempre de 1 (artigo 20.º do projeto);
ii) A revogação das alíneas d) e e) do n.º 1 e os n.ºs 2, 3, 4, 5, 6 e 7 do artigo 9.º Código
do IMI (CIMI) (artigo 36.º do projeto);
iii) A redução de 3 para um ano da exigência de revenda dos imóveis adquiridos para esse
fim pelas empresas que exercem a respetiva atividade, como requisito de isenção do IMT
(artigo 21.º do projeto);
iv) O aditamento do artigo 11.º-B ao CIMI, isentando os terrenos para construção cujo
procedimento de controlo prévio para construção ou para utilização do construído tenha
sido iniciado e não esteja concluído (artigo 25.º do projeto).
Foi-nos solicitado que explicitássemos, relativamente a cada uma das medidas, a função
atual das normas alteradas ou revogadas, referindo o entendimento da doutrina e
jurisprudência, havendo-as, bem como o alcance e os efeitos das alterações propostas,
tendo em conta os objetivos de aumentar a oferta de habitação no país.
Solicitaram-nos ainda uma proposta que contribua com mais eficácia para a realização
dos objetivos enunciados, no domínio do IMI ou das taxas do IMT.

2-Resolução do caso

Este programa "O pacote "Mais Habitação" é um programa focado nas pessoas,
que pretende responder à urgente necessidade social de disponibilizar mais habitação e
habitação acessível para as famílias fazerem face ao aumento das rendas ou das prestações
do crédito", Fernando Medina, ministro das Finanças.

Neste contexto, é apresentado um plano de intervenção que pretende acrescentar


soluções e respostas às necessidades imediatas das famílias, ao mesmo tempo que visa
contribuir para o objetivo estrutural de reforçar a oferta habitacional e os recursos
necessários a garantir, de facto, uma habitação para todos.”

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i) A eliminação do coeficiente de vetustez relativamente aos prédios afetos a alojamento
local, passando a ser sempre de 1 (artigo 20.º do projeto);

Com esta medida o governo pretende desincentivar os proprietários que tem


prédios em alojamento local, para os alocar para arrendamento para as famílias de modos
a aumentar a oferta, independentemente da antiguidade do prédio. Apresento abaixo uma
pequena ilustração sobre a implicação do coeficiente de vetustez na determinação do
VPT, para os dois casos alterei apenas o coeficiente mantendo tudo o resto constante para
ambas as ilustrações,
𝑉𝑡 = 𝑉𝑐 × 𝐴 × 𝐶𝑎 × 𝐶𝑙 × 𝐶𝑞 × 𝐶𝑣
VPT= 665 × 100 × 1,5 × 1 × 1 × 1
VPT=99 750

𝑉𝑡 = 𝑉𝑐 × 𝐴 × 𝐶𝑎 × 𝐶𝑙 × 𝐶𝑞 × 𝐶𝑣
VPT= 665 × 100 × 1,5 × 1 × 1 × 0,90
VPT=89 775

Assim quando não se altera o coeficiente de vetustez de certa medida o VPT, não
acompanha a evolução do mercado e continuara a pagar imposto como que se novo o
edifício se tratasse, assim com esta medida de curto prazo, pode ou não ter os efeitos
desejado, pois, se resultar no longo prazo, a atividade económica estará penalizada,
devido a falta de alojamento para os turista, penso que esta medida não é a mais acertada.

ii) A revogação das alíneas d) e e) do n.º 1 e os n.ºs 2, 3, 4, 5, 6 e 7 do artigo 9.º Código


do IMI (CIMI) (artigo 36.º do projeto);

iii) A redução de 3 para um ano da exigência de revenda dos imóveis adquiridos para
esse fim pelas empresas que exercem a respetiva atividade, como requisito de isenção
do IMT (artigo 21.º do projeto);

Com esta medida o que se pretende é pressionar os agentes que se dedicam a


atividade de compra e venda de imoveis para que possam se desfazer dos imoveis o mais
depressa possível, tendo em conta a evitar a praticas especulativa por parte dos agentes
que atuam no sector imobiliário, uma vez que o agente ao comprar a casa ficou isento do
IMT. Esta medida penso ser correta pois se for bem implementada ira reduzir a
especulação no mercado, mas em contrapartida os agentes imobiliários não se sentirão
motivados a aumentar a oferta de as casas no mercado para venda.

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Aditamento do artigo 11-B do CIMI, visa, entretanto pressionar quem tem terreno
enquadrados nesta classificação no sentido de não dar outro destino o que é bom para o
governo pois fará com que com este incentivo haja mais construção de habitações. Mas
em contrapartida é penalizador para quem detenha prédios para revenda por período
superior a um ano.

2.1 Outras Medidas

Assim de modos que o Governo possa minimizara as dificuldades das famílias e


aumentar a oferta de habitações no mercado sugerimos o seguinte:

1. Dar incentivos fiscal nomeadamente: reduzir a taxa do IVA em materiais e


serviços para quem tem obras em habitações para arrendamento;
2. Elevar a taxa do IMI dos prédios rústicos pelos municípios, de prédios rústicos
que se encontram em situação de abandono e sem aproveitamento económico até
40 euros por cada prédio alterando assim a redação do nº 9 artigo 112º do CIMI;
3. Alargar o agravamento da taxa do IMI no seu limite máximo de 12 para 18, para
os prédios urbanos que se encontram devolutos ou em ruínas (artigo 112º -B do
CIMI).

3-Doutrina

Informação Vinculativa, Processo 2014000619 - IVE nº 6618, com despacho


concordante, de 2014.05.01, do Diretor-Geral da Autoridade Tributária e Aduaneira

Foi lhe prestada informação vinculativa que esclarece a passagem ao regime da


propriedade horizontal de um prédio urbano com partes suscetíveis de utilização
independente implica a alteração do respetivo coeficiente de vetustez.

Informação Vinculativa, Processo 2016001201 - IVE nº 10868, com despacho


concordante de 2016-11-30, da Diretora-Geral da Autoridade Tributária e Aduaneira

Em consonância com a apreciação envidada, conclui-se que as intervenções a


realizar no imóvel, a alteração da afetação da divisão CVE de habitacional para comercial
e a constituição da Propriedade Horizontal, de per si, não alterando a estrutura do prédio,

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nem consubstanciando um desvio do fim, não determinam a caducidade do benefício
usufruído

Ofício Circulado Nº: 40 114, de 16.03.2016

Este ofício circulado vem esclarecer de que forma é caraterizado a isenção de IMI
para prédios habitacionais arrendados em regime de arrendamento apoiado para habitação
permanente.

4-Jurisprudência

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo de 21/11/2012, processo nº 957/11

Neste acórdão estava em causa a pretensão do impugnante de que se considerava


como consumado o pressuposto da revenda, com a colocação de contrato-promessa de
compra e venda com posterior tradição do prédio.

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo de 13/5/2009, processo nº 0234/09

Entende o STA de forma sistemática, que não se considera consumado o requisito


de revenda nos casos em que o sujeito passivo aliene o imóvel mediante troca ou permuta
exigindo sempre que essa alienação se efetue através de contrato de compra e venda.

Conclusões

O mercado imobiliário português, esta desajustado, existe muita procura e pouca


oferta, este desequilíbrio agravado em grande parte, pela incapacidade do governo de
fazer aumentar a oferta de habitações no mercado através de investimentos nas novas
construções e na reabilitação de habitações já existente, por um lado por outro a perca do
poder de compra das famílias e as subidas das taxas de juros nos mercados frutos das
conjunturas externas.

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Bibliográfica

Aduaneira,A.T.e(2021.02.19).FICHADOUTRINÁRIANo2020000715.https://info.portalda
sfinancas.gov.pt/pt/informacao_fiscal/informacoes_vinculativas/patrimonio/cimt/Docu
ments/IMT_IV_18034.pdf

José Maria Fernandes Pires. (2015). Lições de Imposto Sobre o Património e de Selo.
https://www.consultalex.gov.pt/ConsultaPublica_Detail.aspx?Consulta_Id=290
https://www.psd.pt/pt/noticias/psd-apresenta-solucoes-para-resolver-o-problema-da-
habitacao
https://www.porto.pt/pt/noticia/contributos-do-municipio-do-porto-para-a-consulta-
publica-do-plano-mais-habitacao
https://lisboaparapessoas.pt/2023/02/27/mais-habitacao-medidas-governo-consulta-
publica/

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