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A Guerra é um intenso conflito armado[a] entre estados, governos, sociedades ou grupos

paramilitares, como mercenários, insurgentes e milícias. Geralmente é caracterizada por


extrema violência, agressão, destruição e mortalidade, usando forças militares regulares
ou irregulares. A guerra refere-se às atividades e características comuns dos tipos de
guerra, ou das guerras em geral.[2] Guerra total é uma guerra que não se restringe a alvos
militares puramente legítimos e pode resultar em sofrimento e baixas em massa de civis
ou outros não-combatentes.
Enquanto alguns estudiosos da guerra consideram a guerra um aspecto universal e
ancestral da natureza humana,[3] outros argumentam que é resultado de circunstâncias
socioculturais, econômicas ou ecológicas específicas.[4]
A guerra pode ocorrer entre países ou entre grupos menores como tribos ou facções
políticas dentro do mesmo país (confronto interno). Em ambos os casos, pode-se ter a
oposição dos grupos rivais isoladamente ou em conjunto. Neste último caso, tem-se a
formação de aliança(s).
Podem ser consideradas como algumas das maiores guerras travadas pela humanidade
a Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial.

Etimologia
O substantivo "guerra" deriva do vocábulo do frâncico werra, que significa "peleja".[5]

História

A percentagem de homens mortos em guerra

no século XX Inscrição egípcia sobre a guerra


A evidência mais antiga de guerra pré-histórica é um cemitério mesolítico em Jebel
Sahaba, que foi determinado ter aproximadamente 14 000 anos. Cerca de quarenta e
cinco por cento dos esqueletos apresentavam sinais de morte violenta.[6] Desde a
ascensão do estado, cerca de 5 000 anos atrás,[7] a atividade militar ocorreu em grande
parte do globo. O advento da pólvora e a aceleração dos avanços tecnológicos levaram à
guerra moderna.
A guerra sempre foi alvo de intensos estudos ao longo da história. Um dos tratados mais
conhecidos sobre a guerra é de um estrategista militar chinês chamado Sun Tzu em seu
conhecido como A Arte da Guerra, é entendido como o tratado mais antigo sobre esse
assunto.[8]
Ao longo da borda de uma lagoa seca no leste da África, pesquisadores descobriram o
esqueleto do mais antigo exemplo conhecido de uma guerra em pequena escala. Em um
ataque planejado, os atacantes mataram 12 caçadores-coletores em algum momento entre
9 500 e 10 500 anos atrás.[9]
Alexandre, o Grande, ordenou que todos os seus soldados raspassem a cabeça e o rosto.
Ele acreditava que a barba e cabelos longos poderiam facilitar a tentativa de
uma degolada.
No Japão feudal, o exército Imperial tinha soldados especiais cuja única missão era contar
o número de cabeças de inimigos cortadas em cada batalha, para fins matemáticos e
estatísticos censitários - estratégicos.

Zonas do Mundo onde ocorrem


atualmente conflitos armados (dados de 2019/2018 dependendo do país):
10 000 ou mais
1 000–9 999
100–999
1–99
A guerra mais rápida da história durou 37 minutos. Uma esquadra inglesa decidiu ancorar
no porto de Zanzibar, na África, em 1896, para assistir a uma partida de críquete.
O sultão de Zanzibar não gostou e mandou que seu único navio atacasse os ingleses.
Quando o navio abriu fogo, os ingleses o afundaram rapidamente e ainda destruíram o
palácio do sultão, matando quinhentos soldados. Zanzibar se rendeu na hora e o sultão
fugiu para a Alemanha.
Durante a história humana, ocorreram conflitos[8] de larga escala, principalmente a partir do
século XX, vejamos:

• Segunda Guerra Mundial (1939-1945): conflito que dividiu o mundo em Eixo


contra Aliados e causou a morte de 60 a 70 milhões de pessoas.
• Primeira Guerra Mundial (1914-1918): conflito motivado pela rivalidade entre
as potências europeias no começo do século XX. Causou a morte de 15 a 20
milhões de pessoas.
• Segunda Guerra Sino-Japonesa (1937-1945): conflito iniciado pela invasão do
território chinês pelo Japão no intuito de transformá-lo em uma colônia.
Causou a morte de cerca de 20 milhões de pessoas.
• Guerras Napoleônicas (1803-1815): conflito causado pelo choque de
interesses da França pós-revolução contra os das nações absolutistas. Estima-
se que tenha causado de 3 a 7 milhões de mortos.
• Rebelião Taiping (1850-18646): guerra civil que aconteceu na China por
questões políticas e religiosas. Estima-se que até 30 milhões de pessoas
morreram nesse conflito.
• Guerra Civil Russa (1918-1921): guerra iniciada com o intuito de derrubar os
socialistas que tinham tomado o poder na Rússia. Estima-se que causou a
morte de cerca de 10 milhões de pessoas.
• Guerra dos Trinta Anos (1618-1648): conflito causado pelas rivalidades
religiosas que existiam na Europa da Idade Moderna. Causou a morte de 5 a 8
milhões de pessoas.
• Guerra dos Cem Anos (1337-1453): um dos conflitos mais longos da história
da humanidade, estendendo-se por 116 anos. Foi motivada pela disputa de
interesses entre duas dinastias. Causou aproximadamente a morte de 2 a 3
milhões de pessoas.
• Guerras Médicas (499-449 a.C.): um dos maiores conflitos da história grega.
Foram iniciadas pela invasão da Grécia pelos persas e travadas em duas
fases.
• Guerras Púnicas (264-146 a.C.): conflito entre romanos e cartaginenses pelo
controle do Mar Mediterrâneo.

Mortes globais em conflitos


desde 1400 [10]

Efeitos
Ver artigo principal: Efeitos da guerra

Baixas militares e civis na história humana recente

número médio de pessoas que morrem de guerra por


100 000 habitantes em 2004 [11]

sem informações
menos que 100
100–200
200–600
600–1000
1000–1400
1400–1800
1800–2200
2200–2600
2600–3000
3000–8000
8000–8800
mais que 8800

Ao longo da história humana, o número médio de pessoas que morrem de guerra oscilou
relativamente pouco, sendo cerca de 1 a 10 pessoas morrendo por 100 000. No entanto,
grandes guerras em períodos mais curtos resultaram em taxas de baixas muito mais altas,
com 100-200 baixas por 100 000 em alguns anos. Embora a sabedoria convencional
sustente que as baixas aumentaram nos últimos tempos devido a melhorias tecnológicas
na guerra, isso geralmente não é verdade. Por exemplo, a Guerra dos Trinta Anos (1618-
1648) teve aproximadamente o mesmo número de baixas per capita que a Primeira Guerra
Mundial, embora tenha sido maior durante a Segunda Guerra Mundial.(Segunda Guerra
Mundial). Dito isto, em geral, o número de vítimas da guerra não aumentou
significativamente nos últimos tempos. Muito pelo contrário, em escala global, o tempo
desde a Segunda Guerra Mundial tem sido incomumente pacífico.[12]

Motivações
Toda Guerra tem diversas causas, mas geralmente é possível identificar uma causa
principal. Às vezes é difícil distinguir as causas reais de uma guerra, das justificativas e
discursos adotados pelos atores envolvidos na guerra. As guerras totais geralmente
envolvem várias das causas apresentadas a seguir, simultaneamente.

• Poder - toda guerra envolve em algum grau a disputa por poder. Geralmente a
disputa por poder é mais clara nos conflitos envolvendo grupos políticos que
querem tomar o controle sobre o Estado, em uma guerra civil ou
revolucionária, ou em disputas envolvendo grandes potências pela liderança
de uma região ou do mundo.
• Estratégia - necessidade de base militar para dominar um outro inimigo como,
por exemplo, a conquista da Dinamarca pela Alemanha Nazista cujo real
objetivo era dominar a Noruega na Segunda Guerra Mundial.
• Economia e riqueza - a maior parte, senão a totalidade das guerras envolvem
motivações econômicas, que vão desde a posse de bens ou riquezas, até o
controle de recursos econômicos estratégicos. Podem ter por objetivo a
conquista de territórios, recursos e mercados ou a eliminação de sistemas
político-econômicos competidores rivais. São mais pronunciadas nas guerras
modernas, quando os Estados já são orientados por uma lógica mais
industrial-financeira e recursos muitas vezes raros tornam-se essenciais em
determinados processos produtivos. Teoricamente conflitos deste tipo
tenderiam a ser analisados pelos beligerantes em função de seu custo e
benefício. Quando bem planejadas, os alvos são claramente definidos
(infraestrutura do adversário) e as ações militares buscam a resolução mais
rápida possível, minimizando baixas e custos. Em alguns casos de guerras
civis, nota-se que a causa principal da conflagração militar é a disputa por
recursos naturais estratégicos ou de alto valor, como diamantes, metais raros,
ou petróleo, comumente denominadas Guerras por Recursos
Naturais.[13][14][15] Em alguns casos, até mesmo terras férteis e água podem ser
considerados recursos valiosos em disputa por grupos rivais, a ponto de
deflagrarem guerras civis ou conflitos locais.[16] Mesmo quando a disputa por
estes recursos naturais não deflagra diretamente o conflito armado, em muitos
casos, tal disputa é determinante para a manutenção do confronto.[13]
• Imposição de ideais - este tipo, mais amplo, é gerado tanto por fatores
isolados (religião, política ou economia) ou pelo simples fato de considerarem-
se superiores aos outros, de grupos que consideram as características
pessoais que possuem como sendo perfeitas, considerando todas as outras
obsoletas. Neste tipo normalmente se atacam a cultura de determinado povo
ou grupo rival, exterminando seus conhecimentos, suas ideias e opiniões
sociais. Como exemplo aqui pode-se citar os holocaustos bibliográficos, onde
os alvos principais são os centros detentores de conhecimentos, as
bibliotecas.
• Classe social - algumas das guerras revolucionárias são consideradas como
tendo como causa principal o confronto entre classes sociais, como nos casos
da Revolução Gloriosa, na Inglaterra, Revolução Francesa ou na Revolução
Russa.
• Etnia e religião - Estas motivações podem ocorrer em conjunto ou
separadamente. Conflitos justificados por rivalidades étnicas e religiosas são o
tipo mais antigo e permanecem atuais. O apelo étnico e religioso “justifica” o
conflito como um dever histórico e o passado "fundamenta" a guerra do
presente. Motivações deste tipo frequentemente geram abusos, como o
extermínio de populações inteiras, na forma de etnocídios e genocídios. Sua
lógica precede a lógica da política moderna e do Estado, embora este tipo de
justificativa continue sendo utilizada na atualidade para diversas guerras
recentes.
Dificuldades para analisar a complexidade cultural e social em determinados conflitos
geraram alguns dos maiores desastres humanitários do século, como na Guerra Civil
em Ruanda. Conflitos em que se usa a motivação étnica como justificativa são
encontrados principalmente em países que foram colônias durante os séculos XIX e XX,
onde o Estado Nacional ainda não se estruturou por completo nem há uma clara
identidade nacional além dos laços familiares, de clãs ou étnicos.

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