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OS DONS E OS FRUCTOS

DO

ESPIRITO SANTO

Fóra desta Arca - a Santa


E'5reja -�o Divino Paraclíto�
não derrama os seus Dons.

1.A EDIÇÃO 5 MIL

INSTITUTO DAS MISSIONARIAS DE JESUS CRUCIFICACO


CAMPINAS
IMPRIMA-SE
Ca1npinas, 8 '_ 12 - 35
t, FRANCISCO, Bispo de Campinas

É interdicta a impressão deste


cujos -direitos pertencem ao Instituto
das Missionarias de Jesus Crucificado
de Campinas.

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RECOMMENDAÇAO

l·EM.e: os.
OS e1n �n1ão uni pequeno tratado sobre os Dons
Fructos do EsiJirito Santo, que, qual excellen­
i
té almento, é offerecido ás ahuas piedosas.
. E' sabido. que a obra da 110s3a rede1npção se deve a
Jesus. Crucificado, 1nas ne111 todos sabcn1 que a obra da
nossa santificação só se processa co1n a co9peração do
Espirito Santo, a Terceira Pessoa da- SS. Trindade.
Porisso.-. ninguen1 duvide da necessidade dessa
coop:era:ç-ão, visto· como ella resulta dos designios
1niseriêórdiosos de Jesus Rede1nptor, cftte espe-
ciahnente, para nos communicar o Espírito
Santificador ,. das ahna�, creou: os.�Sacramentos.
E\ pois; principahnente recebendo os Sacra1nentos
·qu�_;r�ce,hemos tan1b.e111 o Espirito Santo, isto é, a sua
gi·aça:'manif i
estada nos seus Dons divinos, operação essa
tnfelizíne :1te po�co conhecida a:té de 1nuitos que s� di­
zêtiL.c�tholicos. Desconhecem a :niissão divirta do Espi­
ritô"'Santo guiando, fortalecendo e defendendo a Egreja;
iglior_t,un a ,_actuação que o Espírito do Altissilno, por
meio ��s Sacramentos e da pratica de sans virtudes, na
eii:>'.ànsãe ,de seu divino a1nor, quer exercer nas ahnag,
.C9mm�riica�do-lhes força para a propria santificação,
-�Ôtí(}ição unica de eterna salvação.
·:;.::-_Pela· attenta leitura deste li vfo, ao alcance de todos,
:���t,íei�; saberão C<?mo o Espírito Santo se manifesta nas
'.filma�;pelos s·eus Dons e seus Fructos, cumprindo assin1
_m:)Jl,:i-dm-essa de Jesus, quando disse : "Eu rogarei ao
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6 ·O'!f Dons .e os Fructo-, do Efpir,ito S'af!-lo-

Pae e Elle vos dará outro Paraclito para que fique eter--.
namente convosco. Não vos -deixarei orphãos: eu hei �, de
vir a vós''.- S. João, XIV, 16--18. .
Conhecer isso não é tudo; o qué•:·mais nos inter.essa,
e sabermos se de facto receb�mos a communicação' des-,.
ses Dons, divinos. Para isso, verifiquemos se cooperamof:r'
com esses· Dons, conforme diss� �esus: "Se me a:inaes�­
guardae os 1neus 1nandamenlos". s. João, x1v·, 15.
E' na verdade guardando os 1nandamentos e pra­
ticando as virtudes ensinadas pór Jesus, qlie mostrare-
1nos os fructos que tiramos dos Dons divinos.
E taes fructos,. que, nascendo dos Bons do Espiri­
ta Santo, levalll a ahna á sua perfeição, vão.neste livro
explicados após o conheci:riü�_nto que elle nos dá• dos
1nesmos Dons do Divino Paraclito�
E só aquelles que, no Reu exame de consci_enci;,
sentirem a pratica dessas vir·tudes, produzindo· taes fru­
ctos, _merecerão a grande consolaçã·o da palavra de Je­
sus: "Se alguem me ama, guardará a minha Palavra e-
111.eu P�e o amará e yiremos a elle e faremos nelle -mo­
rada ". S. João, XIV, 23.
Para lermos com proveito este livro, peçamos luz _e
bençans Ãquella que, · com j 11 stiça, foi pelo céo procla-
1nad� "Cheia de graça", isto é, cheia d.os Dorts do .Es­
pirito Santo - Maria Santis�ima.
Ca1npinas, 7 de outubro de 1935.

F. de· l'tl.

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Ascenção do Senhor
PREPARAÇÃO PARA llECEBER OS DONS DO
ESPIRI']'O SANTO

A MADAS esposas, u1n grnnde dia!


Que dia é este? Este dia entre os anjos e os santos
é celebrado com todo o ex plendor, porque nelle, con1 o
meu CorpQ resplandecente como o sol, subi ao ceo.
Mas, porque é grande ('ste dia? Porque nelle subi às
Alturás para enviar o DiYino Paraclito á Egreja nas­
cen1:e;
, �sposas amadas, retirne de vossos corações toda a
·preoêcupação; subi, co1no os apostolos, a um grande
monte, subi aciina de toei� e qualquer preoccupação se
1ne. quereis entender. Se aRsin1 não fizerdes, não 1ne po­
deis ouvir com proveito para vossas almas.
Depois de 40 dias os apostolos se reunira1n onde
Eu l�es tinha ordenado. ,\póz uni longo ensinan1ento
comecei a subir e 1neus caros discipulos ficaram ato-
·nitos ! . . . Pobres filhos, é.a usaram-me tanta pena! Elles
ainda' não tinhan1 a luz do Divino Paraclito para n1e
�ómprehender, porisso ficaram em profunda tristeza!
Quem os animou então foi a minha sempre incansavel
Mãe. Ella os alentou e lhes deu coragem, dizendo-lhes
que confiasse1n nas 1ninh as ·palavras de vida eterna­
Disse-lhes Maria: Nós não ficam·os orphãos, Elle está
comnosco. Vamo,ç ao Cenaculo, preparar-nos para rece­
bermos o Divfno Paraclito promettido, vamos nos reti­
rar dos tumultos do mundo, rezemos, preparando assiin
as nossas almas para acto f<i.o importante!
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8 Os Dons e os Fructos do Espirito Santo

Meus filhos, disse aií1da Maria, depois da vinda. do


Divino Pp.raclilo, sereis fortés e comprehende.reis as cou­
sas que "1lle vos �nsinou,· então, sem medo alegremen­
te trabalharels, para que sua doutrina seja conhecida.
Esposas a1nadas, vêde n1inha carissima Mãe sem­
pre tão carinhosa, tão solicita em fazer o bem. Elia foi
o anjo de 1ninha Eb1I'eja, •que apenas acabava de ser
fundada. Quanta dedicação dispensou com os pobres
apostolos, amedrontados pelo que acabavam de presen­
ciar -- , � 1ninha Paixão e Morte tão ignominiosa f Po­
bres filhos, necessario -lhes foi uma Mãe como Maria!
E·' por este 1notivo que. Eu a deixei na terra!
Shn, Ella,- a mulher forte, que me conhecia melhor
que os apostolos, devia fortifical-os com a sua- fi-r�eza
na _f S e sua corage1n pão habitual a um simples. mo:r;tal,
1nas prop,ria de quern possue a luz do Alto! Sim., anuí:;.
<las esposas, Maria foi e ha1 de ser sempre o a,njo ·de.
rnin�·1a Egreja 1nilitante. Elia esmagou e ha de eslil�:g�r
se111pre o inimig<? infernal, que a c�da passo se l�vánta­
enraivecjdo contra esta Arca de salvação .. Mari_a- esma:.
gou o dragão e sempre o ha de esmagar, porqµ}�- ella
foi u mulher forte na sua fé e na �ua obediencia-:á. vo'�"."
tadc do Altissimo.
o:s �post1los juntan1enle com Mari:� Santiss:t�� _s,e.
rc tirarà1µ ao Cenaculo e ahi se conservaram �pôr, -d�z'
d.ias em oração, para se prepararem para o ·gra�dê� ·aê�o,
acto subli1ne e incomprehe�sivel a um simples mórta_t,
- a d�cida do Divino Paraclito sobre suas almas �de.
Loa vontade.
Vós ta1nben1 a1nadas esposas� precisaes, �orno 'óS
apostol9s, do Divino Paraclito. Tendes necessi�ade·s·_de
n1elhor comprehende11 'n1inhas palavras. Que vos. adianta
ouvirem-me, se me- não comprehendeis? E' necessarfô
que comprehendaes o que vos falo; porisso ,tendes ne<;es�
sidade de luz para me conhecer e depois fa�erdes o que
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\
··· ó�: !Jon_s e o,s Fruc"fos do Espírito Santo 9
!.- ....,
·,, .--�·•r'- �:,:..,. ., . I , �-
·:os )tp��fóips ,fiZ:erálll. O que foi que os apostólos fiz•�ra111?
Dép_·ors'. da dês�i'â':i:.do Divino Consolador, vós já sabeis
-�f-'.P.�Q�igios ·quê -::sê•,.operaran1: O primeiro foi perde­
·re�tr···cf·'ni��q.:_:qµ�_ tinham, ·er�im fracos e se tornara111
í:ô.r(efs,:: eràfti::ign�fl:lntes e se tornaram sabias� falando
COlJSast ádm-Ír.aYeis ! 'Onde fora1n elles aprender tão su­
blimes:· cousas?' Foi o Divino Paraclito que os f e:� COlll­
·prehender' as minhas palavras.
A�tes dà descida do Espirita Santo Eu falava, po­
rêirl . �ã·o entendiam o fio de minha doutrina; falaYa-lhes
em parabola& para 1nelhor poderem comprehen. ler, e
ainda -assim precisava repetir 1nuitas vezes pal'�1 que
pudessem entender alguma cousa!
E agora, esposas a1nadas, vêde estes apostolo-.) não
mais· rudes, mas, sim., asson1brando o inundo co1n as
-�u3:s eloquentes palavras!
Diziam ·os homens entre si: Onde foram �stes r�ides
pescadores aprender tantas 1naravilhas? Ah! Elles
aprenderam no retiro do Cenaculo. E' alli que o Divi­
·J.J.o Espírito desceu e lhes n1ostrou claran1ente a doutri-
·,nâ. que� Eu tinha trazido ao inundo.
':,: 'Esposas amadas, é no silencio de vossas almas, que
Q ·Divino Paraclito tambem vos vae illuminar para que
j11elliot me· conheçaes, para depois fazerdes o que os
·apostoíos· fizeram.
·()- que é que .elles fizeram? Levaram a 1ninha Di­
vi�á P�lavra por toda a parte, e, sen1 m-edo dos algozes,
pregaram nas ·praç.as publicas, deante de 1nagistrados,
e sem ten1or confessara1n que, na verdade, eram 1neus
·:discípulos e que estavan1 promptos a dar a sua vid=-i
por. mim.
Qtie transfonnação! Pedro n1e tinha negado dianl•�'
de· utna simples criada, agora fala dcante dos iinpcrado­
__ res, �em temer a n-ropria morte!
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9 gµ�" �- isto, esposas amadas? Ah 1 é o Divino Fogo
que, acç<tnd·endo .nas suas nhnas chammas incandes­
centes,; bs fázia arder e os illum1nava, dando-�lhes a
comprehêndér. quão bom eru dar sua vida por mim e
para· a·"91ffµsão de meu reina do ! Comprehenrleram elles
que meu>rei11!). não era deste mundo, mas que, estando
acima d�sta · n,iseravel vida. era portanto superior a,
toda honra e gloria da ierra l
Ah'! depois que cdm'prêh·en.deram ,estas. -�óus:_ás�!
como choram· suas fraquezas e suas negl�ge_1_1ciáSl :Q�1'ê'
ansia tii:,i�am de dar tod_o o seu sangue p_ar3: faz�r-t-om�
prehender aos homens este.� reino desconhecido··.·�;·_a.
gloria imrhortal do Paraiso, a moraq·a .eterna-· do Pàe f
Espos�s de meu coraçâ ( ,, não quereis tambeni ·ser
heroinas ,do Evangelho? A vossa sagrada missão .é par�
isto·- heroinas do Evangelhff! Porem, para o serdes,--�
·necessario que reçebaes, co1no os apostpl_os, enchentes'
de luz; é n�cessario que desejeis, como elles, este· c:on­
solador para bern me conhecerdes, porque sem esf� luz
não podeis fazer por nlim o que elles fizera1n: .: elles
<lerani sua vida . para fazer--1ne conhecido e a ·der�m.
alegreµiente.
P.or piedade, preparae-v os nestes dez dias para :re­
ceberdes o Divino Paraclito, que ·vos enviarei, - sê . coro
i
e.·,.
confiança m'o pedirdes.
Sim, preparae-vos bem e o recebereis; então\ _s·e�·
reis forte�, não temereis ·o sitcrificio, dareis se f_ôr p:re.;.
ciso a yossa vida para provar-me que na verdade me,,
amaes; vivereis alegres por<1ue a alegria é-, fructo dos·
dons do Divino Consolador.
Amadas esposas, trabalhae com alegria e não com"
tristeza. Os meus ·apostolos ficaram tristes quando ain­
da não possuíam o Divino Paraclilo, porem, depois,
gloriaram-se nas dQres e hu I nilhações porque passaram
por causa de meu Nome.
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Os Dons e os Fruc tos do Espirito Santo 11

Séde sedentas da Dh·ina luz. Pedi-a con1 instan­


cia, ·ena vos será dada e alli sereis fortes, generosas, da­
reis·vossa vi-da por n1hn e con1 alegria.
, 1

_Não vos esqueçaes que Maria vos diz: Estou ao


vosso···zado para ajizdar-vo.i; a pedir o Divino Paraclilo.

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Os Dons do Espírito Santo

A MADAS filhas, vou hoje mostrar-vos quâo- necessa­


rios são os dons do Divino Paraclito, �em os quaes a
alma nada pode fazer com proveito para a sua per­
feição.
Como já sabeis o Espirio Santo procede do Pae e
do Filifo, pois, q A1nor destes dous é que constitue o
Divino Paraclito, a terceira pessôa da Santissima, Trin­
dade.
Con1 o já vos disse, a origen1 desta terceira pessôa
é� o A111F>r; portanto se o A1nor é sua ,orige1n a Elle
deveis recorrer, porque vós necessitaes de Arnor par'a
trabalhardes na vossa santificação e para gloria qe·
üeus. Sem Amor tudo se torna difficil,. é o Amor qu�,
suavisa e torna leve o que é pesado. ·
Vou mostrar-vos como tendes necessidade dos dons
do Divtno Paraclito. Foi a sua Divina Luz ·que sempre
illumfnou minha intelligencia e movimentou m.1.nita.
vôntade para abraçar com alegria a cruz coin que, d
bom Deus se dignou mimosear-me neste exílio.
Eu já possuía a luz infusa dada gratuitamente :des­
de o primeiro instante de n1inha Conceição linmacula-,
da, porem, trabalhei muito para cooperar com a s�tt.
graça. Vigiei e rezei 1nuito para não cahir na tenfaçâo;
pois que Eva, creada en1 estado de graça, sucumbiüJÍ'­
armadilha do tentador; porem, Eu vossa Mãe e' Mã-e
de Jesus, corh á oração, a penitencia e a vigilanriÜi
constante
. de· nün1 1nesn1a, cs1naguei a cabeça dd · ipi;:
nugo.
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Os .JJons e os Fructos do Espirito Santo 13

Apes-ar de, con10 já vos disse, possuir infusos os


dons do Divino Paraclito, não deixei de ir con1 os apos­
tolas ao Cenaculo e alli pern1aneccr co111 elles e1n gran­
de recolhin1ento, para receber a vinda do Divino Visi­
tador, o Consolador de nossas ahnas.
Vêde, caras filhas, con10 é uecessario rezar e rezar
111.uito para poder receber a sua Divina Luz. A priinci­
ra condição para ben1 receber o Divino Paraclito é dar
a Jesus o coracão� vasio de tudo e de todns e livre de
s1 1nes1110 l

1.º DOM DO ESPIHITO SA�TO:


A SABEDORIA

O primeiro don1 do Espiri to Santo é o da Sabedo­


ria, pelo qual preferünos as cousas celestes ás ter­
restres!
Caras filhas, este é un1 don1 especialissiino _para
.to:rnar..;vos santas! A verdadeira sabedoria é preferir o
eter�o ao mortal e á fu1naça que desapparece ! Que
'loucura. a do hon1e1n_.. que vive neste valle de pranto só
a preferir o ouro deste 1rtundo que desapparecc con1
a 'i:nortel
·Pobres � infelizes os que assim proceden1, pois estes
não-- possuem a sabedoria, 1nas, sim, a ignorancia! São
0$.::-Vérdadeiros ignorantes! Não vos co1npadeceis destes
.infelizes?
Agora a vós que 1ne ledes pergunto: Não procedeis
�ssim? Quem sabe muitas de vós, em vez de preferirdes
estar aos meus pés ou aos pés de Jesus, preferis uma
cnnversa banal e sem fructo para vossas almas! Medi­
·l-�� .bem e vêde se muitas vezes em lugar de preferir-
-d_e·s _-o· eterno, preferis a fumaça deste mundo, uma an1i-
zàde'", um bem estar, uma palavra inutil ! Uma falta de
mortificação, por insignificante que vos pareça, ah! se
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14 Os Dons e os Fructos do Espírito Santo

a ella preferirdes o be111 estar, a dissipação, e1n verda­


de vos · digo sois ignorantes, não possuis o do1n da sa­
bedoria, que faz con1 que sejaes diligentes, preferindo
o eterno ao 1nortal.
Praticaes obras d.e vida eterna, quando preferis os
actos de virtude ao co1uodis1no e ao bem estar desta
n1iseravel vida.
A1nadas filhas, vêde con10 tendes necessidade do
don1 da Sabedoria. Todos os santos fora1n sabios e todos
os sabios fora111 santos, não sabios das cousas deste
inundo, mas, siln, da verdadeira sabedoria, que consis­
te e1n preferir a patri_a celeste á conquista da fumaça
deste inundo corrupto, que desapparece co111 a 1norte !
Examinae-vos be1n e vêde se possuis tão rico the­
souro, a verdadeira sabedoria; e, se a não possuis, estaes
c1n ten1po; não deixeis para amanhã negocio tão iin­
portante. Pedi ao Divino Paraclito que vos infunda
na alma a verdadeira sabedoria. Ah! filhas a1nadas,
se assiin fizerdes co1no sereis ricas! Ver-vos-ei aos pés
de Tabernaculo, preferindo u1n 1nomento de secura, de
abandono ás conversações n1ais agradaveis deste mun­
do enganador! Siin, ver-vos-ei, preferindo u1na 111ortifi­
cação a um momento de regalo!
Sim, os santos, que possuíam a verdadeira sabedo­
ria, encontrai-os-eis preferindo o despreso ao louvor, a
humilhação ao bem estar; encontral-os-ei alegres no
Calvaria e não nos palacios dos reis!
Vêde um Luiz de Gonzaga que preferiu as humilha­
ções da santa congregação 3:0 bem estar da côrte, foi
u1n sahio, elle possuía o dom da sabedoria!
Fazei vós o mesmo, pedi e não deixeis de pedir,
emquanto não tiverdes adquirido a verdadeira sabedo­
ria, que consiste c1n despresar o caduco e abraçar com
alegria tudo o que vos leva á Patria eterna.
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Os Dons e os Fructos do Espirita Santo 15

Se desejaes 1ne contentar segui o 1neu exemplo e o


exe1nplo que os santos vos deran1.
Sêde santos e possuireis o ·don1 da sabedoria, pois,
só sereis santos se possuirdes a verdadeira sabedoria,
que consiste e1n preferir a patria amada a todos os
louvores deste inundo.
Para isto recolhei-vos ao santuario de vossas aln1as
e pedi con1 instancia ao Divino Consolador; Ellc vos
cu1nulará de seus dons se cooperardes co1n a sua divi­
na graça, e Eu, vossa Mãe, vos hei de ajudar a pedir
tão ·precioso dom se a 1niin recorrerdes.
Maria. Do reino da verdadeira sabedoria.

2.º DOM DO ESPIRITO SANTO:

e
A INTELLIGENCIA

ARISSilVIAS filhas, já vos 1nostrei quao necessar10


é a luz do Divino Paraclito para poderdes traba­
lhar con1 proveito na vossa santificação. Mostrei-vos o
primeiro de seus dons -·- a Sabedoria. Vou hoje, n1os­
trar-vos o dom da Intelligencia, ta1nbe1n muito neces,..
sario e com o qual a vossa vontade abraça a perfeição
e aborrece o que não é perfeito• Vou aqui fallar-vos
não da intelligencia natural, mas, sim, da intelligencia
sobrenatural, que eleva o homem acima das cousas crea­
das e o faz penetrar no reino espiritual da graça. Ca­
rissimas filhas, o dom da Intelligencia é essencialmente
necessario para poderdes con1prehender as verdades
eternas. •
O homem, que se dedica a grandes estudos se não
possuir uma intelligencia capaz de comprehender o
que estuda, debalde se esforça, porque sua intelligen­
cia m�diocre não attinge o fün almejado. Carissimas
filhas, se a um simples mortal é necessario estP. dom
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16 Os Dons e os Fructos do Espirita Santo

natural para con1prehender o que tanto almeja, o que


não será para vós que desejaes co1nprehender as ver­
dades eternas, porque na verdade se1n as co1nprehen­
derdes, não as pqdereis abraçar alegremente con10 as
ahracaram
� os santos.
Sin1, os santos praticararn actos heroicos, porque
elles possuian1, não a intelligencia natural, 1nas, shn, a
intelligencia dada pelo Divino Paraclito.
Vêde os apostolos antes da descida do Divino Con­
s0lador. O mestre falava e clles não comprehendiam; e
porque, perguntar-1ne-eis vós'! Eu vos respondo: Por­
que não possuiarn ainda o do1n da intelligencia sobre­
natural, não con1prehendiam o seu Divino Mestre.
Vêde estes apostolos rudes e sem cultura, depois da
descida do Espirito Santo, abraçam corn alegria todos
os ensina1nentos do Mestre; a que attribuir-se isto?
A' luz do Alto que, descendo sobre suas almas, lhes fez
co1nprehender as verdades ensinadas por seu Divino
l\1estre!
A1nadas filhas, vós ta1nbe1n ·tendes necessidade de
possuir o do1n da intelligencia para poderdes abraçar
o que é perfeito e aborrecer o que é imperfeito! Co1no
porern adquirireis este don1 '? Este dom o adquirireis pe­
dindo-o ao Divino Paraclito, para o que é necessario
que sej aes diligentes, é preciso que ·rezeis, predispondo
vossa alma e vosso coração para a vinda de tão salu­
tar Hospede.
Pedi com instancia do1n tão salutar para poderdes
reproduzir e1n vós Jesus e Jesus Crucificado, o qual de-
veis pregar aos outros. •
O dom da Intelligencia vos fará comprehender o
quanto vosso Divinal Esposo vos an1a e quaes os seus
attribu tos.
Ah! co1no sereis felizes se receberdes com effusão
tal dom! Rasgar-se-á para vossas ahnas o véo negro da

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Qs Doris'e os Fructos do Espirilo Santo 17

ignorancia e con1prehendereis quão proveitoso é servir


ao bon1 Deus, penetrareis as abobadas celestes e ireis
até o Coraçüo Santissüno de Jesus, onde aprendereis
cous3:s n1aravilhosas! Alli con1prchcndereis o quanto
Elle é a111avel cn1 si n1cs1no, qual a sua caridade, seu
clernan1entc a1nar e seu sen1prc perdoar! Sün, an1adas
de 1ninha ahna, não sereis 111ais ignorantes, e então
vos perguntarão: onde fosles aprender tanta sciencia?
E vós lhes <li reis: O Divino Paraclito t'� que nos ensinou
quão bon1 é an1ar e servir a Deus. Si111, a1nadas filhas,
esforçae-vos para adc1uirirdes o don1 da Intelligencia,
recorrendo 1nuitas vezes ao dia ao Divino Paraclito,
para que vos infunda na ahna tão salutar don1, e, se
assin1 fizerdes, Eu vossa lviãe a1nadissi1na aj udar-vus-ei
a pedir o que tanto precisacs -- o do1n da Intclligencia.
Vossa Mãe que vos convida a recorrer todos os dias
ao Divino Paraclito coll1 fé· e co111 a1nor.

;3. 0
D<HVI DO ESPIHITO SAN'l'O:
O CONSELHO

A lvlADAS filhas, já vos 1noslrci quão neccssanos são


os dons da Sabedoria e da Intellit,0·encia ,· vou a<rora
::::,
fallar-vos da necessidad(' que tendes de possuir o do1n
do Conselho, pelo qual sabereis o que deveis evitar e
o que deveis fazer e aconselhar aos outros.
O don1 do Conselho é n1uilo necessario aos que tê111
aln1as a dirigir no caniinho da virtude. Vós, carissünas
filhas, sois esposas de J esl.ts e de Jesus Crucificado, por­
tnnto, todas as ahnas são vossas e todas ellas nccessi­
tun1 de uni bo1n conselho.
Oh! quantas al1nas, por infelicidade, gc1ne111 nas
cha1nnu1s abrasadoras elo inferno, por falta de que111
lhes déssc uni bo1n conselho!
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18 Os Dons e os Fructos do Espirito Santo

Vêde como este dom vos é necessario para irdes


atraz dos peccadores e lhes 1nostrardes o ca1ninho da
verdade! Quantos ignorantes commettem o peccado por
falta de quem lhes dê um bom conselho e os advirta
de seus erros!
'
Pobres infelizes, vivem na escuridão por falta de
apostolos, que vão atraz delles lhes dizer que ha um
l)eus e que possuem u1na ahna, que é in1n1ortal. Alem
disto o don1 do Conselho é necessario a vós mesmas,
porque vos faz reflectir e ton1ar conselho con1 a vossa
propria ahna, antes de agir, porque na vossa aln1a se
acha o vosso Esposo.
O do1n do Conselho vos faz procurar um virtuoso
e esclarecido director, o qual vos mostra a vontade do
Altissimo; e, quando não se encontra este, o dom do
Conselho, influindo pelo Divino Paraclito nas vossas
almas, vos faz agir se1n temor, e jamais vos deixará
errar, porque todos os dons do Divino Espirito Santo
brilha1n n'ahua, clareando assim o caminho que trilhaes
e no qual o bo1n Deus se dignou pôr-vos.
Carissin1as filhas, pedi com instancia o dom do
Conselho e sereis 1nuitos uteis á Egreja.
Vêde, quando rneu adoravel filho me deixou neste
t:xilio, apenas acabada de fundar sua Divina Egreja,
foi para dar conselhos a esta mesma Egreja tão recen­
te, pore111, que ja1nais errou.
Se111prc que os apostolos se achavam e1n difficul­
dades e a n1iin recorria1n, mostrei-lhes a vontade de
Deus, e elles, fir1nes con10 rochedos, não se abalaram
ante as perseguições tre1nendas, que o demonio lhes
urinou!
Vêdc, a1nadas de n1eu Coração, que, se Eu não
possuisse o do1n do Conselho, não poderia guiar tão
in1portante obra co1no é a Egreja de Jesus Christo, esta
arca bellissima e encantadora, que preserva seus filhos

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Os Dons e os Fructos do Espirita Santo 19

do dragão infernal e os leva ao porto seguro, que é o


Paraiso.
Carissünas filhas, os apostolos recebera1n o do1n do
Conselho e1n profusão, porisso o lcgara1n a todos os
seus legitiinos successorcs.
O Papa, os Bispos e os Sacerdotes possnc1n este
don1 e1n profusão, porque a ellcs lhes foi dito: Tudo
o que desatardes na terra serd desalaclo no Céu e ludo
o que ligardes na terra S<'râ ligado no Céu, portanto,
quando ellcs vos f alare1n e1n 110111c da Egrcja, o Espi­
rito Santo desce sobre cllcs <lc u1n 1nodo especial.
A palavra destes nlinistros vos deve ser n1uito ca­
ra, quando elles cooperan1 con1 a graça; pois, por infe­
licidade, ne1n todos sabem corre�ponder á sua tão alta
dignida�le!
Oh! luz do Divino Paraclilo, nen1 por todos és
con1prehendida ! lVIuitos são os que te desprcza1n !
A1nadas de n1inh'ahna, pedi con1 inslancia o do1n
do Conselho para praticardes o que é perfeito, e abor­
recerdes o iinperfL,ilo e dardes o bo1n conselho a quen1
vol-o pede.
Dae, carissin1as filhas, o ho1n conselho a todos que
se approxünare111 de vós, 11u1s, para isto, é necessario
que peçaes 1nuito ao Divino Consolador, que vos infun­
da na ahna o .don1 do Conselho; infuso este, então da­
reis áos outros a divina Luz, cu111prindo o vosso dever
que é de serdes perfeitas e trabalhar para que todos
o seJain.
Shn, a1nadas de niinh'ahua, trabalhae, esforçae­
- pedc o coração vasio de tudo,
vos, dae ao Divino J Ios
de todos e de vós 111esn1as ! Ah! então Elle vos cu111ula­
rá de seus celestes dons; e se assitn fizerdes Eu voss.�1
Mãe vos encherei ta111bc1u de n1inhas hcncans .
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20 Os Dons e os Fructos do Espirita Santo

4.º DOM DO ESPIRITO SANTO:


.,
A I� ORTALEZA

e ARISSIMAS filhas, .i à vos n1ostrei o don1 da Sabe­


doria, o do1n da Intelligencia e o don1 do Conselho.
Vistes quão necessarios são ellcs ús vossas ahnas.
Vou agora falar-vos do <10111 da Fortaleza, con1 o
c1ual a al111a se torna forte, dando energias ao corpo,
pron1pto para abraçar qualquer sacrificio, até a propria
n1orlc se f ôr necessario, para 1110strar o seu a1nor ao
seu Crcador que é. Deus.
Carissiinas filhas, o don1 da Fortaleza é 111uito ne­
ccssario, esscncialtncntc ncccssario aos que deseja1n a
salvaç�ão eterna.
Sen1 o don1 da F'ortaleza a aln1a não ten1 energias
para csn1agar as paixões da natureza.
Foi o do111 da J?orlaleza que 1ne deu forç.as para
assistir ao dran1a sanguinolento cio Calvario ! Oh! si não
fosse este don1 do l)ivino Paraclito, con10 resistiria a
tanta dor? Vêr o 1ncu unico filho.cravado e1n duro 1na­
deiro, insultado, hlasphen1ado e Eu se111 proferir pala­
vra, són1ente adorando a bondade de Deus!
Vêde, a1nadas filhas, que si não fosse esta força do
Alto, isto é, o do1n da I-?ortaleza dado pelo Divino Pa­
raclito, Eu não Leria forças para resistir a tanta dor!
Vê de con10 o don1 sobrenatural da For I aleza vos é
cssencialn1ente ncccssario, se desejacs ser st ntas. Todos
os san Los possuiratn este don1, pelo qual resistiran1 a
tan las hun1ilhacôes� e ahracaran1 tão heroicos sacri-
.\

ficios!
\' êdc-o�� cnf rcntando a propria n1ortc, sen1 nunca
neµ;arcn1 sua fé! Pergunto-vos agora: Fóra desta arca
ad111iravel - a santa Egrcja -- encontrastes porventu-
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Os Dons e os Fruclos do Espirita Santo 21

ra esta Fortaleza'? Ah! não, fóra desta arca de salvuçüo


-- a Santa Egrcja Catholica, Apostolica, H.on1ana - ja­
n1ais encontrareis ho111en1 capaz de se sacrificar pela
religião que abraça!
Porque vós jú o sabeis. E' que fóra desta Egreja
não ha luz. Os ho111cns, que professa1n oulras sej tas re­
ligiosas viven1 infeljzcs ua escuridúo, nüo possuc'111 us
luzes do Divino Paraclito-
Fóra desta arca a Saula Egrc,ia ----- o J)ivin�>
Paraclito não derra1na seus dons. Pobres ahnas as que
viven1 longe desta arca h('111<lila ! .
A1nadas filhas, vós sois be111avcnluradas, porque cs­
taes dentro della, JHH't'lll, agora vos pcrgun lo: Possuis
todos os dons do Divino Paraclilu? Se nuo os possuis,
por an1or a vossa alina, vos JH\'O nüo deixeis para 111 ais
lQrde a acquisiçüo de Lão precioso Lhesouro. Pedi e pedi
c.0111 confian�;a thcsouro túo pn..'cioso. l... e1nhrac-vos que
sclll este thesouro núo podeis agradar a Deus. Coin 'J
podeis agradar a Deus, st· núo fordes fortes e111 traba­
lhar para a vossa pcrfciçúo e sanlifica\··úo de vosso
proxin10 !
O do111 da Fortaleza infundido nas vossas aln1as
pelo Divino Paracli lo, vos f arú fortes co1110 Eu o fui
e os santos.
Vêde tuna Igncz, aos l-� nnnos, cantando na hora
cn1 que o verdugo ia-lhe dar o golpe 111ortal! Quc111 a
fez cantar? Foi o do111 <la For\·a, núo a for\'.a phys ca,
n1as, sün, a força sobrent\lural da gra\'.a, que se ac�1a­
va na. sua candida allna; foi este do1n sobrenatural que
lhe deu energias para cnf'rcnlar a 1nortc co1n o sorriso
nos lahios ! .
A1nadas filhas, tendes v<'>s csla c1l(�rgia para pra­
ticar a virtude•) :\'úo d<•s._111i111:.H'S a Ioda a liorn, ú vi'.,la
d e u 111 I eve s a L rifiei o ? ! (J. 1 w 11 las vezes vos ve.i o I e 111 e­
ros as deantc de lllil leve sac.rifil'.io, <[llC a ohcdiencia
vos ünpôe por a111or ! . E111 verdade vos digo, o du111

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Os Dons e os Fructos do Espirifo Santo

ela Fortaleza, en1 vossa ahna é 1nuito düninuto ! Que


fareis então? Precisaes rezar 1nuito e pedir ao Divino
Paraclito este do1n tão necessario, p�ra serdes genero­
sas e promplas a qualquer sacrificio por a111or de vosso
Esposo, que soube tão generosa1ncnte se sacrificar por
vosso amor!
A111adas filhas, trabalhar por que1n se a111a é sacri­
[icio?
Eu vos digo que não, porque, quando se an1a, não
se faz sacrificio, porque o fogo do amor aplaina todos
os sacrificios, isto é, tira todas as pedras do ca111inho
do Calvario. Vêde o Divino Mestre, vosso Esposo ado­
ravel, subindo o canlinho do Calvario descalço, sem se
i 1nportar com as pedras ponteagudas que encontrou 1
Ah! E isso porque o a111or, que lhe ia na ahna por
\'ÓS, não lhe deixou ver taes pontas, que tanto feriram
seus delicados pés. Sin1, carissimas filhas, o dom da
Fortaleza vibrava em seu coração amante, esmagando
1 odos os obstaculos, todos os sacrificios por vosso amor!
E' assim, amadas de minh'alma, que deveis fazer. O dom
da Fortaleza vos ha de fazer esmagar o que hoje vos
�-�usta! Lembrae-vos de minhas palavras "quando se
uma não ha sacrifício", portanto se tudo vos custa é
porque não tendes a1nor, e na vossa alma, não vibra o
·tom da Fortaleza, tão necessario para a salvação e san­
tificação de todos.
Trabalhae para adquirirdes este preciosissiino the­
�1ouro; pedi com instancia ao Divino Paraclito seus pre­
ciosos dons, e Elle vos infundirá na alma thesouro tão
rico, e então sereis fortes, sorrireis ao sacrificio ...
O sacrifício não será mais sacrifício, porque para
rcuem ama não ha sacrifício.
Fazei assim, e Eu, vossa n1ãe solicita, estarei sem­
pre ao vosso lado cobrindo-vos com o 1neu manto todo
de an1or.
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Os Dons e os Fructos do Espirilo Sanlo 2.:1

!)_º DOM DO ESPIRITO SANTO:


A SCIENCIA
.
A MADAS filhas, vünos já as vantagens dos dons da
Sabedoria, da Intelligencia, do Conselho e da For­
taleza.
Vou agora 1nostrar-vos a necessidade que tendes do
do111 da Sciencia, co111 o qual afastareis de vós as cifa-,
das do den1onio, do n1undo e da vossa propria carne.
Eva succtu�biu no Paraiso terreal, porque não soube
cooperar com o do1n da Scicncia; eis que chegou a ser•
pente e a fez cahir ! Vê de con10 o do1u da Sciencia so-­
brenatural é nccessario á ahna. que dcseja chegar ao
porto de salvaç.ão, o Paraisa. Scn1 este do111 ad1niravel,
cahireis a todo 1110111ento no ca1ninho da perdição
Quantas ahnas ha que <lesejan1 a perfeição, entretanto
não se pode comprehender, dizen1 nnütos, co1no esta��
almas a toda hora estão succtunbindo á tentação!
�-ual o motivo destas frequentes quedas? Eu vos
digo: Estas almas têm boa vontade, porem, esquece1n-se
·de pe_dii: ao Divino Paraclito o do1n da Sciencia, qu<�
faz con1 que a ahna esteja alerta e saiba discernir o
bem do mal. Eva su�cun1biu-, porque não teve conhe­
cimento que quem lhe falava era o de1nonio, e tam-
_bem não comprehendeu que lhe falava um absurdo,
dizendo-lhe que se co1nesse do fructo prohibido, teria
conhecimento das cousas corno Deus! Vêde, carissin1as
filhas, a ignorancia de Eva, acreditando nas pro1nessa�
do tentador! Ella, infeliz, succumbiu e não se lhe abrit1
a intelligencia para o bem, mas, sim, para o mal!
Vêde as promessas enganadoras do tentador come
são mentirosas! Lcva1n a alma cada vez 1nais á escuri­
dão! Quantas vezes este tentador ta111bem se n1e insi­
nuou, para ver se eu cabia; pore1n, o <10111 da Scienci n

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24 Os I)ons e os Fruclos elo Espirilo Santo

n1e fez conhecer suas perversas arn1adilhas, n1as sen1-


pre, co1n a divina graça, de todas ellas fugi! Vêde este
terrivel __ini1nigo tentando o proprio Oeus, quando se
preparava para tão sublin1e 1nissüo, a rede1npção de
vossas ahnas!
Eil-o, na verdade, aos pés do Mestre adoravel, a
tcn tal-o de diversas forinas ! Pobre e infeliz, não sabia
clle que estava falando con1 o proprio Deus, cujo po­
d<.'l' o tinha expulsado do Paraiso.
Agora vos pergunto: Si elle foi tentar o proprio
Deus, o c1uc não farú con1vosco, que sois fracas e pro1n­
plas a cahir!
Portanto, vêde a necessidade que tendes de possuir
este precioso don1 d& sciencia, que vos faz conhecer tão
terriveis ciladas! Co1no jú vos disse Eva succumbiu,
porque não cooperou con1 a divina graça, apesar de ser
creada ern estado de graça. Vêde a força <lo tentador;
con10 é necessario estar a ahna hen1 n1uni<la deste pre­
cioso don1, para não succu1nbir ás suas n1entirosas pro-
111essas, que 1nuitas vezes elle sabe apresentar, tão bem,
c.:0111 caracter até de virtude! Elle be1n que sabe enga­
nar! E' esta sua terrivel 1nissão, enganar e seduzir as
ahnas, pondo, e1n suas palavras e ar1nadilhas, perfu1ne­
Pobres ahnas, as que não possue1n este tão necessario
don1, pois são victimas do inünigo a todo instante!
Agora 'vos pergunto, an1adas de 111inha alma, pos­
suis vós este tão rico thesouro? Se não o possuis ainda
é tempo, pedi con1 instancia tão rico thesouro e elle vos
será dado alegren1cntc e sereis fortes; possuireis não a
sciencia natural, 1nas, siln, a sobrenatural, que vos ha
de fazer evitar todo o 1nal e abraçar todo o bem, que
consiste ern a1nardes a Deus de todo o vosso coracão e
co1n todas as potencias de vossa ahna, desprezando-vos
a vós n1csn1as, isto é, tudo que é carnal. Vivereis co1no
an.ios neste valle de nrantos. e um dia ahrir-se-vos-ão

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Os Dons r! os Fr11clos do Espírito Santo 2fi

ns portas da n1ansão ela paz, onde louvareis a Scicncia


das sciencias, que é o proprio Deus! Pedi, carissÍlnas
filhas, tão precioso thesouro e Eu, vossa Mãe, sc111pre
solicita e1n vos ajudar, estou sc1nprc ao vosso lado, di­
zendo-vos: Sou vossa .l\tlãe !

6.º l)OM DO ESP1HITO SAN'fü:


A PIEDADE

A MADAS filhas, vou 1noslrar-vos quão ncccssario vos


.
é o do1n da Piedade, co1n o qual achareis prazer e1n
conversar co111 Deus, �dnda que Ellc não vos console.
O . do111 da Piedade vos é n1u ito neccssario para
gostardes da ora�·ão. Ahnas ha, c1uc não lên1 piedade, e
quando chega o te1npo da provação, abandonan1 os
actos de religião. Pobres alinas as que assiin proccdc111,
an1a1n as consolacões
., de Deus e não o Deus das conso-
lações! E por que isso? Porque não possuc1n o don1
da Piedade, que faz co1n que a ahna, apesar d� se
achar na provação, se esforce por cun1prir seus deveres
de piedade e goste, ainda que nao goste, de tratar co111
seu Deus.
Con10, perguntar-n1c-cis vós, con10 gostar se111
gostar?
Gostar scn1 gostar consiste c1n ctunprir o dever,
ainda que sen1 sentir prazer; pois, a ahna que possue
.o don1 da Piedade acha-se feliz en1 conversar con1
Deus, ainda que não o sinta. Só en1 estar na sua pre­
sença já é para a alrna que possuc este do1n unia
ventura.
Carissimas filhas, a piedade edifica, attrahe as al­
lhas a Deus. Quando contcn1placs estes seraphü1s de
a1nor aos pés do 'fahcrnaculo, não vos sentis co1n von­
tade de os ünitar? Ah! sin1, tuna donzella que é picdo-

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:.�6 Os Dons e os Fruclos do Espirita Santo

sa e que está diante do seu adoravel Esposo, co1n toda


a piedade possivel, que exemplo bellissüno!
Quantas á.hnas, quando as vêde aos pés de Deus
tternamente an1avel, presente na Sagrada Eucharistia,
11arf'.cen1-vos que são seraphins de a1nor! E direis, esta
ahna está en1 transportes de santo gozo! Ah! não, quan-
1 as vezes está antes na dura Cruz de un1a pesada tri-
1 a1lação de espirito!
Perguntar-n1e-eis então, porque tanto recolhimen-
1 o? Eu vos respondo; porque possu_e o do1n da Piedade,
u qual a faz adorar a vontade de seu Deus!
Carissiinas filhas, dou-vos con10 exe1nplo Eu mes-
1 na. Quantas vezes fui provada, e no 1neio de u1n mar
( le tribulaç.ões, e111 que 1ninha ahna se achava, me con­
:-;ervava in11novel, rezando! . Que1n 1ne visse, o que
diria? Esta donzella está e1n transportes de -santo gozo!
Ah! não, a1nadas filhas, nlinha ahna na noite da prova­
l.:ão, adorava a vontade do Altissüno, que assim queria,
porem o que n1e deixava tão recolhida era o dom da
Piedade, que o Espirita Santo tinha infundido na nli­
uha ahna.
Agora vos pergunto, filhas a1nadas, algu1nas de vós
não estarão passando pela dura provação de não sentir
as consolações de Deus? Quantas de vós talvez não se
achem neste estado! Pergunto-vos ainda: Deixastes_
porisso de adorar a vontade de Deus, que está traba­
ihando na vossa ahna? Que111 sabe, para queimar o de­
sejo que tendes de ser consoladas, deixastes de adora:r
a vontade de Deus, que assim vos fére para vosso.
bem! Deixastes de cu111prir os vossos deveres de pieda­
de ainda que na noite da provação?!
Se os deixastes de ctunprir, não possuis o dom da
Piedade, e que deveis então fazer? Pedir e pedir com
instancias ao Divino Paraclito que vos infunda na alma
tão salutar dom, para poderdes procurar o Deus das

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Os Dons e os Fructos do Espírito Santo 27

consolaç.õcs e não as consolações de Deus, para gostar­


des de estar aos pés de vosso au1antissiino Esposo, ainda
que Elle não vos console! En1 verdade vos digo, se for­
des piedosas só qua_ndo Elle vos consolar, sois hypocri-•
tas e a vossa piedade é falsa! Por piedade, sêde genero ..
sas, le111brae-vos que deveis adorar a vontade de vosso
Deus e111 tudo e sobre todas as cousas.
Le1nbrae-vos que deveis ser piedosas não para ser­
des consoladas, n1as, sin1, para o he1n de vossas ah1u1�1
e para contentar a Jesus, dando-lhe ass�n1 an1or po,
an1or, sangue por sangue, vida por vida.
Pedi ao Divino Consolador que vos cun1ule de seu'�
celestes dons, e se fordes consla n les nos vossos pedidor;,
Eu, vossa Mãe, estarei scn1prc ao vosso lado para vo5
ajudar.

7.º DOM DO ESPIRITO SANTO:


O T'EMOR

A iyIADAS f�lhas, vou hoje n1ostrar-vos, não o te11101.·


que deveis ter de vosso adora vel Esposo Jesus Cru -
cificado, que é todo a1nor, pois Elle é a1navel e não te,•
niivel.
O que vos vou falar é do Te1nor sobrenatural, qu :�
deveis ter de offendel-o com a 1nenor falta voluntaria.
Este Te1nor todos os santos o tivera1n, pois elle consis ·
te_ num horror de offender a Deus com a 1ninin1a falt-,
·voluntaria. Conhecendo o horror do peccado, os santoi:,
possuidos como se achavam deste do1n sobrenatural, fu •
giam com horror de toda e qualquer falta voluntarü,.
até dâs 1ninünas iinperfei <;,•.ões.
Este horror cha1na-se Te1nor de offcndcr Aquelle
que é todo an1or, e que se fez ho1nen1 s01nente para
abrir-nos as portas da Jerusalen1 Celeste- Os santos
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28 Os l)ons e os Fructos do Espirita Santo

co1nprehenderan1 o a1nor de sen Deus; é por isso que


1 i nha1n esle tc1nor de desgosta-lo ainda con1 tuna pe­
(JUena indelicadeza. Carissiinas filhas, vêde .9 que faze1n
os hon1ens do n1undo. Quando a1na111, te111 horror de
causar desgosto á pessoa a1nada.
Os santos an1ara1n a Deus sobre todas as cousas
criadas, até aci1na de sua propria vida. E porque tanto
lcn1ia1n offender aquelle que é o alvo de seu a1nor,
nisso encontrava1n o n1otivo do te1nor que delles se apo­
derava, o n1cdo que li11ha111 de offendel-O.
Este Te111or portanto é salutar, afasta a aln1a de
perigos e a eleva acin1a de todas as cousas; pore111,
(.',Crlas ahnas ha que nüo co1nprehenden1 o que seja te-
111or; te1ncn1 a Deus, e111 vez de te1nere111 a si proprios .
Con10 j à vos disse, o don1 do 'I'e1nor infundido pelo Di­
vino Paraclito não ten1e a Deus, porque Elle é infini­
tarnenle
- an1avel; o que estas
. -
aln1as antes dcve1n te1ner
sao seus erros e suas pa1xoes.
A1nadas filhas, .Jesus Christo é a bondade infinita;
foi Ellc que nos reconciliou con1 a Divina justiça, por­
tanto a ahna, que 1nuitas vezes cahe, não deve ter
te1nor de seu Jesus, que é lodo bondade. Lc1nbren1-se
as ahnas que Jesus a1na clcrna1nentc, e perdoa sen1pre
que a a1n1a contrita O procura.
O te1nor que deveis pedir ao Divino Paraclito é de
jan1ais offenderdes a Deus e terdes horror do peccado
e da ünperfeição. Se o Espirito Santo vos infundir na
ahna tão salutar Ten1or, fugireis de tudo que é ünper­
feito e se cahirdes e1n falta, vos fará recorrer iinme­
diata1nente á bondade de vosso Deus, que prompto está
e1n perdoar-vos sc1npre, que lhe apresenteis um coração
contrito. O do1n do Temor fará que a alma não perma­
neça nas iinperfeições, quanto 1nais no peccado !
Vêdc, carissin1as filhas, con10 este tão precioso don1
vos <.'� ncccssario. Elle vos preserva de cahir en1 faltas
graves e ainda vos faz fugir das ünperfeições. Pedi con1
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Os l)ons e os Fruclos do Espirita Sanlo 29

i nslancia túo saiu lar do1n e lereis horror do peccado .


.Tan1ais offendcn'Ís a Deus. 1u•u1 co1n fallas veniaes e fu­
gireis de tudo que possa n1cs1no de leve desgostar ao
vosso a111ant issiino Esposo, <_[ue é Lodo an1or e todo per­
feicão
Se assi1n proccdt-.rdes, fareis cu1110 os verdadeiros
santos, que foge1n de Ludo que ('.� i1npcrfcito, lendo 111cs-
1no verdadeiro horror às i1nperl'eis·úes !
Pergunlo-vos, alinas n1i11has, tendes horror ús in1-
perfeições? Nüo dnn11is tranquiJias, se111 vos inco1111110-­
dardes con1 a vossa negligencia a tal respeito? Não ten­
des verdad<�iro pezar de terdes sido indelicadas co111 o
vosso an1an lissin10 Esposo, q uc L' lodo delicadeza e
bondade para con1voseo?
Exanünae-vos he1n e se 11,10 tendes este horror, e111
verdade vos digo, nüo possuis o <10111 do Te1nor, o <1ual
faz a ahna viver lin1pa, co1110 as aguas crystaliuas de
tuna rica fonte.
Se ilão o possuis. ainda é. len1po; co111cçae de hoje,
não deixeis para an1anlüi o <JllC hoje po<leis fazer. Que111
sabe a1nanhü estareis prestes a cahir c1n algu1na inde-­
licadeza para cotn vosso adoravel Esposo, porlanlo co-·
n1e\ae a pedir tüo salulat· do111, e Eu, vossa Mãe a1na­
dissüna, vos enxugarei. as Iagrin1as na hora derradei­
ra, quando <'stiverdes pro111ptas para entregardes a vos­
sa aln1a ao vosso Esposo bonissin10 que é Deus.

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Dos Fructos dos Dons do Espírito Santo

Q
U�RIDAS filhas,_ n!ostrei-'_'o_s quão necessarios vos
sao os dons do D1v1no Esp1rito Santo; agora vou fa­
lar-vos de seus doze fructos, pelos quaes, conhecereis se
possuis ou não, seus salutares dons!
A arvore se conhece pelos seus fructos; porisso,
vou n1ostrar-vos os doze fructos que este Divino Espi­
ri to Santo produz nas ahuas, que lhe dão acolhin1ento.

1.º FHUCTO: A CARIDADE

A l\1ADISSI1\t1AS filhas, a caridade é o vinculo sagrado


que nos une estreitamente ao nosso Creador.
Deus é todo caridade e exige daquelles, que dese­
j an1 ser seus anligos que a Elle se unam por este laço,
-- o a1nor
Vou, portanto, mostrar-vos como este fructo é sa­
borosissimo para vossas almas e tambem agradavel a
Deus- Como é saborosíssimo ás vossas almas? A alma
que possue tão salutar fructo, - o amor, - tudo o que
faz por seu Deus lhe é agradavel, sentindo mesmo ver­
dadeira satisfação e1n poder se sacrificar pelo amado
de sua ahna ! E como isso é agradavel a Deus? E' agra­
_davel a Deus, porque sendo Elle todo amor e amando
aos homens infinitamente, causa-lhe prazer vêr que
seus filhos, pelos quaes tanto se sacrificou, o compre­
hendem; dahi seu contentamento está em vêr que o
comprehendendo, armazenam para suas almas fructos
de vida eterna. Vêde, carissiinas filhas, a caridade de
vosso amantíssimo _Esposo; sente-se elle feliz em vêr
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Os Dons e os Frizctos do Espirita Santo 31

que o _coll!prehendeis, porque co1nprehendendo-o, ar1na­


zenaes para vós thesouros in1n1ortaes.
Oh! Quanta caridade não comprehendida neste
mundo!
Eu, sendo Mãe Daquelle que é todo caridade, desejo
mostrar-vos sua caridade para con1vosco, para que vós
examinando attenta111ente, possaes ver se estaes progre­
dindo na s�nta virtuqe e se possuis os dons do Divino
Santificador.
E' pelas obras que fizerdes, que vós conhecereis se
possuis na verdade seus dons tão necessarios ú vossa
santificacão
..
Pergunto-vos agora: Na verdade, possuis este tão
salutar fructo, a caridade? A111aes a Deus. aci1na de todo
o creado e de vós 1nesn1as e e1n todas as cousas?
E qual serú a vossa resposta?
Se a vossa resposta não estiver de accordo co1n o
que vos vou falar, certa1nente não tendes este fructo,
isto é, a caridade para con1 vosso a1nantissiino Esposo.
Possuireis com effeito este fructo, se preferirdes
contentar o vosso Esposo, e não a vos propria.
Possuireis este fructo, se a1nardes a Deus e sua
santissima vontade e não as vossas vontades!
Possuireis este fructo se an1ardes sua santissin1a
vontade nas tribulações, nas enfenni<lades, nas lnuni­
lh�ções e nos desprezos.
Possuireis este fructo se sentirdes prazer e111 ser­
des humilhadas por causa de seu norne e de sua gloria!
Pergunto-vos agora: E' este o vosso pensar, é assin1
que procedeis? Se pensardes de n1odo contrario, na ver­
dade vos digo, não possuis tal fructo -- a caridade para
con1 vosso amantissüno Deus, que é vosso Esposo. Vêde
o que se costu111a dizer no inundo, quando algu1na pes­
s,oa beneficia a outra, dando-lhe p.resentes, até 1nuitas

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32 Os Dons e os Fructos do Espiritó Santo

vezes so1nmas ünportantes; o que diz a pessoa bene­


ficiada da pessoa que a beneficia: E' muito caridosa,
ella usa para conuuigo de nulita caridade!
Mais uma pergunta, filhas amadas, Jesus póde di­
zer isto ·de vós?
Exan1inae-vos e vêdes se, na verdade, sois carido­
sas para co1n vosso Esposo, que é todo caridade para
co1nvosco. Por piedade, se não fordes caridosas para
con1 vosso Deus, ainda ó te1npo, ponde n1ãos á obra,
não deixeis para an1anhã negocio tão in1portante. E o
que então deveis fazer? Pedir ao Divino Paraclito, que
vos infunda na ahna sua luz, para poderdes pôr e1n
pratica as palavras de Jesus: Sêde perfeitos co1no meu
Pae do céo é per/ eito.
Co1no pore1n sereis perfeitas se não usardes de ca­
ridade con1 vosso Deus, a1nando-O sobre todas as cou­
sas, c1n tudo e sobre vós n1cs1nas? !
Trabalhae, an1adas filhas, e1n negocio tão ünpor­
tante - a vossa santificação; este negocio é o que vos
deve i111portar, porque o n1ais vos serú dado por accres­
ci1110. Se trabalhardes para vossa santifica�;ão, Eu vossa
lVIãc vos prometto estar se1npre ao vosso lado.

2.º FHUCTO: O SANTO GOZO

A MADISSIMAS filhas, 1nostrei-vos já o prin1eiro fru­


cto dos dons do Divino Paraclito, a santa caridade,
que vos deve unir estreitan1enle a Deus. Vou agora fa­
lar-vos do .segundo
~
frncto, o Santo Gozo, e vereis então
se o possuis ou nao.
E1n que consiste este Gozo? Consiste cm u1n santo
cnthusiasmo pela gloria de Deus.
Todos os santos rcccheran1 este fructo do Divino
Paraclito, o que os levava a excla1nar: (�uão bom é
trabalhar pela gloria de Deus!

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Os J)ons e os Fruclos do Espirita Santo 3�3

Pessoas ha, que i11feliz1nc11te, não possue111 nenhun1


enthusiasrno pela gloria de Deus e a diffusüo de seu
reinado na� ahnas. E (1ual o n10Livo desta frieza, deste
indifferentis1110? A causa desta frieza é porque nüo
possue111 os dons do Divino Paraclito, porque se os pos­
suisse111, certa1nente se11Liria1n c111 suas ahnas este San­
to Gozo ern trabalhar p('la gloria de Deus. Se rei na tan­
ta frieza e111 certas ahnas, podc1n estas dizer: A luz
do Divino Paraclito não estú na 111inha ahua. Para 1nc­
lhor 111e con1prehcnderd��s, vou dar-vos, co1110 exc111plo,
tuna ahna que, possuindo a Luz do J)ivino Paraclito,
está ccrtan1cnte rodeada de luz. NaturaJrnente esta aJ-
1na, con1prehendcndo quão ho111 é lrabalhar pela gloria
de seu Deus, conhece que é u111a gra�·.a de infinito valor
sacrificar-se por esta n1cs111a gloria. Esta al1na assün
ilhnninada, sente gozo en1 poder servir a seu Deus.
Vou agora apresenlar-vos u1na ahna que 1�üo teu1
a luz do Divino Paraclilo. Esla pobre aln1a eslú na
graça de Deus, t.cn1 u1na luz, 111as c1n vez de, por ana­
logia, ser ilh11ninada por unHt la111pada de 100 velas,
possue son1ente tuna de 10. Que differcnça ! O que
então lhe acontece? Aeonlecc-lhe o seguinte: Ella, tüo
pouco illuniinada, não conhece cruão hon1 é lrabalhar
pela gloria de l)eus, e assin1 trabalha, 1nas con1 diffi­
culdàde e con1 fastio! Pobre ahna, clla não tendo luz
bastante, tan1Len1 não póde ter gozo c111 trabalhar por
an1or <le Deus, que tanto se sacrificou por seu a1nor!
Vêde, a1nadissin1as filhas, qual o 111olivo de nao se
sentir gozo e111 trabalhar pela gloria de Deus!
Pergunto-vos: Sois vc')s do nu1nero destas ahnas,
que apenas sente1n tuna luz con10 de tnna lan1pada de
10 velas? Exaniinae-vos e v(�de quaes os senti1nentos,
que se aninhan1 nas vossas ahnas.
Sentis prazer e1n trabalhar pela gloria de vosso Es­
poso Jesus Crucificado'! Ou trahalhaes só por u1n sitn-

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34 Os Dons e os Fructos do Espírito Santo

pies dever, para que vos digan1 que sois ctnnpridoras


de vossa obrigação?
Qual é o vosso pensar sobre isto?
Examinae-vos attentamente, e se vosso pensar fôr
contraproducente, apressae-vos e1n pedir ao Divino Pa­
raclito que vos ilhuninc, que vos dê a luz necessaria
para con1prehcnderdes quão bon1 é trabalhar para que
o reinado de vosso a111antissiino Esposo, Jesus Crucific�­
do, se estenda sobre todos os corações. Se pedirdes
con10 deveis, então sereis fortes, isto é, sentireis satis­
fação, santo e11thusiasn10 e111 trabalhar para a gloria
daquclle que, por vosso a111or, disse: "Acho 1ninhas
de/leias em estar con1 os filhos dos ho1nens" Vêde, ca­
rissilnas filhas, a bondade de Jesus, que acha suas de­
licias e1n estar co1nvosco, apezar de n1uitas vezes ser­
des ingratas para con1 Elle! Apezar disso Elle confessou
achar suas delicias e1n estar co1nvosco! Se vosso a1nan­
tissin10 Esposo, que é Deus, acha prazer e santo gozo
en1 estar con1vosco, que ingratas serieis vós, se e1n vez
de achardes prazer en1 trabalhar pela sua gloria, vos
enfadasseis, achando tudo pesado! Por infelicidade,
quantas vezes Jesus escuta esta queixa an1arga: "Como
é duro trabalhar para Deus"! Quantas abnas, amadas
filhas, pronunciam esta palavra, e por que? Ah! é por­
que ellas não possuem o fructo deixado pelo Divino
Espirito Santo!
Amadas filhas, não percaes tempo; façaes uma obra
tão importante - a vossa santificação! pedi e recebereis,
batei e abrir-se-vos-á. Dae ao vosso amantissimo Espo­
so o coração vasio de tudo, de todos e de vós mesmas,
e Elle vos enviará, como enviou aos apostolas, o Divino
Santificador de vossas almas; então, sereis inebriadas
de santo gozo nesta vida e na eternidade.

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Os Dons e os Fructos do Espirito Santo 35

Vossa Mãe Maria que con1 todo o prazer, vos ha


de ajudar a trilhar a senda do Calvaria.

3.° FRUCTO: A SANTA PAZ

A MADISSIMAS filhas, 1nostrci-vos o prüneiro e sc­


gun<lo frncto <lo Divino Paraclito, na 1neditação del­
les, co1nprehendereis clara1nente se possuis ou não taes
fructos; n1as se nfio os possuirdes, pedireis ao Divino
Paraclito, que vol-os infunda na alma.
Como já vos disse, é pelos fructos que se conhece
a arvore; se produzirdes bons fructos, sereis agradaveis
a Deus, pore111, se só tiverdes boas apparencias, perde­
reis o vosso te1npo e não tereis correspondido ao cha­
ma1nento divino e sereis ingratas.
Vou agora 1110strar-vos co1110 conhecereis se possuis
este fructo bcllissiino -·- a santa Paz - que é 1nuito
agradavel, e que vos dá forças para trabalhardes pela
gloria de Deus.
A Paz, a111adas filhas, é fructo de uma boa cons­
ciencia, pore111, nen1 sernpre isto acontece, porque ahnas
ha que te1n u111a recta consciencia e vive1n e1n desasso­
cegos, e perturbações! Qual, pore111, o motivo destas
perturbações? Muitas vezes podemos dizer, que é a fal­
ta deste fructo nas vossas ahnas; outras vezes, é per­
inissão divina para deixar a ahna soffrer ou por causa
de algu1na falta a pagar, ou por causa dos pobres pec­
cador:es, cujos peccados, ella está pagando como vi­
ctin1a.
Amadas filhas, a 111aior parte das almas, que vive1n
a procura de seus direclorcs para que as socegue1n, é
porque são pouco devotas do Divino Santificador, e
quere1n por força que o n1inistro de Deus lhe dê a paz.
Na verdade, ao 111inistro lhe foi dito: Tudo o que li-
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36 Os Dons e os Fructos do Espirita Santo

gardes na terra, será ligado no céu. Porém, é necessa­


rio que a alma se esforce, peça ao Divino Espirito Santo
os seus dons. Ah! então a alma receberá co1no fructo,
a paz que tanto almeja.
A santificação é pessoal; desilludam-se as almas
que pensa1n que, tendo um bom e santo director, ficam
santas e terão paz- Ah! não, se a alma não trabalhar
para ser santa, pode o director falar, fazer o que quizer,
será tudo perdido!
Sim, é unia graça in11nensa poder encontrar un1
santo director, n1as é neccssario que a ahna coopere,
que trabalhe, que reze e que peça ao Divino Paraclito
as luzes necessarias para poder aproveitar dos conse­
lhos do santo director.
Vêde, an1adas filhas, co1no tendes necessidade de
oração para terdes os fructos desejados, con10 seja a
santa paz da ahna. E con10 conhecereis que tendes paz?
Já vos disse, é pelos fructos que se conhece a arvore.
Vou 1nostrar-vos con10 conhecereis se- tendes paz.
Vêde uma barquinha no meio de uni 1nar encapelado;
o barqueiro se tiver confiança não se atemorisa, con­
tinúa sua viage1n, ainda que as ondas, levantadas pela
te1npestade, pareça1n lançar sua barquinha para o fun­
do do n1ar. Porque elle está sereno? O barqueiro se con­
serva cahno porque diz: "Se succumbir, isto é, se nau­
fragar, nlinha consciencia n1e diz que até o dia de ho­
j c tenho cun1prido o 1neu dever; portanto se morre:r
vou gozar de n1eu Deus".
Vêde, a1nadissimas filhas, esta barca e este bar­
queiro é a imagen1 de vossas ahnas, se, na verdade,
possuirdes esta graça tão importante - a paz da aln1a.
Quantas vezes os santos, batidos pelas tenlaçõcs
as 1nais terriveis, falara1n co1110 este barqueiro: "Se
rnorrer cornbatendo, tenho consciencia que até hoje

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Os Dons e os Fructos do Espirita Santo 37

cumpri 1neu dever, 1nas, se algun1a vez não cun1pri,


já confessei minha culpa, e o Deus eterna1nente núseri­
cordioso já n1e perdoou".
Os que assün fala1n e falara1n, são arvores bôas,
porque seus fructos são bons.
Pergunto-vos á vós: E' assiin que vós procedeis e
pensaes? Quantas vezes, quando qualquer cousa vos
assusta, perdeis a cahna e desejaes o director para que
vos tranquipise ! Não é isto o que deveis fazer, n1as,
siln, pedir ao Divino Espirilo Santo seus dons para de­
pois terdes os seus salutares fruclos, con10 este tão ne­
cessario ú tranquillidade de vossas aln1as, ainda que
batidas pelo vendaval das Lentações.
Jesus, o Esposo a1nantissin10 de vossas ahuas, sú
reina na paz. Elle é todo paz, o de1nonio é todo deses­
pero; portanto, se vosso Esposo é todo paz, deveis viver
con1 Elle 110 fundo de vossa ahua, onde Elle habita;
poren1, si en1 vez de terdes paz, estiverdes <:'Bl desespe­
ro não estareis con1 o Deus da vaz.
Trabalhae, carissi111as filhas, lrabalhae para <-1uc o
Divino Paraclito produza nas vossas ahnas fructos tão
preciosos. Pedi e recebereis, tende boa vontade, porque
Elle não nega suas luzes a que1n lh'as pede; e se fôrdcs
diligentes en1 verdade vos digo: Eu, vossa l\1ãe, vos
trarei se1nprc debaixo de 1neu n1anto todo de arnor.

4.º FRUCTO: A SANTA PACIENCIA

A l\lADISSIMAS filhas. vou hoje dizer-vos qufio sabo­


roso é este fructo do Divino Paraclito - a santa
Paciencia -- co111 a qual agradareis n1uito ao vosso Di­
vino Esposo, Jesus Crucificado.
Con10 jú vos disse, é pelos fructos que se t:onhece
a arvore, portanto se, na verdade, fôrdes pacientes,

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38 Os Dons e os Fructos do Espirita Santo

dareis a vosso Esposo provas de que, na realidade, O


amaes. A Paciencia é 1nuito agradavel a Jesus, e como
prova de que lhe é agradavel, vêde-O tão paciente com
seus a1nados discípulos. Apezar de serem tão rudes, Elle
ja1nais se Ílnpacientou, sempre calmo os ad1noestou,
sem nunca lhes n1ostrar enfado! Quantas occasiões Elle
teve para se iinpacienlar, e quantas vezes foi obrigado
a repetir certas adn1oestações; n1as nunca se enfadou,
porlJtte Elle, co1110 Pae, tinha pena de seus filhos igno­
rantes, porisso co1n sua paciencia os ganhou para o seu
reino. Pore111, se se iinpacicntasse, o terian1 deixado so­
sinho, J.nas Ellc, que veio ao inundo para ganhar seus
cora'./Ões e suas ahnas, se de outra for1na procedesse,
sua sêde de ganhar almas para seu reino não seria sa­
ciada!
An1adissünas filhas, este 1nodelo que agora vos mos­
trei i_, vosso Esposo, Jesus Crucificado. Elle que é gera­
do pelo Pae, e dos dois procede o Espirito Santo; por­
tanto os fructos deste Divino Espírito Santo estão na
sua ahna e no seu a1navcl coracão .
Se é pelos fructos que se conhece a arvore, o vosso
Esposo, Jesus Crucificado vos deu provas que estes
dons n'Elle produzira111 fructos como este - a santa
Pac · encia -·-- pela qual soube ganhar seus filhos e sup­
portar todos os vituperios, que os 1náus lhe quizeram
dar! Pergunto-vos: Procedeis con1 vossos irmãos como
.h')sus procedeu co1n seus apostolos?
Não vos iinpacirntaes, quando a prüneira vez não
vos- co1nprehcn<len1 e precisaes de repetir as cousas?
Quando vos iinpacientaes, esqueceis que sois espo­
sas de Jesus e de Jesus Crucificado, ·que tantos exem­
plos vos deu de paciencia?! E1n verdade vos digo,, se
não tiverdes paciencia, daes a vosso Esposo Jesus Cru­
cificado tuna triste prova que não sois esposas fieis e
que não aprendeis na sua divina escola!

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Os Dons e os Fructos do Espirito Santo 39

Vêde o vosso A1nantissiino Esposo no Tabcrnaculo.


Se Elle, cada vez que chegardes perto de seu altar, en1
vez de vos dizer: Eu vôs perddo, Eu tenho paciencia, es­
pero que um dia não haveis de cahir 111ais; se e1n vez
d'Elle vos falar desta forn1a, vos passasse tuna reprc­
hensão, pergunto-vos: Assin1 desejaes que Elle vos trn
te? Se Jesus assi111 procedesse, poucas, 111uito pouctl'"
ahnas serian1 suas an1igas, porque núo ó a rispidez qu,'
corrige, n1as, a paciencia, que faz esperar que chegu 1 _'

a luz para depois chegar o arrepcndin1cnto.


Se Jesus fizesse assün, Ellc deixaria de ser l)cus
sapientissin10, porque a sabedoria está e111 saber espe­
rar e ter pacicncia até que chegue a hora da graça.
Co1n isto, an1adissiinas filhas, não desejo que os
que ten1 encargo de corrigir, nüo corrijan1, ah! isto não;
mas deve-se corrigir con10 .Jesus, lendo paciencia c1n
esperar que chegue a hora da graç,a.
Vêde, con10 a pacicucia ó necessaria, esta pacien­
cia sobrenatural que faz con1 que tenha1110s pena d-.'
nossos irnü\os, que não lên1 a luz que nós ternos.
Jesus, se teve tanta paciencia co111 seus caros dis­
cípulos, foi porque tinha a esperança que u1n dia o Di­
vino Paracl�to ia descer sobre elles, illuniinando-os para
depois serem fortes e não cahire1n tão a n1eudo en1
tantas faltas que por ignorancia antes con1mcttian1.
E' assiin que deveis agir, quando virdes vossos ir-
1nãos cahiren1 e1n 1nuitas faltas. Le1nbrae-vos de Jesus
co1n seus apostolas, rczne por elles, pedi para elles a
luz do céu, co1npadecci-vos de suas 1niserias, e nunca
vos impacienteis, porque co111 a ünpaciencia só os per­
dereis.
Adn1oestae se tiverdes occasião, dizei-lhes que IH=�­
ça1n luzes para se conheceren1, 1nas, nunca co111 in1JHl­
ciencia. An1adas filhas, se assin1 procederdes, sois hons
fructos, dareis ünn1enso prazer ao vosso a1nantissi1no
Esposo, Jesus Crucificado.

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,10 Os /Jons e os Frllcfos do Espírito Santo

Exanlinae-vos e vêde se este é o vosso procedi­


n1ento. Se não f ôr, não continueis e1n tal estado, pedi
ao Divino Paraclito que vos faça produzir bons fructos,
que é por estes bons fructos, que vosso a1nantissimo
.Jesus Crucificado vos conhecerá no ultin10 dia.
Trabalhae para prodi.1zir taes fructos e Eu vos pro-
1netto 1ninha assistencia contínua.

5.º FRUCTO: A BENIGNIDADE

A MADISSIMAS filhas, vou 1nostrar-vos quão precio­


so é o fructo da benignidade, e depois disso, exa1ni­
nar-vos-eis para verdes se, na realidade, daes ·ao vosso
a1nantissin10 Esposo, Jesus Crucificado, fructo tão sa­
boroso.
A benignidade obriga-nos a ser1nos caridosos para
co111 nossos irinãos, soccorrendo-os em todas as suas ne­
cessidades-
Deveis soccorrel-os alegren1ente, porque se lhes
prestaes um serviço, 1nostrando enfado para com os
vossos protegidos, e1n vez de lhes causardes prazer, lhes
daes um grande pezar, porque elles, percebendo vosso
cnfado, se entristecem em ver que precisam de vosso
auxilio! Carissin1as filhas, é nisto que consiste a beni­
gnidade -- soccorrer vosso proximo não por um dever,
n1as por virtude -- a qual vos levará a ajudar vosso pro­
xi1no alegre1nente e não com enfado. Ainda que esta
alegria vos custe terrivel 1nartyrio, é nisto que consiste
a virtude. Sacrificae-vos, não porque o que ides fazer
vos é agradavel, n1as, siin, porque vosso a1nantissimo
Esposo vos J)ede que sejaes benignas com vosso proxi-
1110, con10 Elle o foi e contin úa a sei-o co1nvosco. Vê­
de-o no Tauernaculo Santo, humilhado, exposto a tan-
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Os Dons e os Fruclos du E'spirilo Santo 41

tas profanaç<1es, n1as, para ser benigno co111 vosco, se su­


jeita a toda espccie de profana�tõcs. O H1<.�sn10 deveis
fazer vós.
Ainda que trabalhar por vosso proxi1110 vos custe
o n1aior dos n1artyrios, deveis vos le111brar que o vosso
Esposo sujeitou-se ús profana\'.Ôes son1ente para ale­
grar-vos. Não é Elle a vossa alegria neste Sacran1cnto
do altar'?
Vêde a1nadissin1as filhas, quão necessario vos é este
fructo - a benignidade, pelo qual vos faz caritativas
para con1 ps que soffren1. Vêde a benignidade de .Jesus�
quando Maria Magdalena e Martha chorava1n a perda
de seu querido irnu'io Lazaro. Vêde-o chorar junto con1
ellas, e, conforlando-as co1n palavras repassadas de
carinho, depois o que faz? Dá a vida a seu innão que­
rido e lh'o restitue sfio e salvo! Vêde a bondade de
Jesus! Nas bôdas de Canà, Elle é convidado, e não deixa
de ir só para contentar aquelles nubentes. Para occa­
sionar-lhes uni prazer deixa seu retiro, dando consola­
ção àquelles convivas! Quanta benignidade de Jesus!!
Quen1 sabe, quantas vezes tendes deixado vossos
ir111ãos tristes, porque dizeis: Isto não n1e con1pele.
Jesus, o proprio Deus, não se inco111n1odou co1u a
censura de seus iniinigos l Ah! ja1nais deixou de con­
tentar os seus, pelo que podia111 dizer delle! Procedia
sempre con1 a recta intenção de ganhar os seus filhos
para o reino inunortal da Gloria, se111 se preoccupar
con1 as censuras de que era alvo!
Não deixou, a1nadissiinas filhas, de ser censurado,
mes1no quando converteu a agua e1n vinho. Sabeis o ,que
disseram d'Elle '! Que tinha feito isto, porque gostava
de vinho. Vêde a 1naldade infernal, pervertendo o he1n
e1n 1nal! Pobres hon1ens os que assin1 ccnsuran1 as
obras de Deus e de seus a1nados servos.

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42 Os Dons e os Fruclos do Espirita Santo

Pprén1, Jesus não se ilnportando con1 taes censuras,


foi dar um prazer áquelles nubentes, e con1 isto muito
se alegrou.
An1adas filhas, ainda que vos censuren1 por fazer
o hen1, jan1ais deis ouvidos, porque o deJnonio ha de
se levantar sen1pre onde o JJe1n se fizer.
Agora vos pergunto: Desejaes possuir esta qualida­
de de Jesus, a benignidade'?
Se a desej aes, ponde n1ãos a obra, pedi ao Divino,
Paraclito que vos faça conhecer o valor deste fructo, e
se não o possuis, pedi com instancia, porque este fru-.
cto é muito agradavel a Deus, que foi todo benigno.
Se ,,os esforçardes para serdes benignas, Eu vossa
Mãe se1npre vos abençoarei.

6. 0 I-?RUCTO A BONDADE

A MADISSIMAS filhas, vou falar-vos do preciosissiiuo


fructo - a bondade -- pelo qual vosso a1nantissi-
1no Esposo, Jesus Crucificado, se con1praz e1n olhar pa­
ra vós. A Bondade é fructo do Divino Paraclito, pore1n
ha a bondade natural e a sobrenatural-
A Bondade, infundida pelo Divino Espírito Santo,
leva a creatura a usar co1n seus irn1ãos de actos bons,
1
10 ... í'nl. sempre por amor de Deus, emquanto que a bon-·
, nqtnrnl lcvn o home1n a fazer actos bons por con1-
11

11 "�1r1l. Vêde, que differença entre a bondade

11-J u ral e a bondade sobrenatural!

Quantos homens sã o bons por natureza e por infe­


licidade quão poucos se encontra1n que o são por amor
de Deus!! Não é isto para lastiinar? Não n1crece J csus
Crucificado este tão rico fructo, a bondade, pelo qual
se ganham os corações para o reino immortal da Gloria?
E' para lastünar ver Lão poucos corações possuircm
esta bondade por amor de Deus!
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Os Dons e os Fructos do Espírito Santo 43

Pergunto-vos, a1nadissin1as filhas, sois bons por


an1or de vosso Esposo, J csus Crucificado, que é todo
bondade?
Quem sabe, algun1a de vós usará <lc bondade con1
suas irn1ãs, só1nente para ganhar este tão hello titulo
"hoa ,., !
Vou dar-vos uni exen1plu, que sou Eu n1esn1a.
Quando, no n1u1Hlo, passei, procurei ser bondosa
para co1n todos, son1en te por un1 n1otivo - o unico
uecessario: Ser bondosa para co1n todos, para agra­
dar a uni só. Quen1 é este uni só? Este uni, crelo que
já n1e advinhastes, este un1 é Deus. Foi seinpre 1neu
alvo en1 toda nlinha vida, só a Elle servir e atuar,
a1nando e servindo a todos por seu santo a1nor.
E se não procederdes desta for1na, em verdade vos
digo, perdereis vosso te1npo, e que contas dareis ao
vosso Esposo no ultin10 <lia'? Vêde, os santos ta1nbe111
assin1 ·procedera1n; só por este l)eus trabalhara111 e se
sacrificara1n, e que111 fizer o contrario perderá seu len1-
po e não ganhará para eternidade a a1nizade d(• seu
Deus que, por a1nor, exige de seus filhos esta condição:
Que só a Elle sirva1n, isto é, que só a Elle a1nc1n e por
a1nor delle sirva1n e an1en1 a todos os ho1nens. Para isso
Elle deve ser o inovei de todas as acções dos honH·ns,
que desejare1n ter parte c.0111 Elle no seu reino.
Será isto difficil, carissiinas filhas? Ah! não. Ser
bon1 por a111or de Deus <� suave, porque Elle 1nesn10 o
disse: O n1eu jugo é doce e suave, e os que na verdade
o conhecerem, pode1n dizer se o seu jugo é pezado?
Vêde todos os santos dizeren1 quão bom é sacrificar­
se pelo a1nado de nossas ahnas! Ah! se vos fosse dado
contemplar a reco1npensa que vos está preparada no
reino de vosso Esposo, o Paraiso; SC' por instantes pu­
desseis ver o que ali vos espera, ah! cn tão poderieis
dizer: Quão bom é ser rccto por an1or <leste Deus, que

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44 Os Dons e os Fruclos do Espirita Santo

nos reserva tuna 1norada eterna de delicias, se na ver­


dade forn1os bons para co1n todos por seu santo a1nor !
Sois boas son1enle para agradar a Deus? São estes os
fructos que todús os dias daes ao vosso Esposo, .Jesus
Crucificado ou se em vez de assün fazerdes, Lhe
daes amargosissüuos fructos? Qual é a vossa respos­
ta'? Examinae-vos e111 ponto tão importante, pois
se não possuis tal fructo, a bondade, por a1nor so111en­
te de vosso a1nantissüno Esposo, é te1npo de pedirdes
ao Divino Santificador que queüne o que é vosso e vos
infunda só111ente o a1nor ardente, que deveis ter ao
vosso Santissimo Esposo, Jesus Crucificado, que be1n
merece que sejaes boas son1ente por seu amor. Pedi e
recebereis, e, se tiverdes boa vontade, Eu vos prometto
minha continua assistcncia.

7.° FRUCTO: A LONGANIMIDADE

F ILHAS queridas, vou en1 poucas palavras descrever­


vos o que é Longanitnidade - fructo tambem do
Divino Paraclito. Na n1editação destas 1ninhas palavras
ditadas por a1nor, vereis si na verdade possuis este tão
precioso fructo; porcn1, se não o possuirdes, é te�po
de pedirdes ao Divino Paraclito que vol-o infunda. Não
percacs te111po, porque a eternidade se approxima e não
deveis deixar para a1nanhã negocio tão in1portante, a
santificacão
., de vossas ahuas .
Longani1nidadc e', saber esperar e1n Ludo! Vêde, ca­
rissiinas filhas, o exen1plo que vou dar de n1iin 1nesma.
Jesus me deixou neste valle de lagriinas tantos annos.
Sabia Elle o quanto o a1nava, porisso conhecia tambem
o quanto ia soffrer na sua ausencia- Co1no a gloria de
seu Pae estava en1 prin1eiro lugar, Eu devia ficar na
terra para ajudar os seus a111ados apostolos, e sua San­
ta Egreja tendo necessidade de u'a n1ãe. .Jesus,não olhan-

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Os Dons e os Fruclos do Espírito Santo 45

do para 1ninha dôr, deixou-1ne por tantos annos neste


exilio! E eu contra isso nada reclan1ei ! Ainda que n1cu
cora\:ão e n1inha ahna suspirassen1 pelo Filho an1ado,
conservei-111e silenciosa a espera da hora, c111 que pu­
"'
desse de novo ver o l� ilho querido. O que foi que 111c
fez assün esperar? Foi o fruclo do Divino Paraclilo
-- A Longanünidade - que quer dizer paciencia c111
esperar a hora, que o hon1 Deus nos reserva para sa­
tisfazer os nossos santos desejos. Vê de, o que Eu dc­
sej ava era 111uito santo, eslar ao lado de n1cu Filho;
porc1n, e1n prirneiro lugar, estava a vontade de Deus,
que a cun1pri co1n Lodo o a111or possivcl ús niinhas
forcas
..
Amadissimas filhas, vou 111ostrar-vos outro exe111-
plo bellissüno de Longanünida<le. Vêde vosso Divinal
Esposo, Jesus Crucificado, esperar por :30 annos, para
co1neçar a sua belia e encantadora 1nissão, para a qual
tinha vindo ao 1nu1Hlo. Não se apressou, esperou, a sua
hora, vêde-o no G:cthsc1nani, pronunciando esta bell.is­
süna e encantadora palavra: Cheyou a hora e1n que o
Filho do ho111en1 uue ser enlreylle nas 1nãos de .'iCllS
algozes!
I-Ia 1nuitas aln1as que, por infelicidade, são preci­
pitadas, faze1n tn<lo 1nal feito, porque não saben1 espe­
rar a hora do Senhor, o que quer dizer a sua hora!
Este fructo da Longanin1idade é 1nuito necessario,
é 1nuito in1portante para os que dcsej a111 ser perfeitos.
Que1n possue este bellissin10 fruclo -- a Longanünida­
de -- é prudente, não age sen1 prin1eiro reflectir, porque
que1u sabe esperar sabe reflcctir; que1n não sabe espe­
rar não sabe reflectir, e quantas ünprudencias só por
causa <la precipitação no falar, no agir e no não saber
esperar!
Amadissünas filhas, vêde a necessidade que tendes
de saberdes esperar, de possuirdes este bellissimo fru­
cto. Vós o possuis porventura'! Qual é� a vossa resposta?
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46 Os Dons e os Fructos do Espirito Santo

xaminae-vos be1n, e, se não o possuis, pedi; ainda


é tempo, nias não deixeis para 111ais tarde, porque esse
niais tarde jamais chegará.
Não é difficil adquirir este fructo. Para tal unia só
cousa vos é necessaria: boa vontade. Pedi e, se souber­
des pedir, na verdade vos digo: Elle vos será dado.
Por vós mesmas nada podeis, 1nas coni as luzes do
céu, tudo yos é possivel. Lernbrae-vos que se Eu sou tão
rica: se possuo tantos fructos, foi porque elles me fo­
ran1 dados, e a vós tanibem vos serão dados se os sou­
berdes pedir. E' verdade que tudo me foi dado gratui­
tamente, poren1, se1npre trabalhei para conservar tan­
tos favores na 1ninh'alma.
Na verdade, vos digo se não trabalhardes, se não
vigiardes e não tiverdes oração, perdereis todos esses
fructos como Eva os perdeu. Vêde, por tanto, que é ne­
cessario que trabalheis para os adquirirdes, e para não
os perder, si ja tendes a ventura de possuir taes fructos
do Divino Espírito Santo.
Amadas filhas, esforçae-vos, lembrae-vos de mini
que soube esperar por tantos annos neste exilio, longe
de meu amado filho! Perto e longe, junto delle pelo
sacramento da Con1niunhão, longe delle, porque não o
podia ver a não ser co1n os olhos de niinha fé! Fazei
corno Eu, esperae a hora do Senhor. Não sejaes pre­
cipitadas, porque Deus, que é vosso Esposo, vela por
vós, como por mini velou.

8.º FRUCTO: A BRANDURA

A MADISSIMAS filhas, vou mostrar-vos quão necessa­


rio é este fructo - a Brandura - que fará con1 que
supporteis com 1nansidão os inco111n1odos de vosso pro­
x1mo-

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Os Dons e os Fructos do Espirita Santo 47

Vêde a necessidade da brandura, approxiinae-vos


de tuna pessoa que possua este tão delicado fructo, e
vereis como vos sentis hcn1. Se esta pessoa vos pede
qualquer favor não lh'o podeis negar, porque a brandu­
ra ·de suas palavras a1nolcce vosso coração, ainda que
não se ache ellc disposto a satisfazer ao pedido sup­
plicado.
�andura faz n1ais. Farú co111 que se supportcn1
os defeitos e exigencias daquelles cotn quc1n conviveis!
"'•/ êde, carissünas filhas, o coração de Jesus, neste
ponto, dando-vos heroico exc1nplo c1n toda sua doloro­
sa Paixão.
Com to<la a brandura supporlou seus algozes gra­
tuitos. Vêde-o, respondendo ao ingrato Judas: Amigo,
a que vieste'! Podia, carissin1as filhas, Jesus ter dito a
Judas: Tu és uni trahidor e 1nil outras cousas; 111as o
n1eigo e encantador Jesus charna seu inünigo de arnigo,
para ver se lhe a1nollccia o coração!
\T êdc-o, na sua dolorosa flagclla��ão, a lançar olha­
res repassados de ternura! O que lhe ia no coraç.ão na­
quelle 1uon1ento e1n que os algozes o cspancavan1?
No seu coração rezava e pedja ao Pac, por suas
dores e sangue derra1nado, se co1npadcccsse dellcs.
E, se, naquclla hora, lhe Josse possível, os abraça�
ria para lhes dizer: Apesar de 111c golpeardes se1n 1110-
tivo; Eu continúo a vos an1ar, porque Eu desejo a vossa
salvação e não a vossa perdição! Vêdc, a1nadissüuas fi­
lhas, que encantadores exc1nplos vos dú Jesus, bellissi-
1nos exen1plos por tantos Santos i111itados. Agora vos
pergunto, é assün que vós procedeis?
Exa1ninae-vos allenta111cnle, e se não produzirdes
taes fructos, ainda i� len1po de pedirdes ao Divino Pa­
raclito que vos infunda no cora�;ão seus salutares dons,
para depois poderdes prod nzil-os, porque, co1no j ú vos
disse, é pelos fruclos que se conhece a arvore• Se pro-
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48 Os Dons e os Fructos dq Espírito Santo

duzirdes bons fruclos, sereis, na verdade, esposas fieis


de Jesus Crucificado, que deu tão subliines ex-en1plos
de brandura.
Exanlinae-vos, carissünas filhas; que1n sabe se e1n
vez de estardes produzindo bons fructos, viveis a des­
gostar a .Jesus co111 1núus fructos ! . Supportaes vós
con1 brandura os defeitos de vosso proxüho ou, em vez
de vos con1padecer delle, o ccnsuraes?
Pelos 111erecin1enlos de sua paixão e de seu 'sangue
divino pedis ao vosso Esposo Jesus Christo Crucificado
que se co1npadeça de suas 1niserias?
Quem. sabe ulgu1na de vós, e1n vez de rezar e pedir
perdão pelo vosso proxin10, que, cego, se precipita no lo­
daçal de seus crin1cs, qucrn sabe andaes a propagar
seus defeitos e a censurai-o, o que acontece 111uitas
vezes corn pessoas que se dize1n verdadeiras catholicas
e de co1nn1unhão diaria !
Por piedade, j an1ais nos vossos corações se aninhe1n
Laes pensarnentos: Fazei co1uo Jesus, perdoae e perdoae
se1nprc.
Sêde todo brandura para con1 todos e .Jesus vos
d.ará en1 troca seu a1nuvel coração para n1orada vossa,
e por toda a clernidu<lc gozareis por terdes sido bran­
das para corn todos.
Pedi, arnadas esposas, ao Divino Paraclilo s�us
dons e produzireis fructos de vida eterna, e Eu vossa
Mãe se1npre ao vosso lado cada dia vos cun1ularei de
bencan1s.

A MADISSIMAS filhas, vou agora n1ostrar-vos quão


necessario é este f'ructo da Fé, sc1n o qual as obras
são 1nortas.

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Os Dons e os Fructos do Espirita Santo 40

Se1n fé é impossível crêr nas verdades reveladas


por Jesus Christo à Santa Egrcja Catholica, Apostolica,
Ro1nana. Quantas vezes ouvis esta dolorosa palavra:
Eu não creio porque não tenho I�\.'�.
Na verdade, não se pódc crêr na pessoa que des ..
confian1os_; eis portanto porque não tendes Fé! A Fé i�
fructo do Divino Paracli to, e não se o pó de adquirir de
outra f orn1a, a não ser pedindo-o ao I)ivino Santifica­
dor de nossas ahnas. O gerinen da Fé ó lançado na
ahua na hora do santo Baptis1uo e elle se desenvolve
à 111edida, con1 que a pessoa vae praticando obras hôas.
Poré1n, ha nuütos hornens que, por infelicidade,
não saben1 cultivar a sua Ft;· Então o que acontece?
E' o que vôdcs: Tantos honH'ns a vos dizer: cu nüo
creio, porque não tenho Fé. Pergunto-vos: A1nadas fi­
lhas de quen1 é essa culpa?
A culpa é de quen1 nüo souhe cultivar este tão pre­
cioso fructo. Vêdc u1n jardineiro ([Ue plantasse 11111 ar­
busto delicado e não o regasse e o abandonasse!
O que aconteceria a esta planta? Cerla111cnte 111.orreria !
De qucn1 foi a culpa da planta ou do jardineiro? Ccrta-
1nente do jardineiro que núo soube regar sua planta!
A1nadas filhas, é· preciso ler Fé. e que esta se 111an­
tcnha viva.
Con10 viva? Viva. islo <\ co1n vida porque a Fó
111orta não agrada a Deus. Co1uo se conhece qucn1 ten1
Fé viva?
Conhece-se q uen1 t:e1u FC' viva naquellc que crê to­
das as verdades reveladas por Jesus Christo ú sua San -
ta Egreja.
Ale1n disso, a I�"é viva é operosa, e quern possue
este tão bello fructo produz fructos, confonnc ú sua Fe.
,r êde, carissiinas filhas, Jesus vos dizendo: Se ti­
verdes Fé do la111anho de zun grào de areia, direis a
rsta 1nontanha: Vae para o outro lado. E ella vae !

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50 Os Dons e os Frllclos do Espirita Santo

Vêde o poder da Fé, faz co1n que o home1n opere


até n1ilagres.
O ho1nen1 de Fé ardente passa por esta vida, fa­
zendo o bem con10 o Divino- Mestre e seus caros disci-
pulos e apostolas.
Ah! se tivesseis Fé, como serieis felizes ao conte111-
plardes o Divino prisioneiro em vossos Tabernaculos.
Já neste valle de lagrimas terieis encontrado repou­
so aos pés do Divino Mestre, recebendo-o nos vossos co­
rações. Sublime é o myste_rio da Fé, porque é, á
1nedida desta encantadora Fé, que os fructos neste Di­
vino Sacra1nento vos serão dados.
Vêdc. quão priciosa é esta Fé. Ella vos cun1ula de
bençans e de riquezas, e é, por este 1notivo, para viver­
des de Fé, que J csus se escondeu debaixo de uma tão
siinples especie de pão. Que merecimento teríeis vós
se Jesus estivesse visível no altar? Nenhum!
E' porque dcsej ava vos enriquecer para o Paraíso,
onde não tereis n1ais necessidade de Fé, que Elle se es­
conde em tanta humilhação!
Vêde, carissiinas filhas, a necessidade que tendes
da Fé; ella vos enriquece para o Paraisa.
Pergunto-vos: Possuis esta fé ardente? Com ella
produzis fructos de vida eterna, isto é, crêdes tudo o
que a Santa Madre Egreja vos ensina?
Trabalhae confor1ne esta fé?
Se vossa Fé estiver 1neio apagada, por piedade não
permaneçaes em tão perigoso estado! Pedi ao Divino
Paraclito que vos infunda na aln1a tão salutar fructo,
se1n o qual correis o risco de perder-vos para sempre!
Sede diligentes neste ponto, esforçae-vos por praticar
obras boas, porque ellas serão salutares para a vossa
Fé enfraquecida. Regae este fructo preciosíssimo, não o
deixeis scccar, porque se o deixardes seccar, perecereis
eterna1nente.
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Os Dons e os Fruclos do E,çpirito Santo 51

Eu, vossa l\'Iãe, 111uito vos hei de ajudar, se na ver­


dade trabalhardes para adquirirdes tão precioso the­
souro.

10.° FRUCTO: A MODESTIA

A MADISSIMAS filhas, va111os ver quão necessario é


este fructo •-- a Modestia exterior para edifü.:a�:ão
do proxin10. A lvlodcstia leva o proxiino a Deus.
Vêde un1a donzella con1 seu exterior regulado pela
santa modestia. Esla donzclla só con1 o seu exterior é
apostola do J)ivino Crucificado, que tão be111 soube re­
gular seu exterior co1n esta santa 1nodestia. Suas 111a­
nciras delicadas allrahian1 as turbas, que não conhc­
cian1 seu hello cora�.;ão, n1as, ao vel-o tão 1nodesto e
tão grave no seu andar, scn lar, olhar e falar, sentian1-se
attrahido se1n 111cs1110 o c1uerere1n
Seu olhar divino converteu a l\1agdalena, e 111es1110
a Pedro, depois de o ter negado; suas palavras graves
e serenas attrahia111 assi1n as 1nultidões, que até se es­
quecia111 de se alirnentar!
Seus carinhos atlrahia1n assün os 1nen1nos, que
corria1n atraz d'Ellc, para que os acariciasse. Suas con­
fortadoras palavras consolara111 a viuva de N aün, a Ma­
gdalena, a l\tlartha e as 111ulheres de Jerusalen1.
Vêde, a111adissüuas filhas, o vosso Divinal Esposo
dando-vos exe111plo no seu 111odo de andar, de sentar
e de falar! Quão bellos exen1plos que devem ser por
vós copiados, se <lesejaes possuir tão encantador fructo
a santa Modestia.
Mostrei-vos quão n1odcsto foi vosso Divinal Espo­
so, Jesus Crucificado. ,rou agora 1nostrar-vos como :Eu
fiz uso desta santa Modestia. O 1neu exterior se1npre
bern regulado, nunca andando depressa de1nais, ou rin-

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52 Os Dons e os Fructos do Espir,ito Santo

<lo alto; nlinha vóz se1npre 1noderada, e no 1neio de


1neus trabalhos se1npre con1 cahna, sen1 jamais n1e pre­
cipitar, todos os que n1e via1n ficavarn edificados. Mais
ainda: attrahi sobre 1niin os olhares de Deus, que se
regosija en1 ver seus filhos perfeitos.
A1nadas filhas, é assiin que vós procedeis? Attra­
his sobre vós os olhares de Deus e os dos anjos? Quem
sabe se em vez de attrahirdes seus Divinos olhares, os
afastaes con1 as vossas iinmodestias no falar, no sen­
tar, no andar, emfim em tudo?
Le1nbrae-vos, amadas Esposas, dos exe1nplos bellis­
sin10s de Jesus, attrahindo as turbas co1n a sua encan­
tadora modestia !
Vêde-o, rodeado de creancinhas, a vos dizer: Apren­
dei de miln a attrahirdes a todos para o meu amavel
coraçao•
Em verdade, vos digo se fordes verdadeiramente
modestas, edificareis muitas almas e ellas um dia co1n
o vosso exemplo se converterão.
Na historia da Santa Egreja, encontrareis exen1-
plos bellissimos de peccadores convertidos pelo exemplo
de ahnas boas e 1nodcstas.
Sêde altnas nlissionarias con1 à vossa santa 1nodes­
tia, isto é, edificae vossos irmãos, se desejaes que os di­
vinos olhares de Jesus Crucificado rcpouse1n sobre vós.
Vêde carissiinas filhas, quantas im1nodestias vão
por esse inundo corruptor! Quantos peccados e quan­
tas victimas! Pobres filhos, que pena me causani! Re­
parae vós por tantas iin1nodestias em face de vosso Es­
poso, que está con1 o coração dilacerado, por ver seus
filhos e1n tão lastimoso estado!
Chorae seus criines e desvarios para que u1n dia
reconheça1n elles suas iniquidades.
Amadas filhas, para dardes reparação é necessa�io
que sejaes modestas ern tudo, e se não o sois ainda,
trabalhae p�ra o serdes quanto antes.
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Ç)s J)ons e os Frllcf os do Espirita ..�anta 5;3

De hoje e1n diante, pedi ao Divino Paraclito que


vos infunda na aln!a seus salutares dons, pura produzir­
des J)ons fruelos.
Se, na verdade, vos esf(H'\'.ardes, Eu vos ajudarei a
cada 1non1cnto co1n as 1nin has bença1ns, tiradas do Co­
ração Santissin10 de J csus, que é todo de todos que na
verdade o desej a111.

11.º FRUCTO: A CASTIDADE

A MADISSIMAS filhas, vou 1nostrar-vos con10 os cas­


. tos já poden1 ver a l)cus neste n1undo. Os castos
foram cha1nados bc1naventurados: "Bemavenlura-
dos os limpos de coraçiio, porque elles veriio a Deus"
Jesus só se encontra nos corações puros, que dctestan1
toda a n1alicia e que viven1 na continencia a refrear
suas paixões e 1nús inclinações.
Vêde que exe1nplo bellissirno vos dá Jesus, quando
Elle deixou reclinar no seu coração o apostolo virge1n.
Este apostolo ena1uorou-sc sernpre por esta tão encan­
tadora virtude -- a santa Pureza. Tinha horror ao que
n1es1no de longe pudesse offuscar seu brilho; e eil-o re­
clinado no peito de seu l\tlestrc e este a desvendar-lhe
seus grandes 1nysterios ! .
Vêde co1no os puros já po<len1 ouvir a Deus e vcl-o
1íeste n1undo. João perscrutou o coração de seu a<lora­
vel Mestre, porque seu coração era puro, odiava tudo o
que de longe o pu<lesse 1nanchar.
Tinha tal horror ao hnpuro, que quando ouvia qual­
quer cousa que pudesse offuscar esta bella virtude, es­
tremecia!
A pureza deve ter suas raizes no coração, porque é
do coração que nasce1n as paixões e tudo que n1ancha a
alma; por isso, a1nadissin1as filhas, ha necessidade que
possuaes este preciosissin10 fructo infundido pelo Espi-

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54 Os Dons e os Fructos do Espirita Santo

rito Santo. Este fructo abafará vossas inclinações, pu­


rificará vossas intenções, porque o coração lnunano é
cheio de iniquidades en1 si 1nesn10, por isso <leveis ter
destes fructos tão preciosissünos que queünam o iin­
puro.
A1nadissü nas filhas, ha un1a necessidade, não com­
prehendida por todos, de vigiar os affectos do coração;
para que elles não vos leve1n á perdição; por isso vigiae
rnnito, pedi con1 instancia ao Divino Paraclito, que quci-
111e Ludo o tJUe fôr vosso. Con1prehendei a necessidade
de expulsardes o hon1en1 velho de vós, isto é, as pai­
xões, as inclinações naturaes, deixando Deus só no vos­
so coração- E' esta a razão da batalha, que as almas
cspirituaes se dão, 1norrcndo para si, para viverem da
nova vida que é Jesus. E que guerra tremenda é esta,
e1n 1norrcr e expulsar tudo o que é vosso? Vós já cer­
tan1cnte tendes experimentado isso. E é aquella que de­
seja ser n1ais perfeita que n1e pode dizer: O' guerra
tren1enda para expulsar este inünigo ! E1n verdade vos
digo que o vosso 1nais terrível inin1igo, sois vós n1es­
n1as, porisso en1quanto não o expulsardes não estará
Jesus descansando no vosso coração.
Arnadissin1as filhas, depois de expulsardes um tal
ininiigo ha con1bales terríveis, porque elle desejará en­
trar de novo; pore111, digo-vos que depois que elle sahiu,
a lucta torna-se n1ais facil á aln1a, porque elle está de
fúra, e, con1 as annas <la oração, foge espavorido!
Vêde a necessidade deste fructo - a Castidade in­
fundida pelo Divino Espirito Santo.
Sün, tendes necessidade deste tão precioso fructo
para vos ajudar a expulsar o homem velho, que não
vos deixa ver a Deus e ouvil-O !
João, o discípulo amado, não sentia o homem ve­
lho, porisso, candido e puro, o,uviu seu Divino Mestre;
mais ainda, reclinou sobre seu amavel Coração.
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Os l)ons e os Fruclos do Espírito Santo 55

l'odos os santos tiveran1 a ventura de ver a Deus


neste 1nu1Hlo co111 os olhos de unia fé viva; livcran1 a
ventura de ouvir na sua f<.'� e crer nos seus cnsina111enlos,
ouvindo seus Superiores, con10 si fosse o proprio Deus,
porque seus corac;ões estava111 en1halsamados co1n a
virtude dos anjos: A pureza de coração e <lc conscicn­
cia, que os fazia a1nar, crêr e adorar a Deus ctcrna-
1nente bondoso, n1anifcslado nas suas obras e no seu
Evangelho.
An1adas filhas, pedi, pedi co1n instancia ao Espi­
rilo Santo seus dons, e produzireis fructos tão bcllos
con10 este -- a Pureza - - o qual vos farú expulsar o
hon1cn1 velho, o que se assiin fizerdes, Eu vossa Mãe
vos cun1ularei de hcn�'.Üo.

12.º FHUCTO: A ALEGRIA

A MADAS filhas, vou n1ostrar-vos este bcllo e encan­


tador fructo - a santa Alegria que procede do Es­
piri to Santo. I-la tuna alegria que é diaholica, esta a
deveis detestar, porcn1, a alegria celeste a deveis a111ar.
Quereis conhecer onde repousa o cspirito de Deus?
E' nos corações alegres. E111 verdade vos digo neste�
coracões
., está Deus .
O coração foi feito para a1nar não o que te1n fi1n,
111as, sün o Infinito, o Eterno lJUe é Deus. Quando o co­
ração acha este an1or infinito que é Deus, sente-se a
transbordar de santa alegria, e dahi ve1n a alegria ex­
terior, que conununica a todos, que de si se approxi-
1nam.
A tristeza não procede de Deus, 1nas, siin, do iniini­
go, porque o ininiigo anda sempre e1n tristeza, visto
elle não poder rnais an1ar a I)eus ! Acautclac-vos, ahnas
minhas, porque a tristeza vos visita a todo instante.
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56 Os Dons e os Fructos do Espirita Santo

Afastae de vós tal tentação, porque ella vos é muito


prejudicial. Se estaes tristes, exan1inae-vos porque?
Se sois provadas por Deus, não vos dando conso­
lações na oração, le111brae-vos que ainda assün deveis
estar alegres, porque eslaes trabalhando por Deus, o
qual deseja que o sirvaes na alegria e não na tristeza.
Vêde o que fazen1 os homens, quando trabalhan1.
Os que aman1, não trabalha1n tristes, n1as sim, alegres.
Se trabalhaes para vosso Deus co1n alegria, Elle
vos ha de consolar, o contrario será se trabalhaes en­
fadadas! Não é assiin que os santos procederam• Tra­
balharam todos para consolar e agradar seu Deus e não
para seren1 consolados e acariciados.
Perguntar-n1e-eis: Co1no se póde ser alegre, quan­
do a tristeza invadir nossas ahnas? Deveis fazer o que
Jesus fez no Gethsemani.
Disse Elle a seu Pae: Minh'alma está triste até a
ir,orle. Eis que o Pae lhe enviou um anjo a lhe dizer:
'' E' a vontade do Pae que bebas este calix até a ultilna
gotta" Eil-o levantando-se generosamente e indo ao en­
contro dos soldados, não com tristeza, mas alegre1nente,
por poder dar todo seu sangue para vossa redempção.
Quando a tristeza visitar vossa alma, le1nbrae-vos
que é. vontade de Deus que soffrais tal tribulação, não
co1n pczar ou co1n enfado, 1nas, shn, con1 a alegria de
.1nnaos.
-
soffrerdes para vossa santificação e salvação de vossos

Podeis, assün, ccnnprehender os santos, quando, no


1neio das f éras e nas prisões dizian1: Estamos alegres!
Mas, que alegria era esta? Esta alegria é a infundi­
da pelo Divino Espirito Santo, que faz co1n que se gose
no 1ncio das n1aiores provações. Perguntar-n1e-eis con10
na tristeza se pode estar alegre? Eu vos digo que se
p<'>dc estar triste e alegre. ,r ou explicar-vos: Póde ser
tuna 1nâe que te111 tnn filhinho que está para 1norrer.
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Os Dons e os Fructos do Espírito Santo 57

NaturalnH'nle qu<.' esta a1norosa núic chora a perda de


seu querido filho. dt:rra1na lagrünas, 1nas, sua aln1a se
alegra, vorque L<.'111 fé e sabe que este filhinho vai para
o ceu, gosar dl' seu Deus. Assin1 esta n1ãe triste está
alegre. O 1ncsn10 é a ahna provada por J)eus. Ella sente
que ten1 necessidade de ouvir a voz do A111ado, pore1n
se esta ahna tiver fé, ha de se alegrar por estar sof­
frendo por an1or de seu Deus, que sabe provar os seus,
para 11111 dia os cu1nular de alegria inuuortal.
A1nadas filhas, as que dize1n que não pode1n sup­
portar tal provação e co1ncc;a1n a se lastin1ar, estas, na
verdade, não te111 este be llo e encantador fructo - a
santa Alegria - infundida pelo Divino Espirito Santo.
Vêde que o ceu é só alegria. Agora perguntar-n1e­
eis: Con10, então, Jesus disse: "Br n1aventurculos os

que chora1n"?! Jesus cha1nou be1navcnturados aos


que choran1, con10 esta n1ãe da qual vos falei. A nature­
za é fraca, ella tcn1 necessidade de desabafar, pore1n
chorae co1no esta 1nãe não se lastin1ando, 1nas, sirn inte­
riorn1ente alegrando-se, por ser provada pela 1não de
Deus, que vos férc para vos pre1niar no reino inunortal
da gloria.
A1nadas filhas, servi a Jesus na aleyria, não na
tristeza, porque Elle chorou não por ter de 1norre r por
vós, 111as siin, por causa dos ingratos, que, cegos, não
aproveitarian1 do seu adoravel Sangue- Elle hen1 1nerc­
ce que trabalheis con1 verdadeira satisfa\�ão por seu
an1or; porisso não Lhe deis vossos trabalhos co1n cnfa­
do, mas co1n regosijo. Len1hrae-vos do que vos espera
no paraiso ! !
Se algu1na de vc'>s fôr visitada pela tentação da
tristeza, por piedade não lhes deis ouvidos, não pern1a­
neçaes en1 tão perigoso estado, pedi ao I)ivino Espiri to
Santo que vos dê a vcrdndcira alegria, que tanto alegra
o proprio Deus e os habitantes do Paraiso. Esforçae­
vos para adquirirdes tão precioso do111, e, Eu vossa l\ilue,
vos abençoarei se1n pre.
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CONCLUSÃO

A MADAS filhas, n1ostrci-vos os sete Dons do Divino


Espirito Santo e seus doze Fructos; agora convido­
vos a be1n 1nedital-os, para que nelles aprendaes o que
tanto precisaes. Aprovcitac, a1nadas filhas, trabalhae na
vossa perfeição; não vos csqueçaes que a vossa santifi­
cação depende de vós 1nesn1as.
Pedi e recebereis, batei e abrir-se-vos-á, e se assin1
fizerdes, Eu, sen1pre estarei ao vosso lado para vos
ajudar.

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INDICE

Pag.
Heconunendacão 5
Ascencão do Senhor 7
Os Dons do Espirito Santo . 12
Da Sabedoria . 13
Da Intclligencia 15
])o Conselho 17
Da Fortaleza 20
Da Sciencia 2;)
Da Piedade 25
Do 1'e1nor de Deus 27
Dos Fructos do Espirito Santo :�o
Da Caridade �JO
Do Santo Gozo 32
Da Santa Paz . •..>r-::
,_)�

Da Santa Pacicncia 37
Da Benignidade 40
Da Bondade 42
Da Longaniniida<lc 44
Da Brandura . 46
Da Fé 48
Da Modestia 51
Da Castidade 5;-{
Da Alegria 55
Conclusão 5U
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