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Ementa: XXXX
Tópicos:
1. Atenção e hiperatividade
a. Atenção
b. Hiperatividade
2. Aprendizagem
b. Mente explorada
c. Vazio
h. Deprivação
i. Incorporação x Introjeção
1. Atenção e hiperatividade
a. Atenção
A (1971/1975, p. 76) O Brincar: Uma Exposição Teórica
Para uma aproximação à ideia do brincar, é útil pensar na preocupação que caracteriza
o brincar de uma criança pequena. O conteúdo não importa. O que importa é o estado
de quase alheamento, aparentado à concentração das crianças mais velhas e dos adultos.
A criança que brinca habita uma área que não pode ser facilmente abandonada, nem
tampouco admite facilmente intrusões.
Comentário 1: O brincar é o precursor da concentração.
b. Hiperatividade
1) Como resultado da não integração da agressividade
Comentário 2: Quando o bebê é impedido, no início, de viver sua voracidade
incompadecidamente.
Esses impulsos que “carecem de sentido” e que atormentam o indivíduo parecem ser o
considerável resíduo de motilidade que ficou dissociado ou cindido. Ele constitui uma fonte de
mal-estar para o indivíduo e precisa encontrar oposição. Se essa oposição não é encontrada, o
indivíduo, em casos extremos, pode mesmo chegar a convulsionar como forma de escoar a
motilidade ou se tornar hiperativo.
2. Aprendizagem
a. Deficiência mental x esquizofrenia infantil
F (1958/2000, p. 246) Pediatria e Psiquiatria
[...] eis aqui um fragmento da análise de um menino que aparentava retardo mental, mas
que na verdade era um caso de esquizofrenia infantil com regressão a uma introversão
rigidamente controlada. Quando veio a mim, com cinco anos de idade, o menino passou
uns três ou quatro meses simplesmente andando em minha direção e afastando-se em
seguida, testando a minha capacidade de proporcionar acesso direto e liberdade para se
afastar.
Aos poucos o menino permitiu-se sentar no meu colo e ir adiante, estabelecendo um
contato afetuoso. Na fase seguinte ele entrava dentro do meu casaco, e disso
desenvolveu-se um jogo de escorregar para o chão de cabeça para baixo por entre as
minhas pernas. Durante todo esse período eu fiz muito poucas interpretações verbais.
Na fase seguinte ele passou a ter um desejo tão forte por mel era o tempo da guerra, e o
mel andava escasso-que acabou esvaziando todas as reservas, e por fim condescendeu
em aceitar uma mistura de malte e óleo, que ele comia vorazmente. Em seguida passou
a cobrir de saliva tudo o que via e tomou-se destrutivo com a colher de mel. Sua saliva
formava uma poça na porta, caso eu o deixasse esperando. De tudo isto decorreu um
lento mas firme desenvolvimento, que anteriormente havia cessado e se tomado
negativo.
Nessa experiência parecia-me ver uma criança revivendo experiências infantis precoces,
corrigindo, a partir de alguma necessidade interna, o seu fracassado encontro inicial
com o mundo. Ele estava nascendo de novo. Eu via um ambiente substituindo o outro.
Mais adiante a análise através de interpretações verbais tomou-se não apenas possível,
mas urgentemente necessária. Na etapa que descrevi, porém, minha função era fornecer
um certo tipo de ambiente, e assim permitir que o menino fizesse o trabalho.
b. Mente explorada
G (1989/1994, p. 122) Uma Nova Luz sobre o Pensar Infantil
No caso extremo, a mente e o pensar do bebê capacitaram este que agora cresce e
adquire um padrão desenvolvimental, a passar sem os aspectos mais importantes do
cuidado maternal de que todos os seres humanos necessitam, quais sejam, a
confiabilidade e a adaptação às necessidades básicas. Tal como o "uísque", a nossa
própria compreensão é mais confiável do que foi a figura materna.
Isto resulta na inteligência inconfortável de alguém cuja boa cabeça tornou-se
explorada. A inteligência está ocultando um certo grau de privação. Em outras palavras,
existe sempre, para aqueles cujo cérebro foi explorado, a ameaça de um colapso da
inteligência e da compreensão para o caos mental ou para a desintegração da
personalidade.
A inteligência e o pensar podem ser medidos, usados e apreciados, mas devese lembrar
que a inteligência pode ser explorada e que ela pode ocultar coisas tais como a privação
e a ameaça de caos. Um colapso parcial é clinicamente representado por uma
organização obsessiva, com a desorganização achando-se sempre na virada da esquina.
c. Vazio
H (1989/1994, pp. 75-76) O Medo do Colapso (Breakdown)
Na prática, a dificuldade é que o paciente teme o horror do vazio e, como defesa,
organizará um vazio controlado, não comendo ou não aprendendo, ou então,
impiedosamente o encherá por uma voracidade que é compulsiva e parece louca.
Quando o paciente pode chegar ao próprio vazio e tolerar esse estado por causa da
dependência no ego auxiliar do analista, então receber em si pode começar a ser uma
função prazerosa; pode aqui iniciar-se um comer que não é uma função dissociada (ou
cindida) como parte da personalidade; é também desta maneira que alguns de nossos
pacientes que não conseguem aprender, podem começar a aprender com prazer.
A base de toda aprendizagem (assim como do comer) é o vazio. Mas se o vazio não é
experienciado como tal, desde o começo, ele aparece então como um estado que é
temido, mas contudo, compulsivamente buscado. EXP, 76
h. Deprivação
M (1984/2012, p. 215) Influências de Grupo e a Criança Desajustada: O Aspecto
Escolar
[...] no caso da criança deprivada, “escola” tem o significado de “alojamento”. Por essas
razões, aqueles que estão envolvidos no manejo de crianças antissociais não são
professores de escola que acrescentam aqui e ali uma pitada de compreensão humana;
são, de fato, psicoterapeutas de grupo que acrescentam uma pitada de ensino. E, assim,
o conhecimento sobre a formação de grupos é extremamente importante para o trabalho
deles.
i. Incorporação x Introjeção
O (1988/1990, p. 95) Concernimento, Culpa e Realidade Psíquica Pessoal Interna
Pode-se notar que o resultado da incorporação funcional do "seio bom" provoca um
aumento inespecífico, generalizado, de bondade interna. Por outro lado, a introjeção do
"seio bom" (reconhecível) evidencia sua prévia idealização, e a introjeção neste caso é
mágica e não uma parte da experiência instintiva. Aqui há uma importante lição para a
professora, já que mesmo em seu trabalho mais bem-sucedido ela não será reconhecível
em seus alunos, que irão, por assim dizer, incorporá-la e às suas lições, e crescerão para
além delas. Por contraste, haverá uma certa introjeção mágica da professora e de suas
lições quando ocorrer uma idealização, e isso poderia parecer até bastante simpático,
mas a desvantagem é que o aluno não terá crescido no verdadeiro sentido [...].
Bibliografia:
Winnicott, D. W. (1948). Pediatria e Psiquiatria. In: D. W. Winnicott, Da Pediatria à
Psicanálise. Rio de Janeiro: Imago, 2000.
Winnicott, D. W. (1950). Crescimento e Desenvolvimento na Fase Imatura. In: D. W.
Winnicott, A Família e o Desenvolvimento Individual. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
Winnicott, D. W. (1955). Influências de Grupo e a Criança Desajustada: O Aspecto Escolar. In:
D. W. Winnicott, Privação e Delinquência. São Paulo: Martins Fontes, 1987.
Winnicott, D. W. (1956). A Tendência Anti-social. In: D. W. Winnicott, Privação e
Delinquência. São Paulo: Martins Fontes, 1987.
Winnicott, D. W. (1958). O Primeiro Ano de Vida. Concepções Modernas do Desenvolvimento
Emocional. In: D. W. Winnicott, A Família e o Desenvolvimento Individual. São Paulo: Martins
Fontes, 1993.
Winnicott, D. W. (1962). Primórdios de uma Formulação de uma Apreciação e Crítica do
Enunciado Kleiniano da Inveja. In: D. W. Winnicott, Explorações Psicanalíticas. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1994.
Winnicott, D. W. (1963a). Comunicação e Falta de Comunicação Levando ao Estudo de Certos
Opostos. In: D. W. Winnicottt, O Ambiente e os Processos de Maturação. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1983.
Winnicott, D. W. (1963b). O Medo do Colapso (Breakdown). In: D. W. Winnicott, Explorações
Psicanalíticas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
Winnicott, D. W. (1965a). Darão as Escolas Progressistas Excesso de Liberdade à Criança?
Contribuição para a Conferência em Darlington Hall. In: D. W. Winnicott, Privação e
Delinquência. São Paulo: Martins Fontes, 1987.
Winnicott, D. W. (1965b). Uma Nova Luz sobre o Pensar Infantil. In: D. W. Winnicott,
Explorações Psicanalíticas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
Winnicott, D. W. (1967). O Brincar: Uma Exposição Teórica. In: D. W. Winnicott, O Brincar
e a Realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975.
Winnicott, D. W. (1968a). Sum: Eu Sou. In: D. W. Winnicott, Tudo Começa em Casa. São
Paulo: Martins Fontes, 1989.
Winnicott, D. W. (1968b). Ilustração Clínica de O Uso de um Objeto. In: D. W. Winnicott,
Explorações Psicanalíticas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
Winnicott, D. W. (1988). Concern, Culpa e Realidade Psíquica Pessoal Interna. In: Natureza
Humana, Rio de Janeiro: Imago, 1990.