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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

ÉRICA RIBEIRO
GABRIELLE CORDEIRO DE ARAUJO
GABRIELA UPENECK VIEIRA
JOVANA CRISTINA CARVALHO DA SILVA

Relatório - Biologia de Campo I


Aula Prática Número 1 - 09/02/19: Condições ambientais e recursos - reconhecimento de
organismos focais.

Curitiba - PR
Março de 2019
1. INTRODUÇÃO
Em diversos ambientes é possível observar que inúmeros fatores influenciam
na dinâmica da biodiversidade local, tais como umidade relativa do ar, temperatura
e qualidade do solo, o que caracteriza as condições ambientais. Essas condições,
reunidas aos recursos disponíveis no ambiente, possuem uma denominação
específica chamada de “habitat”, esse conceito pode ser descrito segundo Vanessa
Sardinha como sendo “local onde uma determinada espécie vive e desenvolve-se,
ou seja, o habitat é o ambiente propício para que uma espécie possa alimentar-se e
reproduzir-se adequadamente sem interferência”.
A partir disso, hábitat se configura como uma importante forma de vivência,
reprodução e adequação dos animais ao ambiente. Consequentemente, essas
condições propícias ocasionam um fator preponderante chamado “nicho ecológico”,
que resume-se a fatores ambientais que abrangem desde o hábitat onde
determinados animais estão inseridos, seus métodos reprodutivos, e principalmente
o quão possível é sua adaptação e forma de inserção no ambiente.
Portanto, atualmente são utilizados formas de medição para que o ambiente
esteja propício a biodiversidade existente, para tal ocorre a utilização de
equipamentos como termo-higrômetro que serve para a medição da temperatura do
ambiente seja ele em sombra ou sol, e também como medidor de umidade para que
ocorra a observação de como está o padrão de água no solo, o que pode indicar o
que precisa ser corrigido para que tais elementos estejam corretos no solo.
Portanto observa-se que alguns elementos principais de análise de
temperatura e umidade são fatores preponderantes que auxiliam no bom manuseio
da biodiversidade local, e auxiliam na elaboração de laudos técnicos específicos de
determinadas regiões.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Na disciplina curricular de Biologia de campo I do curso de ciências biológicas


da universidade federal do Paraná, durante a aula do dia 9 de março de 2019 foi
requerido aos estudantes a realização de uma atividade prática que consistia na
avaliação temporal e espacial das condições físicas do ambiente. Para isso foi
realizada a medição de temperatura e umidade relativa do ar, utilizando um termo-
higrômetro. Para a medição de variação temporal, foi posicionado o termo-
higrômetro em dois pontos (um em ambiente de sol e outro de sombra) ao nível do
solo e a um metro acima do solo. A medição foi iniciada às 10:00hrs da manhã,
sendo repetida a cada 30min, por quatro vezes, terminando assim às 11;30hrs.
Foi também requerido a coleta dos dados de variação espacial das condições
físicas do ambiente em uma área transversal de transição entre um ambiente de sol
até um ambiente de sombra (com 60m de extensão). Foi medido com o termo-
higrômetro a temperatura e umidade (ao nível do solo e a 1m do solo), a cada 6m.
A medição foi realizada, portanto, em dez pontos distintos.
Posteriormente foi também realizada foi a escavação de um buraco para
descrição do substrato encontrado, caracterizando a camada superficial quanto à
espessura, grau de umidade e natureza dos detritos. Também foram observadas as
mudanças de coloração, textura, umidade, material orgânico, presença de raízes, e
demais características.
Enfim houve a escolha, por parte dos alunos, de um organismo vivo presente
na mata para sua análise de interação com o ambiente físico. O organismo foi
observado e caracterizado conforme seu tamanho, cor, grupo taxonômico e demais
características morfológicas marcantes.

3. RESULTADOS

3.1 Variação temporal das condições físicas do ambiente

Durante a análise da variação temporal e espacial das condições físicas do


ambiente exposto ao sol foi constatado que houve mudança sutil de temperatura de
acordo com o horário, sendo que às 11:30h foi registrado temperaturas mais
elevadas que os demais horários, como pode ser observado na tabela abaixo.

Tabela 1 - Ambiente de sol

10:00h 10:30h 11:00h 11:30h

Temp Umid Temp Umid Temp Umid Temp Umid

Ao nível do 28,4 55% 26,1 40% 27,6 51% 29,4 53%


solo

A 1m do 29,2 57% 27,6 50% 28,5 52% 30 50%


solo

A partir dos dados da Tabela 1, verificamos que a média de temperatura ao


nível do solo durante o período observado foi de 25ºC e o valor médio de umidade
foi 47,25%. Já a média de temperatura a 1m do solo foi de 24,72ºC e a média de
umidade 51%.
A análise da variação temporal das condições físicas do ambiente
sombreado, apesar de obter temperaturas mais amenas, registrou elevação entre o
período de 11:00 às 11:30, conforme registrado na tabela abaixo.

Tabela 2 - Ambiente de sombra

10:00h 10:30h 11:00h 11:30:h

Temp Umid Temp Umid Temp Umid Temp Umid

Ao nível do 23,8 41% 24,1 51% 26,3 49% 25,8 48%


solo

A 1m do 23,7 56% 23,9 51% 25,9 49% 25,4 48%


solo

No caso dos dados da Tabela 2, verifica-se que a média de temperatura e


umidade ao nível do solo, no ambiente de sombra, correspondem, respectivamente
a 27,8ºC e 49,75%. Por outro lado, a 1m do solo, encontramos média de
temperatura de 28,82ºC e média de umidade 52,25%.

3.2 Variação espacial das condições físicas do ambiente

Durante a realização da análise de variação espacial das condições físicas


do ambiente, em que foi verificado a umidade e temperatura em área de transição
entre ambiente de sol e sombra, foram constatadas variações de temperatura e
umidade conforme a área analisada. Ao ponto em que a temperatura caiu conforme
foi adentrado o ambiente de sobra, a umidade sofreu grandes variações,
intercalando momentos de pico, conforme a tabela abaixo:

Tabela 3 - Temperatura e umidade em diferentes pontos do solo

Pont Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Pont Ponto Ponto Ponto
o1 2 3 4 5 6 o7 8 9 10

Temperatura 31 29,3 29,7 31 32,4 30,7 27,1 25,1 25,3 24,3

Umidade 43 40 39 39 36 33 35 40 38 38

3.3 Descrição do substrato nos diferentes ambientes

Na mata utilizada para a realização da pesquisa, ao fazer a escavação de um


buraco de, em média, um palmo de profundidade, foi possível observar que a
primeira camada estava repleta de material em decomposição (folhas de árvores,
principalmente). Logo abaixo foram encontradas diversas raízes dos arbustos e
árvores ao redor, o que dificultou a escavação. Mais abaixo a terra se apresentou
mais fofa e escura, o que se manteve da mesma forma até o fundo do buraco.

3.4 Interação do organismo com o ambiente físico

O ser vivo escolhido pela equipe foi um fungo (Reino Fungi, Filo
Basidiomycota, Classe Agaricomycetes, Ordem Polyporales, Família Polyporaceae).
O fungo encontrado assemelha-se ao Pycnoporus sanguineus, popularmente
conhecido como orelha-de-pau, porém essa espécie apresenta coloração vermelho-
alaranjada, diferente do fungo encontrado, que tinha coloração branca (imagem 1).
Apresentava tamanho 2x4cm e estava ancorado a uma árvore, cujo tronco
estava consideravelmente recurvado e sua copa pouco desenvolvida. Encontrava-
se próximo a um pequeno lago, em um ambiente sombreado, encoberto por demais
árvores.
O fungo possui como características sensorialmente perceptíveis sua
coloração branca e textura lisa e dura. Apresenta formato semicircular,
assemelhando-se a um leque, conforme a figura abaixo.

Imagem 1. Fungo basidiomiceto encontrada na mata.

4. DISCUSSÃO

Uma parte importante do trabalho foi realizada e registrada na tabela 3, onde


10 pontos, um a cada 6 metros dentro de um espaço de 60m, tiveram suas medidas
tanto de umidade quanto de temperatura anotadas (ao nível de solo) ao decorrer de
60 metros, totalizando os 10 pontos necessários.
Os três primeiros pontos foram medidos em um local aberto recebendo luz
solar direta, fato evidenciado no ponto 1, o qual apresentou a maior temperatura e
umidade, assim como a maior umidade, devido ao fato de, sob a luz, a vegetação e
o solo sofreram maior perda de água.
É possível concluir, também, que a temperatura foi caindo conforme as
medições se aproximavam da sombra proporcionada pelas árvores. Assim como a
umidade também se apresentou com resultados menores ao entrar na mata, porém
quando o medidor foi aproximado de uma fonte de água presente no ambiente (no
ponto 8) ficou evidente que a medida da umidade foi quase tão grande quanto no
ambiente de luz.
Notou-se que a presença de uma fonte de água alterou significativamente a
umidade no local. Durante a escavação do buraco, a umidade promovida pelo lago
mostrou-se um fator determinante, principalmente na vegetação. .
Pode-se observar logo na camada superficial uma grande quantidade de
materiais sendo decompostos, característica marcante de floresta ombrófila densa.
Já na segunda camada, pôde-se observar as raízes das árvores mais
emergentes na superfície, o que evidencia a grande umidade, pois, caso a oferta de
água não fosse suficiente, teríamos encontrado raízes mais profundas.
Logo, na terceira e mais profunda camada, a terra estava mais fofa devido a
grande quantidade de água infiltrada.
Quanto ao organismo escolhido na mata, o fungo Pycnoporus sanguineus,
concluímos que a alta umidade do solo e a presença do lago próximo à árvore em
que o fungo foi encontrado, contribui para sua subsistência. Fungos como esse
atuam como decompositores em troncos de árvores, degradando a madeira. (Ribes
et al., 2018).

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

RIBES, D. D.; ZANATTA, P.; GALLIO, E.; LOURENÇON, T.; BELTRAME, R.;
PEDRAZZI, C.; GATTO, D. A. 2018. Utilização do fungo Pycnoporus sanguineus
para biopolpação de madeira. Vol. 23, no. 4. Rio de Janeiro, Revista Matéria.

SARDINHA, VANESSA. O que é Habitat. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/biologia/o-que-e-habitat.htm. Acesso em : 14
Mar. 2019.

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