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Belo Horizonte
2011
Luciovane Batista Lopes
Belo Horizonte
2011
Dedico este trabalho aos meus pais,
Francisco Assis Lopes e Geralda Batista
Lopes,
pelo exemplo de persistência, força e vitória e
por terem me ensinado a ser uma pessoa
melhor o que resultou em mais esta
conquista.
Agradeço especialmente,
Aos meus amigos de Governador Valadares que rezaram a cada dia pela
minha proteção, em especial, Rutelene, Renato, Érika, André, Nice, Beto,
Sandra e Maurinho.
E apliquei o meu coração a inquirir e a
investigar com sabedoria a respeito de
tudo quanto se faz debaixo do céu; essa
enfadonha ocupação deu Deus aos filhos
dos homens para nela se exercitarem.
(Ecle. Cap 1, 13)
RESUMO
Esta pesquisa tem como tema a análise do art. 240-A do Estatuto dos
Militares do Estado de Minas Gerais (EMEMG) face à deserção na Oitava Região da
Polícia Militar (8a RPM). O principal objetivo é verificar os efeitos do art. 240-A na 8a
RPM e sua eficiência na diminuição no fenômeno da deserção. Trata-se de uma
pesquisa do tipo descritiva para na qual foi realizado um estudo de campo de
natureza qualitativa e quantitativa, com aplicação de questionário em uma amostra
composta por militares desertores que apresentaram em suas Unidades no período
compreendido entre 17 de janeiro de 2007 a 17 de abril de 2007, período de
vacância da norma que instituiu o art. 240-A. Foi feita uma análise quantitativa de
banco de dados já existente comparando números relativos à deserção antes e
depois da criação da nova lei. Sobressai-se desta pesquisa que a origem do art.
240-A obedeceu os quesitos legais previstos na Constituição Federal do Brasil.
Conforme dados obtidos, examinou-se que o índice do delito de deserção teve uma
considerável queda a partir da criação do art. 240-A e, simultâneo ao período de
vacância da norma que o implementou, vários militares pertencentes à 8a RPM que
estavam na condição de desertores, apresentaram-se em suas Unidades para não
sofrerem as penalidades da lei. Conclui-se que o art. 240-A está sendo eficiente na
redução da deserção em toda a Polícia Militar e, especialmente, na 8a RPM.
This research has covered the analysis of art. 240-A of the Military Staff of
the State of Minas Gerais (EMEMG) from the desertion in the Eighth Region of the
Military Police (8th RPM). The main objective is to verify the effects of art. The 240
RPM in the 8th and its efficiency in reducing the phenomenon of desertion. It is a
descriptive type of research for which was conducted a field survey of qualitative and
quantitative, with a questionnaire in a sample of military deserters who had their
Units in the period between January 17, 2007 to April 17, 2007, a period of vacancy
of the law that created the art. 240-A. It was made a quantitative analysis of existing
database comparing figures for desertion before and after the creation of the new
standard. Emerges from this research that the origin of art. The 240-obey all legal
requirements as prescribed by the Federal Constitution of Brazil. According to data
obtained, we examined the index of the crime of desertion was a considerable drop
from the creation of art. 240-A e, concurrent with the period of vacancy of the
standard implemented, several military personnel belonging to the 8th RPM on
condition that they were deserters, were presented in their units do not suffer for law
enforcement. We conclude that art. 240-A is effective in reducing the dropout
throughout the Military Police, and especially in the 8th RPM.
1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 10
5 METODOLOGIA..................................................................................... 64
7 CONCLUSÃO......................................................................................... 78
REFERÊNCIAS...................................................................................... 82
APÊNDICES........................................................................................... 87
10
1 INTRODUÇÃO
Esta pesquisa tem como tema a análise do art. 240-A do Estatuto dos
Militares de Minas Gerais (EMEMG), face à deserção na Oitava Região da Polícia
Militar (8a RPM). Buscou-se verificar a eficácia do art. 240-A do EMEMG na redução
do crime de deserção na Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e, especificamente,
na 8a RPM.
A delimitação da pesquisa na 8a RPM deu-se em virtude da grande
incidência do fenômeno naquela Região, cuja sede se localiza na cidade de
Governador Valadares, onde a cultura migratória é intensa e marcada,
principalmente, por pessoas que deixam o país e vão para os Estados Unidos da
América (EUA).
A ausência do militar por mais de oito dias de sua Unidade, sem
apresentar justificativa do seu não comparecimento, consuma o crime de deserção
previsto no art. 187 do Código Penal Militar (CPM), passando o militar a figurar no
sistema de recursos humanos da PMMG, sem estar lotado em qualquer unidade,
sem os benefícios da profissão (salário, assistência à saúde, entre outros). A Lei
Estadual N° 5301, de 16 de outubro de 1969 que contém o Estatuto dos Militares de
Minas Gerais (EMEMG), em seu art. 125 define o militar nessa situação como
agregado, período temporário durante o qual fica afastado da atividade. Este
afastamento dá-se em virtude de várias situações, sendo que uma delas é a
deserção.
Ao retornar do período de ausência, por meio da recaptura ou da
apresentação voluntária, o desertor fica um período preso em celas existentes nas
unidades militares, à disposição da Justiça Militar e, posteriormente, cumpre a pena
referente ao delito, sendo liberado, por decisão judicial, para o retorno ao serviço
policial militar.
Com o fim de reduzir o número de desertores na PMMG e impedir a
evolução do fenômeno da deserção, em 17 de janeiro de 2007, foi promulgada a Lei
Complementar N°95 que acrescentou ao EMEMG, o art. 240-A que define a
deserção como ato atentatório à honra e ao decoro da classe, condições precípuas
para a submissão do militar ao Processo Administrativo Disciplinar (PAD), com a
possibilidade de demissão do serviço público.
11
Nesta seção, será conceituado o termo deserção e será feita uma análise
deste fenômeno sob o ponto de vista social e jurídico, com a descrição de seu
histórico no âmbito da PMMG e, especificamente, na 8a RPM, onde o crime é mais
frequente.
O ato de desertar é definido como a ausência do militar ao serviço por
mais de 8 dias, sem justificativa. Conforme Neves e Streinfinger (2008, p. 255 ), "[...]
ausentar-se significa afastar-se, furtar-se de estar no lugar em que devia por
imposição do dever e do serviço militar, obrigação constituída sob a forma de escala
ou sob forma de ordem específica (escrita ou oral).”
Segundo Loureiro (2001, p.15):
Crime militar é aquele cometido por militar em serviço de qualquer natureza; por
militar de folga, mas em situação de atividade; por militar inativo ou civil quando
praticado contra militar de serviço ou contra militar em situação de atividade em
lugar sujeito a administração militar, no exercício de função inerente ao seu cargo,
ou, ainda, contra patrimônio sob a administração militar ou contra a ordem
administrativa.
proporção de seu crime [...]”. Assim pode ser dito que o crime de deserção é punido
conforme a proporção que atinge ao sentimento coletivo.
A Corregedoria de Polícia Militar (CPM) editou a Instrução 01/2005 onde,
em seu art. 74, §3°, prescreve a submissão do militar desertor, capturado ou que
tivesse apresentado ao serviço, ao Processo Administrativo Disciplinar (PAD) de
natureza demissionária. (MINAS GERAIS, 2005).
Apesar da previsão da submissão do militar desertor ao PAD, pela
Instrução 01/2005, não há registro de sua aplicação na PMMG. A fragilidade da
norma fez com que os comandantes das unidades militares recuassem quanto à
demissão dos desertores, tendo em vista que a Instrução não poderia modificar, ou
mesmo criar situações jurídicas previstas em lei em virtude do princípio da
legalidade, contido no art. 37 da Constituição Federal, o qual prevê que ninguém
será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
(BRASIL, 1988).
A norma regulamentadora do PAD é a Lei Estadual N° 14.310 de 19 de
junho de 2002 que em seu art. 64 dita as situações pelas quais o militar será
submetido à análise do PAD. Uma das situações previstas é a prática de ato que
comprometa a honra e o decoro da classe, termos que são definidos pela Resolução
N° 3666, de 02 de agosto de 2002, como:
vivenciava uma situação de anomia. Para Durkheim (2006, p.97), quando “[...]as
relações dos órgãos não são regulamentadas, [...] elas estão num estado de
anomia.” {grifo nosso)
Surgiu, então, a necessidade de restabelecer o equilíbrio. Era preciso um
ordenamento com força suficiente para conter a crescente onda de militares
desertores, pois conforme Durkheim {2006, p. 98) “[...] as regras assim formadas
trazem a sua marca, isto é, preveem e determinam até no detalhe as condições de
equilíbrio.” Assim, como não havia regulamentação administrativa relativa à
deserção, o número de militares desertores aumentava em todo o Estado, ou seja, a
situação ratificava a teoria de Durkheim.
Nesse sentido, se verifica que no modelo burocrático, a disciplina constitui
uma forma de controlar o desempenho dos funcionários. Segundo Weber (2002),
para o bom funcionamento do serviço institucional, os funcionários devem ter
norteadas as suas ações em normas rígidas que proporcionem o alcance seguro
dos objetivos pela Corporação.
Dessa forma, se verifica que, para reduzir o número de desertores na 8a
RPM, seria necessário um ordenamento rígido que pudesse conter a provável
evasão de outros militares. Até início de 2007, a única norma praticável que existia a
respeito do assunto era o Código Penal Militar (CPM) que, em seu art. 187, definia a
conduta de desertar como crime. A pena prevista no art. 187 (CPM) é de 6 meses a
2 anos de detenção. O Tribunal de Justiça aplicava a pena mínima, com previsão do
cumprimento em regime semi-aberto e aberto1. Após o cumprimento da pena, o
militar era reintegrado nas fileiras da Corporação e dava continuidade ao serviço
policial militar.
Retomando a idéia de que a disciplina é essencial para o equilíbrio
organizacional, Merton (1968) apresenta a estrutura burocrática baseando-se na
visão de Weber, com divisões de atividades e deveres inerentes ao cargo. Merton
afirma que “[...] a estrutura burocrática exerce uma pressão constante sobre o
funcionário, para que ele seja “metódico, prudente e disciplinado. [...] Daí decorre a
importância fundamental da disciplina (MERTON, 1968, p. 275).”
1 O Código Penal Brasileiro define em ser art. 33 §1°, alínea b, o regime semi-aberto como
sendo aquele que a execução da pena dá-se em colônia agrícola, industrial ou
estabelecimento similar e o regime aberto como sendo o que a execução da pena dá-se em
casa de albergado ou estabelecimento adequado.
17
2 Praça especial, conforme art. 9°, II da Lei 5301/69 são os militares que se encontram na
graduação de aspirante a oficial, aluno do curso de Formação de Oficial e Habilitação de
Oficial.
3 A praça sem estabilidade, segundo o art. 7° da Lei 5301/69 é aquela que possui menos de
3 anos de efetivo serviço.
4 Tipificação, segundo Greco (2009, p. 25), "diz respeito à subsunção perfeita da conduta
praticada pelo agente ao modelo abstrato previsto na lei penal
5 Segundo Neves e Streifinger (2008, p. 268), "licença é a autorização para afastamento
total do serviço, em caráter temporário, concedido ao militar, obedecidas as disposições
legais e regulamentares.”
19
mínima satisfação, (ROSA, 2011, p. 118). Por meio da conduta comissiva, que,
segundo Mirabete (2004, p. 105), é o ato de fazer, praticar uma ação, o militar
afronta o dever que possui com a Instituição Militar que sofre ação delituosa,
posicionando como o pólo passivo na relação de crime e autor.
O elemento objetivo do tipo caracteriza o tipo penal e, segundo Rosa
(2009), é ação desenvolvida pelo autor do crime. No caso da deserção, é constituído
pelo verbo ausentar-se. A conduta do tipo se concretiza a partir do momento no qual
0 militar deixa o local que, obrigatoriamente, deveria estar para o cumprimento de
escala de serviço concebida como ordem (oral ou escrita). Deve ser entendido,
neste caso, que a descrição do tipo não se refere apenas ao militar que está no
interior da Organização Militar ou em local sujeito à administração militar,
enquadrando também o servidor que estiver de folga, licença ou férias e, vencido o
prazo do afastamento, não retorna para o serviço.
A contagem dos dias para a consumação da deserção processa-se de
maneira ininterrupta, conforme o parágrafo 1° do art. 451 do CPPM, "a contagem
dos dias de ausência, para efeito da lavratura do termo de deserção, iniciar-se-á à
zero hora do dia seguinte àquele em que foi verificada a falta injustificada do militar.”
De acordo com o transcrito no quadro 1, se o militar estava escalado no dia 10 e não
comparece injustificadamente, sua ausência começará a contar às 00h00min do dia
11. (BRASIL, 1969)
A ausência que configura o crime deve ser após os 8 dias. Antes desse
período não há ausência, mas apenas o prazo de graça (ausência ilegal). O quadro
1 explica a contagem desde a primeira ausência do militar faltoso até o 9° dia
quando se consuma a deserção.
QUADRO 1
Contagem da ausência ilegal até consumar-se a deserção
Data Data Data Data Data Data Data Data Data Data
00 h 00 h 00 h
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
In íc io d o In íc io da E la b o ra ç ã o E la b o ra ç ã o D ilig ê n c ia s c o n s ta d a s em despacho do P a rte da
s e rv iç o c o n ta g e m d a p a rte d e d o s in v e n tá r io s C o m a n d a n te p a ra e n c o n tr a r - s e o a u s e n te . d e s e rç ã o e
do da a u s ê n c ia da Fazenda T e rm o de
m ilita r a u s ê n c ia ile g a l P ú b lic a e b e n s D e s e rç ã o
fa lto s o ile g a l p a rtic u la r e s d o
a u s e n te
D ilig ê n c ia s e n te n d id a s c o m o n e c e s s á ria s p e la s a u to r id a d e s s u p e r io r e s a o a u s e n te p a ra e n c o n tr á - lo n e s te p e río d o
Fonte: NEVES, Cícero Robson Coimbra e STREIFINGER, Marcello. Apontamentos de Direito Penal
Militar. v. 2, 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
21
6 Art. 33, II, CPM - Culposo quando o agente, deixando de empregar a cautela, atenção, ou
diligência ordinária, ou especial, a que estava obrigado em face das circunstâncias, não
prevê o resultado que podia prever ou, prevendo-o, supõe levianamente que não realizaria o
que poderia evitá-lo.
22
7 Bertrand Russel (apud Kaplan e Lasswell, 1979, p. 110) define o poder como "[...] a
produção de efeitos pretendidos.”
24
devem obedecer aos princípios fundamentais que proporcionam uma decisão final
correta, justa e válida.
também constitui um ato administrativo por si só. Neste título, será analisado o
conceito de ato, seu desenvolvimento e requisitos para sua existência.
O ato administrativo é a produção do interesse do Estado em
atendimento ao anseio da coletividade. Di Pietro (2011, p. 194) define "ato
administrativo como a declaração do Estado ou de quem o represente, que
produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico
de direito público e sujeita a controle pelo poder judiciário.” (grifo do autor).
Nesse sentido, o ato administrativo é uma expressão da vontade do Estado por meio
de seus entes que produz efeitos jurídicos, apesar de não ser esta sua finalidade, e
é controlada pelo poder judiciário, por meio das sanções a serem aplicadas, no caso
do excesso de poder na execução do ato.
Todo ato praticado pelo administrador na gestão de sua função
administrativa é considerado um ato da administração, portanto, é necessário que
para que uma atividade seja incorporada ao conceito de ato da administração, o
executor deve realizá-la no exercício de sua função. Segundo Rosa (2009a, p. 222)
ato da administração é todo aquele praticado no exercício da função administrativa,
excetuando os atos administrativos provenientes do Poder Legislativo e Poder
Judiciário.
O art. 81 do Código Civil de 1916 define o ato jurídico como s endo "todo
ato lícito que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou
extinguir direitos.” Os mesmos elementos que constituem esse conceito estão
presentes na definição de ato administrativo, ou seja: expressão da vontade do
Estado, legalidade e produção de efeitos jurídicos. (BRASIL, 1916). A partir desse
conceito é que se formulou o conceito de ato administrativo. Como explica Di Pietro
(2011, p.198), o Código Civil de 2002 preferiu adotar o termo "negócio jurídico” ao
invés de ato jurídico. Essa mudança justifica-se pelo fato de que a expressão ato
jurídico, compreende o ato jurídico em sentido estrito, que apesar de produzir efeitos
jurídicos não é essa a sua intenção. Já o termo negócio jurídico é utilizado para os
atos praticados com a intenção de produzir determinados efeitos jurídicos.
Conforme destaca Rosa (2009a, p. 223-231), os requisitos necessários
para a execução de um ato administrativo são: competência, finalidade, forma,
motivo e objeto. A falta de uma dessas exigências, anula todo o ato.
A competência refere-se às atribuições do agente que irá praticar o ato.
Essas atribuições são especificadas em lei independente da vontade do Executivo
31
(2009, p. 210), via de regra, deve ser adotada a forma escrita para comprovação do
ato, contudo nada impede que a lei determine outras formas de execução. O fato é
que se a lei exige determinada estruturação, essa deverá ser cumprida sob pena de
nulidade.
A forma prescrita pela lei evita que o administrador público execute o ato
conforme sua vontade, devendo agir de acordo com o que dita a norma, sob pena
de responsabilidade civil, administrativa e criminal. Segundo Rosa (2009a, p. 227) a
obediência à forma conduz à estabilidade entre as relações sociais e da segurança
jurídica. A forma conduz à legitimidade da ação pelos dos agentes, evitando
maneiras diferenciadas e tendenciosas do proceder.
O motivo também é um dos requisitos do ato administrativo, segundo
Venosa (2004, p. 425), "Toda atividade humana tem um motivo. [...] há motivação
para atingir um fim.” O ato administrativo tem um porquê, possui uma intenção que
impulsiona a produção da atividade administrativa.
O art. 3°, III, do Código de Ética e Disciplina dos Militares de Minas Gerais
(CEDM), prescreve que o motivo da demissão do desertor é ter faltado,
publicamente, com o decoro pessoal, dando causa a grave escândalo que
comprometa a honra pessoal e o decoro da classe. (MINAS GERAIS, 2002a).
Conforme destaca Di Pietro (2011, p. 212), "Motivo é o pressuposto de fato e d e
direito que serve de fundamento ao ato administrativo.” Pode-se afirmar, então, que
no caso do ato de demissão do militar que comete a deserção, o motivo é a infração
administrativa disciplinar que ele cometeu.
O último requisito destacado por Rosa (2009a, p.23), é o objeto. Ele
define como sendo "[...] o efeito praticado (pretendido) pelo administrador público,
civil ou militar, com a edição do ato ou a modificação por ele trazida ao ordenamento
jurídico[...]”. Objeto é o que se pretende ou se produz com ato executado.
Lembrando do princípio da legalidade que deve estar presente nos atos da
administração, devem-se buscar objetos lícitos e que possuem possibilidade jurídica
de acontecer. Confirmando essa idéia, Venosa (2004, p. 422), salienta que "O objet o
deve ser idôneo, isto é, apto a regular o interesses sobre os quais recai o negócio.”
Necessário, portanto, é que o objeto esteja sempre apoiado na legalidade, realizável
de fato e de direito.
O objeto do ato tem a capacidade de modificar uma situação
juridicamente constituída, atingindo determinada pessoa que terá seu direito alterado
33
por um ato. Di Pietro (2011, p. 208) afirma que um ato administrativo somente existe
quando produz efeito jurídico, criando, extinguindo ou transformando um
determinado direito.
Verifica-se que a demissão do militar que comete o crime de deserção é o
objeto do ato, uma vez que a demissão vai produzir efeitos que extinguirão o direito
do militar de permanecer na Instituição Militar. Sendo esse objeto lícito, uma vez que
está previsto no CEDM, como uma das punições possíveis, poderá ser efetivada a
demissão de fato e de direito.
Após análise dos requisitos do ato da administração, percebe-se que no
momento em que o militar comete o crime de deserção, movimenta, na esfera
administrativa, um conjunto de ações que objetivam à solução do problema. O ato
para demitir o militar desertor, contém a competência, única e exclusiva de
determinada autoridade, nesse caso, o Governador do Estado; contém a finalidade
que é o interesse da coletividade que busca solucionar o problema da deserção, que
traz prejuízos para a atividade fim, que compromete à segurança e a ordem da
sociedade; é realizado por forma escrita, publicado em diário oficial, garantindo o
princípio da publicidade, dando credibilidade e transparência; possui motivo que, no
caso da deserção é o comprometimento da honra pessoal e do decoro da classe; e,
por fim, possui o objeto, que é o efeito que se busca produzir, o que se pretende
alcançar, ou seja, a demissão do militar.
8 R e s o lu ç ã o 3 6 6 6 , d e 0 2 d e a g o s to d e 2 0 0 2 ( M A P P A D ) - A b e r t u r a d e V i s t a s - D o c u m e n t o f o r m a l, a t r a v é s d o
q u a l s e a b r e o p o r t u n i d a d e d e d e f e s a a o ( s ) a c u s a d o ( s ) , c o m p r a z o d e f in i d o , p a r a a a p r e s e n t a ç ã o d e s u a s r a z õ e s
e s c r it a s d e d e f e s a .
37
rito próprio e, por mais que se assemelhe a outro ramo de direito, terá a
independência em suas decisões, respeitando, obviamente, os princípios
constitucionais que conferem legalidade e validade aos atos administrativos.
Carvalho Filho (2006, p. 57) afirma que o Direito Penal possui sistema de
tipicidade rígida que determina para cada tipo penal uma sanção específica. O
Direito Administrativo se limita a definir as transgressões disciplinares sem, contudo,
prever uma punição específica para cada conduta.
A aplicação da sanção é ato discricionário da autoridade competente. Daí
a importância da obediência ao princípio da proporcionalidade que implica ao agente
aplicador da sanção a obrigatoriedade de estabelecer sanções adequadas à conduta
infratora.
A questão ainda é bastante divergente. Na apelação cível n° 680, Tribunal
de Justiça Militar - TJM, (Minas Gerais, 2010), que reexaminou a situação de um
militar desertor da 8a RPM, o qual se apresentou após a vigência da Lei
Complementar 95/07, tendo iniciado a deserção antes de tal Lei, não houve
unanimidade de votos. Dois dos juízes que julgavam a lide entenderam que a
deserção é crime permanente, que, segundo Greco (2009, p. 30), "é aquele cuja
consumação se prolonga no tempo” e sua dura ção se estende no tempo, inclusive
na esfera administrativa. Assim se posicionaram os magistrados:
9 Art. 71 Código Penal - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica
dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de
execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do
primeiro.
42
Constituição Federal, em seu inciso XXXIX, afirma que "não há crime sem lei
anterior que o defina, nem pena sem a prévia comi nação legal” e no inciso XL, "A lei
penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu” (BRASIL, 1988). Para esse
Magistrado, o art. 240-A não poderia ser aplicado ao militar que desertou antes da
entrada em vigor da Lei Complementar 95/07 que o instituiu, uma vez que, quando
ocorreu a deserção, não existia norma que estabelecesse a conduta como contrária
à honra e ao decoro da classe, condições fundamentais para submissão do militar
ao PAD, conforme art. 64, II do Código de Ética dos Militares de Minas Gerais. Não
houve a intenção de afrontar a honra e o decoro, mesmo porque não havia essa
definição no Código de Ética, eximindo-se, dessa forma, da responsabilidade de
responder pela transgressão. (MINAS GERAIS, 2002a)
O Supremo Tribunal Federal (STF), mais alta corte do País, já se
pronunciou a respeito dessa questão por intermédio da súmula 711 que permite a
aplicação de normas aos fatos anteriores à sua vigência, aos crimes permanentes e
continuados. A transgressão disciplinar da deserção é de caráter permanente,
portanto, também é amparada pela súmula em comento (BRASIL, 2003). Assim,
dada a decisão do STF, entende-se que há possibilidade de aplicação da Lei
Complementar 95/07 aos fatos ocorridos antes de sua vigência.
grave: "faltar, publicamente, com o decoro pessoal, dando causa o grave escândal o,
que comprometa a honra e o decoro da classe” (MINAS GERAIS, 2002a).
A instrução 01/05 da Corregedoria da Polícia Militar explica que no caso
da publicidade da deserção basta a sua repercussão no âmbito interno da
Corporação para configurar a indisciplina. Quanto ao grave escândalo, deve ser algo
marcante negativamente, uma situação perniciosa e repreensível cometida pelo
transgressor. (MINAS GERAIS, 2005)
Verifica-se a necessidade da tipificação do art. 13, III, CEDM junto a
instauração do PAD por meio do art. 64, II do mesmo ordenamento administrativo,
tendo em vista que o art. 64, II não confere ao acusado a amplitude da defesa, pois
não especifica o tipo de transgressão que, em tese, ele teria cometido. Conforme
prescreve o art. 87 da Instrução da Corregedoria 02/09, para a instauração do PAD,
além da fundamentação no inciso II, art. 64 do CEDM, deve ser apontado também
um dos incisos do art. 13 do CEDM que traz as transgressões de natureza grave.
(MINAS GERAIS, 2002a, 2009a)
O artigo 240-A, ao ser implementado no Estatuto, serviu como um
mecanismo facilitador aos Comandantes na decisão de submeter o militar desertor
ao PAD, apesar de conter expressões subjetivas que dificultam sua aplicação
permitindo diversas interpretações, podendo implicar em decisões diferenciadas por
parte dos julgadores. Os termos honra pessoal e decoro da classe, embora estejam
definidos no ordenamento jurídico da Polícia Militar, tem conotações diferentes para
cada pessoa, de acordo com a sua identidade, ou seja, nem sempre o que afeta a
honra pessoal para um indivíduo, afetará também a outro, o mesmo acontece com o
decoro da classe.
Segundo Houaiss (apud ROSA, 2009b, p 72), a palavra decoro é:
instaurado o PAD, tendo como objeto de análise a deserção, a decisão final por
parte dos Comandantes poderá divergir, sendo entendido, em alguns casos, que o
afastamento do militar da Unidade que serve, por mais de 8 dias, sem justificativa,
não fere a honra nem o decoro da classe.
A decisão a respeito de julgamento de transgressões que contrariam os
princípios da honra e do decoro são de caráter subjetivo, pois exprimem juízo de
valor, carecendo de objetividade, notadamente quanto à conduta do desertor.
Apesar de serem definidos os conceitos de honra pessoal e decoro da classe pela
Resolução 3666/02 se faz necessário que o Código de Ética elenque a tipificação da
deserção, como transgressão disciplinar, de natureza grave, afastando qualquer
subjetividade de sua essência, permitindo uma decisão sólida na sua aplicação.
Diante dessas questões, visualiza-se um terreno frágil na aplicação do art.
240-A do EMEMG, comprometendo a eficácia da lei, uma vez que existe a
possibilidade do artigo não alcançar o seu fim, devido a recursos judiciais que
podem resultar em interpretações diferentes a respeito do assunto.
Toda norma deve ser eficaz naquilo que pretende regulamentar, caso
contrário perderá sua aplicabilidade, culminando em seu desuso. Para Carvalho
Filho (2006, p. 111), "eficácia é a idoneidade que tem o ato administrativo para
produzir seus efeitos. Em outras palavras, significa que o ato está pronto para atingir
o fim a que foi destinado.” A criação do art. 240-A teve como finalidade precípua a
redução do crime de deserção na Polícia Militar e, para alcançar esse fim, utilizou-se
da submissão do militar desertor ao PAD, com a possibilidade da demissão.
Verifica-se que o art. 240-A, em que pese a subjetividade dos termos
utilizados em seu texto, não apresenta vícios em sua forma, sendo de origem legal,
criado por Lei Complementar que possui prerrogativas para alterar Lei Ordinária.
Destaca-se, também, que o artigo possui caráter conceitual, não sendo de
características punitivas, uma vez que não tipifica transgressão, tampouco apresenta
punição para determinada conduta, necessitando conjugação com outro
ordenamento para sua aplicação. Assim, entende-se que o art. 240-A é legal quanto
à sua origem e possui aplicabilidade aos casos de deserção. (MINAS GERAIS,
2004, 2007)
46
10 Segundo Ferreira (2004, p. 645), posto é o mesmo que cargo; lugar que cada um deve
ocupar no desempenho de suas funções.
49
ELEMENTOS
COMPONENTES
INTELIGÊNCIA
SUBSISTEMA RH
EMP. OPER.
EMPM LOGÍSTICA
COMUNICAÇÃO
ORNÇAMENTO
n
RESULTADOS
FINANÇAS - DF
SISTEMA
SAÚDE - DS P
DIRETORIAS R r \
PMMG O K SOCIEDADE
LOGÍSTICA - DAL
CENTRO DE
C 1— \
APOIO
E
S
1— y/ Destinatária das
Políticas de
TECNOLOGIA E SISTEMA - DTS S Segurança
O
S
L___ 11___ y
MEIO AMBIENTE E TRÂNSITO - DMAT
INTELIGÊNCIA - DInt
RH
BATALHÃO
INTELIGÊNCIA
COMPANHIA
EMP. OPER.
REGIÕES
PELOTÃO
LOGÍSTICA
DESTACAMENTO
COMUNICAÇÃO
SUBDESTACAMENTO
ORÇAMENTO
FIGURA 1 - Estrutura da Polícia Militar de Minas Gerais - Sistema de Gestão Estratégica para
Resultados
Fonte: MINAS GERAIS, 2010, p 15.
54
19 Baixa, conforme art.148 do EMEMG, é a exclusão do serviço policial militar ativo a pedido.
20A resolução 3666 de 02 de agosto de 2002 define licença como sendo o afastamento
autorizado do cargo ou do emprego, ou concessão de não trabalhar nele, durante curto
período, fixado ou determinado na autorização ou concessão. É a isenção de fazer aquilo
que se estava obrigado a fazer.
60
5 METODOLOGIA
a) Quantitativa
b) Qualitativa
Nesta seção, foi feita uma análise dos dados obtidos durante a pesquisa,
com suporte nas teorias apresentadas e buscou-se a verificação da hipótese
formulada de que a inserção do art. 240-A no Estatuto dos Militares do Estado de
Minas Gerais reduziu o número de militares desertores na 8a Região da Polícia
Militar.
Inicialmente, foram apontados os dados relacionados à pesquisa
realizada junto à Diretoria de Recursos Humanos da Polícia Militar, por meio de
análise da relação de militares desertores em todo o Estado de Minas Gerais, antes
da implementação do art. 240-A, por região. Verificou-se o número de desertores
que retornaram para as Unidades no período de 2000 a 2010, bem como os
militares pertencentes à 8a RPM que retornaram da deserção no período
compreendido entre 17 de janeiro de 2007 a 16 de abril de 2007. Posteriormente,
analisaram-se os dados dos militares desertores que praticaram tal crime após a
implementação do art. 240-A do EMEMG e foram analisados os dados dos militares
desertores que foram excluídos da PMMG por força do art. 240-A do EMEMG e,
finalmente, aqueles que conseguiram, por meio de ação judicial, retornar, após a
demissão, para a Instituição Militar.
TABELA 1
Perfil dos militares desertores, por tempo de serviço, da 8a Região da
Polícia Militar de Minas Gerais que retornaram da deserção
no período de 17 de janeiro de 2007 a 16 de abril de 2007.
TABELA 2
Perfil dos militares desertores da 8a Região da Polícia Militar de Minas Gerais que
retornaram entre 17 de janeiro de 2007 a 16 de abril de 2007, relativo à motivação
para a deserção
Motivação Número
Quitar dívidas 21
Comprar casa própria 19
Comprar veículo 4
Criar o próprio negócio -
Desejo de morar em outro -
país
Outros 3
analisada a correlação dessas informações com a tabela 2, tendo em vista que cada
graduação possui realidade econômica diferenciada.
TABELA 3
Perfil relativo à graduação dos militares desertores da 8a Região da Polícia Militar de
Minas Gerais que retornaram entre 17 de janeiro de 2007 a 16 de abril de 2007.
Graduação Número
Soldado 1a Classe 9
Cabo 15
Sargento 4
□ 1a RPM
□ 2a RPM
□ 8a RPM
80
□ 9a RPM
□ 12a RPM
60
□ 15a RPM
40
□ OUTRA
20 _S
0
50 _______________________________ >
Z.-----✓
________________
□ 2000
45 □ 2001
40 □ 2002
35 □ 2003
30 □ 2004
□ 2005
25
□ 2006
20 z.__ □ 2007
15
/ — -
- l _ 1 □ 2008
□J
x__ □ 2009
10
□ 2010
5
0
1 JX
GRÁFICO 3: Número de policiais militares da 8a Região da Polícia Militar de Minas
Gerais que retornaram da deserção apresentando-se nas Unidades no
período de 2000 a 2010
TABELA 4
Situação dos Processos Administrativos Disciplinares instaurados por força do art.
240-A do EMEMG por Região da Polícia Militar
□ SIM
□ NÃO
Verifica-se que 82% dos militares não teriam desertado caso, na época,
estivesse em vigor o art. 240-A. Este resultado demonstra a influência do artigo na
77
7 CONCLUSÃO
dos militares que haviam desertado retornassem para as Unidades antes que a lei
entrasse em vigor, diminuindo o número de desertores na Polícia Militar. O
ordenamento jurídico influenciou também na decisão dos que pretendiam desertar,
evitando nova incidência do fenômeno. Aos que desobedeceram a norma não
retornando da deserção, bem como os que desertaram após a implementação do
art. 240-A no Estatuto dos Militares, o ordenamento foi eficaz aplicando a pena de
demissão, garantido o poder da Administração Pública no controle e equilíbrio
organizacional.
Conclui-se, assim, que o art. 240-A do EMEMG influenciou sobremaneira
o fenômeno da deserção na PMMG e, principalmente, na 8a RPM, reduzindo
consideravelmente a incidência do fenômeno. Confirmada está a hipótese inicial de
que a inserção do art. 240-A no Estatuto dos Militares do Estado de Minas
Gerais reduziu o índice de militares desertores na 8a Região da Polícia Militar.
Apesar da confirmação do art. 240-A como eficaz no tratamento da
deserção, torna-se preocupante a construção do ordenamento jurídico que é
composto por termos subjetivos que permitem interpretações diferenciadas e
questionamentos de todos os tipos. Os termos honra pessoal e decoro da classe são
palavras que possuem conotações diferenciadas conforme cada indivíduo, região e
contexto cultural, permite julgamentos diferenciados acerca dos conceitos, sendo
instável o terreno em que se estruturam os atos produzidos pelo artigo. A nova lei
não possui caráter punitivo, apenas procedimental, não existindo, ainda, um tipo
específico de transgressão disciplinar que classifique o ato de desertar como falta
disciplinar, dependendo de outras normas complementares para a efetivação da
punição.
Destaca-se, ainda, a dificuldade do colhimento dos dados acerca do
fenômeno da deserção em virtude da inexistência de uma seção de análise
estatística de fenômenos administrativos disciplinares, o que melhoraria o estudo e a
aplicação de medidas corretivas, para os casos de indisciplina e, culminaria na
melhoria da prestação de serviços por parte da Polícia Militar.
Diante o exposto, para um melhor desempenho da atividade
administrativa na PMMG, sugere-se que:
1°) a deserção seja incluída no art. 13 do CEDM como transgressão
disciplinar, bem como seja incluído um terceiro inciso no art. 64, com previsão da
deserção como prática a ser apreciada pelo Processo Administrativo Disciplinar
81
REFERÊNCIAS
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Cap 13, p. 817.
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Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2006.
Di PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 24. ed. São Paulo: Atlas,
2011.
GRECO, Rogério. Código penal comentado. 2. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2009.
LOREIRO NETO, José da Silva. Direito penal militar. 4. ed. São Paulo: Atlas 2001.
MARINHO FILHO, José. O art. 64, inciso II, da Lei Estadual n. 14.310, de
19/06/2002, e sua aplicabilidade disciplinar. Revista de Estudos e Informações.
Belo Horizonte, n. 27, p. 22-25, mar 20 I 0 .
MERTON, Robert K. Sociologia - teoria e estrutura. São Paulo: Mestre Jou, 1968.
MINAS GERAIS, Constituição do Estado de Minas Gerais (1989). 14. ed. Belo
Horizonte: Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais, 2011.
MIRABETE, Júlio Fabrini. Manual de direito penal (v.1 e v.2). 21. ed. São Paulo:
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MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 15. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
86
NETO, José da Silva Loureiro. Direito penal militar. 4. ed. São Paulo: Atlas 2001.
ROSA, Paulo Tadeu Rodrigues. Código penal militar comentado. 2. ed. Belo
Horizonte: Lider, 2011.
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. 41. ed. Rio de
Janeiro: Forense 2004.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: parte geral. São Paulo: Atlas, 2004.
87
88
APÊNDICE
6 - Na época em que você desertou, caso o art. 240-A do Estatuto dos Militares que
coloca o militar desertor submetido ao Processo Administrativo Disciplinar (PAD),
estivesse em vigor, você desertaria assim mesmo?
( ) sim ( ) não justificar