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Nenhum país do mundo pode sobreviver sozinho e substituir todas as importações.

No mercado
mundial um país necessita de encontrar as indústrias em que possa competir, o que se designa
vantagens competitivas das nações e, sem dúvida, o segmento dos transportes se integra na vantagem
competitiva de Moçambique como nação, desde que as políticas empresariais necessárias para tal
possam ser prosseguidas, em enquadramentos sociais e jurídicos adequados.

ELEMENTOS PARA A DEFINIÇÃO DO DTO DOS TRANSPORTE

os elementos respeitantes aos sujeitos (utentes e transportadores) ao objecto imediato - a deslocação


de pessoas ou coisas, ao objecto mediato - o modelo pelo qual se efectua essa mesma deslocação,
interdependente do meio físico por onde se processa a deslocação do modo de transporte.

NATUREZA DO DTO TRANSPORTES

Segundo MC, estamos num ramo de Direito privado quando "as actuações pautem-se pela igualdade e
pela liberdade”; as pessoas têm iguais poderes e podem agir sempre que não deparem com uma
proibição". Ao invés, no Direito público "as actuações desenrolam-se segundo a autoridade e a
competência. Um dos intervenientes pode, unilateralmente, provocar alterações na esfera jurídica
alheia e só cabe actuar quando uma norma lho permita.

Segundo prof. René Rodiere, a propósito do Direito Marítimo, mas aplicável às outras vertentes do
Direito dos Transportes: "É rebelde à distinção entre Direito público e Direito privado e no interior deste
último, à divisão de Direito comercial, Direito civil. Isto não significa que ignore esta divisão no interior
do todo em que se forma. Resiste a entrar neste sistema de categorias, mas não a ignora em si mesmo".

O princípio geral enunciado pelo prof. Menezes Cordeiro é inteiramente válido: "Não está em jogo
fronteira estrutural absoluta a nível de situações jurídicas singulares: estas interpenetram-se, podendo
mesmo consubstanciar-se situações complexas, com elementos públicos e privados.

A sua classificação dependerá de análise casuística, mas, numa visão global, considera-se de Direito
Privado, pois, a maioria das situações jurídicas em que se manifesta e actua, os princípios da igualdade e
da autonomia privada serão os determinantes. Trata-se de um DPvt especial, não institucional.

RESUMO DO CAPÍTULO

O transporte implica a deslocação de pessoas ou coisas de um ponto para o outro, utilizando um meio
de transporte.

O Direito dos Transportes rege esta actividade económica.

Os transportes conhecem novos desafios com implicações jurídicas, como o aumento populacional, a
inovação tecnológica, as vicissitudes políticas do Estado Providência e do Estado Nação, bem assim da
globalização/regionalização da economia mundial, Os transportes representam uma vantagem
competitiva para Moçambique, considerando a posição geo-estratégica do país,
O Direito dos Transportes tem autonomia substancial, sendo na sua essência Direito Privado Especial;
tendo relações de interdependência estreitas, entre outras, com o Direito Civil, Direito Comercial,
Internacional Público e Administrativo;

A estrutura institucional do sector dos transportes em Moçambique é dirigida pelo Ministério dos
Transportes e Comunicações.

OS TRANSPORTES E AS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS

GÊNESIS

As primeiras organizações internacionais do mundo são relativas à área dos transportes e das
comunicações, São os casos das Comissões Internacionais Fluviais do Reno e do Danúbio, de 1814 e
1856, respectivamente, da União Telegráfica Universal, instituída em 1865 e da Repartição Central dos
Transportes Internacionais, criada em 1890 e destinada a regular os transportes ferroviários
internacionais. Este facto deve-se a uma razão: o sector dos transportes necessita não só de uma
harmonização legislativa, como de uma sistematização normativa nas relações comerciais multilaterais.

Siren define OI como sendo "associação voluntária de sujeitos de Direito Internacional, constituída
mediante acto internacional e regulamentada nas suas relações por normas de Direito Internacional,
que se concretiza numa entidade estável, dotada de um ordenamento jurídico próprio e de órgãos e
instituições próprias através dos quais prossegue fins comuns aos membros da organização, mediante a
realização de certas funções e o exercício dos poderes que lhes tenham sido conferidos".

Paul Reter, escusa-se de apresentar uma definição, mas refere-se a seus elementos caracterizadores:

- a organização (grupo que manifesta uma vontade jurídica própria e distinta dos seus associados);

- o carácter internacional (ou seja, a organização internacional é formada basicamente, mas não
exclusivamente, por Estados;

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