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AULA 3

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AULA 2

A Bíblia como
Palavra de Deus
e seus efeitos
Canonicidade
AULA 3

AULAS
Módulo 1
1. Revelação Geral e Revelação Especial
2. A Bíblia como palavra de Deus e seus efeitos;
2.1 Natureza
2.2 Inerrância e Infalibilidade
3. Canonicidade

Módulo 2
4. Interpretando e aplicando o Pentateuco;
5. Interpretando e aplicando os livros Históricos do AT;
6. Interpretando e aplicando os livros de Sabedoria;
7. Interpretando e aplicando os Profetas;
8. Interpretando e aplicando o Evangelhos e Atos;
9. Interpretando e aplicando as Cartas do NT;
10. Interpretando e aplicando o Apocalipse;
AULA 3

A Bíblia é uma coleção de 66 livros


individuais. Como sabemos que os
livros corretos foram incluídos nesta
coleção?
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Definição Geral
(Latim)
"Kanon"

Vara de medir ou Norma


"norma normans sine normativa"

Norma das Normas sem Norma


"A Bíblia é a norma ou o padrão
dos padrões, não sendo julgada
por nenhum outro padrão"
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EXTENSÃO DO CÂNON O CÂNON ESTABELECIDO

Em nosso exame da natureza da Escritura, vimos o assunto de O problema que originou a necessidade do estabelecimento de um
inspiração, infalibilidade e inerrância. Agora, iremos considerar o cânon foi o surgimento de um herege chamado Marcião, que publicou
escopo da Escritura, ou seja, até onde se estende o cânon da seu próprio cânon sob a influência do gnosticismo.
Escritura?
Gnosticismo: Deriva do termo grego gnosis, "conhecimento". É um
No século 2, hereges gnósticos, reivindicando autoridade apostólica, conjunto de ensino herético que a igreja primitiva teve de enfrentar nos
escreveram seus próprios livros e os propagaram amplamente. Haviam dois primeiros séculos da era cristã. Baseava-se em interpretações de
mais de 2 mil livros candidatos à serem incluídos na Bíblia, que relatos bíblicos e apócrifos pelo viés filosófico médio-platônico e de
segundo os críticos eram fortes candidatos. Porém, a igreja primitiva, cultos de mistérios greco-romanos e orientais.
facilmente conseguiu reconhecer os livros que realmente importavam.

Apenas três dos documentos excluídos sofreram consideração mais Marcião acreditava que o Deus apresentado no AT não era o Deus
cautelosa antes de serem descartados; eram eles: a Didaquê, o Pastor supremo do universo e sim uma deidade menor chamada um
de Hermas e a Primeira Epístola de Clemente de Roma. Porém, quem "demiurgo' que tinha uma disposição caprichosa, e que Cristo viera
os lê, logo percebe que seus autores tinham consciência de que sua para revelar o verdadeiro Deus e libertar-nos dessa deidade de espírito
obra era sub e pós-apostólica. inferior. Como resultado, Marcião excluiu tudo do NT que poderia ligar
Cristo de alguma forma ao Deus do AT. Assim, o evangelho de Mateus
Os documentos excluídos são importantes e úteis para a igreja, e foi e muito dos outros evangelhos foi removido, bem como qualquer
assim no decorrer da história da igreja, mas nunca houve um conflito referência que Cristo fez a respeito de Deus como seu Pai.
sobre a inclusão deles no cânon. Assim, a maior parte das
controvérsias no primeiro século, era mais sobre os que haviam sido Marcião também eliminou parte dos escritos de Paulo, e acabou
incluídos, que quanto aos excluídos. O debate permaneceu por algum produzindo uma versão reduzida do NT.
tempo a respeito de incluir ou não Hebreus, 2 Pedro, 2 e 3 João e
Apocalipse. Toda essa heresia acabou impulsionando a igreja a apresentar uma
lista formal
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MARCAS DA CANONICIDADE

A fim de determinar a autoridade canônica, a igreja aplicou um teste de três critérios:

1º APOSTOLICIDADE 3º COMPATIBILIDADE COM O CONJUNTO BÁSICO

Precisava ter sido escrito por um apóstolo, ou sob a Esta foi a que causou mais problemas, pois uma das Aparente desconhecimento da igreja a
validação direta de algum deles. questões principais era se havia compatibilidade entre respeito da epístola;
a doutrina e ensino desses livros com os livros do
Exemplos: conjunto básico. 2 Pedro - Motivos:
Romanos (Paulo) Exemplos: Estilo e vocabulário diferente;
Mateus (Mateus) Apóstolos Hebreus - Motivos: Aparente diferença doutrinária 1ª e 2ª;
João (João) Autoria; Suposta dependência de Judas;
Lucas (companheiro de Paulo) Aparente exclusividade judaica; Aparente desconhecimento por parte
Marcos (porta-voz de Pedro) Capítulo 6; das igrejas.

Filemom - Motivos:
2º RECEPÇÃO DA IGREJA PRIMITIVA Autoria; Judas - Motivos:
Pequena e pouco interesse geral;
O segundo critério de aceitação para o cânon foi a Tiago - Motivos:
recepção por parte da igreja primitiva. Pouco ensino cristão e pouca alusão Incerteza da identidade do autor;
ao nome de Cristo (Tg. 1.1; 2.1; 5.8);
Exemplos: Apocalipse - Motivos:
Efésios - A suposição é que Paulo tinha a intenção que Dúvidas quanto aos destinatários; Vide anexos
a carta fosse para uma audiência mais ampla que
apenas a igreja de Éfeso, pois foi escrita como uma Dúvidas quanto ao autor, visto que
carta circular para ser lida em todas as igrejas na Tiago - que era um nome comum - não
região ao redor de Éfeso. Isso também era verdadeiro se identificava como apóstolo (Tg 1.1); e
não apenas em relação à epístola aos Efésios, mas o NT faz menção a quattro personagens
também às outras epístolas de Paulo. com este nome (qual deles havia
escrito?)
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O ESCOPO DO CÂNON

No século 16, surgiu uma disputa entre a Igreja Católica Romana e os Entretanto não acreditamos que a igreja era inerentemente infalível,
protestantes sobre o escopo e a extensão das Escrituras do AT, naquele tempo ou mesmo agora.
especificamente sobre os apócrifos, um grupo de livros produzidos
durante o período intertestamentário. A ICR adotou os apócrifos; as Por contraste, a fórmula católica romana diz que temos os livros
igrejas da Reforma, em sua maior parte, não os adotaram. corretos porque a igreja é infalível, e qualquer coisa que a igreja decide
é infalível.
A disputa centralizou-se no que a igreja do século 1 e Jesus haviam
considerado como canônico. Todavia a evidência procedente da
Em resumo:
Palestina indica que o cânon dos judeus da Palestina não incluía os
apócrifos, enquanto muitos em Alexandria, o centro cultural para judeus
No entendimento católico romano, a formação do cânon se fundamenta
helenistas os incluíam. No entanto, erudição mais recente sugere que
na autoridade da igreja, enquanto no entendimento protestantes ele se
até o cânon de Alexandria reconhecia os apócrifos apenas em nível
fundamenta na providência de Deus.
secundário, mas não no nível pleno de autoridade bíblica. Assim,
permanece a questão de quem estava certo - a ICR ou os protestantes?
Em outras palavras, por meio de que autoridade determinamos o que é
canônico?

De acordo com os protestantes, cada livro presente na Bíblia é um livro


infalível, mas o processo realizado pela igreja referente a que livros
incluir no cânon não era infalível.

Cremos que a igreja foi guiada providencialmente pela misericórdia de


Deus no processo para determinar o cânon, e somente por isso ela fez
as escolhas certas.
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FIM DO MÓDULO 1

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