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de PROVAS
TESTES SELECIONADOS SSA-1
1. (SSA-1/2015) A figura a seguir representa um azulejo decorado.
Efetuando, nessa figura, uma simetria de reflexão em relação ao lado BC e, em seguida, uma rotação de 90°
no sentido horário pelo ponto C, obtemos a figura indicada na alternativa
2. (SSA-1/2015) Paulo mora em um prédio com oito apartamentos e resolveu calcular a média aritmética do
número de automóveis por apartamento. Dentre os valores indicados nas alternativas a seguir, qual deve ser
o número médio de automóveis por apartamento no prédio de Paulo?
a) 1,3
b) 1,5
c) 1,8
d) 2,1
e) 2,4
3. (SSA-1/2015) Um caixa eletrônico estava abastecido com 420 notas de 50 reais e 900 notas de 20 reais. Após
algumas pessoas sacarem dinheiro, todos os saques receberam a mesma quantidade de cédulas, deixando o
caixa eletrônico vazio. Nessas condições, quantas notas, no máximo, cada pessoa sacou?
a) 36
b) 45
c) 50
d) 60
e) 90
4. (SSA-1/2015) A dona de um café compra caixas, contendo 60 brigadeiros, em uma doceira, ao custo de R$
30,00 cada caixa. Ela vende, em média, 120 brigadeiros por dia, a R$ 1,20 a unidade. Qual o lucro médio diário
que a dona desse café obtém com a venda desses brigadeiros?
a) R$ 24,00
b) R$ 60,00
c) R$ 84,00
d) R$ 90,00
e) R$ 144,00
1
5. (SSA-1/2015) O auditório de uma escola tem cinco portas. De quantas maneiras distintas é possível entrar nele
e dele sair por uma porta diferente?
a) 2
b) 5
c) 10
d) 15
e) 20
6. (SSA-1/2015) A distância entre duas varetas fincadas verticalmente num terreno é de 90 cm. Uma delas mede
16 cm, e a outra, 8 cm. Na reta que os contém, existem dois pontos P e Q nos quais uma formiga pode se situar
de tal forma que vê as duas varetas com a mesma altura (ilusão de ótica). Isso ocorre quando os ângulos de
visão da formiga forem iguais. Qual a distância entre esses pontos?
a) 118 cm
b) 120 cm
c) 124 cm
d) 125 cm
e) 128 cm
Efetuando, nessa figura, uma simetria de reflexão em relação ao lado BC e, em seguida, uma rotação de 90°
no sentido horário pelo ponto C, obtemos a figura indicada na alternativa.
A área do paralelogramo de Joana é, aproximadamente, quanto por cento da área do retângulo de Carlos?
2
a) 70% b) 75% c) 80% d) 85% e) 90%
9. (SSA-1/2015) Larissa construiu um cubo e, em cada face, colou uma figura diferente. Observe o cubo de Larissa
em três posições diferentes.
10. (SSA-1/2015) Marta e Paula combinaram se encontrar exatamente às 10h05 no aeroporto, para receber
Ricardo que chegava de viagem. O relógio de Marta estava atrasado 7 minutos, embora ela pensasse que
ele estivesse adiantado 8 minutos. O relógio de Paula, entretanto, estava adiantado 6 minutos, se bem que
ela pensasse que ele estava atrasado 5 minutos. Com base nessas informações, analise as afirmativas a
seguir:
Está(ão) CORRETA(S)
a) I.
b) II.
c) I e II.
d) I e III.
e) II e III.
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TESTES SELECIONADOS SSA-1
11. (SSA-1/2016) O Instagram é uma rede social, lançada em outubro de 2010. Nela, é possível o
compartilhamento de fotos e vídeos que permitem aos seus usuários aplicar filtros digitais e inseri-los em uma
variedade de outras redes sociais, como o Facebook e o Twitter, por exemplo. Esse serviço rapidamente
ganhou popularidade e já possui 100 milhões de usuários ativos.
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.
12. (SSA-1/2016) Um professor de matemática costuma aplicar, durante o ano letivo, quatro provas para seus
alunos, sendo uma prova com um peso por cada bimestre. A tabela abaixo representa as notas com seus
respectivos pesos, obtidas por um determinado aluno nos quatro bimestres. Se o aluno foi aprovado com
média anual final igual a 7,0(sete), a nota obtida por esse aluno na prova do I bimestre foi de
4
a) 5,3
b) 5,9
c) 6,2
d) 6,7
e) 7,0
13. (SSA-1/2016) Num experimento de física realizado em sala, foi solta do topo de uma rampa de 0,30 m de
altura uma esfera que percorreu certa distância, fazendo um looping no final. Partindo do princípio de que o
triângulo representado é retângulo, qual a distância total aproximada que essa bola irá percorrer do topo da
rampa até dar uma volta completa no aro da circunferência cujo raio é de 0,10 m?
a) 1,13 m
b) 1,28 m
c) 1,57 m
d) 2,00 m
e) 2,07 m
a) 160
b) 216
c) 252
d) 270
e) 306
15. (SSA-1/2016) Os técnicos de um laboratório observaram que uma população de certo tipo de bactérias cresce
segundo a função B (t ) = 10 4
9 3t
( com “t” sendo medido em horas. Qual o tempo necessário para que
ocorra uma reprodução de 6,4.1010 bactérias?
a) 1h
b) 3h
c) 4h
d) 6h
e) 16h
5
16. (SSA-1/2016) Dentre as alternativas abaixo, qual figura representa melhor o triângulo A’B’C’, obtido por uma
reflexão do triângulo ABC em relação ao eixo e (destaque nesse “e” eixo) seguida de uma rotação de 90° no
sentido anti-horário em torno do ponto B?
17. (SSA-1/2016) Uma rua sem saída, às margens de um rio será calçada pelos proprietários dos seus quatro
lotes e o custo da pavimentação será de R$ 60 000,00. Em uma reunião, eles chegaram ao seguinte acordo:
os custos da pavimentação do primeiro lote serão divididos entre os proprietários dos quatro lotes; para o
segundo lote serão divididos entre os proprietários dos lotes 2, 3 e 4; os custos da pavimentação para o
terceiro lote, serão divididos entre os proprietários dos lotes 3 e 4, e os custos da pavimentação para o quarto
lote caberão apenas ao seu proprietário. Nessas condições, quanto o proprietário do lote 4 pagou a mais que
o do lote 2?
a) 12 500 reais
b) 14 500 reais
c) 16 500 reais
d) 18 000 reais
e) 22 500 reais
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18. (SSA-1/2016) “Obesidade é definida como excesso de gordura corporal”. A pessoa obesa corre o risco em
adquirir doenças como diabetes, pressão alta ou níveis elevados de colesterol. O cálculo do Índice de Massa
Corporal (IMC) de uma pessoa permite situá-la em diferentes categorias de “peso”, segundo a tabela a seguir:
Lucas mede 1,60 m de altura e está com 28 kg/m2 de IMC e, portanto, enquadrando-se, assim, na
categoria sobrepeso. Aproximadamente quantos quilogramas, no mínimo, ele deverá perder para
passar à categoria “peso normal”?
a) 8 kg
b) 10 Kg
c) 12 kg
d) 14 kg
e) 16 kg
19. (SSA-1/2016) Na fabricação de 25 mesas, um empresário verificou que o custo total de material foi obtido
por meio de uma taxa fixa de R$ 2 000,00, adicionada ao custo de produção que é de R$ 60,00 por unidade.
Qual é o custo para fabricação dessas mesas?
a) R$ 1 500,00
b) R$ 2 900,00
c) R$ 3 500,00
d) R$ 4 200,00
e) R$ 4 550,00
20. (SSA-1/2016) A margem de erro em uma pesquisa eleitoral é inversamente proporcional à raiz quadrada do
tamanho da amostra. Se, em uma pesquisa com 8 100 eleitores, a margem de erro é de 4%, em uma pesquisa
com 25 600 eleitores, ela será de
a) 2,25%
b) 2,50%
c) 2,80%
d) 3,00%
e) 3,50%
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TESTES SELECIONADOS SSA-1
21. (SSA-1/2017) De acordo com a matéria publicada no Jornal do Comércio, em 14 de maio de 2014, ocorreu
uma “explosão de dengue” em Campinas, interior de São Paulo. Lá se identificou a maior epidemia de dengue,
com mais de 17 mil casos registrados entre janeiro e abril do referido ano. Sobre essa epidemia de dengue
na cidade paulista, analise o gráfico a seguir:
I. A média de casos de dengue entre os anos de 2001 e 2005 é superior a 500 casos por ano.
II. Em comparação ao ano de 1998, só houve aumento superior a 50% dos casos nos anos de 2002, 2007, 2010,
2011, 2013 e 2014.
III. De janeiro a abril de 2014, houve um aumento superior a 140% nos casos dessa doença, em comparação ao
ano de 2013.
a) I.
b) II.
c) I e II.
d) I e III.
e) II e III.
22. (SSA-1/2017) João está procurando cercar um terreno triangular que ele comprou no campo. Ele sabe que
dois lados desse terreno medem, respectivamente, 10 m e 6 m e formam entre si um ângulo de 120o . O
terreno será cercado com três voltas de arame farpado. Se o preço do metro do arame custa R$ 5,00, qual
será o valor gasto por João com a compra do arame?
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23. (SSA-1/2017) O retângulo ABCD, representado a seguir, tem área cuja medida é de 18 cm². Qual é a razão
entre a medida da área da parte pintada e a medida da área total do retângulo? Considere π = 3,0
a) 1/4
b) 1/5
c) 1/6
d) 1/7
e) 1/8
24. (SSA-1/2017) A medida da área do triângulo retângulo, representado a seguir, é de 12,5 cm². Qual é o valor
aproximado do Seno do ângulo“θ”?
a) 0,45
b) 0,52
c) 0,61
d) 0,71
e) 0,85
25. (SSA-1/2017) Um professor de matemática apresentou a seguinte função quadrática para os seus alunos:
F1(x) = x² - 2x + 1. Em seguida, começou a alterar os valores do termo independente de x dessa função,
obtendo três novas funções:
F2(x) = x² - 2x + 8;
F3(x) = x² - 2x + 16;
F4(x) = x² - 2x + 32.
Sobre os gráficos de F2(x), F3(x) F4(x), em relação ao gráfico da função F1(x), é CORRETO afirmar que:
a) 1,0 m
b) 1,5 m
c) 2,0 m
d) 2,5 m
e) 3,0 m
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27. (SSA-1/2017) Uma pesquisa foi realizada numa turma de Ensino Médio, com a intenção de saber quais
seriam as frequências das idades dos alunos de 16 a 19 anos em determinada escola. Os dados obtidos
foram tabulados e organizados, conforme apresentados a seguir:
Sabendo que os números 1, 2, 3, 4, ao lado de cada legenda, representam, em graus, uma idade, identifique
qual dos gráficos a seguir melhor representa as frequências dos alunos com relação a suas respectivas idades.
28. (SSA-1/2017) As idades dos atletas que participaram da Seleção Brasileira Masculina de Basquete,
convocados para a preparação dos Jogos Olímpicos 2016, variaram de 24 a 36 anos, como se pode observar
na tabela a seguir:
De acordo com a tabela, a média, a mediana e a moda dessas idades são, respectivamente:
a) 30,5; 32,5 e 33
b) 31; 32 e 33
c) 31,5; 31 e 33
d) 30,5; 31 e 24
e) 31; 24 e 33
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29. (SSA-1/2017) No dia 01/08/2016, os saldos nas contas poupança de Carlos e Marco eram de,
respectivamente, R$ 8 400,00 e R$ 2 800,00. Se, no primeiro dia de cada mês subsequente a agosto de 2016,
Carlos retira R$ 240,00, e Marco deposita R$ 200,00, desconsiderando a correção monetária, quando é que
o saldo na conta poupança de Marco irá ultrapassar o saldo na conta poupança de Carlos?
a) Janeiro de 2017
b) Fevereiro de 2017
c) Março de 2017
d) Agosto de 2017
e) Setembro de 2017
30. (SSA-1/2017) Rodrigo estava observando o pisca-pisca do enfeite natalino de sua casa. Ele é composto por
lâmpadas nas cores amarelo, azul, verde e vermelho. Rodrigo notou que lâmpadas amarelas acendem a cada
45 segundos, as lâmpadas verdes, a cada 60 segundos, as azuis, a cada 27 segundos, e as vermelhas só
acendem quando as lâmpadas das outras cores estão acesas ao mesmo tempo. De quantos em quantos
minutos, as lâmpadas vermelhas acendem?
a) 6
b) 9
c) 12
d) 15
e) 18
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TESTES SELECIONADOS SSA-1
31. (SSA-1/2018) O gráfico a seguir trata de um dos aspectos da violência no Grande Recife, em matéria veiculada
no Jornal do Commercio do dia 30 de abril de 2017.
a) I
b) II
c) III
d) I e II
e) II e III
32. (SSA-1/2018) A população inicial de uma colônia de bactérias, que cresce 40% a cada hora, é de 8 105
bactérias. Qual é o número aproximado de bactérias dessa colônia ao final de 16 horas?
12
33. (SSA-1/2018) No triângulo retângulo ABC representado a seguir, o lado AB mede 5 cm a mais que o lado AC.
Sendo tan 𝜃 = 0,75, quais são as medidas do perímetro e da área desse triângulo, respectivamente?
34. (SSA-1/2017) Qual das alternativas a seguir representa, conjuntamente, os esboços dos gráficos das funções
reais f(x) = x² e g(x) = 4x-4?
35. (SSA-1/2018) Beatriz tem dois carros do tipo Flex que podem ser abastecidos com gasolina, álcool ou com os
dois combustíveis misturados. Alguns dados sobre o consumo médio de combustível dos dois carros de Beatriz
estão representados na tabela a seguir:
Beatriz fez quatro viagens sucessivas para a casa de seus pais, percorrendo, em cada uma delas, a distância de
600 km. Na primeira e na segunda viagem, optou, respectivamente, pelos carros A e B abastecidos com álcool.
Na terceira e na quarta viagem, optou por utilizar, respectivamente, os carros A e B abastecidos com gasolina.
Com base nessas informações, analise as afirmativas abaixo:
13
I. O gasto de Beatriz com combustível foi de R$ 14,00 a mais na segunda viagem que na primeira.
II. Na terceira e na quarta viagem, a despesa foi de R$ 374,00 com combustível.
III. O gasto de Beatriz com combustível foi de R$ 34,00 a menos na terceira viagem que na quarta.
IV. Se Beatriz tivesse viajado as quatro vezes no carro A com gasolina, teria economizado R$ 80,00.
a) I, II e IV.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I e IV.
36. (SSA-1/2018) Um engenheiro construiu uma piscina em formato de bloco retangular a qual mede 7 m de
comprimento, 4 m de largura e 1,5 m de profundidade. Após encher a piscina completamente, o engenheiro
abriu um ralo que tem a capacidade de esvaziá-la à razão de 20 litros por minuto. Utilizando esse ralo, em
quanto tempo o nível da água dessa piscina vai baixar em 10 centímetros?
a) 40 minutos
b) 1 hora e 40 minutos
c) 1 hora e 58 minutos
d) 2 horas e 20 minutos
e) 2 horas e 46 minutos
38. (SSA-1/2018) Algumas diagonais do decágono regular passam pelo seu centro e outras não. Sendo assim,
escolhendo-se ao acaso uma diagonal desse polígono, qual é a probabilidade de ela não passar pelo centro
do decágono?
a) 6/7
b) 1/2
c) 3/4
d) 3/5
e) 1/7
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39. (SSA-1/2018) A prova final de Geografia de uma escola é composta de 10 itens com alternativas do tipo
“verdadeiro ou falso”. De quantas maneiras diferentes um estudante poderá responder esta prova, de forma
que ele só assinale apenas uma alternativa em cada questão?
a) 20
b) 64
c) 256
d) 512
e) 1024
40. (SSA-1/2018) Os lados de um triângulo medem, respectivamente, 5 cm, 7 cm e 8 cm. Quais são as
respectivas medidas dos lados de um triângulo semelhante a este cujo perímetro mede 0,6 m?
a) 15 cm, 21 cm e 24 cm
b) 12 cm, 22 cm e 26 cm
c) 18 cm, 20 cm e 22 cm
d) 11 cm, 23 cm e 26 cm
e) 16 cm, 18 cm e 26 cm
15
TESTES SELECIONADOS SSA-1
41. (SSA-1/2019) Analise o infográfico abaixo que trata de estatísticas sobre ataques de tubarão ocorridos até
meados de junho do corrente ano (Publicado no Jornal do Commercio em 04/06/2018).
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
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42. (SSA-1/2019) No mês de setembro, uma loja de roupas teve um lucro [L(y)] de R$ 40 200,00, em função do
que foi investido (y), como representado na expressão L(y) = 8y+200. Quanto deverá ser o investimento em
reais no mês de outubro, para que o lucro obtido quadruplique, considerando essa mesma expressão para o
lucro?
a) 20 000,00
b) 20 035,00
c) 20 045,00
d) 20 075,00
e) 20 100,00
43. (SSA-1/2019) Se dividirmos 2018 por todos os números naturais de 1 a 1 000, qual o maior resto obtido?
a) 336
b) 672
c) 1 009
d) 1 018
e) 2 017
44. (SSA-1/2019) Considere a figura a seguir. Com base nesta, assinale a alternativa que apresenta uma figura
obtida quando realizamos uma simetria de reflexão, segundo um eixo vertical.
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45. (SSA-1/2019) Qual dos gráficos a seguir representa duas grandezas inversamente proporcionais cuja
5
equação que as relaciona é y= , com x > 0?
x
46. (SSA-1/2019) Os dois polígonos regulares a seguir são semelhantes, e a razão de semelhança de B para A
3
é de 5 .
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
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47. (SSA-1/2019) Em um mesmo sistema de coordenadas cartesianas, considere as representações das funções
𝑓(𝑥 ) = 𝑥 2 − 4 𝑒 𝑔(𝑥 ) = −𝑥 − 2. . Em quantas regiões, essas representações dividem o plano?
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
48. (SSA-1/2019) Ana leva 15 minutos, todos os dias, para chegar ao seu trabalho, viajando de metrô. Trabalha
durante 8 horas por dia e utiliza, apenas, 1 hora e 15 minutos de intervalo para o almoço, a fim de conseguir
largar mais cedo. Para retornar, ela pega uma carona com seu irmão e leva exatamente 35 minutos para
chegar a sua casa, por causa do tráfego intenso no horário. Nessas condições, se Ana sai de casa todos os
dias às 7 horas e 30 minutos, em que horário ela chega a sua casa nos dias em que vai ao trabalho?
a) 18 horas e 15 minutos
b) 18 horas
c) 17 horas e 05 minutos
d) 17 horas e 35 minutos
e) 16 horas e 30 minutos
a) um prejuízo de 5%.
b) um lucro de 5%.
c) um prejuízo de 35%.
d) um lucro de 35%.
e) um prejuízo de 65%.
50. (SSA-1/2019) No loteamento Terra Boa, há um terreno de formato triangular, conforme o esboço a seguir,
que tem um dos lados medindo 7 metros de comprimento e o outro, 5 metros. O terceiro lado desse terreno
forma com o lado de comprimento 5 metros um ângulo de 60 o . Com base nessas informações, qual a medida,
em metros, do comprimento do terceiro lado desse terreno?
19
TESTES SELECIONADOS SSA-1
51. (SSA-1/2020) O caminho da cidade até a fazenda de Fernando compreende uma parte em rodovia federal,
uma parte em rodovia estadual, e o último trecho, de dois quilômetros, em estrada de terra. Se a parte em
rodovia federal corresponde a três quartos da distância total, e a parte em rodovia estadual, a um quinto da
distância total, qual a distância em quilômetros entre a cidade e a fazenda de Fernando?
a) 8
b) 9
c) 20
d) 30
e) 40
52. (SSA-1/2020) A Professora Ana solicitou que alguns de seus estudantes fossem ao quadro e escrevessem
um exemplo correto sobre grandezas proporcionais. Cinco dos seus estudantes apresentaram as situações
a seguir:
Flávio: A velocidade de um carro de Fórmula 1 e a distância a ser percorrida por esse carro são grandezas
inversamente proporcionais.
Tiago: A vazão de uma torneira e o tempo que essa torneira leva para encher uma caixa d’água são
grandezas inversamente proporcionais.
Paulo: A distância percorrida por um táxi e o valor a ser pago pelo passageiro do táxi são grandezas
inversamente proporcionais.
Sandra: O valor fixo pago na compra de bombons é uma grandeza inversamente proporcional à quantidade
de bombons.
a) Flávio
b) Tiago
c) Mariana
d) Paulo
e) Sandra
53. (SSA-1/2020) O quadro abaixo representa o consumo de energia de uma residência em kw/h nos seis
primeiros meses de um determinado ano.
20
Com base na leitura dos dados contidos no quadro, indique o gráfico que representa a média de consumo para
o período descrito.
54. (SSA-1/2020) A figura representada abaixo vai sofrer duas transformações isométricas, uma simetria de
rotação de 900 no sentido horário, seguida de uma simetria de reflexão segundo um eixo horizontal.
21
55. (SSA-1/2020) Qual a função polinomial do 1º grau representa o gráfico a seguir?
56. (SSA-1/2020) Um polígono regular está inscrito em um círculo. Numerando os vértices desse polígono,
percebe-se que o segmento que une os vértices 7 e 23 é um diâmetro desse círculo. Quantos lados tem esse
polígono?
a) 28
b) 30
c) 32
d) 34
e) 36
57. (SSA-1/2020) Numa aula sobre padrões, um professor de matemática utilizou dois triângulos e dois trapézios
idênticos, conforme apresentados a seguir e, por composição de figuras, formou o retângulo abaixo.
22
Qual é a medida do perímetro do retângulo formado, sabendo que a medida da área do trapézio reto é 22
cm²?
a) 18 cm
b) 28 cm
c) 36 cm
d) 56 cm
e) 160 cm
58. (SSA-1/2020) Um terreno tem as seguintes dimensões: comprimento com medida “A” e largura com medida
“B” (ambas em metros). Se a medida do perímetro desse terreno é de 20 metros, quanto mede o comprimento
e a largura desse terreno para que sua área seja máxima?
a) 5 m e 5 m
b) 6 m e 4 m
c) 7 m e 3 m
d) 8 m e 2 m
e) 9 m e 1 m
59. (SSA-1/2020) Um engenheiro cartográfico fixa seu teodolito no solo e, por meio dele, observa o topo de uma
árvore sob um ângulo de 600 . Após certo tempo, ele recua 30 metros e vê o topo dessa mesma árvore sob
um ângulo de 300 . Se a luneta desse teodolito está a 1,80 metros do solo, qual é aproximadamente a altura
da árvore observada pelo engenheiro? Use = √3 = 1,73
a) 24 m
b) 26 m
c) 29 m
d) 32 m
e) 35 m
60. (SSA-1/2020) O treino de um maratonista consiste em correr, todos os dias, cinco quilômetros, exceto nos
dias em que ele está acompanhado de seu treinador, quando corre dez quilômetros. Se em treze dias, correu
um total de cem quilômetros, em quantos desses treze dias, ele foi acompanhado pelo seu treinador?
a) 2
b) 5
c) 7
d) 10
e) 13
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TESTES SELECIONADOS SSA-1
61. (SSA-1/2021) Sofia e Flávia, estudantes do 1o ano do ensino médio, durante uma pesquisa sobre calçados
solicitada pelo professor de Matemática, descobriram, dentre outras coisas, que:
5 p + 28
• No Brasil, a fórmula S= pode ser usada para calcular o número aproximado do calçado S em
4
função da medida do comprimento p do pé;
• O número do calçado na Europa é sempre 2 unidades a mais do que o número do calçado aqui no Brasil.
Depois da apresentação online dos resultados da pesquisa para a turma, elas propuseram a seguinte
situação-problema:
“O pai de Zulmira mora na Europa e lá o número do seu calçado é 42. Zulmira mora aqui no Brasil e a
medida do tamanho do seu pé é 2,4 cm a menos do que o tamanho do pé do seu pai.Qual é o número do
calçado de Zulmira em nosso país?”
a) 40 b) 39 c) 38 d) 37 e) 36
62. (SSA-1/2021) Segundo FAO 2009 (The State of Food and Agriculture – E.U.A.), a indústria de carne é
responsável por 18% das emissões globais de gases causadores do efeito estufa, ao passo que todos os
transportes somados geram 13%. Somos quase 7 bilhões de pessoas na Terra e criamos, para produzir carne,
mais de 30 bilhões de animais que consomem água, comida e recursos energéticos, demandam espaço,
despejam detritos, contaminam os mananciais, causam erosão e geram poluição atmosférica.
I. Para a produção de 1 kg de feijão são necessários cerca de 300 litros de água limpa.
II. 30 bilhões de animais consomem 15 000 litros de água limpa.
24
III. Se um bovino gera cerca de 150 kg de carne, para cada um desses animais a emissão de gases do efeito
estufa gira em torno de mais de 37 mil km percorridos por um carro.
IV. Para cada bilhão de pessoas, 1 milhão de km2 de florestas pode ser desmatada no mundo.
a) I e II b) I e III c) I e IV d) II e III e) II e IV
63. (SSA-1/2021) Uma empresa de design está desenvolvendo um cartão de visita para uma pizzaria. Este cartão
deverá ter o formato de um setor circular construído com um ângulo central de 60º, conforme a figura a seguir:
A medida do contorno do cartão, dada pela soma entre os dois segmentos de reta e o arco de circunferência,
deve ser igual a 24 cm, para que seja possível um texto propaganda com todos os sabores das pizzas. Qual
deve ser a medida da área, em cm 2, desse cartão de visita?
Considere π = 3
a) 27 b) 32 c) 45 d) 64 e) 72
64. (SSA-1/2021) O Índice de Adiposidade Corporal (IAC), que mede o excesso de gordura no organismo, é
calculado utilizando o tamanho da circunferência do quadril e segue a seguinte lógica: quanto maior for o
tamanho do quadril, em centímetros, em relação à altura, em metros, mais acima do peso a pessoa está. A
fórmula do IAC é a seguinte:
Se o jovem Enzo tem 2,0 metros de altura e se encontra na classificação obeso por ter um IAC de 32 %,
quantos centímetros, no mínimo, ele tem que perder na medida do quadril para passar para a categoria “peso”
normal? Adote 2 = 1,4
25
65. (SSA-1/2021) A figura a seguir traz a representação gráfica de cinco retângulos e de parte da parábola y =
0,2x2 + k, na qual k é um número real.
Se a soma das medidas das áreas dos retângulos é igual a 14, então qual o valor de k?
1 11 3 13 7
a) b) c) d) e)
2 20 5 20 10
66. (SSA-1/2021) Um arquiteto está projetando uma piscina em formato octogonal. Em sua planta, ele desenha
um octógono de lados AB, BC, CD, DE, EF, FG, GH, HA e AB construído a partir de dois quadrados
congruentes com lados medindo 6 cm. Ele posicionou o vértice de um desses quadrados sobre o centro O do
outro, de tal forma que o segmento OD formasse um ângulo de 30º com a paralela ao lado BC passando por
O, conforme a figura a seguir.
Ele precisa da medida do perímetro desta figura, a fim de encomendar lajotas para contornar a piscina. Qual
a medida do perímetro do octógono na planta do arquiteto, em centímetros?
26
67. (SSA-1/2021) Se o número natural N = 2a35b, no qual a e b são os algarismos das unidades de milhar e das
unidades simples, respectivamente, é divisível por 6, quantos são os pares de algarismos (a, b)?
a) 12 b) 14 c) 15 d) 16 e) 17
68. Quatro amigos observam uma pilha de caixas em formato cúbico. Cada um deles posiciona-se a Norte, Sul,
Leste e Oeste da pilha, respectivamente. Eles fazem um desenho da vista que tiveram desta pilha, obtendo
os seguintes esboços:
Após socializarem os desenhos entre si, eles descobriram qual a quantidade máxima de caixas que poderia
existir naquela pilha. Qual é esta quantidade?
a) 30 b) 31 c) 35 d) 40 e) 42
69. (SSA-1/2021) O gráfico a seguir apresenta o número de focos ativos de queimadas, na Amazônia, durante
os meses de agosto dos anos de 1998 a 2019. O gráfico se divide entre os valores que ficaram acima da
média (de 25.583 focos ativos) e os valores que ficaram abaixo desta média.
Qual a mediana do número de focos ativos de queimadas, na Amazônia, nos meses de agosto de 1998 a 2019,
que estiveram acima da média?
27
70. (SSA-1/2021) Paulus Gerdes (1952 – 2014), matemático holandês, desenvolveu grande parte de suas
pesquisas em Moçambique. Em um de seus estudos desenvolveu uma fórmula para calcular o ―peso‖ (P)
aproximado do gado, em quilogramas, em função do comprimento do tronco (a) e do comprimento da cintura
(b), ambos em decímetros. Pela fórmula de Gerdes, para o ―peso‖ de um animal, multiplicamos a medida
do tronco a pelo quadrado da medida da cintura b e dividimos pelo quádruplo do número π.
Seu Bernardo, pequeno criador de gado, um pouco duvidoso da fórmula de Gerdes, pesou um de seus
garrotes na fazenda do vizinho e obteve 170 kg. Mediu o comprimento do tronco e da cintura obtendo,
respetivamente, 8,8 dm e 15 dm e, em seguida, calculou o peso do animal pela fórmula de Gerdes. Ao
comparar o peso real do animal com o peso obtido pela fórmula, ele concluiu que o erro cometido foi de,
aproximadamente: Adote π = 3
a) 6% b) 5% c) 4% d) 3% e) 2 %
28
TESTES SELECIONADOS SSA-1
71. (SSA-1/2022) Leia o seguinte trecho retirado de Viagem ao centro da terra, do francês Júlio Verne:
“Nosso anfitrião proporcionou um grande prazer ao professor ao lhe dar um mapa da Islândia
incomparavelmente mais perfeito que aquele de Henderson. Era o mapa do Sr. Olaf Nikolas Olsen, de escala
1 180.000, publicado pela Sociedade Literária Islandesa, segundo os trabalhos geodésicos do Sr. Scheel
Frisac e o levantamento topográfico do Sr. Bjorn Gunolaugson. Era um documento precioso para um
minerologista”.
O professor calculou a distância entre duas cidades A e B no mapa em questão, obtendo como resultado 3,5
cm. Qual a distância real, em quilômetros, entre as cidades A e B?
a) 6 300
b) 630
c) 63
d) 6,3
e) 0,63
72. (SSA-1/2022) O trapézio retângulo ABCD, reto em A e em B, tem seus vértices A e B, respectivamente, nos
pontos (1,0) e (4,0), e os vértices C e D, pertencentes à parábola da figura, cujo ponto máximo é (3,3), e as
intersecções com eixo das abscissas, são os pontos (-2,0) e (8,0).
Qual a medida da área do trapézio ABCD, adotando as unidades de área do sistema cartesiano ortogonal?
a) 7,5
b) 8,1
c) 8,3
d) 9,2
e) 9,6
73. (SSA-1/2022) Um grupo de pessoas em uma empresa precisa se reunir para a tomada de algumas decisões.
Dadas algumas medidas restritivas, para evitar aglomeração, elas irão manter o distanciamento mínimo de
1,5 metros entre si. A organização dessas pessoas será circular, em círculos com 3 metros de diâmetro,
podendo ter pessoas no seu interior e na sua fronteira. Qual a quantidade máxima de pessoas que cada um
desses círculos poderá comportar, desde que se respeitem as medidas restritivas?
a) 5
b) 6
c) 7
d) 8
e) 10
29
74. (SSA-1/2022) O sol incidiu por trás de um grande monumento turístico, projetando uma sombra com o mesmo
formato e o mesmo tamanho desse monumento. Nesse instante, qual a medida do ângulo formado entre os
raios solares e a base horizontal que sustenta este monumento?
a) 45°
b) 60°
c) 15°
d) 30°
e) 90°
75. (SSA-1/2022) Encaixar uma rampa pode ser um pesadelo na hora do projeto. Mas só quem já precisou subir
uma rampa inclinada, de cadeira de rodas, ou empurrar alguém sentiu na pele que um bom projeto faz toda
a diferença nessa hora. O primeiro passo é aprender a calcular sua inclinação através da equação simples:
Em uma reforma, na qual não foi possível atender a inclinação máxima de 8,33%, uma rampa deve vencer
uma altura 17,5 metros menor que o comprimento da sua projeção horizontal, utilizando a inclinação máxima
permitida. Qual a medida da altura, em metros, dessa rampa?
a) 2,0
b) 2,4
c) 2,5
d) 3,5
e) 4,2
76. (SSA-1/2022) Uma residência conta com 8 cômodos, cada um com uma lâmpada em perfeito estado de
funcionamento. A depender da necessidade, as lâmpadas podem estar ligadas ou não. De quantas maneiras
distintas as lâmpadas dessa residência podem ser utilizadas, desde que, pelo menos, uma esteja acesa?
a) 16
b) 56
c) 128
d) 255
e) 256
77. (SSA-1/2022) Sejam todos os pares de números naturais (a, b) com a seguinte propriedade: o produto entre
a e b é igual a 360. De todos os pares com essa propriedade, qual a menor soma que pode ser obtida entre
a e b?
a) 38
b) 36
c) 24
d) 66
e) 46
78. (SSA-1/2022) A meia-vida é o tempo necessário para que a massa de uma amostra radioativa caia pela
metade. Num instante inicial, duas amostras radioativas A e B possuem a mesma massa, 100 gramas. As
meias-vidas de A e B são, respectivamente, 20 horas e 15 horas. Passados 5 dias, qual a razão entre as
massas da amostra radioativa A e da amostra radioativa B?
a) 32 b) 16 c) 8 d) 4 e) 2
30
79. (SSA-1/2022) No paralelogramo ABCD da figura, as medidas dos segmentos AB e BC são, respectivamente,
4 cm e 6 cm, e a medida do ângulo formado por esses segmentos é 60°.
80. (SSA-1/2022) No plano cartesiano ortogonal da figura, as retas r, s e t possuem, respectivamente, coeficientes
angulares iguais a ∝, β e γ.
a) ∝ > β > γ
b) β > γ > ∝
c) γ > β > ∝
d) γ > ∝ > β
e) ∝ > γ > β
31
SSA – 1ª Fase
LÍNGUA PORTUGUESA
Texto 1 (questões de 1 a 6)
Mais de 21% dos jovens têm sintomas de depressão; 5% tentaram suicídio
Mais de 21% dos brasileiros de 14 a 25 anos têm sintomas indicativos de depressão. Entre as
mulheres, a proporção é ainda maior e passa de 28%, segundo dados do 2º Levantamento Nacional de
Álcool e Drogas (Lenad), divulgado nesta quarta-feira (26) pela Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp).
Os pesquisadores do Lenad avaliaram os indicadores do transtorno por meio de uma ferramenta de
diagnóstico validada no país, a escala CES-D. Eles alertam, no entanto, que a diferença entre os
gêneros pode se dar simplesmente porque as mulheres tendem a relatar mais seus sintomas e procurar
ajuda.
Você está deprimido ou é só tristeza?
Confundir tristeza com depressão é muito comum e não traz graves consequências. O problema é
quando a pessoa acha que está triste e, na verdade, está deprimida. Nesse caso, além de gerar
sofrimento, a situação pode colocar a saúde em risco.
Suicídio
Na população de adolescentes e jovens adultos, quase 1 em cada dez já pensou, em algum momento,
em tirar a própria vida – índice que foi semelhante entre os jovens dos dois sexos; 5% dos jovens
declararam já terem feito alguma tentativa de suicídio.
A OMS prevê que até o ano de 2020 a depressão passe a ser a segunda maior causa de incapacidade
e perda de qualidade de vida na população mundial.
“Este tipo de dado causa um pouco de espanto, pois, se pensarmos na faixa etária, diríamos que estão
na chamada ‘flor da idade’. E, novamente, as meninas são a maioria. Porém, é bom lembrarmos que
elas costumam relatar mais facilmente seus sentimentos e opiniões que os garotos”, salienta a
psicóloga e doutora em psiquiatria Ilana Pinsky, uma das responsáveis pela pesquisa.
Cármen Guaresemin. Disponível em:
http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2014/03/26/mais-de-21-dos-jovens-tem-sintomas-de-depressao-5-tentaram-suicidio.htm. Acesso em:
18/07/2014. Adaptado.
1º Dia Página 3
SSA – 1ª Fase
5. Observe: “Eles alertam, no entanto, que a diferença entre os gêneros pode se dar simplesmente
porque as mulheres tendem a relatar mais seus sintomas e procurar ajuda.”. Acerca de relações lógico-
semânticas presentes nesse trecho, assinale a alternativa CORRETA.
a) O conectivo “no entanto” expressa uma relação de conclusão, a qual permaneceria inalterada
se ele fosse substituído por “portanto”.
b) A relação semântica estabelecida por “no entanto” seria substancialmente alterada se ele
fosse colocado no início do trecho.
c) Embora o conectivo “porque” geralmente expresse uma relação de causalidade, no trecho
apresentado expressa consequência.
d) No segmento: “as mulheres tendem a relatar mais seus sintomas”, o leitor deve perceber que
há uma comparação implícita.
e) O conectivo “e”, geralmente de valor aditivo, é empregado para contrastar ideias divergentes
nos segmentos finais do trecho.
1º Dia Página 4
SSA – 1ª Fase
Texto 2 (questões 7 e 8)
1º Dia Página 5
SSA – 1ª Fase
9. A carta do Descobrimento do Brasil, segundo Alfredo Bosi, é um diário de viagens. Nela, o autor
Pero Vaz de Caminha, ao enaltecer as belezas e riquezas da terra, visa
a) convencer as autoridades portuguesas a enviarem colonos para a região descoberta, a fim de
que tomassem posse da terra, impedindo a entrada de navios estrangeiros na costa brasileira,
muito cobiçada pelos ingleses na época.
b) comunicar ao Rei de Portugal, Dom João Terceiro, que a nova terra havia sido descoberta e que
nela tudo era atraente, inclusive a natureza, bastante exuberante. Por essa razão, os
marinheiros ficavam tão encantados que demonstravam a intenção de não retornar a Portugal.
c) demonstrar ao Rei Português que os navegantes atingiram os objetivos da viagem, uma vez que
já tinham certeza, ao saírem da Europa, de que encontrariam, sem muito sacrifício, terras ao Sul
do Equador.
d) certificar ao Rei a chegada à nova terra, a qual lhe causara boa impressão por ser rica, ter água
doce, natureza viçosa, além de ser habitada por um povo exótico que não usava roupa.
e) informar ao Regente português as dificuldades da viagem, as discórdias existentes entre os
marinheiros e a visão da nova terra, por sinal pouco satisfatória, em vista da dificuldade de
acesso e da má hospitalidade de seus habitantes.
CHICÓ – Mandaram avisar para o senhor não sair, porque vem uma pessoa aqui trazer
um cachorro que está se ultimando para o senhor benzer.
PADRE – Para eu benzer?
CHICÓ – Sim.
PADRE – Um cachorro?
(com desprezo)
CHICÓ – Sim.
PADRE – Que maluquice! Que besteira!
JOÃO GRILO – Cansei de dizer a ele que o senhor não benzia. Benze porque benze, vim com
ele.
PADRE – Não benzo de jeito nenhum.
CHICÓ – Mas, padre, não vejo nada demais em o senhor benzer o bicho.
JOÃO GRILO – No dia em que chegou o motor novo do Major Antônio Morais, o senhor não
benzeu?
PADRE – Motor é diferente, é uma coisa que todo mundo benze. Cachorro é que eu nunca
ouvi falar.
[...]
JOÃO GRILO – Eu disse que uma coisa era o motor e outra o cachorro do Major Antônio Morais.
PADRE – E o dono do cachorro de quem vocês estão falando é Antônio Morais?
JOÃO GRILO – É. Eu não queria vir, com medo de que o senhor se zangasse, mas o Major é
rico e poderoso e eu trabalho na mina dele. Com medo de perder meu emprego,
fui forçado a obedecer, mas disse a Chicó: o padre vai se zangar.
PADRE – Zangar nada, João! Quem é o ministro de Deus para ter direito de se zangar?
(desfazendo-se em sorrisos)
Falei por falar, mas também vocês não tinham dito de quem era o cachorro.
1º Dia Página 6
SSA – 1ª Fase
Texto 4 Texto 5
[...]
Ardor em coração firme nascido!
Já no largo Oceano navegavam,
Pranto por belos olhos derramados! As inquietas ondas apartando;
Incêndio em mares de água disfarçado! Os ventos brandamente respiravam,
Rio de neve em fogo convertido! Das naus as velas côncavas inchando;
Tu, que um peito abrasas escondido, Da branca escuma os mares se mostravam
Tu, que em um rosto corres desatado, Cobertos, onde as proas vão cortando
Quando fogo em cristais aprisionado, As marítimas águas consagradas,
Quando cristal em chamas derretido. Que do gado de Próteu são cortadas.
Quando os Deuses no Olimpo luminoso,
Se és fogo, como passas brandamente?
Onde o governo está da humana gente,
Se és neve, como queimas com porfia?
Se ajuntam em concílio glorioso,
Mas ai! Que andou Amor em ti prudente. Sobre as cousas futuras do Oriente.
Pois para temperar a tirania, Pisando o cristalino Céu fermoso,
Como quis que aqui fosse a neve ardente, Vem pela Via Láctea juntamente,
Permitiu parecesse a chama fria. Convocados, da parte de Tonante,
Pelo neto gentil do velho Atlante.
MATOS, Gregório de Matos Guerra. Antologia poética. [...]
Rio de Janeiro: Ediouro, 1997. CAMÕES, Luís Vaz de. Os Lusíadas. 4. ed. - Lisboa:
Instituto Camões, 2000.
10. Sobre os textos 3, 4 e 5, analise as afirmativas a seguir e coloque V nas verdadeiras ou F nas
falsas.
( ) Os três textos, segundo a visão aristotélica dos gêneros literários, pertencem ao gênero dramático,
pois apresentam diálogos em linguagem coloquial, apenas sofrendo diferença no tocante às
questões temáticas.
( ) O texto 3, fragmento do Auto da Compadecida, do escritor paraibano, radicado no Recife,
conforme indica a própria palavra “Auto” pertence ao gênero dramático, ao passo que o texto
camoniano revela-se pela temática e pelo lirismo, com traços de dramaticidade.
( ) O texto 4 apresenta uma perspectiva contraditória do sentimento amoroso e pertence ao gênero
lírico. Caracteriza-se também como Barroco por apresentar-se rico em figuras de linguagem, tal
como paradoxos, nos versos 3 (três) e 4 (quatro) da primeira estrofe, e metáforas, nos versos um
e dois da terceira estrofe
( ) Em Auto da Compadecida, há o resgate da cultura popular, tendo em vista que João Grilo é uma
personagem da Literatura de Cordel, que passa a integrar a dramaturgia do autor paraibano,
valendo-se do processo de intertextualidade, muito usado pelos autores contemporâneos.
( ) Os três textos, pelas características estéticas que os compõem, pertencem, respectivamente, aos
gêneros dramático, lírico e épico e foram produzidos nos séculos XX, XVII e XVI, sendo, portanto,
integrantes dos Movimentos Armorial, Barroco e Classicismo.
1º Dia Página 7
SSA – 1ª Fase
11. Os textos literários e os não literários possuem singularidades que os definem ou os caracterizam.
Afirmar ou negar a existência de um desses textos implica conhecê-los nas suas nuances.
Nesse sentido, considerando os estudos sobre o assunto em análise, assinale a alternativa
CORRETA.
a) O texto literário é constituído de elementos que podem ser considerados elementos distintos
dos que constituem o não literário. Tais elementos têm a ver com a sua gramaticalidade. Isto
é, no texto literário, o fonema, o morfema, a sintaxe, a estilística das palavras são totalmente
diferentes da estrutura linguística utilizada nos não literários.
b) Num texto literário, é menos comum se encontrarem palavras figuradas que em textos de
natureza não literária, visto que a figuração da linguagem remete a tipologias discursivas que
não se adequam a contextos poéticos e ficcionais. O que, de fato, caracteriza um texto
literário é sua densidade morfossintática, sua coerência poética e sua consistência tanto em
termos ortográficos quanto em termos estéticos.
c) Os textos não literários seguramente poderiam ser compreendidos como organizações
verbais nas quais a figuração da linguagem inexiste. Construir um texto não literário,
considerando metáforas, metonímias, oxímoros, hipérboles, aliterações, anáforas, anacolutos,
zeugmas é, no mínimo, tentar evidenciar a elegância do estilo do produtor, fazendo o leitor ter
um nível de compreensão mais aguçado sobre a mensagem emitida.
d) É importante que produtores de textos, sejam eles literários ou não literários, tenham em suas
produções, dois elementos constitutivos e essenciais ao processo de interlocução, a
coerência e a coesão. Se, porventura, os produtores de textos ignorarem a relevância da
coerência e da coesão, em de suas construções textuais, sejam escritas, sejam orais, o leitor
sentirá certamente dificuldade no processo de interlocução.
e) Os textos literários são conhecidos como os melhores existentes em línguas neolatinas. No
Ocidente, quando se comenta sobre tipologia textual, discurso, teoria do texto, teoria da
leitura, ensino de literatura, conotação, denotação, tem-se como objetivo esclarecer as
diferenças e semelhanças entre os textos literários e não literários ao mesmo tempo em que
se quer evidenciar a superioridade do primeiro em relação ao segundo.
1º Dia Página 8
SSA – 1ª Fase
I. Esse poema, sob uma análise ortográfica, segue sobremaneira a regra das normas que orientam
a grafia de palavras apresentadas em língua portuguesa, conforme a língua padrão. Isso significa
afirmar que as palavras “homem” e “paz” estão escritas no sentido restritamente denotativo e não
se relacionam com sentidos conotativos.
II. Os versos do poema em análise sinalizam que há uma relação entre o eu lírico e o “homem” ao
tempo que também sinalizam que essa relação não é próxima nem íntima. O verso “Mas, ah! eu
não vou perturbar a paz que ele depôs na praça, quieto.” coaduna, em termos conotativos, com o
título do poema Eu não vou perturbar a paz.
III. No poema, a palavra “sinistro” está grafada denotativamente e possui o mesmo sentido que a
palavra “sinistro” na seguinte afirmativa: “O homem sentou no banco da praça e contou tostão por
tostão; a franquia do seguro era alta e as suas economias não dariam para suprir o “sinistro”
ocorrido com o carro.” Qualquer outra afirmação sobre o sentido da palavra “sinistro” tende a ser
inconsistente.
IV. A expressão “De tarde”, usada em dois versos do poema, está colocada de maneira que o leitor
pode concluir em que momento cronológico do dia um “homem” tem esperanças e um “homem”
sorri. Não seria um erro afirmar que há outras possibilidades interpretativas para a mesma
expressão, visto se tratar de uma linguagem com claro viés figurativo.
V. Nos versos do poema EU NÃO VOU PERTURBAR A PAZ, o eu lírico afirma que não perturbará a
paz do homem que tem esperança e que sorri. O eu lírico também afirma que, caso ele se
sentasse próximo ao homem, teria condições de ouvir “...até sua respiração leve.” No entanto, de
modo consciente, pois almeja não incomodar o “homem”, o eu lírico evita “...perturbar a paz que
ele depôs na praça, quieto.”
a) I, II e III.
b) I, II e IV.
c) II, III e V.
d) II, IV e V.
e) III, IV e V.
1º Dia Página 9
SSA – 1ª Fase
LÍNGUA PORTUGUESA
(1) A língua portuguesa é a segunda língua mais importante no mundo dos negócios, pelo menos
para quem tem o inglês como língua materna. Quem o diz é Ofer Shoshan, um colaborador
da revista norte-americana Entrepeneur, num artigo divulgado esta semana.
(2) Espanhol, português e chinês são, na opinião do autor do artigo, as línguas que “todos os
diretores executivos de empresas globais devem aprender”. A lista refere um total de 6 línguas,
incluindo o russo, o árabe e o alemão.
(3) “A língua portuguesa já é a quarta língua mais traduzida, na nossa empresa, o que reflete o
seu crescimento nos últimos anos”, diz Ofer, que é o diretor executivo da empresa de traduções
One Hour Translations.
(4) O autor admite, contudo, que este aumento da ‘procura’ da língua portuguesa está ligado
ao Brasil e não a Portugal, já que “a economia brasileira está a deixar de ser emergente para
passar a ser uma das mais ricas do mundo, com uma população gigantesca, vastos recursos
naturais e uma forte comunidade tecnológica”.
(5) Ofer Shoshan recorda que o próprio Bill Gates assumiu, recentemente, um dos seus maiores
arrependimentos: não falar uma segunda língua para além do inglês.
(6) Por outro lado, o autor refere o momento em que o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg,
“mostrou um impressionante domínio da língua chinesa, durante uma visita, em outubro passado,
a uma universidade de Pequim”.
(7) “Ao aprender chinês, Zuckerberg demonstrou que dominar a língua local é fundamental para
aprofundar relações de negócio e conquistar a alma e o coração dos mercados”, diz Ofer
Shoshan.
Disponível em: https://iilp.wordpress.com/2015/05/06/portugues-no-topo-das-linguas-mais-importantes
Acesso em:23/05/2015. Adaptado.
1º Dia Página 3
SSA – 1ª Fase
1. Podemos afirmar que, no Texto 1, o título representa a síntese de sua informação principal.
Ao longo do texto, o autor esclarece ao leitor que a importância da língua portuguesa, apontada no
título, justifica-se pelo:
Estão CORRETAS:
a) I e IV, apenas.
b) I, II e III, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) II e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
2. Como em todo texto, também no Texto 1, o autor utiliza diversos recursos coesivos, que
colaboram para a coerência textual. Acerca desses recursos, é CORRETO afirmar que
a) no trecho: “Quem o diz é Ofer Shoshan” (1º parágrafo), o termo destacado faz referência
ao substantivo próprio que vem logo em seguida (Ofer Shoshan).
b) o trecho: “Espanhol, português e chinês são, na opinião do autor do artigo,” (2º parágrafo)
apresenta certa incoerência, já que o leitor não tem como relacionar o segmento destacado
a outras partes do texto.
c) no trecho: “A língua portuguesa já é a quarta língua mais traduzida, na nossa empresa”
(3º parágrafo), a forma plural destacada foi utilizada porque o autor do Texto 1 é, também,
dono da empresa mencionada.
d) no trecho: “O autor admite, contudo,” (4º parágrafo), o segmento destacado faz referência
ao fundador do Facebook, Mark Zuckerberg.
e) no trecho: “Ofer Shoshan recorda que o próprio Bill Gates assumiu, recentemente, um dos
seus maiores arrependimentos” (5º parágrafo), a forma pronominal destacada tem como
referente “Bill Gates”.
a) o trecho: “para quem tem o inglês como língua materna” equivale semanticamente a “para
quem é fluente na língua inglesa”.
b) com a forma verbal utilizada no trecho: “Espanhol, português e chinês são as línguas que
‘todos os diretores executivos de empresas globais devem aprender’”, o leitor deve
compreender que se faz uma recomendação.
c) no trecho: “A língua portuguesa já é a quarta língua mais traduzida, o que reflete o seu
crescimento nos últimos anos”, o segmento destacado corresponde a “o que atenua”.
d) a ideia presente em: “vastos recursos naturais” se opõe àquela presente em: “recursos
naturais abundantes”.
e) ao afirmar que “dominar a língua local é fundamental”, o autor pretendeu dizer que “é
irrelevante saber a língua do lugar onde se está”.
1º Dia Página 4
SSA – 1ª Fase
Estão CORRETAS:
a) I, II e III, apenas.
b) I, II e IV, apenas.
c) I, III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
1º Dia Página 5
SSA – 1ª Fase
7. Para alcançar seus propósitos comunicativos, o autor do Texto 1 utiliza alguns recursos
linguísticos. Acerca desses recursos, analise as afirmações abaixo.
I. Em atendimento às exigências do gênero do Texto 1, o autor seguiu as normas
ortográficas vigentes em nosso país. Atente-se, por exemplo, para o termo “português”,
que se grafa como “gravidês” e “embriaguês”.
II. No trecho: “as línguas que ‘todos os diretores executivos de empresas globais devem
aprender’” (2º parágrafo), a forma verbal destacada está no plural em concordância com
seu sujeito plural “as línguas”.
III. No trecho: “Ofor Shoshan recorda que o próprio Bill Gates assumiu, recentemente, um dos
seus maiores arrependimentos: não falar uma segunda língua para além do inglês” (5º
parágrafo), os dois pontos introduzem um segmento explicativo.
IV. No parágrafo final, o autor empregou as aspas para indicar que estava utilizando ‘outra
voz’ no texto, em discurso direto.
Estão CORRETAS:
a) I e III, apenas. b) I e IV, apenas. c) II, III e IV, apenas. d) III e IV, apenas. e) I, II, III e IV.
1º Dia Página 6
SSA – 1ª Fase
9. A relação entre textos sempre existiu como retomada de um texto mais novo de outro que o
antecede, contudo o termo intertextualidade foi usado pela primeira vez por Julia Kristeva,
que, baseando-se nos estudos de Bakhtin sobre o discurso, concluiu: “todo texto se constrói
como mosaico de citações, todo texto é absorção e transformação de um outro texto”.
(Fonte: KRISTEVA, Julia. Introdução à Semanálise. São Paulo: Perspectiva, 1974. p.72.)
a) Em Monte Castelo, Renato Russo dialoga com dois textos distintos: o poema de Camões
Amor é fogo que arde sem se ver; e a Bíblia, no Capítulo 13 da 2ª Carta de Paulo aos
Coríntios, quando fala do Amor como um bem supremo, além de o título aludir a uma
batalha da Segunda Guerra Mundial, da qual participaram soldados brasileiros.
b) Partindo do conceito de intertextualidade, expresso por Julia Kristeva, pode-se afirmar que
Renato Russo não devia ter lançado mão de partes da Bíblia Sagrada para montar a letra
de uma música profana.
c) O diálogo entre textos conduz indiscutivelmente ao plágio; dessa maneira, a montagem,
como paródia de três diferentes textos, realizada por Renato Russo, não o isenta da
responsabilidade de ter usado indevidamente a produção de autores que o antecederam.
d) Monte Castelo não foi uma montagem de dois textos, pois não houve intencionalidade do
poeta em realizar tal façanha. A semelhança entre os textos é mera coincidência.
e) O trabalho artístico do compositor brasileiro não pode ser considerado arte, porque não
apresenta originalidade e ineditismo; trata-se de uma mera paráfrase de textos anteriores
a ele. Inadmissível de acordo com as concepções dos dois autores: Bakhtin e Kristeva.
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SSA – 1ª Fase
10. Aristóteles, ao admitir a arte como recriação da realidade, também sistematizou e organizou
parâmetros, em seu livro Arte Poética, para distinguir os tipos de produção literária existentes na
época. Hoje denominamos esses três diferentes tipos de texto de lírico (palavra cantada), épico
(palavra narrada) e dramático (palavra representada).
Partindo dos conceitos acima expressos, leia os três textos a seguir:
Texto 1 Texto 2
Corridinho
Enquanto isto se passa na formosa
O amor quer abraçar e não pode. Casa etérea do Olimpo omnipotente,
A multidão em volta, Cortava o mar a gente belicosa
com seus olhos cediços, Já lá da banda do Austro e do Oriente,
põe caco de vidro no muro Entre a costa Etiópica e a famosa
para o amor desistir. Ilha de São Lourenço; e o Sol ardente
Queimava então os Deuses que Tifeu
O amor pega o cavalo,
Co temor grande em peixes converteu.
desembarca do trem,
chega na porta cansado Tão brandamente os ventos os levavam
de tanto caminhar a pé. Como quem o Céu tinha por amigo;
Sereno o ar e os tempos se mostravam,
O amor usa o correio,
Sem nuvens, sem receio de perigo.
o correio trapaceia,
O promontório Prasso já passavam
a carta não chega,
Na costa de Etiópia, nome antigo,
o amor fica sem saber
Quando o mar, descobrindo, lhe mostrava
se é ou não é.
Novas ilhas, que em torno cerca e lava.
Fala a palavra açucena,
pede água, bebe café, (Camões)
dorme na sua presença,
chupa bala de hortelã.
Tudo manha, truque, engenho:
é descuidar, o amor te pega,
te come, te molha todo.
Mas água o amor não é
(Adélia Prado)
Texto 3
Entra Todo o Mundo, rico mercador, e faz que anda buscando alguma cousa que perdeu; e logo após, um
homem, vestido como pobre. Este se chama Ninguém e diz:
Ninguém: Que andas tu aí buscando? Belzebu: Esta é boa experiência:
Dinato, escreve isto bem.
Todo o Mundo: Mil cousas ando a buscar: Dinato: Que escreverei, companheiro?
delas não posso achar,
Belzebu: Que ninguém busca
porém ando porfiando
consciência.
por quão bom é porfiar.
e todo o mundo dinheiro.
Ninguém: Como hás nome, cavaleiro? Ninguém: E agora que buscas lá?
Todo o Mundo: Eu hei nome Todo o Mundo Todo o Mundo: Busco honra muito grande.
e meu tempo todo inteiro
sempre é buscar dinheiro Ninguém: E eu virtude, que Deus mande
e sempre nisto me fundo. que tope com ela já.
Ninguém: Eu hei nome Ninguém, Belzebu: Outra adição nos acude:
e busco a consciência. escreve logo aí, a fundo,
que busca honra todo o mundo
e ninguém busca virtude.
(Gil Vicente)
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Analise as afirmativas a seguir e coloque V nas Verdadeiras e F nas Falsas.
( ) Os três textos, consoante Aristóteles, pertencem aos gêneros dramático, lírico e épico,
respectivamente.
( ) O texto 2 expressa uma visão do sentimento amoroso, traduzida por uma voz lírica emotiva, que
corresponde ao eu poético criado pela autor.
( ) O texto 2 traz o relato do início da viagem de Vasco da Gama, recurso usado por Camões para
narrar a história do povo lusitano, em Os Lusíadas, única epopeia em Língua Portuguesa.
( ) O texto 3 é um fragmento do Auto da Lusitânia, em que o autor Gil Vicente critica os vícios
humanos com base nas ações de quatro personagens: Todo o Mundo, Ninguém, Dinato e
Belzebu.
( ) O texto 3 retrata uma realidade social que perdura até os dias atuais, o que justifica o fato de as
peças vicentinas serem consideradas atemporal e aespacial. É a atualidade dos temas utilizados
pelo teatrólogo medieval, que torna suas peças aceitas por expectadores de diferentes épocas.
11. Gregório de Matos, poeta baiano, que viveu no século XVI, produziu uma poesia em que
satiriza a sociedade de seu tempo. Execrado no passado por seus conterrâneos, hoje é reconhecido
como grande poeta, sendo, inclusive, sua poesia satírica fonte de pesquisa histórica.
Poema I Poema II
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SSA – 1ª Fase
I. Além de poeta satírico, o Boca do Inferno também cultivou a poesia lírica, composta por
temas diversificados, pois nos legou uma lírica amorosa, erótica e religiosa e até de
reflexão sobre o sofrimento, a exemplo do poema II.
II. Considerado tanto poeta cultista quanto conceptista, o autor baiano revela criatividade e
capacidade de improvisar, segundo comprovam os versos do poema I, em que realiza a
crítica à situação econômica da Bahia, dirigida, na época, por Antônio Luís da Câmara
Coutinho.
III. Em Triste Bahia, poema I, musicado por Caetano Veloso, Gregório de Matos identifica-se
com a cidade, ao relacionar a situação de decadência em que se encontram tanto ele
quanto a cidade onde vive. O poema abandona o tom de zombaria, atenuando a sátira
contundente para tornar-se um quase lamento.
IV. Os dois poemas são sonetos, forma fixa herdada do Classicismo, muito pouco utilizada pelo
poeta baiano, que desprezou a métrica rígida e criou poesia em versos brancos e livres.
V. Como poeta barroco, fez uso consciente dos recursos estéticos reveladores do conflito do
homem da época, como se faz presente na antítese que encerra o II poema: “Horas de
inferno, instantes de alegria”.
Estão CORRETAS apenas
12. Sobre a produção do Arcadismo no Brasil, analise as afirmativas a seguir e coloque V nas
verdadeiras e F nas falsas.
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SSA 2017 – 1ª Fase
LÍNGUA PORTUGUESA
Na palestra que fiz mês passado no uma inversão de sentido, que o planejamento
seminário A Mobilidade a Pé e o Futuro do comece pelo chão, por onde anda o pedestre
Recife, organizado pelo INTG – Instituto da e, aí, vá “subindo” até chegar ao satélite. Se
Gestão – e apoiado pelo Cesar, pela isso fosse feito, com certeza, não teríamos
Urbana/PE e pela Fiepe, tive oportunidade de muitas das atrocidades que suportamos nas
falar sobre a importância crucial do pedestre cidades brasileiras andando por elas…
para o urbanismo contemporâneo. Esse Na Grécia antiga, a filosofia pré-socrática
seminário regional foi um desdobramento, no defendia que “o homem é a medida de todas
Recife, do seminário internacional Cidades A as coisas”. Na cidade, a medida de todas as
Pé, realizado em São Paulo, no mês de coisas, sem a menor sombra de dúvida, é o
novembro do ano passado. pedestre! Não entender isso é ficar na
Disse que, embora graduado em contramão da história contemporânea do
Arquitetura e Urbanismo pela UFPE, só fui urbanismo. Que o digam Jan Gerl com seu
entender o que considero vital na questão consagrado livro “Cidade para as Pessoas”, e
urbana atual depois que andei milhares de Jeff Speck com o seu excelente livro “Cidade
quilômetros no Recife. Depois, portanto, que, Caminhável”. Que o digam as cidades da
na prática, me “pós-graduei” pelos pés. O Europa e, já, muitas dos EUA, além de
essencial do que aprendi foi que se o pedestre praticamente todas as capitais latino-
se sente mal no solo é porque o urbanismo é americanas…
ruim e o planejamento urbano, se houve, Já existem, inclusive, um conceito e um
falhou. conjunto de indicadores que ajudam a
O planejamento urbano tradicional, o que materializar essa tendência. Trata-se, o
se aprende na escola e amiúde se aplica por conceito, do Walkability, e o conjunto de
aí, começa olhando o espaço pelo satélite indicadores, do Walk Score, que mede o
(ainda mais agora com a proliferação das quanto “caminhável” é determinado local,
tecnologias de internet…), depois “desce” para bairro ou cidade. Temos que seguir por aí.
o mapa, para a planta, para o detalhe, e Afinal, como repete aquele complemento de
termina por não chegar ao nível do chão, de comercial de rádio e TV, independente do
quem está andando na rua. Depois de gastar meio de transporte que utilizemos, “na cidade,
muita sola de sapato por aí, defendo que haja todos somos pedestres”.
Francisco Cunha. In: Revista Algomais, Ano 11, n 124, julho de 2016, p.50. Adaptado.
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SSA 2017 – 1ª Fase
c) nós, pedestres, temos o dever de saber quão „caminhável‟ é nosso bairro ou nossa cidade,
independentemente do meio de transporte que utilizemos.
d) os pedestres precisam se sentir responsáveis pelo planejamento urbano, de modo que as
cidades, no Brasil e no exterior, tornem-se „caminháveis‟.
e) todos os projetos que visam planejar a mobilidade das cidades deveriam ter o bem-estar e as
necessidades dos pedestres como parâmetros.
I. A adequação do título se evidencia pelo fato de ele representar uma síntese da principal ideia
expressa no texto.
II. A disposição gráfica dos parágrafos, em colunas, é uma estratégia do autor que provoca
estranhamento no leitor, uma vez que essa não é a disposição característica do gênero
textual em questão.
III. Já no título fica óbvio que o autor pretende dialogar com a categoria “pedestres”, sendo essa
categoria o público-alvo do texto.
IV. O recurso gráfico “itálico” aparece no texto com diferentes funções: no parágrafo introdutório,
indica, de forma diferenciada, os títulos dos eventos mencionados; no parágrafo conclusivo,
além de indicar denominação com substantivos próprios, marca o uso de
palavras/expressões estrangeiras.
Estão CORRETAS:
a) I e IV, apenas.
b) I, II e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
a) A opção por iniciar o segundo parágrafo por “Disse que...” se configura como um equívoco nos
elos coesivos do texto, pois nele não são fornecidas informações que contextualizem a ação de
„dizer‟.
b) No trecho: “O planejamento urbano tradicional, o que se aprende na escola e amiúde se aplica
por aí” (3º parágrafo), o termo destacado representa uma retomada de “na escola”.
c) No trecho: “Se isso fosse feito, com certeza, não teríamos muitas das atrocidades que
suportamos nas cidades brasileiras andando por elas…” (3º parágrafo), o autor obriga o leitor a
relacionar o segmento sublinhado com os parágrafos anteriores, nos quais algumas atrocidades
foram listadas.
d) No trecho: “Que o digam Jan Gerl [...] e Jeff Speck [...]” (4º parágrafo), o termo destacado indica
o complemento do verbo „dizer‟ e se refere às afirmações feitas pelo autor, nos períodos
imediatamente anteriores, no texto.
e) Para compreender o segmento destacado no trecho: “Que o digam as cidades da Europa e, já,
muitas dos EUA, além de praticamente todas as capitais latino-americanas…” (4º parágrafo), o
leitor deve completar a seguinte informação que está implícita: “muitas pessoas dos EUA”.
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SSA 2017 – 1ª Fase
4. Há, no Texto 1, alguns recursos linguísticos que situam o leitor em relação ao contexto no qual o
texto é construído. Acerca desses recursos, assinale a alternativa CORRETA.
a) Logo no início do texto, o leitor pode perceber que há um “eu” que emite opiniões, o que imprime
um tom confessional ao texto e permite a abordagem de uma temática pessoal, individualizada.
b) No terceiro parágrafo, o autor primeiramente resgata a dinâmica do planejamento urbano
tradicional, a fim de, na sequência, apontá-la como a solução para vencer “as atrocidades” das
cidades brasileiras.
c) Os dois parágrafos introdutórios são importantes, no sentido de apresentar ao leitor, além de
dados contextuais de espaço e tempo, a informação de que o autor é uma pessoa que tem
„autoridade‟ para abordar o assunto em pauta.
d) A informação, apresentada no texto, de que o autor é “graduado em Arquitetura e Urbanismo
pela UFPE” (2º parágrafo) justifica sua opção por utilizar um registro extremamente formal, ao
longo de todo o texto.
e) No quarto parágrafo, o autor deixa explícita para o leitor a informação de que toda a reflexão que
ele faz, no texto, está restrita ao espaço geográfico da Grécia antiga.
Estão CORRETAS:
a) I e III, apenas.
b) I, II e IV, apenas.
c) II e IV, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
Texto 2 (Questão 8)
8. A compreensão do Texto 2 exige que o leitor perceba que, nele, apresentam-se duas normas
linguísticas. Para diferenciá-las, o principal recurso utilizado pelo autor foi o de
a) representar, nas ilustrações, duas diferentes classes sociais. Isso justifica, por exemplo, as
imagens de pessoas bem-vestidas juntamente com outras, de pessoas malvestidas.
b) mesclar, no texto, elementos verbais com elementos não verbais. Isso possibilitou que o texto
fosse escrito na „norma culta‟, e as imagens representassem a „norma popular‟.
c) grafar algumas palavras em desacordo com as convenções ortográficas, porém de maneira mais
aproximada da fala. Isso justifica, por exemplo, as diferentes grafias de “bem está” / “bem-estar”.
d) distribuir o texto em diferentes planos. Isso permitiu que a norma considerada „culta‟ ficasse
destacada em primeiro plano, e a norma considerada „não culta‟ ficasse em segundo.
e) trazer, para o texto, diferentes gêneros. Isso possibilitou que a „norma culta‟ fosse expressa na
forma de versos, no gênero poema; e a „norma não culta‟ fosse expressa na forma de prosa, no
gênero anúncio publicitário.
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SSA 2017 – 1ª Fase
Textos 3 e 4 para a questão 9
Texto 3
Professora é cercada por alunos e agredida em Rondônia
A vítima estava saindo de uma escola quando foi abordada pelo grupo. Uma estudante desferiu um
soco no rosto dela.
Publicado em 08/07/2016, às 10h45
Uma professora de 48 anos de uma escola estadual de Rondônia foi cercada por estudantes e
agredida por uma aluna na cidade de Ji-Paraná, nessa quarta-feira (6). De acordo com a polícia, a
vítima foi abordada pelo grupo depois de ter saído das dependências do colégio. As informações são
do G1 RO.
A suspeita de ter desferido um soco no rosto da educadora, que teve um corte no supercílio, é uma
aluna do 1º ano do Ensino Médio. A vítima foi levada para um hospital da cidade, e a menor que
cometeu a agressão ainda não foi localizada. Ela poderá responder por lesão corporal, de acordo
com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Uma fotografia mostrando a mulher sendo socorrida gerou comoção nas redes sociais. "Que país é
este onde o profissional que deveria ser reverenciado é agredido?", questionou uma usuária. A
Secretaria de Educação de Rondônia disse que repudia o ato de violência e acompanhará o
processo para que depois possa tomar medidas.
(http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/mundo/brasil/noticia/2016/07/08/professora-e-cercada-por-alunos-e-agredida-em-rondonia-
243547.php. Adaptado)
Texto 4
Poema tirado de uma notícia de jornal
9. O texto literário tem características peculiares que o diferenciam de outros tipos de texto.
Aplicando essa ideia aos textos 3 e 4, é CORRETO afirmar:
a) o Texto 3 tem como características a atualidade e brevidade dos fatos, simplicidade vocabular,
coloquialismos, clareza e objetividade na sua linguagem; assim, deve ser lido como texto literário.
b) o Texto 4 não mantém nenhum tipo de relação com o Texto 3, porque a linguagem literária de
Manuel Bandeira diverge estilisticamente da jornalística.
c) o Texto 3 é jornalístico, porque tem conteúdo efêmero, não possui caráter poético e traz marcas
típicas como a referência a uma fotografia e ao portador.
d) o traço em comum que há entre os textos 3 e 4 é a “objetivação do lirismo”, ou seja, ambos
possuem uma linguagem amparada nas experiências do mundo.
e) o Texto 4 é marcadamente subjetivo, distanciando-se da realidade do cotidiano, sem provocar a
imaginação do leitor por ser narrativo.
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SSA 2017 – 1ª Fase
Texto 5 Texto 6
MEUS OITO ANOS MEUS OITO ANOS
Oh! que saudades que eu tenho Oh que saudades que eu tenho
Da aurora de minha vida. Da aurora de minha vida
De minha infância querida Das horas
Que os anos não trazem mais! De minha infância
Que amor, que sonhos, que flores, Que os anos não trazem mais
Naquelas tardes fagueiras Naquele quintal de terra!
À sombra das bananeiras, Da rua de Santo Antônio
Da rua de Santo Antônio Debaixo da bananeira
Debaixo dos laranjais Sem nenhum laranjais
(Casimiro de Abreu) (Oswald de Andrade)
Texto 7
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SSA 2017 – 1ª Fase
Texto 8 Texto 9
CARAMURU
Canto VI
XXXVII
Copiosa multidão da nau francesa
Corre a ver o espetáculo, assombrada;
E, ignorando a ocasião de estranha empresa,
Pasma da turba feminil, que nada.
Uma, que às mais precede em gentileza,
Não vinha menos bela do que irada;
Era Moema, que de inveja geme,
E já vizinha à nau se apega ao leme.
XXXVIII
—"Bárbaro (a bela diz:) tigre e não homem...
Porém o tigre, por cruel que brame,
Acha forças no amor que enfim o domem;
Só a ti não domou, por mais que eu te ame.
Fúrias, raios, coriscos, que o ar consomem,
Como não consumis aquele infame?
Mas apagar tanto amor com tédio e asco...
Ah que corisco és tu... raio... penhasco?
(...)
(José de Santa Rita Durão)
Texto 10
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SSA 2017 – 1ª Fase
Com base nos textos 5, 6, 7, 8, 9 e 10, analise as afirmativas a seguir e assinale com V as
Verdadeiras e com F as Falsas.
( ) É considerado um intertexto todo aquele texto que cruza com outro texto e estabelece com
este uma interrelação nova e singular. Dessa forma, pode-se afirmar que os Textos 5 e 6 são
considerados um intertexto.
( ) O Texto 7 se trata de um cartaz sobre uma campanha publicitária promovida pelo Ministério
da Educação, em 2003. Nele se observa a predominância de uma função da linguagem, que
é a função emotiva ou expressiva.
( ) O Texto 8 é um trecho do poema lírico do Barroco brasileiro, o qual narra os feitos heroicos
de Diogo Álvares Correia, que ensina aos índios tupinambás as leis e a cultura dos
europeus.
Esse poema foi parodiado no filme Caramuru – A Invenção do Brasil, conforme está indicado
no Texto 9.
( ) A paródia é a recriação de um texto com a finalidade de ironizar, criticar, provocar humor,
satirizar um outro texto que serviu de referência. Assim, pode-se afirmar que o Texto 10 é um
exemplo de paródia.
Texto 11
PRIMEIRO ATO
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Texto 12
PROSOPOPEIA
I IV
Cantem Poetas o Poder Romano, Vereis um sinil ânimo arriscado
Sobmetendo Nações ao jugo duro; A trances e conflictos temerosos,
O Mantuano pinte o Rei Troiano, E seu raro valor executado
Descendo à confusão do Reino escuro; Em corpos Luteranos vigurosos.
Que eu canto um Albuquerque soberano, Vereis seu Estandarte derribado
Da Fé, da cara Pátria firme muro, Aos Católicos pés victoriosos,
Cujo valor e ser, que o Ceo lhe inspira, Vereis em fim o garbo e alto brio
Pode estancar a Lácia e Grega lira. Do famoso Albuquerque vosso Tio.
II V
As Délficas irmãs chamar não quero, Mas em quanto Talia no se atreve,
que tal invocação é vão estudo; No Mar do valor vosso, abrir entrada,
Aquele chamo só, de quem espero Aspirai com favor a Barca leve
A vida que se espera em fim de tudo. De minha Musa inculta e mal limada.
Ele fará meu Verso tão sincero, Invocar vossa graça mais se deve
Quanto fora sem ele tosco e rudo, Que toda a dos antigos celebrada,
Que per rezão negar não deve o menos Porque ela me fará que participe
Quem deu o mais a míseros terrenos. Doutro licor milhor que o de Aganipe.
III
(Bento Teixeira)
E vós, sublime Jorge, em quem se esmalta
A Estirpe d'Albuquerques excelente,
E cujo eco da fama corre e salta
Do Cauro Glacial à Zona ardente,
Suspendei por agora a mente alta
Dos casos vários da Olindesa gente,
E vereis vosso irmão e vós supremo
No valor abater Querino e Remo.
I. Em geral, a produção de José de Anchieta tem como finalidade prestar serviço à Companhia de
Jesus; assim, é intencional o caráter estético-doutrinário e pedagógico de suas obras.
II. O Auto de São Lourenço é dotado de técnica tomada de empréstimo de Gil Vicente e possui
forte influência barroca, como imaginação exaltada, ideia abstrata e valorização dos sentidos.
III. Prosopopeia é um poemeto épico com a finalidade de louvar o Governador de Pernambuco,
Jorge de Albuquerque Coelho.
IV. Pode-se dizer que o Texto 12 distancia-se tanto na forma como no estilo de Os Lusíadas, de
Camões.
V. Bento Teixeira compromete o valor estético de sua Prosopopeia, quando emprega um tom
bajulatório no poemeto, apresentando pobre motivo histórico e inconsistência nos recursos nele
utilizados.
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12. Do século XVI até meados do século XVIII, duas manifestações estéticas são de extrema
relevância para a formação da literatura brasileira: o Barroco e o Arcadismo. Para refletir sobre
esses dois momentos e responder à questão, leia os textos a seguir.
Texto 13 Texto 14
Que passado o zenith da mocidade, Este pranto, estes ais, com que respiro,
Sem a noite encontrar da sepultura, Podendo comover o vosso agrado,
É cada dia ocaso da beldade. Façam digno de vós o meu suspiro.
(Gregório de Matos) (Cláudio Manoel da Costa)
I. Pode-se afirmar que uma das características do Barroco, presente no texto 13, é o tema da
efemeridade da vida, como pode ser percebido no primeiro terceto.
II. Gregório de Matos foi um repentista, que sabia improvisar; um menestrel baiano que buscava
inspiração no cotidiano, nas circunstâncias da vida, quer seja pelo êxtase religioso quer pelo
afetivo.
III. O texto 13 é marcado pela temática do Carpe Diem, característica notável também do Barroco.
IV. O texto 14 tem sua temática ligada ao pastoralismo, ao bucolismo e remete à mitologia grega.
V. Cláudio Manoel da Costa, cujo nome pastoral é Glauceste Satúrnio, tem forte influência dos
padrões cultistas, elevada inventividade lírica e deseja exprimir a realidade de seu país.
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SSA – 1ª Fase
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO 1
(1) Eles são narcisistas e possuem uma autoconfiança invejável. Os que pertencem às gerações
anteriores costumam dizer que são preguiçosos, mimados e até mesmo egoístas.
(2) Eles não largam o celular e costumam expor suas vidas, opiniões e sentimentos nas redes sociais.
Estão conectados 24 horas por dia, 7 dias por semana. Eles, definitivamente, assustam as gerações
que os antecedem; fazem parte de uma geração incompreendida.
(3) Mas afinal, quem são eles? Estamos falando daqueles que nasceram entre 1980 e 2000 e fazem
parte da geração Y, ou da “Millennial Generation”. Uma geração polêmica, que se tornou foco de
grandes estudos e pesquisas ao redor do mundo.
(4) Uma pesquisa do National Institutes of Health apontou que a presença do narcisismo entre jovens
da geração Y é três vezes maior, se comparada com a da geração que hoje tem 65 anos ou
mais. 58% dos respondentes foram classificados com nível “alto” de narcisismo. Veja, abaixo, os
resultados de algumas perguntas que compuseram o questionário:
- 40% dos jovens entrevistados afirmaram que esperam ser promovidos no trabalho, independente
de seu desempenho;
- 60% deles acreditam possuir opiniões corretas e estão certos de sua posição. São extremamente
autoconfiantes;
- o percentual de jovens entre 18 e 29 que vive com os pais é superior, se comparado a outras
gerações. Eles saem mais tarde de casa;
- em 1982, 80% dos jovens com menos de 23 anos estavam interessados em assumir cargos
profissionais de grande responsabilidade. Em pesquisa realizada em 2002, esse percentual caiu para
60%.
(5) Devido à globalização, à internet e, principalmente, às redes sociais, os jovens pertencentes à
geração Y acabaram assumindo um perfil único, que independe de seu local de origem. Pelo
egocentrismo que marca essa geração, eles também foram classificados como “Me, Me, Me
Generation”, expressão que dá a ideia perfeita da supervalorização do ego.
(6) Esse grau extremo de autoconfiança torna-se um desafio para pais e educadores. Ao incentivar a
autoestima do jovem, é importante que não se estimule, por acidente, o narcisismo. Há diferentes
maneiras de trabalhar a autoconfiança. O jovem deve entender que não é detentor de toda a verdade;
também precisa ser questionado, e não apenas elogiado. É preciso impor limites.
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SSA – 1ª Fase
(7) O professor americano David McCullough Jr. ficou famoso pelo discurso que preparou à sua turma
de alunos do ensino médio. Durante a cerimônia de formatura, ele fez questão de ressaltar aos jovens
ali presentes que eles não eram especiais, e ainda destacou que crianças mimadas podem resultar em
adultos fracassados. O discurso foi filmado e, ao ir para o Youtube, teve mais de 2 milhões de views.
(8) O discurso de McCullough virou fonte de inspiração para pais e educadores, e o professor – que do
dia para a noite ganhou imensa popularidade – afirma que não menosprezava seus jovens alunos,
mas julgava necessário alertá-los. “Em 26 anos ensinando adolescentes, pude ver como eles crescem
cercados por adultos que os tratam como preciosidades”.
(9) Dizer aos jovens que eles não são tão especiais quanto acreditam ser não deve ser visto como
uma forma de menosprezo ou desestímulo à autoestima e autoconfiança, mas, sim, como uma atitude
fundamental, que visa despertar o questionamento e a percepção do jovem, levando-o para além de
seu universo particular (e sempre tão protegido).
(10) O mundo desafia e, por isso, é tão importante manter os pés no chão e evitar construções
irrealistas do nosso próprio „eu‟.
Publicado em: 07/08/2013, por Carolina Prestes Yirula. Disponível em: https://cadernodia.wordpress.com/2013/08/07/geracao-me-me-me.
Acesso em: 03/06/2017. Adaptado.
1. Uma análise global do Texto 1 revela que ele se organiza em duas grandes partes: do início até o
final do 5º parágrafo; e do 6º parágrafo até o fim do texto. Acerca dessa organização, é CORRETO
afirmar que:
a) o texto é caracteristicamente narrativo: na primeira parte, definem-se claramente tempo, espaço e
enredo; na segunda, apresentam-se o clímax e o desfecho da narrativa.
b) embora todo o texto seja tipicamente injuntivo, é na segunda parte que essa característica se
mostra mais saliente, com orientações diretas para os jovens leitores.
c) a primeira parte é totalmente expositiva; na segunda, entretanto, a autora se vale de resultados de
pesquisa apresentados para construir uma argumentação consistente.
d) o texto é privilegiadamente dissertativo: na primeira parte, apresentam-se prós e contras de um
dado ponto de vista; na segunda, a tese que se defende é claramente exposta.
e) a primeira parte traz a descrição do que está focalizado no título; isso dá as bases para as
afirmações da segunda parte, na qual a opinião da autora é explicitada.
I. Nos dois parágrafos iniciais, a estratégia de empregar o pronome “eles” sem que a autora
indique de quem está tratando contribui para causar certo suspense no texto.
II. No trecho “58% dos respondentes foram classificados com nível „alto‟ de narcisismo.”
(4º parágrafo), o sentido do termo destacado é recuperado principalmente pela relação que o
leitor faz entre esse termo e o termo “pesquisa”, mencionado anteriormente, no texto.
III. A informação de que “eles também foram classificados como „Me, Me, Me Generation‟”
(5º parágrafo), além de estar embasada em outros textos, também justifica o título selecionado
para o Texto 2.
IV. No trecho “O discurso foi filmado e, ao ir para o Youtube, teve mais de 2 milhões de views.”
(7º parágrafo), a opção pelo emprego do termo destacado, da língua inglesa, justifica-se pelo
fato de essa ser a língua de comunicação entre todos os jovens da geração Y.
Estão CORRETAS:
a) I e II, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
1º Dia Página 4
SSA – 1ª Fase
3. Há, na língua, diversas maneiras de expressar a relação semântica de „causalidade‟. Analise, a esse
respeito, os seguintes enunciados do Texto 1:
4. A autora do Texto 1 emprega diversos termos para qualificar e caracterizar os jovens da „geração
me me me‟. Segundo ela, esses jovens NÃO são:
a) superprotegidos e incompreendidos.
b) dependentes da tecnologia e sem limites.
c) egocêntricos e donos da verdade.
d) independentes e manipuladores.
e) narcisistas e autoconfiantes.
a) No trecho “Os que pertencem às gerações anteriores costumam dizer que são preguiçosos,
mimados e até mesmo egoístas.” (1º parágrafo), a forma verbal destacada indica alta frequência
da ação expressa no verbo „dizer‟.
b) No trecho “58% dos respondentes foram classificados com nível “alto” de narcisismo.”
(4º parágrafo), o emprego da locução destacada indica que a ação de „classificar‟ ainda está em
curso, no momento presente.
c) No trecho “os jovens pertencentes à geração Y acabaram assumindo um perfil único”
(5º parágrafo), a forma verbal destacada indica a efemeridade da ação expressa em „assumir‟.
d) Com a forma verbal destacada no trecho: “O jovem deve entender que não é detentor de toda a
verdade” (6º parágrafo), a autora pretendeu expressar que a ação de „entender‟ é uma
probabilidade.
e) Ao empregar a forma verbal destacada no trecho “e ainda destacou que crianças mimadas podem
resultar em adultos fracassados.” (7º parágrafo), a autora pretendeu expressar obrigatoriedade da
ação de „resultar‟.
I. A expressão “me me me” foi formada a partir da primeira sílaba da palavra “milênio”, que é
crucial para definir quem faz parte da geração Y.
II. No trecho “o percentual de jovens entre 18 e 29 que vive com os pais é superior” (4º
parágrafo), percebemos que a concordância se fez com o termo “percentual”, o que está de
acordo com a norma culta da língua.
1º Dia Página 5
SSA – 1ª Fase
TEXTO 2
7. Podemos afirmar que o Texto 1 tematiza aspectos comportamentais de uma geração. Seguindo um
caminho diferente, o Texto 2 enfatiza, acerca do idoso:
1º Dia Página 6
SSA – 1ª Fase
9. Aristóteles, em Arte Poética, menciona três gêneros literários: lírico, épico e dramático. Ao primeiro
denominou de palavra cantada; ao segundo, de palavra narrada e ao terceiro, de palavra
representada.
Considerando os conceitos do estudioso grego, leia os três textos a seguir:
TEXTO 3
TEXTO 4
[...]
Chega o Parvo ao batel do Anjo e diz:
PARVO Hou da barca!
ANJO Que me queres?
PARVO Queres-me passar além?
ANJO Quem és tu?
PARVO Samica alguém.
ANJO Tu passarás, se quiseres;
porque em todos teus fazeres
per malícia nom erraste.
(Gil Vicente)
TEXTO 5
1º Dia Página 7
SSA – 1ª Fase
a) F–F–V–F–V
b) V–V–V–F–V
c) F–F–F–V–V
d) F–V–F–V–F
e) F–F–V–F–F
10. As funções da Linguagem, de acordo com Roman Jakobson, são seis: referencial, emotiva,
conativa, fática, poética e metalinguística. Sobre isso, analise os textos 3, 4 e 5 e marque V nas
proposições verdadeiras e F nas falsas.
( ) No texto 3, pertencente ao grande sonetista do amor, autor da mais importante epopeia
clássica da Língua Portuguesa, as referências históricas contidas na estrofe certificam a
predominância da função metalinguística.
( ) O texto 5, do autor baiano Gregório de Matos, tem por temática o fluir do tempo e a
efemeridade da vida, uma vez que traz à tona a subjetividade do eu lírico, apresentando a
função emotiva.
( ) Os três textos, apesar de pertencerem a gêneros literários diferentes, revelam aspectos
comuns a uma só função da linguagem, pois todos apresentam um código que explica a si
mesmo, o que revela serem possuidores da função metalinguística.
( ) A plurissignificação, a preocupação não só com a transmissão de uma ideia mas também
com a mensagem, faz os textos 3 e 5 terem a função poética como predominante.
( ) O texto de Gil Vicente dirige-se a um espectador para provocar-lhe o riso. Assim ele,
diferentemente dos textos 3 e 5, apresenta duas funções: a conativa e a fática.
a) F–F–F–V–V
b) F–V–F–V–F
c) V–V–F–V–V
d) V–F–V–F–V
e) V–V–V–F–F
1º Dia Página 8
SSA – 1ª Fase
IMAGEM 1 TEXTO 6
POEMA À VIRGEM
Olha como está prostrado diante da Face do PAI,
Todo o suor de sangue do seu corpo se esvai.
Olha a multidão se comporta como ELE se ladrão
fosse,Pisam-N0 e amarram as mãos presas ao pescoço.
Olha, diante de Anás, como um cruel soldado
O esbofeteia forte, com punho bem cerrado.
Vê como diante Caifás, em humildes meneios,
Aguenta mil opróbrios, socos e escarros feios.
Não afasta o rosto ao que bate, e do perverso
Que arranca Sua barba com golpe violento.
Olha com que chicote o carrasco sombrio
Dilacera do SENHOR a meiga carne a frio.
Olha como lhe rasgou a sagrada cabeça os espinhos,
E o sangue corre pela Face pura e bela.
Pois não vês que seu corpo, grosseiramente ferido
Mal susterá ao ombro o desumano peso?
Via Sacra [...]
Se o não sabes, a Mãe dolorosa reclama
Para si, as chagas que vê suportar o FILHO que ama.
Pois quanto sofreu aquele corpo inocente em reparação,
Tanto suporta o Coração compassivo da Mãe, em expiação.
(J.Anchieta)
IMAGEM 2 TEXTO 7
1º Dia Página 9
SSA – 1ª Fase
(1) A segunda imagem pertence a um famoso artista plástico, que registrou momentos
significativos, não só do início da colonização brasileira mas também da cidade de Salvador no
século XX.
(2) A carta do Descobrimento do Brasil, pelas suas características e pretensões, pertence à
literatura denominada catequética, ideia transmitida na imagem 2, o que está bem explícita.
(3) O texto 6 e a imagem 2 referem-se ao sofrimento da Virgem, quando acompanha o suplício do
filho. Trata-se da obra do Padre José de Anchieta, cuja devoção pela Virgem Maria é
incontestável.
(4) Tanto o poema como a carta em prosa são textos que registram momentos importantes para
nós, brasileiros: o primeiro pelo caráter religioso e catequético e o segundo como documento
histórico, o que bem ratifica a linguagem visual referente a cada um deles.
(5) Apesar da importância da carta de Caminha para nossa história, há quem discuta se realmente
nela reside o início da Literatura Brasileira, pois apresenta duas características que podem
justificar essa discussão: a primeira, o fato de não transmitir conhecimento dos habitantes da
nova terra, e a segunda, pela predominância da função apelativa e não poética, vez que esta,
segundo Jakobson, é o que torna o texto literário.
a) 1, 2 e 3.
b) 2, 4 e 5.
c) 3 e 5.
d) 1, 2, 3 e 4.
e) 4 e 5.
TEXTO 8
[...]
Olhai, peixes, lá do mar para a terra. Não, não: não é isso o que vos digo. Vós virais os olhos para os
matos e para o sertão? Para cá, para cá; para a cidade é que haveis de olhar. Cuidais que só os
Tapuias se comem uns aos outros? Muito maior açougue é o de cá, muito mais se comem os Brancos.
Vedes vós todo aquele bulir, vedes todo aquele andar, vedes aquele concorrer às praças e cruzar as
ruas; vedes aquele subir e descer as calçadas, vedes aquele entrar e sair sem quietação nem
sossego? Pois tudo aquilo é andarem buscando os homens como hão-de comer e como se hão-de
comer. Morreu algum deles, vereis logo tantos sobre o miserável a despedaçá-lo e comê-lo. Comem-
no os herdeiros, comem-no os testamenteiros, comem-no os legatários, comem-no os acredores;
comem-no os oficiais dos órfãos e os dos defuntos e ausentes; come-o o médico, que o curou ou
ajudou a morrer; come-o o sangrador que lhe tirou o sangue; come-a a mesma mulher, que de má
vontade lhe dá para a mortalha o lençol mais velho da casa; come-o o que lhe abre a cova, o que lhe
tange os sinos, e os que, cantando, o levam a enterrar; enfim, ainda o pobre defunto o não comeu a
terra, e já o tem comido toda a terra.
(Padre Antônio Vieira)
1º Dia Página 10
SSA – 1ª Fase
TEXTO 9
[...]
Agora, Fanfarrão, agora falo
Contigo, e só contigo. Por que causa
Ordenas que se faça uma cobrança
Tão rápida e tão forte contra aqueles,
Que ao Erário só devem tênues somas?
Não tens Contratadores, que ao Rei devem
De mil cruzados centos e mais centos?
Uma só quinta parte que estes dessem,
Não matava do Erário o grande empenho?
O pobre, porque é pobre, pague tudo;
E o rico, porque é rico, vai pagando
Sem soldados a porta, com sossego!
Não era menos torpe, e mais prudente,
Que os devedores todos se igualassem?
Que, sem haver respeito ao pobre ou rico,
Metessem no Erário um tanto certo,
A proporção das somas que devessem?
Indigno, Indigno Chefe! Tu não buscas
O público interesse. Tu só queres
Mostrar ao sábio Augusto um falso zelo;
Poupando, ao mesmo tempo, os devedores,
Os grossos devedores, que repartem
Contigo os cabedais, que são do reino.
[...]
(Tomás Antônio Gonzaga)
a) O texto 9 é satírico e foi escrito na República do Chile, refletindo a realidade histórica brasileira
durante o século XIX, início do Segundo Império. Esse fato nada tem a ver com nossa realidade,
pois o autor satiriza os desmandos ocorridos, na época, contra o povo chileno.
b) Tanto o texto 8 quanto o 9 apresentam um tom crítico contundente contra os abusos econômicos
que ocorreram em Minas Gerais, no século XVIII, e no Maranhão, no século XVII. Esses abusos
não mais existem, pois a realidade brasileira contemporânea tem a vontade do seu povo
respeitada pelo poder democraticamente constituído.
c) O texto 9 tematiza a desigualdade social, que ocorria nas Minas Gerais, quando o governador
português, denominado Fanfarrão, trata com igualdade ricos e pobres na cobrança dos impostos.
d) Os versos de Gonzaga: “Indigno, indigno chefe! Tu não buscas / o público interesse. Tu só queres
/ mostrar ao sábio augusto um falso zelo, / poupando, ao mesmo tempo, os devedores, / os
grossos devedores, que repartem / contigo os cabedais, que são do reino.” e o trecho do Sermão
de Vieira, apesar de o primeiro pertencer ao Movimento Barroco e o segundo, ao Arcadismo,
apresentam diversas semelhanças temáticas.
e) O texto do jesuíta e o do inconfidente não apresentam semelhança temática alguma. São
completamente opostos por serem, respectivamente, parte de um sermão, escrito no Maranhão, e
um fragmento das Cartas Chilenas, cujo remetente é Critilo, e o destinatário, Doroteu.
1º Dia Página 11
SSA – 1ª Fase
LÍNGUA PORTUGUESA
Texto 1
Importância da vacinação
O ditado popular “melhor prevenir do que remediar” se aplica perfeitamente à vacinação. Muitas
doenças comuns no Brasil e no mundo deixaram de ser um problema de saúde pública por causa da
vacinação massiva da população. Poliomielite, sarampo, rubéola, tétano e coqueluche são só alguns
exemplos de doenças comuns no passado e que as novas gerações só ouvem falar em histórias. O
resultado da vacinação não se resume a evitar doença. Vacinas salvam vidas.
Mas como a vacina ajuda o nosso sistema imunológico?
Quando uma pessoa é infectada pela primeira vez por um antígeno (substância estranha ao
organismo), como o vírus do sarampo, o sistema imunológico produz anticorpos (proteínas que atuam
como defensoras no organismo) para combater aquele invasor. Mas essa produção não é feit a na
velocidade suficiente para prevenir a doença, uma vez que o sistema imunológico não conhece
aquele invasor. Por isso, a pessoa fica doente, podendo chegar à morte. Mas se, anos depois, aquele
organismo invadir o corpo novamente, o sistema imunológico vai produzir anticorpos em uma
velocidade suficiente para evitar que a pessoa fique doente uma segunda vez. Essa proteção é
chamada de imunidade. O que a vacina faz é gerar essa imunidade. Com os mesmos antígenos que
causam a doença, mas enfraquecidos ou mortos, a vacina ensina e estimula o sistema imunológico a
produzir os anticorpos que levam à imunidade. Portanto, a vacina faz as pessoas desenvolverem
imunidade sem ficar doente.
Doenças controladas podem voltar
Muitas doenças infecciosas estão ficando raras. Pessoas nascidas a partir de 1990 podem nunca ter
tido contato com pessoas com sarampo ou rubéola e, definitivamente, com poliomielite. Isso porque
as constantes ações de vacinação foram capazes de controlar e eliminar essas doenças do Brasil.
Então, não preciso vacinar meu filho contra essas doenças? Precisa sim. Essas doenças ainda fazem
vítimas em outros lugares do mundo. Com a globalização, a pessoa pode passar por vários
continentes em uma única semana. Se não estiver vacinada, ela pode trazer a doença para o Brasil e
transmitir para alguém que não esteja imunizado. Pessoas não vacinadas, portanto, podem ser a
porta de entrada de doenças que já foram eliminadas no Brasil.
Disponível em: http://portalms.saude.gov.br/acoes-e-programas/vacinacao/importancia-da-vacinacao.
Acesso em: 18/07/2018. Adaptado.
01. O Texto 1 cumpre, dentre outras, uma importante função social – informar os leitores acerca de um
assunto de interesse geral. A respeito desse texto, assinale a alternativa CORRETA.
a) O gênero em que se apresenta o texto requer uma rígida organização das informações em blocos
paragráficos de tamanho equivalente, que se constroem de acordo com o padrão de apresentação
tradicional.
b) A linguagem empregada no texto, com vocabulário especializado, está adequada a seu público-
alvo: pessoas maduras (“do passado”) e familiarizadas com doenças como poliomielite, sarampo e
rubéola.
c) Sendo da esfera jornalística, o Texto 1 apresenta argumentos convincentes, uns a favor, outros
contrários à vacinação, por meio dos quais o autor almeja defender seu ponto de vista e convencer
o leitor.
d) O autor se vale de várias informações fictícias para construir seu texto, como a de que “[há]
doenças comuns no passado e que as novas gerações só ouvem falar em histórias”.
e) Embora as três partes que organizam o texto sejam distintas, sua forte inter-relação se verifica
especialmente porque todas as informações orbitam em torno de um eixo temático central: a
relevância da vacinação.
3
1º DIA
SSA – 1ª Fase
02. Ao longo do Texto 1, o autor emprega recursos para manter o tema selecionado. Um desses
recursos é a escolha de palavras que se situam em um mesmo campo de significação. Assinale a
alternativa em que todos os termos e/ou expressões apresentados(as) são do mesmo campo
semântico.
a) ditado popular - vacinas - vidas.
b) antígeno - Brasil - invasor.
c) vacinação - doenças - imunidade.
d) anticorpos - saúde pública - morte.
e) doenças infecciosas - vítimas - globalização.
03. Analisando a rede de relações semânticas presentes no Texto 1, é CORRETO afirmar que:
a) no trecho: “o sistema imunológico produz anticorpos (proteínas que atuam como defensoras no
organismo) para combater aquele invasor.”, podemos identificar uma relação semântica de
consequência.
b) no trecho: “essa produção não é feita na velocidade suficiente para prevenir a doença, uma vez
que o sistema imunológico não conhece aquele invasor.”, o segmento após a vírgula tem valor
explicativo.
c) o trecho: “Mas se, anos depois, aquele organismo invadir o corpo novamente, o sistema
imunológico vai produzir anticorpos em uma velocidade suficiente” é introduzido por elementos
que indicam causa.
d) no trecho: “Com a globalização, a pessoa pode passar por vários continentes em uma única
semana.”, o segmento destacado tem valor temporal.
e) podemos reconhecer uma relação semântica de condição no trecho: “Pessoas não vacinadas,
portanto, podem ser a porta de entrada de doenças eliminadas no Brasil.”.
04. O Texto 1 apresenta diversos recursos coesivos. A esse respeito, analise as afirmações a seguir,
relativas ao segundo bloco do texto.
1. No trecho: “Quando uma pessoa é infectada pela primeira vez por um antígeno (substância
estranha ao organismo), como o vírus do sarampo, o sistema imunológico produz anticorpos”,
o segmento destacado corresponde a uma exemplificação do que pode ser “um antígeno”.
2. A referência a “um antígeno” é retomada pela expressão “aquele invasor”, no trecho: “o
sistema imunológico produz anticorpos (proteínas que atuam como defensoras no organismo)
para combater aquele invasor.”.
3. Para compreender o sentido do trecho: “Mas essa produção não é feita na velocidade
suficiente para prevenir a doença [...]”, o leitor deve perceber que o segmento destacado é
retomado por “a doença”, na sequência do texto.
4. O autor opta por empregar uma forma singular, no trecho: “Por isso, a pessoa fica doente,
podendo chegar à morte.” para fazer uma referência definida, ou seja, a uma pessoa em
particular.
a) 1 e 2.
b) 2 e 3.
c) 3 e 4.
d) 1 e 4.
e) 2 e 4.
4
1º DIA
SSA – 1ª Fase
05. No Texto 1, podemos verificar o uso de diferentes tempos e modos verbais. Analisando os efeitos
de sentido das formas verbais empregadas, é CORRETO afirmar que:
a) no trecho: “Muitas doenças comuns no Brasil e no mundo deixaram de ser um problema de saúde
pública por causa da vacinação massiva da população”, o pretérito perfeito e o infinitivo são
empregados para indicar que uma ação ocorrida no passado ainda continua no presente.
b) identificamos o emprego de uma forma verbal na voz ativa no trecho: “Quando uma pessoa é
infectada pela primeira vez por um antígeno [...]”, para expressar uma ação que se passa no
tempo presente.
c) no trecho: “Mas se, anos depois, aquele organismo invadir o corpo novamente [...]”, o autor opta
pelo emprego do modo indicativo para garantir a veracidade de sua afirmação.
d) no trecho: “o sistema imunológico vai produzir anticorpos em uma velocidade suficiente [...]”, o
autor opta por empregar o verbo „ir‟ no presente, acompanhado de forma verbal no infinitivo, para
indicar uma ação futura.
e) com o emprego do verbo „estar‟ acompanhado de uma forma no gerúndio, no trecho: “Muitas
doenças infecciosas estão ficando raras.”, o autor pretendeu indicar uma ação pontual, em um
momento bem definido do tempo.
06. O termo “concordância” é utilizado em referência a mecanismos de flexão, entre o sujeito e o verbo
ou entre o nome e seus determinantes. Assinale a alternativa em que a concordância está em
conformidade com a norma-padrão da língua.
a) Confirmam as estatísticas: no passado, haviam várias doenças que hoje foram erradicadas pela
vacinação em massa da população.
b) Temos que ficar atentos: embora casos de poliomielite não sejam registrados no Brasil fazem
quase 30 anos, a doença pode retornar.
c) Apesar da intensa campanha do Ministério da Saúde, ainda não foi completamente erradicado do
país várias doenças sérias.
d) Quem de nós diríamos que veríamos, em pleno século XXI, o retorno das doenças que
considerávamos extintas do nosso país?
e) A esmagadora maioria das crianças que tomaram vacinas não teve as doenças contra as quais
ainda lutamos para banir da nossa sociedade.
Texto 2
http://portal.saude.pe.gov.br/noticias/secretaria-executiva-de-atencao-
saude/pernambuco-inicia-vacinacao-contra-hpv. Acesso em:
18/07/2018. 5
1º DIA
SSA – 1ª Fase
07. Com o Texto 2, pretende-se conseguir a adesão da maior quantidade possível de garotas de uma
faixa etária específica. Considerando a função social desse texto, são elementos que colaboram
para que ele cumpra essa função:
1. a prevalência da cor rosa, tanto nas imagens quanto no texto verbal.
2. o posicionamento das logomarcas no lado inferior direito do texto.
3. o diálogo que se tenta fazer com o leitor, como no trecho: “NÃO ESQUEÇA”.
4. a associação entre a imagem de uma garota “moderna” e a prevenção.
Estão CORRETOS
a) 1, 3 e 4, apenas.
b) 3 e 4, apenas.
c) 2 e 3, apenas.
d) 2 e 4, apenas.
e) 1, 2, 3 e 4.
Descobrimento do Brasil
Poema 1
Meu Deus, que estais pendente de um madeiro, Mui grande é vosso amor, e meu delito,
Em cuja lei protesto de viver, Porém pode ter fim todo o pecar,
Em cuja lei hei de morrer E não o vosso amor, é que infinito.
Animoso, constante, firme e inteiro.
Esta razão me obriga a confiar,
Neste lance, por ser o derradeiro, Que por mais que pequei, neste conflito
Pois vejo a minha vida anoitecer, Espero em vosso amor de me salvar.
É, meu Jesus, a hora de se ver
A brandura de um Pai, manso Cordeiro
6
1º DIA
SSA – 1ª Fase
Poema 2 Poema 3
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1º DIA
SSA – 1ª Fase
10. Analise os textos que se seguem, considerando os conceitos de gêneros, as funções da linguagem
e a intertextualidade.
Texto 3 Texto 4
Amor é fogo que arde sem se ver A luz ao mundo, e murmurar se ouvia
É ferida que dói e não se sente; Ao longe o rio, e menear-se o vento.
É um contentamento descontente; Respirava descanso a natureza.
É dor que desatina sem doer. Só na outra margem não podia entanto
O inquieto Cacambo achar sossego.
É um não querer mais que bem querer
No perturbado interrompido sono
É solitário andar por entre a gente;
(Talvez fosse ilusão) se lhe apresenta
É nunca contentar-se de contente;
A triste imagem de Sepé despido,
É cuidar que se ganha em se perder;
Pintado o rosto do temor da morte,
É querer estar preso por vontade; Banhado em negro sangue, que corria
É servir a quem vence, o vencedor; [...]
É ter com quem nos mata lealdade. Basílio de Gama
Texto 5 Texto 6
Senhores que trabalhais Ainda que eu falasse a língua dos homens.
pela vida transitória, E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.
memória, por Deus, memória
É só o amor, é só o amor.
este temeroso cais!
Que conhece o que é verdade.
À barca, à barca, mortais,
O amor é bom, não quer o mal.
Barca bem guarnecida,
Não sente inveja ou se envaidece.
à barca, à barca da vida!
O amor é o fogo que arde sem se ver.
Vigiai-vos, pecadores, É ferida que dói e não se sente.
que, depois da sepultura,
neste rio está a ventura É um contentamento descontente.
de prazeres ou dolores! É dor que desatina sem doer.
À barca, à barca, senhores, Ainda que eu falasse a língua dos homens.
barca mui nobrecida, E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.
à barca, à barca da vida!
É um não querer mais que bem querer.
Gil Vicente É solitário andar por entre a gente.
É um não contentar-se de contente.
É cuidar que se ganha em se perder.
É um estar-se preso por vontade.
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.
Estou acordado e todos dormem, todos dormem, todos dormem.
Agora vejo em parte. mas então veremos face a face.
É só o amor, é só o amor.
Que conhece o que é verdade.
Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.
Renato Russo
8
1º DIA
SSA – 1ª Fase
a) II e III.
b) I, II, III e IV.
c) IV e V.
d) II, III e V.
e) III, IV e V.
Texto 7
[...]
Antes que vos vades, assim como Morreu algum deles: vereis logo tantos
ouvistes os vossos louvores, ouvi também sobre o miserável a despedaçá-lo e comê-lo.
agora as vossas repreensões. Servir-vos-ão Comem-no os herdeiros, comem-no os
de confusão, já que não seja de emenda. A testamenteiros, comem-no os oficiais dos
primeira cousa que me desedifica, peixes, de órfãos e dos defuntos ausentes; come-o o
vós, é que vos comeis uns aos outros. médico, que o curou ou ajudou a morrer;
Grande escândalo é este, mas a come-o o sangrador, que lhe tirou o sangue;
circunstância o faz ainda maior. Não só vos come-o a mesma mulher, que de má vontade
comeis uns aos outros, senão que os grandes lhe dá para mortalha o lençol mais velho da
comem os pequenos. Se fora pelo contrário, casa; come-o o que lhe abre a cova, o que
era menos mal. Se os pequenos comeram os lhe tange os sinos, e os que cantando o
grandes, bastara um grande para muitos levam a enterrar; enfim ainda ao pobre
pequenos; mas como os grandes comem os defunto o não comeu a terra, e já o tem
pequenos, não bastam cem pequenos, nem comido toda a terra.
mil, para um só grande.
9
1º DIA
SSA – 1ª Fase
Texto 8
Agora, Fanfarrão, agora falo
Contigo, e só contigo. Por que causa
ordenas que se faça uma cobrança
tão rápida e tão forte contra aqueles
que ao Erário só devem tênues somas?
Não tens contratadores, que ao rei devem
De mil cruzados centos e mais centos?
a) F–V–F–V–V
b) F–F–F–V–V
c) V–V–V–F–F
d) F–V–V–F–F
e) V–V–V–V–F
11
1º DIA
SSA - 1ª FASE 1º DIA
LÍNGUA PORTUGUESA
(8) Os jovens estarão no mesmo jogo dos adultos (que às vezes não é um jogo muito bom) se eles se
fragmentarem completamente, não perceberem o que há de comum entre eles a partir dos desafios e
dos direitos de sua geração. Estabelecer os diálogos é difícil. Não é fácil porque muitas vezes os
jovens reproduzem os preconceitos e os ‗faccionalismos‘ dos adultos. Esta geração tem uma chance
de inovar na cultura política, inovar a partir de seus interesses e de uma forma que faça até mesmo
que os adultos aprendam.
Regina Novaes. Disponível em: http://revistapontocom.org.br/edicoes-anteriores-artigos/juventude-participacao-e-cidadania-que-papo-e-esse.
Acesso em: 16/08/2019. Adaptado.
01. Considerando que nossos textos (falados e escritos) seguem uma norma e que temos muitas e
diferentes maneiras de falar e escrever, acerca do Texto 1, é CORRETO afirmar que
a) há, nele, marcas evidentes de que sua autora pretendeu afastar-se da norma brasileira
considerada culta e de que, ao optar por um nível linguístico extremamente informal, desvia-se
propositadamente das normas gramaticais tradicionalmente reconhecidas como corretas.
b) ele está organizado em consonância com a norma culta da língua e percebe-se, principalmente
nos dois parágrafos introdutórios, que a autora opta por empregar itens lexicais, como ―papo‖,
―papo furado‖ e ―onda‖, que aproximam a sua linguagem da do seu público-alvo.
c) encontram-se, nele, diversos termos e expressões técnicas (‗intrageracional‘; ‗faccionalismos‘), os
quais demonstram que sua autora pretendeu dialogar com um público muito especializado e, por
isso, optou pelo rebuscamento da linguagem e pelo alto nível de formalidade do texto.
d) com o propósito de alcançar seu público-alvo, majoritariamente jovem, sua autora opta pela
informalidade na linguagem, a qual se revela por escolhas lexicais muito populares, por uma
organização sintática muito simplificada e pela superficialidade da argumentação.
e) seu nível de linguagem e as ideias apresentadas são reveladores dos preconceitos da autora em
relação a questões de gênero, como no trecho: ―Neste cenário, temos que ver todas as diferentes
juventudes e suas questões sociais e raciais, suas questões de gênero e opções/orientações
sexuais.‖ (4º§)
02. Segundo a autora do Texto 1, ―a grande questão é que o jovem dos dias atuais tem medo de
sobrar‖. Em outras palavras, o jovem da atualidade teme
03. Analise se, nos trechos apresentados a seguir, evidenciam-se as relações lógico-semânticas
indicadas entre parênteses.
1) ―A questão da juventude vem para a cena pública quando ela passa a ser o segmento mais
vulnerável frente às mudanças sociais que acontecem no mundo de hoje.‖ (TEMPO)
2) ―Com a mudança do mundo do trabalho, cada vez mais restritivo e mutante, os jovens foram e
são atingidos.‖ (CAUSALIDADE)
3) ―O Estado tem que ter o compromisso de fazer as suas políticas macro, mas tem que fazer isto
com a sociedade civil, para que cada um participe, transformando a política de juventude numa
política de Estado, não de Governo.‖ (FINALIDADE)
4) ―A questão da juventude é uma questão marcada por uma faixa etária específica. Portanto, ela
não pode ser pensada sem levar em conta a relação intergeracional.‖ (CONCLUSÃO)
4
SSA - 1ª FASE 1º DIA
Estão CORRETAS:
a) 1, 2 e 3, apenas.
b) 1, 2 e 4, apenas.
c) 1, 3 e 4, apenas.
d) 2, 3 e 4, apenas.
e) 1, 2, 3 e 4.
04. No que se refere ao emprego de algumas formas verbais no Texto 1, assinale a alternativa
CORRETA.
a) Com a locução verbal empregada no trecho: ―Por outro lado, este papo pode render muito.‖ (1º §),
a autora sinaliza que está percebendo a ação de ‗render‘ como uma possibilidade.
b) No trecho: ―A questão da juventude vem para a cena pública quando ela passa a ser o segmento
mais vulnerável (...)‖ (2º §), a forma verbal no presente foi empregada para indicar uma ação que
já aconteceu.
c) No trecho: ―Com a mudança do mundo do trabalho, cada vez mais restritivo e mutante, os jovens
foram e são atingidos.‖ (4º §), não apenas verbos diferentes, mas também tempos e modos
verbais diferentes são empregados para expressar as ideias da autora.
d) Com a afirmação de que ―As políticas públicas têm que pensar então numa nova interface entre
escolaridade e preparação para o mundo do trabalho.‖ (5º §), a autora expressa a ideia de que a
ação de ‗pensar‘ já está em curso.
e) É o emprego das formas verbais no modo indicativo que confere ao segmento destacado em ―Esta
geração tem uma chance de inovar na cultura política, inovar a partir de seus interesses e de uma
forma que faça até mesmo que os adultos aprendam.‖ (8º §) seu tom categórico.
Estão CORRETAS:
a) 1 e 4, apenas.
b) 2 e 4, apenas.
c) 2 e 3, apenas.
d) 1, 3 e 4, apenas.
e) 1, 2, 3 e 4.
5
SSA - 1ª FASE 1º DIA
Texto 2
Quadrilha
Texto 3
Texto 4
6
SSA - 1ª FASE 1º DIA
Texto 5
06. Considerando o fenômeno da intertextualidade e com base nas relações estabelecidas entre os
Textos 2, 3, 4 e 5, assinale a alternativa CORRETA.
a) O Texto 2 perde a sua singularidade literária ao representar o tema ―quadrilha‖ de forma simples e
com linguagem denotativa. Trata-se de um texto caracterizado por traços narrativos e pelo predomínio
da função referencial da linguagem.
b) As relações intertextuais podem ser evidenciadas entre textos de diferentes gêneros, como se pode
notar no diálogo entre o Texto 2 e os Textos 3, 4 e 5. O Texto 4 imprime um tom humorístico ao
apresentar informações sobre o destino das personagens.
c) Ao manter relação intertextual explícita com o poema Quadrilha, o Texto 4 configura-se como
literário, pois as escolhas linguísticas da tirinha são praticamente uma réplica do Texto 2. A natureza
literária do Texto 4 está presente na retomada poética da narrativa construída no poema de
Drummond.
d) O poema Quadrilha (Texto 2) mantém relação intertextual implícita com a pintura (Texto 3). Assim
como ocorre na quadrilha junina, os descompassos amorosos são percebidos na tela de Pedro Souza
e no poema de Drummond. O Texto 2 revela traços narrativos e uma visão cômica sobre os destinos
das personagens.
e) A intertextualidade é um fenômeno evidenciado apenas no campo da arte literária, quando ocorrem
relações entre textos literários com aproximações na forma e no conteúdo. Os Textos 2, 3, 4 e 5
ilustram um exemplo de intertextualidade pelas características literárias que apresentam.
07. Acerca da organização global do Texto 2 e de sua relação com o Texto 5, é CORRETO afirmar
que
a) cada um dos textos se organiza com diferentes configurações, mas eles têm em comum a
proposta temática e as intenções comunicativas.
b) o título atribuído ao poema está igualmente adequado ao anúncio publicitário, representando a
síntese do conteúdo global de ambos os textos.
c) por estarem numa relação intertextual explícita, ambos os textos têm um modo de organização
muito semelhante, com organização paragráfica e normas gráficas de apresentação similares.
d) no poema (Texto 2), a regularidade estrutural que se observa nos três primeiros versos é desfeita
nos versos seguintes, e essa mudança contribui para os sentidos que o autor quer transmitir.
e) no anúncio, o pronome presente na pergunta ―sabe o que é isso?‖ leva o leitor a recuperar a
literariedade do poema de Drummond.
7
SSA - 1ª FASE 1º DIA
Texto 6
Procura da Poesia
Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.
[...]
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Texto 7 Texto 8
Retrato
8
SSA - 1ª FASE 1º DIA
08. Há várias funções da linguagem que se interpenetram e dialogam quando lemos e produzimos
textos diversos. Para cada elemento do processo de comunicação (emissor, mensagem, receptor,
canal, código, contexto), existe uma função da linguagem correspondente. Acerca desse tema,
considere as afirmativas a seguir.
1) O Texto 6 apresenta mais de uma função da linguagem. Trata-se de um poema
metalinguístico, uma vez que evidencia a construção do fazer poético. Além da função poética,
também revela a função conativa quando estabelece diálogo com o receptor: “não faças”, “não
cantes”, “penetra”, “convive”, “espera”, “não forces”, “não colhas”.
2) A obra Autorretrato, de Vincent Van Gogh (Texto 8), é um exemplo de metalinguagem na
pintura. A obra aborda como tema a própria pintura com a imagem do pintor diante da tela e
dos pincéis. Os Textos 6 e 8 são metalinguísticos, pois destacam o próprio código utilizado.
3) Por meio da linguagem poética, o Texto 7 é um exemplo do gênero lírico e expressa os
sentimentos do ―eu lírico‖, sugerindo a transitoriedade da vida. O poema revela a função
emotiva da linguagem, com ênfase nos sentimentos do emissor da mensagem.
4) A função referencial da linguagem está presente nos Textos 6, 7 e 8, e o sentido denotativo é
priorizado na organização das mensagens propostas.
a) 1 e 2.
b) 2 e 4.
c) 2 e 3.
d) 1, 2 e 3.
e) 3 e 4.
.
09. A compreensão do Texto 7 nos leva a afirmar que nele o eu lírico reflete principalmente sobre a
a) perda da felicidade.
b) dureza da solidão.
c) passagem do tempo.
d) importância da vaidade.
e) iminência da morte.
10. No que se refere a alguns recursos lexicais e gramaticais do Texto 7, analise as proposições a
seguir.
1. A repetição do pronome pessoal ‗eu‘, ao longo do texto, é um recurso gramatical que contribui
para manter a subjetividade e reforçar a reflexão introspectiva que nele se faz.
2. A pergunta retórica com que o texto é finalizado funciona como uma síntese da ideia de perda
que se apresenta ao longo do poema.
3. A autora emprega adjetivos simples (‗calmo‘, ‗triste‘, ‗magro‘), locuções adjetivas (‗sem força‘) e
orações adjetivas (‗que nem se mostra‘) para qualificar as partes do corpo (rosto, olhos, lábio,
mãos, coração) que descreve no poema.
4. O jogo entre o pretérito imperfeito (‗eu não tinha‘) e o perfeito (‗eu não dei‘; ‗ficou perdida‘)
ajuda o leitor a perceber que, no texto, o eu lírico reflete sobre o passado para projetar um
futuro mais feliz.
9
SSA - 1ª FASE 1º DIA
Estão CORRETAS:
a) 1, 2 e 3, apenas.
b) 1 e 4, apenas.
c) 2 e 4, apenas.
d) 2, 3 e 4, apenas.
e) 1, 2, 3 e 4.
Texto 9 Texto 10
La Deposizione di Cristo (1602–1603), de Caravaggio Descida da Cruz (1612-1614), dePeter Paul Rubens
Disponível em: https://jornalggn.com.br/noticia/a-descida-da-cruz-por- Disponível em: https://santhatela.com.br/peter-paul-
caravaggio/ Acesso em: 20/06/2019. rubens/rubens-descida-da-cruz/ Acesso em: 20/06/2019.
.
Texto 11 Texto 12
Buscando a Cristo
10
SSA - 1ª FASE 1º DIA
11. O Barroco destacou-se como estilo artístico-estético e influenciou várias manifestações artísticas,
como pintura, literatura, música e arquitetura. Considerando os textos lidos e as características desse
estilo de época, analise as afirmativas a seguir e assinale com V as verdadeiras e com F as falsas.
a) V–F–F–F
b) F–F–F–V
c) V–F–V–F
d) V–V–F–F
e) V–V–V–V
Texto 13
11
SSA - 1ª FASE 1º DIA
Texto 14
Texto 15
Marília de Dirceu (Parte 1 – Lira XIV)
A morte de Lindoia (Canto IV)
Minha bela Marília, tudo passa;
Este lugar delicioso, e triste,
A sorte deste mundo é mal segura;
Cansada de viver, tinha escolhido
Se vem depois dos males a ventura,
Para morrer a mísera Lindoia.
Vem depois dos prazeres a desgraça
Lá reclinada, como que dormia,
Ah! enquanto os Destinos impiedosos Na branda relva, e nas mimosas flores,
Não voltam contra nós a face irada, Tinha a face na mão, e a mão no tronco
Façamos, sim façamos, doce amada, De um fúnebre cipreste, que espalhava
Os nossos breves dias mais ditosos. Melancólica sombra. Mais de perto
Descobrem que se enrola no seu corpo
Ornemos nossas testas com as flores. Verde serpente, e lhe passeia, e cinge
E façamos de feno um brando leito, Pescoço e braços, e lhe lambe o seio.
Prendamo-nos, Marília, em laço estreito, [...]
Gozemos do prazer de sãos Amores. Inda conserva o pálido semblante
Sobre as nossas cabeças, Um não sei quê de magoado, e triste,
Sem que o possam deter, o tempo corre; Que os corações mais duros enternece.
E para nós o tempo, que se passa, Tanto era bela no seu rosto a morte!
Também, Marília, morre.
GAMA, José Basílio da. O Uraguai. Excertos. Disponível em:
Que havemos de esperar, Marília bela? https://www.passeiweb.com/estudos/livros/o_uraguai
Acesso em: jun., 2019.
Que vão passando os florescentes dias?
As glórias, que vêm tarde, já vêm frias;
E pode enfim mudar-se a nossa estrela.
Ah! Não, minha Marília,
Aproveite-se o tempo, antes que faça
O estrago de roubar ao corpo as forças
E ao semblante a graça.
GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu: Parte 1 - Lira XIV. Excertos. Disponível em:
http://quartetovezesdois.blogspot.com/2013/08/marilia-de-dirceu-parte-1-lira-xiv.html
Acesso em: 20/06/2019.
Texto 16
Lira XXIII
12
SSA - 1ª FASE 1º DIA
12. Considerando os Textos 13,14, 15 e 16 e as características do Arcadismo brasileiro, analise as
afirmativas a seguir.
1) O Arcadismo é caracterizado pelo bucolismo, com poesia pastoral que descreve as belezas da vida
campestre e da natureza. Na literatura árcade, identifica-se o cenário natural como espaço ideal para
encontros amorosos. O Texto 13 mantém diálogo com a visão bucólica dos árcades, por meio da
representação de locus amoenus.
2) O Texto 16 revela uma perspectiva diferente da natureza apresentada no Texto 13. A visão
bucólica da natureza não é priorizada no poema de Tomás Antônio Gonzaga, pois o foco principal é
destacar a imagem de Marília e sua relação afetiva com o pastor, sem conexões com o locus
amoenus.
3) O carpe diem é uma característica da literatura árcade, conforme versos do Texto 14: “Aproveite-se
o tempo, antes que faça/ O estrago de roubar ao corpo as forças/ E ao semblante a graça.” No poema,
o pastor, ciente da efemeridade do tempo, convida sua amada a aproveitar o momento presente.
4) A morte de Lindoia é um trecho do poema épico O Uraguai, de José Basílio da Gama. Nessa obra, o
índio é tratado de forma poética, como ocorre no Texto 15, o qual revela lirismo e poeticidade por meio
de linguagem conotativa.
a) 1 e 2. b) 1, 2 e 3. c) 2 e 3. d) 2, 3 e 4. e) 1, 3 e 4.
MATEMÁTICA
13. O caminho da cidade até a fazenda de Fernando compreende uma parte em rodovia federal, uma
parte em rodovia estadual, e o último trecho, de dois quilômetros, em estrada de terra. Se a parte em
rodovia federal corresponde a três quartos da distância total, e a parte em rodovia estadual, a um
quinto da distância total, qual a distância em quilômetros entre a cidade e a fazenda de Fernando?
a) 8
b) 9
c) 20
d) 30
e) 40
14. A Professora Ana solicitou que alguns de seus estudantes fossem ao quadro e escrevessem um
exemplo correto sobre grandezas proporcionais. Cinco dos seus estudantes apresentaram as
situações a seguir:
Flávio: A velocidade de um carro de Fórmula 1 e a distância a ser percorrida por esse carro
são grandezas inversamente proporcionais.
Tiago: A vazão de uma torneira e o tempo que essa torneira leva para encher uma caixa
d’água são grandezas inversamente proporcionais.
Mariana: A idade e a altura de uma pessoa são grandezas diretamente proporcionais.
Paulo: A distância percorrida por um táxi e o valor a ser pago pelo passageiro do táxi são
grandezas inversamente proporcionais.
Sandra: O valor fixo pago na compra de bombons é uma grandeza inversamente proporcional
à quantidade de bombons.
13
SSA - 1ª FASE 1º DIA
LÍNGUA PORTUGUESA
Texto 1 Texto 2
Texto 3 Texto 4
Rompe o poeta com a primeira impaciência Lira XIX – 1ª parte
querendo declarar-se e temendo perder por
ousado Enquanto pasta alegre o manso gado,
Minha bela Marília, nos sentemos
Anjo no nome, Angélica na cara! À sombra deste cedro levantado.
Isso é ser flor, e Anjo juntamente: Um pouco meditemos
Ser Angélica flor, e Anjo florente, Na regular beleza,
Em quem, senão em vós, se uniformara: Que em tudo quanto vive, nos descobre
A sábia Natureza.
Quem vira uma tal flor, que a não cortara,
Do verde pé, da rama fluorescente; GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu. São Paulo:
DCD, 2010. Excertos.
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus o não idolatrara?
Se pois como Anjo sois dos meus altares,
Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda,
Livrara eu de diabólicos azares.
Mas vejo, que por bela, e por galharda,
Posto que os Anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.
MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos. São Paulo:
Cultrix, 1997.
3
SSA - 1ª FASE 1º DIA
01. Diversos estudiosos buscam classificar as obras literárias em gêneros. A classificação aristotélica
tem sido utilizada para traçar as características dos gêneros literários (épico, lírico, dramático).
Conforme essa classificação, os textos literários são organizados em três gêneros: épico, lírico e
dramático. Identifique o gênero literário dos Textos 1, 2, 3 e 4, numerando-os de acordo com a
seguinte correspondência:
a) 1 – 2 – 2 – 3.
b) 3 – 2 – 2 – 2.
c) 3 – 1 – 3 – 2.
d) 1 – 2 – 3 – 1.
e) 3 – 1 – 2 – 2.
02. Não apenas os textos literários se materializam em gêneros. Na verdade, hoje há um consenso de
que qualquer texto se organiza em um gênero. Outro consenso é o de que o que define um gênero
textual é menos o conjunto de suas características formais, e mais a sua função social. Isso porque
todo texto é escrito (ou falado) com um propósito comunicativo. Considerando esse propósito, é
CORRETO afirmar que
Texto 5
"A feição deles é parda, algo avermelhada; de bons rostos e bons narizes. Em geral são bem-feitos.
Andam nus, sem cobertura alguma. Não fazem o menor caso de cobrir ou mostrar suas vergonhas, e
nisso são tão inocentes como quando mostram o rosto. [...] Os cabelos deles são corredios. E
andavam tosquiados, de tosquia alta, mais que verdadeiramente de leve, de boa grandeza, e,
todavia, raspado por cima das orelhas. [....] E estavam já mais mansos e seguros entre nós do que
nós estávamos entre eles. [...] Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua
fala e eles a nossa, seriam logo cristãos, visto que não têm nem entendem crença alguma, segundo
as aparências. [...] Ora veja, Vossa Alteza, quem em tal inocência vive, se se converterá, ou não, se
lhe ensinarem o que pertence à sua salvação‖.
CAMINHA, Pero Vaz de. ―A carta‖. In: CASTRO, Silvio. A Carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre; L&PM, 2015. Excertos.
4
SSA - 1ª FASE 1º DIA
Texto 6
DOS TUPINIQUINS
―Do seu nome direi que são tupiniquins; da sua cor, que são pardos à maneira dos mouros; de seus
braços, que são rijos, de modo que um deles pode carregar com folga três dos nossos; dos seus
pelos nada conto porque não os têm, e dos seus cabelos direi que os cortam em forma de meia
esfera, sendo muito parecidos com os frades‖.
TORERO, José Roberto. Terra Papagalli. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011. Excertos.
Texto 7 Texto 8
03. O Quinhentismo marca a introdução da cultura europeia no Brasil. Nesse período, podemos
encontrar uma série de textos sobre a visão dos colonizadores a respeito dos índios. Com base na
leitura dos Textos 5, 6, 7 e 8, e reconhecendo o contexto histórico-social e as características do
Quinhentismo no Brasil, assinale a alternativa CORRETA.
a) No Brasil, o Quinhentismo é o período marcado pelos primeiros registros escritos, com foco na
documentação do processo colonizador. Nesse período, a literatura produzida revela
complexidade estético-literária, com textos rebuscados e de grande valor artístico-literário, como
podemos notar no Texto 5.
b) As primeiras manifestações literárias do Quinhentismo brasileiro podem ser divididas em dois
grupos: a literatura informativa e a literatura de catequese. O Texto 5 é exemplo da literatura
informativa e apresenta a visão do europeu colonizador sobre o nativo.
c) No Quinhentismo brasileiro, as manifestações literárias são informações que viajantes e
missionários europeus registraram sobre os índios, os negros e a natureza. O Texto 5, como
exemplo de literatura informativa, apresenta a visão do colonizador sobre a impossibilidade de
converter o índio ao cristianismo.
d) Os Textos 5 e 6 revelam uma visão realista do europeu sobre os nativos e destacam a
valorização das crenças e da cultura dos índios na consolidação da identidade nacional brasileira.
e) O cartum (Texto 7) e a tela de Debret (Texto 8) dialogam na representação dos índios, em
conformidade com as visões apresentadas nos Textos 5 e 6, com destaque para a valorização da
cultura dos nativos.
5
SSA - 1ª FASE 1º DIA
04. Podemos identificar, nos textos quinhentistas, alguns recursos linguísticos relacionados ao
contexto de produção desses textos. A respeito desses recursos, assinale a alternativa CORRETA.
a) O trecho ―[...] se nós entendêssemos a sua fala [...]‖ (Texto 5) corresponde a: ―[...] se nós, nativos,
entendêssemos a fala do Rei [...]‖.
b) Ao empregar o adjetivo ‗bom‘ para qualificar ‗narizes‘ (―de bons rostos e bons narizes‖), o autor do
Texto 5 pretendeu dizer que os indígenas tinham ‗narizes muito grandes‘.
c) Segundo o autor do Texto 5, os indígenas ―não fazem o menor caso de [...] mostrar suas
vergonhas‖; ou seja, eles não se importam de apresentar suas muitas esposas.
d) No Texto 6, o autor usou a estratégia de introduzir um segmento negativo (―dos seus pelos nada
conto porque não os têm‖) para descrever os índios como ‗povo naturalmente depilado‘.
e) A opção de trazer para o Texto 7 a expressão ―sonho da casa própria‖ confere a esse texto maior
nível de formalidade.
Texto 9 Texto 10
6
SSA - 1ª FASE 1º DIA
05. O Barroco manifestou-se em várias expressões artísticas (arquitetura, pintura, escultura, música,
literatura, teatro), por meio de um estilo próprio, com características estéticas marcantes. Analise os
Textos 9, 10 e 11 e, considerando as características do Barroco em diferentes manifestações
artísticas (escultura, pintura e literatura), assinale a alternativa CORRETA.
a) O Texto 9 revela a arte barroca de Aleijadinho, inspirada na temática religiosa e com elementos
oriundos da mitologia greco-romana. Na escultura de Aleijadinho, os traços do Barroco são
percebidos na extravagância dos detalhes e nas expressões caricaturais das personagens.
b) Na pintura, a estética barroca apresenta-se por meio de contrastes de cores, valorização das luzes
e sombras, equilíbrio entre as formas, além da preferência por temas pagãos do Neoclassicismo,
como podemos notar na tela de Caravaggio (Texto 10).
c) O Texto 11 é um exemplo do Cultismo, característica do Barroco. No soneto de Gregório de
Matos, o Cultismo está presente nos jogos de palavras (o ―todo‖ e a ―parte‖) e nas inversões
sintáticas.
d) O soneto de Gregório de Matos (Texto 11), construído sob a ótica da estética barroca, é exemplo
clássico da poesia lírico-amorosa do poeta, que também é conhecido como ―O Boca do Inferno‖,
pelo sarcasmo nos textos dramáticos produzidos.
e) A temática religiosa é apresentada nos Textos 9, 10 e 11, com foco na teatralidade, na
representação fiel das personagens e na harmonia entre cores e linguagens, características
marcantes da estética barroca.
Texto 12
New Barroco: tudo sobre a moda
Se nos últimos anos o minimalismo reinou pedindo looks mais cleans, contudo, o inverno de 2020
promete trazer uma trend que sugere exatamente o contrário: looks ricos, exagerados e elaborados
farão parte dessa estação.
Além disso, o barroco será uma das grandes influências da moda para a estação mais fria do ano.
O espírito barroco é carregado de informações, dramaticidade e conflitos, assim como abundância e
vitalidade, o que traduz perfeitamente a atmosfera da contemporaneidade em todas as suas
contradições.
Na moda, toda essa desordem também aparece refletida na sobrecarga de informações, por
exemplo: texturas, mix de estampas, hibridismo, exagero nas proporções, sobreposições, peles,
pelos, transparência, brilho e tudo mais, de preferência no mesmo look!
7
SSA - 1ª FASE 1º DIA
Estão CORRETAS:
a) 1 e 3, apenas.
b) 1 e 4, apenas.
c) 2 e 3, apenas.
d) 2, 3 e 4, apenas.
e) 1, 2, 3 e 4.
a) O texto é iniciado com uma comparação entre uma tendência de moda que prevaleceu nos anos
anteriores e a ―nova tendência‖ do inverno de 2020.
b) Embora o termo ‗barroco‘ se apresente no texto desde o título, a relação entre essa manifestação
artística e a moda só é descrita no parágrafo conclusivo.
c) O segundo parágrafo tem a função de repetir, de outra maneira, as informações do primeiro, de
modo que, de fato, pouco contribui para a progressão textual.
d) O terceiro parágrafo, conclusivo, cumpre a função de sintetizar as informações trazidas nos
parágrafos anteriores e apontar para a solução do problema levantado no texto.
e) A pouca inter-relação entre os parágrafos que compõem o texto resulta do fato de que cada um
tem um enfoque temático diferente do outro.
08. Todo texto revela uma multiplicidade de relações semânticas, sendo algumas explicitadas por
conectivos, outras não. Acerca dessas relações e dos conectivos que as explicitam no Texto 12,
assinale a alternativa CORRETA.
a) O texto é introduzido por um segmento de valor consecutivo: ―Se nos últimos anos
o minimalismo reinou pedindo looks mais cleans [...]‖.
b) No trecho: ―Se nos últimos anos o minimalismo reinou pedindo looks mais cleans, contudo,
o inverno de 2020 promete [...]‖, o conectivo destacado explicita a relação de causa e
consequência nele presente.
c) A expressão que introduz o segundo parágrafo (―Além disso‖) sinaliza para o leitor que as
informações a serem fornecidas no texto se opõem, de alguma maneira, às informações dadas.
d) O conectivo destacado no trecho ―O espírito barroco é carregado de informações, dramaticidade e
conflitos, assim como abundância e vitalidade‖ foi empregado para possibilitar o acréscimo de
informações no trecho.
e) No trecho: ―Na moda, toda essa desordem também aparece refletida na sobrecarga de
informações‖, o leitor deve reconhecer uma relação semântica de comparação.
8
SSA - 1ª FASE 1º DIA
Texto 13 Texto 14
Texto 15
LIRA I
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelos e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
[...]
9
SSA - 1ª FASE 1º DIA
Texto 16
CARTA 3ª
Em que se contam as injustiças, e violências, que Fanfarrão executou por causa de uma
Cadeia, a que deu princípio.
[...]
Agora, cuidarás, prezado Amigo,
Que as chaves das cadeias já não abrem,
Comidas da ferrugem? Que as algemas
Como trastes inúteis, se furtaram?
Que o torpe executor das graves penas
Liberdade ganhou? Que já não temos
Descalços guardiães, que à fonte levem,
Metidos nas correntes os forçados?
Assim, prezado Amigo, assim devia
Em Chile acontecer, se o nosso Chefe
Tivesse em governar algum sistema.
Mas, meu bom Doroteu, os homens néscios
Às folhas dos Olmeiros se comparam;
São como o leve fumo, que se move
Para partes diversas, mal os ventos
Começam a apontar, de partes várias.
[...]
GONZAGA, Tomás Antônio. Cartas Chilenas. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. Excertos.
09. Considerando a leitura dos Textos 13, 14, 15 e 16 e as características do Arcadismo no Brasil,
assinale a alternativa CORRETA.
a) O filme ―Caramuru – A Invenção do Brasil” é uma adaptação fiel e caricatural do poema árcade
lírico-amoroso de Santa Rita Durão, ―Caramuru‖, que conta a história do fidalgo português Diogo
Álvares, o Caramuru, que se transformou em líder dos indígenas da tribo tupinambá.
b) A tela de Francesco Zucarelli (Texto 14) mostra um cenário bucólico, com pastores, ovelhas e
musas inspiradoras, por meio de uma representação das personagens pautada na estética
naturalista do Classicismo europeu, característica marcante do Arcadismo brasileiro.
c) O Texto 14 dialoga com o Texto 15 na representação do locus amoenus (lugar ameno/agradável)
como ambiente bucólico e idealizado pelos poetas árcades. As antíteses e paradoxos do Texto
15, traços característicos da poesia árcade, revelam o conflito do sujeito lírico em relação ao amor
platônico.
d) O Texto 16 é um exemplo da poesia satírica do Arcadismo brasileiro. Critilo é o emissor das
cartas e Doroteu, o receptor. Por meio de linguagem satírica e irônica, a obra critica o governador
da Capitania de Minas Gerais, referenciado como o ―Fanfarrão‖.
e) Os Textos 15 e 16 são exemplos representativos da poesia épica do Arcadismo brasileiro,
identificando-se, no Texto 15, o bucolismo e, no Texto 16, o ―carpe diem”.
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Texto 17
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10. Para compreender bem um texto, dentre outras habilidades, devemos apreender qual a função
desse texto, na sociedade em que ele circula. Assim, para compreendermos bem o Texto 17, é
importante perceber que ele tem, prioritariamente, uma função
11. Acerca de elementos não verbais do Texto 17, analise as afirmações abaixo.
Estão CORRETAS:
a) 1 e 2, apenas.
b) 1 e 3, apenas.
c) 2 e 3, apenas.
d) 3 e 4, apenas.
e) 1, 2, 3 e 4.
12. Prevalece, na parte verbal do Texto 17, o emprego da norma culta da língua. Nesse contexto, é
CORRETO afirmar que
a) no trecho: ―Canais de internet com resenhas e críticas estimulam novos títulos.‖, a forma verbal
está no plural em concordância com os termos ‗resenhas‘ e ‗críticas‘.
b) atendendo aos propósitos do texto, o autor emprega o modo imperativo em ―comece‖ e ―procure‖,
para dialogar diretamente com o leitor.
c) assim como em EXPERIÊNCIAS, está correta a grafia de EXTENDER; em DIVERSIDADE, está
correta a grafia de CUMPLISIDADE.
d) no título, o ponto de interrogação é obrigatório em ―Como criar gosto pelos livros?‖, e sua ausência
fere os preceitos da norma culta da língua.
e) o acento gráfico da palavra ‗páginas‘ é justificado pela mesma regra que recomenda o acento
gráfico na palavra ‗fácil‘.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Texto 1
Texto 2
3
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Texto 3
01. Com base na leitura dos Textos 1, 2 e 3, e, considerando as características da produção poética
de Gregório de Matos, assinale a alternativa CORRETA.
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Texto 4
JC – Gregório de Matos é meio maldito até hoje – seus restos estão no Recife, mas sem nenhuma
referência oficial. Ainda é um personagem que precisamos celebrar e homenagear? Talvez sua poesia
ainda seja muito forte – em seu conteúdo moral e político –, mesmo para os dias atuais.
ANA MIRANDA – Ah, sim, a poesia satírica dele é forte, às vezes chocante, porque não estamos
acostumados a obscenidades, ou a política, ou a crônicas na poesia... a poesia é um lugar de
sensibilidades, lirismo, sonhos, amores, insônias, coisas assim – João Cabral é outra exceção
temática. E Augusto dos Anjos. Mas a obra de Gregório carrega um esclarecimento fabuloso sobre a
nossa identidade brasileira, ela desvenda nossas origens como sociedade e como pessoas. Além
disso, é uma obra de grande beleza e carga emocional, grandeza de expressão, e um manancial de
palavras e termos. Um espetáculo de linguagem e narrativa. Tem ritmo, tem encanto, promove
descobertas... Acho que seria bom, sim, averiguar a sua passagem e morte em Recife, e assinalar,
incorporar à imensa riqueza que os pernambucanos guardam em seu baú cultural.
02. Considerando o gênero em que o Texto 4 se realiza e seus modos de organização, assinale a
alternativa CORRETA.
a) As duas partes em que o texto se organiza se contrapõem, de modo que o leitor pode perceber
claramente o embate que se instaura no desenvolvimento do texto.
b) No gênero em que o texto se materializa, tipicamente, cada uma das partes que o compõem
preserva sua independência, tanto temática quanto estrutural.
c) A apresentação dos personagens por seus nomes e a delimitação temporal são características
típicas da tipologia narrativa, a qual prevalece no texto em análise.
d) Atendendo às características do gênero, o texto se organiza na forma de pergunta e resposta, que
são mostradas ao leitor com indicação clara de autoria.
e) Em atendimento às características mais marcantes dos gêneros da esfera literária, o texto se
organiza na forma de diálogo entre personagens do universo ficcional.
03. Observe, ao longo do Texto 4, como alguns pronomes são empregados para se referir a outros
elementos presentes no texto. Acerca desse recurso referencial, assinale a alternativa CORRETA.
a) No trecho: “Talvez sua poesia ainda seja muito forte – em seu conteúdo moral e político –, mesmo
para os dias atuais.”, os pronomes destacados fazem, ambos, referência a “Gregório de Matos”.
b) No trecho: “Mas a obra de Gregório carrega um esclarecimento fabuloso sobre a nossa identidade
brasileira”, a forma pronominal indica que a locutora pretendeu se referir apenas a si mesma e a
seu interlocutor.
c) No trecho: “ela desvenda nossas origens como sociedade e como pessoas”, o leitor deve
compreender que a forma pronominal destacada faz uma referência genérica: “as origens dos
brasileiros”.
d) No trecho: “Acho que seria bom, sim, averiguar a sua passagem e morte em Recife”, a forma
pronominal em destaque foi empregada em referência à “obra de Gregório de Matos”.
e) No trecho: “e assinalar, incorporar à imensa riqueza que os pernambucanos guardam em seu baú
cultural.”, o termo destacado faz uma referência explícita a “baú cultural”.
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Texto 5 Texto 6
Quem deixa o trato pastoril, amado, Sou Pastor; não te nego; os meus montados
Pela ingrata, civil correspondência, São esses, que aí vês; vivo contente
Ou desconhece o rosto da violência, Ao trazer entre a relva florescente
Ou do retiro a paz não tem provado. A doce companhia dos meus gados;
Que bem é ver nos campos, trasladado
No gênio do Pastor, o da inocência! Ali me ouvem os troncos namorados,
E que mal é no trato, e na aparência Em que se transformou a antiga gente;
Ver sempre o cortesão dissimulado. Qualquer deles o seu estrago sente;
Ali respira amor sinceridade; Como eu sinto também os meus cuidados.
Aqui sempre a traição seu rosto encobre: [...]
COSTA, Cláudio Manuel da. Obras Poéticas de Cláudio
Um só trata a mentira, outro a verdade. Manuel da Costa. Excertos. Disponível em:
[...] <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/fs000040.pdf>
COSTA, Cláudio Manuel da. Obras Poéticas de Cláudio Acesso em: 05 jul. 2021.
Manuel da Costa. Excertos. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/fs000040.pdf>
Acesso em: 05 jul. 2021.
Texto 7 Texto 8
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Texto 9
A arquitetura neoclássica é um estilo arquitetônico que promoveu, entre os séculos XVIII e XIX,
um retorno às formas da cultura greco-romana da Antiguidade. O neoclassicismo, que englobou também a
literatura, a escultura e a pintura, buscava fazer uma oposição ao barroco e ao rococó, movimentos que
privilegiavam o rebuscamento e a complexidade. Para os arquitetos da época, era o momento de trazer de
volta as características das arquiteturas grega e romana, adequando-as à Idade Moderna.
O neoclassicismo coincide com a Revolução Francesa, ocorrida em 1789 e com a Revolução
Industrial, trazendo mudanças que tiveram como pano de fundo o Iluminismo, movimento intelectual e
filosófico que ficou conhecido como “século das luzes”. Com os pensadores iluministas, o interesse pelas
obras do passado foi reacendido. [...]
O Brasil possui alguns teatros-monumento que nos mostram o quanto o período entre o século XIX
e início do século XX foi importante para o desenvolvimento cultural do país. Eles são prova do quanto a
população da época desejava se parecer com a Europa, principalmente com a França.
A cidade do Recife possui um teatro dessa época, motivo de muito orgulho para todos os
pernambucanos: o Teatro de Santa Isabel. Além de ser um dos mais bonitos teatros do país, foi o primeiro
e é até hoje o principal exemplo de arquitetura neoclássica de Pernambuco. Ele também testemunhou boa
parte da vida do Recife nesses quase dois séculos de existência.
Durante sua história, o teatro foi usado para outros fins, não somente para apresentações teatrais.
Já no seu primeiro ano de funcionamento, em 1850, foi palco de animados bailes de carnaval. Para que
isso fosse possível, foi colocada uma grande estrutura de madeira sobre a plateia na altura do palco. A
técnica foi repetida durante a visita de D. Pedro II, em 1859. O Teatro de Santa Isabel foi palco também de
calorosos embates literários. Curiosamente, alguns dos mais famosos ocorreram entre Castro
Alves e Tobias Barreto, na década de 1860, em defesa das atrizes Eugênia Câmara e Adelaide Amaral.
Dizem que eles eram grandes amigos até se envolverem com as duas. Daí em diante viraram inimigos. [...]
Imagens e excertos coletados de: https://laart.art.br/blog/arquitetura-neoclassica e https://www.borapralacomigo.com.br/2015/10/teatro-de-
santa-isabel-recife.html. Acesso em 16 ago. 2021. Adaptados.
05. A partir da compreensão do conteúdo global do Texto 9, o leitor é autorizado a concluir que
a) o estilo neoclássico do Teatro de Santa Isabel atende a um traço cultural predominante na
sociedade brasileira da época de sua construção: a aspiração de parecer europeu.
b) o Teatro de Santa Isabel foi palco privilegiado para a propagação do ideário neoclássico, com
exibições artísticas de literatura, escultura e pintura, em franca oposição ao barroco e ao rococó.
c) alguns teatros-monumento brasileiros testemunham a forte resistência da nossa cultura aos ideais
neoclássicos e a adesão aos movimentos que privilegiavam o rebuscamento e a complexidade.
d) o Teatro de Santa Isabel só passou a ser valorizado após o crescimento do movimento intelectual
e filosófico desencadeado pelos iluministas, que renovaram o interesse pelas obras do passado.
e) o Teatro de Santa Isabel é uma prova de que o Recife foi a capital brasileira de maior expressão
do neoclassicismo, movimento que pretendeu retomar as arquiteturas grega e romana.
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SSA - 1ª FASE 1º DIA
06. O leitor deve compreender que o autor do Texto 9 não se compromete com a certeza da
informação no seguinte trecho:
a) “Para os arquitetos da época, era o momento de trazer de volta as características das arquiteturas
grega e romana.”.
b) “Com os pensadores iluministas, o interesse pelas obras do passado foi reacendido.”.
c) “Além de ser um dos mais bonitos teatros do país, foi o primeiro e é até hoje o principal exemplo
de arquitetura neoclássica de Pernambuco.”.
d) “Já no seu primeiro ano de funcionamento, em 1850, foi palco de animados bailes de carnaval.”
e) “Dizem que eles eram grandes amigos até se envolverem com as duas.”.
07. Releia o seguinte trecho do Texto 9: “Durante sua história, o teatro foi usado para outros fins, não
somente para apresentações teatrais.”. Assinale a alternativa na qual o sentido desse trecho foi
alterado.
a) O teatro foi, durante sua história, usado tanto para apresentações teatrais quanto para outros fins.
b) O teatro foi usado para outros fins durante sua história, excetuando-se as apresentações teatrais.
c) Ao longo de sua história, o teatro não foi usado somente para apresentações teatrais, mas
também para outros fins.
d) No curso de sua história, para outros fins que não apenas as apresentações teatrais, o teatro foi
usado.
e) O teatro foi usado não somente para apresentações teatrais, mas igualmente para outros fins,
durante sua história.
Texto 10 Texto 11
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Texto 12 Texto 13
Pero Vaz Caminha “E assim seguimos o nosso caminho por
este mar – de longo até que na terça-feira das
a descoberta Oitavas de Páscoa – eram os vinte e um dias de
Seguimos nosso caminho por este mar de longo abril [...] topamos alguns sinais de terra [...]”.
Até a oitava da Páscoa “Mostraram-lhes um carneiro: não
fizeram caso dele; uma galinha: quase tiveram
Topamos aves
medo dela – não lhe queriam tocar, para logo
E houvemos vista de terra
depois tomá-la, com grande espanto nos olhos”.
os selvagens [...]
“Ali andavam entre eles três ou quatro
Mostraram-lhes uma galinha moças, muito novas e muito gentis, com cabelos
Quase haviam medo dela muito pretos e compridos, caídos pelas
E não queriam pôr a mão espáduas, e suas vergonhas tão altas e tão
E depois a tomaram como espantados cerradinhas e tão limpas das cabeleiras que, de
as muito bem olharmos, não tínhamos nenhuma
primeiro chá vergonha”. [...]
CAMINHA, Pero Vaz de. “A carta”. In: CASTRO, Silvio. A Carta
de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 2015. Excertos.
Depois de dançarem p. 87, 91 e 94.
Diogo Dias
Fez o salto real
as meninas da gare
Texto 14
“Desta maneira ir-lhes-ei ensinando as orações e doutrinando-os na Fé até serem hábeis para o
batismo. Todos estes que tratam conosco, dizem que querem ser como nós, senão que não têm com
que se cubram como nós, e este só inconveniente tem. Se ouvem tanger a missa, já acodem e quando
nos vêm fazer, tudo fazem, assentam-se de giolos, batem nos peitos, levantam as mãos ao céu [...].”
NÓBREGA, Manuel da. Em defesa das almas indígenas. In: OLIVIERI, Antonio Carlos; VILLA, Marco Antonio (Orgs.). Cronistas do
Descobrimento. Série Bom Livro. São Paulo: Editora Ática, 2000. p. 48. Excertos.
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08. A intertextualidade pode ser evidenciada nas relações entre textos literários e não literários. Com
base na leitura dos Textos 10, 11, 12, 13 e 14, e tendo em vista a noção de intertextualidade, bem
como as características da produção literária do Quinhentismo brasileiro, assinale a alternativa
CORRETA.
a) O Texto 10 é o intertexto, ou seja, texto de base para a releitura do Texto 11. Os Textos 10 e 11
mantêm, assim, identidade visual e temáticas idênticas, na construção da representação da
imagem caricatural do povo brasileiro.
b) O Texto 11 reproduz fielmente a mensagem do intertexto (Texto 10), com a oposição entre a
imagem das fábricas, no pano de fundo da tela, e os rostos das pessoas unidas para lutar por
empregos e melhores condições de trabalho, temática também apresentada na obra “Operários”,
de Tarsila do Amaral.
c) Os Textos 12, 13 e 14 mantêm relações intertextuais, configurando-se como exemplos
representativos da literatura de informação do Quinhentismo brasileiro, com ênfase na linguagem
poética e nas figuras de linguagem.
d) Exemplos da literatura de catequese do Quinhentismo brasileiro, os Textos 13 e 14 apresentam
relações intertextuais temáticas implícitas, com ênfase na plurissignificação da linguagem literária
e nos elementos de literariedade para tematizar a doutrinação dos nativos.
e) O Texto 12 apresenta relação intertextual explícita com o Texto 13, ou seja, nota-se o intertexto
(“A Carta de Pero Vaz de Caminha”) na superfície textual, desde a apresentação do título até a
retomada de diferentes passagens da narrativa de Caminha.
09. No Texto 14, lemos: “Se ouvem tanger a missa, já acodem [...]”. Nesse trecho, identificamos uma
relação semântica de
a) causa.
b) oposição.
c) comparação.
d) conclusão.
e) tempo.
Texto 15
O povo, Doroteu, é como as moscas,
Que correm ao lugar, aonde sentem
O derramado mel; é similhante
Aos corvos, e aos abutres, que se ajuntam
Nos ermos, onde fede a carne podre.
À vista pois dos fatos que executa
O nosso grande Chefe, decisivos
Da piedade, que finge, a louca gente
De toda a parte corre a ver, se encontra
Algum pequeno alívio à sombra dele.
GONZAGA, Tomás Antônio. Cartas Chilenas. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. p. 53.
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Texto 16
10. Com base na leitura dos Textos 15 e 16, e tendo em vista as características da obra “Cartas
Chilenas”, de Tomás Antônio Gonzaga, bem como a importância das funções da linguagem na
análise de textos literários e não literários, assinale a alternativa CORRETA.
a) A poesia satírica foi utilizada no Arcadismo para representar a crítica social ao povo brasileiro,
como se pode notar na obra “Cartas Chilenas”, composta por sonetos, com metrificação igual à da
epopeia camoniana.
b) O Texto 15 retoma o narrador Doroteu da obra “Cartas Chilenas” e destaca a função
metalinguística da linguagem na construção da sátira social.
c) O Texto 15 apresenta Doroteu, destinatário das cartas escritas por Critilo, personagens
importantes na organização da obra “Cartas Chilenas”, a qual se destaca no Arcadismo brasileiro
pelo tom satírico de crítica social.
d) Ao explorar a sátira e o tom humorístico, a obra “Cartas Chilenas” inaugura a poesia satírica no
Brasil, priorizando temas, como: bucolismo, abusos de poder, corrupção, cobrança de altos
impostos, como se nota nos Textos 15 e 16.
e) Com destaque para o seu valor histórico e documental, o Texto 15 prioriza a função referencial da
linguagem, quando mostra a comparação entre o “povo” e as “moscas”, evidenciando relação
harmônica entre o povo e o governo.
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Texto 17
O chamado Século de Ouro, que vai de fins do século XVI a fins do seguinte, é um dos momentos
dourados e mais radiantes do Barroco, um estilo artístico que é também uma expressão de vida, uma
visão de mundo, uma maneira de sentir, de ver, de se vestir e até de ser. Por isso, volta e meia a gente
recorre a esse movimento procurando decifrar o país: será o Brasil um país barroco e, portanto, meio
difícil de entender?
Parece que sim. O Brasil não só nasceu culturalmente barroco, como o barroco é “a alma do Brasil”,
para citar o livro de Affonso Romano de Sant‟Anna sobre o tema. Graças ao estilo, o país foi capaz de
criar esplendores como Ouro Preto, erguer obras-primas como algumas igrejas de Minas, Salvador,
Recife e Olinda, e dar ao mundo um gênio como Aleijadinho. É por causa do barroco que o visitante
sente aquela vertigem, um quase delírio, uma febre do ouro ao entrar na Igreja de São Francisco, em
Salvador, e olhar para as paredes.
O barroco não foi. Ele ainda é, continua presente em quase todas as manifestações da cultura
brasileira, da arquitetura à pintura, da comida à moda, passando pelo futebol e pelo corpo feminino. [...]
Barroca é a técnica de composição que Villa-Lobos usou para criar suas nove “Bachianas”. Barroco é
o cinema de Glauber Rocha, é nossa exuberante natureza, é o futebol de Pelé e de todos os que,
driblando a racionalidade burra dos técnicos, preferem a curva misteriosa de um chute ou o esplendor
de uma finta. Afinal, o barroco é o estilo em que, ao contrário do renascentista, as regras e a
premeditação importam menos que a improvisação. Quer coisa mais barroca que o Guga?
Há ainda certa resistência em aceitar o barroco como expressão de nossa alma. [...] Às vezes se toma
depreciativamente o estilo por seus excessos – confusão, ênfase e paradoxos. Mas isso é
barroquismo, não é barroco. A evolução etimológica ajuda a entender. Barroco, na origem, designa
uma pérola grande e com defeito – assim como um país que a gente conhece.
11. Para defender seu ponto de vista, o autor do Texto 17 estabelece semelhanças entre o movimento
Barroco e o Brasil/o brasileiro. Segundo o autor, eles têm em comum o fato de
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SSA - 1ª FASE 1º DIA
12. Considerando que o Texto 17 exemplifica um texto escrito na “expressão culta” do português, na
qual os aspectos formais geralmente atendem às normas estabelecidas, assinale a alternativa
CORRETA.
a) Os tempos verbais empregados no trecho: “O barroco não foi. Ele ainda é” geram incoerência no
texto, pois algo que “não foi” não pode permanecer.
b) As repetições da palavra “barroco” em todos os parágrafos do texto são, além de desnecessárias,
uma marca do empobrecimento vocabular do texto.
c) No trecho: “Quer coisa mais barroca que o Guga?”, o autor empregou o ponto de interrogação
para dirigir um questionamento direto ao leitor e expressar uma dúvida sua.
d) No trecho: “será o Brasil um país barroco?”, há concordância entre a forma verbal e seu sujeito,
mesmo estando ele posicionado após o verbo. Essa mesma norma vale para o enunciado “São
consideradas barrocas, no Brasil, várias manifestações.”
e) No 2º parágrafo, encontramos a palavra “obras-primas”, que se grafa com hífen. Também com
hífen se grafam as palavras “mão-de-obra” e “dia-a-dia”.
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ENEM 2022