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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ

CAMPUS POETA TORQUATO NETO - CCHL


CURSO: Licenciatura Plena em Ciências Sociais - Bloco VII/Tarde
DISCIPLINA: Prática de pesquisa(TCC I)
PROFESSOR: Luciano Melo
ALUNO: João Vitor Batista De Oliveira

Relação política e juventude(brasil)

Apesar do significativo aumento do percentual do engajamento político dos jovens de forma


significativa em escala global. Como apontado pelo Pew Research Center de 2022 .

De acordo com a pesquisa, 64% dos jovens de 18 a 29 anos em todo o mundo estão
interessados em política, um aumento de 12 pontos percentuais em relação a 2019. A
pesquisa também descobriu que 56% dos jovens estão confiantes de que podem fazer a
diferença na política, um aumento de 11 pontos percentuais em relação a 2019.(fonte)

Essas estatísticas, quando aplicadas de maneira generalizada, podem não ser coerente com
todas as sociedades de seus contextos políticos, como é o caso da realidade brasileira, onde se
encontram um grande percentual de jovens que possuem uma relação desenvolvida de forma
apática com a política. Demonstrando pouco interesse em cumprir ou possuir um senso
crítico e de responsabilidades sobre seu sistema político, direitos e deveres. realidade
brasileiro, resultando assim em um baixo engajamento político entre esses indivíduos e a
política.
Esse fator, não é uma mera circunstância da pela casualidade dos contextos ao qual
pertencem. Por outro lado, são decorrentes de inúmeros fatores que inferem em um menor
engajamento dos jovens. Nessa perspectiva, PRAÇA argumenta que esse contexto é
resultado de uma combinação de fatores, que vão desde questões estruturais do sistema
político até desafios de ordem cultural e educacional. Ele destaca a falta de confiança nas
instituições políticas, o desencanto com a corrupção, a ausência de políticas públicas que
atendam às demandas dos jovens e a percepção de que a política é um campo distante de suas
vidas cotidianas.Muitos jovens não veem a política como algo que afeta suas vidas
diretamente, o que pode levar a uma falta de interesse ou envolvimento com a políticA Praça
(2019, p. 41).
Torna-se evidente que o baixo envolvimento político dos jovens no Brasil está interligado
com desafios sistêmicos. Essas problemáticas na visão de MENEGUELLO são um conjunto
de desafios que impactam diretamente seu engajamento político. Alguns dos fatores mais
relevantes no qual são apontados, e desconfiança nas instituições políticas. Os jovens muitas
vezes percebem as instituições como ineficazes, corruptas e desconectadas de suas realidades.
"Os jovens brasileiros apresentam altos índices de desconfiança política, expressos pela baixa
confiança nas instituições políticas, pela insatisfação com a democracia e pelo ceticismo em
relação à eficácia da participação política" (ENEGUELLO, 2017, p. 147).
Essa falta de confiança pode desencorajar seu envolvimento ativo na política, pois eles
questionam a capacidade do sistema político de realmente representar seus interesses.

.Outro desafio que MENEGUELLO aponta é a falta de representatividade. Os jovens muitas


vezes se sentem excluídos do cenário político, pois veem os cargos políticos dominados por
gerações mais velhas.
"Os jovens brasileiros sentem-se pouco representados pelos partidos políticos e pelos
políticos eleitos, percebendo uma distância entre suas demandas e expectativas e as propostas
e ações dos representantes. Essa falta de representatividade é agravada pela sub-representação
dos jovens nos espaços de poder, tanto no Executivo quanto no Legislativo" (ENEGUELLO,
2017, p. 148).
Essa falta de representatividade os leva a questionar se seu envolvimento político realmente
fará diferença. Eles podem se sentir inadequadamente representados e, como resultado, optar
por não participar ativamente.Além disso, MENEGUELLO destaca a importância da
educação política na formação do engajamento dos jovens. Ele aponta que a falta de
educação política nas escolas contribui para a falta de conhecimento político entre os jovens.
"A educação política é fundamental para o desenvolvimento da cidadania ativa dos jovens,
pois contribui para o fortalecimento de sua identidade política, para o aumento de seu
interesse e conhecimento sobre política, para a ampliação de seu repertório de participação e
para a formação de uma cultura democrática" (ENEGUELLO, 2017, p. 153).
Isso os deixa mal preparados para entender o sistema político e como podem contribuir para
ele. Uma educação política deficiente pode resultar em apatia política, pois os jovens se
sentem desinformados e incapazes de tomar decisões informadas. Corroborando para uma
falha cognição política. A cognição política refere-se ao processo pelo qual indivíduos
adquirem, organizam, armazenam e usam informações relacionadas à política. Assumindo os
papéis cruciais no processo de formação de opiniões políticas e tomada de decisões políticas.
Sendo a depender no seu grau de cognição, um influencia direta no processamento de
informacoes."A abordagem do processamento de informações assume que os indivíduos são
agentes ativos que buscam, selecionam, interpretam e armazenam informações políticas de
acordo com suas motivações, valores e esquemas cognitivos" (LODGE, 2013, p. 527).
Porem, com uma baixa cognição, decorrente de uma educacoa falha, corrobobra para jovens
mal preparados para entender o sistema político e como podem contribuir para ele. Uma
educação política deficiente pode resultar em apatia política, pois os jovens se sentem
desinformados e incapazes de tomar decisões informadas. Impactando diretamente a
participacao dos jovens nessa esfera. gerando assim uma exlusao .
Para Vieira e Silva, a ausência dos jovens na política é um sinal alarmante da erosão da
representatividade democrática no Brasil.
"A erosão política é um processo de desgaste e de perda de legitimidade das instituições e
dos atores políticos, que resulta em uma diminuição da confiança, do interesse e da
participação dos cidadãos na vida pública. A erosão política afeta especialmente os jovens,
que se sentem excluídos, desiludidos e descrentes da política" (VIEIRA; SILVA, 2014, p.
18).
Destacando que muitos jovens se sentem desiludidos e desconectados das instituições
políticas. Essa ausência de um alto engajamento, enfraquece a capacidade do sistema político
de representar adequadamente a diversidade de perspectivas e preocupações da sociedade
brasileira.
"As consequências da erosão política dos jovens são graves e preocupantes, pois
comprometem o futuro da democracia e da cidadania no país. Entre essas consequências,
destacam-se: o aumento da abstenção, do voto nulo ou branco, ou do voto de protesto nas
eleições; o enfraquecimento dos movimentos sociais e das organizações da sociedade civil; o
crescimento do individualismo, do relativismo e do cinismo político; o surgimento de formas
alternativas ou radicais de expressão política, como o ativismo digital, o vandalismo ou a
violência" (VIEIRA; SILVA, 2014, p. 21-22).

Sendo possível observar a manifestação dessas consequências a partir de indices obtidos


atraves de pesquisa, onde constata-se o percentual de jovens que possuem um engajamento
político razoável ou noções fundamentais para uma compreensão consistente sobre a
política, como seus direitos e deveres.
É manifestada pouca participação direta dos jovens na política. Apenas 9% dos pesquisados
tiveram contato com políticos; 19% dos jovens entrevistados disseram que apoiaram ou
difundiram campanhas políticas, 39% não votaram, e 72% disseram que nem mesmo
conversaram sobre temas políticos.Em contrapartida, os jovens demonstram boa participação
quando o assunto é voto: 61% dos jovens entrevistados disseram que votaram nas eleições
geras e 56% afirmaram que fizeram o mesmo em suas instituições de ensino(fonte)

Logo, para compreendermos essa problemática, é necessário analisar essa problemáticas, é


necessário levar em conta todo o contexto histórico da política no brasil, e sua influência no
na configuração política do cenário contemporâneo. Decorrente do contexto histórico, o
Brasil, em seus mais diversos períodos da história, foi uma nação marcada por uma intensa
dominação política por parte das classes dominantes, períodos de ditadura entre outros
infortúnios que atribuíram uma "marca"à política brasileira. Como sequelas desses processos,
nunca houve uma grande participação dos civis nos processos político, ademais, com as
transformações que ocorreram no sistema político brasilero.
Nos dias atuais vivemos em uma democracia fortemente consolidada, logo, espera-se
cidadãos que sejam capacitados de manter na manutenção da nossa democracia, assegurando
os direitos de uma sociedade justa e igualitária. Que se consolidou às custas de sacrifícios de
vidas de muitas pessoas para que hoje possamos gozar de nossos privilégios políticos.
Entretanto para uma quebra efetiva de paradigma, torna se evidente que haja agentes
transformadores, que exercem influência na mudanca de relacao entre juventude e politca, a
fim de modificar o dado visão e comporto entre sociedade e politica. Ja que em uma
pespectiva historica vivemos em uma democracia relativamente nova, e muito tem de de ser
feito para que possamos eleva-la ao seu estado pleno.
Por esse viés, o engajamento político e a confiança nas instituições são dois pilares
fundamentais da vida democrática de qualquer país. No Brasil, uma nação conhecida por sua
diversidade e complexidade política, entender como os jovens se relacionam com a política e
como percebem as instituições políticas é de importância crucial. Nesse sentido, para a
compreensão crítica desse fenômeno político, indispensavelmente ao buscar compreender as
"raizes" por tras desse contexto, deve-se inicialmente analisar a partir das práticas absorvidas
e perpassadas, em detrimento do contexto social que favorece a manutenção de dados
comportamentos, no qual são caracterizados como um conjunto de práticas a assim como o
significado.

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