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INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS SINÓTICOS - MARCOS.

τὸ εὐαγγέλιον κατὰ
Μᾶρκον
A pedagogia kerimática da narrativa
marcana: uma viagem, das trevas à luz; do
segredo à revelação; do Jordão à
Jerusalém.
O Evangelho de Jesus Cristo
segundo Marcos é o segundo dos
quatro evangelhos do Novo
Testamento e um dos três
Introdução chamados de sinóticos, junto com
Mateus e Lucas. O mesmo é dividido
em 16 capítulos e 661 vesículos.
Dos sinóticos, é o mais simples e o menor, sendo
igualmente aquele que será provavelmente o mais
antigo, servindo de uma possível fonte para os outros
evangelistas, embora contenha 31 versículos a mais
relativos a outros milagres não relatados nos outros

Um Evangelho evangelhos.

sintético
O Evangelho de Marcos composto no grego de 11.229
palavras. Um Evangelho marcadamente sintético, as vezes
chega aparecer seco, enchuto demais nas suas narrações.
Mas o seu estilo sintético não compromente a comunicação
eficaz do seu conteudo, historico Kerygmatico.
•Por muito anos Marcos foi considerado um breve livro
de poca consideração. O proprio Santo Agostinho o
considerava uma síntese de Mateus. Para que a
história da interpretaçao bíblica podesse gozar de um
comentário sério sobre este Evangelho tivemos que

Um Evangelho esperar o sec. IX.

Redescorperto
•Mas hoje o interesse por esse escrito é fortemente
representado nos estudos dos exegetas modernos e
contemporânea. Sobre tudo quando se descobre que Marcos
é a primeira fonte. É evangelho mais antigo que diferente do
que pensava Santo Agostinho ele não é síntese de Mt, mas
fonte para os outros, como afirma Lacman em 1835. Um
escrito breve sim, mas muito bem ordenado. Com uma
teologia profunda e uma dinâmica de narração eficaz.
•Como em nenhum lugar deste evangelho se menciona
o nome do seu autor, trata-se, tecnicamente, de uma
obra anônima. Entretanto, existem elementos extra-
bíblicos, além de evidências internas, suficientes para
apontar como seu autor Marcos, ou João Marcos
como era conhecido.

Autor
•João Marcos (o primeiro nome é hebraico e o segundo grego)
teria sido primo de Barnabé (Cl 4,10), de família levita (At 4,36).
•Marcos acompanhou Paulo e Barnabé na primeira
viagem missionária do apóstolo (At 12,25; 13,5) e depois
separou-se deles durante o percurso (At 13,13). Tal
fato parece ter irritado Paulo que a princípio teria se
decepcionado com o evangelista.

Autor
•Na segunda viagem missionária, Paulo rompe com Barnabé
porque este pretendia levar Marcos novamente com o grupo.
Devido a isso, Marcos e Barnabé foram para Chipre sem a
companhia do apóstolo (At 15,36-39).
•Porém, na prisão de Paulo, Marcos está com ele
novamente (Cl 4,10), que o cita entre os "seus
colaboradores" (Fm 24) e o apóstolo pede sua ajuda
antes de morrer (2Tm 4,11).

Autor
•Marcos foi também companheiro de Pedro, que o chamava
de "meu filho" (1Pd 5,13) e alguns afirmam que o Evangelho de
Marcos teria sido o resumo dos ensinamentos de Pedro.
•Há dúvidas se Marcos conheceu Jesus
pessoalmente. Alguns pensam que seria
Marcos o jovem que "fugiu nu" de Mc 14,52
Marcos (pois só Marcos narra este episódio). Existe
conheceu Jesus? também a hipótese que tenha sido na casa
da mãe de João Marcos, em Jerusalém, que
Jesus celebrou a última Ceia (14,12-31), já
que era um local de oração e acolhida, pois
foi para esta casa que Pedro se dirigiu ao
ser libertado da prisão (At 12,12)
•A maioria dos estudiosos concorda que
tradição eclesiástica mais antiga, no
tocante à origem ou autoria do evangelho
A tradição dos de Marcos é aquela fornecida por Papias,
pais da Igreja bispo de Hierápolis (130 d.C). As palavras de
Papias sobre a autoria do evangelho de
Marcos foram registradas na obra de
Eusébio de Cesaréia, História Eclesiástica,
conforme segue.
•"E João, o presbítero, também disse isto:
Marcos, sendo o intérprete de Pedro, tudo
o que registrou, escreveu-o com grande
exatidão, não, entretanto, na ordem em que
foi falado ou feito por nosso Senhor, pois
Papias, bispo de não ouviu nem seguiu nosso Senhor, mas,
conforme se disse, esteve em companhia de
Hierápolis Pedro, que lhe deu tanta instrução quanto
necessária, mas não para dar uma história
(60-130 d.C.) dos discursos do nosso Senhor. Assim
Marcos não errou em nada ao escrever
algumas coisas como ele as recordava; pois
teve o cuidado de atentar para uma coisa:
não deixar de lado nada que tivesse ouvido
nem afirmar nada falsamente nesses
relatos."
•"Após o falecimento [de
Pedro e Paulo], Marcos, o
Irineu, bispo de discípulo e intérprete de
Lyon Pedro, pessoalmente deixou-
(130-200 d.C) nos em forma escrita aquilo
que Pedro proclamara."
(Contra as Heresias)
•"Assim, quando a palavra divina estabeleceu-se entre
os romanos, o poder de Simão foi extinto e pereceu de
imediato, juntamente com ele próprio. Mas uma grande
luz de piedade iluminou a mente dos ouvintes de
Pedro, de modo que não lhes era suficiente ouvir uma
Clemente de vez nem receber o ensino não escrito da proclamação

Alexandria divina, mas com todo tipo de exortação suplicaram a


Marcos, cujo Evangelho temos, que, como
(150-215 d.C) companheiro de Pedro, lhes deixasse um registro
escrito do ensino que lhes fora dado verbalmente.
(Hipotiposes) Também não interromperam os apelos até o convencer,
tornando-se assim a causa da história chamada
Evangelho segundo Marcos. E eles dizem que o
apóstolo (Pedro), sabendo por revelação do Espírito o
que fora feito, agradou-se com o zelo fervoroso
expresso por eles e ratificou a escritura para que fosse
lida nas igrejas."
•"Segundo aprendi com a tradição a
respeito dos quatro Evangelhos, que são
os únicos inquestionáveis em toda a
Orígenes Igreja de Deus em todo o mundo. (…) O
(185 e 254 d.C.) segundo é de acordo com Marcos, que
Hist. Eclesistica de compôs conforme Pedro explicou a ele, a
Esébio quem também reconhece como seu filho
em sua Epístola Geral, dizendo: ‘A igreja
eleita na Babilônia vos saúda, como
também Marcos, meu filho’."
•As evidências do próprio texto estão de
acordo com o testemunho histórico da
Igreja primitiva. O autor demonstra grande
conhecimento da região da Palestina e, em
Evidências textuais particular, a cidade de Jerusalém (11,1 –
“Betfagé”, "Betânia" e "Monte das
internas. Oliveiras"). Também conhece o aramaico,
a língua da Palestina, como indica o uso
que faz dela (5,41 - "talitá cumi"; 7,34 -
"efatá"; etc) bem como pela evidência da
influência do aramaico no seu grego.
•Refere a costumes dos judeus, o autor revela
conhecer muito bem o povo e as instituições
judaicas (1,21 - "sábado" e "sinagoga"; 2,14 -
"coletoria"; 2,16 - "escribas", "fariseus" e
"publicanos"; 7,2 a 4 - "tradição dos anciãos").

Evidências textuais Todas estas características apontam um judeu da


Palestina como o autor e, de acordo com Atos
internas. 12,12, Marcos se encaixava bem nesta descrição
pois morava em Jerusalém. Portanto, muito
embora os críticos modernos levantem suspeitas
acerca da autoria de Marcos, não há porque
duvidar da veracidade das tradições antigas e dos
testemunhos feitos pelos pais da Igreja.
•O evangelho começa, logo após uma pequena
preparação, com a chamada de Pedro, sem referência
à natividade de Jesus;
• Este evangelho focaliza o ministério de Jesus
na Galileia, e mais especialmente nos arredores
Influência de Pedro de Cafarnaum, cidade de Pedro;
sobre os escritos de • A vividez da narrativa indica que são
experiências pessoais de uma testemunha ocular;
Marcos • São omitidos alguns pormenores que destacam
a pessoa de Pedro, como sua confissão em
Cesareia de Filipe e sua experiência de andar
sobre o mar;
•As derrotas de Pedro, especialmente a sua
negação a Jesus, é relatada minuciosamente.
•Por causa da profecia sobre a destruição
da cidade de Jerusalém, sua data é
anterior ao ano 70 d.C., ano em que esta
profecia se cumpriu literalmente com a
Data de redação destruição da Cidade Santa pelo general
romano, Tito. A hipótese que a
narrativa marcana tenha sido escrito no
final dos anos 60 ou logo após o 70 goza
de amplo consenso entre os estudiosos.
•O local de origem mais aceito pelos
estudiosos para a elaboração do
Evangelho de Marcos é a cidade de
Local, destinatários
Roma. Os destinatários, portanto,
seriam os cristãos daquela cidade - os
gentios romanos.
•De fato, Marcos omite muitas
informações, presentes em outros
evangelhos, que não tinham muito
significado para os gentios: a genealogia
de Jesus, o cumprimento das profecias
Local, destinatários sobre Sua missão messiânica, referências
da Lei Mosaica e a descrição de costumes
judaicos, exceção feita em 7,1-23 [3,4],
onde a explicação sobre a purificação dos
judeus auxilia o leitor na compreensão
dos fatos.
•Narrar o Evento de Cristo de
encarnação, morte e ressurreição.
Onde esse revela a verdadeira
Qual o objetivo do identidade de Jesus aquela de ser o
Evangelo de Cristo Cristo o Filho de Deus. (Mc 1,1) ou
Segundo Marco ? seja o seu intento é aquele de
respondera pergunta: Quém é
Jesus?
•Portanto, uns dos principais
objetivo do evangelista é aquele de
conduzir o cristão recem
Qual o objetivo do convertido de origem pagã, das
Evangelo de Cristo trevas do não conhecimento à luz
Segundo Marco ? da revelação do verdadeiro mistério
de Cristo.
•Marcos conduz o seu
escultador o leitor lentamente
Qual o objetivo do (segredo messiânico) rumo ao
Evangelo de Cristo profissão plena: «realmente
Segundo Marco ? este Homem era Filho de
Deus». (Mc 15,39)
Objetivo geral do Ἀρχὴ τοῦ εὐαγγελίου Ἰησοῦ
Evangelista Marcos χριστοῦ υἱοῦ τοῦ θεοῦ.
1,1
Ἀρχὴ τοῦ εὐαγγελίου Ἰησοῦ χριστοῦ υἱοῦ τοῦ
θεοῦ (Mc 1,1)

Ἀρχὴ υἱοῦ τοῦ θεοῦ

Paralelo com Jo 1,1 ; Gn 1,1

‫ְּב ֵר אִׁ֖שית‬ // Mc 9,7 e 15 //Mc 15,39


O Evangelho segundo Marco é
Estrutura do comumente dividido em duas
Evangelho grandes partes:
Introdução: 1,1-13
Estrutura do (I Parte ) Revelação progressiva
Evangelho messiânica de Jesus:
1,14 – 8,30.

•(II Parte) O Mistério do Filho do
Homem – o servo sofredor:
Estrutura do 8,31 – 16, 8.
Evangelho Epílogo:
16,9-20


•(I Parte) O Ministério de cura e de
anúncio na Galiléia: 1,1-8,26
1. Apresentaçõ feita por João Batista; di
inaugural; controvérsias em cafarnum (1,1-
3,6).
Estrutura do
2. Jesus escolhe os Doze e educa-os como
Evangelho discípulos por meio de parábola e ações
portentosas; divergência entre seus parentes de
Nazaré (3,7-6,6)
.
3.Missão dos Doze; saciação do 5 mil;
caminhada sobre a água; controvérsia;
saciação dos 4 mil; mal-entendido (6,7-8,26).
•(II Parte) sofrimento predito; morte em
Jerusalém; ressurreição: 8,27-16,8. +16,9-20
1. três predições dsa paixão; confissão de Pedro; a
transfiguração; ensinamento de Jesus (8,27-10,52).

2. ministério de Jesuse, Jerusalém; entrada; ações no templo

Estrutura do
eoposição; discurso escatológico (11,1-13,37).
.

Evangelho 3.Unção, Última Ceia, paixão, cruxifixão, sepultmento,


túmulovazio (14,1-16,8).
4. Um final que descreve aparições do ressucitado
acrescentado por um copista posterior (16,9-20)


•(I Parte) o sengredo messiânico:
1,34; 1,44-45; 3,11-12; 5,37; 5,40; 5,43;
7,33; 7,36; 8,23.26; 8,30; 9,9.
Uma estrutura
teológica do
Evangelho segundo (II Parte ) o caminho, a
viagem:
Marcos
9,33-34; 10,17; 10,32;10,46;10,52;
10,21; 10,28
•"modius" → "alqueire" (4,21)
•"speculator" → "executor" (6,27)
• "census" → "tributo" (12,14)
Latinismos • "quadrantis" → "quadrante" (12,42)
• "pretorium" → "pretório" (15,16)
• "centurio" → "centurião" (15,39,
44,45)
••"sábado" e "sinagoga" (1,21)
• "coletoria" (2,14)
• "escribas", "fariseus" e
Judaísmos "publicanos" (2,16)
• "tradição dos anciãos" (7,2-4)
•"Boanerges" → "Filhos do trovão"
(3,17) •
• "talita cumi" → "Menina, eu te
Aramaísmos mando, levanta-te" (5,41)
• "efatá" → "Abre-te" (7,34)
• "Gólgota" → "Lugar da Caveira"
(15,22)
•Entre aqueles que avaliam a qualidade e
estrutura do texto em grego, é quase unânime
a opinião de que Marcos apresenta o grego
koinê mais inferior do Novo Testamento. A
Peculiaridades de falta de polimento do grego de Marcos só não
é percebida aos leitores de língua portuguesa
estilo e linguagem devido ao trabalho dos tradutores, que não
deixam transparecer os erros gramaticais
encontrados, mesmo que ainda continuem fiéis
ao texto original. Um exemplo disso é o uso
abundante da conjunção grega "kai", traduzida
para o português como a conjunção “e”.
Vibrante porque o estilo da narração de
Marcos é vívido, cheio de ação, direto e
dinâmico. A palavra grega "euthus" (ou
Um estilo "eutheos") aparece 42 duas vezes neste
linguístico evangelho, mais do que em todo o
restante do Novo Testamento, e é
dinâmico.
traduzida no texto como "diretamente",
"imediatamente", "logo", "então",
empregando uma grande velocidade na
narração dos fatos
• No grego, o tempo verbal
presente aparece 151 vezes, e o
tempo perfeito, também aparece
Um estilo
linguístico muitas vezes, e retratam a ação
dinâmico. em desenvolvimento e não
simplesmente como um
acontecimento que realizado no
passado.
•"admirados" (1,27)
•"criticavam" (2,7)
•"medrosos" (4,41)
Reações dos •"aterrorizada e tremendo" (5,33)
ouvintes "perplexos" (6,14)
•"espantados" (7,37)
• "amargamente hostis" (14,1) e
mais 22 referências deste tipo
•"olhando em redor (…) com
indignação" (3,5)
•"tomando a mão da menina" (5,41)
• "admirou-se da incredulidade
Sentimentos de
deles" (6,6)
Jesus • "meteu-lhe os dedos nos ouvidos
(…) tocou-lhe na língua" (7,33)
"Jesus (…) arrancou do íntimo do seu
espírito um gemido" (8,12
• "tomou o cego pela mão (…)
cuspindo-lhe nos olhos" (8,23)
• "tomando-o pela mão, o ergueu"
(9,27)
Sentimentos de
• "tomando-as nos braços e
Jesus impondo-lhes as mãos, as
abençoava" (10,16)
•"fitando-o, o amou e disse" (10,21)
•Cura da sogra de Pedro (1,31)
• Diversas curas em Cafarnaum
(1,32-34)
Ação de Jesus • Cura de um leproso (1,40-45)
Milagres sobre curas de • Cura de um paralítico (2,3-12)
enfermidades •Cura do homem da mão ressequida
(3,1-5)
•Cura de uma mulher enferma
(5,25-34)
• Cura de um surdo e gago (7,32-
Ação de Jesus 35)
Milagres sobre curas de • Cura de um cego em Betsaida
enfermidades (8,22-25)
• Cura de Bartimeu, cego de Jericó
(10,46-52
•Jesus acalma uma tempestade
(4,35-41)
• Jesus multiplica os pães e peixes
(6,30-44)
Milagres sobre a
•Jesus anda por sobre o mar (6,45-
natureza 52)
• Jesus multiplica pães e peixes pela
segunda vez (8,1-9)
• Jesus amaldiçoa a figueira sem
fruto (11,13-14, 20-21)
•Libertação de um endemoninhado
em Cafarnaum (1,21)
• Libertação do endemoninhado
geraseno (5,1-14)
Milagres sobre
• Libertação da filha
demônios endemoninhada da mulher siro-
fenícia (7,24-29)
• Libertação de um jovem possesso
(9,17-27)
•Ressurreição da filha de Jairo
Milagres sobre a (5,35-42)
morte • Sua própria ressurreição (16,9-11)
•A palavra lei não é encontrada
neste evangelho, ao passo que em
Mateus ocorre 8 vezes, em Lucas 9
Particularidade e vezes e em João ocorre 15 vezes.
diferença entre os •Mais de 40% do conteúdo total de
sinóticos Marcos (capítulo 11 em diante) é
dedicado a contar detalhadamente
os últimos 8 dias da vida de Jesus.
•Mesmo sendo a base textual
utilizada pelos outros dois
evangelhos sinóticos (Mateus e
Lucas), o evangelho de Marcos
Material esclusivo ainda assim apresenta conteúdos
de Marcos exclusivos, como a parábola da
semente em desenvolvimento (4,26-
29) e os milagres do surdo-mudo
(7,31) e do cego (8,22).
•os estudioso acreditam que ja na
epoca de marcos existesse mini
evangelhos. Fragmentos narrativos
Fontes
so sobre a infância de Jesus, só
sobre a sua paixão etc.
•o evangelho secreto de Marcos foi
proposto como uma fonte para
Marcos. Uma versão abreviada do
Fontes
evangelho de Pedro é uma outra
hipótese. Nenhuma dessa hipoteses
gozam de consenso amplo no meio
dos peritos de Marcos.
Ler o evangelho com base na impressão
inicial.
Brow aconselha os estudantes de Marcos
Como interpretar de não se perderem nas mais divesas
hipótese e propostas de interpretações
Marcos? que surgiram ao longo da história da
interpretação deste escrito.
o que saberíamos sobre Jesus se
dispusséssemos apenas das cartas de
Paulo?
Caracteristica de Marcos: intercalção

3,20-35 3,20-21; 3,22-30 3,31-35


os parentes os parentes ; os ecribas os parestes

5,21-43 5,21-43; 5,25-34 5,35-43


filha de Jairo filha de Jairo; A hemorríssa filha de Jairo
Elementos comum
1,9-13 Eelementos comum 15,33-41

Céus: 1,10 Rasgar-se Véu: 15,38

Céus :1,11 Voz Jesus: 15,34-37

Eu (Deus): 1,11 Filho De Deus: 15,39

Anjos:1,12 Servir Mulheres: 15,41

Céus: 1,11 Lugar Sagrado Santuário: 15,38

Batismo : 1,9 Água Morte:15,37.39

João: 1,8 Precursor Elias :15,35.36


TRES ARCOS NARRATIVOS
Primeira grande parte: Mc 1-8

1,1-3,6 3,7-6,6a 6,7-8,30


COM OS DISCÍPULOS EM BUSCA DA
INDENTIDADE DE JESUS MC 1-8
•"Princípio da boa nova de Jesus Cristo, Filho de Deus.
Conforme está escrito no profeta Isaías: 2.Eis que envio o
meu anjo diante de ti: ele preparará o teu caminho. 3.Uma
voz clama no deserto: Traçai o caminho do Senhor, aplanai as
suas veredas (Mal 3,1; Is 40,3). 4.João Batista apareceu no
deserto e pregava um batismo de conversão para a remissão

Primeiro arco dos pecados. 5.E saíam para ir ter com ele toda a Judéia, toda
Jerusalém, e eram batizados por ele no rio Jordão,

narrativo 1,1-3,6 confessando os seus pecados. 6.João andava vestido de pêlo


de camelo e trazia um cinto de couro em volta dos rins, e
alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. 7.Ele pôs-se a
proclamar: "Depois de mim vem outro mais poderoso do que
eu, ante o qual não sou digno de me prostrar para desatar-
lhe a correia do calçado. 8.Eu vos batizei com água; ele,
porém, vos batizará no Espírito Santo." 9.Ora, naqueles dias
veio Jesus de Nazaré, da Galiléia, e foi batizado por João no
Jordão.
Mc inicia a sua narrativa, com
Primeiro arco uma trilogia arcaica: o Batista, o
narrativo 1,1-3,6a batismo di Jesus, as tentações.
•Batismo de Jesus: «Tu és o meu
Filho amado, em ti me comprazo”
Primeiro arco
(1,11) Cf. Mc 15,39) técnica
narrativo 1,1-3,6a
semitica da inclusão.
•Tentação no deserto: “E
Primeiro arco vivia entre as feras, e os
narrativo 1,1-3,6a anjos o serviam” (1,12).
Mc. quer mostrar um novo rosto de Jesus
aquele do novo Adão, vivia em armonia
com as feras e os animais selvangens. cf. Is
11,1.
•O Kerygma de Jesus: «Cumpriu-
se (πεπλήρωται) o tempo (ὁ
Primeiro arco
καιρὸς) e o Reino de Reino Deus
narrativo 1,1-3,6a
está proximo (ἤγγικεν perf.).
Arrependei-vos (μετανοεῖτε) e
crede no Evangelho”. (1,15)
Cafarnaum:

Espaço
Cafarnaum:

Espaço
Uma Jornada em carfanum:

Primeiro exorcismo; revelação da identidade de Jesus; primeira ordem


di silêncio; primereira cura.
De Nazaré a Cafarnum -Da sinagoga a casa de Pedro - da casa de Pedro a
toda a galiléia, antes porém, tem um momento de oração no deserto.
Começam as críticas (2,13—3,35)
1. Jesus tem o poder de perdoar os pecados

Críticas dos Respostas de


fariseus a Jesus Jesus

"5.Jesus, vendo-lhes a fé, disse •"10.Ora, para que conheçais o


ao paralítico: "Filho, perdoados poder concedido ao Filho do
te são os pecados.“... 7."Como homem sobre a terra (disse ao
pode este homem falar assim? paralítico), 11.Eu te ordeno:
Ele blasfema. Quem pode levanta-te, toma o teu leito e
perdoar pecados senão vai para casa."
Deus?""
2 O chamado de Levi e comendo com
pecadores (críticas) (2,14–17).
Criticas dos
Respostas de
escribas Jesus

•"Os escribas, do partido •" 17.Ouvindo-os, Jesus


dos fariseus, vendo-o replicou: "Os sãos não
comer com as pessoas de precisam de médico, mas
má vida e publicanos, diziam
os enfermos; não vim
aos seus discípulos: "Ele
chamar os justos, mas os
come com os publicanos e
com gente de má vida? "
pecadores.""
3 Críticas referentes ao jejum (2,18–22).
"Podem porventura jejuar os convidados das núpcias,
enquanto está com eles o esposo?
Críticas dos Respostas de Jesus

fariseus 19.Jesus respondeu-lhes:


"Podem porventura jejuar os
•18.Ora, os discípulos de
convidados das núpcias,
João e os fariseus
enquanto está com eles o
jejuavam. Por isso, foram-
esposo? Enquanto têm
lhe perguntar: "Por que
consigo o esposo, não lhes é
jejuam os discípulos de
-possível jejuar. 20.Dias virão,
João e os dos fariseus,
porém, em que o esposo lhes
mas os teus discípulos não será tirado, e então jejuarão."
jejuam?""
4 Crítica em relação ao sábado (2,23—3,5)
O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o
sábado
Critica dos fariseus
Respostas de Jesus

•23.Num dia de sábado, o


Senhor caminhava pelos •" 17.Ouvindo-os, Jesus
campos e seus discípulos, replicou: "Os sãos não
andando, começaram a
precisam de médico,
colher espigas. 24.Os
fariseus observaram-lhe:
mas os enfermos; não
"Vede! Por que fazem eles vim chamar os justos,
no sábado o que não é mas os pecadores.""
permitido?"
•3,6 cegueira dos fariseus
Primeiro arco
narrativo 1,1-3,6a
A atividade terapêutica de Jesus e a
convocação dos Doze (3,7-19)

Segundo arco
narrativo 3,7-6,6a Caracterização e missão dos Doze.
1-estar com Jesus; 2- ser enviados para:
a)anunciar; b) ter poder sobre os demônios.
Numero 12 evoca às doze tribos de Israel.
A polêmica com a própria família e com
os escribas (3,20-35)

Marcos mostra assim a passagem de uma


Segundo arco família de tipo parental para uma família
narrativo 3,7-6,6a de outro tipo, não determinada por laços
de sangue.

mas o que Marcos quer tamebm aqui é


sublinhar a marcada incompreensão
tambem da parte dos seus familiares ;
A polêmica com a própria família e com
os escribas (3,20-35)

Marcos mostra assim a passagem de uma família de


Segundo arco tipo parental para uma família de outro tipo, não
determinada por laços de sangue.
narrativo 3,7-6,6a
Mas o que Marcos quer tamebm aqui é
sublinhar a marcada incompreensão tambem
da parte dos seus familiares .
Em 3,22-30 O autor retorna a questão da autoridade
de Jesus sobre os demônios, posta em discussão
pelos escribas.
Jesus ensina em parábolas (4,1-34)

As parábolas permitem que Jesus fale de forma


Segundo arco enigmática ás multidões, mas compreensível (graças
às explicações ) aos seus;
narrativo 3,7-6,6a Tal modelo de narração já se apresenta como
modelo na Escritura ex.: Is 6,9-10 // 4,11-12.
O "reino " é o tema central, o coração do
ensinamento de Jesus (cf. 1,14-15).
A tempestade acalmada e os outros
milagres ao redor do lago (4,35-5,43)

Em 4,35-41: cristologia marcana


Segundo arco Em 5,1-20 Jesus em terra estrangeira a primeira
ação um exorcismo. é um refência forte a missão
narrativo 3,7-6,6a em terra pagã, ação essa que caracterizou Igreja
nascente.
o terceio e quarto milagres são narrados de forma
intercalada: filha de Jairo 5,21-24.35-43;5,25-34.
Os personagens menores do evangelho e
Segundo arco a importância dos mesmos, para a
narrativo 3,7-6,6a compreensao da teologia cristológica de
marcos
Jesus em sua pátria (6,1-6).
Segundo arco conclusão do IIº Arco narrativo e
narrativo 3,7-6,6a novmente a ceigueira da parte dos
ouvintes de Jesus se expressa.
Jesus em sua pátria (6,1-6).
Terceiro arco conclusão do IIº Arco narrativo e
narrativo 6,6a-8,30 novmente a ceigueira da parte dos
ouvintes de Jesus se expressa.

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