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0st

O EVANGELHO DE MARCOS

INTRODUÇÃO:

O Evangelho de Marcos é considerado um dos Evangelhos sinóticos, sendo


o mais breve dos
trés. Geralmenteé considerado como o primeiro que foi escrito
embora esse fato não tenha um consenso unanime. Muitos consideram Marcos o
vro mais importante do mundo, visto que serviu de fonte para os outros evangelihos
eeo primeiro relato da vida de Cristo que a humanidade conheceu

O Evangeiho de Maroos não apresenta a si mesmo como uma biografia, mas


como uma narrativa ou esboço breve, ainda que altamente dramática, que tem

comoseutema centralretratara Jesuscomo operador de milagres.comoo profeta


eo Messias, e também como Ele veio a ser crucificado, e ainda, como podemos ter
esperança de vida etena na pessoa dEle Aproximadamente vinte por cento da
narrativa inteira está voltada para a "semana da paixão", porquanto éé
essencialmente nesse ponto, na grandiosa história do triunfo de Jesus sotbre a
morte, que o cristianismo deriva a sua significação impar
O Evangelho de Marcos nao se preocupa muito em mostrar os ensinamentos
de Jesus, visa mais apontar para uma descrição das operaçbes miraculosas do
Senhor. Esse fato requer a existéncia de outr0s evangelhos, e são os
evangelho0s
de Mateus, Lucas e Joao, que preenchem essa lacuna

cONTEUDo
Marcos da énfase à aeçã2, pouco se detém aos ensinamentos de Jesus, de
forma dinamica Marcos troca as cenas,
mostrando Jesus sempre em movimento
curando, expulsando demónios, confrontango adversários e instruindo_os
iscipulos. Essa narrativa de ritmo rápido é marcada por seis afrmaçbes dee
transição, que divideo relato de Marcos em sete seçoes básicas

1. Antecedentes do ministério (1.1-13)


2 Primeira parte do ministério
na Galiéia (1.16-36)
Encontramos aqui a primeira das seis afirmaçdes de
Os versos 14 e 15 são o importante sumario transição
a entrada de
Jesus na Galiléia, anunciando a boa noticia de
que os tempos
do cumprimento chegaram e que o reino
estava proximo
3. Segunda parte do ministério na Galiéia (3 13-543).

16
Encontramos aqui a sequnda afirmação de transição. Os
ersos de 7 a 12 mostram a imensa popularidade de Jesus,
destacando seu ministério de cura e exorcismo.

4. A fase final do ministério na Galiléia (6.7-8.26);

Encontramos aqui a terceira afirmação de transição. Do verso


1 ao 6 veremos a mudança de Jesus da regiäo do mar da
Galiléia, para sua cidade, Nazaré, na região montanhosa da
Galiléia.

5. O caminho da glória e do sofrimento (8.27-10.52);

Encontramos aqui a quarta afirmação de transição. A ênfase


agora passa das multidões e do poder de Jesus vistos nos
e a cruz.
milagres para os discipulos
6. O ministério final em Jerusalém (11.1-13.37)

7. As narrativas da paixão e do túmulo vazio (15.1-16.8).


Encontramos aqui a quinta e a sexta afirmações de transição.
da paixão e no
Nos capítulos 14 e 15 temos a narrativa
16 encontramos o relato do túmulo vazio.
capitulo

AUTOR:
Marcos é anônimo. Buscando
A semelhança dos outros três Evangelhos,
séculos foi
Marcos dos demais evangelhos é que nos primeiros
distinguir
acrescentado o titulo "Segundo Marcos".

eclesiástica mais antiga, no tocante à origem ou autoria do


A tradição
nos é fornecida por Papias, bispo de Hierápolis
evangelho de Marcos, é aquela que encontramos
cerca de 140 D.C. Na obra: "História Eclesiástica" de Eusébio,
em realmente se
também costuma dizer: Marcos, que
"Isto o presbítero
suas citações:
escreveu com exatidão, tanto quanto podia
tornou o primeiro intérprete de Pedro,
embora não em ordem'. Pois
sobre as coisas feitas e ditas pelo Senhor,
relembrar, mas em período posterior,
ouvira o Senhor, nem fora seu seguidor pessoal,
ele nem os
adaptar
costumava
passara a seguir a Pedro, que
conforme eu disse, estivesse traçando
mas não como se
necessidades do momento,
ensinamentos às
de tal forma que Marcos nãoo
narrativa corrente dos oráculos do Senhor,
uma conforme podia lembrar-se
ao e s c r e v e r certas questões,
incorreu em equivoco coisa
um objetivo em
mira. A saber, não deixar de fora
delas. Pois tinha apenas
ouvira e nåo incluir entre
elas qualquer declaração falsa".
alguma das coisas que

17
Irineu, bispo de Lião, em sua obra: "Contra as Heresias", declarou: "Após o
falecimento de Pedro e de Paulo, Marcos, o discipulo e intérprete de Pedro,
pessoalmente deixou-nos de forma escrita aquilo que Pedro proclamara.
Outros pais da lgreja, incluindo Justino, o mártir, Tertuliano, Clemente de
Alexandria, Origenes e Eusébio, confirmaram Marcos como autor desse evangelho.
Também associamo evangelho de Marcos com o testemunho do apostolo Pedro.
Marcosé o mais aramaico dos evangelhos, o que evidencia ser um relato da
afinado
palavra falada de Pedro. O esboço desse evangelho, ainda está
como
conteúdo do evangelho pregado por Pedro na casa de Cornélio (At. 10).

Detalhes sobre o autor:

O nome completo do autor é João Marcos, sendo que João é sey nome

hebraico e Marcos seu nome romano. DiaSPORA


Temos algumas informações importantes sobre
esse personagem da

Escritura
1. Marcos era filho de Maria, uma cristã que hospedava cristãos

em sua casa (At. 12.12). Isto mostra que Marcos pertencia a


uma família de posses;
missionária de Paulo e
2. Marcos participou da primeira viagem
Barnabé (At.12.25). Saindo de Jerusalém, foi morar em

com eles para a primeira


Antioquia da Síria, de onde saiu
Galácia.
viagem missionária na região da
missionária no meio do
3. Marcos desistiu da primeira viagem
caminho (At. 13.13). Não sabemos ao certo o motivo da

desistência, mas podemos declinar três sugestões:

largar região costeira e ir para O


3.1. Paulo decidiu a

interior, onde os perigos eram imensos

da viagem, atê
3.2. Paulo passou a ocupar a liderança
então ocupada por Barnabé;

3.3. A insegurança caracteristica


de sua própria juventude
e inexperiência.

viagem missionária
4. Marcos é rejeitado por Paulo na segunda
(At.15.37.40)
Barnabé (CI. 4.10). Este fato enfatiza
5. Marcos era sobrinho de
Barnabé
Marcos era abastada, uma vez que
que a família de
era homem de posses (At. 4.37).

18
6. Marcos esteve preso com Paulo em Roma (Cl. 4.10). Marcos
tornou-se um grande líder cristão do séculoI. Jerônimo disse
que ele foi ao Egito e ali plantou a igreja de Alexandria. Agora,
ele está preso em Roma, com Paulo, durante a sua primeira
prisão.
7. Marcos tornou-se cooperador de Paulo (Fm 24). A carta a
Filemom foi escrita no intervalo entre a primeira e a segunda
prisão de Paulo em Roma. Aqui Paulo destaca Marcos como
um grande companheiro.

8. Marcos foi chamado por Paulo para assisti-lo no final da sua


vida (2Tm4.11).Marcos encontra-se em Efeso, e Paulo manda
chamá-lo, dizendo ser ele muito útil para o ministério.
9. Marcos era considerado um filho de Pedro na féé (1P 5.13).
Possivelmente o próprio Pedro tenha levado Marcos a Cristo,
passando a ser seu pai na fé. Quando Pedro foi solto da
prisão, foi levado para a casa de Maria, mãe de Marcos, onde
a igreja estava reunida (At.12).
10.Marcos é apontado pela maioria dos estudiosos como o jovem
que se vestiu com um lençol para ver Jesus (Mc. 14.51-52).
Nesse tempo ele era apenas um jovem seguidor casual de
Jesus. Era apenas um espectador curioso que queria ver o
desenrolar da prisão do rabi da Galiléia.

LUGAR DE ORIGEM:

Não se sabe exatamente o local de origem dacomposição desse Evangelho,


mas atradição maisantiga é unanime quantoolocalserRoma O fato de Marcos
estar presente com Paulo em sua primeira prisão e é chamado para estar eom ele
em sua segunda prisão, leva-nos a aceitar que esse evangelho tenha sido escrito
em Roma.

DATA:

Não existe um consenso unânime quanto à data exata de sua


composição,
entretanto, ele deve ter sido escrito entre 55 e 70 D.C., antes da destruição de
Jerusalém no ano 70 D.C., uma vez que ele não faz nenhuma menção desse fato
predito por Jesus (13.1-23).

19
DESTINATÁRIOS:
Existe um consenso geral que Marcos foi escrito de Roma para os cristãos
foi composto
que viviam em Roma. Alguns estudiosos afirmam que tal evangelho
para atender um pedido do povo de Roma quanto aos ensinos de Pedro. Abaixo
seguem sete evidências que podem nos ajudar a aceitar tais afirmativas

1. Marcos enfatiza mais as obras de Cristo do que seus ensinos.


Possivelmente os romanos estavam mais interessados em

ação do que em palavras, por isso, Marcos descreve mais os

milagres de Jesus que seus ensinos. Marcos registra dezoito


milagres e apenas quatro parábolas. Marcos mostra Jesus
sempre em ação. Ele está curando os cegos, limpando os
leprosos, levantando os paraliticos, libertando os possessos,
acalmando a tempestade, levantando mortos. Marcos só tem
dois discursos, um é sobre as parábolas do Reino (4.1-33), e o
outro é escatológico (13.1-37):

2. Marcos apresenta Jesus como senvo. Por este motivo o


evangelho de Marcos não começa com genealogia. Os
romanos não estavam interessados em genealogia, mas em
ação. Um servo não tem genealogia. Jesus é apresentado
como aquele que veio para servir e não para ser servido
(10.45)
3. Marcos busca explicar os termos judaicos aos seus leitores
Quando Jesus ressuscita a filha de Jairo, tomando-a pela mão
e disse: "Talita cumi", que quer dizer: "menina eu te mando,
levanta-te!l" (5.41);

4. Marcos preocupou-se em explicar os costumes judaicos. Em


várias ocasiðes, ele explica os costumes judaicos para seus
leitores (7.3-4;7.11; 14.12);
5. Marcos usou várias palavras latinas. Observa-se esse fato em
alguns textos (5.9; 12.15,42; 15.16, 39);
6. Marcos foi o evangelista que menos citou o Antigo Testamento.
Por exemplo, ele não cita o termo "Lei".

7. Marcos usou a contagem do tempo romano. Verifica-se em


duas passagens do seu evangelho (6.48 e
13.35)
Portanto, todas as evidências apontam que
escrito para os romanos.
o evangelho de Marcos foi

20
PROPÓSITO:
E possivel que Marcos tivesse vários propósitos, tanto evangelisticos como
pastorais Sua meta global não é dificil de definir ele desejava "persuadir seus
eitores a crer no "evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus' (Mc 1.1), e seguilo

A estratégia de Marcos, pois, é mostrar to principio", asfundaçbes, de sorte


que os leitores possam compreender por que a mensagem de Jesus Cristo é a "Boa
Nova", e que ela, em esséncia, significa segui-Ho
Marcos quer que seus leitores entendam que Jesus éo Fiho de Deus, mas
em especial o Filho sofredor de Deus. Marcos enfatiza também, que crentes devem
ser seguidores de Jesus Os cristãos devem trilhar o mesmo caminho percorrido por
Jesus-o caminho da humanidade, do sofrimento e até mesmo, se necessário. da
morte (refutação ao evangelho da prosperidade). Marcos quer gravar no coração
dos seus leitores as famosas palavras do Senhor: "Se alguém quer vir apos mim, a
si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me" (8 34) Assim, o autor busca ajudar
seus leitores a compreenderem que é Jesus e, o que o verdadeiro discipulado

implica
Estudos recentes tem enfatizado outros propósitos teológicos, entre eles
motivaram a
podemos destacar dois outros mais gerais, que provaveimente
Marcos busca
produção desse evangelho: interesse histórico e evangelização.
testemunhas
fornecer registros dos feitos e palavras de Jesus. Uma vez que
oculares como Pedro estavam começando a sair de cena Isto posto, sugere que
seus letores cristãos com o conhecimento das boas
Marcos queria equipar
noticias da salvação

2/o4fi
TEXTO:
de Marcos O
Existem dois problemas textuais importantes no evangelho MC1:15
do evange!ho
primeiro encontra-se no iniçioeo segundo no fim
1.1 não aparecem em uns poucos
Primeiro As palavras "Filho de Deus' em
o uncial O
manuscritos antigos importantes (a primeira versao do uncial x. Akeph,
palavras podem ter sido omitdas
Theta (), e uns poucos minúsculos). Mas as
dos manuscritos mas artigos e
acidentalmente, elas são encontradas na maioria
manuscritos
unciais A, B. D, L. W ())
bem como no grosso dos
importantes (os
bem com a cristokog a de
da expressao harmoniza se
posteriores, e a inclusão acredita que as palavras
comentaristas contemporáneos
Marcos A maioria dos
esse pensamento
ao texto de Marcos e Carson acompanha
pertencem
79 da copia Manusaritos do Novo Testamento, entrege
()Ver páginas: 77,78 e
em sala de aula)
HC I6: 9-20
Segundo A maioria dos manuscritos inclui o denominado "final longo", em que
sao narrados os diversos aparecimentos de Jesus, apos a ressurreiçao, a tareta

que Ele dà a seus discipulos ascensão Esse final longo aparece em forma
e a sua
de versiculos (9-20) na ARA (Almeida Revista e Atualizada), jà em algumas versóes
mars modernas aparece em geral na margem Ou com aiguma nota Uma vez que o

Tinal longo é encontrado na grande maioria dos manuscritos, sendo possivel


montà-lo a uma data tao recuada quanto a primeira metade do século 11, esse
final longo pode reivindicar ser considerado o final original do evangelho de Marcos

Ainda assim, existem argumentos bastante fortes contra a originalidade


desse final Carson lista cinco argumentos
Primeiro Nao aparecem nos dois manuscritos em geral mais importantes (os
unciais eB) bem como em vários outros

Segundo Jerbnimo e Eusébio)declaram que os melhores manuscritos de que


dispunham não continham esse final mais longo

Terceiro Eistem dois outros finais do evangelho: um curto (atestado pelosunciais


L,099, 0112, e aiguns outros manuscritos) e o final longo com uma
interpoiação (atestado peio uncial We por Jerônimo).A presença desses
finais atermativos sugere que por algum tempo houve incerteza quanto ao
final de Marcos

Quarto: O final longo contém diversas palavras e cxpressbes que não são tipicas
de Marcos

Quinto: O final mais longo não flui naturalmente apos o verso 8

a) Jesus é o suposto sujetoocuto do verso 9, embora o sujeto do verso


8 tenha sido "as mulheres
b) Maria é apresentada no verso 9 como se ela não tivesse sido
mencionada no verso 1.
c) O inicio do verso 9 Havendo ele ressuscitado de manhá cedo no
primeiro dia da semana" soa estranho depois de ter aparecido a frase
e, muito cedo, no primeiro dia da semana' (v 2)

DA Carson comunga juntamente com a grande maioria de comentaristas e


criticos textuais contemporåneos de que esse final
longo não tenha sido escrto po
Marcos Quando analisado os versos que aparecem nesse final com as
narrativas
dos aparecimentos de Jesus ressurreto nos outros
evangelhos, sugere se que o
final do evangelho de Marcos foi composto com base nessas
outras narrativas a
fim de suplementar aquiio que era visto como um final
evangeiho de Marcos
nadequado para o

Se os versos 9 20 não foramo


final original de Marcos, então o que fo?
Carson apresenta trés possibilidades principais

22
Primeira: E possivel que Marcos tenha pretendido escrever mais, mas tenha
sido impedido de fazê-lo
(morte ou prisão?)
Segundo: De fato Marcos pode ter escrito um final mais longo, e esse final
tenha sido perdido no curso da transmissäo. Tem sido proposto, por exemplo, que a
ültima folha tenha sido acidentalmente arrancada (considerando que foi escrito em
códice, ou seja, um livro com muitas páginas, e não na forma de rolo)

Terceiro: Marcos pode ter deliberadamente terminado seu evangelho com o


verso 8. Esta possibilidade está se tornando a mais popular e talvez a mais
provável. O evangelho de Marcos caracteriza-se clima de segredo e omissão de
dados. Concluir com a proclamação direta do fato da ressurreição (v.6 e da
surpresa e medo resultante das mulheres não seria para Marcos algo conflitante
com seus propósitos.

Como teólogos não podemos deixar de conhecer todas as vertentes que se


apresentam, buscando entendimento sobre as Sagradas Escrituras, mas não
podemos deixar de considerar o que nos fala o amado apóstolo Paulo em II Tm
3:16-17: Iodaa Escritura é divinamenteinspirada,e proveitosa para ensinar. para
redargüir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja

perfeito. e perfeitamente instruido para toda a boa obra".

MARCOS EM ESTUDOS RECENTES:

O evangelho de Marcos por muitos séculos não recebeu a devida atençâo.


pela Igreja Primitiva,
Via-se no evangelho de Mateus uma melhor aceitação Foi somente no século
uma categoria inferior.
rebaixandoo Evangelho de Marcos a A escola liberal de
XIXque o Evangelhode Marcos recebeu um lugar destaque.
de
estilo de Marcos e a relativa escassez de
interpretação viu na simplicidade de
apresentava um relato mais antigo
adorno teológico indicios de que esse Evangelho
e mais factual da vida de Jesus
do que o apresentado nos outros Evangelhos

da forma durante a maior parte da


O predominio da metodologia da critica
Marcos
resultou em quase nenhum interesse em
primeira metade do século XX antes de Marcos. Isso
Evangelho - a atenção estava dirigida tradição
a
como
da redação na década de cinquenta, e
os
mudou com o surgimento da critica
de estudos sobre a teologia. propósitos
últimos três decênios viram uma inundação
e comunidade de Marcos.

Contribuição do professor:

ferramenta exegética que tenta reconstituir todos


os
CRÍTICA DA REDAÇÃO:
de intervenção numa narrativa. Operacionalmente
momentos histórico-sociais 23
Constitui uma série de movimentos
metodologicamente semelhantes à critica
Interaria, cabendo-lhe fazer a cada nivel redacional da narrativa
as mesmasé
perguntas metodológicas cabiveis àquela ferramenta. A crítica interna da natrativa
o tator determinante para a pressuposição da hipótese de a narrativa ter sofrido
intervenções no tempo. Pressupostaa hipótese, a narrativa passaater não apenas
um "autor", mas tantos quantos tenham intervindo nela. Por exemplo: um texto "X
e escrito por um autor a numa época 'y'; numa outra época, "w", outro autor,"b"
acrescenta palavra, palavras, frase e/ou frases àquela narrativa de que se
constituiía o texto "x" pois bem: "a" e "b" s o tratados sob a rubrica autor pela
-

critica da redação, cabendo a cada momento histórico-social que representam uma


aproximação metodológica com base naquelas perguntas: quem, quando, onde
para quem, por que, para que, a partir de que e como? Outro exemplo: um autor a
escreve um texto "x" numa época "y"; um autor "b" escreve numa época "w outro
texto independente, "z'; em outra época ainda, uma terceira pessoa une os textos
"xe "z"' numa nova narrativa "xz"', acrescentando (ou não) glosas e correções
harmônicas. Nesse caso, quantos "autores" o texto "xz" tem? Na forma final, três.
Quantas narrativas contêm o texto "xz"? Também três-o primeiro independente; o
segundo também independente; e o terceiro, a união dos dois primeiros. A critica da
redação quer descrever e explicar a história da redação de um texto
Composito. (Fonte: http:/www.ouviroevento.pro.br/biblicoteologicos/Glossario.htm).

Exemplo:
AUTOR TEXTO ÉPOCA
X

B X+ W

AeB sãoconsiderados autores pela Crítica da Redação


Outro exemplo:
AUTOR TEXTO ÉPOCA

Z W

X+z Posterior a YeW

A, B eC são considerados autores dos textos. O primeiro e segundo


independentese o terceiro a unio dos dois primeiros.
Perguntas Metodológicas:
a partir de que e como?
Quem, quando, onde, para quem, por que, para que,

termo alemão Formgeschichte): é um método


A CRÍTICA DA FORMA (tradução do
um universo de Metodologias Críticas que, impelidas pelo
que faz parte de
fomentar uma hermenêutica despida de
racionalismo, surgiram com a proposta de
24
pressupostos e chancelada pela ciência e pelo racionalismo Outros métodos
criticos
além da Forma, são a das Fontes e a da Otrabalho da Critica da
Redação.
Forma consiste em buscar identificar as formas literárias do material, estruturas,
designiose exposiçbes para a compreensão das etapas pré-literárias (oral)de sua
progressão. Nesse labor, os adeptos de tal método atuam para detectar a influència
de fontes estranhas na formação do texto biblico. No pensamento dos criticos da
forma, alguns dos livros do Antigo Testamento e do Novo Testamento, no que tange
à sua completude final, são "o resultado de um processo de coleção, edição e
harmonização de tradiçðes antigas, fontes anteriores. por parte de editores e
escribas 11] Para os teóricos da Critica da Forma, muitos dos livros canðnicos
estão repletos de mitos. lendas, contos tribais, exortações,narativas históricas, etc
A Critica da Forma surgiu na Alemanha pós Primeira Guerra Mundial Herman
Gunkel foi o primeiro estudioso a aplicar a Critica da Forma ao Antigo Testamento.
Quanto ao Novo Testamento, coube a Karl L. Schmidt (1919), Martin Dibelius
(1919) e Rudolf Bultmann (1921) o trabalho de aplicar ao mesmo a Critica da
Forma. F onte htp /dokimoswordpress.com/2009/01/14/1345)

EXEGESE:
Do Grego "ex" = "fora" e 'agein"= "guiar, cujo significado é liderarlexplicar.

Exegese é usada para indicar"narrativa","tradução" ou "interpretação"


A ênfaserecai sobre a interpretação de modos formais de explicações que podem
ser aplicados a algum texto, a fim de se compreender o seu sentido

A Moderna Critica Biblica


Esse tipo de estudo tem lançado tanto luzes quanto sombras sobreo conhecimento
biblico e teológico. Apesar de ser uma atividade legitima e necessária, a fim de pôr

os estudos bíblicos a par das evidéncias linguisticas, literárias. históricas


cientificas, infelizmente as pessoas que são conhecidas como criticas da Biblia
e

têm mostrado dotadas de uma mentalidade cética, além de Ihes


geralmente se
faltar a experiência com elementos misticos e miraculosos da fé crist. Portanto,
esses criticos têm injetados em seus estudos uma exegese própria da mente
incrédula, ou pelo menos cética

HERMENUTICA
Do Grego "Hermeneutikós", cujo significado é: interpretação ou arte de interpretar

Origem do termo: Hermes (mitologia grega), mensageiro divinoe interprete dos


deuses, e que também era o deus da eloquência.

A CONTRIBUIÇÃO DE MARCOS:
Alémdeservirde fonte para Mt e Lc. podemos considerar o evangelho de
Marcos como uma verdadeira fonte histórica Ele foi o criador do evangelho em sua

25
Torma literária um entrelaçamento de temas biográficos e kerigmáticos que
transmite com perfeição qual é a relevância desse personagem impar da história
humana, Jesus de Nazaré, o Filho de Deus.

ESCOTILHAS DE cONTRIBUÇÃO:,
Primeira: Marcos é totalmente Kerigmático (proclamação do evangelho) em
=

Sua ênfase. Ele começa focando o cerne da sua mensagem: "Principio do


evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus (1.1). Jesus apresenta-se como
pregador (1.14-15; 1.38-39). Por essa mensagem deve-se dar a vida.(8.35; 10.29).
Essa mensagem deve ser pregada ao mundo inteiro (13.10; 14.9; 16.15). "O
evangelho de Marcos não é uma argumentação nem debate", disse Paul S. Rees,
" uma proclamação".
Segunda: Marcos enfatiza a popularidade de Jesus (1.33, 45; 2.2,13,15;
3.7,9,20; 4.1,36; 5.21,24,31; 6.34; 8.1; 9.15,25; 10.1,46);
Terceira: Marcos enfatiza a questão da identidade de Jesus. O Pai Ihe disse:
"tu és o meu filho amado" (1.11; 9.7). Seus discipulos perguntaram: "quem é este
que atéo vento e o mar Ihe obedecem?" (4.41). Seus contemporâneos
interrogaram: "não é este o carpinteiro, filho de Maria?" (6.3). Herodes pensa que
ele é João Batista que ressuscitou. Outros: Ele é Elias, que voltou. Ainda outros: ê
um profeta (6.15; 8.28). Os demônios confessam: "Tu és o santo de Deus" ou "Filho
de Deus" (1.24;3.11;5.7). Seus parentes dizem: "está fora de si" (3.21). Os rabinos
dizem: "está possesso" (3.22, 30). Pedro confessa: "Tu és o Cristo" (8.29). Para
Bartimeu Ele é o Filho de Davi (10.47). Até Judas o identifica: "é esse" (14.44).
Caifás pergunta oficialmente: "és tu o Cristo?", e Pilatos: "és tu o rei dos judeus?"
(14.61e 15.2). O comandante ao péda cruz confessa: "verdadeiramente,este era o
Filho de Deus" (15.39). Na manh da Páscoa, os mensageiros celestiais dizem: "Ele
ressuscitou" (16.6).
Quarta: Marcos é o evangelho da ação. Jesus é apresentado em seu
evangelho como servo que está sempre em atividade, Cristo é mostrado sempre
Ocupado, se deslocando de um lugar para outro, curando, libertando, pregando
e

ensinando as pessoas. As obras de Cristo têm mais ênfase do que suas palavras.
Marcos descreve Jesus como um rei ativo, energético,que se move rapidamente
como um conquistador vitorioso sobre as forças da natureza, da doença, dos
demônios e da morte
Quinta: Marcos apresenta Jesus como Filho de Deus. Além de Jesus falar a
muitos que ele era o Filho de Deus, ele demonstrou seu poder de perdoar, Curar,
Filho de Deus, vencendo a
libertar e deter a força da natureza. Ele provou
ser o

morte atrav s da ressurreição.


Sexta: Marcos apresenta Jesus como servo. A mensagem impactante é que
Filho de Deus, veio para servir e não para ser servido. Aquele que é
Cristo o
26
-Aoo%DNOTSiVINABE)
perfeitamente Deus também é perfeitamente homem. Como servo Jesus foi
tentado, falsamente acusado, perseguido, ferido, cuspido, ultrajado e pregado na
Cruz,e não abriu sua boca (ls. 53.7)

Sétima: Marcos apresenta Jesus como aquele que tem poder para operar
milagres. A ênfase está mais nos milagres do que nos sermões.

Oitava: Marcos enfatiza o sofrimento de Cristo. Nenhum outro evangelho deu


tanta ênfase à paixo de Cristo.

BIBLIOGRAFIA:

Carson, D.A e Moo, Douglas J. Introdução ao Novo Testamento. S.Paulo. Vida


Nova, 1997.

Champlim, Russel Normam e Bentes, Joäo Marques. Enciclopédia de Biblia


Teologia e Filosofia. S.Paulo. Candeia, 1997.

Stott, John. Homens com uma Mensagem. Campinas-SP. Editora Crist Unida,
1996.

Lopes, Hernandes Dias, Marcos: O evangelho dos milagres. S.Paulo. Hagnos,


2006
Wiersbe, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento: volume
1Warren W. Wiersbe; traduzido por Susana E. Klassen. - Santo André, SP:

Geográfica editora, 2006.

coNTEUD

P
27

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