Você está na página 1de 19

VIA SACRA VIVA

OS PERSONAGENS.
a) PRINCIPAL:
- Guia e narrador (ler).
- Jesus.
- Caifás (Sumo Sacerdote).
- Soldados 1 e 2 (podem ser distribuídos entre várias cenas diferentes).
- Longinus (chefe dos soldados).

b) PARA ALGUMAS ESTAÇÕES:


- Testemunhas 1 e 2 (1).
- Servos 1 e 2 (1).
- Pôncio Pilatos (1, 2).
- Herodes Antipas (1).
- Maria (4, 12, 13, 14).
- Simão, o Cireneano (5).
- Verônica (6 e 8).
- Nicodemos (13:14).
- Dimas e Gestas (saem de 2, falam de 12).
- João Zebedeu (4, 8, 12, 13,14).
- José de Arimatéia (13:14).
- Mulheres 1 e 2 (8, 12 e 13).
- Fariseu (do Sinédrio, intervém em 11 e 12).
- Maria Madalena (de 4, fala aos 14).
- Angel (de 1, fala aos 15).

c) PERSONAGENS QUE AGEM SEM FALAR:


- Soldados (pelo menos 4 outros).
- Mulheres (pelo menos 8).

d) PERSONAGENS QUE A PÁSCOA DA JUVENTUDE TRAZ:


- Aldeia.
- Sinédrio.
- Mulher.

ACÇÕES A TESTAR NOMEADAMENTE:


1. Açoites e provocações (Soldados 1 e 2).
2. Intertravamento e levantamento de cruzes (Jesus, ladrões e soldados).
3. Descendência (João, Nicodemos, José de Arimateia, soldados, Jesus e Maria).
4. Embalsamamento e sepultamento (Mulheres, Maria, João e José de Arimateia).
5. Ressurreição (Soldados, Jesus, anjo).
PREPARAÇÃO
Guiar: Acolhei a todos, neste dia de luto e penitência, a Via Sacra viva, na qual meditaremos sobre a Paixão e Morte
de Nosso Senhor Jesus Cristo. Antes de iniciar esta edição da Via Sacra viva pelas ruas, vamos entrevistar algumas
pessoas para nos contar sobre o significado deste evento.
A UMA PESSOA MAIOR DE IDADE
Guia: Que mudanças houve nos últimos anos na forma como celebramos os dias santos?
Entrevistado: Aqueles dias eram de recolhimento e piedade, como verdadeiros dias santos. Todas
as mulheres vestidas de luto; os homens não trabalhavam naquele dia; os rádios não podiam ser
ouvidos; Evitavam gritos, risadas e barulhos, mesmo dentro das casas, para não nos distrair ou
profanar nos dias de hoje. E o templo estava cheio de pessoas para as três quedas, as sete palavras,
as condolências e os cultos.
PARA UM JOVEM ESTUDANTE
Guiar: Entre seus colegas e jovens amigos, que ideia eles têm da Semana Santa?
Entrevistado: É alta temporada de férias, não há aulas na escola, oportunidade de ir à praia, um
spa, ou outra cidade para descansar.
Guiar: Ou seja, tempo de diversão, dispersão, gastos, passeios, desperdícios e excessos. Você sabe
o que celebramos durante a Semana Santa?
Entrevistado: O fim da Quaresma e alguns dias de espera para que nossas penitências terminem; É
por isso que esperamos ansiosamente pelo sábado da glória.
Guia: O que comemoramos?
Entrevistado: Bem, sabemos que nosso Senhor Jesus Cristo morreu na Sexta-feira Santa, e
tentamos nesse dia estar presentes no templo em algum momento, como a Via Sacra viva ou a
marcha do silêncio, embora não todos.
AO AGENTE PASTORAL
Guiar: Você está ativamente envolvido na vida da paróquia e poderia nos contar um pouco sobre o
que vamos fazer. O que é a Via Sacra?
Entrevistado: Uma devoção que consiste em percorrer 15 estações em que a Paixão de Cristo é
recordada passo a passo, desde a sua condenação até à sua morte, sepultamento e ressurreição, para
o acompanhar nos seus sofrimentos a caminho do Calvário.
Guia: Desde quando é costume realizar?
Entrevistado: No século V, os cristãos de Jerusalém veneravam a Cruz do Senhor pela manhã e, à
tarde, liam o Evangelho correspondente, percorrendo os lugares da Paixão de Cristo em piedosa
meditação. De lá, se espalhou para outras partes, especialmente graças aos cruzados e aos
franciscanos. Assim, aqueles de nós que não têm a oportunidade de ir a Jerusalém fazem uma
viagem simbólica dos lugares santos, recordando a dolorosa viagem de Cristo ao Calvário, centro
da sua obra salvífica.
Guia: Por que é feito em forma de teatro?
Entrevistado: Não se trata de uma peça de teatro, mas de um forte momento de meditação sobre a
Palavra de Deus, auxiliado por alguns sinais e símbolos, entre os quais se destacam alguns diálogos
e representações. Os personagens não são artistas, mas voluntários auxiliares para meditação. Com
a Igreja recordamos a Paixão do Senhor, num espírito de oração, reflexão e recolhimento, pois o
Senhor Jesus nos amou ao ponto de dar a sua vida por nós: por nós e por nós. É o que destacamos.
Guia: Há alguma particularidade neste ano?
Entrevistado: Que reforcemos nossas reflexões com alguns sinais feitos com um jornal.
Convidamos você a seguir as instruções do guia e fazer os gestos que ele nos pede com espírito de
fé e compromisso.
Guia: Quer dar alguma recomendação?
Entrevistado: Que não é beco, mas uma piedosa procissão de reflexão comunitária. Que não
esqueçamos que é um dia de jejum pela Morte de nosso Salvador, e somente a água não quebra o
jejum. E que façamos a intenção de beneficiar da Indulgência Plenária oferecida pela Igreja àqueles
que participam devidamente da Via Sacra.
AO SACERDOTE
Guiar: Pai, vamos começar esta Via Sacra, quer dar alguma motivação ou reflexão?
Entrevistado: Revivamos os passos de Jesus no seu caminho pascal de Morte e Ressurreição,
reconhecendo que a sua Paixão continua hoje nas nossas vidas. Somos uma Igreja de nível
paroquial que peregrina seguindo o Salvador. A sua voz convida-nos a segui-lo com a nossa cruz e
estamos prontos para chegar ao fim do caminho. Somos solidários com todos os irmãos e irmãs que
sofrem. Carregamos a cruz com esperança, porque por trás dos rostos dolorosos de Jesus
encontraremos o rosto do Ressuscitado.
Guia: O que é o Mistério da Páscoa?
Entrevistado: Nessa vida surge a morte. Somente assumindo as atitudes de Jesus, isto é, sua
fidelidade ao Pai e aos homens concretos com sua história, a ponto de arriscar nossas vidas,
alcançaremos a vitória.
Guiar: Vamos receber os personagens com um canto.
PRIMEIRA ESTAÇÃO
A SENTENÇA DE JESUS
CENA 1
Narrador: Na casa do sumo sacerdote Caifás estavam reunidos os mestres da lei e as autoridades judaicas, satisfeitos
por terem conseguido capturar Jesus. Com seus espiões, eles haviam convocado à noite os 23 membros mais leais, o
mínimo para uma decisão do Sinédrio, um corpo de 70 anciãos responsáveis pelos assuntos civis, legislativos, judiciais
e religiosos do povo. Por mais de 40 anos, Anás foi o verdadeiro mestre de Israel, o todo-poderoso padrinho da máfia
sacerdotal que controlava o país. Seu genro Caifás era um mero fantoche. O templo era um bom negócio, pois
funcionava como um centro bancário e mercado de ofertas. Como cobras, estavam acostumados a juízes corruptos.
Acreditavam apenas nos interesses dos grandes. Os romanos aumentaram seu prestígio para fazer crer que os judeus
governavam a si mesmos; Mas ofereceram o cargo ao maior lance entre os colaboradores da política do invasor.
Sumo sacerdote: Que as testemunhas passem (solenemente, a todos) Juram, pelo Deus vivo,
declarar somente toda a verdade e toda a verdade?
Testemunhas: (uma mão ao peito, outra levantada ao lado do rosto com a palma da mão na frente,
cabeça curvada) juro.
Sumo sacerdote: Ouçamos a sua declaração.
Testemunha 1: Este homem disse: Eu posso destruir o templo sagrado de Deus e reconstruí-lo em
três dias. Isso significa blasfemar contra o templo; e a Lei ordena que os blasfemadores sejam
punidos com apedrejamento.
Testemunha 2: Além disso, todos nós vimos como ele profana abertamente o sábado, fazendo o
que é proibido e incitando os outros a violar o grande preceito do sábado ordenado por Javé.
Testemunha 1: Ele se proclama profeta e teve até a audácia de se igualar a Moisés, ao Messias, e
até mesmo à Lei e ao Altíssimo. Um blasfemador contamina nosso povo santo, e somente
apedrejando-o essa mancha coletiva pode ser removida.
Testemunha 2: Ele realiza milagres e até exorcismos sem autorização de nossos sacerdotes,
portanto, invoca o poder de Belzebu; a Lei ordena o desaparecimento de todos os invocadores do
diabo.
Testemunha 1: Ele discutiu abertamente com nossos líderes religiosos, opondo-se ao ensino deles.
E ele até blasfemou chamando Javé de Pai e dizendo: "Meu Pai e eu somos um". O sagrado Livro
do Levítico ordena punir com a morte quem blasfemar contra o nome do Senhor, abençoado para
sempre.
Testemunha 2: Perdoou os pecados, como se fosse Deus; confessou-se pastor de Israel, como o
próprio Deus; Ele ressuscitou alguns mortos, como se fosse o Senhor da vida; e até prometeu o
Espírito Santo, como se fosse o Altíssimo.
Sumo Sacerdote: Ele blasfemou, é prisioneiro da morte!
Sinédrio: Ele blasfemou, é prisioneiro da morte!
Sumo Sacerdote: Você tem algo a responder ou testemunhar a seu favor contra as testemunhas?
(Silêncio; Jesus nem olha para ele.)
Sumo Sacerdote: Você não tem nada a responder? O que é isso que eles declaram contra você?
Servo 1: Judeu desrespeitoso, responde o representante do Altíssimo na aldeia (ele lhe dá um tapa
no rosto).
Jesus: Se falei mal, prove-me; E se não, por que você me bateu?
Sumo sacerdote: Basta, Jesus. Em nome do Deus vivo, ordeno-vos que nos respondais: Tu és o
Cristo, o Filho de Deus?
Jesus: Você disse isso, eu sou. Isso mesmo, assim como você acabou de dizer. E anuncio-vos ainda
que a partir de hoje vereis o Filho do Homem sentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as
nuvens.
Sumo Sacerdote: (rasga seu manto) Ele blasfemou! Por que precisamos de mais testemunhas?
Você mesmo acabou de ouvir essas palavras ultrajantes.
Sinédrio: Ele merece a morte! Ele merece a morte!
Sumo sacerdote: Não temos "o direito da espada", é reservado aos cidadãos romanos. Então vamos
levar o preso para o nosso governador, que será o único a proferir a sentença. Só que vamos tentar
não entrar no palácio de um pecador para não nos contaminarmos, caso contrário, não poderíamos
celebrar a grande festa da Páscoa.
Servo 1: Mas que acusações podemos fazer a Pilatos e condená-lo à morte?
Sumo sacerdote: Vamos dizer que ele é um encrenqueiro galileano, você vê que eles temem os
galileus da guerrilha. Diremos que ele sonega impostos e que prega não pagá-los. Diremos que ele
pretende tornar-se rei, e é por isso que está a revoltar as massas; E isso é um crime gravíssimo de
traição. Porque não basta ser morto; Ele deve morrer vergonhosamente, para que seu nome seja
apagado para sempre da história.
(Entre impulsões, provocações e golpes são carregados pelos soldados).
Narrador: Pôncio Pilatos foi o quinto procurador romano a liderar a Palestina desde que Roma removeu Arquelau,
filho de Herodes, o Grande. A dura disciplina da Legião o tornava exigente. Ele via mal os judeus, já que a Palestina
era uma ilhota no império, eles não seguiam os costumes romanos, desprezavam abertamente os invasores, sentindo-se
escolhidos por Deus, e tinham muitos privilégios de autonomia concedidos por César Augusto. Assim que Pilatos de
Cesareia chegou, ele colocou as insígnias e bandeiras romanas no templo à noite, e no dia seguinte a multidão ocupou o
palácio pronta para morrer em vez de ser despejada, enquanto uma comissão em Cesareia pediu sua demissão, até que
cinco dias depois Pilatos cedeu. No Palácio de Herodes ele colocou alguns escudos dourados em homenagem a Tibério,
mas as pressões do povo o forçaram a retirá-los por ordem do próprio imperador. Sua rede de espionagem o mantinha
bem informado sobre a ação de Jesus de Nazaré. Ele bem sabia que, se agora as raposas judias vieram até ele, foi
porque tentaram armar uma armadilha para ele e tramaram o mal.
CENA 2
Pilatos: Que acusação você faz contra esse homem?
Sumo sacerdote: Nós o julgamos, e todo o Sinédrio o achou digno de morte por ir contra a nossa
Lei.
Pilatos: Então tome-o e julgue-o de acordo com sua Lei.
Sumo sacerdote: Não nos é permitido matar ninguém.
Pilatos: O que ele tornou digno da morte?
Sumo sacerdote: Descobrimos que esse homem é um agitador; não quer que César seja taxado; e
também se diz rei dos judeus enviados por Deus; se você aceitar, terá problemas com Roma, porque
é um crime de alta traição.
Pilatos: Quero falar só com ele.
Servo 1: Por favor, recue por um momento enquanto entrevista o preso em particular.
Sumo Sacerdote: Dúvidas sobre nós? Se ele não fosse um malfeitor, não o teríamos trazido até
você.
Servo 1: É uma ordem: retire-se por um momento, enquanto entrevista o preso.
Pilatos: Jesus de Nazaré, você é o rei dos judeus?
Jesus: Você me faz essa pergunta para si mesmo, ou outros lhe falaram sobre mim?
Pilatos: Sou judeu? Preocupo-me com suas distinções religiosas e seus problemas internos. A vossa
nação e os vossos pontífices entregaram-vos a mim. Basta que protesteis contra a fidelidade ao
império e me peçais misericórdia. Então você é rei?
Jesus: Você disse isso, eu sou rei, mas meu reino não é deste mundo. Se eu fosse rei como os deste
mundo, minha guarda teria lutado para que não caísse nas mãos dos judeus; Mas o meu reino não é
daqui.
Pilatos: Isso significa que você é verdadeiramente rei?
Jesus: É por isso que nasci e é por isso que vim ao mundo: para ser testemunha da verdade; Todo
aquele que é da verdade ouve a Minha voz.
Pilatos: Isso é uma questão de governo, não de discussões filosóficas; Trata-se de poder, não de
verdades; Além disso, podemos saber a verdade? O que é a verdade? Servo, chame o Sinédrio!
Servo 1: Vossa Excelência Caifás e Conselho Judaico do Sinédrio: Sua Excelência o Procurador
Pôncio Pilatos o convoca.
Pilatos: Não encontro culpa nele.
Sumo sacerdote: Você é um traidor de César se aceitar um rei rival que agita o povo. Além disso,
ele armou pessoas, disse muitas ofensas contra o império e suas instituições, tem contatos com a
guerrilha e com terroristas. Há uma razão pela qual Herodes não o queria na Galileia.
Pilatos: É galileu? Está então sob a jurisdição de Herodes, que agora está na cidade; leve-o a
Herodes, pois não quero problemas com ele.
Sumo sacerdote: Não é conveniente, porque a cidade já está acordada e não queremos publicidade,
na véspera da festa.
Pilatos: Leve-o ao Palácio de Idumeo; Esta será a nossa reconciliação depois de ter massacrado
alguns galileus sem o seu consentimento. Fora!. (Os soldados carregam Jesus em meio a insultos.)
Narrador: Herodes Antipas, filho de Herodes, o Grande, foi um político habilidoso que permaneceu à tona por quase
40 anos, e o imperador concedeu-lhe o título de tetrarca ou seja, um verdadeiro rei em um mundo onde as fortunas
subiram e caíram rapidamente. Traumatizado pelas brutalidades de seu pai, que em sua demência se lembrava da
esposa e dos irmãos que havia assassinado, ele era supersticioso, medroso, hesitante. Sua capital era Sepphoris. Casado
com a filha do rei Aretas, viveu publicamente em concubinato com a esposa de seu irmão Filipe, e por Herodias matou
João Batista, cujo fantasma o assombrava. Seus policiais o tinham bem informado sobre o novo inimigo a ser
eliminado, especialmente quando ele o chamava de raposa, por astúcia e ao mesmo tempo insignificante, porque ele
não era um leão poderoso, mas uma raposa que ostenta um poder que lhe falta. Mas Jesus teve que desaparecer mais
delicadamente; Ele não poderia repetir o erro cometido com o Batista. Agora que Pilatos comanda Jesus, ele tem a
oportunidade de demonstrar seu poder a Jesus. Ele convidou seu povo para presenteá-los com um show de
conjuradores, já que eles lhe contaram sobre seus prodígios.
CENA 3
Herodes: Bem-vindo, Jesus, todo este encontro vos espera; Todos nós tínhamos um grande desejo
de conhecê-lo. Como é possível que te tragam acorrentado e algemado, se você tem fama de santo e
milagroso?
Todos: Ha ha ha!
Herodes: Como você aprendeu bem as artes da magia, para arrastar as multidões e deixá-las
maravilhadas! Dê-nos uma demonstração, ou a fonte do seu poder à nossa frente secou?
Todos: Ha ha ha!
Herodes: Ele se vira para ver meu lindo rosto e olha para essa nobre multidão. Se você nos divertir,
você pode salvar sua vida, e nós seremos até mesmo seus seguidores e propagandistas.
Todos: Ha ha ha!
Herodes: Vamos lá, faça aqui as maravilhas que você conhece: multiplique os pães agora, ou
transforme água em vinho, ou adivinhe consciências, ou cure leprosos, ou acalme tempestades, ou
faça nosso dinheiro se render, ou descubra traidores. O que aconteceu? Ficou sem poder por tanto
exercê-lo?
Todos: Ha ha ha!
Herodes: Vejo que você insistiu em me fazer de bobo, porque você nem se dignou a levantar a
cabeça para me ver. E, no entanto, eu gosto de você; Você até me atrai como um brinquedo sexual,
não gostaria de mexer com o divino pequeno César?
Todos: Ha ha ha!
Herodes: Você está enchendo minha paciência com seu silêncio, Jesus. Você não acha que deveria
estar mais atento a mim? Eu posso salvar-vos. Basta que você me implore, como outros que
rastejaram aos meus pés.
Servo: Ele não quer te ouvir. Por que você não o manda para a masmorra e ordena sua morte?
Herodes: Olha, Jesus, quem ri da última gargalhada melhor. Atendimento gentil: Este galileu meio
analfabeto se proclama rei e tenta há três anos, mas não é verdade que ele é um pobre miserável que
não tem poderes?
Todos: Ha ha ha!
Herodes: Não há dúvida de que ele é louco. A gente tinha acreditado nele, mas ele é louco para
finalizar. Vamos colocar um vestido brilhante, daqueles que não são mais usados, e nos divertir
como se fosse o nosso rei. (Seus servos colocam o vestido de palhaço nele) Vou agradecer a Pilatos
por essa diversão que ele nos permite. E eu o devolvo a vocês como presente de Páscoa.
Todos: Ha ha ha!
Herodes: É assim que acabam os loucos que pensam que são reis. Salve, meu rei, ele manda
alguma coisa? Leve-o a Pilatos.
Soldado 1: (Enquanto o vendam e o tiram em zombaria) Salve, rei dos judeus! Sua Majestade
César ordena alguma coisa? Estamos aos Seus pés para não obedecê-Lo. Aqui você tem seus servos
mais desleais.
Soldados: Salve, Rei dos Judeus!
CENA 4 (Um grupo de pessoas entra gritando)
Gente: Liberdade para Barrabás! Barrabás! Barrabás! Barrabás!
Pilatos: Ah, esqueci. Para a festa da Páscoa tenho que libertar um prisioneiro. E vêm pedir-me a
liberdade de Barrabás. O que eles querem?
Gente: Presos políticos livres! Cumprimento da anistia pascal! Liberdade para Barrabás!
Pilatos: Vou propor aos meus assessores e vamos seguir os passos legais.
Gente: Justiça à justiça! Solte-o agora mesmo! Barrabás, Barrabás, Barrabás!
Pilatos: Vou propor dois para as pessoas escolherem. Por enquanto, traga Barrabás!
(Os soldados entram com Jesus)
Pilatos: Vocês de novo? Não era da jurisdição de Herodes?
Sumo sacerdote: Herodes nos remeteu de volta a você, para que você pudesse aplicar a pena de
morte.
Pilatos: Bem, eles vieram em boa hora, porque vou propor dois candidatos para se beneficiar da
anistia da Páscoa, e o povo vai escolher.
Sumo Sacerdote: A quem você compara esse?
Pilatos: Com Barrabás. Barrabás foi preso por assassinato em um motim. Ele tem um histórico
como ladrão. Ele é um líder da guerrilha zelote, que organizou muitas ações radicais de combate.
Sumo sacerdote: Jesus é pior, porque é um mosquito morto.
Pilatos: Jesus de Nazaré é um pobre homem iludido que quer mudar o mundo com base na verdade
e só é seguido por um grupo de doze que já fugiram, e tem beneficiado muitas pessoas.
Sumo sacerdote: Você está mirando o voto ilegalmente. Preferível um lutador radical que organize
o povo, e não um perigoso moleque.
Pilatos : Quem você quer libertar: o terrorista Barrabás ou Jesus, seu rei?
Sumo sacerdote: Solte Barrabás.
Povo: (Inspirado pelo Sumo Sacerdote) Barrabás, Barrabás, Barrabás!
Pilatos: Pergunto seriamente: você quer que eu solte Barrabás?
Gente: Barrabás, Barrabás, Barrabás!
Pilatos: E o que você quer que eu faça com aquele que você chama de rei dos judeus?
Sumo sacerdote: Crucifica-o como os malditos traidores e escravos.
Pessoas: Crucifica-o, crucifica-o!
Pilatos: Mas que mal ele fez? Não encontro nenhuma causa de morte nele.
Povo: (Ovacionado pelo Sumo Sacerdote) Crucifica-o, crucifica-o!
Pilatos: É razoável. Escriba do Império, escreva no documento que enviaremos a Roma o seguinte:
Hoje, 14, o terrorista Barrabás recebe liberdade pela anistia pascal, a pedido do povo.
Longinos: E o que faremos com Jesus?
Pilatos: Aplicai-lhe o castigo do flagelo romano.
(Os soldados o levam para o centro, continuando as provocações, e o amarram a uma pequena
coluna, retirando sua túnica e vendendo-o.)
Pilatos: Deixe-me apenas por um tempo. Retire tudo. Como estou zangado por ser pressionado por
turbas, que julgam por instintos, por suposições! Ainda mais que estou tenso com as pressões das
autoridades judaicas, que me usam para sua vingança. Não encontro culpa em Jesus, mas eles estão
me forçando a executá-lo na cruz.
Servo: A escrava de sua esposa, Cláudia, trouxe essa mensagem para você (Entregue a tábua
encerada).
Pilatos: (depois de lê-lo) sou aconselhado a evitar a morte deste galileu. Ele é mais do que um
adivinho religioso de desígnios secretos. Isso me assusta. Seremos objeto da vingança de um
semideus oculto? Mas eles já estão aplicando o flagelo romano a ele, e isso vai suavizar o povo, que
tem um coração e não vai deixar que o Sumo Sacerdote os manipule. Vendo-o, as pessoas terão
pena dele. Você o verá massacrado, sem forças, sem equilíbrio, com febre e tremores causados
pelos cílios, estando morrendo fisicamente. Vou pedir ao povo, e eles vão me dizer que basta como
castigo, para deixá-lo ir livre, afinal ele não causará mais problemas.
CENA 5
Narrador: Chamavam, com razão, a tortura do açoite de "meia morte", pois, se o prisioneiro conseguisse sobreviver,
ficaria marcado por toda a vida. O chicote era dado com chicotes que terminavam em figuras de chumbo, seja em
forma de bola ou estrela. Os judeus só podiam aplicar 40 chibatadas menos uma; Mas os romanos açoitaram o
prisioneiro até que ele estivesse exausto.
Soldado 1: (açoitando-o entre dois) Não tem como você ser um deus, porque se você fosse deus
nós não estaríamos te açoitando, quem morreria seria a gente.
Soldado 2: Parece que sua única riqueza foi sua mensagem e as pessoas, porque tudo foi tirado de
você.
Soldado 1: Você não veio como Messias e salvador da humanidade? Lá vai isso para ver se você
está salvo.
Soldado 2: Louco você acredita poder contra os romanos, aqui você está vendo seu poder tirânico.
Soldado 1: Você disse que salvou os outros com a ajuda de Deus, mas agora você não pode se
salvar.
Soldado 2: Faça o milagre de se salvar. Não pode, né? Bem, suas mãos estão amarradas.
Soldado 1: Fulmina-nos se você é Deus. Não temos medo de você, pelo contrário, olhe, nós
chicoteamos você.
Soldado 1: Pensar que poderíamos estar jogando dados no Pretório, mas eles diluíram nosso
descanso com seu caso fora do programa.
Soldado 2: Como esse maldito sangue incomoda quando você não disse uma maldição.
(Jesus desaparece, eles tentam reanimá-lo e elevá-lo)
Soldado 1: Achei algo estranho nesse prisioneiro. Ele não reclama ou xinga como os outros.
Soldado 2: Uma de duas coisas: ou ele é inocente, ou ele é um cínico.
Soldado 1: E se tivéssemos feito uma injustiça?
Soldado 2: Não faz mal; Só obedecemos. Um amigo próximo de seu grupo o traiu e o entregou; O
Supremo Conselho Judaico o condenou em um julgamento com várias testemunhas; o levamos a
Herodes; Pilatos pronunciou a sentença por pressão popular. Foi o seu povo que lhe virou as costas.
Soldado 1: Se você é um ser divino real, reduza esses patifes judeus a cinzas, eles são a pior coisa
que o Império tem.
Soldado 2: Sem dúvida, uma grande dor moral agora o assombra.
Soldado 1: Não vamos ser românticos, vamos nos divertir, brincando com ele o rei da provocação.
Soldado 2: Sim, pois vai levar tempo para se recuperar, porque sangrou muito e não provou
comida. Não há como Pilatos exigir logo sua aparição.
Soldado 1: Os judeus querem um rei. Vamos vesti-lo como um rei, e jogar em honras cortesãs.
Soldado 2: Aqui está essa clámida vermelha que usamos como jargão, é como se fosse o manto
real dele.
Soldado 1: Vamos amarrar suas mãos, embora a corda alimente suas feridas: são suas pulseiras.
Soldado 2: Agora, nós o sentamos neste cocho de cavalo, como se fosse seu trono.
Soldado 1: Ah, estamos com saudades da coroa. No pátio há um monte de galhos embaralhados,
ainda macios, com espinhos longos e pontiagudos. Agora volto com um capacete de espinheiro
como coroa.
Soldado 2: Não trema, Jesus. É assustador ou febre? Vamos tornar sua morte inevitável menos
grave.
Soldado 1: Aqui está a coroa. Ufff, não cabe. Esticar; Force-o a entrar. De jeito nenhum, você já
sangra, mas eu não consegui medir. Para tal rei, tal coroa.
Soldado 2: Você está melhor agora. Olhe para você, rei, na minha couraça. Ah, mas falta o cetro.
Soldado 1: No celeiro há um junco. Agora volto para ela, com ela estavam limpando o ralo.
Soldado 2: Como você achou que era rei, quando não tem ninguém para defendê-lo pagando
fiança?
Soldado 1: Aqui você tem seu cetro, meu rei.
Soldado 2: Somos seus vassalos e cortesãos.
Soldado 1: Eu me curvo diante de você, e como honra eu te dou este golpe, para que você possa
adivinhar quem foi.
Soldado 2: Fazemos piadas com você como inimigos levados cativos, mas o reconhecemos como
CENA 6 nosso rei: lá vão esses gargajos.

Pilatos: Longino, traga o prisioneiro!


Longinos: Soldados, tragam o prisioneiro.
(Trazem Jesus cambaleando com a clámida, o junco e a coroa de espinhos, sem túnica)
Pilatos: Estou com problemas. Temo a punição dos deuses se não aplicar a justiça. Temo o castigo
do Deus dos judeus se cometer injustiça com este galileu. Temo a punição de Roma se não agir com
cautela. Temo o castigo dos judeus vingativos que não sei onde vão reagir. Temo Jesus de Nazaré
que me incute um não sei o quê.
(Quando Jesus chega, Pilatos se levanta e o faz sentar em sua cadeira)
Pilatos: Fui apresentado a este homem como um amotinado da aldeia. Eu o questionei e não
encontrei culpa em Jesus de Nazaré. Nem Herodes, pois devolveu-nos sem que lhe tivesse sido
provada qualquer morte. Eis o Homem.
Sumo Sacerdote: Fora , fora, crucifica-o!
Gente: (instado pelo Sumo Sacerdote) Fora, fora, crucifica-o!
Pilatos: Mas que mal ele fez? Não encontro nenhuma causa de morte nele.
Sumo sacerdote: Se o libertares, não sois amigos de César, pois quem se torna rei é inimigo de
César; notificaremos César de sua traição.
Pilatos: Jesus, você tem o direito de falar em sua defesa. O que você diz sobre o que é acusado?
(Silêncio.) Mas o que você não ouve de todas as acusações feitas contra você? Você não sabe que
eu tenho poder para libertá-lo e poder para enviá-lo à cruz amaldiçoada?
Jesus: Você não teria poder se não tivesse sido dado a você do alto; Portanto, quem me entregou
em suas mãos é mais culpado do que você.
Sumo Sacerdote: Fora , fora, crucifica-o!
Gente: Fora, fora, crucifica-o!
Pilatos: Tomai-o e crucificai-o, pois nele não encontro nenhum crime; Ele não é nem criminoso,
nem louco perigoso, nem fanático.
Sumo sacerdote: Nós temos uma Lei, e de acordo com essa Lei ele deve morrer. Fora, fora,
crucifica-o!
Gente: Fora, fora, crucifica-o!
Pilatos: Vou crucificar o teu rei?
Sumo sacerdote: Não temos rei senão César.
Pilatos: Hipócritas, odeiam tudo o que soa como Roma; Há uma razão pela qual querem condenar
uma pessoa inocente.
Sumo sacerdote: Qualquer um que se passe por rei comete traição e pode ser condenado à morte
mesmo sem julgamento. Se você não crucificá-lo, você é um traidor do império e de César, e você
também morrerá. Fora, fora, crucifica-o!
Gente: Fora, fora, crucifica-o!
Pilatos: Traga água para lavar as mãos. Para constar, sou pressionado a fazer algo contra as minhas
convicções. (Lavar as mãos) Sou inocente do sangue deste homem justo.
Sumo sacerdote: Que o seu sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos.
Povo: Crucifica-O! Que o seu sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos.
Pilatos: Eu ordeno para Jesus a crucificação.
Sumo sacerdote: Não, não é assim que funciona. Aguardamos formalmente a sentença, com as
formalidades solicitadas pelo Império.
Pilatos : (de pé diante do trono, braço estendido e mão para baixo) "Iesus Nazarenus: ibis ad
crucem. Roma locuta". Jesus de Nazaré, você irá para a cruz; Roma imperial falou.
Sumo sacerdote: Ainda não é suficiente. Assine um documento escrito onde ordena sua morte, e
dita sentença pública, com as rubricas e selos do império, para não ter problemas depois.
Pilatos: É razoável. Escriba: escreva na mesa que Longino traz para execução, em latim, o seguinte:
"Iesus Nazarenus, rex iudeorum". Agora em grego: "Iesous nazarenos, o basileos tos iudaikatos".
Agora em hebraico: "Jesus de Nazaré, o rei dos judeus".
Sumo sacerdote: Não, não, não, não assim, mas: "aquele que se diz rei dos judeus".
Pilatos: O que está escrito, está escrito. Longino, para que todos entendam quem morre assim.
Longinos: Que preparem a cruz.
Sumo Sacerdote: Bravo, nós vencemos! Morra Jesus!
Aldeia: Morra Jesus, morra Jesus, morra Jesus.

SEGUNDA ESTAÇÃO
JESUS CARREGA A CRUZ
Longinos: Tira a cana de Jesus, e veste-a, e veste a sua túnica. Amarre a cruz aos ombros e pendure
a placa no pescoço. Quatro soldados cercarão cada prisioneiro. Os outros cercarão com suas lanças
para que as multidões não se aproximem deles. Os que estão a cavalo presidem a caravana e
terminam a guarda. Lembre-se das regras: um soldado que fere mortalmente um condenado, ou que
permite que alguém o faça, será responsável perante o Império, e até pagará com a própria vida.
Jesus: Quem quiser seguir-Me negue-se a si mesmo, carregue a sua cruz diária e siga-Me.
Longinos: Tende, Jesus, um pouco de água com fel; far-vos-á bem; Você está sangrando, o
caminho é longo e está quente.
Jesus: Deus retribui sua caridade, mas você pode precisar dela; Não me priveis da dor necessária
para expiar o pecado do mundo. Vou dizer ao Pai: "Livrai-me desta Hora" se eu vim para esta
Hora?
Longinos: Pelo menos um gole, para me mostrar que você não odeia pagãos.
Jesus: Nem um copo de água dado em meu nome ficará sem recompensa (tente, mas não beba).
Longinos: Para constar, eu só executo ordens; Não tenho nada contra você. Tentarei fazer-vos
sofrer o mínimo possível. Tenho muita experiência nessas execuções. Soldados: vamos pelo
caminho mais curto, porque o Nazareno pode não resistir.
Sumo sacerdote: Você não pode fazer isso, é ilegal. As leis dizem que os condenados devem ser
vistos por toda a cidade que poluíram com suas infâmias. Que se caminhe pela cidade.
Pueblo: Deixe-o passear pela cidade!

TERCEIRA ESTAÇÃO
O PESO DA CRUZ
Longinos: Ajude o prisioneiro com a cruz, que já está arrastando os pés e tropeçando com
frequência, é muito fraco, traz febre, e o chão é irregular, não caia.
Sumo sacerdote: O lixo é jogado no chão, deixa cair, bota na pressa.
Longinos: Cuidado, soldados (Jesus cai) Mas do que vocês estão cuidando, soldados estúpidos?
Soldado 1: Ele foi empurrado e caiu.
Longinos: Como grão de trigo caído no sulco; como pão de criança jogado aos cães; como um
verme, não um homem.
QUARTA ESTAÇÃO
JESUS E SUA MÃE
Longinos: Deixe passar a mãe do condenado.
Sumo sacerdote: Pena de morte também para quem deu à luz criminosos. Fora com essa mãe!
Gente: Fora essa mãe!
Sumo sacerdote: Que também preguem na cruz o ventre que o carregava e os seios que o
amamentavam.
Gente: Fora essa mãe!
Sumo sacerdote: Vamos limpar Israel das mulheres que se unem às cabras e das víboras que deram
à luz demônios.
Gente: Fora essa mãe!
Maria: Meu filho.
Jesus: Mãe, chegou a hora.

QUINTA ESTAÇÃO
SIMÃO DE CIRENE AJUDA JESUS COM A CRUZ
Longinos: Ei , você, venha aqui! Sim, não faça isso, estou falando com você. Você é forte,
enquanto o condenado não pode mais continuar. Então pegue a cruz e leve-a até o topo!
Cireneu: Não posso, tenho um emprego pendente e devo voltar logo.
Longino: É uma ordem, tome a cruz!
Cireneu: Seria uma vergonha para mim ajudar um criminoso, e em público. Realmente: não tenho
tempo.
Longinos: Dê-lhe 20 chibatadas e leve seus pertences!
Cireneu: Ok, tudo bem, eu vou te ajudar; Então, para o bem, todos nós puxamos.
Longinos: O que você está murmurando sob sua respiração?
Cireneu: Que eu vou te ajudar. Mas, para constar, não tenho nada a ver com a causa dessa
execução, está claro? Afinal, eles nem agradecem.

SEXTA ESTAÇÃO
VERÔNICA E O ROSTO DE JESUS
Verônica: (faz seu caminho através dos soldados da cerca) Tua face eu buscarei, Senhor, não
esconda a tua face de mim.
Jesus: Não escondi o rosto dos insultos e das cusparadas; Tomei sobre mim os crimes do mundo.
Veronica: Tu és o mais belo dos homens; a imagem viva do Pai; A graça é derramada em seus
lábios.
Jesus: Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.
(Verônica está enxugando o rosto)
Sumo sacerdote: Tira aquela mulher que está nos divertindo. Esta tarde começa a grande festa da
Páscoa e pede que morram antes do pôr do sol.
Gente: tira, tira, tira!
Sumo sacerdote: Hanseníase para leprosos; É preciso acabar com os cúmplices dos que
desrespeitam a lei.
Longinos: Soldados! Tire essa mulher de lá.
Veronica: Aqui está o rosto do Senhor impresso em minha tela. Imprima seus sentimentos em
mim.

SÉTIMA TEMPORADA
A CRUZ FICOU MAIS PESADA
Longinos: Soldados, o prisioneiro está se recuperando muito! Ajude-o a não cair! (Jesus cai) Por
que não o detiveram, soldados inúteis? Querem ser recompensados com castigo?
Soldado 1: Não podíamos parar. Parece que ele lhe deu uma convulsão, uma síncope.
Soldado 2: Traga água para jogá-lo, caso seja insolação.
Longinos: Limpe a área para que os curiosos não tirem o ar.
Sumo sacerdote: Tanta doutrina lhe passou pela cabeça, e ele começou a tropeçar e cair no erro.
Um cego que se torna um guia para os cegos, mais cedo ou mais tarde, cai no buraco. Morda a
poeira, veja se é igual!
Gente: Deixa ele comer sujeira!

OITAVA ESTAÇÃO
AS MULHERES CHORAM QUANDO ENCONTRAM JESUS
Mulher 1: Pobre de você, Jesus, olha como eles te deixaram!
Mulher 2: Não há esperança de que você sobreviva.
Longinos: Avante, para frente, avançando, soldados, não parem, soldados, está ficando tarde.
Soldado 1: É que o preso parou na frente de algumas mulheres.
Longinos: Retire essas mulheres.
Soldado 2: É que entre eles está a nobre Joana, a esposa de Cusa, o administrador de Herodes e
outras pessoas influentes.
Longinos: Então espere um momento e seja educado.
Mulher 1: Sem ti nos sentiremos muito sós, Jesus.
Mulher 2: Mal havíamos encontrado a felicidade, quem nos guiará agora em apuros?
Soldado 1: O que você ganha chorando? Eles estariam no julgamento intercedendo por ele ou
colocando suas influências em jogo.
Mulher 1: Por que você é tão maltratado, Jesus, se você é inocente?
Mulher 2: Por que a injustiça triunfa sobre o bem?
Jesus: Obrigada, Juana, Nique, Marcela, Elisa, Lídia, Valéria, Ana, filhas de Jerusalém. Não
choreis por mim, mas chorai por vós mesmos, pelos vossos pecados e pelos dos vossos filhos, dos
carrascos, dos da cidade.
Mulher 1: Beba, Jesus, desta mirra, que te entorpece um pouco e te faz sofrer menos.
Jesus: Agradeço e agradeço a todos. Mas quero provar o cálice da ira de meu Pai totalmente são.
Mulher 2: Agora abençoa-nos, Jesus, pois sem ti ficaremos na maldição.
Jesus: Estão enganados, pois é agora que se manifesta a glória de meu Pai. Abençoe a Deus, Joana,
por não ter filhos que sofrem isso. Mães, chorem por seus filhos, pois esta hora não ficará impune...
E que castigo! Se isso acontecer com os inocentes, o que acontecerá com os culpados? As mães
daquela hora hão de chorar por terem seus filhos vivos; E será sorte quem cair sob os escombros.
Eu te abençoo.
Longinos: Chega, acabou a licença, temos que seguir em frente. Mulheres, afastem-se!
Jesus: Não choreis por Mim, mas por vós mesmos e pelos vossos filhos. Se isso acontecer com a
árvore verde, o que acontecerá com a seca? Vá para casa e peça meu trabalho.

Nona ESTAÇÃO
O PESO DA CRUZ TORNOU-SE INSUPORTÁVEL
(Jesus cai)
Longinos: Largaram de novo?
Soldado 1: E desta vez ele parece morto.
Soldado 2: É que ele já está muito fraco. Era muito açoitá-lo e depois mandá-lo para a cruz.
Longinos: Levante-o e amarre cordas em sua cintura para ajudá-lo; A palavra de ordem é que ele
chegue vivo ao local da execução.
Sumo sacerdote: Ele deve morrer somente na Cruz.
Gente: Que ele não morra fora da cruz!

DÉCIMA ESTAÇÃO
SOLDADOS TIRAM AS ROUPAS DE JESUS
Longinos: Tire a roupa do sentenciado para executá-lo. Lembre-se que se há algo bom, é o seu
saque e pagamento pelo seu trabalho.
Soldado 1: Túnica artesanal, em peça única, ajustada ao seu tamanho Vale a pena manter!
Soldado 2: Sem dúvida, sua mãe a teceu com amor. Mas vai doer quando você arrancar, porque
grudou nas feridas e vai reabri-las.
Longinos: Não importa que as feridas sejam reavivadas, afinal, a hora da morte está se
aproximando.
Sumo sacerdote: Suas vergonhas serão expostas, amaldiçoadas do Altíssimo, como Adão e Eva
quando pecaram, e você não terá ninguém para resgatá-lo ou cobri-lo. Como as prostitutas que
ensinam seu despudor.
Jesus: Nu saí do ventre de minha mãe, e nu voltarei a Ele; bendito seja o nome do Senhor.
Sumo sacerdote: Todos terão vergonha de vê-lo e desviar o rosto, porque Deus lhe negou Sua face
e você morre sob Sua maldição.
Jesus: Nosso corpo é o templo de Deus, e o templo de Deus é santo. Glorificai o Pai com vossos
corpos.

ESTAÇÃO ELEVENTH
JESUS, OS PREGOS E A CRUZ
Longinos: Vamos começar bem o trabalho, e eu não quero que nenhum deles fique atolado, ok?
Um de vocês é montado em sua cintura para evitar que você se mova muito nas convulsões que
causarão as unhas e parar seus braços. Dois cuidarão da mão esquerda: um para e outro crava a
unha no lugar que eu indicar. Os outros dois no outro braço. Assim que terminarem, vamos elevá-lo
à altura adequada. (Eles estão executando a operação.)
Narrador: Uma crucificação era um espetáculo brutal de carnificina, sangue, blasfêmias e gritos. O drama do Calvário
é uma tragédia. Jesus sente-se tremendamente sozinho, com o horror daqueles que morrem jovens, sem ver seu trabalho
feito, odiado, desprezado, desacompanhado e tremendamente consciente. Cada movimento multiplica as dores em suas
mãos; o peso de seu corpo prolonga suas feridas; luta para endireitar o ar; O afundamento do corpo produz
sufocamento e estertores.
Soldado 1: Parece que sua única riqueza são pregos e madeira, porque tudo foi tirado de você.
Sumo Sacerdote: Você não veio como Messias e salvador da humanidade? Por que você não se
salva?
fariseu: Seu padrinho Belzebu já o abandonou? Há apenas cinco dias você pediu que ele te
glorificasse, por que você não o lembra de sua promessa?
Sumo Sacerdote: Blasfemo; Ele disse que salvou os outros com a ajuda de Deus e agora não pode
se salvar.
Soldado 2: Afaste-se, você nos impede de erguê-lo.
Sumo sacerdote: A Torá diz bem: Amaldiçoado é aquele que está pendurado em uma árvore.
Fariseu: Ele depositou sua confiança em Deus; se Deus o ama, que o liberte, pois Ele mesmo disse:
Eu sou o Filho de Deus.
Sumo sacerdote: Ele salvou os outros e não pode salvar a si mesmo. Vejamos, que o rei de Israel
desce agora da Cruz e nós creremos nele.
Fariseus: Olá! vós que derrubais o templo e o reedificais em três dias, libertai-vos da tortura, descei
da cruz se sois o Filho de Deus.
Sumo Sacerdote: Você não sabia que o glorioso templo de Israel é intocável e é por isso que você
está morrendo?
Fariseu: Louco você destrói e reconstrói, desce da cruz e nós acreditaremos em você. Quer que
acreditemos em você? Faça o milagre. Não pode, né? Bem, suas mãos estão pregadas e você está
nu.
Sumo sacerdote: Fulmina-nos se você é Deus. Não temos medo de você, pelo contrário, olhe,
cuspimos em você.
Longinos: Soldados, retirem essa ralé, que vocês não deixam funcionar.
Soldado 1: Como incomodam aqueles que só vêm a um show de morbidez e sangue e não deixam o
trabalho à vontade.
Soldado 2: E três meses depois, ninguém se lembra do executado.
Soldado 1: Vamos jogar dados, por que não sorteamos nossas roupas?
Sumo sacerdote: Cuidado com suas feitiçarias, você, que tem suas roupas, pois dentro está o sinal
do inferno.
Longinos: Um é tocado pelas sandálias do prisioneiro; a outro o manto; a outro, o véu da cabeça; a
outro, o cinto de couro.
Soldado 2: O único problema é a túnica, sem costura, à sua medida, em uma só peça; Seria quase
um pecado rasgá-lo em pedaços.
Soldado 1: Não importa que não seja um manto de rei, vamos jogá-lo em lotes, para ver em quem
ele toca. Jogue os dados no capacete e vamos começar.
Soldado 2: Mas vamos ficar longe da cruz, porque aquela maldita gota de sangue incomoda.
Soldado 1: Um sangue que nunca voltará às suas veias.
Soldado 2: Traga o vinho e vamos celebrar o triunfo, ou a derrota.
Longinos: Os outros soldados têm o pagamento dado a eles pelo Império. Pare as pessoas, não se
aproxime.
DÉCIMA SEGUNDA ESTAÇÃO
JESUS MORRE NA CRUZ
CENA 1
Soldado 1: Achei algo estranho nesse prisioneiro. Aqueles que o enviaram para a cruz perderam a
cabeça por causa do ódio acumulado, enquanto o condenado está muito calmo.
Soldado 2: Desça, e Roma o colocará no Capitólio e o adorará como divindade.
Sumo Sacerdote: Como é doce a vingança! Finalmente podemos dormir em paz.
Narrador: Jesus não implora para ser retirado da cruz, nem para apressar sua morte, nem para a compreensão de seus
inimigos ou de seus discípulos, mas perdão para Anás, Caifás, Judas, os sacerdotes e escribas, Pilatos e nós. Fiel aos
seus ensinamentos, não há rancor em seu coração, mas amor ao extremo. Ele morre para nos salvar. Apostou em nós
quando podia nos condenar.
Jesus: Pai, perdoa-lhes, pois eles não sabem o que estão fazendo.
CENA 2
Narrador: Os ladrões não eram trupes de teatro, mas dois bandidos debatendo a morte como punição por seus erros
obstinados, rebeldes a estruturas injustas, raivosos contra si mesmos e contra tudo.
Ações: Porra a hora que eu nasci. Amaldiçoado é o governador romano. Maldita é a sociedade
hipócrita, inimiga de todos os miseráveis, que sempre protegeu os ricos e se volta contra nós.
Malditos todos vocês. Se pudesse, golpeava-os com a cruz na cabeça, a começar pelo centurião.
Dimas: É muito difícil ter que terminar assim, Gestas, mas o que valeriam as leis sem punição?
Roubamos, roubamos, estupramos e agredimos, e sofremos as consequências de nossa
impertinência. Não adianta reclamar; Morreremos como vivemos. A dignidade deste profeta da
Galileia nada lhe diz?
Gestas: Que escravo desprezível! Se tudo o que é dito sobre ele é verdade, e ele opera milagres,
por que ele não faz uma façanha de magia e se livra da maldita cruz? Ele caminha humildemente
em direção à sua morte como um indefeso. Então você é o Cristo? Salve-se e salve-nos.
Dimas: Você não teme a Deus enquanto está na mesma tortura? Nós merecemos; Mas não fez nada
de errado.
Narrador: Dismas jogou a última cartada ao sair de sua tragédia, descobrindo a dignidade de Jesus e a justiça.
Somente a morte de uma pessoa justa pode fazer o mundo girar. E, pelo seu ato de fé, Jesus lhe dá sua glória
imediatamente.
Dismas: Jesus, lembra-te de mim quando chegares ao teu Reino!
Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Hoje estareis Comigo no paraíso.
CENA 3
Narrador: Chegou a hora de Jesus e sua Mãe reaparece, pois ela terá um lugar central na história da salvação. Jesus a
convoca ao Calvário para confiar-lhe uma nova missão.
Longinos: Deixe a mãe do executado se aproximar de seus companheiros.
Jesus: Nova Eva, mãe dos vivos, que órfão o mundo será agora que estou partindo! Mulher, aí está
seu filho. Amado discípulo, pródigo para que voltes a ser filho: aí está a vossa Mãe. Receba-o em
casa e conte-o entre seus pertences íntimos. Você vai fazer o meu lugar.
Narrador: Maria sente novamente o seu ventre rebentar de fecundidade, como na Anunciação. A Morte de Jesus é
agonia e parto; Maria está nos dando à luz em meio a grandes dores.
CENA 4
Soldado 1: Este prisioneiro não foi morto por desidratação.
Jesus: Se você conhecia o dom de Deus e quem é que lhe pede para beber. Eu estou com sede! Eu
estou com sede! Eu estou com sede!
Longinos: Mergulhe uma esponja em vinho agridoce e coloque-a nos lábios.
Narrador: Com milhares morrendo, Jesus profere esta frase. Ele tem uma sede imensa de nossa salvação; Não se
contenta com água e vinagre, mas com a nossa mudança de mentalidade e de vida.
CENA 5
Soldado 1: Que praga de mosquitos tão irritantes! Eles são atraídos pelo cheiro de sangue e suor.
Soldado 2: Vamos ver se eles se acalmam com as chuvas, porque está nublado a partir do meio-dia,
há tempo quente e vento frio, e tempestades de terra preta.
Narrador: Amós havia anunciado: "Escurecerei a terra ao meio-dia" (Amós 8:9). O silêncio de Deus doeu-lhe a alma.
A ausência de seu Pai não é um inferno? Jesus, carregando os pecados da humanidade, é o objeto da ira de Deus, uma
maldição, e isso causa angústia e temor pela própria salvação. Cristo tornou-se uma maldição para nós (Gálatas 3:13),
tornou-se pecado (2 Coríntios 5:21), Jesus na cruz experimenta a si mesmo um pecador. Como se suas mãos tivessem
esfaqueado inocentes e metralhado nas quatorze mil guerras da história. Como se seus lábios tivessem contado todas as
mentiras da história, todas as blasfêmias, todos os insultos, e tivessem dado todos os beijos sujos. Como se seu coração
fosse um bloco de ódio, inveja, ganância, incredulidade e crueldade. E recite o salmo conosco pecadores.
Jesus: Ahhhh! Ahhhh!
Soldado 1: Que estranho! sofreu açoites sem gritar; E ele não gritou durante a cruel execução.
Soldado 2: Sem dúvida, uma grande dor moral agora o assombra.
Jesus: Helói, Elói, Sabactani lamah!
Soldado 1: Parece que ele chama Elias, quem será?
Soldado 2: Um profeta que viria antes do julgamento. Vamos ver se vem.
Jesus: Meu Deus, meu Deus! Por que você me abandonou?
CENA 6
Narrador: Morrer não é um salto trágico para o vazio, mas descansar nos braços fortes e amorosos de um Pai,
dedicado a ser pai, pai único, antes de tudo pai, acima de tudo pai e pai central. Jesus veio para cumprir a vontade de
Seu Pai. Jesus aproveitou a experiência de todos os moribundos da terra, para devolvê-la ao Pai como oferta.
Jesus: Tudo se cumpre. Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.
Longinos: Jesus de Nazaré morreu. Inclinando a cabeça, entregou o espírito. Verdadeiramente este
homem era o Filho de Deus (ajoelha-se).
Soldado 1: A ordem veio para quebrar os pés dos executados para que morram asfixiados e se
joguem na vala comum hoje, antes que o grande descanso comece.
Longinos: Jesus já está morto. Vamos dar a ele o pitch de certificação (ele recebe o lançado).

DÉCIMA TERCEIRA ESTAÇÃO


MARIA RECEBE EM SEUS BRAÇOS O CORPO DE JESUS
Longinos: Senhor José de Arimateia: veio a permissão para você dispor do corpo do falecido Jesus
de Nazaré.
José de Arimateia: Quem nos ajuda? Onde estão seus doze veteranos?
Juan: Aqui estou, senhor, e o rabino Nicodemos pode nos ajudar. Entre nós e outros voluntários
vamos baixar. (Eles colocam a lona no peito para que o peso caia, apoiados por dois atrás das
axilas, e um o segura na frente; e eles removem as unhas e gradualmente abaixam o corpo. Maria
está sentada na pedra ao lado)
José de Arimateia: Temos de nos apressar, porque em menos de uma hora começa a pausa da
Páscoa.
Juan: Tenha cuidado, porque o corpo já está rígido após três horas, e pode ser desmembrado.
Maria: Mas onde vamos enterrá-lo? Não tenho dinheiro para as despesas. Quem nos emprestará um
lugarzinho para deixar meu Filho?
José de Arimateia: Tenho um túmulo novo que tinha escavado para a minha família. Entrego-o de
bom grado ao Mestre, Sra. Maria.
Maria: Deus deve retribuir-lhe, senhor. Meninas, me ajudem a lavar suas feridas, pegar água, eu
gostaria que tivéssemos perfumes e mirra para preparar o cadáver!
José de Arimateia: Eu trouxe cem libras, se eles te servem, lá estão eles; Mas rapidamente, comece a
operação, porque o tempo voa (as mulheres pegam as ânforas, espalham a mortalha no chão e se
cercam, sem bloquear a visão do público).
José de Arimateia: Coloque a mortalha no chão, no sentido do comprimento, e coloque o corpo por
cima; Cruze os braços sobre a barriga.
Juan: Vende a cabeça para fechar a boca. Ficou aberto e chueca para a direita.
Nicodemos: Ungimos o Messias salvador, esperando que Ele nos unga para nascermos da água e do
Espírito.
Maria: (enquanto eu estava fazendo as unções) Filho, eu não podia fechar seus olhos diante de sua
morte, mas agora eu faço, olhos machucados e desmesuradamente abertos. Como os novos filhos que
me deste, Filho da minha alma! Limpe seu rosto pálido, sangrando, inchado e deformado. Limpe e
beije seu coração ferido, suas mãos e pés perfurados. Acaricio suas mãos, que acariciavam tantas
almas. Como dói a ferida do seu lado, onde bate o coração com amor pelo Pai e por todos os seres
humanos. Como vossa mãe, dou-vos a minha última bênção; Mas você, como Redentor, me abençoe
agora.
José de Arimateia: Deixe o Sudário cobri-lo longitudinalmente, atrás e à frente. Depois, envolvem-no
com as ataduras como uma múmia. E finalmente colocaram a mortalha em sua cabeça.
Juan: Mãe, a provação acabou, a redenção foi realizada. Cumpristes a vossa missão de mãe de Jesus,
concebendo-O, alimentando-O, ajudando-O na vida e na morte. Você foi Sua força na dor, Sua
companheira de viagem, Aquele que orou por Ele em Seus longos dias. Agora aqui você tem nós (as
mulheres, após a operação, são colocadas atrás de John).
Maria: Meu Jesus, se a minha dor é útil à obra de salvação que viestes fazer, aqui está, tomai-a. Agora
continuarei a receber cada um de seus seguidores como meu filho, e terei o mesmo cuidado que tive
com você. Obrigado, Filho, por me convidar para colaborar contigo.

DÉCIMA QUARTA ESTAÇÃO


O SEPULTAMENTO DE JESUS
Juan: Não conseguimos preparar bem o corpo, porque o grande sábado quase começa. Então não
vamos fazer toda a operação; Será temporário.
Maria Madalena: Vamos, assim que o sábado passar, embalsamar o corpo e terminar a operação. Só
precisaremos de alguns homens para correr a pesada pedra da entrada.
José de Arimateia: Por enquanto, eles colocam seu cadáver no nicho no fundo da caverna. Se
quiserem, podem deixar na varanda, na louça, os perfumes e a mirra que sobraram, para que depois as
mulheres possam continuar com mais calma a preparação do corpo.
Sumo sacerdote: Senhoras e Senhores Deputados, por favor, desocupem o local, porque as
autoridades judaicas e romanas fecharão o túmulo. Você acha que será fácil roubar o cadáver e depois
afirmar que ele foi ressuscitado? Eles estão errados!
Soldado 1: Por ordem do judiciário imperial, rolar a pedra na entrada do túmulo, e os soldados
afixarão os selos imperiais. Quem ousar estuprá-las será prisioneiro do Império. A Roma Imperial
falou.
ESTAÇÃO ADICIONAL (
OPCIONAL)
DÉCIMA QUINTA ESTAÇÃO
A RESSURREIÇÃO DE JESUS
Soldado 1: (Com as lanças cruzadas em X na porta do túmulo) O que é a vida. Esse homem estava
desgastado por seus ideais, as autoridades o temiam, originou um grande movimento de renovação
espiritual. Mas olha onde foi parar. Não somos nada.
Soldado 2: Somos uma cana frágil que pode desmoronar a qualquer momento.
Soldado 1: Não sei por que ainda nos têm aqui, pois não há como os mortos ressuscitarem.
Soldado 2: Esses judeus parecem ter medo até dos mortos.
Soldado 1: O que seus discípulos ganhariam roubando o corpo, se ele estivesse morto!
Soldado 2: Eles não são encorajados, onde estavam quando da execução? Escondendo-se e
tremendo. De onde vão tirar valor?
Soldado 1: E quem poderia acreditar na história de que ele não morreu, se todos nós os víssemos?
Aconteceu no grande feriado nacional dos judeus e no meio da capital.
Soldado 2: Pior ainda se saírem com a história de que ele ressuscitou. É verdade que queremos ter a
vida eterna, mas, coragem, com a morte tudo acaba.
Soldado 1: Quando os poetas falam de ressurreição, estão usando um símbolo para dizer que, com
esperança, podemos recomeçar; mas vivos, não mortos.
Soldado 2: E mesmo que seus discípulos dissessem que ele está vivo, quem o suplicaria para seguir
o engano?
Soldado 1: É impossível que aquele corpo tão despedaçado que derramou até mesmo a água das
veias ou do coração volte a ter vida.
Soldado 2: Ele era até duro. Ele morreu primeiro do que os outros dois. Não sei por que eles têm
tanto medo.
Soldado 1: Parece que ele havia prometido que ressuscitaria no terceiro dia.
Soldado 2: Ele não conseguiu nem se livrar de uma morte injusta e vergonhosa, que poderes ele
terá depois que morrer?
Soldado 1: E se ele realmente fosse um deus?
Soldado 2: Não faz mal. Os deuses não se rebaixam a esse nível, são egoístas que só buscam sua
felicidade e brincam conosco.
Soldado 1: É verdade. Podemos dormir tranquilos, ou até mesmo passear. A troca da guarda está
muito longe.
Soldado 2: Não, você sabe os terríveis castigos que na milícia romana são dados aos infratores. Ser
desertor é ser morto.
Soldado 1: E o pior: ter que enfrentar as autoridades romanas e judaicas.
Soldado 2: A pedra está se movendo!
(A pedra rola, o Cristo ressuscitado sai, os soldados caem com medo e o anjo fica de lado.)
Anjo: Ele não está aqui. Ele ressuscitou. Você vai encontrá-los em todos os caminhos da vida. Não
procureis entre os mortos os vivos. Cristo ressuscitou.

Você também pode gostar