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DEPARTAMENTO DE GEO-

CIENCIAS
Disciplina: Fluídos de Perfuração e Completação de Poços
Curso: Engenharia de Produção e Prospecção de Petróleo e Gás
Ano: 3º
Docente: José Poba
 1. Sistema de circulação de Fluídos

1.1. Introdução

As operações de perfuração de poços de petróleo e gás veem


superando grandes desafios com passar dos tempos, pois atual mente
com desenvolvimento das tecnologias tornou se possivel perfurar poços
com profundidades, condições geofísicas e geoquímicas anteriormente
impensáveis.
Para realização das operações de perfuração, as plataformas
funcionam sob dependência de vários sistemas inter-relacionados umas
das outras, dentre os quais podemos destacar: sistema de geração de
energia, sistema de elevação de carga, sistema de rotação e o
sistema de circulação de fluídos. Mas para esta aula ater-nos-emos em
sistema de circulação de fluídos.
 1.1.2. Funcionamento do sistema de circulação de fluídos

1. Fase de injecção;

2. Fase de retorno;

3. Fase de tratamento.
1.3. Equipamentos do sistema de circulação de fluídos

1.3.1. Fase de injecção

a) Bombas de lama

Responsáveis pelo fornecimento de energia ao fluido para a circulação.


São bombas volumétricas alternativas de pistões horizontais constituídas
fundamentalmente de 2 partes:

- Parte mecânica (power end): recebe a energia de acionamento na


forma rotativa e a transforma em movimento alternativo;
- Parte hidráulica (fluid end): onde a potência mecânica alternativa é
transferida ao fluido na forma de pressão x vazão.
O acionamento é feito por motores independentes, tanto nas sondas
diesel-elétricas como nas mecânicas.
 Tipos de bombas de lama

- Duplex: possuem 2 cilindros horizontais, ou seja, 2 pistões, de


duplo efeito; o bombeamento é realizado nos 2 sentidos do curso do
pistão. Assim, em cada cilindro, enquanto num dos lados do pistão
se está succionando, no outro se está descarregando;
- Triplex: com 3 pistões de simples efeito: apenas na face anterior
do pistão se succiona e se descarrega. As bombas triplex vêm
substituindo gradativamente as duplex de mesma potência, pois são
menores, mais leves e tem custo menor, tanto de aquisição como de
manutenção.
b) Linha de descarga – é o tubo que recebe o fluxo de lama da
bomba e o canaliza para os equipamentos subssequente;
c) Tubo Bengala (standpipe) / Mangueira de lama – é um tubo
vertical fixado à torre. Conjuntamente com a mangueira de lama,
que é uma mangueira flexível, permitem que se bombeie lama em
qualquer altura dentro da faixa de movimentação do swivel.
d) Cabeça de injecção ou Swivel – é o equipamento que separa os
elementos rotativos daqueles estacionários na sonda de perfuração,
assim sendo a parte superior conectada á mangueira de lama não
gira e a parte inferior conectada gira acompanhando o movimento
rotativo da coluna de perfuração.
e) Haste (Kelly) – é o elemento que transmite a rotação
proveniente da mesa rotativa para a coluna de perfuração.
f) Coluna de perfuração - a coluna de perfuração é formada pela junção
de vários elementos tubulares e tem as funções de aplicar peso sobre a
broca, transmitir rotação para a broca no método rotativo convencional,
permitir a circulação do fluido de perfuração até a broca. A coluna de
perfuração é constituída por seguintes elementos:

- Tubos de perfuração (drill pipes): São tubos de aço, sem


costura, com uniões cônicas soldadas em suas extremidades
tratados internamente com aplicação de resinas para diminuição
de desgaste interno e corrosão;
- Tubos pesados (Heavy Weight Drill Pipes): são elementos
tubulares de aço forjado e usinado que têm como função principal
promover uma transição de rigidez entre os comandos e os tubos
de perfuração evitando falhas e fadiga;
- Comandos (drill collars): são elementos tubulares de aço
forjado e usinado de parede espessa, colocados logo acima da
broca. Função: fornecer peso sobre a broca e prover rigidez à
coluna, o que resulta num melhor controle da trajetória. Não
possuem uniões cônicas (tool joints), sendo as roscas fabricadas
junto com o tubo.
g) Broca (Drill Bit) – é o equipamento que tem a função de
promover a ruptura e a desagregação das rochas ou formações.

Dois tipos de brocas: sem partes móveis e com partes móveis


1) Brocas sem partes móveis – não existem partes móveis e
rolamentos diminui a possibilidade de falhas.
Principais tipos: integral de lâminas de aço, diamantes naturais e
diamantes sintáticos (PDC/TSP).
2) Brocas com partes móveis – as brocas com partes moveis
podes ter de um a quatro cones, sendo as mais usadas brocas
tricônicas pela sua eficiência e baixo custo inicial em relação as
outras.
1.3.2. Fase do retorno

O fluído da coluna de perfuração passa pelos jatos da broca para


o espaço anular, e do espaço anular chega até a superficie pela linha
de retorno levando consigo os cascalhos do fundo do poço, onde o
fluído da linha de retorno é depositado na veneira vibratória.
Espaço anular: é o espaço entre a coluna de perfuração e a perede
do poço ou revestimento.
Linha de retorno: é o tubo que recebe o fluído do espaço anular e
e o deposita na peneira vibratória.
1.3.3. Fase de tratamento e/ou condicionamento do fluido
de perfuração

Esta fase consiste na eliminação de sólidos ou gases incorporados


ao fluído durante a perfuração e, quando necessário na adição de
produtos químicos, para o reajuste das suas propriedades.
a) Peneira vibratória: processa a separação dos
sólidos mais grosseiros (cascalhos e grãos maiores
que areia). É equipada com telas de aberturas que
variam de acordo ao tipo de rocha perfurada. Com o
movimento vibratório, os cascalhos “andam” pela
tela inclinada até um defletor que os descarta. Os
sólidos que passam através das telas são removidos
por decantação no primeiro tanque de lama do
sistema.
b) Desareiador: conjunto de 2 á 4 hidrociclones de
8” ou 20” que são responsaveis por retirar areia do
fluído. O fluxo desce de forma espiralado pela parede
cônica até a abertura inferior, quando inverte o
sentido e passa a subir espiraladamente pela parte
central do hidrociclone. As partículas sólidas, devido
à sua maior massa e forças inerciais, não invertem o
fluxo e continuam o movimento espiralado para
baixo até serem descartadas pelo desareiador.
c) dessiltador: é um conjunto de 8 a 12
hidrociclones de 4”ou 5”, cuja a função é
descartar partículas de dimensões menores
ao silte ou seja menores que 74 microns
que tenham passado pelo desareiador.

Por norma a seguir tem um mud cleaner, cujo equipamento, nada


mais é que um dessiltador com peneira que permite recuperar
partículas sólidas. Parte deste material é descartado e, a outra parte
retorna ao fluído, reduzindo assim gastos com aditivos
d) Desgaseificador: composto por um
motor elétrico ligado por um eixo vertical
a uma bomba centrífuga submersa no
tanque de lama diretamente sobre uma
placa de desgaste. Esse impacto forma um
leque circular de spray de lama,
desprendendo o gás. A lama desliza pela
parede interna e segue por gravidade a
calha de descarga, retornando para o
tanque.

e) Misturadores: servem para homogeneizar a lama nos tanques.


Podem ser de 2 tipos: agitadores de fundo ou pistola de lama. No
primeiro, um motor elétrico aciona um eixo vertical cuja extremidade
inferior, acoplada a um conjunto de palhetas, fica submersa no
tanque. No segundo, a pistola de lama é um tubo colocado na borda
do tanque com um jato na extremidade. A lama é injetada através de
uma bomba centrífuga para o tanque, provocando turbulência.
f) Funil de mistura: ligado ao compartimento do tanque de sucção e
serve para adicionar aditivos em pó ao fluido de perfuração. Possui
uma restrição ao fluxo bem abaixo da extremidade inferior o que
aumenta a turbulência na lama ao receber o material pelo funil
provocando a mistura.

g)Tanques de lama: feitos de chapas de aço, armazenam a lama na


superfície. São interligados entre si por tubos de aço ou mangotes
flexíveis e conectados aos equipamentos do sistema de tratamento.
Em suma, todos os equipamentos descritos no sistema de
circulação da lama têm como objectivo principal fazer
circular a lama de perfuração e tornar a operação de
perfuração economicamente eficiente e segura por tanto, cada
equipamento deste sistema é indispensável pela
especificidades das sua funções.

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