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Melhoramento Florestal

Melhoramento Florestal

CAPÍTULO 6

Shinitiro Oda1
Eduardo José de Mello2
João Flávio da Silva3
Izabel Christina Gava de Souza4

1
Engenheiro-Agrônomo e Pesquisador da Suzano Papel e Celulose. E-mail: soda@suzano.com.br
2
Engenheiro Florestal e Pesquisador da Suzano Papel e Celulose. E-mail: emello@suzano.com.br
3
Engenheiro Florestal, M.S. e Pesquisador da Suzano Papel e Celulose. E-mail: joaoflavio@suzano.com.br
4
Engenheira Florestal, M.S. E-mail: izcriga@ig.com.br.

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Biotecnologia Florestal

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Melhoramento Florestal

Introdução A seleção desses materiais genéticos


superiores, em programas de melhoramento florestal,
Os incentivos fiscais concedidos, a partir de
tem sido feita visando às características silviculturais
1967, ao setor de reflorestamento, em especial com
de interesse, como volume de madeira, forma do
espécies exóticas de rápido crescimento, tornaram o
tronco da árvore, qualidade da madeira para usos
gênero Eucalyptus economicamente importante no
múltiplos e resistência às doenças. Características
Brasil, em virtude de seu rápido crescimento, sua
do aspecto reprodutivo, como capacidade e
elevada produtividade e suas várias aplicações.
periodicidade de florescimento e produção de
Segundo Ferreira (1993), a silvicultura sementes, dificilmente são consideradas na seleção.
intensiva moderna teve suas origens nos trabalhos
Atualmente, são desenvolvidos dois projetos
pioneiros de Navarro de Andrade e das equipes da
genoma de Eucalyptus spp. no Brasil, Forests e
Cia. Paulista de Estradas de Ferro. Em 1966, a lei de
Genolyptus. O programa de melhoramento clássico
incentivos fiscais aplicados ao reflorestamento levou
é a base para otimizar a utilização dos resultados
ao aumento da procura por sementes de Eucalyptus dos atuais estudos sobre o genoma de Eucalyptus
spp., em razão dos resultados das pesquisas realizadas spp. Esses estudos objetivam: (i) definir da amplitude
nos programas de reflorestamento existentes e do da base genética, com a utilização desde marcadores
aumento da demanda de madeira. A preocupação com moleculares, para o melhoramento assistido, até a
a qualidade fisiológica e genética das sementes transformação genética; e (ii) aplicar os resultados
justificou, em 1969, a vinda do Professor L.D. Pryor em espécies puras com alta capacidade geral de
ao Brasil, visita que resultou na reintrodução de combinação (CGC) e em genótipos endogâmicos S1
espécies/procedências potenciais, por meio da e S2, na síntese de híbridos. Para isso, as estratégias
importação de sementes, intensificando estudos de de melhoramento genético clássico são aliadas à
procedências das sementes e reformulando o programa aplicação da biotecnologia, com o desenvolvimento
de melhoramento baseado nas introduções da de linhagens endogâmicas em espécies florestais, em
FEPASA. O rendimento médio volumétrico das médio e longo prazo, dentro de populações
populações existentes, que era de 13-30 m3/ha/ano, denominadas nucléolos, utilizando-se o
com as introduções passa a ser de 30-50 m3/ha/ano melhoramento assistido por marcadores moleculares.
(Ferreira, 2005).
Aspectos das estratégias do melhoramento
Com o fim do subsídio para o setor florestal, genético florestal, com ênfase nos eucaliptos, em
em 1986, as pesquisas básicas deixam de ser técnicas de propagação vegetativa e aplicação de
prioridade e o enfoque passa a ser a busca pela árvore ferramentas de biotecnologia serão abordados neste
superior, como unidade de propagação clonal, capítulo.
concentrando-se as pesquisas na propagação por
estaquia, nas técnicas de micropropagação e nos
estudos sobre a microestaquia. Milhares de árvores Adaptabilidade das Espécies
são selecionadas nas populações existentes,
propagadas vegetativamente, para serem incluídas A importação de sementes de eucalipto das
nos jardins clonais, testes clonais e plantios melhores procedências, dentro das melhores origens,
comerciais clonais (Ferreira e Santos, 1997). O e o estabelecimento de testes de espécies/
programa de melhoramento genético sexuado deve procedências/progênies proporcionaram a seleção de
ser a base para fornecer materiais genéticos materiais genéticos com potencial para adaptação e
melhorados em gerações avançadas de produtividade nas condições edafoclimáticas de
melhoramento para a propagação clonal. diferentes regiões do Brasil. Segundo Ferreira

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Biotecnologia Florestal

(1992), o programa tradicional de melhoramento objetivo é estabelecer plantios para a produção de


deve priorizar a adaptação, plasticidade e sementes. A formação de populações-base a partir dos
produtividade das espécies florestais e não apenas estudos de procedências permite conhecer
atuar intensivamente na variabilidade natural ainda adequadamente as variações inter e intra-procedências
existente, visando produzir a “superárvore” para quanto ao comportamento silvicultural, às
futuros plantios clonais. características de adaptação, variações devidas a
A pesquisa de procedências é fundamental para hibridações, variações clinais e ecotípicas,
o melhoramento de espécies florestais, pois fornece identificação incorreta do material e problemas ligados
condições para a escolha correta das melhores fontes à amostragem populacional. A população-base
de sementes, permitindo a identificação dos estabelecida fornece sementes recombinadas com
componentes genéticos e ambientais da variação qualidades genéticas e fisiológicas adequadas para se
fenotípica entre árvores de diferentes origens dar continuidade ao programa de melhoramento, bem
geográficas (Torggler, 1987). Segundo Burley (1969), como para plantios comerciais. Na Figura 6.1, tem-se
o principal objetivo prático dos ensaios de um fluxograma mostrando que o programa de
procedências é localizar, de modo mais rápido e melhoramento sexuado deve dar sustentabilidade ao
econômico, as procedências que permitam formar programa assexuado.
florestas bem adaptadas e produtivas; o segundo

Figura 6.1 - Fluxograma do melhoramento genético sexuado como suporte à seleção de clones (PA- polinização aberta;
PC- polinização controlada).

Muitos estudos têm mostrado, tanto no caso utilizado, tendo sua produtividade maximizada
de espécies florestais como de plantas cultivadas, as quando bem adaptado às condições ecológicas locais.
interações entre materiais genéticos e diferentes Assim, as estratégias de melhoramento florestal
ambientes, observando-se que os genótipos devem considerar os efeitos da interação genótipo x
apresentam respostas diferenciadas às condições do ambiente (GxA), visando maior produtividade do
ambiente. Segundo Mori et al. (1986), a material genético, utilizando aqueles com maior
produtividade da floresta está diretamente capacidade de adaptação em diferentes locais.
relacionada à qualidade do material genético

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Melhoramento Florestal

Para Zobel e Talbert (1984), o termo GxA é - a estabilidade de comportamento, diferentemente


usado para descrever a situação em que há mudança da estabilidade fenotípica, é definida pela
na classificação de comportamento dos genótipos capacidade de os genótipos apresentarem um
quando as plantas crescem em diferentes ambientes. comportamento altamente previsível, em função
Segundo os autores, dois métodos para reduzir a do estímulo ambiental; e
interação GxA têm sido utilizados nos programas
- a adaptabilidade é a capacidade de os genótipos
de melhoramento: (i) estratificação das áreas dentro
de uma região de melhoramento em sub-regiões com aproveitarem vantajosamente os estímulos
condições ambientais similares; e (ii) e seleção de ambientais.
genótipos produtivos e que mostrem pouca interação Cruz e Regazzi (1994), abordando os reflexos
com ampla variedade de condições ambientais. da interação sobre os ganhos de seleção, afirmam
Segundo Cruz e Regazzi (1994), os resultados que, quando as interações são significativas entre
de estudos sobre interação GxA não proporcionam genótipos e ambientes, podem-se considerar duas
informações pormenorizadas sobre o comportamento situações: (i) a interação manifestada é capitalizada,
de cada genótipo frente às variações ambientais. Para como ocorre em alguns casos de interações regionais;
obter essas informações, os autores sugerem que sejam e (ii) a interação é um fator perturbador da seleção,
feitas análises de adaptabilidade e estabilidade, as quais como se observa na maioria das interações temporais.
possibilitam identificar os cultivares de comportamento Para ZobeL e Talbert (1984), quando as
previsível e que sejam responsivos às variações plantas utilizadas nos testes são plantadas em um
ambientais, em condições específicas ou amplas.
local, a interação GxA está contida no efeito
Na literatura, são sugeridos vários métodos genotípico. Esse fato tem duas conseqüências, se há
de determinação da estabilidade, fundamentados na interesse na interação GxA: (i) a herdabilidade pode
interação GxA. Torres (1988) fornece uma extensa ser superestimada, resultando na superestimação de
revisão desses métodos. Vencovsky e Barriga (1992), ganhos quando o material selecionado é plantado
abordando a análise da estabilidade e adaptabilidade, num ambiente não-testado; (ii) os genótipos
dão exemplos de aplicação dos métodos de Eberhart selecionados num ambiente testado podem não ser
e Russell (1966), Silva e Barreto (1985) e Cruz et al. os melhores naqueles não-testados, o que pode
(1989). O método de Eberhart e Russell (1966) foi
resultar em perdas no ganho genético.
utilizado nos estudos de seringueira (Kalil Filho,
1982), Eucalyptus urophylla (Mori et al., 1988, Estudos sobre estimativas de parâmetros
Esbrisse et al., 1997), Eucalyptus grandis (López e genéticos considerando a interação GxA foram
Fornés, 1997), Pinus palustris (Pires et al., 1984), realizados por: Kageyama (1980), com Eucalyptus
Pinus banksiana (Morgenstern e Teich, 1969) e grandis (origem: Coff’s Harbour/Austrália) em cinco
Pinus taeda (Owino, 1977); os métodos de Finlay e locais – Agudos, Anhembi, Brotas, Lençóis Paulista
Wilkinson (1963) e Eberhart e Russell (1966), em e Resende (SP); Pinto Júnior (1984), com progênies
Picea abies Karst. (Clair e Kleinschmit, 1986); o de Eucalyptus urophylla S.T. Blake da Ilha Flores
método de Finlay e Wilkinson (1963), em clones (Indonésia), em testes conjugados de procedências
híbridos de Eucalyptus (Wyk et al., 1989) e em Pinus e progênies, em quatro locais: Aracruz (ES),
elliottii (Shimizu, s.d.). Anhembi (SP), Bom Despacho (MG) e Planaltina
De acordo com Morais (1980), citado por (DF); Mori et al. (1986), com Eucalyptus saligna
Esbrisse et al. (1997), os termos estabilidade e (procedência Itatinga/SP) em três locais, a saber:
adaptabilidade têm recebido diversas definições. As General Câmara (RS), Brotas (SP) e Bom Despacho
mais aceitas em trabalhos recentes são: (MG); Mori et al. (1988), com Eucalyptus urophylla,
- a estabilidade fenotípica é definida pela capacidade aos sete anos de idade, procedentes da Ilha Flores
de os genótipos apresentarem menor sensibilidade (Indonésia) em quatro locais: Aracruz (ES), Belo
às variações de ambiente; Oriente (MG) Bom Despacho (MG) e Grão Mogol

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Biotecnologia Florestal

(MG); Carvalho (1989) com Eucalyptus grandis, curto e longo prazo, obtendo-se a partir dela materiais
na região de São Mateus (ES). Estes estudos mostram genéticos melhorados quanto à produtividade
que os efeitos da interação GxA devem ser volumétrica de madeira, à forma do tronco das
considerados nos programas de melhoramento, uma árvores, às qualidades desejáveis da madeira para
vez que podem ocorrer perdas nos ganhos esperados diferentes fins e à resistência a doenças, insetos e
na seleção dos genótipos. condições ambientais adversas. Esses materiais
Considerando o ambiente como a presença genéticos devem garantir a sustentabilidade dos
ou ausência de adubação fosfatada, pode-se citar o plantios comerciais e a continuidade do programa
trabalho de Gava (2001). O autor avaliou a interação de melhoramento mediante a seleção feita em
entre material genético e adubação fosfatada em gerações avançadas de árvores e clones superiores.
vinte clones de eucaliptos, visando agrupar os As estratégias de melhoramento genético de
materiais em classes de eficiência e responsividade espécies florestais exóticas têm sido baseadas na
ao fósforo. Os clones foram classificados em seleção de espécies/procedências e na seleção
eficientes responsivos, eficientes não-responsivos, individual dentro de populações-base, explorando-
ineficientes responsivos e ineficientes não- se a variabilidade natural existente entre populações
responsivos. Foram avaliados: a altura, o volume e entre indivíduos (Ferreira, 1992). Segundo
cilíndrico e a área basal das árvores aos dois anos Guldager (1975), nos países que possuem programas
de idade. Gava observou que não houve interação de reflorestamento intenso, a implantação ex-situ de
entre adubação (com e sem fósforo) e material populações de base genética ampla é o meio mais
genético, baseado em todas as variáveis estudadas. eficiente de assegurar o abastecimento com sementes
O desempenho de alguns clones, mesmo sem de boa qualidade em longo prazo.
fósforo, foi melhor do que o desempenho de outros
na presença de fósforo. Portanto, segundo o autor, O melhorista atua na seleção de indivíduos na
a presença ou ausência de fósforo não afeta de população-base para obter a população de cruzamentos
forma significativa a tendência de resposta dos e no controle dos cruzamentos entre indivíduos da
clones, ou seja, independentemente da adubação população de cruzamentos para originar a nova
fosfatada, os melhores clones são os mesmos em população-base (Higa et al., 1991). De acordo com os
ambas as condições. Essa metodologia permitiu autores, as combinações de diferentes métodos de
identificar genótipos estáveis e com potencial de seleção e delineamentos de cruzamentos são chamadas
se manterem entre os melhores na presença ou de estratégias de melhoramento.
ausência de fósforo. Entretanto, para Lin et al. Mori (2005) apresenta os esquemas das
(1986), esse tipo de estabilidade (o genótipo é estratégias utilizadas no programa de melhoramento
considerado estável se sua resposta ao ambiente é florestal: tradicional, condução de genótipos estáveis,
paralela ao desempenho médio de todos os materiais multipopulações e múltiplas populações endogâmicas.
genéticos avaliados no teste) é uma medida restrita A estratégia de multipopulações é dada por Namkoong
e relativa ao grupo de genótipos que foram e Barnes (1983), e a de múltiplas populações
avaliados, não podendo ser generalizada, ou seja, endogâmicas, por McKeand e Beineke (1980).
um genótipo estável em determinado grupo não
Como exemplo ilustrativo, a Figura 6.2 mostra
necessariamente o será na presença de outros
os ganhos na média de volume de madeira, por meio
materiais.
da seleção recorrente, nas gerações avançadas da
população por sementes. A mesma Figura mostra
Métodos de Melhoramento ganhos contínuos em seleções de clones nas gerações
Um programa de melhoramento genético deve recorrentes avançadas.
ter suas estratégias bem definidas, planejadas em

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Melhoramento Florestal

Figura 6.2 - Exemplo da seleção recorrente em diferentes populações de gerações avançadas de melhoramento.
Fonte: Comunicação pessoal com Dr. G. Namkoong.

População-base procedências), visando à recombinação dos


genótipos superiores e à produção de sementes. A
Segundo Ferreira (1992), o Brasil possui o implantação de populações-base de diferentes
maior acervo genético de Eucalyptus spp. fora da espécies de eucaliptos de interesse no Brasil é
Austrália e Indonésia. De 1970 a 1984, necessária para assegurar a variabilidade genética
aproximadamente 2.200 lotes de sementes de 55 disponível. E com a conservação dos recursos
espécies foram incluídos na pesquisa florestal genéticos florestais, garante-se a manutenção, em
brasileira, não se considerando as importações de longo prazo, das florestas implantadas (Ferreira e
sementes comerciais da África do Sul, Zimbábue e Santos, 1990). Eldridge (1990) afirma que os
Austrália para plantios comerciais. melhoristas florestais têm a oportunidade única para
A importação de sementes das melhores controlar e documentar a história genética da
procedências e origens, seguida de testes de espécies/ domesticação e, assim, planejar a conservação de
procedências/progênies dos materiais genéticos mais ampla base genética, visando atender a futuras
adaptados, permite estabelecer as diretrizes para a necessidades. No caso de espécies exóticas, a
instalação de populações-base de monoprocedência formação de populações-base (conservação ex-situ),
(uma única procedência) e multiprocedência (várias de acordo com Brune (1981), tem os seguintes

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Biotecnologia Florestal

objetivos: adaptação da espécie/procedência ou nativas, o termo confunde-se com origem; e lote de


formação de raças locais; garantia de manutenção sementes é o termo utilizado para definir um grupo de
da variabilidade genética no novo ambiente; sementes considerado unitário.
fornecimento de material genético para os programas A estratégia a ser adotada, de acordo com Ferreira
de melhoramento genético da espécie; fornecimento e Santos (1990), vai depender da ocorrência ou não da
de sementes para plantios comerciais; e a reação da espécie à variabilidade genética entre plantas
independência das fontes internacionais de de procedências distintas. Assim, segundo os autores, se
fornecimento de sementes. ficar comprovada a existência de ecotipos diferentes,
Estudos com o objetivo de caracterizar devem-se formar mais de uma população-base; por outro
corretamente o material genético introduzido são lado, as espécies que não reagem à variabilidade de
fundamentais para a formação da população-base. Nesse procedência podem ser agrupadas em uma única
sentido, Valle (1991) e Souza (1996) mostram que, além população. Ferreira (1990) faz um alerta: misturar
das análises estatísticas convencionais de teste de diferentes lotes de sementes/procedências sem estudo
procedências, devem ser realizados estudos quanto à prévio pode não levar aos resultados esperados, pois
variabilidade fenotípica associada à latitude, à longitude, existem espécies com ecotipos bem diferenciados, os
à amostragem na origem, a espécies associadas e à quais podem apresentar isolamento reprodutivo, vindo
vegetação natural da Austrália, estudos quanto à fenologia a florescer em épocas distintas. O autor cita como
da floração e frutificação e quanto à produção de exemplos E. camaldulensis, E. tereticornis e E. cloeziana.
sementes das diferentes procedências testadas.
Outro aspecto importante da pesquisa de Seleção Massal
procedências em espécies florestais é a definição da
Definida a população-base, pode-se manejá-la a
metodologia de amostragem em populações naturais.
fim de formar população de conservação e ou de
Ferreira e Araújo (1981) ressaltam que devem ser
melhoramento. Neste caso, a população-base pode ser
considerados na metodologia os locais de amostragem,
trabalhada com seleção intrapopulacional por meio de
o tipo de árvore e o número de árvores a serem
amostradas. Brune (1981) e Ferreira e Araújo (1981) seleção massal e seleção individual. Assim, podem-se
estabeleceram o número mínimo de 25 árvores formar áreas de coleta de sementes (ACS) e áreas de
amostradas por procedência, com uma distância de 100 produção de sementes (APS), que constituem métodos
metros entre elas. Vencovsky (1987) adaptou às de produção de sementes no melhoramento de
atividades de coleta e preservação de germoplasma de populações submetidas à seleção massal.
espécies alógamas o conceito de tamanho efetivo A seleção massal é a seleção fenotípica de diversos
populacional, como medida de representatividade indivíduos numa população e o uso da mistura de suas
genética. O autor sugere que tamanhos efetivos (NE) sementes para produzir a geração subseqüente
na casa das centenas já produzem uma segurança (Shelbourne, 1969; Ferreira, 1980). Pelo método ACS,
razoável contra a perda de alelos; assim, 25 a 30 árvores as árvores são selecionadas e suas sementes são colhidas,
amostradas representam esse tamanho efetivo, uma vez sem a eliminação das árvores inferiores da população; e,
que NE (no máximo) é aproximadamente igual a 4F, portanto, a seleção é efetuada somente do lado feminino,
sendo F o número de árvores-mãe amostradas. uma vez que não são controladas as árvores polinizantes
Quanto aos termos procedência da semente e (Ipef, 1977). Na APS, tem-se um povoamento superior
lotes de sementes, observa-se que, em linguagem selecionado, desbastado – removendo-se as árvores não-
florestal, eles assumem o mesmo significado. Segundo desejáveis – e cultivado visando ao florescimento e à
Ferreira (1980), o termo procedência indica a produção de sementes abundantes (Ferreira, 1980). Logo,
localização geográfica e ambiental das árvores ou dos neste caso, a seleção é realizada nos lados feminino e
povoamentos fornecedores de material reprodutivo, masculino, o que permite ganhos superiores aos
como pólen ou propágulos, entretanto, para essências proporcionados pela ACS.

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Melhoramento Florestal

Seleção Individual: Teste de de produção de sementes, mediante sua


transformação em pomar de sementes por mudas
Progênies e Pomares de
(Kageyama, 1980).
Sementes
Os testes de progênies são partes integrantes
Os pomares de sementes clonais e os formados dos programas de melhoramento florestal, reunindo
por mudas são métodos de melhoramento nos quais se grupos de diferentes entidades genéticas (espécies,
utiliza a seleção individual. Neste caso, selecionam-se raças, famílias ou clones) na forma experimental,
indivíduos de uma família, ou de uma população de em um ou mais ambientes (Xavier, 1996). O autor,
árvores, pelo seu próprio mérito, para constituírem revisando sobre parâmetros genéticos, observou que
parentais ou bases para clones (Ferreira, 1980). Por esse a maioria dos estudos na área de melhoramento
método, as árvores selecionadas são propagadas genético florestal tem utilizado a análise univariada
vegetativamente para se formarem os pomares de na quantificação dos parâmetros, e com o avanço da
sementes clonais de primeira geração (IPEF, 1977). informática, aumenta o interesse pelas técnicas
Ainda segundo esse autor, as árvores selecionadas são multivariadas aplicadas ao melhoramento florestal,
avaliadas pelo teste de progênies, que definirá as árvores no estudo da divergência genética.
de “elite”; estas, propagadas vegetativamente, definirão
os pomares de sementes de 1,5 geração; e, a partir da
seleção entre as famílias do teste de progênie e dentro
Hibridação
delas, transforma-se em pomar de sementes por mudas. Segundo Ipef (1977), se o teste de progênie
A melhor maneira de avaliar o valor genotípico envolve cruzamentos controlados, a área é denominada
de árvores selecionadas é verificar suas progênies, o pomar de sementes por mudas de polinização controlada.
que permite estimar os valores dos progenitores (Weir, Por outro lado, a produção de híbridos por polinização
1977). Com esse procedimento, podem-se separar as aberta consiste no estabelecimento de pomares
árvores cuja superioridade fenotípica é causada pelas envolvendo as espécies progenitoras, de modo que a
boas condições do sítio daquelas que apresentam polinização interespecífica seja favorecida. Neste pomar
superioridade genotípica (Allard, 1971; Weir, 1977). também podem ser conduzidos cruzamentos controlados.
Algumas árvores também podem ter sido selecionadas A Cia. Suzano (1987) apresenta métodos de polinização
por apresentar superioridade fenotípica devido a aberta utilizados na produção de sementes híbridas para
algum nível de combinação híbrida favorável, mas E. grandis x E. camaldulenis, E. grandis x E. urophylla
que, uma vez propagada via sementes, segrega e E. robusta x E. grandis, enquanto Martins e Ikemori
características importantes em seus descendentes, (1987) citam o estabelecimento de um pomar de sementes
gerando uma progênie desuniforme e de pouco híbridas de E. grandis x E. urophylla utilizando-se 25
interesse comercial (Oda et al., 1989). Esses autores, clones de E. urophylla e um único clone de E. grandis,
abordando os problemas no melhoramento genético com elevado índice de auto-esterilidade, do qual seriam
clássico do eucalipto devidos à alta intensidade de coletadas as sementes. Estudos básicos que envolvam
seleção, afirmam que, para programas em médio e fenologia do florescimento dos clones selecionados,
longo prazo, devem-se utilizar intensidades de seleção determinação da habilidade combinatória geral e
moderadas. Já para obter resultados satisfatórios no específica e o estudo de auto-incompatibilidade são
melhoramento assexual, eles recomendam alta necessários para conduzir o programa de híbridos com
intensidade de seleção. segurança e obter resultados satisfatórios.
A utilização das árvores de testes de progênies Resende e Higa (1990) apresentam um esquema
tem sido importante para a determinação do valor de melhoramento para eucalipto visando à seleção de
reprodutivo dos indivíduos selecionados, na híbridos interpopulacionais (interespecíficos e intra-
estimativa de parâmetros genéticos, para a seleção específicos) superiores em cada geração, por meio de
de novos indivíduos superiores e também como fonte seleção recorrente, propagação via semente e vegetativa.

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Biotecnologia Florestal

De modo geral, estudos que envolvam o capacidade geral de combinação e de linhagens


desenvolvimento floral e a fenologia do florescimento e endógamas S1 e S2, visando à síntese de híbridos.
frutificação, vetores e eficiência da polinização,
viabilidade do pólen, produção e viabilidade das sementes Endogamia
devem ser considerados no programa de melhoramento.
Assis (2000) mostra que importantes características da Segundo Ferreira e Grattapaglia (1998), o
madeira de eucalipto, como quantidade de lignina, ótimo crescimento de alguns híbridos
densidade básica, rendimento em celulose, viscosidade interespecíficos de Eucalyptus spp. mostra a
e hemicelulose são controladas por genes aditivos, e que importância da ação genética dominante na
os híbridos F1 apresentam preferencialmente a expressão de superioridade fenotípica. Portanto, a
característica intermediária dos pais. geração de linhagens endógamas permitiria a
exploração mais eficiente desses efeitos genéticos.
Núcleos de Melhoramento A autofecundação artificial é freqüentemente
empregada em espécies alógamas, para a obtenção
Cotterill et al. (1989) propõem a estratégia de de linhagens homozigóticas, que, posteriormente, são
“núcleos de melhoramento” e citam exemplos de utilizadas na síntese de híbridos (Vencovsky e
trabalhos com Pinus radiata na Austrália e E. Barriga, 1992). Segundo os autores, para obter
globulus em Portugal. No Brasil, os núcleos de linhagens puras, vigorosas e sadias com
melhoramento têm sido utilizados em trabalhos com probabilidade aceitável, deve-se partir de populações
E. grandis nas empresas Cia. Suzano Papel e geneticamente adequadas, o que significa que essas
Celulose, Votorantim, Eucatex e Duratex. Nesta populações devem ter: alta freqüência de alelos
estratégia, a população tradicional usada no favoráveis para diversos caracteres de interesse,
melhoramento florestal é dividida em duas estruturas, atingível pela seleção recorrente, que significa alta
a saber: população principal de melhoramento, a qual capacidade geral de combinação; e baixa freqüência
é melhorada lentamente, para garantir a continuidade de alelos deletérios, ou seja, depressão endogâmica
dos ganhos genéticos no futuro, com seleção menos pouco pronunciada. Essas duas condições são inter-
intensiva, a fim de se manter ampla base genética; e relacionadas, esperando-se que populações ou
populações-núcleo. variedades continuamente submetidas à seleção
Segundo os autores, a estratégia de população- devam ter maior capacidade geral de combinação e
núcleo ajusta-se com a propagação vegetativa, uma menor depressão por endogamia, quando
vez que se podem selecionar materiais mais autofecundadas.
produtivos, testados em vários locais, e reproduzi- A endogamia como método de melhoramento
los rapidamente. Por outro lado, a população-núcleo florestal é abordada por Kageyama (1981). O autor
pode ser convertida em pomar de sementes por afirma que a utilização do método de endogamia
mudas e, alternativamente, tornar-se fonte de seguida da hibridação tem pequena aplicação no
material para pomar de sementes clonal. melhoramento de espécies arbóreas. As principais
Partindo da população-núcleo, o programa restrições desse método no melhoramento florestal
pode ser conduzido com seleção direcionada para são: longos intervalos entre as gerações, baixa
caracteres específicos, formando-se uma população produção de sementes após autofecundação, alta
de base genética de duas a cinco famílias, com mortalidade e baixo vigor de plântulas
progênies obtidas por meio da polinização autofecundadas e altos custos dos cruzamentos
controlada. Essa população é uma nova proposta no controlados.
melhoramento genético de Eucalyptus spp., a qual Atualmente, as pesquisas sobre florescimento
está sendo denominada população-nucléolo. Esta precoce (Menck et al. 1993) e marcadores
estratégia, em médio e longo prazo, vem ao encontro moleculares contribuem significativamente no
da necessidade do uso de espécies puras com alta melhoramento genético das plantas cultivadas.

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Melhoramento Florestal

Segundo Ferreira e Grattapaglia (1998), a aplicação a multiplicação em larga escala do material genético
dos marcadores moleculares, em médio e longo melhorado. As tecnologias aplicadas no
prazo, poderia ser extremamente útil no melhoramento florestal serão abordadas
desenvolvimento de linhagens em espécies florestais. posteriormente.
De acordo com os autores, a endogamia, em Em estudo da Cia. Suzano Papel e Celulose,
diferentes níveis, como mecanismo de fixação de clones de E. grandis foram autofecundados e
alelos favoráveis e remoção de carga genética, sementes dessas plantas S1 foram testadas
começa a ser utilizada no melhoramento florestal, juntamente com as sementes de polinização livre
por exemplo, no trabalho de Mckeand e Bridgwater (meios irmãos) dos parentais. O delineamento
(1992) com Pinus taeda. experimental foi o de blocos ao acaso com parcelas
De acordo com Ferreira e Grattapaglia lineares de 10 plantas, envolvendo 24 tratamentos e
(1998), distorções de segregação de marcadores 4 repetições. A Figura 6.3 apresenta o
moleculares oferecem a capacidade de identificar comportamento dos clones submetidos aos
locos letais de expressão tardia, facilitando seu tratamentos com relação ao IMA (Incremento Médio
expurgo, e, ao mesmo tempo, os marcadores Anual) aos 3,75 anos de idade. Os tratamentos em
poderiam ser utilizados para monitorar a herança e que foram feitas autofecundações estão identificados
a fixação de alelos favoráveis nos QTLs com o número do clone seguido de S1.
(Quantitative Trait Loci) desejados, em sucessivas O uso da endogamia (autofecundação)
gerações de autofecundação ou cruzamentos apresentou resultados diferentes entre os clones
consangüíneos. submetidos a este tratamento. Em algumas famílias
Di Ciero e Amaral (2002) afirmam que as de S1, encontram-se indivíduos que produziram
novas ferramentas biotecnológicas devem combinar progênies iguais ou até superiores ao clone de
o desenvolvimento de árvores superiores com origem. A autofecundação parece ter melhorado as
métodos clássicos de melhoramento, possibilitando famílias M36, M50, M07 e M52.

Figura 6.3 - Comportamento das progênies de Eucalyptus grandis submetidos aos tratamentos para IMA aos 3,75 anos de
idade.

11
Biotecnologia Florestal

O melhoramento do eucalipto por meio da Brasil; no ano de 1976, o trabalho de pesquisadores


endogamia vem sendo pouco estudado pelos franceses na República Popular do Congo, que
pesquisadores, principalmente devido à grande estabeleceram as bases para o enraizamento de
demanda de tempo e recursos para se trabalhar com estacas de brotações das cepas de árvores adultas,
polinização controlada. No entanto, os resultados tecnologia introduzida no Brasil pela Aracruz
encontrados desse experimento são animadores e Florestal S.A.; neste mesmo ano, o trabalho de
mostram que a estratégia pode ser uma ferramenta pesquisadores da ESALQ, juntamente com o IPEF,
útil para aumentar a variabilidade genética e que começam a estabelecer as bases da
propiciar ganhos genéticos no futuro. micropropagação; e em 1979, a primeira plantação
A identificação de indivíduos componentes do clonal no Brasil, estabelecida pela Aracruz. O
nucléolo que apresentem superioridades nas famílias período de 1986 a 1990 caracterizou-se pela busca
endogâmicas, com baixa variabilidade genética nas da árvore ideal, concentrando-se as pesquisas na
respectivas progênies, será de grande importância estaquia, e também pelo fim do subsídio para o setor
na produção de semente comercial. florestal (Ferreira, 1996; Ferreira e Santos, 1997).
De acordo com Ferreira (1996), a filosofia
Propagação Vegetativa para operacional da silvicultura clonal é trabalhar com o
menor número de clones possível, que eles não
Seleção de Materiais Genéticos
interajam negativamente com o ambiente, sejam
Os métodos de melhoramento mais utilizados pouco exigentes quanto a nutrientes e tratos culturais,
em espécies de propagação vegetativa são a introdução não sejam susceptíveis a pragas e doenças e que
e seleção de clones, a seleção clonal, a hibridação tenham qualidades silviculturais e da madeira
intervarietal e interespecífica e a indução de mutações. desejáveis. Assim, segundo o autor, são aplicadas
Há ainda outros métodos, como indução de altas intensidades de seleção, buscando-se indivíduos
poliploidia, retrocruzamento e seleção recorrente com fenótipos superiores, os quais são propagados
fenotípica para algumas espécies. O emprego de vegetativamente, visando à instalação de bancos
técnicas de biotecnologia no melhoramento de plantas, clonais, testes clonais e jardins clonais, sendo os
como a micropropagação, a fusão de protoplastos, a clones que foram selecionados propagados
obtenção de haplóides e posterior diploidização, a vegetativamente, dando origem aos plantios clonais
transformação genética e os marcadores moleculares comerciais. A origem e a evolução da silvicultura
têm contribuído para a obtenção de novas variedades intensiva no Brasil e seus reflexos nos programas
(Silva e Santos-Serejo, 2003). de melhoramento são abordados por Ferreira (1992).
Ferreira (1996), abordando a história da Detalhes sobre a clonagem e as doenças do
propagação clonal na silvicultura brasileira, informa eucalipto são dados por Alfenas et al. (2004).
que o fato de um mourão de E. trabuttii ter enraizado Segundo os autores, o processo de clonagem envolve
após ter sido fixado ao solo, dando origem a uma as fases de seleção, resgate e ampliação do material
árvore, despertou o interesse na utilização de genético (matrizes selecionadas e multiplicadas
métodos de propagação assexuada em eucaliptos. assexuadamente passam a constituir os clones), testes
Outros fatos que contribuíram para acelerar os clonais, plantio-piloto e multiplicação comercial de
estudos dos métodos assexuados foram: as geadas matrizes superiores, seja por macroestaquia,
na região sul e sudeste do Brasil, em 1975, que miniestaquia ou microestaquia.
mostraram que a propagação vegetativa permitia A técnica de microestaquia, sua potencialidade
selecionar árvores híbridas potenciais resistentes a e suas limitações na silvicultura clonal são abordados
geadas; a ocorrência de cancro do eucalipto nas em Xavier e Comério (1996) e Assis (1996). Os
plantações localizadas nas regiões tropicais do princípios básicos envolvidos na propagação

12
Melhoramento Florestal

vegetativa, os métodos de propagação clonal, Tecnologias Aplicadas ao


rejuvenescimento, fatores que afetam o Melhoramento Florestal
enraizamento, mudanças morfológicas e fisiológicas
durante o ciclo de desenvolvimento da planta e a Paterniani (2003), abordando o melhoramento
evolução do jardim clonal do campo em minijardins de plantas no século XXI, cita as seguintes técnicas de
clonais para a produção de miniestacas são descritos manipulação genética: com reprodução sexual – seleção
por Higashi et al. (2000). (intra e interpopulacional), hibridação (intra e
Os clones selecionados devem ser submetidos interespecífica) e heterose (vigor de híbrido); sem
a testes clonais, visando confirmar a superioridade reprodução sexual – ploidia (alterações no número de
do material genético, em diversas situações cromossomos), mutagênese (indução artificial de
ambientais que possibilitem a seleção de plantas mutações), variação somaclonal (reprodução de
indivíduos a partir de células somáticas), hibridação
resistentes a pragas e doenças (Alfenas, 2004).
somática (fusão de protoplastos); e cíbridos, citoplasma
Segundo Silva et al. (2003), as etapas de avaliação e
e organelas da espécie A e núcleo da espécie B –
seleção são as mais caras e demoradas do programa
transgenia (transferência de genes exógenos) e
de melhoramento, o que dificulta a elaboração e a
transplastomia (transferência de plastídeos exógenos).
execução de extensos programas de seleção clonal.
Segundo o autor, a transgenia, a partir da última década,
Os autores discutem sobre o tamanho ótimo da
vem sendo intensamente pesquisada.
parcela experimental em testes clonais de eucalipto,
baseando-se em três métodos de determinação do
tamanho da parcela. Os resultados mostram que Poliploidia
parcelas de cinco a dez plantas proporcionam boa Poliplóide é um organismo com três ou mais
precisão experimental, porém, para estudos mais conjuntos completos de cromossomos, como
detalhados, parcelas quadradas maiores e, ou, triplóide (3n), tetraplóide (4n), pentaplóide (5n),
plantios-piloto são os mais indicados. hexaplóide (6n) e assim por diante (Ferreira, 1980;
Gonçalves et al. (2001), avaliando o progresso Wright, 1976; Allard, 1971). De acordo com Roth
genético por meio da seleção de clones de eucalipto (1984), o interesse dos melhoristas florestais pela
em plantios comerciais, verificaram que o progresso poliploidia surgiu quando da descoberta do choupo
genético foi superior a 2,5% ao ano. Os autores gigante (Populus tremula var. gigas) por Nilsson-
ressaltam que a continuidade dos progressos depende Ehle (1936), identificado como triplóide natural por
da condução de programas de melhoramento Müntzing (1936), por meio de análise citológica.
sexuado, com sua ampliação, a fim de gerar novas Ainda segundo a autora, a ocorrência natural da
combinações genotípicas superiores. O método poliploidia em diversos gêneros de espécies florestais
RELM/BLUP foi utilizado por Garcia e Nogueira e sua importância no processo evolutivo influenciou
(1995) na seleção de clones de E. grandis, E. pellita as pesquisas feitas para se induzir a poliploidia nos
e híbridos de E. urograndis. gêneros de interesse silvicultural. Gustafsson (1960)
apresenta uma extensa revisão sobre poliploidia e
A propagação vegetativa pode ser considerada mutagênese nas espécies arbóreas.
como uma ferramenta de difusão do progresso
De acordo com Hyun (1954), provavelmente
genético obtido pela seleção, quer seja no programa
foram Mirov e Stockwell (1939) os primeiros a induzir
de melhoramento clássico, quer seja no programa
a mutação cromossômica em plantas lenhosas usando
de híbridos ou na multiplicação de indivíduos
a colchicina. Os autores induziram a poliploidia com
superiores puros ou híbridos (Menck et al., 1988). colchicina em várias espécies de Pinus. Já Mergen e
O programa de melhoramento genético deve ser a Lester (1961) trataram sementes e plântulas de nove
base para a aplicação de técnicas de propagação espécies de Abies com solução aquosa de colchicina
clonal e a seleção de clones. (0,025-20%) para obter poliplóides.

13
Biotecnologia Florestal

Segundo Wright (1976), a medição dos utilizados no melhoramento genético de plantas, por
estômatos é um modo rápido de determinar se todas exemplo: em programas de introgressão de genes por
ou a maioria das folhas de um galho são poliplóides. retrocruzamento; na detecção e no mapeamento de
Roth (1984), trabalhando com Eucalyptus urophylla QLTs (Quantitative Trait Loci); na avaliação da
S.T. Blake, com o objetivo de desenvolver uma diversidade genética com aplicações filogenéticas e
metodologia para induzir a poliploidia, verificou a evolutivas; no mapeamento genético, na clonagem
eficiência do tratamento e as modificações decorrentes de genes; e na caracterização de variedades,
da poliploidização. A autora concluiu que: a indução linhagens ou híbridos por meio de marcadores de
de poliploidia na espécie é viável; as plantas tratadas DNA na proteção do direito intelectual do melhorista,
apresentaram anormalidades morfológicas, nos países onde já vigoram as leis de proteção de
características de plantas poliploidizadas (algumas cultivares. No Brasil, no processo de proteção de
folhas tinham limbo deformado, com orifícios, clones de eucaliptos, os marcadores moleculares são
distorções e reentrâncias, bordas onduladas ou pontas descritores complementares, sendo sua apresentação
arredondadas, e as folhas das plantas tratadas com não-obrigatória. Ferreira e Grattapaglia (1998)
colchicina apresentaram coloração mais escura e detalham as aplicações de marcadores moleculares
maior espessura do que as folhas das plantas no melhoramento clássico de plantas em curto e
testemunhas); e ocorreu redução no número de médio prazo e no melhoramento transgênico.
estômatos por unidade de área foliar em média de Os principais marcadores moleculares
37,34%, das plantas diplóides não-tratadas para as utilizados na análise genética de plantas são:
plantas tratadas com colchicina. isoenzimas, RFLP – Polimorfismo no comprimento
Suzano (1998) utilizou o tratamento de de Fragmentos de Restrição, RAPD – Polimorfismo
sementes de E. grandis com colchicina, visando Amplificado ao Acaso, microsatélites e AFLP –
induzir a poliploidia. Do material obtido foram Polimorfismo de Comprimento de Fragmentos
selecionadas árvores classificadas em três grupos: Amplificados (Ferreira e Grattapaglia, 1998).
maior comprimento médio de fibras, comprimento Estudos da variabilidade isoenzimática nos
médio de fibras normal e menor comprimento médio eucaliptos foram realizados por Mori (1993), em E.
de fibras. Os materiais genéticos foram avaliados grandis, e por Martins-Corder (1994) em E. grandis
em diferentes idades, com a finalidade de se e E. urophylla. Sato e Mori (1996) aplicaram a técnica
encontrar os melhores resultados, a fim de otimizar de eletroforese de isoenzimas para detectar o nível de
o processo de polpamento industrial da espécie em endogamia em lote de sementes de um pomar de
estudo. Foram realizadas medições do comprimento sementes comerciais de E. grandis. Martins-Corder
da fibra e contagem do número de estômatos aos et al. (1996) quantificou a variabilidade isoenzimática
seis meses de idade. Os resultados mostram que de E. urophyla, procedência Ilha Flores, que foi
houve uma redução no número de estômatos nos submetida a uma seleção, visando o florescimento
materiais tratados em relação à testemunha, sendo precoce. Junghans (2000) identificou um gene de
14,5 e 19,9, respectivamente. O comprimento de resistência à ferrugem em uma progênie de Eucalyptus
fibra foi de 0,78 mm no material tratado e 0,73 mm grandis constituída de 994 indivíduos segregantes para
na testemunha. Na idade de um ano, o comprimento resistência à ferrugem. Foram identificados seis
de fibra foi de 1,13 e 0,97 mm, respectivamente, marcadores RAPD ligados ao gene denominado Ppr1
material tratado e testemunha. (Puccinia psidii resistence, gene 1), que confere
resistência à ferrugem, mediante o uso da técnica de
BSA. O marcador AT9/917 foi constatado apenas nas
Marcadores Moleculares plantas resistentes. Segundo o autor, tendo em vista a
De acordo com Guimarães e Moreira (1999), proximidade genética e provavelmente física, esse
como os marcadores moleculares possibilitam marcador poderá ser utilizado na clonagem posicional
análises genéticas mais detalhadas, eles podem ser de Ppr1.

14
Melhoramento Florestal

Transgenia e Descobrimento dos agrícola (Di Ciero e Amaral, 2002). Segundo os


autores, as novas ferramentas biotecnologicas devem
Genes
combinar o desenvolvimento de árvores superiores
Atualmente, são desenvolvidos dois projetos com métodos clássicos de melhoramento e
genoma de Eucalyptus spp. no Brasil, Forests e possibilitar a multiplicação em larga escala do
Genolyptus. O programa Forests – Eucalyptus material genético melhorado a partir da seleção
Genome Project Consortium é um programa de genotípica.
Inovação Tecnológica em Empresas. A primeira De acordo com Gonzáles et al. (2002), a
etapa resultou o seqüenciamento de 120.000 ESTs introdução de genes de interesse em progênies e
de eucalipto e na organização de um dos maiores clones comerciais de eucalipto, por meio da
bancos de genes da espécie (Fapesp, 2003). O transformação genética, é uma oportunidade de
Projeto Genolyptus – Rede Brasileira de Pesquisa acelerar a obtenção de genótipos superiores. A
do Genoma de Eucalyptus – foi lançado em 20/ literatura registra a transformação genética de E.
02/2002, com participação de 12 empresas do setor globulus (Moralejo et al.,1998), E. camaldulensis
de papel e celulose, sete universidades e a Embrapa (Mullins et al,1997) e E. grandis x E. urophylla
(Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Os (Gonzáles et al, 2002). Os autores citam que a
objetivos centrais da Rede Genolyptus são: obtenção de plantas de eucalipto requer uma
descobrimento, seqüenciamento, mapeamento e metodologia eficiente de regeneração, seja por
determinação de função de genes de importância organogênese indireta de certos tecidos, seja por
econômica em espécies de Eucalyptus spp., meio da embriogênese somática.
visando incorporar tecnologias de genética
Ferreira (1999) alerta para o fato de que
genômica nos programas de melhoramento,
qualquer transformação genética das árvores deverá
enfatizando o processo de formação da madeira
ser convenientemente testada e certificada,
(Borém, 2003).
incluindo-as num Sistema de Certificação Nacional.
De acordo com Di Ciero (2005), as primeiras
características expressas em árvores geneticamente
modificadas (AGM) e testadas em campo foram as O Melhoramento Genético
resistências a insetos, herbicidas e doenças. Florestal e as Novas Tecnologias
Atualmente, a modificação para diminuição ou
alteração das características químicas da lignina é a O Quadro 6.1 relaciona as estratégias de
segunda maior utilização da transgenia em árvores. melhoramento florestal baseadas em população-base,
Segundo a autora, a redução do conteúdo de lignina de melhoramento, núcleo e nucléolo, e a aplicação
e a manipulação de sua composição química e modo da biotecnologia, em médio e longo prazo, num
de deposição estão entre os objetivos mais programa de melhoramento florestal.
importantes da biotecnologia florestal. A Figura 6.4 esquematiza estratégias para o
O uso de técnicas de DNA recombinantes em uso da biotecnologia no melhoramento florestal.
espécies florestais seguiu os avanços em pesquisa

15
Biotecnologia Florestal

Quadro 6.1 - O melhoramento florestal e a possibilidade de aplicação da biotecnologia

Semente de E. grandis e Propagação vegetativa Marcador molecular Genoma


E. urophylla
População-base •Alta intensidade de seleção Distância genética ESTs
• Plantio comercial
•Seleção massal •Pomar de sementes
População de melhoramento (100 a •Seleção nas melhores famílias •Paternidade ESTs
200 famílias) •Plantio clonal •Distância genética
•Plantio comercial •Mosaico
•Seleção por progênie •Pomar de sementes
•Interação genótipo x ambiente
•Progênie (CGC e CEC)

População-Núcleo (10 a 20 famílias) •Seleção nos talhões comerciais •Melhoramento assistido •SNPs
•Seleção por progênie das melhores monoprogênies •Genes (BAC) •OGMs
•Interação genótipo x ambiente •Pomar de sementes •Distância genética •Microarray
•Polinização controlada •QTLs
•Progênie (CGC e CEC) •Mosaico
•Autofecundação •Mapeamento
•Ganho de caracteres específicos

População-nucléolo (2 a 5 famílias) •Plantio comercial •Distância genética •Microarray


•Linhagens (S1 e S2) •Pomar de sementes biclonais •QTLs •SNPs
•Polinização controlada (puros e híbridos) •Genes (BAC) •OGMs
•Interação genótipo x ambiente •Mapeamento
•Semente comercial

Figura 6.4 - Estratégias para o uso da biotecnologia no melhoramento florestal.

16
Melhoramento Florestal

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