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Lógica e Estratégias de Demontrações

Patrick Terrematte

UFRN
patrickt@imd.ufrn.br

2023.2

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Agenda

1 FMC2: Ementa da disciplina

2 Lógica

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FMC2: Ementa da disciplina

Agenda

1 FMC2: Ementa da disciplina

2 Lógica

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FMC2: Ementa da disciplina

FMC2: Ementa

Conteúdo transversal: (i) linguagem da matemática ; (ii) notação


conjuntista; (iii) raciocínio hipotético, demonstrações diretas e
indiretas, refutações ; (v) recursão & indução.
Unidade 1: Teoria dos conjuntos. Funções.
Unidade 2: Funções. Relações.
Unidade 3: Elementos de Álgebra.

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FMC2: Ementa da disciplina

FMC2: Avaliações

Unidade 1: Teoria dos conjuntos. Funções. (até 25/09/2023)


(2,0 pt) Questões para serem resolvidas no Edukera
(4,0 pt) Avaliação 1a - 04/09/2023.
(4,0 pt) Avaliação 1b - 25/09/2023.

Unidade 2: Funções. Relações. Reticulados. (até 06/11/2023)


(2,0 pt) Questões para serem resolvidas do Edukera
(4,0 pt) Avaliação 2a - 16/10/2023.
(4,0 pt) Avaliação 2b - 06/11/2023.

Unidade 3: Elementos de Álgebra. (até 11/07/2023)


(2,0 pt) Questões selecionadas.
(8,0 pt) Avaliação 3 - 04/12/2023.

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FMC2: Ementa da disciplina

FMC2: Referências
B. Kolman; R. Busby; S. Ross. Discrete Mathematical Structures. Pearson,
2014.
Anamaria Gomide; Jorge Stolfi. Elementos de Matemática Discreta para
Computação.
https://www.ic.unicamp.br/~stolfi/fmc-book/2018-01-02-js/livro.pdf
Susanna S. Epp. Discrete Mathematics with Applications. 2011.
Judith Gersting. Fundamentos Matemáticos para a Ciência da Computação.
Jaime Campos Ferreira. Elementos de Lógica Matemática e Teoria dos Conjuntos.
2001. https://www.math.tecnico.ulisboa.pt/~jmatos/ltc/ltc.pdf
Edukera (documentação) https://app.edukera.com/?doc=1.

Material complementar
Kenneth H. Rosen. Discrete Mathematics and Its Applications.
Thanos Tsouanas. Matemática Fundacional para Computação.
https://www.tsouanas.org/fmcbook/
Joao Marcos. Teoria dos Conjuntos. https:
//sites.google.com/site/sequiturquodlibet/courses/tdc?authuser=0
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Lógica

Agenda

1 FMC2: Ementa da disciplina

2 Lógica

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Lógica

O CONCEITO DE PROPOSIÇÃO

Proposição: afirmação que é verdadeira ou falsa.


Exemplos:
Belo Horizonte é a capital de Minas Gerais. (verdadeira)
Campinas é a capital de São Paulo. (falsa)
2 + 2 = 4. (verdadeira)
1 + 1 = 1. (falsa)

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Lógica

PROPOSIÇÃO SIMPLES E COMPOSTA

Proposição simples: representada por meio de variável proposicional


(p, q, r , s, . . .).
Proposição composta: combinação de proposições por meio de
conectivos lógicos.
Conectivos lógicos:
Negação: ¬
Conjunção: ∧
Disjunção: ∨
Implicação: ⇒
Bicondicional: ⇔

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Lógica

EXEMPLOS DE PROPOSIÇÃO SIMPLES E


COMPOSTAS

Proposições simples:
p: você fez mais de 80 km/h.
q: você foi multado.

Proposições compostas:
¬p: você não fez mais de 80 km/h.
p ∧ ¬q: você fez mais de 80 km/h, mas não foi multado.
¬p ∨ q: você não fez mais de 80 km/h ou foi multado.
¬p ⇒ ¬q: se você não fez mais de 80 km/h, então não foi multado.

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Lógica

TABELAS DA VERDADE:

Negação:
α ¬α
V F
F V

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Lógica

TABELAS DA VERDADE:

Conjunção:
α β α∧β
V V V
V F F
F V F
F F F

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Lógica

TABELAS DA VERDADE:

Disjunção:
α β α∨β
V V V
V F V
F V V
F F F

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Lógica

TABELAS DA VERDADE:

Condicional:
α β α⇒β
V V V
V F F
F V V
F F V

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Lógica

TABELAS DA VERDADE:

Bicondicional:
α β α⇔β
V V V
V F F
F V F
F F V

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Lógica

EXPRESSÕES PARA A CONDICIONAL

α⇒β
se α então β
α implica β
se α, β
α somente se β
α é suficiente para β
β se α
β caso α
β é necessário para α

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Lógica

EXPRESSÕES PARA A BICONDICIONAL

α⇔β
α se e somente se β
α é necessário e suficiente para β
se α então β, e vice-versa

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Lógica

TIPOS DE FÓRMULAS

Tautologia: proposição que é sempre verdadeira.


Contradição: proposição que é sempre falsa.
Contingência: proposição que não é tautologia nem contradição.

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Lógica

EXEMPLOS

contingência tautologia contradição


p q p⇔q (p ∧ (p ⇒ q)) ⇒ q p ∧ ¬(p ∨ q)
V V V V F
V F F V F
F V F V F
F F V V F

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Lógica

CONSEQUÊNCIA LÓGICA: Semântica x Sintaxe

Semântica
Diz respeito ao significado, entendimento, ou valores de verdade das fórmulas.
Assim, apresentar uma tabela de verdade, ou uma matriz de operações verofuncionais
está relacionada à Semântica da lógica.
- Aqui falamos em Tautologias, Contradições, ou contingências.
- Usamos semântica para apresentar um contra-exemplo para uma contradição, ou
contingência.
Γ⊨α

Sintaxe
Diz respeito ao símbolos, e as manipulações de regras de inferência de introdução
ou eliminação. Assim, apresentar uma derivação, ou uma demonstração lógica usando
regras de inferências de uma conclusão a partir de um conjunto de premissas.
- Aqui falamos em Teoremas, podemos demonstrar que a negação de uma contradição é
um teorema, mas não podemos apresentar demonstrações sintáticas de uma
contingência.
Γ⊢α
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Lógica

CONSEQUÊNCIA LÓGICA (Semântica)

α é consequência lógica de β, β |= α, se e somente se α é verdadeira


sempre que β é verdadeira.
Exemplo: p ∧ (p ⇒ q) |= q, pois:

p q p⇒q p ∧ (p ⇒ q)
=⇒ V V V V ⇐=
V F F F
F V V F
F F V F

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Lógica

CONSEQUÊNCIA LÓGICA (Semântica)

Teorema: β |= α se, e somente se, β ⇒ α é tautologia.

Exemplos:
[(p ⇒ q) ∧ (q ⇒ r )] ⇒ (p ⇒ r ) é tautologia. Logo,

(p ⇒ q) ∧ (q ⇒ r ) |= p ⇒ r .
(p ∧ ¬p) ⇒ q é tautologia. Logo,

p ∧ ¬p |= q.

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Lógica

Regras de Dedução Natural (Sintáticas) - Estilo Prawitz

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Lógica

Regras de Dedução Natural (Sintáticas)- Estilo Fitch

https://app.edukera.com/?doc=1
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Lógica

Regras de Dedução Natural (Sintáticas) - Estilo Fitch

https://app.edukera.com/?doc=1

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Lógica

Regras de Dedução Natural (Sintáticas) - Estilo Prawitz

LEM : "Law of excluded middle", "Tertium non datur", Terceiro Excluído.


IP : "Indirect Proof", "Reductio ad absurdum", Redução ao Absurdo.
https://app.edukera.com/?doc=1

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Lógica

Regras de Dedução Natural (Sintáticas) - Estilo Fitch

LEM : "Law of excluded middle", "Tertium non datur", Terceiro Excluído.


IP : "Indirect Proof", "Reductio ad absurdum", Redução ao Absurdo.
https://app.edukera.com/?doc=1 .
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Lógica

Regra (Sintática) Teorema equivalente Nome


p p → (p ∨ q) Adição
. ·. p ∨ q (∨ I)
p∧q (p ∧ q) → p Simplificação
. ·. p (∧ E)
p ((p) ∧ (q)) → (p ∧ q) Conjunção
q (∧ I)
·
. . p∧q
p [p ∧ (p → q)] → q Modus Ponens
p→q (→ I)
. ·. q
¬q [¬q ∧ (p → q)] → ¬p Modus Tollens
p→q ou contrapositiva
·
. . ¬p (regra derivada)
p→q [(p → q) ∧ (q → r )] → (p → r ) Silogismo hipotético
q→r (regra derivada)
. ·. p → r
p∨q [(p ∨ q) ∧ ¬p] → q Silogismo disjuntivo
¬p (regra derivada)
. ·. q
p∨q [(p ∨ q) ∧ (¬p ∨ r )] → (q ∨ r ) Resolução
¬p ∨ r (regra derivada)
·
. . q∨r
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Lógica

CONSEQUÊNCIA LÓGICA

Verifique quais das seguintes afirmações são demonstráveis:


1 (p → (q ∨ r )) implica logicamente em (p → q).
2 (p → q) implica logicamente em (r ∧ p → q).
3 ((p ∨ q) → r ) implica logicamente em (p → r ).
4 ((p → q) ∧ ¬p) implica logicamente em ¬q.
5 (p ↔ q) implica logicamente em (p → q).
6 (p → q) implica logicamente em (p ↔ q).
7 (p → q) implica logicamente em q.
8 (p ∨ q) ∧ (¬p ∨ r ) implica logicamente em (q ∨ r ).
9 (p → q) ∧ (q → r ) implica logicamente em (p → r ).

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Lógica

EQUIVALÊNCIA LÓGICA

α e β são logicamente equivalentes, β ≡ α, se e somente se α |= β e


β |= α
Exemplo: ¬(p ∧ q) ≡ ¬p ∨ ¬q, pois:

p q p∧q ¬(p ∧ q) ¬p ¬q ¬p ∨ ¬q
V V V F F F F
V F F V F V V
F V F V V F V
F F F V V V V

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Lógica

EQUIVALÊNCIA LÓGICA

Teorema: α ≡ β se, e somente se, α ⇔ β é tautologia.

Exemplos:
(p ⇒ q) ⇔ (¬p ∨ q) é tautologia. Logo,

p ⇒ q ≡ ¬p ∨ q.
[p ⇒ (q ⇒ r )] ⇔ [(p ∧ q) ⇒ r ] é tautologia. Logo,

p ⇒ (q ⇒ r ) ≡ (p ∧ q) ⇒ r .

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Lógica

PREDICADOS E QUANTIFICADORES

Exemplos de fórmulas atômicas:


irmãos(Abel, Caim)
2+2=4
x ≥0
x =y +1

irmãos, = e ≥ são predicados.


Predicados denotam relações.

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Lógica

PROPOSIÇÕES SIMPLES

Uma proposição simples é representada por uma fórmula atômica.

Exemplos:
irmãos(Abel, Caim) (verdadeira)
2 + 2 = 4 (verdadeira)
−1 ≥ 0 (falsa)
0 = −1 + 1 (verdadeira)

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Lógica

PROPOSIÇÕES COMPOSTAS

Representadas a partir de fórmulas atômicas, utilizando-se conectivos


lógicos.

Exemplos:
irmãos(Abel, Caim) ∧ irmãos(Caim, Abel)
2 + 2 = 4 ∨ −1 ≥ 0

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Lógica

OS QUANTIFICADORES

Dois conectivos lógicos adicionais:


Quantificador universal: ∀
Quantificador existencial: ∃

Exemplos de fórmulas quantificadas:


∀x x ≥ 0
∀x ∀y (irmãos(x , y ) ⇒ irmãos(y , x ))
∃x x ≥ 0
∀x ∃y x = y + 1
∃x ∀y x = y + 1

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Lógica

Quantificador Universal

Especificar o universo de discurso (UD) é importante quando se usa


quantificadores.

O valor verdade de uma declaração quantificada frequentemente


depende de quais elementos estão neste universo de discurso.

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Lógica

Quantificador Universal

Exemplo: Qual é o valor verdade de ∀x (x 2 ≥ x ) se:


o universo de discurso consiste de todos os nros reais ?
o UD consiste de todos os nros inteiros ?

Resposta:
note que x 2 ≥ x sse x .(x − 1) ≥ 0
ou seja: sse x ≤ 0 ou x ≥ 1
logo:
∀x (x 2 ≥ x ) é F se o UD consiste dos reais
mas é V se o UD consiste dos inteiros

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Lógica

Quantificador Universal

Note que, para mostrar que uma declaração da forma ∀x P(x ) é F:


só é preciso encontrar um valor de x no UD para o qual P(x ) é F
este valor é chamado de contra-exemplo da declaração ∀x P(x )

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Lógica

Quantificador Universal

Exemplo: Seja P(x ) dado por x 2 > 0.


Para mostrar que a declaração ∀x P(x ) é F, onde o UD consiste dos
inteiros, é só mostrar um contra-exemplo.
Vemos que x = 0 é um contra-exemplo, uma vez que x 2 = 0 quando
x = 0.

Buscar contra-exemplos para declarações quantificadas


universalmente é uma atividade importante no estudo da matemática.

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Lógica

Quantificador Existencial

Muitas declarações matemáticas estabelecem que existe um elemento


com uma certa propriedade.

Tais declarações são expressas usando quantificação existencial.

Forma-se uma proposição que é V se e somente se P(x ) é V para pelo


menos um valor de x no universo de discurso.

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Lógica

Quantificador Existencial

A quantificação existencial de P(x ) é a proposição:


“existe um elemento x no universo de discurso tal que P(x ) é V”
usa-se a notação: ∃x P(x )

∃ é o quantificador existencial
significa:
“ existe um x tal que P(x )”
“ existe pelo menos um x tal que P(x )”
“ para algum x , P(x )”

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Lógica

Quantificador Existencial

Exemplo: Seja P(x ) a declaração “x > 3”.


Qual é o valor verdade da quantificação ∃x P(x ) ?
O UD consiste de todos os números reais.

Resposta:
“x > 3” para, por exemplo, x = 4
logo: ∃x P(x ) é V

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Lógica

Quantificador Existencial

Exemplo: Seja Q(x ) a declaração “x = x + 1”.


Qual é o valor verdade da quantificação ∃x Q(x ) ?
O UD consiste de todos os números reais.

Resposta:
uma vez que Q(x ) é F para todos os nros reais, a quantificação
existencial ∃x Q(x ) é F

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Lógica

Quantificador Existencial

Quando todos os elementos do universo de discurso podem ser


listados:
por exemplo: x1 , x2 , . . . , xn

segue que a quantificação existencial é o mesmo que a disjunção:


P(x1 ) ∨ P(x2 ) ∨ . . . ∨ P(xn )
a qual é V sse pelo menos um entre P(x1 ), P(x2 ), . . . , P(xn ) for V

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Lógica

Quantificador Existencial

Exemplo: Qual o valor verdade de ∃x P(x ), onde:


P(x ) é a declaração “x 2 > 10”
o UD consiste dos inteiros positivos não maiores do que 4?

Resposta:
Como o UD é {1, 2, 3, 4}, a proposição ∃x P(x ) é o mesmo que a
disjunção:
P(1) ∨ P(2) ∨ P(3) ∨ P(4)
Como P(4) é V, segue que ∃x P(x ) é V

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Lógica

Quantificadores - Resumo

Declaração Quando é V? Quando é F?


∀x P(x ) P(x ) é V para todo x Existe um x
para o qual P(x ) é F
∃x P(x ) Existe um x P(x ) é F para todo x
para o qual P(x ) é V

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Lógica

“Ligando” variáveis

Quando:
um quantificador é usado sobre a variável x
ou: quando atribuímos um valor a esta variável
dizemos que esta ocorrência da variável está ligada (ou
“amarrada”).

Uma ocorrência de variável que não está ligada a um quantificador ou


fixa em um valor particular é chamada de livre .

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Lógica

Ligando variáveis

Todas as variáveis que ocorrem em uma função proposicional devem


estar ligadas , para que ela seja considerada uma proposição .

Isto pode ser feito com uma combinação de:


quantificadores universais
quantificadores existenciais
atribuições de valores

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Lógica

Ligando variáveis

A parte de uma expressão lógica à qual um quantificador é aplicado é


o seu escopo .

Uma variável é livre se estiver fora do escopo de todos os


quantificadores na fórmula que a especifica.

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Patrick Terrematte (UFRN) FMC2 2023.2 49 / 80
Lógica

Ligando variáveis

Exemplo: na declaração ∃x Q(x , y ):


a variável x está ligada à quantificação ∃x
mas a variável y está livre :
não está ligada a nenhum quantificador
nenhum valor lhe está sendo atribuído.

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Lógica

Ligando variáveis

Exemplo: na declaração ∃x (P(x ) ∧ Q(x )) ∨ ∀x R(x ):


Todas as variáveis estão ligadas.
O escopo do primeiro quantificador, ∃x , é a expressão:
P(x ) ∧ Q(x )
O escopo do quantificador “∀x ” é R(x )
Note que esta expressão pode ser escrita como:
∃x (P(x ) ∧ Q(x )) ∨ ∀y R(y )

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Patrick Terrematte (UFRN) FMC2 2023.2 51 / 80
Lógica

Ligando variáveis

Observe que é comum usar a mesma letra para representar variáveis


ligadas a diferentes quantificadores
desde que os seus escopos não se sobreponham .

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Patrick Terrematte (UFRN) FMC2 2023.2 52 / 80
Lógica

Negações

Exemplo: Considere a sentença:


“Todo aluno nesta sala já fez um curso de Cálculo”

Trata-se de uma quantificação universal: ∀x P(x )


onde P(x ) é “x já cursou Cálculo”

A negação desta sentença é a declaração:


“ Não é verdade que todo aluno nesta sala já tenha feito um curso de
Cálculo”
Note que isto é equivalente a:
“ Existe algum estudante em sala que não cursou Cálculo”
ou seja: ∃x ¬P(x )

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Patrick Terrematte (UFRN) FMC2 2023.2 53 / 80
Lógica

Negações

Este exemplo ilustra a seguinte equivalência:

¬∀x P(x ) ≡ ∃x ¬P(x )

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Patrick Terrematte (UFRN) FMC2 2023.2 54 / 80
Lógica

Negações

Exemplo: Agora queremos negar:


“Existe um estudante nesta sala que já cursou Cálculo”

Trata-se de uma quantificação existencial: ∃x Q(x )


onde Q(x ) é “x já cursou Cálculo”

A negação desta declaração é:


“ Não é verdade que exista nesta sala um estudante que já tenha
cursado Cálculo”
O que é equivalente a:
“ Todo estudante desta sala ainda não cursou Cálculo”
ou seja: ∀x ¬Q(x )

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Patrick Terrematte (UFRN) FMC2 2023.2 55 / 80
Lógica

Negações

Este exemplo ilustra a seguinte equivalência:

¬∃x Q(x ) ≡ ∀x ¬Q(x )

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Patrick Terrematte (UFRN) FMC2 2023.2 56 / 80
Lógica

Negações - Resumo

Negação Declaração Quando é V? Quando é F?


Equivalente
¬∃x P(x ) ∀x ¬P(x ) Para todo x , Existe um x para o qual
P(x ) é F P(x ) é V
¬∀x P(x ) ∃x ¬P(x ) Existe um x para o qual Para todo x ,
P(x ) é F P(x ) é V

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Lógica

OS QUANTIFICADORES

(∀n ∈ N)(n < 1)


(∃n ∈ N)(n < 1)
(∀nN)(n! < 10)
(∃n ∈ N)(n! < 10)
(∀n ∈ N)(n + 1 > n)
(∃n ∈ N)(n + 1 > n)
(∀n ∈ N)(2npar )
(∃n ∈ N)(2npar )
Para o conjunto universo N,
(∀n)(∃m)(n < m)
(∃m)(∀n)(n < m)
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Patrick Terrematte (UFRN) FMC2 2023.2 58 / 80
Lógica

OS QUANTIFICADORES

(∀n ∈ N)(n < 1) é falsa


(∃n ∈ N)(n < 1) é verdadeira
(∀n ∈ N)(n! < 10) é falsa
(∃n ∈ N)(n! < 10) é verdadeira
(∀n ∈ N)(n + 1 > n) é verdadeira
(∃n ∈ N)(n + 1 > n) é verdadeira
(∀n ∈ N)(2npar ) é verdadeira
(∃n ∈ N)(2npar ) é verdadeira
(∀n)(∃m)(n < m) é verdadeira
(∃m)(∀n)(n < m) é falsa
Para o conjunto universo N,
(∀n)(∃m)(n < m) é verdadeira
(∃m)(∀n)(n < m) é falsa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Patrick Terrematte (UFRN) FMC2 2023.2 59 / 80
Lógica

EXEMPLO

Sejam:
A(x ): x é uma arara.
M(x ): x é multicor.
Q(x ): x é pequena.
G(x ): x faz ninho em árvores altas.

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Lógica

EXEMPLO

Representação de algumas afirmações:


Todas as araras são multicores.

Nenhum pássaro pequeno faz ninho em árvores altas.

Pássaros que não fazem ninhos em árvores altas não são multicores.

Araras são grandes.

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Lógica

EXEMPLO

Representação de algumas afirmações:


Todas as araras são multicores.
∀x (A(x ) ⇒ M(x ))
Nenhum pássaro pequeno faz ninho em árvores altas.
¬∃x (Q(x ) ∧ G(x ))
Pássaros que não fazem ninhos em árvores altas não são multicores.
∀x (¬G(x ) ⇒ ¬M(x ))
Araras são grandes.
∀x (A(x ) ⇒ ¬Q(x ))

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Patrick Terrematte (UFRN) FMC2 2023.2 62 / 80
Lógica

ALGUMAS EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS

∀x P(x ) ≡ ¬∃x ¬P(x )

∃x P(x ) ≡ ¬∀x ¬P(x )

¬∃ xP(x ) ≡ ∀x ¬P(x )

¬∀ xP(x ) ≡ ∃x ¬P(x )

∀x (P(x ) ∧ Q(x )) ≡ ∀x P(x ) ∧ ∀x Q(x )

∃x (P(x ) ∨ Q(x )) ≡ ∃x P(x ) ∨ ∃x Q(x )

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Lógica

ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS LÓGICAS

∀x P(x ) |= P(A)

P(A) |= ∃x P(x )

∀x P(x ) ∨ ∀x Q(x ) |= ∀x (P(x ) ∨ Q(x ))

∃x (P(x ) ∧ Q(x )) |= ∃x P(x ) ∧ ∃x Q(x )

∃x ∀y P(x , y ) |= ∀y ∃x P(x , y )

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Patrick Terrematte (UFRN) FMC2 2023.2 64 / 80
Lógica

CUIDADO! A VOLTA NÃO VALE!

P(a) ⊭ ∀x P(x )

∃x P(x ) ⊭ P(a)

∀x (P(x ) ∨ Q(x )) ⊭ ∀x P(x ) ∨ ∀x Q(x )

∃x P(x ) ∧ ∃x Q(x ) ⊭ ∃x (P(x ) ∧ Q(x ))

∀x ∃y P(x , y ) ⊭ ∃y ∀x P(x , y )
∀x ∃y (x < y ) ⊭ ∃y ∀x (x < y )

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Lógica

TÉCNICAS ELEMENTARES DE PROVA

Serão vistas técnicas de prova para proposições das formas:

α⇒β
∃x α(x )
¬∃x α(x )
∀x α(x )
¬∀x α(x )
além de raciocínio por casos e por absurdo.

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Patrick Terrematte (UFRN) FMC2 2023.2 66 / 80
Lógica

TÉCNICAS PARA IMPLICAÇÃO (α ⇒ β)

Prova por vacuidade:


Base:
“(contradição ⇒ β)” é tautologia.

Método:
Provar que α é falsa.

Exemplo: ∅ é subconjunto de qualquer conjunto. (∅ ⊆ A) Seja A um


conjunto arbitrário. Assuma por absurdo a falsidade de ∅ ⊆ A. Ou
seja, é falso que ∀x : Set(x ∈ ∅ ⇒ x ∈ A). Assim, deve
∃x : Set(x ∈ ∅ ∧ x ∈ / A). Temos assim uma contradição, pois por
definição ∅ não possui elementos (∀x : Set)x ∈/ ∅.

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Patrick Terrematte (UFRN) FMC2 2023.2 67 / 80
Lógica

TÉCNICAS PARA IMPLICAÇÃO (α ⇒ β)

Prova trivial:
Base:
“α ⇒ tautologia” é tautologia.

Método:
Provar que β é sempre verdadeira.

Exemplo:
Se x e y são números irracionais então x y é um número racional
ou irracional.

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Patrick Terrematte (UFRN) FMC2 2023.2 68 / 80
Lógica

TÉCNICAS PARA IMPLICAÇÃO (α ⇒ β)

Prova direta:
Base:
Se α |= β então α ⇒ β é sempre verdadeira.

Método:
a) supor que α é verdadeira;
b) mostrar que, neste caso, β é verdadeira.
Exemplo:
Se n é um número ímpar, então n2 é um número ímpar.

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Patrick Terrematte (UFRN) FMC2 2023.2 69 / 80
Lógica

TÉCNICAS PARA IMPLICAÇÃO (α ⇒ β)

Prova indireta:
Base:
α ⇒ β ≡ ¬β ⇒ ¬α.

Método:
Provar ¬β ⇒ ¬α, utilizando um dos métodos acima.

Exemplo:
O princípio da casa de pombos (pigeonhole principle): se n + 1
objetos são distribuidos em n caixas, então alguma caixa conterá
pelo menos dois objetos.

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Patrick Terrematte (UFRN) FMC2 2023.2 70 / 80
Lógica

TÉCNICA PARA A UNIVERSAL (∀x α(x ))

Prova para a universal:


Base:
Se β |= α(c) e c não ocorre em β, então β |= ∀x α(x ).

Método:
a) Supor a existência de um c arbitrário;
b) provar α(c).

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Patrick Terrematte (UFRN) FMC2 2023.2 71 / 80
Lógica

TÉCNICAS ELEMENTARES DE PROVA

Prova por Casos:


Base:
(α1 ∨ · · · ∨ αn ) ∧ (α1 ⇒ β) ∧ · · · ∧ (αn ⇒ β) |= β

Método para provar β dado que α1 ∨ · · · ∨ αn :


1. provar α1 ⇒ β;
2. provar α2 ⇒ β;
..
.
n. provar αn ⇒ β.

Exemplo:
min(x , y ) + max (x , y ) = x + y para quaisquer x , y ∈ R.

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Patrick Terrematte (UFRN) FMC2 2023.2 72 / 80
Lógica

TÉCNICAS ELEMENTARES DE PROVA

Prova de equivalências da forma


(α1 ⇔ · · · ⇔ αn ) ≡ (α1 ⇒ α2 ) ∧ · · · ∧ (αn ⇒ α1 ):

Método: provar α1 ⇒ α2 ; . . .; provar αn ⇒ α1 .

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Patrick Terrematte (UFRN) FMC2 2023.2 73 / 80
Lógica

TÉCNICAS ELEMENTARES DE PROVA

Prova por Contradição (redução a absurdo) de α:


Base:
Se β ∧ ¬α |= contradição, então β |= α.
Método:
a) Supor que α é sempre falsa;
b) derivar uma contradição.
Exemplo:

2 é irracional.

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Patrick Terrematte (UFRN) FMC2 2023.2 74 / 80
Lógica

PROVA DE NÃO EXISTÊNCIA (prova de ¬∃x α(x ))

¬∃x α(x ) é frequentemente provado por contradição:


supor que existe um c tal que α(c);
derivar uma contradição.

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Patrick Terrematte (UFRN) FMC2 2023.2 75 / 80
Lógica

PROVA DE EXISTÊNCIA (prova de ∃x α(x ))

Prova construtiva:
Base:
α(c) |= ∃x α(x ).
Método:
Provar α(c), para um elemento específico c.
Exemplo:
Para qualquer n ∈ N existem pelo menos n naturais consecutivos n
primos.

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Patrick Terrematte (UFRN) FMC2 2023.2 76 / 80
Lógica

PROVA DE EXISTÊNCIA (prova de ∃x α(x ))

Prova não construtiva:


Método:
Provar ∃x α(x ), sem exibir um x específico (por absurdo, por casos,. . .
Exemplo:
Existem dois irracionais x e y tais que x y é racional.

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Patrick Terrematte (UFRN) FMC2 2023.2 77 / 80
Lógica

CONTRA-EXEMPLO (para provar ¬∀x α(x ))

Prova por contra-exemplo:


Base:
¬α(c) |= ¬∀x α(x )
Método:
Exibir, ou construir, um elemento c para o qual α(c) é falsa.
Exemplo:
Todo número primo é ímpar.

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Patrick Terrematte (UFRN) FMC2 2023.2 78 / 80
Lógica

INDUÇÃO MATEMÁTICA

Prova por Indução Matemática


para provar ∀x α(x ), quando o universo é N:
Base:
α(0) ∧ ∀x (α(x ) ⇒ α(x + 1)) |= ∀x α(x ).
Método:
a) Passo Base: provar α(0);
b) Passo Indutivo: provar ∀x (α(x ) ⇒ α(x + 1)).

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Patrick Terrematte (UFRN) FMC2 2023.2 79 / 80
Lógica

Questões?

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Patrick Terrematte (UFRN) FMC2 2023.2 80 / 80

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