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São Paulo, 31 de outubro de 2018 PRODUZIDO POR

Rally da Pecuária
revela que a
produtividade
aumentou.
Mas ainda há
muito o que
melhorar.

Para mais notícias, acesse:

especiais.estadao.com.br/canal-agro

Solução que
vem das pedras
Pó de rochas é uma alternativa promissora para reduzir
a dependência da importação de fertilizantes e aumentar
FOTOS: IGETTY IMAGES

a competitividade da agricultura brasileira


Este material é produzido pelo Media Lab Estadão.
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BOVINOCULTURA

Em 2017, o rebanho bovino


comercial brasileiro totalizava
220 milhões de cabeças
FONTE: CNA

pleto ultrapassa 20 arrobas por hectare/


ano, índice que coloca boa parte dos pro-
dutores brasileiros em uma situação deli-
cada. “A tendência é eles não suportarem
a queda de margem em uma atividade
de baixa rentabilidade. Os mais eficien-
tes tendem a colocar mais produtos no
O rally percorreu 57,3 mil km em mercado e, ao longo dos anos, os preços
11 estados. As equipes visitaram devem se ajustar a eles, que sustentam
128 fazendas, interagiram com mais de preços mais baixos. Produtores com bai-
1.600 produtores e analisaram xa produtividade não resistem, sucateiam
158 amostras de pastagens a fazenda e tendem a ficar sem recursos
para honrar as contas”, diz Nogueira.
As informações levantadas pelo Rally

Raio X da pecuária brasileira


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da Pecuária mostram a necessidade de
políticas públicas que disseminem novas
tecnologias a esses pecuaristas, evitando
O 8º Rally da Pecuária, expedição técnica que avalia as condições da bovinocultura que sejam excluídos da atividade. Além
disso, a expedição evidenciou a neces-
de corte no País, revela que a produtividade aumentou para 10,3 arrobas por sidade de investimento em gestão nas
hectare/ano. Os pecuaristas, porém, ainda têm muito a melhorar propriedades rurais. Sem um acurado

Suzuki
controle gerencial, o criador não tem co-

A
produtividade média do público dutores e analisaram 158 amostras de nos últimos 100 dias. Eles costumam en- mo comprovar a rentabilidade, melhorar
visitado pelo 8º Rally da Pecuária, pastagens. O resultado revela um Brasil viar o gado para o abate com cerca de 2 a eficiência e obter financiamentos. Não
expedição técnica privada orga- de contrastes, evidenciado pelo gráfico anos e possuem controle minucioso de por acaso, a JBS – uma das patrocinado-
nizada pelas consultorias Agroconsult que divide o público em quatro grupos, custos e da gestão da fazenda. ras do Rally – escolheu o tema como foco
e Athenagro, subiu de 8,3 arrobas por de acordo com a produtividade (veja Na outra ponta, os pecuaristas menos de sua comunicação com os produtores
hectare/ano, em 2017, para 10,3 arro- abaixo). A parcela de pecuaristas mais produtivos apresentam índice de 2,41 este ano. “Sem gestão, eles não percebem
bas/ano em 2018. O índice é medido em produtivos produz 36 arrobas por hecta- arrobas por hectare/ano. Eles fazem a o que deve ser feito”, comenta Fábio Dias,
ciclo completo, ou seja, em pecuaristas re/ano. São criadores que investem em chamada pecuária extensiva e deixam o diretor de Relacionamento com o Pecua-
que trabalham com cria, recria e engorda. tecnologia, como genética do rebanho; gado no pasto para engordar, mas não rista da divisão de Carnes da JBS.
“A produtividade média do Brasil está em em adubação e manejo de pastagem; e adubam nem se preocupam com o ma-
4,5 arrobas por hectare/ano; a do Rally é em complementação alimentar, sobre- nejo da pastagem. Muitos deles também
o dobro da nacional, mas também é baixa tudo no período de seca e terminação não oferecem complementação alimen- Durante a expedição,
se comparada com os 25% de pecuaristas intensiva a pasto (TIP) ou confinamento tar no período de seca, quando a pas- vários drones foram
mais eficientes, que produzem 36 arrobas tagem fica escassa. Assim, o gado leva utilizados para
por hectare/ano”, explica Maurício Palma cerca de cinco anos para ganhar peso e registros fotográficos
Nogueira, diretor da Athenagro e coorde- PÚBLICO SEGMENTADO
POR NÍVEL DE
35,99 ir ao abate. Esses produtores não pos-
nador do Rally da Pecuária. suem controle de custos ou ferramentas
O aumento de produtividade é atribuí- PRODUTIVIDADE de gestão na propriedade.
do à decisão dos pecuaristas, que, mes- Arroba por hectare/ano
mo com margens reduzidas, não redu- CONCENTRAÇÃO DO SETOR

FOTOS: DIVULGAÇÃO RALLY DA PECUÁRIA


ziram o pacote tecnológico aplicado à O rebanho bovino comercial do Brasil, se-
atividade. A expedição, que avalia a pe- gundo a Confederação Nacional da Agri-
cuária de corte nacional, percorreu, en- cultura e Pecuária, é o maior do mundo,
tre 18 de junho e 31 de agosto deste ano, 10,46 com 220 milhões de cabeças em 2017. De
57,3 mil quilômetros em 11 estados. As
2,41 5,73 acordo com a Athenagro, a pecuária pas-
equipes do 8º Rally visitaram 128 fazen- sa a ser competitiva em relação à agri-
das, interagiram com mais de 1.600 pro- 25% 25% 25% 25% cultura quando a atividade em ciclo com-

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CAPA

Antônio Galvan, presidente da Associa-


ção dos Produtores de Soja e Milho do
Mato Grosso (Aprosoja – MT). “Em mé-
dia, os fertilizantes respondem por cer-
ca de 20% a 25% do custo do hectare de
soja”, complementa.
O insumo é essencial para a agricultu-
ra tropical, em que a alta intensidade de
chuva lava os terrenos, e o uso intensivo
da terra torna os solos lixiviados. Neste
contexto, os agricultores têm buscado
alternativas para evitar que o lucro por-
teira adentro seja corroído pela alta dos
adubos. A rochagem, também conhecida
como remineralização do solo, é a mais
promissora e tem sido alvo de pesquisas
da Embrapa e do Serviço Geológico do
Brasil, conhecido como CPRM, desde o
final da década de 90. Trata-se da utili-
zação do pó de rochas regionais como
fertilizantes nas lavouras.
O insumo foi batizado como agromine-

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ral e reconhecido pelo Ministério da Agri-
cultura como fertilizante na Lei 12.890,
de 2013, regulamentada em 2016. Até
então, a legislação só considerava os
adubos químicos solúveis, o conhecido
NPK (nitrogênio, fósforo e potássio). “Os
remineralizadores fornecem nutrientes

Aliança
e melhoram a qualidade do solo. Even-
tualmente, podem substituir adubos,
mas, em geral, são complementares aos
produtos usados para manejar a fertili-

Rochagem para
dade”, diz o geólogo Éder de Souza Mar-
tins, pesquisador da Embrapa na área de
Agrogeologia. “Uma das consequências
Caminhão aplica do uso de agrominerais é aumentar a efi-
pó de rocha, o

reduzir custos
ciência de nutrientes, que é muito baixa
subproduto da na agricultura brasileira”, explica Martins.
mineração que
pode ser um aliado
DIVULGAÇÃO

VANTAGEM AMBIENTAL
do agricultor A função do pó de rocha é remineralizar o
solo, ou seja, repor os minerais que o ter-
reno perdeu e que podem disponibilizar

G
arantir um ambiente produtivo vésperas do primeiro turno das eleições. nutrientes para plantas. É bom lembrar
A técnica, também saudável para a agropecuária na- A greve dos caminhoneiros também pe- que tanto os fertilizantes solúveis quan-
conhecida como cional é um dos desafios do novo sou na conta: resultou no tabelamento to os agrominerais são provenientes de
governo e será tema do Summit Agro- do frete e elevou os preços dos fertili- rochas. No primeiro caso, o fósforo e o
remineralização do negócio 2018, que acontecerá em 13 de zantes no mercado interno, o que levou potássio são extraídos com o emprego
solo, é uma alternativa novembro, no hotel Hilton Morumbi, na uma parcela de produtores – aquela que de ácidos. Depois, a indústria prepara o
promissora para capital paulista. O Brasil importa entre tinha falta de recursos e deixou para produto na formulação demandada pelo
80% e 90% da matéria-prima de ferti- comprar na última hora – a reduzir a cliente. Por um lado, os adubos solúveis
diminuir a dependência lizantes que utiliza. Essa dependência quantidade aplicada. são facilmente absorvidos pelas plantas.
da importação de impacta os custos de produção do agri- “O adubo mais usado na soja, que é Por outro, devido à solubilidade, tendem
cultor, uma vez que o insumo é cotado a formulação 18-18 de fósforo com po- a ir embora com a primeira chuva, en-
matéria-prima para a em dólar, moeda que saltou de R$ 3,20 tássio, teve um aumento, em reais, de chendo de nutrientes os cursos d`água
formulação de fertilizantes no início do ano para mais de R$ 4 às mais de 50% no custo da tonelada”, diz e causando a eutrofização, nome dado à

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CAPA NOTAS

plantio de transgênicos nas proximidades


Rochagem é a utilização de pó de rocha do parque”, informa Vian.
Na busca de soluções, há sete anos o
INVESTIR EM
PESQUISAS
Aplicativo de frete
como adubo nas lavouras. O insumo já é reconhecido agrônomo participou de um dia de cam- Coamo Fretes é o nome do aplicati- nhoneiros e empresas. O motorista
pelo Ministério da Agricultura e pode auxiliar po onde conheceu o pó de rocha. “Na- De 2009 para cá, a Embrapa este- vo lançado pela maior cooperativa cadastra o veículo, as transportado-
quele evento, percebi que as plantas com ve envolvida em cinco pesquisas agropecuária do Brasil, a parana- ras pelas quais costuma embarcar,
no manejo de fertilidade do solo adubação química finalizavam o ciclo an- com foco em pó de rocha. Nestes ense Coamo. O app, que pode ser as datas nas quais estará disponível,
tes e adoeciam mais, enquanto aquelas trabalhos foram feitos testes agro- baixado na Google Play, foi criado o local de preferência para carrega-
que levavam pó de rocha eram mais sa- nômicos em casa de vegetação, para receber ofertas de serviços de mento e o valor de frete pretendido
dias e tinham menos pragas”, lembra. A onde se percebeu que a ação de transporte diretamente de cami- no caso de gêneros alimentícios.
grande quantidade de algas que tornam vão acelerar esse processo”, diz Magda constatação levou o agrônomo a fazer microrganismos presentes no solo
os rios e os lagos verdes. Bergmann, geóloga do CPRM. um experimento em 54 hectares de soja é fundamental para que os agromi-
Os agrominerais, por sua vez, têm em sua fazenda na safra 2012/2013. Ele nerais liberem os nutrientes.
uma vantagem ambiental: podem ser
resíduos da mineração. “Em qualquer
RESISTÊNCIA ÀS PRAGAS
Embora a liberação de nutrientes seja
tirou todos os adubos químicos e usou os
agrominerais para repor o fosfato.
O próximo passo é definir um pro-
tocolo adequado para os experi-
Suínos em foco
lugar do Brasil há uma pedreira, de on- mais lenta, o pó de rocha tem algumas “Coloquei 5 toneladas de pó de rocha mentos em campo. Os produtores de suínos brasileiros momento em que diversas nações
de se retira brita para revestimento vantagens. Ele permanece no solo e for- por hectare e fiquei cinco anos sem co- Hoje, o Ministério da Agricultu- comemoraram o anúncio da abertu- produtoras sofrem com incontáveis
asfáltico e construção civil, e o pó vai nece micronutrientes que os fertilizantes locar mais nada produzindo acima de 60 ra tem 14 agrominerais registra- ra do mercado indiano para a carne focos de peste suína africana”. No
se acumulando no pátio. Se a rocha for químicos não contêm. “A planta, além de sacas de soja por hectare”, explica. Se- dos, mas há potencial para muitos suína nacional. Segundo Francisco entanto, no início de outubro, foi de-
interessante como remineralizadora, ficar mais nutrida, se torna mais saudável gundo Vian, o uso de remineralizadores outros. Segundo Bergmann, do Turra, presidente da A ssociação tectado um foco de peste suína clás-

FOTOS: GETTY IMAGES


este subproduto pode trazer um ganho e melhora a resistência a pragas, porque deixa o sistema mais resiliente. “Onde CPRM, “há uma ideia do que existe Brasileira de Proteína Animal (ABPA), sica no Ceará. Mas, de acordo com a
a mais”, aponta Andrea Sander, geóloga recebe não só o NPK, mas outros micro- você usa pó de rocha, a planta conse- de rochas propícias no País inteiro”, “é o reconhecimento da capacidade ABPA, trata-se de uma enfermidade
do CPRM. No entanto, a ação do pó de nutrientes como boro e selênio”, explica gue ficar mais dias sem chuva e reduz o e a CPRM já trabalha com algu- brasileira de exportar produtos de menos agressiva, situada a 500 km
rocha não é imediata. Depois de aplica- Andrea Sander. O engenheiro agrônomo custo de adubação. No meu caso, reduzi mas em projetos regionais. Junto alta qualidade, especialmente neste dos polos de produção.
do ao solo, ele precisa reagir para soltar Rogério Vian confirmou isso na prática. para 20% do que representam os custos com a Embrapa, a CPRM tem como
nutrientes. “A rocha é um conjunto de Proprietário de uma fazenda de 1.000 de fertilizantes hoje”, diz Vian. meta desenvolver um zoneamento
minerais e está sujeita à chuva, à tem- hectares em Mineiros (GO), há 12 anos ele No entanto, o pó de rocha precisa estar agrogeológico do Brasil e um raio X
peratura e a uma série de agentes na foi “forçado” a migrar para uma agricultu- num raio de 300 quilômetros da proprie- detalhado das rochas nacionais
superfície da terra para se degradar. ra sustentável. “Hoje, faço por amor, mas dade para ser uma alternativa competi- que podem ser usadas na
Ela vai sofrer a ação da matéria-orgâ- entrei pela dor, porque minha proprieda- tiva. Isso porque a quantidade de agro- agricultura. “Este projeto tem como
nica e dos microrganismos do solo que de faz divisa com o Parque Nacional das minerais necessária para o manejo da objetivo revelar áreas produto-
Emas, e eles criaram um plano de manejo fertilidade do solo é maior do que seria ras de agrominerais e potenciais
que proibia quem estava ao redor de apli- preciso de adubos solúveis. Se a fazenda consumidoras”, diz Éder de Souza
car defensivo que não fosse faixa verde, estiver muito distante da mineração, o Martins, da Embrapa.

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impedia a aplicação aérea e também o frete torna o produto inviável. Não há dúvidas de que a rocha-
gem, técnica inicialmente usada
por pequenos agricultores que
não tinham condição de comprar
fertilizantes químicos, é uma al-
Rogério Vian: ternativa para baratear os custos
adoção do

Ajomesp
insumo deixou da produção agrícola e aumentar
LAURA DE PAULA/APROSOJA-GO

as plantas mais a competitividade dos produtos


resilientes brasileiros. No entanto, o próximo
governo precisará investir recur-
sos em pesquisas. Afinal, o Brasil é
um país de dimensão continental, e
cada região tem suas especificida-
des: um tipo de solo, uma tradição
de cultivo de determinadas cultu-
ras, bem como rochas peculiares
àquela localidade. Além de identifi-
car as rochas, é necessário estu-
dá-las. “Nos interessam materiais
reativos, que liberem nutrientes
no tempo da lavoura cultivada ali”,
finaliza Bergmann.

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VEÍCULOS NOTAS
Livre de aftosa
Opções Nissan Frontier:
câmbio bem escalonado
O Paraná pode antecipar para 2019
a retirada da vacinação contra febre
Agricultura. Se estiver tudo certo, o
Paraná começa a retirada da vacina

vantajosas
gera agilidade e economia aftosa, se resolver algumas incon- em sete meses, junto com Acre, Ron-
de combustível formidades encontradas em audito- dônia, parte do Amazonas e de Mato
rias. A data prevista inicialmente era Grosso. Ser uma zona livre de aftosa
2021. O estado, que tem 9,5 milhões é uma conquista fundamental, que
Na categoria pick-ups de bovinos, precisa fazer as correções
e submeter ao aval do Ministério da
pode abrir mercados para a carne
bovina dessas unidades federativas.
médias, a Ford Ranger e a
Nissan Frontier oferecem
Pescados
ótimo custo-benefício, além na liderança
de apresentarem conforto
superior em relação às Dados da Organização das Nações Uni- US$ 40,2 bilhões, e frangos registraram
líderes de mercado das para a Alimentação e a Agricultura
(FAO) mostram que as exportações de
US$ 30,3 bilhões. Os países líderes no
mercado mundial são China, Noruega e

O
mercado de caminhonetes conti- pescados são o carro-chefe no mundo. Vietnã. No Brasil, o setor sofre com os tri-

FOTOS: GETTY IMAGES


nua aquecido no Brasil. Na catego- Em 2017, as vendas externas do seg- butos, pois a ração para peixes tem mais

FOTOS: DIVULGAÇÃO
ria de pick-ups médias, há três anos mento alcançaram US$ 122,3 bilhões, taxas em relação à de outros animais.
a Toyota Hilux e a Chevrolet S10 dividem a enquanto carnes bovinas representa- Mas o potencial nacional é enorme, já que
preferência dos compradores, conforme ram US$ 50,5 bilhões, suínos somaram o País possui uma extensa área costeira.
noticiou o Caderno Agro de dezembro de
2017. Além delas, há outros modelos inte-
ressantes que trazem conforto ao usuá- locidades). Este foi o modelo testado pela elétrica. No entanto, o interior parece dades. Externamente, é uma pick-up que
rio e possuem excelente custo-benefício. reportagem do Caderno Agro. transplantado dos automóveis da Ford. transmite confiança. Tem design moder-
Por isso, nesta edição, a reportagem traz A caminhonete transmite requinte A versão testada tem botão seletor de no, e sua plataforma é a mesma base da
a avaliação da americana Ford Ranger e e robustez no primeiro olhar. A grade tração no painel, mas fica devendo cha- Mercedes-Benz Classe X, que deve chegar
da japonesa Nissan Frontier. cromada da frente impõe respeito, e a ve de presença e faróis de xênon, itens por aqui em novembro, no Salão do Auto-
direção elétrica torna o veículo confor- encontrados na Frontier e na nova Hilux. móvel, que será realizado em São Paulo.
FORD RANGER tável para as manobras do dia a dia. A Dentre as pick-ups da categoria, a Ranger O interior da Frontier é simples e lembra
FORÇA BRUTA E ESTILO NO CAMPO carroceria é firme e gera pouco descon- é a que tem mais eletrônica embarcada. os outros carros da marca. Conta com cen-
Disponível em 11 versões: três flex forto no uso urbano. Conta com sistema de troca involuntá- tral multimídia com entrada de CD, blue-
e oito diesel. O valor inicial parte de A central multimídia é compatível com ria de faixa, que faz correções no volan- tooth, entradas USB, de cartão de me-
R$ 109.390 (versão XLS, cabine dupla, Apple CarPlay e Android Auto, tem rádio, te para manter o veículo na faixa; piloto mória e câmera de ré. O modelo vem com

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com motor flex 2.5 de 137 cv e câmbio GPS, ar-condicionado dual zone, entrada automático adaptativo, que freia o car- luzes de leitura em LED, faróis em xênon,
manual) e atinge R$ 188.990 (versão Li- USB, bluetooth, câmera de ré e sensores ro para evitar colisão; além de controles ar-condicionado dual zone, chave presen-
mited, diesel, 4x4, com motor 3.2 de 200 traseiros e dianteiros. Os bancos são de de partida em rampa, descida, tração e cial, partida no botão, bancos de couro
cv e transmissão automática de seis ve- couro, e o do motorista tem regulagem estabilidade. No quesito segurança, vem com aquecimento e regulagem elétrica no
equipada com sete airbags. assento do motorista, detalhes que pro-
A suspensão da Ranger é bem acerta- porcionam mais conforto aos ocupantes.
da e absorve facilmente as imperfeições Quando o assunto é rodar, a pick-up

Classificados
do chão de terra. Subidas íngremes são não decepciona: tem um sistema de sus-
vencidas sem dificuldade pelo forte mo- pensão digno de automóvel. Mesmo na
tor 3.2 e seus 47,9 kgfm de torque. Um cidade, com a caçamba vazia, a traseira é
ponto negativo é o ruído, que chega a estável e chacoalha pouco. Na estrada de
incomodar em longas distâncias. O con- terra, a força do motor se mostra a partir
sumo também decepciona: a média foi de das 2 mil rotações, onde o torque é entre-
9,5 km/l no uso misto (campo e cidade) e gue e cola o motorista no banco. Motor e
11,2 km/l no uso rodoviário. câmbio conversam bem, entregando um
dos melhores conjuntos de transmissão
NISSAN FRONTIER testados pela reportagem. Este entrosa-
CONFORTO E HONESTIDADE mento resulta em bons números de con-
Disponível em duas verões, SE e LE (a sumo: a Nissan Frontier chegou a fazer
versão testada). Elas custam respectiva- 15,1 km/l na rodovia e 10,9 km/l no uso
mente R$ 153.890 e R$ 171.390, ambas misto (campo e cidade). Mas a pick-up
equipadas com motor 2.3 biturbo de 190 deixa a desejar na questão de seguran-
Ford Ranger: motor forte e ótimo torque resultam em bom desempenho rural cv e 45,9 kgfm e câmbio de sete veloci- ça, com apenas dois airbags.

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ENTREVISTA

Ações para aumentar a competividade


Lutar por melhorias na taduais para melhoria da infraestrutura. Conde (PA) ou Santana (AP). Nesse caso, Quando escoar a safra de grãos
Priorizamos algumas obras rodoviárias, teríamos uma redução de 34% do valor pelos portos da região Norte seria
infraestrutura é a missão do ferroviárias e hidroviárias. do frete. Isso em relação ao gasto para a melhor solução?
movimento Pró-Logística, levar de Sorriso (MT) até os portos de Quando estiverem acima de uma linha
Houve êxitos? Santos (SP) ou Paranaguá (PR). imaginária que passa pelas cidades de
que tem Edeon Vaz Ferreira Sim. Por exemplo, a pavimentação de Ilhéus, Brasília e Cuiabá. Acima dela,
como diretor-executivo quase toda a BR-163 no Pará. Agora, Quanto as condições da BR-163 as cargas deveriam ir para o Norte,
faltam apenas 62 km até Miritituba e 72 encarecem os custos? já que o custo rodoviário fica menor.

O
s gargalos logísticos são um dos km até Santarém. Também conseguimos O valor do frete normal entre Sorriso De Sorriso para Santos são 2.080 km.
fatores que contribuem para o que fossem pavimentados 180 km na (MT), município que é o maior produtor De Sorriso a Paranaguá são 2.200 km.
chamado custo Brasil. Segundo BR-158. Nesta mesma rodovia, estamos de soja e milho do Brasil, e Miritituba Já de Sorriso para o Norte são 1.090
a Confederação Nacional do Transporte com o projeto praticamente aprovado do (PA) é de R$ 165 a tonelada de soja ou km rodoviários, depois tem a hidrovia.
(CNT), apenas 12,5% da malha rodoviária contorno da terra indígena Marãiwatsé- milho. Em função do piso mínimo, está Lá, o custo rodoviário é em torno de
brasileira é pavimentada. Há uma urgên- dé. Em breve, sairá a licença prévia na R$ 215. Mas a média deste ano neste 40% menor.
cia no País por obras de infraestrutura e BR-080 e, na sequência, será licitado o trecho foi R$ 238 devido aos problemas
também de manutenção e conservação trecho de Ribeirão Cascalheira (MT) até na rodovia. Vamos transportar este ano Isso ajuda o Brasil no quesito
das estruturas existentes. A demanda Luiz Alves (GO). A seguir, abriremos uma 9 milhões de toneladas. Se calcularmos competitividade?
vem de todos os setores da sociedade, possibilidade de escoamento pela ferro- a diferença entre R$ 165 e R$ 238, es- Sim. Se considerar Sorriso-Santos-Xan-
incluindo os produtores rurais. No caso via Norte-Sul a partir de Alvorada (TO). tamos pagando a mais R$ 680 milhões. gai, gastamos US$ 111 por tonelada. Os
dos agricultores do Centro-Oeste, eles A Pró-Logística também conseguiu que EUA gastam US$ 56, e a Argentina, US$
veem o aumento de produtividade por- fosse feito o Estudo de Viabilidade Téc- 58. O produtor brasileiro já sai perdendo
teira adentro escorrendo pelo ralo com nica, Econômica e Ambiental de todas as US$ 55 por tonelada.
a alta do custo do escoamento de sa- hidrovias, o que fará a questão hidroviá-
fra, agravado pela lei do tabelamento ria ser mais bem compreendida. Qual a expectativa para o final do ano?
de frete. Abaixo, os principais trechos É importante conservar e pavimentar o
da entrevista com Edeon Vaz Ferreira, Mas todas essas ações são máximo possível da BR-163 porque em 15
um dos palestrantes do Summit Agro- do governo, certo? de dezembro começa o período chuvoso.
negócio 2018, que será realizado em São Sim. Mas é necessário insistir. Caso con- Também seria bom que saísse a prorro-
Paulo em 13 de novembro. trário, não sai. Em alguns casos também gação antecipada da malha paulista, no
fazemos projetos. Temos ações proati- caso a ferrovia, e as licitações da ferrovia
O que é o movimento Pró-Logística? vas em relação ao governo, em vez de Norte-Sul e da Ferrogrão.
Ele surgiu em 2009 da vontade de cen- só criticar, como no caso da BR-242, que
tenas de produtores de fazerem algo em une a BR-163 à BR-158. Na época, o De- DIVULGAÇÃO Acredita que haverá uma decisão
relação à logística. Íamos para Brasília, partamento Nacional de Infraestrutura e sobre o tabelamento do frete este ano?
reclamávamos, voltávamos três meses Transporte (Dnit) havia feito um projeto Estamos torcendo, porque é uma aber-
depois, reclamávamos de novo. Precisá- com o Exército, mas ele não foi aceito. “Conseguimos que fosse feito o ração. O governo sabe disso, mas não
vamos de outro tipo de reivindicação. O Como precisávamos da rodovia, fizemos tem como voltar atrás porque a lei é
movimento foi criado pela Associação um acordo com o Dnit: contratamos uma Estudo de Viabilidade Técnica, oportunista, aprovada na pré-cam-
dos Produtores de Soja e Milho do Mato empresa para fazer a revisão do projeto, Econômica e Ambiental de panha eleitoral. Nenhum parlamentar
Grosso (Aprosoja) e envolve dez entida- pagamos e o doamos ao Dnit. todas as hidrovias. Isso fará a iria contra porque perderia votos dos
des, como a Associação Mato-Grossen- caminhoneiros e de suas famílias. Mas
se dos Produtores de Algodão (Ampa) Qual a importância da BR-163, no Pará? questão hidroviária ser mais ela é impossível de se aplicar devido à
e Federações das Indústrias do Estado. Se ela estivesse concluída, não have- bem compreendida” diversidade dos tipos de frete, não é
Nossa missão é trabalhar pela redução ria nenhum problema para transportar EDEON VAZ FERREIRA só commodity. Você tem carga geral,
do custo do frete. Hoje, temos milhares grãos até Miritituba (PA). E, de lá, fazer o DIRETOR-EXECUTIVO DO MOVIMENTO carga viva, vários tipos. Chegando à
de produtores reunidos e promovemos transbordo para barcaças e transportar PRÓ-LOGÍSTICA aberração de que transportar calcário
ações junto aos governos federal e es- para os portos de Santarém (PA), Vila do é mais caro que dinamite.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO AGRONEGÓCIO

Av. Eng. Caetano Álvares, 55 Diretor de Projetos Especiais e Jornalista Responsável: Luis Fernando Bovo MTB 26.090-SP; Gerente de Planejamento: Andrea Radovan; Gerente de Conteúdo: Bianca Krebs; Gerente
5º andar de Eventos: Daniela Pierini; Gerente Comercial: Nuria Santiago; Gerente Digital: Ricardo Navas; Coordenadora de Operações de Conteúdo: Fernanda Colavitti; Coordenador de Arte:
São Paulo-SP João Guitton; Coordenadora de Planejamento Comercial: Patricia Angela Silva; Coordenadora de Projetos: Carolina Botelho; Analista de Marketing: Isabella Paiva; Analista de Marketing
CEP 02598-900 Digital: Carolina de Biase; Analista de Marketing Jr: Pedro Aragão; Analista de Marketing: Marcelo Molina; Analista Administrativo: Eduardo Abreu. Colaboradores: Reportagem: Lívia
medialab@grupoestado.com.br Andrade e Thiago Sousa Campos; Revisão: Madi Pacheco; Diagramação: Gabriela D’Avilla, Leandro D’Faustino e Leo Albertino; Produção: Rafaela Maitino; Edição de Texto: Dante Grecco.

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