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ILUMINAÇÃO INDUSTRIAL

Um bom projeto de iluminação requer a observação dos seguintes pontos:


 Nível de iluminamento suficiente para cada atividade específica;
 Distribuição espacial da luz sobre o ambiente;
 Escolha da cor da luz e seu respectivo rendimento;
 Escolha apropriada dos aparelhos
de iluminação;
 Tipo de execução do teto, paredes e
piso.

Conceitos
Temperatura de cor
É uma analogia entre a cor da luz
emitida por um corpo de prova
metálico aquecido até a temperatura
especificada em Kelvin e a cor da luz
emitida por diversos tipos de
lâmpadas.
Índice de reprodução de cores (IRC)
Quanto mais próximo este índice for mais próximo de 100 (luz solar), mais fielmente as
cores dos objetos serão vistas pelo olho humano.
Tabela 07 – IRC e aplicações.
IRC Aplicações
IRC ≥ 80 Indústrias têxteis, gráficas ou de tintas, galerias de arte, museus, hospitais,
joalherias, residências e restaurantes.
60 ≤ IRC < 80 Indústria leves, escritórios, escolas e magazines.
IRC < 60 Ruas, canteiros de obras, estacionamentos.

Fluxo luminoso (Ø)


É a quantidade total de luz visível que uma fonte luminosa irradia.
Unidade: lúmens (lm)

Iluminância ou iluminamento (E)


É a relação entre o fluxo luminoso e a área em que a luz incide.
Unidade: lux.
onde:

= Ø = fluxo luminoso (lm);
 S = área (m²).
Tabela 08 – Níveis de iluminamento. O iluminamento pode ser medido por um
Situação Iluminância (lux) instrumento chamado luxímetro.
Dias ensolarados 20.000 a 100.000
Noite de lua cheia 0,25
Luz das estrelas 0,01

Eficiência luminosa ou rendimento (η)


É dada pela relação entre o fluxo luminoso (lm) e a potência consumida (W).
Unidade: lm/W.

=

onde:
Ø = fluxo luminoso (lm);
P = potência consumida (W).
Lâmpadas
Lâmpada incandescente
O princípio de funcionamento se baseia na
circulação de corrente através de um fio de
tungstênio espiralado provocando sua
incandescência.

Lâmpadas halógenas
São lâmpadas incandescentes, nas quais, visando a melhoria da eficiência luminosa,
adiciona-se um gás halógeno (iodo ou bromo).

Lâmpadas de descarga
São lâmpadas que emitem luz pela excitação de um gás ionizado quando submetido à
corrente elétrica.
Tipos:
 Fluorescente;
 Mista;
 Vapor de mercúrio;
 Multivapor metálico;
 Vapor de sódio.
Lâmpadas fluorescentes: possuem em seu interior vapor de mercúrio (ou argônio) em
baixa pressão. Quando esse gás é excitado por uma corrente elétrica ele emite
radiação ultravioleta (invisível). Para torná-la visível, o bulbo é recoberto por um pó
com cristais de fósforo. Necessita de equipamentos auxiliares, como reator e starter,
este último, cada vez mais em desuso.
Fluorescente tubular: utilizada principalmente na iluminação comercial e
industrial. Disponíveis com diâmetro de 32 mm (T10), 26 mm (T8) e 16
mm (T5). Esta última representa a nova geração de lâmpadas
fluorescentes com excelente desempenho e reprodução de cores. Devido
ao seu comprimento diferenciado, não pode ser utilizada nas mesmas
luminárias das anteriores.

Fluorescente circular: em formato circular, pode ser utilizada em


substituição às lâmpadas incandescentes.

Fluorescente compacta: podem ser do tipo integrada (reator incorporado


à lâmpada) ou do tipo não integrada (reator independente).
Desenvolvidas para substituir as lâmpadas incandescentes.
Tabela 09 – Informações técnicas de lâmpadas fluorescentes T5.
Tabela 10 – Informações técnicas de lâmpadas fluorescentes T10 e T8.
Outras lâmpadas de descarga

Lâmpada mista: consiste de um tubo de descarga preenchido com vapor


de mercúrio em série com um filamento de tungstênio. Não necessita de
reator. Disponível apenas em 220 V.

Lâmpada de vapor de mercúrio: composta por um tubo de quartzo, tendo


em cada extremidade um eletrodo de tungstênio, no qual se dá a
descarga. Necessita de reator. Disponível apenas em 220 V.

Lâmpada de vapor de sódio: composta por um tubo de descarga de óxido


de alumínio e preenchido por uma mistura de sódio e mercúrio. Necessita
de reator e ignitor. Podem ser de baixa ou de alta pressão. Disponível
apenas em 220 V.

Lâmpada de multivapor metálico: é um tipo particular de lâmpada a


vapor de mercúrio em que são adicionados iodeto de índio, tálio e sódio.
Possuem alta eficiência energética e excelente reprodução de cores.
Tabela 11 – Informações técnicas de lâmpadas mistas.
Potência Temperatura Fluxo Eficiência
Base IRC
(W) de cor (K) luminoso (lm) luminosa (lm/W)
160 E27 3600 3150 19 63
250 E27 3400 5500 21 63
250 E40 3400 5500 21 63

Tabela 12 – Informações técnicas de lâmpadas a vapor de mercúrio.


Potência Temperatura Fluxo Eficiência
Base IRC
(W) de cor (K) luminoso (lm) luminosa (lm/W)
80 E27 4200 3600 44,5 45
125 E27 4200 6200 50 46
250 E40 4100 12700 51 45
400 E40 4200 22000 55 50
Tabela 13 – Informações técnicas de lâmpadas a vapor de sódio.
Potência Temperatura Fluxo Eficiência
Base IRC
(W) de cor (K) luminoso (lm) luminosa (lm/W)
70 E27 2000 6600 91 25
100 E40 2000 10700 106 25
150 E40 2000 17700 116 25
250 E40 2000 33300 130 25
400 E40 2000 56500 142 25

Tabela 14 – Informações técnicas de lâmpadas a vapor metálico.


Potência Temperatura Fluxo Eficiência
Base IRC
(W) de cor (K) luminoso (lm) luminosa (lm/W)
250 E40 4200 20000 95 85
400 E40 4200 35000 95 85
Tabela 15 – Comparativo entre lâmpadas (cont.).
Rendimento Vida
Tipo IRC Aplicação Observação
(lm/W) útil (h)
Locais que necessitem
Não necessita de
de uma grande
equipamentos
Mista 25 62 9.000 quantidade de luz, não
auxiliares
se preocupando com a
eficiência do sistema
Vapor de Galpões industriais, Necessita de
55 40 16.000
mercúrio iluminação pública reator
Iluminação pública e
Necessita de
Vapor de sódio 120 25 32.000 locais que priorizem a
reator e ignitor
eficiência do sistema
Iluminação comercial,
fachadas, monumentos, Necessita de
Vapor metálico 95 85 20.000
galpões industriais e reator e ignitor
esportiva (estádios)
Tabela 15 – Comparativo entre lâmpadas (cont.).
Rendimento Vida
Tipo IRC Aplicação Observação
(lm/W) útil (h)
Iluminação comercial,
Fluorescente Necessita de
65 70 7.500 residencial, industrial,
comum reator
etc.
Iluminação comercial,
Fluorescente Necessita de
100 85 24.000 residencial, industrial,
especial reator
etc.
Iluminação comercial,
Fluorescente Necessita de
65 80 8.000 residencial, industrial,
compacta reator
etc.
Em geral, não
Iluminação comercial,
necessitam de
LEDs 210 90 50.000 residencial, industrial,
equipamentos
etc.
auxiliares

Luminárias
Têm por função proteger as lâmpadas, orientar o fluxo luminoso, manter uma boa
conexão elétrica e mecânica entre as lâmpadas e dispositivos auxiliares e, em alguns
casos, efeito decorativo.
Equipamentos auxiliares
Reatores: são dispositivos utilizados para proporcionar a partida das lâmpadas de
descarga e controlar o fluxo de corrente no seu circuito. Podem ser eletromagnéticos
ou eletrônicos.
Starters: são responsáveis pela formação inicial do arco entre os eletrodos da
lâmpada de descarga. Utilizados somente com reator eletromagnético.
Ignitores: têm por função fornecer um pulso de tensão que ionize os gases
internamente ao tubo de arco da lâmpada.
Transformadores: utilizados em lâmpadas que possuem tensão diferente da rede.

Reatores eletromagnéticos. Reator eletrônico. Starter.

Ignitor. Transformador.
Iluminância de interiores
Para que os ambientes sejam iluminados adequadamente é necessário que o
projetista adote os valores estabelecidos pela NBR 5413/1992 – Iluminância de
Interiores.
Tabela 16 - Iluminância por classe de tarefas visuais.
Tabela 17 – Iluminâncias mínimas.
Tabela 17 – Iluminâncias mínimas (cont.).
Tabela 17 – Iluminâncias mínimas (cont.).
A norma apresenta três valores de iluminância. Para decidir qual nível deve ser
adotado, os seguintes parâmetros devem ser observados:
Tabela 18 – Fatores para determinação da iluminância.
Peso -1 0 +1
P1: Idade dos usuários Idade < 40 anos 40 ≤ Idade ≤ 55 anos Idade > 55 anos
P2: Velocidade e
Sem importância Importante Crítica
precisão
P3: Refletância do
Refletância > 70% 30% ≤ Refletância ≤ 70% Refletância < 30%
fundo da tarefa

P = P1 + P2 + P3
Tabela 19 – Relação entre P e o valor a ser adotado.
P Iluminância
-3 ou -2 Valor mínimo
-1, 0 ou +1 Valor médio
+2 ou +3 Valor máximo
Método Philips
É baseado na determinação do fluxo luminoso necessário para se obter um
iluminamento médio desejado no plano de trabalho.
∙
∅ =

onde:
ØT = fluxo luminoso total (lm);
S = área (m²);
E = iluminância (lux);
Fu = fator de utilização;
Fd = fator de depreciação.

Fator de utilização
O fator de utilização depende dos seguintes fatores:
 Da lâmpada e da luminária;
 Da área e da geometria do recinto;
 Dos fatores de reflexão das superfícies (teto, parede e piso).
A influência da área e da geometria do local é dada pelo fator do local (K):
∙
=
( + ) ∙ 
onde:
C = comprimento (m);
L = largura (m);
H = distância entre a luminária e o plano de
trabalho.

Devem ser considerados ainda os fatores de


reflexão do teto, das paredes e do piso.
Representação do pé direito útil.

Tabela 20 – Fatores de reflexão (Método Philips).


Superfície Branco Claro Médio Escuro
Teto 70 50 30 -
Parede 50 30 10 -
Piso - - - 10
Sabendo-se o fator K, as refletâncias de teto, paredes e piso, o fator de utilização é
determinado consultando-se as tabelas a seguir.
Tabela 21 – Fatores de utilização – IMR

2x32W e 2x110W - Sobrepor

Tabela 22 – Fatores de utilização – GMST

2x28W - Sobrepor
Tabela 23 – Fatores de utilização – CL-16

1x250W

Tabela 24 – Fatores de utilização – CL-22

1x400W
Fator de depreciação
Corresponde ao quanto de perda de fluxo luminoso existe no sistema dependendo do
período de manutenção.
Tabela 25 – Fatores de depreciação.
Ambiente Período de manutenção
2.500 h 5.000 h 7.500 h
Limpo 0,95 0,91 0,88
Normal 0,91 0,85 0,80
Sujo 0,80 0,66 0,57

Quantidade de luminárias
A quantidade de luminárias é dada por:
∅
=
∅
onde:
N = quantidade de luminárias;
ØT = fluxo total (lm);
ØL = fluxo da luminária (lm).
Distância máxima entre luminárias
Tabela 26 – Distância máxima entre luminárias.
Altura do local Distância máxima
H’ > 10 m d ≤ 1,2 · H
4 < H’ ≤ 10 m d ≤ 1,5 · H
H’ ≤ 4 m d ≤ 1,6 · H
onde:
H’ = pé direito (m);
H = distância entre luminária e o plano de trabalho (m).

A distância entre a luminária e a parede deve ser a metade da distância entre


luminárias.
Método Lumicenter

Fator de depreciação: Fd = 0,85 Tabela 27 – Fatores de reflexão (Método Lumicenter).


Totalmente
Índice do ambiente: Superfície Branco Claro Escuro
escuro
5 ·  · ( + ) Teto 70 50 30 0
 = Parede 50 30 10 0
·
Piso - - 20 0

Tabela 28 – Fatores de utilização – CAN06-S.

CAN06-S 2x28W
Tabela 29 – Fatores de utilização – CES01-P1E27.

CES01-P1E27

Tabela 30 – Fatores de utilização – CES01-P1E40.

CES01-P1E40
Exercícios
1. Calcule o número de luminárias de um depósito de armazenamento de volumes
grandes e faça o esboço da distribuição destas sabendo que:
 Idade dos usuários: inferior a 40 anos;
 Velocidade e precisão: sem importância;
 Refletância do fundo da tarefa: 30%;
 Dimensões (C x L x H’) = 40 m x 20 m x 6 m;
 Altura do plano de trabalho = 0,80 m.
 Luminária CL-22 com 1 lâmpada a vapor de mercúrio de 400W;
 Teto e paredes claros e piso escuro;
 Ambiente sujo com período de manutenção a cada 7.500 h.

2. Repetir o exercício anterior utilizando a luminária CES01-P1E40 da Lumicenter com


1 lâmpada a vapor metálico de 400 W.
3. Calcule a quantidade de luminárias modelo IMR 2x110W para iluminação geral de
um setor de soldas e esboce a distribuição das luminárias. Considere: idade dos
usuários < 40 anos, velocidade e precisão críticas, refletância do fundo da tarefa <
30%, C x L x H’ = 10 x 10 x 4 m, altura do plano de trabalho de 0,80 m, teto e paredes
claras e piso escuro, ambiente sujo com período de manutenção a cada 7.500 h.

4. Repita o exercício anterior utilizando a luminária CAN06-S da Lumicenter com 2


lâmpadas fluorescentes TL5-28W-HE/840 de 28W. Considere que a distância do teto à
luminária seja de 1 m.

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