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4 Apresentação
5 Plano de ensino
Unidade 1
8 O conceito de medir
O que significa medir?
O que é razão? Quando e por que utilizar?
Representações dos conjuntos Naturais, Inteiros, Racionais.
Instrumentos de medidas
Unidade 2
15 Medir o que e como?
Medidas de comprimento
Medidas de massa
Medidas de capacidade
Medida de tempo
Leitura de relógios
Medidas de temperatura
Sistema Monetário Brasileiro
Unidade 3
34 Calculando área e volume
Área de figuras em malhas
Áreas de figuras poligonais
Noções de volume
TDICS para o ensino de grandezas e medidas
Apêndices
50 Apêndice A
63 Apêndice B
Ensino e prática de grandezas e medidas 4
APRESENTAÇÃO
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
relacionados a grandezas e medidas.
4. Linguagem técnica: A linguagem técnica usada em grandezas e
medidas pode ser difícil de entender para alguns alunos, especialmente
para aqueles que têm dificuldades de leitura e compreensão.
5. Dificuldade em aplicar conceitos: Os alunos podem ter dificuldade
em aplicar conceitos de grandezas e medidas em situações do mundo
real, o que pode limitar sua capacidade de resolver problemas.
6. Diferentes unidades de medida: Os alunos podem ter dificuldade
em entender e converter diferentes unidades de medida, o que pode
levar a erros de cálculo.
7. Falta de contextualização: Os conceitos de grandezas e medidas
podem ser apresentados de maneira abstrata, sem uma conexão clara
com situações do mundo real, o que pode dificultar a compreensão e
o interesse dos alunos.
Plano de ensino
Curso:
Especialização Saberes e Práticas para a Docência nos Anos Iniciais do
Ensino Fundamental: Língua Portuguesa e Matemática
Datas: 05, 12 e 19 de agosto | Ano: 2023
Componente curricular:
Ensino e Prática de Grandezas e Medidas
Professoras:
Dr. Marcos Marreiro Salvatierra e Ma. Rosilei Cardozo Moreira
Carga horária total: 30h | Teórica: 20h | Prática: 10h
Ementa:
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Medidas conceitos iniciais; medidas de comprimento, massa, capacidade,
tempo e temperatura; sistema monetário brasileiro; instrumentos de
medidas; leitura de relógios; áreas de figuras em malhas; áreas de figuras
poligonais; noção de volume, com ênfase nas novas tecnologias educacionais.
Objetivos:
- Definir e descrever o conceito de medir, identificando as principais unidades
de medidas e reconhecendo os diferentes instrumentos utilizados para
efetuar medições, a fim de, compreender suas utilidades e sua importância.
- Aprimorar o conhecimento teórico e metodológico sobre grandezas e medidas
com unidades padronizadas ou não em diferentes situações do cotidiano.
- Identificar e diferenciar grandezas de acordo com o contexto proposto,
estabelecendo a relação entre unidades de medida de uma mesma grandeza.
Conteúdo programático:
- Apresentação da disciplina
Unidade 1: Marcos
O CONCEITO DE MEDIR: Marreiro
05/08 • O que significa medir? Salvatierra e
• O que é razão? Quando e por que utilizar? Rosilei Cardozo
• Representação dos conjuntos Naturais, Inteiros, Racionais. Moreira
• Instrumentos de medidas
Unidade 2:
MEDIR O QUE E COMO?
• Medidas de comprimento Marcos
• Medidas de massa Marreiro
13/08 • Medidas de capacidade Salvatierra e
• Medida de tempo Rosilei Cardozo
• Leitura de relógios Moreira
• Medidas de temperatura
• Sistema Monetário Brasileiro
Ensino e prática de grandezas e medidas 6
Unidade 3: Marcos
• Área de figuras em malhas Marreiro
19/08 • Áreas de figuras poligonais Salvatierra e
• Noções de volume Rosilei Cardozo
• TDICS para o ensino de grandezas e medidas Moreira
Procedimentos metodológicos:
A disciplina será ministrada mediante:
- Aulas explicativas e dialogadas, desenvolvidas pelo Sistema
Presencial Mediado por Tecnologia (aulas ao vivo transmitidas do
estúdio da UEA para as turmas nos municípios do Estado);
- Interatividade com as turmas para esclarecimento de dúvidas
e orientações sobre o estudo dos textos, além de orientação para
produção dos trabalhos práticos a serem desenvolvidos pelos(as)
professores(as) cursistas;
- Trabalhos individuais ou em grupo: elaboração de atividades,
sequências didáticas, projetos de ensino;
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
- Apresentações orais.
Avaliação:
A avaliação da disciplina é somativa e levará em consideração os aspectos
qualitativos (assiduidade, participação e empenho nas aulas teóricas e
práticas) e os aspectos quantitativos (notas dos trabalhos).
A nota final da disciplina será a somatória das notas de três atividades
práticas a serem realizadas durante a disciplina:
- Atividade 1 - 0,0 a 3,0 pontos.
- Atividade 2 - 0,0 a 4,0 pontos.
- Atividade 3 - 0,0 a 3,0 pontos.
Bibliografia
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
MAZZIEIRO, A. S.; MACHADO, P. A. F. Descobrindo e aplicando a matemática. 2. ed. Belo
Horizonte: Dimensões, 2015.
MENDES, I. A. FARIAS, C. A. Práticas socioculturais e educação matemática. São Paulo:
Livraria da Física, 2014.
NEVES, E. A. Matemática: grandezas e medidas. In: PNAIC em estudo: reflexões sobre
a prática, 2014. Disponível em: http://pnaicemestudo.blogspot. com/2014/. Acesso em:
2 set. 2018.
QUEIROZ, M. A. L. Interação entre aprendizagem matemática e os saberes tradicionais
dos ribeirinhos da Amazônia no contexto da sala de aula. 2009. Dissertação (Mestrado
em Educação em Ciências e Matemáticas) – Universidade Federal do Pará, Belém, 2009.
ROGEZ, H. Açaí: preparo, composição e melhoramento da conservação. Belém: Edufpa, 2000.
SOUSA, E. R. S. Etnomatemática no contexto de estudantes ribeirinhos do ensino médio.
In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ETNOMATEMÁTICO, 4., Belém, PA. Anais [...]. Belém, PA:
IEMCI/UFPA, 2012.
VELHO, E. M. H. Aprendizagem da geometria: a etnomatemática como método de ensino.
2014. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências e Matemática) – Faculdade de
Física, PUCRS, Porto Alegre, 2014.
VERGANI, T. A criatividade como destino: transdisciplinaridade, cultura e educação.
São Paulo: Livraria da Física, 2009.
VERGANI, T. Educação etnomatemática: o que é?. Natal: Flecha do Tempo, 2007.
unidade 1
O conceito de medir
Unidade 1
GRANDEZAS E MEDIDAS
Habilidade - EF05MA19: Resolver e elaborar problemas envolvendo
medidas das grandezas comprimento, área, massa, tempo, temperatura e
capacidade, recorrendo a transformações entre as unidades mais usuais
em contextos socioculturais.
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
as grandezas que se deseja medir e outra, de mesma espécie,
tomada como unidade). (BARROSO, 2010)
Qual (quais) a (as) unidade (s) de grandeza que você mais utiliza
no seu cotidiano?
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Como você chegou a este resultado?
E como escrever matematicamente essa relação?
A história da negociação entre os agricultores é um exemplo hipotético.
A representação dessa história, no entanto, nos permite visualizar a
necessidade da operação de razão para comparar grandezas.
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Escrever uma relação entre dois números reais é o mesmo que
informar a razão entre eles.
No caso acima, a razão entre o feijão e o arroz é "um para dez" (um
saco de feijão para dez sacos de arroz).
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
figurinhas. Elas conseguiram completar o álbum?
7h
6 h 30 min
Pegar o ônibus para ir
Comer 2 pães e tomar 1
6h à escola. O ônibus se
copo de 300 mililitros
Acordar após dormir oito movimenta com velocidade
de leite.
horas de sono. média de 40 quilômetros
O número de pães e a
O tempo é uma grandeza e por hora.
capacidade do copo são
a hora (h) é uma unidade A velocidade média é uma
grandezas. O mililitro (ml)
de medida de tempo. grandeza. O quilômetro por
é uma unidade de medida
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
hora (km/h) é uma unidade
de capacidade.
de medida de velocidade.
12 h 30 min
10 h Sair da escola, com uma
13 h 30 min
No recreio, conversar e temperatura por volta de
No almoço, tomar 1 litro
brincar no pátio da escola. 30 graus Celsius, comprar
de suco, que é servido em
A superfície do pátio mede 2 sorvetes, que estão à
uma jarra.
150 metros. A superfície temperatura de 18 graus
A capacidade da jarra é
é uma grandeza e o metro Celsius.
uma grandeza e o litro (l)
quadrado (m2), uma A temperatura é uma
é uma unidade de medida
unidade de medida de grandeza e o grau Celsius
de capacidade.
superfície. (ºC) é uma unidade de
medida de temperatura.
15 h
18 h
Fazer uma pesquisa no 19 h
Ir à padaria para comprar
computador, que consome Tomar banho.
500 gramas de pão e 200
energia elétrica. A vazão da água que sai do
gramas de queijo prato.
O consumo de energia chuveiro é uma grandeza
A massa do pão e do
elétrica é uma grandeza e e o litro por minuto (l/
queijo é uma grandeza e
o quilowatt/hora (KW/h) min), uma unidade de
o grama (g), uma unidade
é uma unidade de medida medida de vazão.
de medida de massa.
de consumo de energia.
21 h
20 h Ouvir um pouco de música
No jantar, em família, no seu MP3 player de 1
22 h
comer 1 quilograma de gigabyte.
Dormir, pois o dia
frango assado. A capacidade de memória
seguinte será um
O quilograma (Kg) é uma de MP3 player é uma
novo dia.
unidade de medida grandeza, e o gigabyte
de massa. (GB), uma unidade de
medida de capacidade.
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
INSTRUMENTOS DE MEDIDAS
Medidas de comprimento
Medidas de massa
Medidas de capacidade
Medida de tempo
Leitura de relógios
Medidas de temperatura
Sistema Monetário Brasileiro
Ensino e prática de grandezas e medidas 16
Unidade 2
MEDIDAS DE COMPRIMENTO
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
As medidas de comprimento são os mecanismos de medição mais
conhecidos e utilizados no cotidiano. O metro é a unidade de medida
principal para medir comprimento, a partir do metro são obtidas outras
medidas de comprimentos denominadas múltiplos e submúltiplos do metro.
Os múltiplos do metro são: decâmetro (dam), hectômetro (hm) e
quilômetro (km); Os submúltiplos são: milímetro (mm), centímetro (cm)
e decímetro (dm).
O Parafuso mede
a) 2,1 cm
b) 2,2 cm
c) 2,3 cm
d) 2,5 cm
Ensino e prática de grandezas e medidas 17
a) Entre 2 e 3
b) Entre 4 e 5
c) Entre 6 e 8
d) Mais de 8
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
(Projeto conseguir - DC). Uma agulha de tricô geralmente mede 300 mm.
a) 3 cm
b) 30 cm
c) 0,3 cm
d) 300 cm
Ensino e prática de grandezas e medidas 18
SUGESTÕES DE ATIVIDADES
PROPOSTA 1:
1. Escolha um objeto que possa ser medido pelas crianças. Se preferir,
divida a turma em pequenos grupos e selecione um objeto para cada grupo.
Pode ser um livro, um caderno, o quadro da sala de aula, uma carteira, a
altura ou largura da porta, etc.
2. Convide-as a dizer qual o tamanho do objeto selecionado e a
explicar por quê.
3. Registre as estratégias utilizadas e as inferências produzidas
pelas crianças.
4. Convide os grupos a medir os mesmos objetos, dessa vez utilizando
como referência a palma da mão. Pergunte: quantos palmos de mão
"cabem" no objeto?
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
5. Em seguida, peça que comparem quantos palmos foram necessários
para cada um medir o objeto. Instigue-os a responder se a medição foi ou
não igual e por quê. Peça, então, que desenhem o contorno da palma da
mão e comparem os desenhos entre si. Questione o que estão observando
e incentive-os a argumentar suas respostas. A medição também poderá ser
feita com algum outro elemento que não pertença a um sistema padrão de
medidas. Por exemplo, cada um mede com o seu lápis, a sua caneta, que
são de modelos e tamanhos diferentes.
6. Proponha perguntas que incentivem as crianças a pensarem na
importância da padronização das medidas. Por exemplo: a) se você pedir
que sua mãe compre corda para você pular e disser que ela deverá comprar
60 palmos, mas os palmos do vendedor forem diferentes, o que acontecerá?
b) Como faço para medir a distância entre uma cidade e outra? Que medida
será que usam para isso?
PROPOSTA 2:
1. Mostre para as crianças objetos utilizados para medir comprimentos
(régua, fita métrica) e introduza a medida padrão que é o metro. Permita
que as crianças explorem, façam perguntas, brinquem!
2. Entregue para cada criança um barbante com a medida de 1 metro.
Peça que dobrem ao meio e façam uma marca exatamente na metade, ou
seja, meio metro. Incentive que as crianças meçam o que quiserem na sala
de aula e verifiquem o que mede mais de um metro, menos de um metro,
meio metro, menos de meio metro, mais de meio metro, etc.
3. Nesse momento, os alunos poderão se dar conta de que algumas
coisas são muito pequenas para serem medidas com o metro. Essa é uma boa
oportunidade para apresentar o centímetro, que pode ser medido com a régua.
4. Convide-os a medir outros objetos com a régua, inclusive o
barbante, para que tomem consciência de que um metro é formado por
100 centímetros.
Ensino e prática de grandezas e medidas 19
PROPOSTA 3:
1. Convide os alunos a pensarem como poderiam medir uma rua, uma
estrada - pense em uma longa distância.
2. Proponha que os alunos juntem seus barbantes e, então, verifiquem:
quantos metros há no total? Serão quinze, vinte, trinta? Introduza a ideia
de quilômetro, onde "cabem" 1.000 metros.
PROPOSTA 4:
Convide cada criança a responder o que usaria para medir:
• a porta da sala de aula;
• o quadro-negro;
• a carteira;
• o livro;
• o pátio da escola;
• o comprimento da sala de aula;
• a rua em frente à escola;
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
• um lápis;
• uma parede;
• uma borracha.
PROPOSTA 5:
Convide seus alunos a estimar o peso da mochila, a distância da classe
até o banheiro da escola, a altura da porta, quantos copos de suco podem
ser servidos com 1 litro, quantas bananas "cabem" em um quilo, o tempo
gasto para tomar banho, etc.
Ensino e prática de grandezas e medidas 20
MEDIDAS DE MASSA
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
As medidas de massa são usadas para medir a quantidade de matéria
que um corpo qualquer possui. A massa de um corpo é uma medida
constante em qualquer lugar do universo. No dia a dia, é muito mais comum
ouvirmos e utilizarmos a expressão “peso” com muito mais frequência,
porém vale ressaltar que existe uma grande diferença entre peso e massa:
a) 14,250kg
b) 40,850kg
c) 48,500kg
d) 76,450kg
a) 59
b) 64
c) 245
d) 295
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
(Saresp). Bete precisa pesar seu cachorrinho, mas ele não para quieto na balança.
Então, Bete subiu na balança com ele. Observe quanto a balança marcou.
a) 61kg
b) 51kg
c) 5kg
d) 3kg
Ensino e prática de grandezas e medidas 22
SUGESTÕES DE ATIVIDADES
PROPOSTA 1:
Leve para a escola uma balança. O objetivo é verificar se os alunos
sabem para que serve uma balança, que tipo de grandeza ela mede e que
unidade de medida ela utiliza. Peça que os alunos subam na balança e que
cada um anote o número indicado nesta. Questione o que esse número
quer dizer.
Em seguida, mostre diferentes embalagens de alimentos (açúcar,
farinha, arroz, feijão, massa, café, etc.) e chame a atenção dos alunos para
o número que está estampado em cada embalagem.
Além disso, pese, na balança, cada embalagem e aproveite a
oportunidade para perguntar, por exemplo:
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
PROPOSTA 2:
Na traseira de alguns caminhões, é possível ler que pesam 1 tonelada.
Levar uma imagem de um caminhão com essa informação ou de alguma
manchete jornalística, como “safra de grãos alcançará 8 toneladas” ou,
ainda, “2 toneladas de mercadorias foram apreendidas”.
Ensino e prática de grandezas e medidas 23
PROPOSTA 3:
Proponha aos alunos uma tabela para que assinalem um “X” na
unidade de medida que eles usariam para pesar:
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
PROPOSTA 4:
Distribua encartes de supermercado aos alunos. Se preferir, organize
a turma em duplas ou em pequenos grupos.
Peça que as crianças identifiquem, no encarte, quais produtos são
vendidos em:
MEDIDAS DE CAPACIDADE
A necessidade de medir a capacidade de objetos levou ao surgimento
das medidas de capacidade ao longo do tempo. As principais medidas de
capacidade são o litro e o metro cúbico.
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
O litro geralmente é utilizado para medir-se capacidade de líquidos,
já o metro cúbico costuma ser associado para a medição de volume, como
de caixas, cômodos, malas, etc., ambos possuem múltiplos e submúltiplos:
O litro (l) possui submúltiplos, que são: decilitro (dl); centilitro (cl);
mililitro (ml).
Possui também múltiplos, que são: decalitro (dal); hectolitro (hl);
quilolitro (kl).
O metro cúbico (m³) possui submúltiplos, que são: decímetro cúbico
(dm³); centímetro cúbico (cm³); milímetro cúbico (mm³).
Possui também múltiplos: decâmetro cúbico (dam³); hectômetro
cúbico (hm³); quilômetro cúbico (km³).
a) 3
b) 5
c)7
d) 9
a) 4 copos
b) 6 copos
c) 8 copos
d) 10 copos
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
João Pedro montou uma barraca de sucos na festa da escola, vendeu 50
copos de 200 ml. Sabendo-se que ele havia feito 12 litros de suco. Quantos
litros sobraram?
a) 1 litro
b) 2 litros
c) 5 litros
d) 10 litros
Ensino e prática de grandezas e medidas 26
MEDIDAS DE TEMPOS
As grandezas utilizadas para medir as diversas quantidades de
tempo são chamadas Unidades de Medida de tempo. Existem diversas
unidades de medida de tempo, por exemplo a hora, o dia, o mês, o ano,
o século. No Sistema Internacional de Medidas (SI) a unidade de tempo
padrão é o segundo (s).
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
CURIOSIDADE: O segundo é definido como a duração de 9 192 631
770 períodos da radiação correspondente à transição entre os dois níveis
hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio 133.
Para uma temporada curta, chegou à cidade o circo Fantasia, com palhaços,
mágicos e acrobatas. O circo abrirá suas portas ao público às 9 horas e ficará
aberto durante 9 horas e meia. A que horas o circo fechará?
a) 16h30
b) 17h30
c) 17h45
d) 18h30
Ensino e prática de grandezas e medidas 27
a) 7/4
b) 7/12
c) 35/24
d) 60/35
Papai viaja muito. A última viagem durou 63 dias. Esse tempo é o mesmo que:
a) 8 semanas e 3 dias
b) 9 semanas
c) 10 semanas
d) 12 semanas e 3 dias
LEITURA DE RELÓGIOS
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Há inúmeras maneiras de medir o tempo, e múltiplos instrumentos
podem ser utilizados para isso, no entanto o mais comum entre estes
instrumentos é o relógio, podendo ele ser ele analógico ou digital.
No relógio analógico o ponteiro menor representa as horas (períodos
mais longos) enquanto o ponteiro maior representa os minutos antes ou
depois de uma hora, e em alguns casos podem ainda apresentar um terceiro
ponteiro (geralmente mais fino) que representa os segundos.
a) 1 hora
b) 20 minutos
c) 45 minutos
d) 55 minutos
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Quando Maria colocou um bolo para assar, o relógio marcava
a) 11 horas 50 minutos
b) 12 horas
c) 12 horas 5 minutos
d) 12 horas 10 minutos
(SARESP, 2010). No momento que começou o filme que Eduarda foi ver no
cinema, ela viu que seu relógio marcava o seguinte horário:
Ensino e prática de grandezas e medidas 29
a) à 1h 25min da tarde
b) às 2h 25min da tarde
c) às 3h 25min da tarde
d) às 4h 25min da tarde
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Ensino e prática de grandezas e medidas 30
MEDIDAS DE TEMPERATURA
Temperatura é uma quantidade escalar definida como a quantidade
de energia cinética das partículas de uma massa gasosa, líquida ou sólida,
se a velocidade aumenta, a temperatura também aumenta e vice-versa.
Para simplificar, chamamos de temperatura a propriedade física
que nos permite conhecer as medidas de frio ou calor presentes no meio
ambiente, seja no corpo de um ser vivo, um objeto ou mesmo em uma
determinada região. A medição da temperatura está relacionada à noção
de frio e calor, que podem ser percebidos instintivamente.
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
CURIOSIDADE: O Kelvin é a unidade de temperatura no sistema
internacional de unidades. A escala Celsius, também conhecida como
centígrado, também é outro sistema de medição da temperatura. Nos
países de origem anglo-saxônica a medida da temperatura usada é a
Fahrenheit.
Existem diferentes tipos de escalas para medir a temperatura.
Os mais comuns são:
a) 39 ºC
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
b) 39,9 ºC
c) 39,5 ºC
d) 40 ºC
a) 1,4 grau
b) 1,6 grau
c) 2,4 graus
d) 2,6 graus
a) -40 ºC
b) -7,5 ºC
c) -6,5 ºC
d) 7,5 ºC
Ensino e prática de grandezas e medidas 32
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Sistema monetário pode ser definido como o conjunto de moedas em
circulação em um determinado país. No Sistema Monetário Brasileiro,
o dinheiro é chamado de REAL, e com ele estabelecemos relações de
compra e venda.
Cada moeda ou cédula possui um valor determinado, o símbolo do
real é assim reconhecido: R$.
a) R$ 22,80
b) R$ 31,80
c) R$ 32,80
d) R$ 33,80
a) R$ 14,15
b) R$ 14,25
c) R$ 14,50
d) R$ 14,75
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
a) R$ 80,00
b) R$ 84,50
c) R$ 120,00
d) R$ 163,50
unidade 3
Calculando área e volume
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Ensino e prática de grandezas e medidas 36
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Vamos desenhar a planta baixa de nossa casa na malha a seguir e
calcular a área?
Lembre-se de definir uma unidade de medida.
Ensino e prática de grandezas e medidas 37
a) 26m²
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
b) 34m?
c) 36m?
d) 52m²
a) 243m²
b) 252m²
c) 279m²
d) 2016m?
e) 4032m?
Ensino e prática de grandezas e medidas 38
A área da Figura I é:
a) duas vezes a área da Figura II
b) quatro vezes a área da Figura II
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
c) seis vezes a área da Figura II
d) oito vezes a área da Figura II
LEMBRETES:
Polígono - figura geométrica plana composta por apenas uma linha
fechada e seus lados segmentados por retas;
Semiperímetro - metade do perímetro;
Perímetro - soma das medidas dos lados de um polígono;
Apótema de uma figura poligonal - segmento de reta que parte do
centro da figura formando com o lado um ângulo de 90º.
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Calcule a medida da área do pentágono na figura a seguir, considerando
as medidas que foram colocadas nela.
a) 750cm²
b) 1500cm²
c) 2250cm²
d) 3000cm²
e) 9000cm²
Ensino e prática de grandezas e medidas 40
a) 100cm²
b) 187cm²
c) 287cm²
d) 387cm²
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
e) 487cm²
a) 200cm²
b) 300cm²
c) 1000cm²
d) 1900cm²
e) 2200cm²
Ensino e prática de grandezas e medidas 41
NOÇÕES DE VOLUME
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Segundo o Sistema Internacional de medidas (SI), a unidade padrão
das medidas de volume é o metro cúbico, onde um metro cúbico (1m³)
corresponde a uma capacidade de 1000 litros.
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
Ensino e prática de grandezas e medidas 42
a) 3 cubinhos
b) 9 cubinhos
c) 27 cubinhos
d) 64 cubinhos
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
mostra a figura de maior volume.
a) Figura 1
b) Figura 2
c) Figura 3
d) Figura 4
Ensino e prática de grandezas e medidas 43
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1) Para produzir sabão em casa, Márcia gasta, entre outros ingredientes
da receita, 5 litros de óleo de cozinha usado. Quantos mililitros de óleo de
cozinha usados são necessários para produzir sabão com essa receita?
a) 5
b) 50
c) 500
d) 5000
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
O tempo que Marcos ficou a mais que Lúcio na internet é de:
a) 20 minutos
b) 25 minutos
c) 30 minutos
d) 40 minutos
3) Sabendo que uma colher de sopa cheia cabe 10ml, quantas colheres de
sopa cheias equivalem a 1 litro?
a) 1000 colheres
b) 10 colheres
c)100 colheres
d) 0,001
Ensino e prática de grandezas e medidas 44
a) 20
b) 50
c) 72
d) 200
a) 720
b) 620
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
c) 72
d) 48
a) 0,27
b) 2,7
c) 27
d) 270
a) 1,38 litros
b) 1380 litros
c)12,80 litros
d)13,800 litros
Ensino e prática de grandezas e medidas 45
a) 5 850 000
b) 585 000
c) 58 500
d) 5 850
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
a) 15 horas e 12 minutos.
b) 15 horas.
c) 12 horas e 15 minutos.
d) 12 horas.
a) Balança.
b) Fita métrica.
c) Termômetro.
d) Velocímetro.
Ensino e prática de grandezas e medidas 46
12) SAEMI - PE). Faltam 6 semanas e 5 dias para Joana tirar férias.Esse
tempo corresponde a:
a) 35 dias.
b) 42 dias.
c)47 dias.
d)49 dias.
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
a) 44 cm
b) 88 cm
c)110 cm
d)132 cm
a) 5 cm
b) 5,1cm
c) 5,3 cm
d) 5,5 cm
a) figura I.
b) figura II.
c) figura III.
d) figura IV.
Ensino e prática de grandezas e medidas 47
a) 375 gramas.
b) 325 gramas.
c)425 gramas.
d)485 gramas.
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
a) um pouco menos de 6 litros de gasolina.
b) exatamente 6 litros de gasolina.
c)um pouco mais de 6 litros de gasolina.
d)exatamente 7 litros de gasolina.
a) 4 litros
b) 2 litros
c) 1 litro
d) meio litro.
19) (PROVA BRASIL) Observe as figuras Gabriela é mais alta que Júnior.
a) 50 cm
b) 81 cm
c)136 cm
d)144 cm
Ensino e prática de grandezas e medidas 48
Referências
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
apêndices
Ensino e prática de grandezas e medidas 50
Apêndice A
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Ângela Maria SANTANA4
Samanta MIZUNUMA5
Sanny Carla DUARTE6
1 Doutoranda em Educação UEPG (2018). Bolsista CAPES (2019). Mestre em Ensino
de Ciência e Tecnologia, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus de
Ponta Grossa - PR (2015). Graduada em Licenciatura em Letras Português Espanhol pela
Universidade Estadual de Ponta Grossa (2007). Especialista em Língua Portuguesa e
Literatura (2008) pelo ESAP - Colégio Marista Ponta Grossa. Faz parte do Grupo de Pesquisa
Linguagem, Ensino e Cognição, vinculado ao Programa de Mestrado de Ensino de Ciência e
Tecnologia, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus de Ponta Grossa - PR.
Faz parte do Grupo de Pesquisa: GEPPE - UEPG. E-mail: francine.baranoski@hotmail.com
2 Professora Adjunta no Departamento de Matemática e Estatística e dos Programas de
Pós-Graduação em Educação e em Ensino de Ciências e Educação Matemática Doutora
(2011) e Mestre (2005) em Ensino de Ciências e Educação Matemática pela Universidade
Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Bolsista de Produtividade da Fundação Araucária-
Paraná. E-mail:anabaccon@uepg.br
3 Possui graduação em Letras pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2000), mestrado
(2009) e doutorado (2013) em Lingüística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul, tendo realizado estágio de doutoramento no Programme for Experimental
and Clinical Ling pela Universidade de Potsdam, Alemanha (2012). Atualmente é
pesquisador e professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, coordenando
também o Laboratório de Processamento Visual. Atualmente é professora do Programa
de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia. E-mail: angelaklein@utfpr.edu.br
4 Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (1997) e
Especialização em Psicologia da Educação (2000). Atualmente é Mestranda do Curso de Mestrado
Profissional do Programa de Pós Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia, da Universidade
Tecnológica do Paraná, campus Ponta Grossa. E-mail: angelamariasantana.ang@gmail.com
5 Possui graduação em pedagogia pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (2011).
Atualmente é professora do ensino fundamental da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa,
atuando principalmente nos seguintes temas: educação sexual; ensino de ciências; literatura
infantil juvenil, grade curricular e brinquedistas. E-mail: mizunumasamanta@gmail.com
6 Possui graduação em Letras pela Faculdade de Ciências Humanas de Pará de Minas
- FAPAM (1995); especialização em Língua Portuguesa pela Faculdade da Região dos
Lagos - Ferlagos (2001), Educação a Distância: Gestão e Tutoria pelo Centro Universitário
Leonardo da Vinci (2013) , Atualmente realiza o mestrado em Linguagem e Cognição na
Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Campus Ponta Grossa - e é professora do
Governo do Estado do Paraná. E-mail: sannyduarte@yahoo.com.br
Ensino e prática de grandezas e medidas 51
Resumo
O objetivo desta pesquisa é apresentar resultados de estudo comparativo realizado a partir
das respostas de 45 alunos do 5° ano do Ensino Fundamental I, entre 9 e 10 anos, da cidade
de Ponta Grossa, Paraná, em uma avaliação realizada em sala de aula, com os resultados
do 5° ano da Prova Brasil de 2015, também da cidade de Ponta Grossa, no que diz respeito
à compreensão leitora de problemas matemáticos no Eixo “Grandezas” e “Medidas”.
Este texto apresenta as reflexões do Grupo de Pesquisa “Linguagem, Ensino e Cognição”,
vinculado ao Programa de Pós- Graduação da Universidade Tecnológica Federal do Paraná
– Câmpus Ponta Grossa acerca desta comparação. Os dados tanto da avaliação quando
da Prova Brasil evidenciam falha na compreensão em leitura, ocasionando resultados
bastante insatisfatórios para o nível de ensino.
Abstract
The objective of this research is to present results of a comparative study, carried out from
the answers of 45 students from the 5th year of Elementary School I, between 9 and 10 years
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
old, from the city of Ponta Grossa, Paraná, in an evaluation carried out in the classroom,
with the results of the fifth year of the Brazil Exam of 2015, also in the city of Ponta Grossa,
regarding the reading comprehension of mathematical problems in the “Greatness and
Measures”Axis. This text presents the reflections of the Research Group "Language, Teaching
e Cognition", linked to the Post-Graduation Program of the Federal University of Paraná
- Campus Ponta Grossa about this comparison. The data of test and Brazil Exam show a
failure of reading comprehension, causing quite unsatisfactory for the level of education.
Introdução
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
sua vez, podem se configurar em diferentes formas de expressão
e novos questionamentos sobre esses significados.
Aporte teórico
Prova Brasil
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
aprendizados compatíveis ao seu ano escolar, no ensino de matemática,
com base na Prova Brasil 2015, divulgados no portal QEdu7, desenvolvido
pela Fundação Leman8 parceira em 2017 da Secretaria Municipal de
Educação de Ponta Grossa:
Quadro 1: Resultados da proporção de alunos com aprendizados compatíveis ao seu ano escolar,
no ensino de matemática.
Fonte: http://www.qedu.org.br/
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
de 26%, necessita de um maior desenvolvimento nos próximos anos para
que até o ano de 2022 venha a atingir o objetivo de 70% de compatibilidade
de aprendizagem (ano escolar – idade).
Conclui-se, a partir desses dados, que o Brasil não apresenta um
ensino de matemática eficiente, ou seja, os alunos apresentam grandes
dificuldades e lacunas de conhecimentos.
Linguagem Matemática
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
pois nas entrelinhas do enunciado, há uma sintaxe e uma semântica.
Para o aluno resolver o problema matemático, ele precisa reconstruir a
lógica desse texto em uma abordagem matemática. Para fazer isso, ele requer
conhecimentos sobre códigos linguísticos e matemáticos. A ausência na
compreensão do problema ou a falta de conhecimentos acarretará um erro.
Refletindo acerca do trabalho pedagógico para o desenvolvimento
das habilidades cognitivas de leitura, muitas são as práticas para avaliar
o avançam ou não do aluno no processo de construção do conhecimento.
Uma dessas avaliações, é a Prova Brasil, a qual surgiu na década de 90 e
trouxe contribuições na organização de escalas de proficiência, através
das quais são avaliadas competências e habilidades em alguns eixos do
conhecimento nos diversos descritores/conteúdos.
O educador dentro desse contexto deve ser o mediador, desenvolvendo
atividades que possam vir a desenvolver essa capacidade leitora, pois,
“o melhor que a escola pode oferecer aos alunos deve estar voltado para
leitura” (CAGLIARI 2010 p.130). Cagliari (2010, p.130) completa:
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Junto com os alunos é preciso proceder na leitura com as situações
problemas de uma forma a perceber todas as informações presentes para
chegar a uma resolução.
Porém, só reforçar a leitura “não ataca a questão fundamental da
dificuldade específica com os problemas e com outros textos matemáticos”
(FONSECA & CARDOSO, 2005, p.64).
Não é justo dizer que as dificuldades encontradas nos alunos estão
apenas em ler e compreender o problema Matemático, mas também, de
acordo com Fonseca e Cardoso (2005, p.64).
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
a compreensão do código escrito são pré-requisitos para resolução de
problemas matemáticos.
Encaminhamento metodológico
Avaliação em sala de aula de problemas matemáticos no Eixo “Grandezas”
e “Medidas”
a) 215 centímetros;
b) 2,15 centímetros;
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
c) 21,5 centímetros;
d) 215 centímetros.”;
“Questão 4 – Sofia caminha meio quilômetro para chegar à escola. Quantos metros
ela percorre nesse trajeto?”.
Resultados e Discussão
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Grandezas e Medidas 41%
Números e Operações /Álgebras e Funções 45%
Tratamento de Informação 65%
Fonte: http://www.qedu.org.br/
Porcentagem de
Descritores
acertos
Estimar a medida de grandezas utilizando unidades de medida
46 %
convencionais ou não.
Resolver problemas significativos utilizando unidades de
40%
medida padronizadas como km/m/cm/mm, kg/g/mg, l/ml.
Estabelecer relações entre unidades de medida de tempo. 36%
Estabelecer relações entre o horário de início e término e /ou o
30%
intervalo da duração de um evento ou acontecimento.
Num problema, estabelecer trocas entre cédulas e moedas do
44%
sistema monetário brasileiro, em função de seus valores.
Resolver problema envolvendo o cálculo do perímetro de
32%
figuras planas, desenhadas em malhas quadriculadas.
Resolver problemas envolvendo cálculo ou estimativa de áreas
55%
de figuras planas, desenhadas em malhas quadriculadas.
Fonte: http://www.qedu.org.br/
Ensino e prática de grandezas e medidas 60
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
implica em resolução e aplicação das unidades solicitadas no problema,
sugerimos que os professores de Matemática realizem intervenções de
leitura, chamando a atenção de como os alunos devem ler um problema
matemático, como extrair os dados relevantes, como aplicar o conceito
científico a fim de resolvê-lo e como escrever a resposta de maneira
completa atendendo à pergunta realizada no enunciado, de modo a
minimizar os erros e maximizar os acertos do problema matemático.
Assim, afirmamos que a leitura eficiente e atenta tem papel fundamental
no sucesso de resolução de problemas matemáticos.
Considerações finais
Referências
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
BRASIL, Ministério da Educação. PDE: Plano de Desenvolvimento da Educação: Prova
Brasil: Ensino Fundamental: matrizes de referência, tópicos e descritores. Brasilia: MEC,
SEB; Inep, 2008.
CAGLIARI, Luiz Carlos Cagliari. Alfabetização e Linguística. São Paulo: Scipione, 2009.
CARRASCO, Lucia H. M. Leitura e escrita na matemática. In: NEVES, Iara C.B et al. (Orgs).
Ler e escrever: compromisso de todas as áreas. Porto Alegre: Editora da Universidade
de UFRGS, 2000, p.190-202.
DANTE, Luiz Roberto. Formulação e resolução de problemas de matemática: teoria e
prática. 1 ed. São Paulo: Ática, 2010.
DELMANTO, Dileta. et.al. Prova Brasil na escola: material para professores coordenadores
pedagógicos e diretores de escola de ensino fundamental. São Paulo: CENPEC, 2007.
FERNANDES, Reynaldo. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Brasília:
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 2007. 26 p.
FONSECA, Maria da Conceição Ferreira Reis; CARDOSO, Cleusa de Abreu. Educação
Matemática e letramento: textos para ensinar Matemática, Matemática para ler o texto.
In: NACARATO, Adair Mendes; LOPES, CELI Espasandin (Orgs.) Escritas e Leituras na
Educação Matemática. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2005, p. 63- 76.
MACHADO, A.C. A Aquisição do Conceito de Função: perfil de imagens produzidas pelos
alunos. Dissertação (Mestrado em Educação), Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, Minas Gerais, 1998, p.9.
PONTA GROSSA. Diretrizes curriculares: ensino fundamental. Prefeitura Municipal de
Ponta Grossa, Secretaria Municipal de Educação. Ponta Grossa/PR, 2015.
POZO, J. I. (Org.). A solução de problemas: aprender a resolver, resolver para aprender.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
VIEIRA, E. Aprendizagem, raciocínio e resolução de problemas matemáticos. Projeto
– Revista de Educação: Matemática, v. 2, n. 3, jul./dez. 2000.
Ensino e prática de grandezas e medidas 62
SMOLE, Kátia Stocco; DINIZ, Maria Ignez de Souza Vieira. Materiais manipulativos para
o ensino das quatro operações básicas. São Paulo: Edições Mathema, 2012.
SMOLE, Kátia Stocco. Ler, escrever e resolver problemas: habilidades básicas para
aprender matemática. Porto Alegre: Artmed, 2001.
SNOWLING, Margaret J., HULME, Charles (org.) A Ciência da leitura. Porto Alegre: Penso, 2013.
ZUCHI, Ivanete. A importância da linguagem no ensino de matemática. Educação
Matemática em Revista. São Paulo: Revista da Sociedade Brasileira de Educação
Matemática, Ano 11, nº 16, p. 49-55, maio de 2004.
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Ensino e prática de grandezas e medidas 63
Apêndice B
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
de ensino e aprendizagem da Matemática escolar, dialogando, assim, com os valores da
cultura tradicional destas localidades. As reflexões teóricas estão fundamentadas nas
discussões de D’Ambrosio (1996, 2001, 2005) e Teresa Vergani (2000, 2007), que trazem
importantes contribuições na inserção da cultura e do cotidiano do aluno no contexto do
ensino e da aprendizagem de conceitos matemáticos nos ambientes de escolarização. O
presente estudo se constitui em uma abordagem qualitativa de pesquisa, na perspectiva
da etnomatemática. Caracteriza-se como uma investigação do tipo estudo de caso. Nesse
sentido, os resultados apontam a importância da etnomatemática como uma abordagem
que contribui para o ensino e aprendizagem da matemática, como também orienta a
formação cidadã dos educandos, pois valoriza a cultura, os sujeitos e sua identidade, bem
como suas formas de pensar e agir, próprias do seu meio sociocultural.
strategies for teaching and learning school mathematics, in permanent dialogue with the
values of the traditional culture of this locality. The theoretical reflections are based on the
discussions of D’Ambrosio (1996, 2001, 2005) and Teresa Vergani (2000, 2007) who make
important contributions in the insertion of the student’s culture and daily life in the context
of teaching and learning mathematical concepts in school environments. The present study
constitutes a qualitative research approach, from the perspective of ethnomathematics. It
is characterized as a case study investigation. In this sense, the preliminary results point
to the importance of studies in ethnomathematics as an approach that can contribute to
the teaching and learning of mathematics, as well as being an important orientation to the
citizen education of the students, as it values the culture, the subjects and their identity
their ways of thinking and acting, typical of their socio-cultural and historical environment.
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
LA POBLACIÓN RIBEREÑA DEL BAJO TOCANTINS
RESUMEN
Este estudio es el resultado de la propuesta de estudios del Sistema de Medición para
las clases de la enseñanza fundamental II, en las escuelas ribereñas del Bajo Tocantins,
municipio de Cametá (PA). El objetivo es estructurar propuestas de actividad que relacionan
los conceptos del Sistema Métrico Internacional con los conocimientos tradicionales de
medición practicados en estas comunidades ribereñas. En este sentido, tomamos como
referencia la vida cotidiana y las prácticas sociales de estas comunidades como base para
el desarrollo de estrategias didácticas y metodológicas para la enseñanza y el aprendizaje
de las Matemáticas escolares, dialogando con los valores de la cultura tradicional de estas
localidades. Las reflexiones teóricas se basan en las discusiones de D’Ambrosio (1996,
2001, 2005)y Teresa Vergani (2000, 2007) que hacen contribuciones importantes en la
inserción de la cultura y la vida cotidiana del estudiante en el contexto de la enseñanza
y el aprendizaje de conceptos matemáticos en ambientes de escolaridad. Este estudio es
un enfoque de investigación cualitativa desde la perspectiva de la etnomatemática. Se
caracteriza como una investigación de estudio de caso. En este sentido, los resultados
señalan la importancia de la etnomatemática como un enfoque que contribuye a la
enseñanza y el aprendizaje de las matemáticas, además de ser una orientación importante
para la educación ciudadana de los estudiantes, ya que valora la cultura, los sujetos y su
identidad y sus formas de pensar y actuar, característicos de su entorno sociocultural.
1 INTRODUÇÃO
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
disso, esse é um tema que está presente na proposta de ensino das turmas
iniciais assim como na das turmas finais do ensino fundamental.
Diante disso, Velho (2014, p. 23) afirma que “[...] a Matemática ensinada
na escola deve ser repensada de modo a valorizar a base cultural dos
estudantes [...]”, com o objetivo de promover a compreensão e o diálogo,
visto que, a partir do momento em que se discute o contexto sociocultural da
comunidade, os alunos começam a interagir e a entender a importância da
sua identidade no ensino. Isso os encaminha para uma melhor compreensão
dos conceitos e de suas relações com sua cotidianidade.
Desse modo, buscaram-se metodologias e ferramentas que servissem
de auxílio para um processo de ensino e aprendizagem mais contextualizado
e de maior relevância na vida dos alunos. Assim, este estudo objetivou
estruturar propostas de atividades relacionando conceitos do Sistema
Métrico Internacional com os saberes tradicionais de medição praticados
pela comunidade ribeirinha de Pindobal Miri (Cametá, Pará).
A intenção foi propor o estudo do sistema de medidas com o
auxílio de um caderno de atividades, destinando-o às turmas do ensino
fundamental II, especificamente o 7.º e 9.º anos da escola ribeirinha
Professor Raimundo Nunes da Silva, sendo estas as turmas em que
desenvolvemos atividades docentes.
A elaboração do caderno de atividades é fruto das observações
e reflexões feitas acerca dos saberes tradicionais dos ribeirinhos e os
utensílios de medição usados na extração e guarda do açaí. Os saberes
tradicionais são trabalhados na perspectiva de Queiroz (2009, p. 22), para o
qual “[...] os saberes tradicionais são os saberes cotidianos no que se refere
às atividades no modo de produção e no modo de vida de comunidades
ribeirinhas da Amazônia.”
Além do mais, conhecer o modo de vida e a forma como são desenvolvidas
as práticas dos ribeirinhos em comunidades permite compreender a
Ensino e prática de grandezas e medidas 66
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
experiências vivenciadas pelos alunos em seu cotidiano, pois este está
impregnado de modos próprios de pensar, organizar e expressar saberes
da cultura, os quais expressam ideias matemáticas nas suas mais variadas
formas e adquirem validade quando se integram localmente em um grupo
e se tornam parte do diálogo que as pessoas desenvolvem com o meio.
No presente estudo adotamos a Etnomatemática como princípio
de orientação às nossas abordagens, através de um estudo de caso. O
diferencial desta pesquisa é a elaboração de uma proposta de atividades
a partir dos saberes sócio-culturais ribeirinhos que será sugerida para
ser aplicada nas turmas do ensino fundamental II, a fim de verificar as
possíveis contribuições da inserção desses saberes no ambiente escolar.
2 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
na extração e comercialização do fruto do açaí. Esse registro inicial ocorreu
durante os meses de novembro/dezembro do ano de 2018.
O segundo momento foi destinado aos alunos da escola, para se
discutir a temática em estudo e a participação destes no processo de
investigação. Em seguida, os estudantes foram acompanhados nas
atividades de extração do fruto, a fim de registrar na prática o fenômeno
em destaque e anotar informações importantes para a elaboração das
questões do caderno de atividades.
Os registros desse momento com os alunos ocorreram nos meses de
agosto/setembro do ano de 2019. A segunda etapa foi destinada à elaboração
do Caderno de Atividades fundamentado na Etnomatemática, tomando
como referência exemplos de atividades sobre o tema “medidas” presentes
na coleção de livros utilizada na escola, Descobrindo e aplicando a matemática,
do 6.º ao 9.º ano (MAZZIEIRO; MACHADO, 2015). Fez-se isso para elaborar
as atividades contidas neste produto didático e de pesquisa.
Este caderno de atividades resulta das informações sobre a vivência
da comunidade e como adotam os sistemas de medição em suas práticas
sociais. Além disso, conta com exercícios contextualizados, com questões
associadas ao contexto sociocultural no qual a escola se insere, com
o objetivo de servir de orientação para professores de matemática que
desejem trabalhar esse tópico de forma diferenciada.
3 REFERENCIAL TEÓRICO
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
vista que o diálogo com a cultura promove um aprendizado mais eficaz e
significativo para o aluno. Por isso, Almeida (2010) destaca que o encontro
entre cultura científica e saberes da tradição é urgente e inadiável. Mesmo
que pensemos em estratégias distintas, mesmo que compreendamos um
mesmo fenômeno de forma diferente, é necessário, por isso mesmo, dialogar
e procurar os campos de vizinhança entre esses modos de conhecer.
Faz-se mister considerar que a cultura consiste em um complexo
de compreensões compartilhadas que atua como meio pelo qual as
mentes individuais interagem entre si. Nesse sentido, é válido dizer que
as matemáticas são consideradas uma parte das culturas, como assevera
Mendes e Farias (2014, p. 43): “Cada sociedade herda de seus predecessores
alguns modos de contar, calcular, medir e exercitar outras habilidades que
fazem com que as matemáticas se tornem uma forma de conduta em busca
de respostas às questões geradas no contexto sociocultural.”
Sobre este olhar, a relação da matemática com o contexto social
do aluno tem grande relevância, pois favorece e privilegia matemáticas
informais desenvolvidas pelos educandos, estimulando, assim, a abordagem
etnomatemática, pois ela valoriza estas diferenças e afirma que toda a
construção do conhecimento matemático é válida e está intimamente
vinculada à tradição, à sociedade e à cultura de cada povo, como indica
D’Ambrosio (2001, p. 112) abaixo:
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
é uma linguagem de tradução, isto é, reciprocidade.
4 LOCAL DA PESQUISA
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
das sapotáceas, arbusto ou árvore de pequeno porte, de madeira muito
dura e látex leitoso (LUIZ, 2016).
Apresenta, como características marcantes, áreas de terra firme
e várzea, com solos típicos em ambas, tendo como vegetação a floresta
nativa da região. Seus habitantes sobrevivem principalmente da pesca, do
roçado e do extrativismo, principalmente do fruto do açaizeiro, palmeira
típica do baixo Tocantins.
Os moradores locais residem no ambiente marcado pela força da
natureza e aprendem a viver nesse meio repleto de limitações e desafios
impostos pelo rio e pela floresta. Fraxe (2007) diz que as mudanças naturais
fizeram com que esses nativos adaptassem seu cotidiano, seu modo de
morar e de buscar meios para sua subsistência de maneira bem particular.
As moradias são construídas utilizando a madeira como principal
alternativa de construção, embora, nos últimos anos, tenha-se notado a presença
de casas de alvenaria. Estão localizadas próximas às margens dos rios, não
apresentando água tratada nem saneamento básico. O que já existe no local
é a distribuição de energia elétrica, o que facilita muito a vida dos ribeirinhos.
O extrativismo é de grande importância econômica na comunidade,
principalmente do açaí, que é fruto comum nas ilhas do rio Tocantins
e ocupa lugar de destaque nas atividades agrícolas das comunidades
ribeirinhas. Rogez (2000) informa que a palmeira Euterpe oleracea Martius
é vulgarmente conhecida no Brasil e na Região Amazônica como açaízeiro.
O açaizeiro, originário do estuário do rio Amazonas, é encontrado nas matas
de terra firme, igapó e, sobretudo, nas áreas de várzea. Cresce em forma
de touceira, a qual é constituída por estipes. No açaizeiro, exploram-se
principalmente dois produtos: o palmito e os frutos (ROGEZ, 2000).
Na comunidade é hábito acordar cedo e logo se dirigir à floresta, de
onde se extrai o fruto, que é utilizado tanto para a alimentação dos próprios
moradores, quanto para a comercialização (FIGURA 1).
Ensino e prática de grandezas e medidas 71
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Fonte: registrada pelos autores.
Nas ilhas de Cametá (PA), os açaizeiros dão cachos todo o ano, mas o
período de maior produção ocorre no verão, a partir do mês de agosto, até
meados de janeiro. Nesse momento, o trabalho na mata mobiliza milhares
de ribeirinhos que vivem deste extrativismo, o qual serve para fomentar a
alimentação e a economia regional.
Para a extração do fruto, usa-se a peconha, um aparato confeccionado
da própria folha do açaizeiro ou também de sacos de palinha, usados para
embalar trigo ou açúcar, utiliza-se esse instrumento para subir nas árvores
e apanhar os cachos do açaí (FIGURA 2).
Ensino e prática de grandezas e medidas 72
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Fonte: registrada pelos autores.
[...] é com ela que o apanhador do açaí sobe com mais facilidade
a palmeira, é uma espécie de argola que entrançada entre os pés
ajuda na subida para o corte do cacho, podendo ser feita da própria
fibra do açaizeiro ou ainda de algum material sintético resistente.
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
em basquetas para outros municípios, conforme relato dos alunos.
Outro fato constatado foi a diferença entre lata e rasa. Para os
estudantes investigados, a lata representa uma medida padrão, e a rasa
pode variar de uma localidade para outra. Nesse caso, a rasa terá sempre
um peso maior do que a lata. Após esse momento, sugerimos, como
próxima tarefa, acompanhá-los nas atividades da extração do fruto do
açaí. Na ocasião, o desafio foi aceito pela maioria dos alunos, pois 64% dos
estudantes presentes na aula confirmaram executar essa atividade todos os
dias, mas destes selecionamos apenas quatro para realizar a ação, porque
a intenção era conhecer o açaizal de suas famílias e registrar a atividade.
Para isso, elegemos um dia da semana, e, no horário da manhã, por ser mais
adequado para a retirada do fruto, foi possível acompanhar cada estudante
em seus açaizais, conforme imagens (APÊNDICE).
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Este caderno pode auxiliar tanto o professor como o seu aluno. A ideia
é que discutam, resolvam e conheçam essas questões, para que possam
aprofundar seus estudos nos conteúdos já desenvolvidos na sala de aula
e, assim, melhorar o processo de ensino-aprendizagem que ocorre nas
escolas públicas ribeirinhas do município de Cametá (PA).
Na sequência, apresenta-se uma proposta de atividade inserida no
caderno de atividades e as orientações destinadas para o professor:
– Atividade 2. Para um almoço de aniversário, Joana comprou 7 rasas
com o fruto do açaí (FIGURA 3) contendo 15 quilogramas cada. Sabendo-se
que de uma rasa são feitos 8 litros de suco de açaí, responda:
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Fonte: registrada pelos autores.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
disciplina faça algum sentido para a vida do aluno.” (VERGANI, 2007, p. 25).
Ademais, esta proposta educacional faz nascer um novo rosto humano
no seio das práticas escolares de comunicação lógico-racional. O sujeito
cognitivo pensa, fala, age a partir da natureza dos laços que o ligam ao seu
grupo sociocultural, como menciona Vergani (2009). Em resumo, Vergani
(2009) afirma que a etnomatemática, como campo de estudo, apresenta-
se como meio para explicar as matemáticas presentes nos diversos
grupos sociais. Neste estudo, focalizaram-se as práticas desenvolvidas na
comunidade de Pindobal Miri.
Com este estudo, pretendeu-se contribuir para o ensino e
aprendizagem da matemática nas escolas públicas das regiões ribeirinhas
do município de Cametá (PA); abrir debates para agregá-la na formação dos
professores da região, buscando a valorização dos aspectos da cultura local;
estabelecer discussões que possibilitassem melhorias para este trabalho.
Por fim, a culminância da aplicação do caderno de atividades nas práticas
dos professores de matemática ficará para trabalhos futuros.
REFERÊNCIAS
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Enterprises, 2007.
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