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Capítulo 3

Análise das Demonstrações Financeiras (PARTE II)

Objetivos:

 Avaliar a situação econômico-financeira de uma empresa;


 Avaliar a capacidade de liquidez de uma empresa;
 Verificar a sua capacidade de solvência (se irá ou não falir);
 Tomada de decisão de investimentos na empresa;
 Tomada de decisões em relação ou não a conceder créditos;
 Avaliar como a empresa está sendo administrada;
 Avaliar se a empresa é ou tende a ser lucrativa ou não;
 Tomada de decisão sobre o futuro da empresa.

Desenvolvimento:
3.1 – Indicadores Financeiros e Econômicos (Índices);
3.2 – Indicadores de Liquidez
3.3 – Indicadores de Atividade
3.4 – Indicadores de Endividamento
3.5 – Indicadores de Lucratividade
3.6 – Resumo dos índices
3.7 – Exercícios
3.8 – Relatório de análise

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3.1 – Indicadores Financeiros e Econômicos (Índices)

3.1.1 – Índices Financeiros Básicos:


Os índices financeiros podem ser subdivididos em quatro grupos básicos: índice de
Liquidez, Atividade, Endividamento e Lucratividade. Como regra geral, os insumos
necessários para uma boa análise financeira incluem, no mínimo, a D.R. e o B. P. Os
elementos importantes a curto prazo são liquidez, atividade e lucratividade, pois dão as
informações críticas à operação da empresa a curto prazo. E se essa empresa não ,puder
sobreviver a curto prazo, não é preciso preocupar-se com as suas perspectivas a longo
prazo. Os índices de endividamento só são úteis se o analista estiver certo de que a
empresa resistirá com sucesso a curto prazo.

Na confecção desta apostila, principalmente este tópico, como meio auxiliar de


aprendizagem, tomamos como referencia os livros de Gitman, Salimeno e a apostila do
Prof. Volpi, esta direcionada aos alunos de MBA da UNICASTELO. Lawrence J. Gitman
ainda é a estrela guia do estudo de administração financeira, Carlos Roberto Salimeno é
maravilhoso na objetividade, entretanto o Prof. Volpi ganha por ser detalhista. Vamos
trabalhar em cima dos três.

Inicialmente cabe uma orientação: para o entendimento dos índices que serão
apresentados, veremos uma planilha (B.P. e D.R.E.) e em cima dos dados escritos
avançaremos no estudo dos índices. Os índices são relativos a 1981.

Balanço patrimonial e Demonstrações do Resultado do Exercício da Empresa MOTORT ($ 000)


Para exercícios encerrados em 31 de dezembro

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ATIVOS
Ativo Circulante 1982 1981 1980
Caixa 425 363 288
Títulos negociáveis 85 68 51
Duplicatas a receber 620 503 365
Estoques 370 289 300
Total AC 1500 1223 1004
Ativo Permanente
Terrenos e edifícios 2600 2072 1903
Máquinas e equipto 2320 1866 1693
Móveis e utensílios 440 358 316
Veículos 342 275 314
Outros (inclui leasing) 121 98 96

Total do AP 5823 4669 4322


(–) Depreciação Acumulada 2777,29 2295 2056
AP Líquido 3045,71 2374 2266
Total ativo 4545,71 3597 3270

PASSIVOS
Passivo Circulante 1982 1981 1980
Duplicatas a pagar 440 382 270
Títulos a pagar 110 79 99
Salários, juros, impostos a pagar 215 159 114
Total PC 765 620 483
ELP 1416,08 1023 967
Total do Passivo 2181,07 1643 1450
PL
Ação Preferencial 242,03 200 200
Ação Ordinária 231,14 191 190
Ágio na Venda de ações ordinárias 517,94 428 418
Luc/prej acum. 1373,52 1135 1012
Total PL 2364,63 1954 1820
Total Passivo e PL 4545,70 3597 3270
DRE
1982 1981 1980
Vendas 3720 3074 2567
(–) CPV 2510 2088 1711
(=) Lucro Bruto sobre vendas 1210 986 856
(–) Desp Oper
Desp com Vendas 125 100 108
Desp Ge a Adm 280 299 222
Desp de depreciação 482,29 239 223
Desp oper Total 887,29 568 553
Lucro Operacional 322,71 418 303
(–) Desp de juros 95 93 91
Lucro líquido antes do IR 227,71 325 212
(–) Prov para IR 66,04 94 64
(=) Lucro Líquido 161,67 231 148
(–) Dividendos para ações pref 10 10 10
(=) Lucro disponível para ações 151,67 221 138
(–) Dividendos para ações ordinárias 98 98 98
(=) Para Lucros acumulados 53,67 123 40
GITMAN, Lawrence J. – Princípios de Administração Financeira – 3ª edição

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3.2 – INDICADORES DE LIQUIDEZ

A liquidez de uma empresa é mensurada por sua capacidade de atender a suas


obrigações a curto prazo na data do vencimento. A liquidez diz respeito à solvência da
situação financeira global da empresa, ou seja, a facilidade com que a empresa pode
pagar suas contas, de outra forma a liquidez denota a capacidade da empresa em cumprir
com suas obrigações passivas. As três medidas básicas são: (1) capital circulante líquido,
(2) Índice de liquidez corrente e (3) Índice de liquidez seco.

(1) Capital circulante líquido:

O Capital Circulante Líquido (CCL) também chamado de Capital de Giro Líquido


(CGL), representa de maneira geral, o valor líquido das aplicações (deduzidas das dívidas
a curto prazo) processadas no ativo (capital) circulante da empresa. Segundo essa
conceituação, a forma mais direta de obter-se o valor do capital de giro líquido é mediante
a simples diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante, ou seja:

CCL (CGL) = Ativo Circulante – Passivo Circulante

CCL = $1.223.000,00 – $620.000,00 = $ 603.000,00

Obsv.: Esse cálculo não é muito útil para comparar o desempenho de empresas diferentes, mas sim para o controle interno.

(2) Índice de liquidez corrente:

Mede a capacidade da Empresa em atender suas obrigações a curto prazo.


Normalmente, dependendo do segmento de atuação da empresa, um índice de liquidez
corrente 2,0 ou maior é tido como aceitável. Um índice de liquidez igual a 1,0 pode ser
bom para uma empresa pública e muito perigosa para uma indústria por exemplo. Um

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índice menor que 1,0 indica que a empresa está com um CCL negativo. Mede a capacidade
de pagamento a curto prazo da empresa.

Ativo Circulante
Liquidez Corrente = _________________________________

Passivo Circulante

$ 1.223.000,00
LC = _______________________________ = 1,97

$ 620.000,00

Obsv.: Considera-se que 2,0 é um índice aceitável

(3) Índice de liquidez seco:

Mede a capacidade da empresa em liquidar as obrigações à curto prazo, (PC) com


seus bens e direitos realizáveis a curto prazo, sendo que para esta condição ainda lhe
sobre estoques. A liquidez seca exclui o estoque, pois ele é o ativo circulante de menor
liquidez. Uma liquidez baixa pode ser resultante de dois fatores: (a) muitos estoques
podem ser de difícil venda; ou (b) o estoque está vendido a crédito, mudou de conta
(duplicata a receber), com grande incerteza, antes de ser convertido em dinheiro. “É
parecido com o índice de liquidez de curto prazo, exceto por excluir o estoque, em geral é o
ativo circulante de menor liquidez. Mede a capacidade de pagamento da empresa supondo que
a mesma se desfaça dos estoques.”

Ativo Circulante – Estoques


Liquidez Seco = _________________________________

Passivo Circulante

$1.233.000,00 – $289.000,00
LS = _________________________________ = 1,51

$620.000,00
Obsv.: Recomenda-se um índice de 1,0 ou superior

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3.3 – INDICADORES DE ATIVIDADE

Os indicadores de atividade visam a mensuração das diversas durações de um


ciclo operacional, o qual envolve as fases típicas de uma empresa que vão desde a
aquisição de insumos básicos (mercadorias), até mesmo recebimento das vendas
realizadas, ou seja ele mede com que rapidez as várias contas são convertidas em
vendas ou caixa. Vale salientar que devido à composição do ativo e passivo circulante
deve-se estar atento para a liquidez do ativo quanto dos recursos está momentaneamente
investido em estoques.
As empresas geralmente seguem um ciclo no qual elas compram estoques,
vendem os produtos e recebem o valor pela venda à vista ou a prazo (vendas a prazo –
acúmulo de contas a receber) – ciclo de conversão de caixa, ciclo operacional. Uma
política correta de capital de giro destina-se a minimizar o tempo entre os desembolsos de
caixa para matérias-primas e o recebimento em dinheiro das vendas.
Os índices de atividade podem ser usados para medir a rapidez com que as contas
circulantes – estoque, duplicatas a receber e duplicatas a pagar – são convertidas em
vendas ou em caixa.

Graficamente, os ciclos financeiros de uma empresa podem ser assim representados:

Ciclo Operacional

Ciclo de caixa

compra Pgto da compra venda Recbto da venda

PMP PMR

PME

CICLO OPERACIONAL compreende o espaço de tempo entre a entrada da matéria-prima


no estoque da empresa até a venda dos produtos/serviços elaborados e respectivo
recebimento.

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CICLO DE CAIXA compreende o período em que os recursos da empresa foram


utilizados para o pagamento dos bens e/ou matérias-primas até o recebimento pela venda
do produto/serviço acabado resultante.

(4) Indicador Giro de Estoques:

Indica quantas vezes os estoques giraram durante um determinado período. Devido


a especificidade de cada empresa, somente faz sentido tal análise se comparado com
empresas do mesmo setor, ou com giros anteriores da mesma empresa. Jamais deve ser
avaliado como um indicador único.

Custo de Produtos Vendidos


Giro de Estoque = ______________________

Estoque

$ 2.088.000,00
Giro de Estoque = ____________________ = 7,2

$ 289.000,00
Obsv.: o giro dos estoques é significativo quando comparado ao de outras companhias pertencentes ao mesmo setor.

(5) Indicador Prazo Médio de Cobrança:

Indica o tempo médio que a empresa leva para receber suas duplicatas a serem
realizadas por suas vendas a prazo.

Duplicatas a receber duplicatas a receber


Período médio de cobrança = ____________________ = _________________

Vendas médias por dia vendas anuais


360

$ 503.000,00 $ 503.000,00
Período méd de cobrança = ____________________ = ___________ = 58,9 dias

$ 3.074.000,00 $ 8.539,00
360
Obsv.: Isso quer dizer que a empresa leva em média 58,9 dias para cobrar uma duplicata

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(6) Indicador Prazo Médio de Pagamento:

Indica o tempo médio que a empresa demora em pagar sua dívidas (compras à
prazo) de fornecedores ou seja é o prazo médio das duplicatas a pagar.

Duplicatas a pagar duplicatas a pagar


Período médio de pagamento = ______________________ = _________________

Compras médias por dia compras anuais


360

A dificuldade em calcular este índice baseia-se na necessidade de se determinarem


as compras anuais - tecnicamente falando, devemos considerar as compras a crédito -,
um valor não disponível nas demonstrações publicadas. Normalmente, as compras são
estimadas como uma dada percentagem do custo das mercadorias vendidas. Se
supuséssemos que as compras da firma igualem 70% de seu custo de mercadorias
vendidas, seu período médio de pagamento seria:

$ 382.000,00 $ 382.000,00
Período méd de Pgto = __________________ = ____________ = 94,1 dias

0,70($ 2.088.000,00) $ 4.060,00


360

Este resultado só é significativo em vista das condições médias de crédito


concedidas à empresa. Se os fornecedores concederem, em média, prazo de 30 dias
para a empresa saldar suas duplicatas, um analista irá atribuir, à empresa, uma
classificação baixa. Contudo, se lhe concederem um prazo de 90 dias, sua classificação
seria certamente aceitável. Financiadores e fornecedores de crédito comercial em
perspectiva interessam-se, especialmente, pelo período médio de pagamento, uma vez
que isso lhes propicia um indicador dos padrões de pagamento de duplicatas da empresa.
Uma fórmula direta para determinar o período médio de pagamento é:

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360 X Duplicatas a pagar


Período médio de pagamento = ____________________
Compras anuais

(7) Indicador Giro do Ativo Total:

Indica a eficiência com a qual a empresa usa seus ativos para gerar vendas.
Geralmente quanto maior for o giro do ativo total, mais eficiente será o uso dos ativos.
Essa medida indica se as operações da empresa foram financeiramente eficientes.
Provavelmente, o giro do ativo total seja de maior interesse à administração, já que indica
se as operações da empresa foram, financeiramente, eficientes. Outras partes, como os
credores e acionistas atuais e potenciais, também estarão interessados nesta medida.
Conhecido também como apenas Giro do Ativo.
O giro do ativo total é calculado como segue:

Vendas
Giro do Ativo total = ______________________

Ativo total

$ 3.074.000,00
Giro do Ativo = __________________ = 0,85

$ 3.597.000,00

Obsv.: Por isso, a companhia gira seus ativos apenas 0.85 vezes por ano. Este valor somente significa algo à luz do
desempenho passado da própria empresa e/ou se comparado à média setorial.

3.4 – INDICADORES DE ENDIVIDAMENTO

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A posição de endividamento de uma empresa indica o montante de recursos de


terceiros sendo usado com o intuito de gerar lucros. Mede o grau de comprometimento
financeiro de uma empresa assumida com os seus credores. Normalmente o analista
financeiro está mais preocupado com as dívidas de longo prazo, pois essas obrigam a
empresa pagar juros de longo prazo do principal.
Tendo em vista que as reivindicações dos credores devem ser satisfeitas antes que os
lucros sejam distribuídos, os acionistas potenciais e atuais prestam muita atenção com
relação à capacidade da empresa de ressarcir dívidas.
Financiadores também estão preocupados com o endividamento da empresa, pois
quanto mais endividada ela for, maior a possibilidade da empresa não atender ao
pagamento de todos os credores. A alta administração obviamente deve se preocupar
com o endividamento, pois todos os grupos de interesse empregam muito de suas
atenções a estes fatos, assim ela precisa manter a empresa insolvente.

As 2 medidas básicas de endividamento são:


a) Índice de participação de terceiros
b) Índice exigível-patrimônio líquido

(8) Índice de Participação de Terceiros:

Este índice determina a proporção de ativos totais fornecida pelos credores da


empresa. Quanto maior for este índice, maior será o montante de dinheiro de terceiros
que estará sendo empregado para gerar lucros. O índice é calculado como segue:

Passivo total
Índice de participação de terceiros = ______________________

Ativo total

$ 1.643.000,00
Índice Part. 3os = __________________ = 0,457 = 45,7%

$ 3.597.000,00

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Obsv.: Isso indica que a companhia tem financiado 45.7% de seus ativos com dinheiro de terceiros. Quanto maior este índice,
maior será a alavancagem financeira da empresa.

(9) Índice exigível-patrimônio líquido:

Esta índice indica a relação entre os recursos a longo prazo fornecido por credores
e os recursos fornecidos pelos proprietários da empresa. É comumente usado para medir
o grau de alavancagem financeira da empresa.

Índice exigível
Índice exigível-patrimônio líquido = ______________________

Patrimônio líquido

$ 1.023.000,00
Índice exigível-patrimônio líquido = ________________ = 0,524 = 52,4 %

$ 1.954.000,00

Obsv.: Portanto, o capital de terceiros a longo prazo representa só 52,4% do patrimônio líquido

MEDIDAS DA CAPACIDADE DE HONRAR DÍVIDAS


Refere-se à maneira como uma empresa possa prontamente honrar os pagamentos
fixos contratuais geralmente exigidos de modo programado, ao longo da duração da
dívida. Mede-se a capacidade de a empresa satisfazer certas obrigações fixas através
dos índices de cobertura. E é importante ressaltar que quanto menores os índices de
cobertura da empresa forem, maiores serão os riscos que esta corre. “Risco” aqui refere-
se a capacidade da empresa satisfazer seus compromissos fixos. São elas: índice de
cobertura de juros e índice de cobertura de pagamentos fixos.

(10) Indicador de Cobertura de Juros:

Indica ou mede a capacidade que tem a empresa de efetuar os pagamentos de


juros contratuais – isto é atender às obrigações da dívida. Quanto maior for o valor desse
indicador, mais capaz será a empresa de atender a suas obrigações de juros.

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Lucro Antes dos Juros e Imposto de Renda


Cobertura de Juros = __________________________________

Despesas com juros no ano

$ 418.000,00
Índice de Cobertura de Juros = ________________ = 4,5

$ 93.000,00

Obsv.: O índice de cobertura de nosso exemplo é aceitável para empresas com risco operacional médio. Como regra, sugere-
se um mínimo de 3 e uma média de 5.

(11) Índice de Cobertura pagamentos fixos:

Este índice inclui todas as obrigações de pagamentos fixos. Mede a capacidade da


empresa satisfazer suas obrigações de pagamentos fixos. Quanto maior esse índice,
maior a capacidade da empresa em cobrir seus encargos financeiros fixos e maior serão
os níveis de lucro esperados pelos acionistas comuns

Lucro Antes dos Juros e Imposto de Renda


Cobertura de pgto fixos = _________________________________________________

Juros + ( amortização do principal + dividendos às ações preferenciais) x [1/(1 – a)]

$ 418.000,00
Índice de Cobertura de Pgto Fixos = ______________________________ = 4,5

$ 93.000,00 + ($ 71.000,00 + $ 10.000,00) [1/(1 – 0,29)]

$ 418.000,00
________________ = 2,0

$ 207.000,00

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Obsv.: Parece que a empresa é capaz de satisfazer suas obrigações de pagamentos fixos com segurança. Este índice, tal
como o índice de cobertura de juros, mede o risco. Quanto menor este índice, maior o risco que a empresa está correndo, do
ponto de vista dos emprestadores. Esse risco resulta do fato que se a empresa fosse incapaz de honrar os pagamentos fixos,
poderia ser levada à falência. Os credores examinando este índice poderão determinar se a empresa faz jus a crédito
adicional. Este índice interessa não apenas aos credores, mas também aos acionistas preferenciais. Mede a capacidade de a
empresa cobrir encargos financeiros fixos. Quanto maior este índice, maior a segurança dos interesses dos credores e
acionistas preferenciais; quanto maior este índice, maiores serão os níveis de lucro que podem ser esperados pelos
acionistas comuns.

3.5 – INDICADORES DE LUCRATIVIDADE

Há um grande número de medidas de Lucratividade. Cada uma delas relacionam o


retorno da empresa suas vendas, ativos, ou patrimônio. Tais indicadores visam avaliar o
retorno que a empresa está obtendo sobre os investimentos totais, bem como as margens
líquidas e operacionais nas relações com suas vendas totais. Esses indicadores estão
relacionados com os lucros, e sem ele uma empresa não atrai capital de fora, mais ainda,
os proprietários e credores se preocupam com o futuro da empresa e tentariam recuperar
seus recursos de toda a maneira.

(12) Margem Bruta:

Mede o lucro gerado sobre as vendas após a empresa ter apropriado o Custo da
Produção Vendida ou o CMV. Mede a porcentagem de cada unidade monetária de
vendas que sobra após a empresa ter pagado por seus produtos. Quanto maior for a
margem bruta melhor, assim como menor será o custo relativo dos produtos vendidos .
Mostra a taxa de acréscimo sobre o custo das vendas para chegar á receita (mark up).

Lucro Bruto
Margem Bruta = ___________________

Vendas

Lucro bruto = Vendas – custo das mercadorias vendidas

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$ 3.074.000,00 – $ 2.088.000,00
Margem Bruta = ____________________________

$ 3.074.000,00

$ 986.000,00
Margem Bruta = ___________________ = 32,1%

$ 3.074.000,00

(13) Margem Operacional:

Mensura a porcentagem de cada unidade monetária de vendas que resta após


todos os custos e despesas, que não juros e imposto de renda, terem sido abatidos. Mede
o lucro gerado após a empresa ter apropriado o CMV mais as despesas operacionais.
Mostra o ganho puro das operações da empresa.

Lucro Operacional
Margem Operacional = ___________________

Vendas

$ 418.000,00
Margem Operacional = ________________ = 13,6%

$ 3.074.000,00

(14) Margem Líquida:

Indica a porcentagem de cada unidade monetária, proveniente das vendas, que


restam após todos os custos, despesas, incluindo juros e imposto de renda, tem sidos
deduzidos. É usualmente citada para identificar o sucesso de uma empresa em relação
aos seus lucros sobre as vendas. As margens líquidas satisfatórias diferem,
consideravelmente, entre os setores. Uma margem líquida de 1% ou menos não seria
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incomum para uma mercearia, enquanto uma margem líquida de 10% seria baixa para
uma joalheria. Mostra a proporção do lucro da empresa.

Lucro Líquido após o IR


Margem Líquida = ___________________

Vendas

$ 231.000,00
Margem Líquida = __________________ = 7,5%

$ 3.074.000,00

(15) Indicador Retorno sobre o ativo total (ROA) ou (ROI):

Também chamado de Retorno sobre O Investimento, revela a eficiência global da


empresa produzido pelo total das aplicações realizadas pela empresa em seus ativos
disponíveis. O Lucro líquido gerado pelo ativo é o lucro operacional ajustado das
despesas financeiras. A provisão para Imposto de Renda tem o Lucro operacional
ajustado como base de cálculo; considera-se, portanto, a capacidade do ativo em gerar
lucros independentemente da forma que os ativos foram financiados. Quanto maior for o
rendimento da empresa sobre os ativos, melhor sua eficiência.

Lucro Líquido após I R


Retorno sobre o investimento (R O I) = _____________________

Ativo Total

$ 231.000,00
Retorno sobre o investimento (R O I) = ______________ = 6,4%

$ 3.597.000,00

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Obsv.: Este valor é bastante aceitável, porém, só quando comparado à média setorial é que se podem tirar conclusões
significativas.

O ROI de uma empresa pode ser calculado também pela fórmula Dupont:

ROA = Margem Líquida X Giro do ativo total

que, na realidade, vem de:

Lucro líq. após IR Lucro líq. após IR Vendas


_______________ = ______________ x _____________
Ativo total Vendas Ativo total

Ou pelo exemplo: 6.4% = 0.85 x 7.5%

A fórmula Dupont permite, à empresa, dividir seu ROI em um componente do lucro


sobre vendas e um componente da eficiência de ativo.

(16) Indicador Retorno sobre o Patrimônio Líquido:

Mede o retorno dos recursos aplicados na empresa pelos seus proprietários, ou


seja, para cada unidade monetária de recursos próprios (P.L.) investidos na empresa,
mede-se quanto os proprietários auferem de lucro. Quanto maior for esse retorno melhor
para os proprietários

Lucro Líquido após o IR


Retorno sobre o P L = __________________________

Patrimônio líquido

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$ 231.000,00
Retorno sobre o P L = ________________ = 11,8%

$ 1.954.000,00

(17) Indicador Lucro por Ação (LPA):

Este indicador avalia o reflexo do desempenho da empresa sobre suas ações. É de


grande utilidade para analistas de mercado, e para os investidores em potencial. Mede o
benefício (lucro) auferido por cada ação emitida pela empresa, ou seja, do Lucro Líquido
que compete a cada ação.

Lucro disponível aos acionistas comuns


Lucro por Ação = ___________________________________

Número de Ações Ordinárias Emitidas

$ 221.000,00
Lucro por Ação = ____________ = $ 2,90

76,262

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3.6 – Resumo dos Índices:

Análise das demonstrações financeiras – Tabela de Indicadores – Quadro Resumo


Classe Índice Fórmula Indica Interpretação
CCL positivo indica folga de
Capital Circulante liquidez. CCL negativo
Líquido
CCL = AC – PC Quanto a empresa está aplicando ou captando indica aperto de liquidez.
CCL nulo indica que não
existe folga.
LIQUIDEZ

Liquidez L C = __AC__ Mede quanto a empresa possui ($) no Ativo


Corrente Circulante para cada $1 de dívida. Quanto maior melhor
PC

Mede a capacidade da empresa em atender suas


Liquidez L S = _AC – Estoques obrigações a curto prazo, sendo que para isso Quanto maior melhor
Seca PC ainda lhe sobre os estoques.

Giro de GE = CMV Mede quantas vezes os estoques giram durante o


Quanto menor melhor
Estoques ano.
Estoques

Período
PMC = Duplic. Med Rec x 360 Mede o tempo médio que a empresa leva para
ATIVIDADE

Médio de receber suas duplicatas.


Quanto menor melhor
Cobrança Vend Pz Anual

Período
PMP = Duplic. Med Pagar x 360 Mede o tempo médio que a empresa paga suas
Médio de dívidas a prazo.
Quanto maior melhor
Pgto Compr Pz Anual

Giro do GAt = _Vendas Mede a eficiencia da empresa em usar seus ativos Quanto maior melhor
Ativo para gerar vendas. Ou também quanto a empresa
Tot Atv vendeu para cada $1 de Ativo

Participação 3os IP3os = Pass Tot Mede a porcentagem de ativos totais fornecidos
Quanto maior, melhor.
pelos credores da empresa
Ativo tot
ENDIVIDAMENTO

EPL = índice exigível Indica a relação recursos a longo prazo fornecidos


Quanto menor, melhor.
Exigível PL PL por credores e os recursos fornecidos pelos donos
da empresa

Cobertura CJ = _Lucro antes dos Juros e IR


Mede a capacidade que a empresa tem de efetuar Quanto maior, melhor.
Juros Desp Juros Ano os pagamentos de juros contratuais

Cobertura pgto fixos CPF = LAJIR Mede a capacidade de a empresa satisfazer suas
Quanto maior, melhor.
Juros + (amort+ divd) x [1/(1 –a) obrigações de pagamentos fixos

Mede o lucro gerado pelas vendas após a empresa


Margem Bruta MB = __Lucro Bruto__ ter apropriado o CMV. Mede a porcentagem que Quanto maior, melhor
Vendas cada $1 vendido gerou de lucro bruto.

MO = __Lucro Operacional Quanto a empresa tem de lucro operacional.


Margem Operacional Perante as vendas líquidas
Quanto maior, melhor
Vendas
LUCRATIVIDADE

ML = __Lucro Líquido_ Quanto a empresa (%) tem de lucro final perante


Margem Líquida as vendas líquidas
Quanto maior, melhor
Vendas

Mede a capacidade do Ativo em gerar lucros


Retorno Sobre o ROI = __Lucro Líquido_ independentemente da forma que os ativos foram
Quanto maior, melhor.
Ativo Total de Ativo financiados. Indica quanto cada $1 investido gerou
de Lucro

Mede o retorno dos recursos aplicados pelos


ROE = __Lucro Líquido_ proprietários ou seja, mede quanto cada $1
Retorno Sobre o PL investido na empresa geroude lucro para o
Quanto maior, melhor
PL Patrimônio Líquido

C3-18
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Prof. Joel Oliveira Gomes

Mede o reflexo do desempenho da empresa sobre


LPA = Lucro Líquido suas ações no mercado. Indica a quantidade de $
Lucro por Ação Nº de Ações emitidas ganha para cada ação emitida do Capital Social
Quanto maior, melhor

Resumo dos indicadores da Empresa MOTORT (PAINEL DE INDICADORES)


Anos
Média do
Classe Índice Fórmula Avaliação
1979a 1980b 1981b setor para
c
1981

Capital Circulante $ $ $
Líquido
CCL = AC – PC 583.000,00 603.000,00 427.000,00
Bom
LIQUIDEZ

Liquidez L C = __AC__ OK
2,04 1,97 2,05
Corrente PC

Liquidez L S = _AC – Estoques 1,32 1,51 1,43 OK


Seca PC

Giro de GE = CMV Bom


5,1 7,2 6,6
Estoques Estoques

Período
PMC = Duplic. Med Rec x 360 Mau
ATIVIDADE

Médio de 46,9 dias 58,9 dias 44,3 dias


Cobrança Vend Pz Anual

Período
Médio de PMP = Duplic. Med Pagar x 360 75,8 dias 94,1 dias 66,5 dias Mau
Pgto Compr Pz Anual

Giro do GAt = _Vendas OK


0,94 0,85 0,75
Ativo Tot Atv

Participação 3os IP3os = Pass Tot 36,8% 45,7% 40,0% OK


Ativo tot
ENDIVIDAMENTO

Exigível PL EPL = índice exigível 44,2% 52,4% 50,0% OK


PL

Cobertura CJ = _Lucro antes dos Juros e IR Bom


5,6 4,5 4,3
Juros Desp Juros Ano

Cobertura pgto fixos CPF = LAJIR 2,7 2,0 1,5 Bom


Juros + (amort+ divd) x [1/(1 –a)

Margem Bruta MB = __Lucro Bruto__ 31,4% 32,1% 30,0% OK


Vendas

Margem Operacional MO = __Lucro Operacional 14,6% 13,6% 11,0% Bom


Vendas
LUCRATIVIDADE

Margem Líquida ML = __Lucro Líquido_ 8,8% 7,5% 6,4% Bom


Vendas

Retorno Sobre o ROI = __Lucro Líquido_


8,3% 6,4% 4,8% Bom
Ativo Total de Ativo

Retorno Sobre o PL ROE = __Lucro Líquido_ 13,1% 11,8% 8,0% Bom


PL

C3-19
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Prof. Joel Oliveira Gomes

LPA = Lucro Líquido


Lucro por Ação $ 3,26 $ 2,90 $ 2,26 Bom
Nº de Ações emitidas

3.7 – Exercícios:

1) Elaborar um Painel de Indicadores para os 17 índices vistos acima para a Empresa


MOTORT, para o ano de 1980 e 1982; a seguir esboçar uma análise financeira e
econômica em função dos resultados encontrados relativos ao triênio da Empresa (79-80-
81) .

PAINEL DE INDICADORES
Anos
Classe Índice Fórmula
1982 1980

Capital Circulante Líquido CCL = AC – PC


LIQUIDEZ

Liquidez L C = __AC__
Corrente PC

Liquidez L S = _AC – Estoques


Seca PC

Giro de GE = CMV
Estoques Estoques

Período
PMC = Duplic. Med Rec x 360
ATIVIDADE

Médio de
Cobrança Vend Pz Anual

Período
Médio de PMP = Duplic. Med Pagar x 360
Pgto Compr Pz Anual

Giro do GAt = _Vendas


Ativo Tot Atv

Participação 3os IP3os = Pass Tot


Ativo tot
ENDIVIDAMENTO

Exigível PL EPL = índice exigível


PL

Cobertura CJ = _Lucro antes dos Juros e IR


Juros Desp Juros Ano

Cobertura pgto fixos CPF = LAJIR


Juros + (amort+ divd) x [1/(1 –a)
LUCRATI
VIDADE

Margem Bruta MB = __Lucro Bruto__


Vendas

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Margem Operacional MO = __Lucro Operacional


Vendas

Margem Líquida ML = __Lucro Líquido_


Vendas

ROI = __Lucro Líquido_


Retorno Sobre o Ativo Total de Ativo

Retorno Sobre o PL ROE = __Lucro Líquido_


PL

LPA = Lucro Líquido


Lucro por Ação Nº de Ações emitidas

2) Elaborar um Painel de Indicadores com os 17 índices vistos para a Empresa abaixo,


para os anos de 2000 a 2002; a seguir esboçar uma análise financeira e econômica em
função dos resultados encontrados relativos ao triênio da Empresa.

Empresa Horse S/A


ATIVO
Ativo Circulante 2000 AH% AV% 2001 AH% AV% 2002 AH% AV%
Disponível 131.143 100 3.9 239.057 82.3 3.2 412.686 214.7 2.8
Valores a Receber 1.485.270 100 44.1 3.217.291 116.6 43.3 6.133.472 313.0 41.6
Estoques 785.600 100 23.3 2.061.654 162.4 27.8 3.008.872 283.0 20.4
Créditos à Curto Pz. 65.212 100 1.9 57.124 -12.4 0.8 145.759 123.5 1.0
Despesas Antecipadas 7.252 100 0.2 19.409 167.6 0.3 25.325 249.2 0.2
Total Ativo Circulante 2.474.477 100 73.5 5.594.535 126.1 75.4 9.726.114 293.1 65.9

Realizável Longo Prazo 54.908 100 1.6 97.789 78.1 1.3 316.428 476.3 2.1
Ativo Permanente
Investimentos 175.991 100 5.2 318.693 81.1 4.3 889.852 405.6 6.0
Imobilizado 587.077 100 17.4 1.264.836 115.4 17.0 3.362.652 472.8 22.8
Diferido 72.015 100 2.1 146.596 103.6 2.0 452.799 528.8 3.1
Total Ativo Permanente 835.083 100 24.8 1.730.125 107.2 23.3 4.705.303 463.5 31.9

Total Ativo 3.364.468 100 100 7.422.449 120.6 100 14.747.845 338.3 100
Fonte: Prof. Almir Volpi

PASSIVO
Passivo Circulante 2000 AH% AV% 2001 AH% AV% 2002 AH% AV%
Fornecedores 812.592 100 24.2 1.641.873 102.1 22.1 3.799.612 367.6 25.8
Financiam. Empréstimo 868.241 100 25.8 2.604.803 200.0 35.1 4.820.423 455.2 32.7
Provisões; Obrg. Pag. 358.979 100 10.7 669.047 86.4 9.0 1.210.584 237.2 8.2
Total Passivo Circulante 2.039.812 100 60.6 4.915.723 141.0 66.2 9.830.619 381.9 66.7

Exigível Longo Prazo 90.482 100 2.7 462.526 411.2 6.2 582.222 543.5 3.9
Patrimônio Líquido
Capital Integral 276.750 100 8.2 414.000 49.6 5.6 984.375 255.7 6.7
Reserva de Capital 553.145 100 16.4 842.335 52.3 11.3 1.782.528 222.3 12.1
Reserva de Lucros 186.773 100 5.6 457.860 145.1 6.2 884.052 373.3 6.0
Lucro/Prejuízo Acumulados 217.506 100 6.5 330.005 51.7 4.4 684.049 214.5 4.6

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Total Patrimônio Líquido 1.234.174 100 36.7 2.044.200 65.6 27.5 4.335.004 251.2 29.4

Total Passivo 3.364.468 100 100 7.422.449 120.6 100 14.747.845 338.3 100
Fonte: Prof. Almir Volpi

Demonstração do Resultado do Exercício dos anos de 2000, 2001 e 2002.


DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
2000 AH% AV% 2001 AH% AV% 2002 AH% AV%
Vendas 4.597.096 100 100 9.087.758 97.7 100 19.835.154 331.5 100
– CPV 3.243.719 100 70.6 6.244.647 92.5 68.7 14.083.452 334.2 71.0
= Lucro Bruto 1.353.377 100 29.4 2.843.111 110.1 31.3 5.751.702 325.0 29.0
– Despesas Operacionais 1.073.422 100 23.4 2.256.705 110.2 24.8 4.586.452 327.3 23.1
± Resultado Part. Societária 68.003 100 1.5 61.105 -10.1 0.7 129.255 90.1 0.7
– Despesas Financ. Líquidas 24.230 100 0.5 105.995 337.5 1.2 1.119.323 4519. 5.6
= Lucro Operacional 323.728 100 7.0 541.516 67.3 6.0 175.182 -45.9 0.9
± Resultados Não Oper. 20.673 100 0.4 16.488 -20.2 0.2 48.819 136.1 0.2
± Saldo Correção 151.477 100 3.3 148.404 -2.0 1.6 2.215 -98.5 0.01
= Lucro Antes do IR 192.924 100 4.2 409.600 112.3 4.5 221.786 15.0 1.1
– Provisão p/ Imp. Renda 42.960 100 0.9 137.027 219.0 1.5 24.614 42.7 0.1
= Lucro depois do IR 149.964 100 3.3 272.573 81.8 3.0 197.172 31.5 1.0
– Participação & Contribuição 13.518 100 0.3 20.358 50.6 0.2 19.158 41.7 0.1
= Lucro Líquido 136.446 100 3.0 252.215 84.8 2.8 178.014 30.5 0,9
Fonte: Prof. Dr. Almir Volpi

Cálculo dos Índices:


PAINEL DE INDICADORES
Ítem Indicadores 2000 2001 2002
Indicadores de Liquidez
(1) Capital Circulante Líquido
(2) Liquidez Corrente
(3) Liquidez Seca
Indicadores de Atividade
(4) Giro de Estoques
(5) Prazo Médio de Cobrança
(6) Prazo Médio de Pgto
(7) Giro do Atv Total
Indicadores de Endividamento
(8) Participação de 3os
(9) Exigível P.L.
(10) Cobertura Juros
(11) Cobertura de pgto fixo
Indicadores de Lucratividade
(12) Margem Bruta
(13) Margem Operacional
(14) Margem Líquida
(15) Retorno sobre o Ativo (ROI)
(16) Retorno sobre o PL (ROE)
(17) Lucro por Ação
Prof. Dr Almir Volpi

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Conclusões:

A administração financeira é a área responsável pela gestão financeira cotidiana de


uma empresa. E o profissional que atua nesta área é o administrador de finanças que tem
o papel de analisar, planejar e controlar todos os recursos financeiros da empresa.

Para desenvolver o seu trabalho, o administrador de finanças precisa conhecer as


estruturas e finalidades de cada demonstração financeira e como saber analisar cada
uma delas. Além disso, deve estar muito bem informado sobre as mudanças no mercado
financeiro.

As demonstrações financeiras básicas são: Balanço Patrimonial (apresenta a


situação patrimonial da empresa confrontando com os seus Ativos e Passivos ou
Patrimônio Líquido); Demonstração do Resultado do Exercício (tem por finalidade
apresentar um resumo dos resultados financeiros das operações da empresa em um
determinado período); Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (relata como
o Capital Circulante da empresa foi utilizado ou modificado); Demonstração das Mutações
do Patrimônio Líquido (retrata as alterações ocorridas na conta durante o período).

As análises dessas demonstrações financeiras são divididas em:

 Situação financeira: apresentada pelos Índices de Liquidez (medem a capacidade


da empresa em honrar seus compromissos) e pelos Índices de Endividamento
(mostram as grandes linhas de decisões financeiras, em termos de origens e
aplicações de recursos);

 Situação econômica: apresentada pelos Índices de Rentabilidade (mostram qual a


rentabilidade dos capitais investidos) e pelos Índices de Atividade (mede a
velocidade com que as contas do Ativo Circulante são convertidas em vendas ou
interferem nas disponibilidades).

Estas análises oferecem uma visão clara da situação financeiro-econômica da

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empresa, identificando seus pontos fortes e fracos e mostrando sua evolução durante os
anos. Com as análises das evoluções da empresa é possível projetar situações que a
empresa pode vivenciar num futuro próximo. As análises da situação financeira e
econômica da empresa MOTORT. proporcionaram identificar os seus pontos fortes,
fracos, ameaças e oportunidades.

Sobre o exercício 02 (pg C1 – 36), vejamos as conclusões oferecidas pelo Professor


Volpi:

3.8 – Relatório de Análise

Observando a série histórica do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado da


Empresa Horse S/A, podemos considerar que:

a) Situação Econômica Financeira:

O crescimento das vendas líquidas foi de 97.7% em 1995 e 331.5% em 1996, tendo
como base o ano de 1995, indicando um aumento muito significativo para dois anos.
O quociente margem bruta (Lucro Bruto, após a absorção do CPV) foi de 29.4%,
31.3%, e 29.0% respectivamente, com uma pequena queda no último ano, porém, quase
constante devido à proporcionalidade do aumento do CMV.
O quociente margem operacional (Lucro Operacional após a absorção do CMV, e
das despesas operacionais e financeiras), foram de 7.0%, 6.0% e 0.9% respectivamente,
indicando uma queda brusca para o último ano, observamos aqui um grande
estrangulamento em virtude do grande aumento das despesas financeiras, visto que as
despesas operacionais se mantiveram praticamente no mesmo patamar.
O quociente margem líquida foi de 3.0%, 2.8% e 0.9% respectivamente; indicando
uma grande diminuição para o último período, já percebida na margem operacional,
agravado ainda pelo acumulo das contas: empréstimos, fornecedores, e exigível a longo
prazo. Outro aspecto agravante a ser verificado é que a empresa se sacrificou,
aumentando seu grau de imobilização justamente no último ano, o mais difícil, agredindo
as contas estoques, e capital integral. Isto pode ser evidenciado pelo aumento substancial

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do endividado com o decorrer dos anos, o que pode ser percebido na relação capital
próprio X capital de terceiros e ainda confirmado pelo indicador de endividamento geral
onde a empresa não possui ativos para saldar suas obrigações.

b) Situação Econômica:

Percebe-se neste caso que a empresa tem delapidado seus ativos. Do ano inicial de
análise para o último houve uma queda muito grande no valor do índice (ROI), o que
denota que houve um aumento na entrada de recursos de terceiros. Tal recurso deverá
ser remunerado o que obriga a empresa a executar maiores sacrifícios para pagamento
de juros. Porém o indicador ainda se mostra maior que 1, ou seja, ela ainda possui algum
ativo par garantir seus empréstimos. O que chama a atenção neste caso é a queda
vertiginosa de um ano para outro, indicando principalmente uma má administração de
recursos. Em relação ao capital próprio (ROE) percebe-se também uma queda no último
ano bastante acentuada decorrente de possíveis investimentos incorretos; inclusive até
mesmo percebido pelo aumento do imobilizado, o que produziu, neste primeiro instante,
baixa eficiência de suas atividades. É possível, porém, que ao se avaliar os indicadores
do ano seguinte, tal esforço em imobilizado possa ser traduzido em maiores volumes de
produção e vendas, e assim menor custo e maior lucratividade, mas isso não é possível,
agora, de ser calculado.

c) Situação Financeira:

A empresa tem diminuído sua liberdade financeira na tomada de decisões, pois o


seu endividamento tem aumentado e sua liquidez diminuindo. Isso pode ser verificado
pelo comportamento das contas que relaciona o capital de terceiros, ou seja o exigível
total em relação ao capital próprio. O aumento do índice demonstra claramente tal
inibição. Tal endividamento no futuro poderá provocar dificuldades na obtenção de
recursos (empréstimos) para financiamento de suas atividades (produção e pagamentos).
Vale salientar que o endividamento tem crescido e todos os indicadores de liquidez têm
caído. Percebe-se uma situação difícil evidenciada pelo CCL negativo apresentado no
último ano. Isso indica que a empresa apresenta um aperto substancial de caixa sem
condições de saldar suas dívidas de curto prazo. Percebe-se ainda que a empresa esteja

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iniciando uma dependência para financiar seu ativo circulante. Ainda que sejam feitos
esforços para aumentar o prazo de pagamento e o diminuir o prazo de estocagem e
cobrança, tal atitude respondeu com poucos benefícios, pois a conta estoque tem
aumentado juntamente com a conta duplicatas a receber o que denota que a empresa
está financiando seu estoque ou vendendo mal suas mercadorias.

DICAS PARA A ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO DE ANÁLISE:

 Use de uma linguagem fácil, nem todos os usuários conhecem a linguagem técnica
da área de finanças, este documento pode parar na mão do vice Presidente e ele é
um Engenheiro civil.
 Na elaboração do relatório, relate apenas as suas conclusões factíveis, visando
auxiliar o usuário na tomada de decisão.
 Formate o relatório de acordo com a necessidade do usuário. Apresente
informações sobre a situação da empresa, seu desempenho e sobre as tendências
futuras.
 Fornecedores e bancos comerciais utiliza-se de relatórios breves e concisos.
 Quando se elabora uma análise dessa natureza é obvio que alguém ou alguma
parte se interessará pela rentabilidade e lucros. Desta forma é de primordial
importância elaborar um pequeno cenário de tendência futura da empresa.
 Não se esquecer jamais que esta análise sozinha tem pouco valor. Precisamos
juntar mais informações pertinentes ao mercado, ramo de atuação, segmento alvo
para conhecermos qual é o comportamento das empresas deste setor. Pode-se as
vezes lidar com fatores estranhos para um determinado ramo e completamente
estranho ou divergente para outros.

OS PRINCIPAIS INTERESSES NA VISUALIZAÇÃO DE UM RELATÓRIO SÃO:

 Se a empresa tem ou não capacidade de pagar suas contas e duplicatas em dia.


Tal visualização é possível através da avaliação dos indicadores de liquidez.
 Se a situação da liquidez (seja ela favorável ou desfavorável), vai perdurar por
muito tempo ou se é passageira; quando a situação da liquidez for desfavorável, se

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há tendência para a reversão do quadro em pouco tempo (esta constatação pode


ser visível por meio da análise dos indicadores de Rentabilidade).
 Se, em situações inesperadas, terão ou não condições de levantar recursos junto a
instituições financeiras, isto é, se o cliente encontra-se ou não em condições de
endividamento saudável ou no caso complicado de comprometimento de ativos
para pagamentos das dívidas.
 Apresentam tendências falimentares (esta verificação poderá ser executada pela
análise dos indicadores de estrutura de capitais).
 Tem-se ou não solidez financeira, isto é se o grau de liquidez apresentado permite
a concessão de empréstimos vencíveis e em que prazo será passível os
pagamentos. Isto pode ser observado pela análise do indicador de liquidez seca.
 Se tem garantias para oferecer caso algum credor exija seus direitos no momento
de negociação da dívida.
 Se o comportamento do grau de endividamento tem se mostrado favorável ou não
a uma recuperação da empresa, ou se ele denota um agravamento da tendência
do aumento da dívida ou do exigível em longo prazo.

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Bibliografia:

1) SOBRINHO, José Dutra Vieira. Matemática Financeira. 7ª edição. São Paulo: Atlas, 2000.
2) GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 3ª Edição. São Paulo:Harbra
1987.
3) GOMES, Joel Oliveira. Curso de Matemática Financeira com a HP-12C. Apostila. Santos-SP,
2010.
4) http://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=5&ved=0CFkQFjAE&url=http%
3A%2F%2Fwww.portalprudente.com.br%2Fapostilas%2FAdm%2520de%2520Empresas%2FAdmin_C
05_FinancOrcament_Arruda.doc&ei=z-
8VULSSAome8gTFhICYBA&usg=AFQjCNGx_ZGRt7Rg3X8sS6DbUKS3YjugLg 23:00 hs –
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5) http://arquivos.unama.br/nead/gol/gol_mkt_6mod/adm_financeira_orcamentaria/pdf/aula07.pdf
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6) BRAGA, Roberto. Fundamentos de Administração Financeira. S. Paulo: Atlas, 1995
7) http://contador.nacumbuca.com/2009/05/analise-horizontal.html . Blog do Prof. Edson Gonçalves
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8) http://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&ved=0CFIQFjAB&url=http%
3A%2F%2Fwww.grupos.com.br%2Fgroup%2Ffinanceira.unipalmares%2FMessages.html%3Faction%3
Ddownload%26year%3D08%26month%3D9%26id%3D1220559869633821%26attach%3D&ei=9GMX
UO6yIZGG8QTp6oGgDA&usg=AFQjCNGPHgnPUCXVJJodwv9aUPvd3XFGzg 01:52 hs – 31/07/12
9) VOLPI, Almir. Administração Financeira e Orçamentária. Apostila: 2005
10) http://pt.scribd.com/doc/62038884/66/ANALISE-VERTICAL FGV: 00:44 – 08/10/2012
11) SALIMENO,Carlos R. Administração Estratégica Financeira e Orçamentária. Editora STS: São
Paulo, 2007
12) Volpi, Almir. Análise de Custos e Formação de Preços. Apostila. Pós graduação UNICASTELO:
2009
13) SANVICENTE, A. Z. Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 1995.
14) HUMMEL, P.R.V. Análise e decisão sobre investimentos e financiamentos. São Paulo: Atlas,
1992.
15) CLAUDEMIR LUIZ HORN. APOSTILA 2. UNICA – União de Ens.Superior de Cafelândia
16) ESPÍNDOLA, Fábio. Monografia. www.monografias.brasilescola.com/administracao-
financas/estrutura-analise-financeiroeconomica-das-demonstracoes-.htm 03:08hs 22/10/12
17) ABREU, José Carlos. Apostila de Administração Financeira. http://www.uff.br/sta/textos/jc010.doc
16:20 Hs, 15/01/2013.

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