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Cél

i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

Capí
tul
o1–Açãoadmi
nist
rat
iva(
noçõesger
ais)
Teor
iaGer
aldaAçãoAdmi
nist
rat
iva
1–Açãoadmi
nist
rat
iva
Aaçãoadmi nist
rativa–t ar
efaadmi ni
strati
va,funçãoadmi nist
rati
vaou
administraçãopúblicaem sentidomat erial–referenciaumapar cel
adaação
públi
cacom car acterí
sti
casespecí fi
cas,nopl anomat er
ialeformal,quea
si
ngularizam eadi sti
nguem dasaçõesout ar
efasdesenv ol
vidasnaexecução
deoutrasf unçõespúbl i
cas(polít
ica,l
egislat
ivaejurisdici
onal),éentão
necessár i
oentendê-lacomoaaçãoqueaAdmi nistraçãodesenv olveatr
avésde
deter
mi nadosinstrument osepar aprosseguirdetermi nadasfinali
dades.
Numaf órmulaini
cialesi
mpl es,apresenta-seaaçãoadmi ni
str
ati
vacomoo
conjuntodasaçõesexecut adasporsuj ei
tosdaAdmi ni st
raçãoPúbli
ca. Ao
contráriodoquesucedecom asout rasfunçõespúbl icas,queacusam uma
tendênci apar aaacentuadahomogenei dadedasf ormasoudosi nstr
ument os
deação( lei
s,nocasodaf unçãol egi
slati
va,sentenças, nocasodaf unção
j
ur i
sdicional),aaçãoouf unçãoadmi nistrati
varevela-semul ti
for
me, postoque
util
i
zav áriosprocessos,mecanismosouesquemasdeação.Est avari
edade
deteta-se, pelomenos, aoníveldosfins,docont eúdo, daforma,danat ureza
j
ur í
dica, dosef ei
tosedoâmbi t
odei ncidência.
 Fi
nsdaaçãoadmi
nist
rat
iva:asmi
ssõesdaAdmi
nist
raçãoPúbl
ica
Nesteponto, aaçãoadmi ni
str
ati
vanãosecar acterizapelav ar
iedade,
mas,aocont rário,pel
ahomogenei dade;nestesentido,podef al
ar-sede
umauni ci
dadedef im daaçãoadmi ni
strati
vapois,comoj áv i
mos, est
a
desenvolve-
sesempr enosent i
dodar eali
zaçãodoi nter
essepúbl ico.
Sabemosqueapr ossecuçãodoi nter
essepúblicoconst i
tuium element o
i
dentif
icador,disti
ntiv
oet ambém obrigatóri
oem todaequal queração
daAdmi nist
raçãoPúbl i
ca.
Apr ossecuçãodoi nter
essepúblicoum r ecort
eabst r
atooui ndefini
do,
ereclama, pori ssomesmo, umaconcr eti
zaçãooudensi fi
cação
medi anteaenunci açãodasmi ssõesdaAdmi ni
str
açãoPúbl ica.As
missõesassi nalam objet
ivosespecíf
icosqueper mitem di
stinguir
difer
ent estiposdeaçãoadmi nist
rati
va, rel
embrandoque, aol ongodo
tempo, asf unçõespel asquaisaAdmi nistr
açãosef oiconsiderando
responsáv el f
oram aument ando.
 Cont
eúdosdaaçãoadmi
nist
rat
iva
Nodesenv olviment odassuasf i
nalidadesemi ssões,aAdmi ni
str
ação
Públicaexecutatar efasdeconteúdomui t
ov ari
ado: f
iscali
zaev igi
aas
ati
vidadespr i
vadas, atr
avésdeinspeçõesev istori
as(v.g.
,nosdomí ni
os
económi co,ambient alouurbaní
stico),desenvolveaçõest endentesa
garanti
rat r
anquilidadeeaor dem públ i
ca,sancionainfraçõesàl ei
,
atr
ibuisubsídios,constróiest
radas,prestaser v
içosdeut il
ização

1
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

i
ndividual (porex.,nosdomí niosdasaúdeedaeducação) ,gere
equipament osei nfr
aestrutur as( museus, teat rosnodomí niodacult ura,
casasdehabi t
açãosoci al nodomí ni osocial edasol i
dariedade,
equipament osdet ransport esoudepr oduçãodeener gi
a, hospit
aise
escolas, nodomí niodosser vi
çospúbl i
cos) ,produzout rataef ornece
bens( porex. ,água),assegur aougar ant
equecer tasati
vidadespr ivadas
sãoexer ci
dasem cer t
ost er mos, nomer cado, pelosrespet i
vostitul
ar es
(energia, t
elecomuni cações) ,programaepl anifica(porex.,ousodos
solosouoabast eciment odeel etri
cidade, etc..Av ari
edadedecont eúdos
dast arefasedasaçõesempr eendidasapr esent a-secomoumamar ca
essenci aldaat i
vidadeadmi nistrati
v a.
 Ef
eit
osdaaçãoadmi
nist
rat
iva
Deacordocom ocri
téri
odosef
eitosdesencadeadosouproduzi
dos
pel
aaçãoadmini
str
ati
v a,
sur
gem-nosduasclassesfundamentai
s:as
açõesouat
osj
urí
dicoseasaçõesdef
act
o(ouat
osr
eai
s).

a)Asaçõesadmi nistr
ativ
asquepr oduzem ouquedet erminam a
produçãodeefeitosjurí
dicos,querdizer
,efeit
osque“ af
etam o
ordenamentoj
ur í
dico”sãoasaçõesj urí
dicas,num senti
doamplo
(“
Rechtshandl
ungen” ):
v.g.,emissãodeumaor dem; apl
i
caçãode
umasançãodi scipl
inar;r
evogaçãodeumadeci são;
Oconj
unt
odosat
osj
urí
dicosdaAdmi
nist
raçãoi
ncl
ui:
i
) Osat
osdecar
áct
ernor
mat
ivo(
regul
ament
osadmi
nist
rat
ivos)
;
i
i
) Asdeci
sõesconcr
etasei
ndi
vi
duai
s(at
osadmi
nist
rat
ivos)
;
i
i
i) At
osj
urí
dicosnãodeci
sór
ios;
i
v) Cont
rat
osadmi
nist
rat
ivos;
Dist
inguem-seduascl
assesdeat
osj
urí
dicos(
dist
inçãopouco
operati
va)
:
Atosjurí
dicosem senti
doestr
it
o:osatosqueconsist
em em
“decl
araçõesdev ont
adeint
encional
mentedi
ri
gidasàproduçãode
efei
tosjurí
dicos”
.
Atosjur
ídi
cosquasenegociais:
declar
açõesdeciênci
aoude
vont
adeaqueaor dem j
urídicaassoci
adiret
amenteefei
tosj
urí
dicos
i
ndependentementedapresençadeumav ont
adedoautornesse
sent
ido.
Estadi st
inçãoépoucooper at
ivaporqueut i
l
iza-
seapenasa
designaçãoquecongr egatodososat osquepr oduzam ef
eit
os
j
urídicos,acrescent
ando-
sequeopr ocessopsicol
ógicoque
conduzi uaoat onãotem gr
anderelevânciananossadisci
pli
na.

2
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

 Istonãoquerdi zerqueosat osjurí


dicosdaAdmi nist
raçãonãot enham
deser“ voluntários”, nosentidoem quedev em serprati
cados
voluntariament epel osseusaut oresenãosobousoouaameaçadouso
daf orçaoudeout rasf ormasdeconst r
angiment o:vej
a-seoarti
go161. º,
n.º2, alí
neaf ),doCPA, quesanci onacom anul idadeosat os
admi nistrati
vospr aticados“sobcoaçãof í
sicaousobcoaçãomor al
”.Os
víci
osqueaf etem opr ocessopsi col
ógicodedeci sãopoderãorelevar,
em ger al,nãoporsi mesmos, massobr et
udonamedi daem que
conduzam aumai legalidade(nãoconf ormidadedadecl araçãocom a
l
ei )
.
 Nocont extodaquel epreceit
o, oconcei todevont adepar eceest ar
associadoaor esultadotraduzidonapr áti
cadeat oscom ef eitosjur
ídi
co-
admi ni
st r
ativos,nosent i
doem que, porexempl o,a“for
maçãoda
vontade”oua“ execuçãodav ont ade”sedev em inter
pretar,
respetivament e,comoa“ for
mação”oua“ execução”demedi dasoude
atosdecar ácterjurí
dico-
admi nistrativo.Porout rolado,sem pr ejuí
zodas
obser v
açõesant eri
ores,i
mpor tat erem consi deraçãoar elevânciada
vontadedaAdmi nistr
açãonodomí niodocont r
atoadmi nistrativ
o.

b) Asaçõesadmi nist
rativasquedetermi
nam apr oduçãodemer os
efei
tosdef act
o, quenãoenv ol
vem,comoconsequênci adir
eta, uma
tr
ansformaçãodaor dem j ur
ídi
casãoasaçõesdef act
o
(“
Tathandlungen”):processament odeum text
onum comput ador ,
vi
stori
adeum est abelecimento,l
eci
onaçãodeumaaul a;
emi ssãode
um avisopúbli
co.
Ofactodeasaçõesdefact
onãopr oduzi
rem efeit
osjurídi
cosnão
i
mplicaquenãopossam determinarconsequênciasjurí
dicas:
assi
m,
porex.,aremoçãodeum aut
omóv elpodeenvolv
erpar aa
Admi ni
str
açãoum dev
erdeindemnizaçãoquandoaoper açãode
remoçãopr ov
oquedanos.

Asaçõesdef acto–quenãopr oduzem efeit


osjurí
dicos,mas
apenasefei
tosdef acto–i nt
egram, em pri
meirolugar
, asoperações
materi
aisdaAdmi nistração(v
.g.,
construçãodeumaest rada,
l
ecionaçãodeumaaul a).Masincluem também atosdecl ar
ati
vos:
declar
açõesdeci ênci aaqueaor dem jurí
dicanãoassoci a
di
retamenteapr oduçãodeef eit
osjurí
dicos–ei soquesev er
ifi
ca
com aprestaçãodei nformações.

For
masdaaçãoadmi
nist
rat
iva
Aaçãoadmi
nist
rat
ivanãoser
evel
amul
ti
facet
adaapenasaoní
vel
dos

3
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

conteúdosedosef
eit
osour esul
tadosj
urídicosepr
áti
cosquepr et
ende
produzi
r;out
rot
ant
osucedet ambém quant oaospr
ópri
osinstr
umentos,modos
eprocessosfor
mai
sdeação, osquaistambém serevelam v
ari
ados.Alude-
se,
aesterespei
t aum cat
o, álogoabertodasf ormasdeaçãoadminist
rat
iva.
 Deci
sõesuni
l
ater
ais:
depr
oibi
ção,
deaut
ori
zação,
dei
mposi
ção.
 Emi
tem av
isoser
ecomendações
 Opi
niõesepar
ecer
es
 Out
orgam cont
rat
os(
v.g.
,deobr
aspúbl
i
cas,
deaqui
siçãodeser
viços)
 Edit
am normas(v.
g.,
par
aregul
arr
elaçõesent
reauni
ver
sidadeeos
seusestudant
es)
 Aprovam pl
anoseprogr
amasdeação,mastambém execut
am, noplano
materi
aloufísi
co,
açõesouoper
açõesmat
eriai
s(v
.g.
,administ
raçãode
vaci
nas).

Ar efer
ênci
aaosconceit
osdedeci sãounil
ateral
,decont
rato,denor
ma,de
planooudeoperaçãomateri
alremet aumadi
epar mensãoformal,
expli
candoum “
mododeat uar”,masnãof orneceumaindicaçãosobr
eo
conteúdoconcr
etoem quetalagirseconcreti
za.
 Num ensaiodesistemat
izaçãodasf or
masdaaçãoadmi ni
str
ati
va,
umadisti
nçãof undamentalpr
ocessa-seentreasações
decl
arat
ivas,queassent
am eset raduzem numadeclar
ação,eas
açõesmat er
iai
s,queseconcreti
zam numadi mensãorealoufí
sica.
Assi
m, t
emos:
a)Açõesdecl arati
vas, queseaf i
rmam, poi s,em comportament osdeti
po
declarativo,osquai s,acr
escent e-se, podem det erminarounão
determi narapr oduçãodeef eitosj urídicos: nopr
imeirocaso, t
ermos
“açõesdecl arat
ivascom efei
t osjur ídicos”( aut
ori
zação,ordem,
proibição);nosegundocaso, sur gem as“ açõesdeclar
ativassem ef
eit
os
j
urídicos”,istoé,açõesdef act o(v .
g. ,recomendação, prestaçãode
i
nfor mação) ;
b) Açõesouoper açõesmat er i
ais,quesepr ecipi
tam naproduçãodeum
resultadodef actooumat er ial,ouseja,deum ef ei
toquesepr ojet
a
fisi
cament enareali
dade–v .g.,constr
uçãodeumapont e,reali
zaçãode
umaci rurgi
a.Aquiseintegr am igualment easaçõesadmi ni
strati
vasque
env olvem ousodaf orçaedacoer ção,quernoâmbi t
odaexecução
coer civadeatosadmi ni
strat ivos(arti
go175.ºesegs.doCPA)oude
cont ratosadminist
rat
ivos, quernocont extodadesignada“coaçãodiret
a”
(cf.ar t
igo175.º,
n.º2,doCPA) .

4
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

*Porv ezes,aaçãomat eri


alsegue-seaumaaçãodecl arati
vae
pressupõeest a,estandoistopresentenoar tigo177ºdoCPA, por
exempl o,abatedeumaár voresituadaem pr édiopart
iculardepoisdeter
sidodadaumaor dem aopr opri
etári
oqueest enãocumpr i
u.Aestetipo
deaçõesdenomi namosporaçõesmat eri
aisdeexecução.Podet ambém
veri
ficar-
seocont r
ári
o: aaçãodeclarativ
asegui r-
seepr essuporuma
préviaaçãomat eri
al(aprati
carnopr ocediment oconducenteàquela
declaração).Assim sucede,porex.,quandoaAdmi ni
str
açãoaut ori
za
umaf ábri
caal aborardepoisdarealizaçãodeumai nspeçãoaol ocal.

Nat
urezadasf
ormasdeaçãoadmi
nist
rat
iva
Aaçãoadminist
rat
ivapaut
a-seporexi
birumavar
iedadet
ambém ao

veldanat
urezajur
ídi
cadosinstr
umentosqueuti
l
iza.Com ef
eit
o,par
a
areali
zaçãodassuasmi ssões,aAdmi nist
raçãoPúbl icalançamãodas
for
masqueoDi r
eit
oAdmi nist
rati
vodisponibil
iza–“ formasdedi r
eito
administ
rati
vo”–, mast ambém f ormasdaesf er adodi rei
topri
vado,
ocupandoumaposi çãodedest aqueocont rat
o, que,comosesabe, éo
pri
ncipali
nstrument odepr oduçãodeef eit
osjur í
dicosnocomér ci
o
j
urídi
coprivado.Cont udo, convém nãoesquecerqueai ndasubsistem
espaçosdecont rataçãopr i
vada,desdelogoquandoaação
administ
rati
vaépr ot agonizadaporent i
dadesdenat urezajurí
dica
pri
vada..Onossoest udoocupa- seapenasdasf ormasdeação
administ
rati
varegul adaspel oDi r
eit
oAdmi nist
r ati
vo–f ormasjur í
dico-
administ
rati
vas.

For
masdeaçãor
egul
adaspel
oDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivo
Arefer
ênci
aaformasdeaçãoadmini
str
ati
vachamaaatençãopar
aa
vari
edadedosmodos,dosi
nstr
umentosoudosmódulosdequea
Admi ni
str
açãoseser
vepar
aagir:
aforma,nest
esent
ido,
époisafor
ma
(
ouomodo)deaçãodaAdmi
nist
ração.
Assim, aleidefine,em abst r
ato,or egi
mej ur
ídicodeum model o, de
umaf ormadeação; passaent ãoaexi sti
rumaf or madeaçãot í
pica.O
regimedel i
neadopar aessaaçãot í
picaaplica-seat odasas
mani festaçõesconcr etaser eaisdor eferi
domodel o,consti
tuindo, por
consegui nte,um “dir
eitopr é-
fabri
cado”baseadonum model oounuma
formaequeser ve,comoum “ pronto-a-vesti
r”,parat odasasapl i
cações
quecor r
espondam aomodel oouqueseencai xem naf or
ma. Intr
oduz- se,
assim, um element odesegur ançaedepr evisibil
idadedacondut ada
Admi nistração.Sem est aregulament açãodi spost aem abstrat o,o
Direi
toAdmi nist
rativ
oest ariamar cadopel ocasuí smoenãor ealizari
aas
suasf unções, essenciais,deor i
entaçãoededi r
eçãodaação
admi nistr
ativaedegar anti
adepr oteçãodoadmi nistr
ado.

5
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

*Veja- se, porexempl o, oqueacontececom o“ atoadmi nistrativ


o” ,
def i
nidonoar ti
go148. ºdoCPA–adef i
niçãolegal deumaf iguradeat o
admi nist rativocor r espondeàaci mar efer
idadef i
niçãoabst ratadeum
model o, deumaf or madeaçãoàqual seirãoreconduzi rinúmer as
espéci esdeat os.Poi sbem, quando,i
ndependent ement edor espetivo
cont eúdo, um det er mi nadoat odaAdmi ni
st r
ação( v.g.,umasanção
disciplinar ,umaor dem par aabandonodeum l ocal ouumal i
cençade
const rução)ser econduzaoconcei todeat oadmi nistrativodef ini
dona
l
ei, segue- seaapl icaçãodeum r egimejurídi
copr edispost oef ormulado
em abst ratopar aaf ormaoumodel oaqueesseat ocor responde. Háum
regimequev ai apl i
car -senecessari
ament e,apenasporset ratardeum
atoadmi nistrat i
v o: eisoquesucedequant oàfor ma( art i
go150. º)
,às
mençõesobr i
gat ór i
as( ar
ti
go151.ºdoCPA)ouaodev erde
fundament ação( ar ti
go152. ºdoCPA) .Omesmor aciocínioseapl i
caem
relaçãoaout rasf or masdeação, comoor egul
ament oouocont r
ato
admi nist rativo.

Rel
evoj
urí
dicodaf
ormal
izaçãodaaçãoadmi
nist
rat
iva
Aexi
stênci
adef
ormasdeaçãoadmi
nist
rat
ivaj
uri
dicament
eregul
adas
r
ecl
amaumadupladist
inção:
i
) Porum l ado, geumabi
sur f
urcaçãoent re“açõesadmi nistr
ati
vas
formais”e“ açõesadmi nist
rati
vasi nf
ormais”,dizem- sef or
maisos
ti
posconcr et osdeaçõesquecor respondem ouquese
reconduzem aumaf ormaei nformaistodasasout ras;ao
contrári
odasi nf
ormais,asaçõesf or
mai ssubmet em- seaum
regi
mej ur
ídicoprevi
ament edef i
nido,porvezes, si
mul taneamente
nospl anospr ocedi
ment al,
substancialecont encioso.

i
i
) Poroutr
olado,i
mpõe-seumadist
inçãoent
re“vár
iost
iposde
açõesf
ormais”
,querdi
zer
,ent
reosv ár
iost
iposdefor
mas
j
uri
dicament eregul
adas(v.g.,
entr
eat oadminist
rati
voecontr
ato
administ
rati
vo).Adif
erenciaçãoprévi
aentreregi
mesj ur
ídi
cosa
queseent endedeverem submeter-sedi
fer
entesf or
masdeação
administ
rati
va.

Sist
emaclássi
codast
rêsf
ormasr
egul
adasdeação
admini
str
ati
va
Aleit
uradoíndi
cedoCPApermitel
ogoident
if
icarasf
ormasjuri
dicament
e
r
eguladasdeaçãoadmi
nist
rat
ivanodi
rei
toport
uguês.Com ef
eit
o,aParteI
V

6
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

doCódigo,com otí
tulo“DaAti
vi
dadeAdminist
rat
iva”divi
de-
seem t
rês
capí
tul
os,com asepígraf
es“Doregul
amentoadministr
ati
vo”
(
I)
,“Doat
oadmi
nist
rat
ivo”
(
II
)e“
Doscont
rat
osdaAdmi
nist
raçãoPúbl
i
ca”
(II
I)–em relaçãoaoscont
ratos,
oCPAnãodef i
neum r
egimej
urí
dico,
remetendoadi sci
pli
nadoregimesubst
ant
ivodoscont
rat
osadminist
rat
ivos
paraoCódi godosContrat
osPúblicos(
CCP)
Nãosignif
icaisso,j
áosabemos, queaaçãoadmi ni
str
ativaseesgot enastr
ês
formasreguladas.AAdmi nistr
açãodesenvol
v emuitasoutrasações,que,
todavi
a,nãoseencont ram r
eguladascomof ormasoumodel osabstr
atos.Al
ei
atépodeorientaraAdmi ni
straçãonaexecuçãodessasações, segui
ndopor
exemplooar ti
go178ºdoCPAquant oaosprincí
piosapli
cáv eisnaexecuçãode
atosadministr
ativ
os,massem chegaraopont odedef i
nirumadi sci
pli
napara
um modelodeaçãor ecort
adoem abstrato.
Embor
acom gr
ausvari
áveisdeint
ensi
dade,em r
elaçãoacadaumadastrês
f
ormasconsi
der
adas,
aor dem j
urí
dicar
egul
amentaaspetosrel
aci
onadoscom:
i
) Opr
ocedi
ment
odef
ormação;
i
i
) Osrequi
si
tosdeval
i
dadeedeef
icáci
a,or
egi
medai
nval
i
dadeeo
r
egi
medeexecução
i
i
i) Or egi
medocontenci
oso,mediant
eadefi
niçãoder
egrasespecíf
icas
quantoaosmei
osjuri
sdi
cionai
sdeprot
eçãodosint
eressados.

Desenv
olv
iment
osdosi
stemacl
ássi
co
Adoutr
inar ecentev em chamandoaat ençãoparaalgunsaspet
osmenos
consegui
dosdoent endiment oclássicodasf ormasdaaçãoadmi nist
rati
va.
Alude-
se,nest econtext o,aoex cessoder i
gidezqueat eor
iadasformas
i
ntroduznaaçãoadmi ni strati
va.Sem prejuí
zodapr ocedênci
adealgumas
dessascrít
icas, quepr ev i
nem or i
scodaabsol uti
zaçãodeuma“ t
eor i
adas
formas”,
afigura-se-nosqueaf or mal
izaçãocont i
nuaaapresent
av antagens
i
ndiscut
ívei
s, além domai s,quanto:
i
) àconsol
i
daçãodeumadi
sci
pli
naj
urí
dicaqueaAdmi
nist
raçãodev
e
obser
var
;
i
i
) àsegur
ançaj
urí
dica,
querpar
aaAdmi
nist
ração,
querpar
aosci
dadãos;
i
i
i) àcompr
eensãoci
ent
íf
icadoDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivo.
Porout r
olado,etr
ata-sedeum pontoigualmentedeci
siv
o,aformal
ização
dosprinci
paismodosdeaçãoadmi ni
strat
ivanãotem i
mpedidoaevoluçãodo
Dir
eit
oAdmi nist
rat
ivo,
nem tão-poucotem tr
avadoolivr
edesenvol
vi
ment odos
modosdeaçãoadmi nistr
ati
va.

7
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

Um si
stemaaber
todef
ormasdeação;
ospr
ocessosdeaçãoadmi
nist
rat
ivai
nfor
mal
Cor
retament e,adout ri
nat em observadonãoexi strum numer
i usclaususdef ormas
deaçãoadmi nistr
ativa, pr
et endendocom i stoexplicarquenãoháqual querimposi ção
taxat
ivainerenteàt eor i
adasf ormas,equeàspr evi
stasereguladaspodem v i
raj untar
-seoutras.AAdmi ni
str açãonãoseencont raimpedi dadeuti
li
zarações
administrat
ivasinformai snapr ossecuçãodosobj etiv
osquepaut am asuai nt
ervenção.
Oobst áculopodeest arent ãono“ pri
ncípiodal egali
dadeadmi nist
rati
va”,em sentido
ounadi mensãosubst ancial,queseconcr etizanumaexi gênci
adef undament olegal
daaçãoadmi nistr
ativa.Quandoocenár ioéest e,estamosperant euma“ ação
administrat
ivainformal ”.
Ocaráct
erinfor
mal deumaaçãoadmini
str
ati
vanãosigni
fi
caqueodi rei
toa
desconheça,nem quesejai
gnor
adapelal
eiadmini
str
ati
va.Olegi
sladorpodemesmo
estabel
ecerqueum determi
nadoórgãoécompetent
eparaprati
carum atoinf
ormal
(quenãoobedeceaum model oouaumaf orma).

 Em t
ermosmui
tocl
arosnest
ashi
pót
eses,
éní
tdaaconv
i eni
ênci
ae
mesmoaexigênci
adeconfigur
açãodeum regi
mejurí
dicoque,em
abst
rat
o,def
inaascondi
ções(procedi
ment
aiseout
ras)em quea
Administ
raçãopodeprati
caraçõesdesseti
poeascondiçõesdeprot
eção
j
urídi
cadoscidadãos,sobr
etudoporqueasmesmaspodem revel
aruma
efi
cácia(j
urí
dicaoudefacto)pot
encial
menteagr
essi
vaparaosdir
eit
os
doscidadãos.

Conj
ugaçãoent
ref
ormasdeaçãoadmi
nist
rat
iva
Nav erdade,porv ezes,aproduçãodeum cer tor esul
tadoexigeacombi nação
entrediferent
esf ormasdaaçãoadmi ni
str
ativa:eisoquesucedeno
procediment odef ormaçãodei númer oscont r
atospúbl icos,queinclui
, al
ém do
contrato,um atoadmi ni
str
ati
vodeadj udi
cação( escolhadamel horpr oposta:
arti
go73. º,n.
º1, doCCP) ;Ocorrênciasdeum “ mi x”entreformasdiferentesde
açãoexi stem aindanocampodaexecuçãocoer civadeat osadministrati
vos,
porexempl o,
quandoaAdmi ni
straçãocontrataum t er
ceir
opar aefetuara
prestaçãoem f altapelodesti
natáriodoato( cf.artigo181.ºdoCPA) .

Li
ber
dadedeescol
haent
ref
ormasdeaçãoadmi
nist
rat
iva
AAdmi nist
raçãodi
spõedeumaliberdadedeescol
heraformadeagir.Vi
sto
poralgumadout ri
nacomoumaquest ãode“boaadminist
ração”
,aregrada
“l
iv
reescol ha”ent
reasfor
maspressupõetambém aescolhadoregimejur
ídi
co
apli
cável(supondoqueoscont
eúdosdosr egi
mesaplicáv
eisserevel
am
di
ferentes).
Doexpost
onãosedeveinfer
irquealeiserevel
aindif
erent
equantoàescol
ha
dafor
madaaçãoadministr
ati
va,remetendoestaescol
haem todososcasos
8
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

paraoscr i
téri
osnãoestri
tamentejur
ídi
cosde“ boaadmi nist
ração”.Nãoé
sempr eassim.Desdelogo,hácasosem queosef ei
tosjurí
dicosaconst i
tuir
i
mpl i
cam ousodeumadet er
minadaforma:assim, porexempl o,
aav al
iaçãode
um alunonãopodedei xarderepousarnum atodeclarati
voeuni l
ater
aldoj úri
deexame; trat
a-sedeum casoem que“ anaturezadasr el
açõesaest abelecer”
afast
aapossi bil
idadedeutil
i
zaçãodocontrato.

Âmbi
todei
nci
dênci
adaaçãoadmi
nist
rat
iva
Adi
ver
sidadecar
acter
izaaaçãoadmini
str
ati
vatambém quantoaorespeti
vo
âmbi
todeinci
dênci
a.Consi
derandoest
ecri
tér
io,
temostr
êsár easousectores
em queaaçãodaAdmi ni
str
açãosedesenvol
ve:açãoadmi
nist
rat
ivaext
erna,
açãoint
eradmi
nist
rat
ivaeaçãoadmi
nistr
ati
vaint
erna.
a)Açãoadmi
nist
rat
ivaext
erna
Alude-seaquiàaçãoqueaAdmi nist
raçãopromov eedesenv olveno
contextodoseur elaci
onament ocom ospar ti
culares(ci
dadãos, empr esas
eout rasenti
dadescr i
adasnosei odasociedade) .Apesardeocar ácter
externosepoderencont rartambém naaçãoi nteradministr
ati
va( v.infr
a),
subli
nha- sequeapenasnocasodequeagor anosocupamossev er i
fi
caa
produçãodeef eit
osouder esult
adosnum âmbi toquet ranspõeas
fr
ontei r
asdaAdmi nistr
açãoPúbl i
ca(proj
etando-seext r
amur os),
nomeadament eproduzindoefeit
osnaesf eradepar ti
cular
es,element os
estesdapr ópri
asociedadeci v
il
.
Porest araz
ão,oâmbi t
odaaçãoadmi ni
strat
ivaexter
napressupõeo
encontrooucruzament oentr
eoi nter
essepúblico,pr
otagoni
zadopela
Administr
açãoPública,eum inter
essepr i
vado,radi
cadonoparti
cular
benefi
ciadoouprejudicadopelaaçãoadmi nist
rati
va.

b)Açãoi
nter
admi
nist
rat
iva
Têm- seaqui em vi
staasaçõesquesedesenv ol v
em num quadr ode
relacionament oentreduasoumai sent i
dadespúbl i
cas, porexempl o,entre
oEst adoeum muni cípioouumauni versidadepúbl ica,entredoi sinsti
tutos
públ i
cosouent r
eum i nsti
tutopúbli
coeumaassoci açãopúbl ica.A
diversidadedenat urezajurídi
cadasent idadesquei ntegram a
Admi nistraçãoPública,desdeentidadescom per sonal i
dadededi reit
o
publ i
co,atéentidadesdedi r
eit
oprivadocomosoci edadescomer ciai
s,
associ açõesouf undações, conduzaconsi deraraindai nt
eradmi nistr
ativ
as
asações( easrel
ações)quesepr ocessam ent reent idadesadmi nist
rati
v as
dedi reit
opúbl i
coeasdesi gnadasentidadesadmi nistrati
vaspr i
v adas,
i
magi nemos, porexempl o,nocasodemuni cí
piosedeempr esas

9
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

muni
cipai
sem queospr
imei
rossãoaci
oni
stasúni
cos.

Assim,querset r
atedeaçõesquepr omov em orelaci
onament oent r
e
enti
dadesdedi r
eitopúblico(v.
g.,açõesdeinspeçãodoEst adonas
autar
quiaslocai
s,noâmbi todatutel
aadmi ni
str
ati
v a),
querset ratede
açõesquer el
acionam ent i
dadespúblicaseenti
dadesadmi nist
rati
vas
pri
vadas(v.
g.,fi
nanciament oestadual deumaempr esapúbl i
ca),entr
am,
em qual
quercaso, em jogoaçõesdecar áct
eri
ntersubjet
ivo,quenão
esgot am asuaef i
cácianointeri
ordapr ópri
aentidaderesponsávelpel
a
ação.Deum pont odev i
staformal,est
ãoem causaf ormasdeação
admi nistrat
ivaext
erna.Sem prej
uízodisso,devecontudosubl i
nhar-
seo
caráct erapenasformalmenteexterno,
por quantosetrata,em t
odoocaso,
deaçõesquepr oj
etam eesgotam osrespet i
vosefeit
osour esult
adosno
espaço“ i
nteri
ordaAdmi ni
str
açãoPúbl ica”(i
ntr
amur os).

Percebe-
seagor
aqueaaçãoint
eradmini
str
ati
vadesconheçaofenómeno
doencontr
ooucruzament
oent
reinter
essepúbl
icoeint
eressespr
ivados.
Mas,not
e-se,
issonãosigni
fi
caquenãoexi
stam rel
açõesdetensãoeat
é
deconfl
i
toentreasent
idadesqueserel
aci
onam nesteâmbi
to.

b)Açãoadmi
nist
rat
ivai
nter
na
Trata-
sedaaçãoquesedesenr ol
ano“ i
nter
iordeumaenti
dadeda
Admi ni
straçãoPública”
.Estamosagor
adiantedeumaaçãonaesfera
i
ntrasubjeti
va,vi
stoquenãopõeem contactodoissuj
eit
osdi
fer
ent
es,uma
vezquesepr ocessadentr
odeumamesmaent i
dade.
I
ncl
uem-
seaçõesquesedesenv
olv
em nar
elação:
i
) Entr
eosórgãosdeumaentidade:
v.g.
,numauniv
ersidade,
as
rel
açõesent
reaassembl
eiadauniver
sidadeeorei
tor;
i
i
) Dent
rodosórgãos”deumaent
idade:
v.g,
rel
açõesent
reo
pr
esi
denteeosrestant
esmembrosdeum órgãocol
egi
al;
i
i
i) Entreosórgãoseosser
viçosdeumaenti
dade:v.
g.,r
elaçõesent
reo
president
edacâmaramunici
paleosser
viçosmunici
pais;
i
v) Ent
reosór
gãoseost
rabal
hador
esdeumaent
idade

Aplur al
i
dadei nter
nadaspessoascol et
ivas(públ
icasouprivadas)–
vi
sív
el nofactodet erem v
ári
osórgãos–éar esponsáv el
pel
aexi st
ênci
ade
umaaçãoi nterna,quesedesenvolvedentrodapessoacol et
ivaeem cujo
âmbitopodem pr ocessar-
serel
açõesjurí
dicas(i
nternas).Ar
elaçãode

10
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

hierar
quiaocupa, nestedomí ni
o,umaposi çãodedest aque,umav ezqueo
víncul
ohierárquicoconst i
tui
umai mpor t
antef ontedeatosinter
nos( v.
g.,
ordens,dir
etivaseinstruçõesqueossuper ioresemi t
em equeobr igam os
subalter
nos).Masaaçãoadmi nist
rati
vainternapodeaindaconcr eti
zar-se
em açõesmat eri
ais(v.
g.,l
impezadeedi fí
cios,entreout
rosexempl os),bem
comoem at osjurí
dicosinter
nosder ecort
evar iado(v.
g.,par
eceres,
recomendações) .
Em cer
toscasossur geadúv i
daseestesmesmosat osj
urí
dicossó
proj
etam asuaeficáciaanív
elinter
no(esgotandoasuaefi
cáciajur
ídi
ca
dent
rodaent i
dade)ouse, deformacontrári
a,i
rradi
aumaeficáci
aexter
na,
por,
v.g.
,engendrarefeit
osqueser eper
cutem nasit
uaçãoj
urídi
capessoal
deum membr odaent idade.
2–Açãoei
naçãoadmi
nist
rat
iva
Aalusãoàaçãoadmi ni
str
ati
varemeteparaum “
fazer”
, t
raduzi
dona
adoçãodeum compor t
amentopositi
vo,quepodeconsi
stirnatomadade
umamedi daounapr át
icadeum atojur
ídi
co.Maso“nãof azer”(
abst
enção,
i
naçãooui nérci
a)t
ambém podeassumi rr
elev
ânci
ajurí
dicanav i
da
administ
rat
iva.
Oquer
elevaent
ão?
Arel
evânciavari
aem funçãodot i
podei ni
ciat
ivadaaçãoda
Admini
stração:est
apodedesenv olver
-senasequênciadeum at
ode
i
nici
ati
vaexterno(hét
ero-
ini
ciat
iva)oucomor esuladodeumadeci
t sãoda
pr
ópr
iaAdmi
nist
raçãor
esponsávelpel
aaçãoaempr
eender(
aut
oini
ciat
iva)
.
i
) I
naçãoadmi
nist
rat
ivanocasodehét
ero-
ini
ciat
iva
Quandoai ni
ciati
vadepôrem mar chaaaçãoadmi ni
strativ
aper tencea
um parti
cularouaumaent i
dadepúbli
cadiferentedaent idadei nstadaa
atuar,oatodei nici
ativ
adesencadei aum deverl egaldeagir,deadot ar
um compor tament o.Dependodot i
podesol i
citação,odev erlegal deagir
podecor esponderaum dev
r erdeproceder–queseconcr etiza,no
mínimo,num dev erder esponderou“deverdepr onúncia”,e,por v
entura,
aum dev erdedeci dir(cf.art
igo13.
ºdoCPA, sobr eoprincípi
oda
decisão)
.
 Com efei
to,al
iseestabelecequeosór gãosdaAdmi ni
stração
Públ
ica(ouquaisquerentidadesnoexer cíci
odepoderes
públ
icos)“t
êm odev ersepr onunci
arsobr etodososassuntos
dasuacompet ênci
aquel hessej am apresentados(
…)”.
 Dependendodasci rcunst
âncias(sobr udodopedi
et doeda
l
egitimi
dadedor equerent
e),odev erdepr onúnci
apode
consist
irnum deverdedecisão,medi anteatomadadeuma
decisãoformalsobreopedidoapr esentado( at
oadmini
str
ati
vo:
art
igo128.º,n.
º1)ouaemi ssãodeum r egul
amento
admi ni
str
ati
vo(arti
go137.º,n.º2)
.

11
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

 Em casospar
ti
cul
ares,
alei
poder
áat
ri
bui
rài
nação
admi nist
rati
vaov aloreoef eit
oj ur
ídicoprópri
odeumaação
positiv
a,remet endoassim paraaf iguradoat oadmi nist
rati
vo
tácit
o, pr
evistonoar t
igo130ºdoCPA.Énecessár i
ot erem
atençãoaof actodeque, mesmoper anteum dev erdeagi rda
AP, em regra,aordem jurí
dicalimit
a-seapr everouaper miti
r
queseext r
aiam efeit
osdo“ facto”em queset r
aduzo
i
ncumpr i
ment o(porexempl o,responsabil
idadeci vi
le
discipl
inardof al
toso,condenaçãodaAdmi ni
straçãoàadoção
docompor tament odevido)
.Comoexempl o,atentosaoar ti
go
92ºdoCPAquant oàdisti
nçãoent reparecerobr i
gatório
vi
ncul
ati
voenãovi
ncul
ati
vo.

i
i) I
naçãoadmi
nist
rat
ivaof
ici
osa
Asit
uaçãoapr
esentaoutroscontor
nosquandoai nici
ati
vadaação
admini
str
ati
vaper
tenceàpr ópri
aenti
daderesponsávelpelaação( aut
oini
ciat
iva)
.
Comov i
mosacima, podesucederqueaini
ciat
ivaofi
ciosaseapr esente
obri
gat
óri
aou–hi póteseporvent
uramaisf
requente–di scri
cionári
a.
Em queter
mospodeaAdmi ni
str
açãoserobr
igadaaexer
ceroseudev
er(
trat
a-
sedeum temacomplexoem doi
splanos)
:
 Quantoàidenti
fi
caçãodossuj
eit
osquepodem exi
girocumpr
iment
odo
deveradmini
str
ati
vo;
 Quant
oàlati
tudedaint
erv
ençãodotri
bunal
,sobr
etudoem f
acedopoder,
quedever
econhecer
-seàAdmini
str
ação,dedeci
dirsobr
eauti
l
izaçãodos
seusr
ecur
sos.
Quandoexistaum deverlegaldeaçãoofi
ciosadaAdmi ni
str
ação–deverde
emissãodeum atoadmi nistr
ati
voqueresul t
adiretamentedalei,
i
ndependentementedepedi donessesentido( r
emi ssãoparaosarti
gos76ª
doCCPear tigo137.
º,n.º1,doCPA)osi nteressadospoder ãoexi
gir
j
udici
almenteacondenaçãodaAdmi ni
straçãoàpr át i
cadoatoouàemi ssão
doregulamentoomiti
do:cf.,r
espeti
vament e,ar
tigo67.º,n.
º4,al
íneaa),
e77.º
doCPTA.
 At ol
erânciaadmi nistrat
iva–at oler
ânci acorresponde, em ger
al,auma
práti
cadeabdi caçãoaoexer cíci
odeum poder .Nodi r
eitoadministr
ati
v o
estáinter
ligadoàf unçãoi nspeti
vaef iscal
izadoraecom o( não)exercíci
o
depoder esadmi nistrati
vosdecar áctersancionatório(sançãodecondut as
i

citosoui legais,sendoque, asmai sdasv ezes,atolerânciaconcreti
za-se
num “ f
echardosol hos”di antedecondut asquedev eri
am serreprimidas,
mascuj af alt
adeat ençãodadaj ustifi
ca-sepel acertatoler
ância
admi ni
strativ
aem f acedei rr
egulari
dadesmenor es,debagat el
as) .

Sem imporumaobr igaçãogeraldedeci


sãodepr ocediment osdeini
ciati
va
ofi
ciosa,aleideter
minaacaducidadedopr ocedi
ment oquenãosej aconcl uí
dono
prazoindicado,comosepodecompr ovarat
ravésdoar t
igo128º ,nº6doCPA.Não
existe,
contudo,um regi
mepar aoscasosdei ni
ciat
ivaoficiosadeum procedimento
paraapr áti
cadeat ofav
orável(
v.g.,
atri
bui
çãodesubsí dios)em que,depois,nãov
em

12
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

asert
omadaqual
querdeci
são.

3–Açãoadmi
nist
rat
ivael
etr
óni
ca
Na“soci
edadedei nf
ormação”donossotempo, aaçãodaAdmi ni
str
ação
Públi
ca–umaaçãohumana, dehomensedemul heres–desenvolv
e-se,
de
for
magener al
izada,mediant
eaut i
li
zaçãooucom oapoiodeequipamentos
i
nformáti
cos,der edesedeplataf
ormaselet
róni
cas,quesetornam cadavez
maisimpresci
ndív ei
s.
 Asimpl i
caçõesjurí
dicasdecor rentesdaapl icaçãocr escentedael et
róni
canavida
administr
ati
vasãor esponsáv eispel aadoçãodel eisgerai
ssobr ea
“administ
raçãopúblicaelet
rónica” :assim sucedenaAl emanha, com aGesetzzur
Förderungderelekt
ronischenVer waltung(E-Gov ernment -
Gesetz:2013)eem
Espanha,com aLeydeAdmi nistraciónElectróni
ca( 2007),entr
eout rosexempl
os.

3.
1–Obj
eti
vosepr
incí
piosapl
i
cáv
eisàadmi
nist
raçãoel
etr
óni
ca
Oartigo14.ºdoCPAi dent i
fi
caalgumasf inal
idadesdaadmi ni
stração
el
etr
ónicaeformulaprincípiosapli
cáveisnestamat ér
ia,sendoqueosv ários
númerosdoar t
igo14.ºnãoacol hem, em todososcasos, princí
piosjurí
dicos
comoéapont adopelarespet i
vaepígrafe,mas,antes,pr
ocedem ài ndi
caçãode
obj
eti
vos,fi
nali
dadesel i
nhasdeor ientaçãoquant oàuti
lizaçãodemei os
el
etr
ónicosnaaçãoadmi nistr
ati
va.
a)Obj
eti
vosdaadmi
nist
raçãoel
etr
óni
ca

Deveuti
li
zarmeioseletróni
cosnodesempenhodasuaati
vidade,
de
modoapromoveraeficiênciaeatranspar
ênci
aadmi
nist
rat
ivasea
pr
oxi
midadecom osinteressados.

 Efi
ciência:apresent a-sei
ndiscutí
velofactodeaut i
li
zaçãode
meiosel etr
óni cosconst i
tui
rum poderosoi nstr
ument opar a
i
ncrement arof uncionamentomai sefi
cientedaAdmi ni
stração
Pública,queraoní veldosseusprocessosi nter
nosdeação,
quernoqueser efereaorel
acionamentocom osci dadãos.
Apont a-
seent ãopar aumamai orsimpli
ficação,celeri
dadee
acessodosi nteressadosaopr ocedimentoadmi nistr
ativ
o( cf.
art
igo61. º,n.º1, doCPA) .

 Transpar ência:Oempr egodemei osel etrónicosconst it


ui um
mei oespeci alment eadequadopar aaAdmi nistraçãoPúbl i
ca
promov erumaest rat
égiaproact
ivadeaber tur a,deinfor
mação
edet ranspar ênciadosi st
emaadmi nistrati
vo.Est aéobtida
atravésopor taldoscont r
atospúblicos( www. base.gov.
pt ),
da
obrigatoriedadel egaldepubli
cit
açãodosbenef í
cios
concedi dospel aAdmi nist
raçãoPúbl i
caat r
av ésdepubl icação
emanut ençãodel ist
agem anualnosí tionaI nt ernetda

13
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

ent
idadeobrigadaedaInspeção-GeraldeFinanças.
Acr
escenta-
set ambém adisponibi
l
izaçãopelasempr esas
l
ocais(dosetorpubli
coeassociaçõespúblicasprof
issionai
s
deum amploconj unt
odeinfi
rmaçõesat rav
ésdor espetivo
si
ti
oeletr
ónico.
Nestecontexto,mereceaindadestaqueoarti
go10.ºdaLeido
AcessoaosDocument osdaAdministr
ação(LADA)queimpõe
aosorgani
smosdaAdmi ni
str
açãoPúblicaodeverde
assegur
aradiv ul
gação,documentoseregulamentosi
nter
nos
daAdmi ni
str
ação.

 AproximaçãodaAdmi nistr
açãoPúblicaaoscidadãos:os
meioseletr
ónicospodem const it
uirum i
nstr
ument opara,
no
sécul
oXXI ,darumaef et
ivi
dadepráti
caaopr i
ncípio
consti
tuci
onalel egaldaaproximaçãodosser vi
çosàs
populações(cf.art
igos267.º,n.
º1daCRP, e5.º,n.
º2,do
CPA).

b)Gener
ali
zaçãoedi
sponi
bil
izaçãodemei
osel
etr
óni
cos

Nost ermosdon. º4doar t


igo14.º, osser
v i
çosadministr
ati
vos
devem disponibil
izarmei
osel etr
ónicosder el
acionamentocom a
Admi ni
straçãoPúbl i
caedivulgá-
losdef ormaadequada, demodoa
queosi nteressadosospossam ut i
lizarnoexercíci
odosseusdirei
tose
i
nteresseslegalment epr
otegidos.

c) Val
oresqueosmei
osel
etr
óni
cosdaAdmi
nist
raçãodev
em gar
ant
ir

Associ adosav al
or esjurí
dicos, queosmei oseletr
ónicosutil
izados
pelaAdmi nistraçãodev em gar antir
:di sponibili
dade,acesso,
i
ntegridade, autent
icidade,conf i
denci ali
dade, conservaçãoesegur ança
dainfor mação. Em concr eti
zaçãodopr incípi
odeequi val
ênci
ajur í
dica,
oDecr eto-Lein.º73/ 2014,de13demai o, estabel
ecequea
correspondênci atransmi ti
daporv i
ael etrónicatem omesmov alorda
tr
ocadaem supor t
edepapel ,dev endoser -l
heconferida,pel
a
Admi nistr
açãoepel ospar ti
culares,idênt i
cot rat
ament o.
Direi
todei gualdadedeacessoaosser viçosdaAdmi nist
raçãoeletr
ónica
Comoser iadeesper ar,aleipreocupa- secom or isco,queexiste,
deaut il
ização
demeiosel etrónicost erosef ei
tos(indesejáv ei
seopost osaosobj et
ivos
pret
endidos)dedi f
icultaror el
acionament oent reaAdmi ni
straçãoeos
ci
dadãosoudepr ov ocarsituaçõesdedesi gualdadeent recidadãosquet êm
acessofacil
itadoàst ecnologiaseci dadãosi nfo-excluí
dos.
Nest
eâmbi
to,
on.º5doarti
go14.ºdoCPAestabel
ecequeosinter
essados
t
êm dir
eioài
t gual
dadenoacessoaosser
viçosdaAdmini
str
ação,nãopodendo,

14
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

em casoalgum,ousodemei oseletr
ónicosimpl i
carrest
ri
çõesou
di
scri
minaçõesnãopr evi
stasparaosqueser elaci
onem com aAdmi ni
str
ação
pormeiosnãoeletr
ónicos.Deve-seatenderaof actodenãoel imi
nara
desi
gualdadedefactoqueexisteentreoscidadãosquedi spõem deum
computadorem suacasaligadoàI nter
neteosquenãodi sfr
utam dest
a
possi
bil
idadeouquenãosabem ut i
li
zarosmei osinformáticos.
 Ai
nst
it
uiçãodor
efer
idocânonedei
gual
dadenãopr
ejudi
caa
adoçãodemedi dasdedi ferenciaçãoposi t
ivapar aaut i
li
zação,
pelosinter
essados, demei osel et
rónicosnor elacionamento
com aAdmi ni
straçãoPública.Umamedi dadest et i
poéo
designado“atendiment odigit
al assi
stidonosEspaçosdo
Cidadão”-espaçosfísi
cosdeat endimentopresencialondese
pr
ocedeaoauxíl
i
oaocidadãoouagent
eeconómiconoacessoe
i
nter
açãocom ospor
tai
sesíti
osnaInt
ernetdaAdmi
nist
ração
Públ
ica.

d)Condi
çõesj
urí
dicasdeut
il
izaçãodemei
osel
etr
óni
cos

On. º3doar t
igo14.ºacolheafor mulação(genéri
ca)
,trata-
sedeum
enunci adodesent i
domenoscl aro,queaponta,porum lado,parauma
evidência(autil
izaçãodemeiosel etr
ónicostem desepr ocessar
“dentrodosl i
mitesestabel
ecidosnaConst it
uiçãoenalei”)e,porout
ro,
paraum eni gma, j
áquenãoseal cançaosi gnifi
cadodar efer
ênci

sujeiçãodaut i
li
zaçãodemei oseletróni
cos.
Nanossai
nter
pret
ação,
alei
ter
áaqui
apr
etensãodeest
abel
ecerque
auti
li
zaçãodemei oselet
róni
cosnãopodeenv olv
erumadi minui
ção
dasgarant
iasprev
istasnoCPA, nem det
ermi
narumai nf
raçãoou
desv
ioaosentidodospr i
ncí
piosgerai
sdaati
vidadeadminist
rati
va.

3.
2–Apl
icaçõesdaadmi
nist
raçãoel
etr
óni
ca
Sãomúl ti
plasasapl
icaçõesdaadminist
raçãoelet
róni
ca:ar
mazenamentoe
processamentodeinf
ormação;prest
açãodigit
aldeservi
çospúbl
i
cos;ent
re
outras.

3.
2.1–Ar
mazenament
oepr
ocessament
odei
nfor
maçãoadmi
nist
rat
iva
Em pri
mei rol
ugar,osmei oseletr
óni
coseinformáticoscumprem umaf unção
comosupor tedoregisto,
doar mazenamentoedopr ocessament
odedadose
deinf
ormações; aeletr
ónicafacil
i
taotrabal
hoadmi nistr
ati
voem todosos
pl
anose, desdelogo,naaquisiçãodeciênci
aparaat omadadedeci sões.
Convém nãoesquecerqueest esistemadear mazenament otem uma

15
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

i
mpor t
ânci
adecisivaquantoàpossibi
l
idadeenecessi
dadedeprevi
sãoe
acessodoscidadãosat odosassuasinf
ormaçõesoudados,assi
m comouma
garant
iadesegurançarelat
ivament
eaestes.
Énecessári
oaindachamaràat ençãopar aopapel r
elevantedaLADA,
nomeadament eaconcreti
zaçãoedel imit
açãodoâmbi tododirei
todeacesso
aosregistosearqui
vosadminist
rati
vos,queassisteat odososci dadãosde,
“sem necessi
dadedeenunciarqualquerinter
esse”(ar
tigo268.º,n.º2,daCRP),
acederem aosdocumentosadministrati
voseexercerem direi
tosdeconsulta,
dereproduçãoedei nf
ormaçãosobr easuaexi st
ênciaecont eúdo.

3.
2.2–Pr
est
açãodi
git
aldeser
viçospúbl
icos
Umaout raaplicaçãodosmei osel et
rónicosconcr eti
za-seat rav ésda
designadapr estaçãodi gi
tal deserviçospúbl i
cos.Nest amat éria,oDecr eto-
Lei
n.º74/ 2014, de13demai o,sobr eapr estaçãodi gi
taldeser viçospúbl icos,
estabeleceuqueosser v i
çospúbl i
cosdev em, sempr equeasuanat urezaai sso
nãoseoponha, paraal ém doat endiment opr esencial
,sert ambém pr estadosde
formadi gital,at
ravésdasuapr ogressiv adisponi bi
l
izaçãonaI nt ernet
.O
objeti
voéasi mplif
icaçãodav idadosci dadãos, nosent idode, sempr eque
possível,dispensaradesl ocaçãoaosser viçosdaAdmi nist
ração. Comoj á
vimos, precisament epar asupr irasdificuldadesnoacessodi retopelos
cidadãosaosser vi
çospúbl icospr estadosat ravésdor ecursoaosmei os
digit
ais,omesmodi pl
omai nsti
tuiuodesi gnadoat endiment odi gi
talassisti
do
nosEspaçosdoCi dadão.
ChaveMóvelDi
git
al-si
stemaal
ter
nat
ivoev
olunt
ári
odeaut
ent
icaçãodos
ci
dadãosnosportaisesí
ti
osnaI nt
ernetdaAdmi ni
str
açãoPúbli
ca.Noster
mos
dessedi
ploma,“
at odoocidadãoéper mi
tidaaassociaçãodoseunúmerode
i
denti
fi
caçãoci
vil
aum úniconúmer odet elemóv
eleouaum úni coender
eço
decorr
eioel
etr
ónico”.

3.
2.3–Comuni
caçõeser
elaci
onament
opr
ocedi
ment
al
Um out r
oprésti
mof undament aldosmei oseletr
ónicosocorrenodomí nioda
facil
i
taçãodoscont act
osent r
eossuj eitosdaAdmi nistr
açãoeent reest
eseos
cidadãos:osrequeri
ment oseletr
ónicos,asnotifi
caçõeselet
rónicas,oenv i
ode
document ospormei oselet
rónicos,asreuniõesdeór gãosporvideoconferênci
a
sãoal gunsdosexempl osdestaaplicaçãodael et
rónicanavidaadmi ni
strati
va.
Nesteâmbi t
o,osmei oseletr
ónicossão,mai sumav ez,umaboasubst it
uição
aocont act
opr esenci
al.OCPAut i
li
za,aesterespeit
o, osconceitos
(equi
valentes)deprocediment oelet
róni
co(cf.arti
go82. º,n.º4,
doCPA)ede
procedimentoinformatizado(art
igo84.º,
nº3)econt empl aum precei
to
específi
cosobr ea“uti
li
zaçãodemei osel
etrónicos”nai nstr
uçãode
procedimentosadmi ni
st r
ati
vos(arti
go61.º).

16
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

 Ao“procedimentoadmi nist
rati
voel
etr
ónico”cor r
espondeum
“pr
ocessoadmi nistr
ati
voem suporteel
etrónico"(cf
.art
igo64.
º,n.
º
4):t
rat
a-sedeumacor respondênci
aequivalenteàquedecorreent
re
osconceitosdepr ocedimentoadmini
str
ativoedepr ocesso
administ
rati
vo,nost er
mosdosdoi snúmer osdoar t
igo1.ºdoCPA,
sendoque, comoexempl ot
emosoar ti
go122º ,
nº3doCPA.

Pri
ncí
piodepreferênciadauti
li
zaçãodemeioselet
róni
cos(sal
v odi
sposi
ção
l
egalem cont
rár
io),
nai nstr
uçãodeprocedi
mentosadminist
rat
ivos,t
endoem
v
ist
a:
 Faci
li
taroexercí
ciodedi
reit
oseocumpr i
mentodedever
esatr
avésde
si
stemasque, defor
masegur a,
fáci
l
,cél
ereecompr
eensí
vel
,sej
am
acessí
vei
sat odososint
eressados;
 Tornarmai
ssimpl
eserápi
dooacessodosi
nter
essadosao
procedi
mentoeài
nfor
mação;
 Simpli
fi
carer
eduzi
radur
açãodosprocedimentos,pr
omov
endoa
rapi
dezdasdeci
sões,
com asdev
idasgarant
iaslegai
s.
Claroqueexist
em dili
gênciasdoprocedimentoquenãopodem serr eal
izadas
at
ravésdemei oselet
rónicos,comoporexempl oainspeçãoadeterminado
l
ocal.Aindaassi
m, arefer
ênciadopreceit
olegalquedispõequeexisteuma
pr
eferêncianauti
l
izaçãodest esmei
os“ sal
vodisposi
çãolegalem contr
ário”
,na
nossai
nter
pret
ação,
por“
disposi
çãol
egal
em cont
rár
io”dev
eráent
ender
-se:

 Em pri
meir
olugar
,qual
querdi
sposi
çãoqueexcl
ua
expr
essamenteauti
li
zaçãodemeiosel
etr
óni
cos.

 Mast ambém nosparecedesent i


docont r
árioadi sposição
l
egal queseref
iraaum ato,dil
igênciaoupr ovidência
procediment
alsem preverautil
izaçãodemei oseletrónicose
quetenhasubjacent
eum cont extofactualouj urí
dicoque, em
simesmo, excl
uiaquelauti
li
zação.
Em r
elaçãoacer
tosat
osdopr
ocedi
ment
o,oCPAper
mit
edi
ret
ae
expr
essament
ear
espet
ivapr
áti
camedi
ant
eaut
il
izaçãodemei
osel
etr
óni
cos,
quersetrat
edeatosdospart
icul
ares–v .g.
,aapresent
açãoder equeri
mento
[
arti
go104.º,n.
º1,al
í
neac)]–,quersetratedeatosdaAdmi ni
stração–v.g.
,
noti
fi
caçãodeatosadmini
str
ati
vos[art
igo112.º,
n.º1,alí
nead)]
.
Condiçõesaobser
varnocasodeuti
l
izaçãodemei
osel
etr
óni
cosna
i
nstruçãodeprocedi
mentos(ar
ti
go61º,nº2)
:

 Asapl i
caçõesesist
emasinf
ormáticosut
il
izadosdevem i
ndi
caro
responsávelpel
adir
eçãodoprocediment
oeoór gãocompet
entepar
aa
decisão

 Gar
ant
irocont
rol
odospr
azos,
atr
ami
taçãoor
denadaeasi
mpl
i
ficação

17
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

eapubl
i
cidadedopr
ocedi
ment
o.

 Osinteressadostêm di
rei
toaconhecerpormeiosel
etr
óni
cosoestado
datramitaçãodosprocediment
osquel hesdi
gam di
ret
ament
erespeit
o
(nº
3)(terem atençãoosarti
gos82.º,
n.º4,e84.º
,n.
º3)

 Obterosinstrument
osnecessári
osàcomuni caçãoporvi
ael
etr
ónica
com osserviçosdaAdminist
ração,desi
gnadamentenomedeuti
li
zador
epalavr
a-passeparaacessoaplatafor
maseletróni
cassi
mpl
es,por
exemplo.
Osbal cõesel etrónicosconst i
tuem um i mpor tanteinst
rument ode
desburocr ati
zaçãoedesi mpl i
fi
caçãodor elacionament oent reoscidadãosea
Admi ni
stração, permi ti
ndoat r
ansmi ssãoel etrónicaderequer imentos,pedidos,
exposições, comuni caçõesouaemi ssãodecer ti
dõesenot ifi
caçõeschamando
àatençãopar ao“ balcãoúni coeletr
ónico”; estebalcãoúni cointegrao“ Balcão
doEmpr eendedor ”ouobal cãoúniconoâmbi todol i
cenciament odeemi ssões
i
ndust r
iais,entreoutr osexempl os.Dev e-se, quantoaest et ema, t
erem at enção
oartigo62. º(aepí grafedest earti
goé“ balcãoúni coelet
róni co”,
mast rata-se,
cert
ament e,deum l apso, poisosent idodopr eceitoéodei nsti
tuirr
egraspar a
quaisquerbal cõesel etrónicos).

Tomadadedeci
sõesadmi
nist
rat
ivas
Nassituaçõesant
eri
ores,
li
damoscom apli
caçõesdaadmi nist
ração
el
etr
ónicanoscamposdoar mazenamentodainformação,dascomuni caçõese
dorel
acionamentoent
reaAdminist
raçãoeospar t
icul
aresouentreorganismos
daAdmi ni
str
ação.
Agora,temosem v ist
aum out
roníveldeapl
i
caçãodosmei osel et
róni
cosna
açãoadmi nistrat
iva.Comosabemos, aaçãoadminist
rat
ivaapr esenta-
secomo
umaat uaçãoj uri
dicamentei
mputávelaorgani
zaçõesepessoascol eti
vasmas,
nareali
dade, consistenumaaçãodepessoashumanasouf í
sicasqueser vem
asreferi
dasor ganizaçõeseenti
dades,comoti
tul
aresdosr espetivosórgãosou
comot rabal
hador es.
 Poisbem, em áreaspart
iculares,a“administr
ati
vaeletrónica”
pret
endenãosócont r
ibuirparaasimpl i
fi
caçãoou
desburocrat
izaçãoadministrati
vamas, mai sdoqueisso, substitui
r
aprópriadecisãohumananaAdmi nist
ração.*Nãosetr
ata,derest
o,de
um fenómenorecent
e,pois,
porexemplo,j
áhámuitotempo, opol
íci
asinalei
rofoi
substi
tuí
doporsemáforos(ossemáforosefet
uam aregulaçãodot r
ânsit
o,
emiti
ndo,deacordocom umacertaprogr
amação,“pr
oibições”e“autor
izações”
).

 Oat
oadmi
nist
rat
ivoel
etr
óni
cooui
nfor
mát
ico

18
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

Sobretudoapar tirdosúl timosanosdosécul oXX, pôde-se


veri
fi
carumaassi nal ávelexpansãodael et rónicacomomei o
daprópr ia“produção”ou“ fabricação”dedeci sões
administ r
ati
v as,porexempl o,nossect oresdaadmi ni
str
ação
fi
scal(v.g.,l
iquidaçãodei mpost os).Nest essect ores,é
port
ant o,apr ópriadeci sãoadmi nistr
ativ
a, opr óprioato
administ r
ati
v o(li
quidaçãodeum i mpostooudeumaquant i
a
apagar ,adjudicaçãodeum cont rato)quesur geadot adapor
um equi pament oel etrónico, sem aintervençãodi r
etae
i
medi atadeumapessoahumana. Estamosaqui em faceda
fi
guradoat oadmi nistrat
ivoel etróni
cooui nformát i
co–um
atocujocont
eúdoéf
ixadopel
ocomputadorem vezde
estabel
eci
doporumapessoa,
sendoesteoseuato
di
sti
nti
vo,
ofact
odeodeucont eúdoserdet
erminadopor
umamáquinaquesegueasregrasest
abel
ecidasnoato-
pr
ograma.Nest
ecenári
o,oel
ement ohumanoencontr
a-se
pr
esente,
masapenasnafasepr évi
adeel
aboraçãodo
pr
ogramainf
ormáti
co.Otrat
ament odos“
dadosdocasoӎ
pr
ocessadoi
nfor
maticamente.Comoadoutr
inaobser
va,por
vi
adapr ogramaçãoedaint
roduçãodosdadosdasit
uação
concr
eta,aenti
dadepúbl
i
camant ém,naprát
ica,
o“senhor
io
doprocedimento”
.
 Segundoaopi ni
ãocor rente, afi
guradoat o
administrativ
oinformáticor ev el
a-seadmissí
vel
essencialment enosdomí ni
osdev i
ncul
açãoestri
ta
daAdmi nist r
açãoàl ei
( “
deci sõesv i
ncul
adas”):
o
programai nf
ormático,elabor adocom basenuma
i
nterpretaçãoest r
it
adal ei,comandaapr oduçãoda
únicadeci sãoqueal eiadmi tenocaso. *Deveal
i
ásdizer
-seque, tecnicament e, ofact odeal ei conceder
discricionar i
edadeàAdmi ni st r
açãoPúbl i
ca(v.g.,conceitos
i
ndet er minados)nãoexcl ui aapl icaçãodoat oadmi nistr
ativo
i
nf ormát ico,sendoal gumadout r i
naaf avordest eentendi mento.
Aaut omat izaçãodedeci sõesdest anat urezaapresent a-
se
possí velnoquadr odeumapr ogr amaçãoi nfor
mát i
caque“ anule”
adi scr i
ci
onar iedadeconcedi daporl ei.Querdizer ,nãoser i
aa
máqui naaef etuaraescol hadi scr i
cionár i
anasi tuaçãoconcr eta,
umav ezqueopr ogramai nf ormát i
cot er i
aconv erti
doaaber tura
l
egal par aoexer cíci
odedi scr i
cionariedadenumacompet ência
vinculada–( daqui surgeaconj ugaçãoent readiscr i
cionariedade
eai nf ormat i
zaçãodoat o, tendo, cont udo, deterem at ençãoo
níveldedi scrici
onariedadepr esente) .

 Dev e-
set erem at ençãoofactodequeoat o
administr
ativot rata-sedeumaf iguraquase
desconhecida, sendoqueapenasnoar ti
go92º com a
segui
nt eformul ação“ àdecisãofinalpr
oferi
daat r
avés
demei oseletróni cosdev eserapostaassinat
ura

19
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

elet
rónicaouout r
omei oidóneodeaut enti
caçãodo
ti
tul
ardoór gãocompet ente,noster
mosdal egislação
própria,oqualdeveserdev i
damenteidenti
ficado”
(art
igo94.º,n.
º2).Pois,preci
samente,esta“deci são
fi
nal prof
eri
daatravésdemei oselet
rónicos”par ece-
nosseroat oadmi nist
rati
voelet
róni
cooui nformát i
co.

 Oat
oadmi
nist
rat
ivoem f
ormael
etr
óni
ca

Doat oadmi nistrati


voel etrónicooui nf
ormát i
co( produzi dopor
um comput adorousi stemai nf ormát i
co)disti
ngue- seoat o
admi nistrati
v oem f ormael etr
óni ca:tr
ata-se,nestecaso, deum
atoadmi nistrati
vopr aticadoporumapessoa( “decisãodeuma
pessoa” ),masquesur ger evest i
dodeumaf ormael et r
ónica( em
vezdef ormaescr itaouor al)
,tendocomoexempl ooenv io
atravésdeemai l.Cont udo, parece- nospossívelconsi derá-lo,
parat odososef ei
tos, um at oequi paradoaoat oprat i
cadoem
formaescr ita.Nest estermos, talvezsepossaacei tarquea
práti
cadeum at oem f ormael etrónicacumpr eaexi gêncial egal
i
nscritanoar t
igo150. º( “
osat osadmi ni
strat
ivosdev em ser
prati
cadosporescr it
o”),desdequecumpr aasobr igaçõesdo
arti
go151ºdoCPA, nomeadament eaexigênciadeassi nat ura
doaut ordoat o[arti
go151. º,n.º1, alí
neag) ]
.

 Anot
if
icaçãoel
etr
óni
cadeat
osadmi
nist
rat
ivos

Umasi tuaçãodi ferent


edasduasant eri
oreséaquer esult
a
danot i
ficaçãoporum mei oeletrónicodeum at oadmi ni
st r
ati
vo
escri
to: agora, aelet
r óni
caserveapenascomoum mei ode
comuni cação( noti
fi
caçãoel et
rónica:v.g,poremai l
),masj ánão
desupor t
ef ormal deumadeci sãodaAdmi ni
stração;osupor te
formal dadeci sãoéum document oescr it
oeassi nadopel oseu
autor.Sobr eanot ifi
caçãoporcor r
eioeletrónicoeanot i
ficação
elet
rónica,cf .arti
go112. º,
n.º1, al
íneac) ,
en. º2, earti
go113. º,
nº5e6.

4–Açãoadmi
nist
rat
ivaeaçãodepar
ti
cul
ares

 Osparti
cular
espodem desenv ol
veraçõesadmi ni
str
ati
vas,enão
apenasaçõesdodomí niopr
ivado:ei
soquesucedenoscasosem que,
pordel
egaçãoouconcessãopúbl i
ca,sãoinvest
idosdefunções
admini
str
ati
vas(exer
“ cíci
opri
vadodef unçõesadmi ni
str
ati
vas”;

admi
nist
raçãoporpar
ti
cul
ares”
).

20
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

 Umahi póteset ambém r el


evant e,masdet eordi ferente,ocorrecom o
fenómenoquepodedesi gnarsecomo“
- parti
cular esnaAdmi nistração”
:
aqui,ospar t
iculares, nestaqualidade( enquant opar ticul
ares),são
i
ncor poradosoui ntegradosem ór gãosdaAdmi nistração–v .
g.,
cidadãoschamadosacomporasmesasel eit
orai s,quesãoór gãosda
Admi nistr
açãoPúbl icaeleit
oral.Ousej a,nãol hessãoat ri
buídos
poder esdaadmi nistraçãoat i
tuloi ndi
vidual,masest espar t
iculares
passam ai ntegrarospr ópri
osór gãosj áexistent eseconst i
tui
nt esda
estruturaadmi nistr
at i
va.
*
funci
onár
iodef o-em ci
act rcunst
ânci
asdeexceci
onal
grav
idade(
guer
ras,
calami dades, comot erramotosoui nundaçõesgraves) ,quandoaAdmi ni
stração
compet entenãoest ácapazder esponderàssol i
cit
açõeseset ornanecessár i
o
mobi li
zar“ t
odasasf orças”
,entende- sequeoexer cíciodef unçõespúbl i
cas, mesmode
autoridade, porparti
cularessem i nvesti
duraformal nãopr eenchenenhum t ipode
i

cito.Al ém disso,desdequeasf unçõesexercidasser ev elem essenciai
sei nadiávei
s,
osat ospr aticadospelospar t
icularespodem seri mput adosour econduzidosà
Admi nistração, “
comosef ossem pr ati
cadosporum agent etit
ulado”.Entende- sequea
própriasi t
uaçãodef acto–est adodenecessi dade–const ituiafontedamesma, a
qual ser evelapoiscomouma“ investiduradefacto”.
 Estarelaçãoentr
eaAdmi nistraçãoPubl i
caeospar t
icularesnãose
esgotaapenasnest esexempl os, naverdade,em sit
uaçõescom r ecort
e
muitodi f
erent
e,aaçãodospar t
icular
essurger el
acionadaou
arti
culadacom aaçãoadmi ni strati
va.Assim sucede,noâmbi tode
procedimentosadmi nist
rati
v os,quandosãoospar t
icularesque, par
aa
real
izaçãodosseusi nteressespessoai s,promovem oudesencadei am
aaçãodaAdmi nist
ração: pedi dodei nfor
mação( arti
go82. ºdoCPA) ;
apresentaçãodeum r equeriment o(art
igo102.ºdoCPA) ;
Todosestesatos,
apesardeproveni
entesdeparti
culares,cumpr em
umafunçãoespecíf
icanoint
eri
ordeum procedimentoadmi nist
rati
vo,
oqueexpli
caquesesubmet am àregul
açãododi r
eit
oadmi nistr
ati
vo.
Tr
ata-
se,poi deat
s, osdeparti
cular
esreguladospel
odi r
eito
admi
nist
rat
ivo
 Em casospar ti
cul
ares,
ai nt
ervençãodopar t
icularnopr ocedi
ment o
admi ni
str
ati
voassumeumadi mensãoquase- consti
tutiv
adoef eit
o
j
urídicodoatodaAdmi nistr
ação: assi
m sucedenospr ocedi
ment osde
exame( v.
g.,examedeconduçãoaut omóv eleexamesacadémi cos),em
queaf unçãodaaçãodopar ti
cularresi
deem det er
mi narosentidoda
decisão;
 Jánum pl anodi
ferent
e,nosprocedimentosdeaj uramentação(v.
g.,
procedimentosem queparti
cularesnãotrabalhadoresdaAdmi ni
stração
prestam jur
amentoparapoderem desempenharf unçõesdeautori
dade),o
j
urament o,queéum atodopar ti
cular,
revel
a-sedecisivoparaaprodução
deum ef eit
ojur
ídi
codeDi r
eit
oAdmi ni
str
ati
vo.(nãoconst i
tut
ivomas
decisiv
o)

21
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

 Opr ocedi
mentoadminist
rat
ivoconsti
tui
,deresto,em ger
alasedepor
excelênci
adarel
evânci
ajus-admini
strat
ivadeinúmerasaçõesde
part
icular
es,
aoníveldaprovadefactos,daaudiênci
a.
 Aaçãodepar t
icularestambém r elevanaesf eradoDi r
eit
oAdmi nist
rati
vo
quandoamesmaconsi stenocumpr i
ment odosdev er
esourestri
ções
i
mpost asporcont ratos(obrigaçõescontratuais)ouporatos
administ
rat
ivos( v
.g.,cumpr i
ment odeumaor dem deremoçãodeum
veí
culo)ounocumpr i
ment odedev er
eslegaisour egulament
ares
fi
scal
izadospelaAdmi nistr
ação( v.g.
,deverder ecenseament
oel eit
oral
).
 Anote-se,porf
im,queaaçãodospar t
icul
ares,quandoilí
cita,pode
conheceraindaumar el
evânci
anaesferadodireit
oadmi nistr
ativo
sancionador:i
l
íci
todemer aor
denaçãosocial,
il
íci
todisci
plinareilí
cit
o
contr
at ual
.

5–Açãoadmi
nist
rat
ivaer
elaçãoj
urí
dicaadmi
nist
rat
iva
Nav er
dade, oest udodaação–dasf ormasdeação–r emet eparaumav i
são
unidirecional,polari
zadanaAdmi nist
ração,quepretendecapt arosmodos
comoest aatua: “aAdmini
straçãoem ação” .Em vezdeumacompr eensão
relacional,centradananoçãoder elaçãojurídi
caadmi nistr
ati
va,aexposi ção
focadanaaçãopr opõe,em geral
, umaabor dagem doDi rei
toAdmi nistrati
voa
par t
irdosmodosou“ pr
ocessosdeagi r”daAdministração;oconcei tode
relaçãoj urí
dica( admini
str
ativa)podesur gi
r,mascomoum ef eit
oour esult
ado
daação.
Esteesquemaexpl icati
vor ev
ela-
secorret
o,desdel ogo,dopont
odev i
sta
didát
ico.Mas, acr
escente-
se, t
ambém oconsi deramosadequadodopont ode
vi
staculturaledogmát i
co,poisaexposiçãofocadanasf ormasdeação
expri
meem t er
mosmai spr eci
sosasituaçãoparticul
arem quea
Administraçãoseencontracolocadanassuas“ relaçõescom osci
dadãos”.

 Com efeito,desdelogo,i
mpor t
aobser varque, aoagir,aAdmi nistr
ação
Públi
ca“ entraem rel
ação”:
asf ormasdeaçãoadmi nistr
ati
v a( v
.g.
,at
o
administ
r at
ivo,contr
atoadministr
ativ
o, operaçõesmat eri
ais)
consti
tuem fontesoumei osdeconst ituiçãoderelaçõesjurídicas
administ
r at
ivascom osdestinatár
iosoupor vent
uracom ost ercei
ros
quesejam af et
adospelaaçãoadmi ni
st r
ativ
a.

 Além disso,i
mpor t
ar ecor
darqueoconcei
toderel
açãojurí
dica
administrat
ivatem acolhi
mentoconst
it
uci
onal
:vej
a-seart
igo212.
º,n.
º
3daCRPqueout i
l
izacomocr i
tér
iodedel
imi
taçãodoâmbi t
oda
j
usti
çaadmi nist
rat
iva
Poderev
elar
-seút
ilconheceroscontor
nosdoconcei
to,
que,nonossomodo
dever
,sedefi
neassi
m: “r
elaçãoj
urí
dicaent
redoi
soumai ssuj
eit
osdedi
rei
to
(ouentr
edoi sórgãosdomesmosujeito)em quepelomenosum del es
i
ntervém comosuj ei
todaAdmi
nist
raçãoPúbl i
caequeédi sci
pli
nadapor
normasjurídi
casqueaessesuj
eitosedi r
igem enquant
oresponsávelpel
o

22
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

exer
cíci
odaf
unçãoadmi
nist
rat
iva”
.
Af
ont
edar
elaçãoj
urí
dicaadmi
nist
rat
ivapodeser
:
 Qual
querf
ormadeaçãoadmi
nist
rat
iva
 Noscasosprev
istosnalei
,oatodeum part
icul
ar(
v.g.
,requeri
ment
oque
i
nici
aum pr
ocedimentoadminist
rat
ivo;
denúnci
adeum f act
oque
obri
gueaAdministr
açãoaproceder
);
 Simplesfactosjurí
dicos,comoodecur sodot empo,t
ambém podem
consti
tui
rfonteder elaçãojurí
dicaadmini
str
ativ
a:v.
g.,
atr
ibui
çãode
cert
osef ei
tosjurí
dicosasi t
uaçõesdefactodecorr
entesdeatosnul
os
(cf
.arti
go134.º ,
n.º3, doCPA) ;
OcapítuloIIdaparteII
IdoCPAt em portítulo“rel
açãoj ur ídi
capr ocedimental”
(ar
ti
go65. º
-73.º)
.Aleiprocura,
dessemodo, enquadr arnum cont extorelaci
onal
ejurí
dicooscont act
osquesepr ocessam ent r
eossuj eit
osdopr ocediment o
administrati
vo.Assim,ossujeit
osdopr ocediment osur gem, em geralounas
suasrelaçõesr ecípr
ocas,comot i
tular
esdeposi çõesj urídicasativase
passi
vascom umai nci
dência(v.
g.,dir
eitoàdeci sãodopr ocediment o;di
reit
o
departici
pação; deverdecolaboração;proibiçãodei ntervirnopr ocediment o).

CAPÍ
TULO2-Pr
ocedi
ment
oadmi
nist
rat
ivo
Depoi
sdaexposiçãodealgumasnoçõesger ai
ssobreaaçãoadminist
rat
iva,
v
amosagoraocupar-nos,
em geral
,com oprocedimentoadmi
nist
rat
ivo
(
fenómenodeapl
icaçãogeralnaaçãoadministr
ati
va).
Af i
guradaaçãovol
tar
áaserobjet
odanossaat ençãoquandonos
dedicarmosaoestudodecadaumadasf ormastí
picasdaaçãoadmini
str
ati
va:
regulamento,
atoecontr
atoadmi
nist
rat
ivo.Todasestasf
ormasdeação
emergem nocont
ext
odeum pr
ocedi
ment
oeconst
it
uem omoment
odeum
pr
ocedimento.

6–Noçõesger
aissobr
eopr
ocedi
ment
oadmi
nist
rat
ivo
Oprocedi
ment
oadmini
str
ati
voconsti
tui
umaf igur
adeâmbi
toger
al,
present
e
em t
odososmoment
osdaaçãoadmi ni
strat
iva.

6.
1–Concei
todepr
ocedi
ment
oadmi
nist
rat
ivo
Oar
ti
go1.
º,n.
º1,
doCPAdef
ineopr
ocedi
ment
oadmi
nist
rat
ivocomouma
sucessãoor
denadadeat
osef
ormal
i
dadesr
elat
ivosàf
ormação,
mani
fest
ação

23
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

eexecuçãodavont
adedosór
gãosdaAdmi
nist
raçãoPúbl
i
ca.
*
énecessár
ioev
idenci
araal
ter
açãocr
iadanest
adef
ini
çãopel
olegi
slador
,rest
ri
ngi
ndo
opr ocediment ocomor elat
ivoàv ontadedosór gãosdaAdmi ni
straçãoenãocom uma
mer av ontadedaAdmi nistr
açãoem si .Segundoaper speti
vadoDr .Cost
aGonçal ves,
sobretudoquant oàsegundaal ter
ação, estaaparentaresponderaumaexi gênci
ade
apurot écnico,masacabaporger arum r esult
adoabsur do,poisdecorredanatureza
dascoi sasqueosór gãosdaAdmi ni
straçãoPúbl ica–def i
nidospel oCPAcomo
“centrosinstit
uci
onali
zados”( arti
go20. º ,n.º1)–nãot êm vontade, j
áquesão
desprov i
dosdeexi st
ênciafísica;têm, i
ssosi m,competências( “
poderesedev er
es”)e
contam com osseust i
tular
espar aasexer cer.

Em subst
it
uiçãodanoçãol –pr
egal opomosdef
ini
rpr
ocedi
ment
oadmi
nist
rat
ivo
comoum conj
unt
oor
denadoesequenci
aldeat
osededi
l
igênci
ast
endent
esà
for
mação,manifest
açãoeexecuçãodemedidasedeat osdecar
áct
erj
urí
dico-
admini
str
ati
voadotadospel
osórgãosdaAdminist
raçãoPúbli
caoupor
quai
squerenti
dadesnoexer
cíci
odepoderespúbli
cos.
Oat ofi
nal,queconst i
tuit
ambém o“ atopr
incipal”(const
it
uti
v ooucentr
al)da
sér
ieprocediment al(
umasér i
eencadeadadeat os),podeserum regul
amento,
um atoadmini st
rati
voouum contratoadministr
ativo,mastambém um out r
o
j
urí
dicodeDi reit
oAdmi nist
rat
ivo(
v.g.,
um parecer)ouat éumaoper ação
materi
al(v.
g.,apreensãodeum equipamento; prestaçãodeinformação)
.*a
refer
ênci
aaocar áct
erfinaldoatooumedi dapr i
ncipaldoprocedi
mentonãopretendesugeri
r
queestejaem causaum atocom ef ei
tosfi
naisexternos;poderát
rat
ar-
sedeum at oint
ercal
are
i
nst r
umental
,sem efei
tosexternosmasquesur gecomooat opri
nci
paldoseupr ópr
io
procedi
mento–assi m, oparecer(ar
ti
go91.º)emi t
idonoâmbi todoprocedi
mentode
concessãodeumal icençaéoat opr i
nci
palefinaldoseupr ocedi
mento(deemissãodo
parecer
),masnãoéum at ofi
nal,com ef
eit
osext er
nos.

Opr ocediment
otraduz,poroutrolado,
a“ i
dentidadedefi
m mediato”dasér i
e
deat osemedi dasqueoi ntegram:cadaatoemedi daquesesucedeese
art
iculacom osout r
osatosemedi dasnodesenv olvi
mentodoprocedimento
persegueum f i
mi mediat
opr ópri
o,mas,além deste,per ndaum f
segueai im
medi ato,comum atodososout r
os,namedidaem que, comoestes,sedestina
acriarouaest abel
ecerascondi çõesparaapr oduçãodomesmor esultado.

Di
vi
sãol
egalt
ri
par
ti
da

Oprocedimentoadmi ni
str
ati
voagr
egaasprovi
dênci
as,
asdili
gênci
aseos
at
ostendentes(r
elat
ivos)àfor
mação,mani
fest
açãoeexecuçãodeum at
o
pr
inci
paloufinal
:

 Relat
ivosàfor
mação,t
emososat osefor malidadesprocedimentai
sque
põem oprocedi
mentoem marchaeque, em ger al
,vi
sam prepar
ara
práti
cadoatopri
nci
pal(
atosdeini
ciat
ivaeat osdei nst
rução);

 Rel
ati
vosàmani
fest
açãosãoosat
osef
ormal
i
dadesr
elat
ivosao

24
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

moment oconsti
tut
ivo,àprópr
iapráti
cadoatoprinci
pal
:ei
soque
sucede,porexemplo,com asf
or mali
dadesr
elat
ivasàfor
mae
for
malizaçãodoato,àsuapublicaçãoenoti
fi
cação;

 Relat
ivosàexecuçãosãoasprovi
dênciasadotadascom osent
idode
executaredereal
izarosef
eit
osprát
icosdefi
nidosnoatopri
nci
pal.

Di
vi
sãodual(
aquer
eti
ramosdapr
áti
ca)

Apesardest
adi
vi
sãol
egal
tri
par
ti
da,
napr
áti
caconsi
der
a-seumadi
vi
sãodual
:
 Procedi
ment
odecl
arat
ivo-abr
angeosatosefor
mali
dadesadotados
rel
ati
vosàpr
epar
ação(formação)eàpr
odução(mani
fest
ação)deum
atopri
nci
pal
 Pr
ocedimentoexecut
ivo-osegundor
efer
e-seaosat
osadot
adosem
vi
stadaexecuçãodessemesmoat opri
nci
pal.
Nest
esent
i opr
do, ocedi
ment
ocont
ri
buipar
aum cer
to
redi
mensionamentodaimportânciaat
ri
buí
daaoat oquerepresent
aoseu
desfechoouresul
tadof
inal(
v.g.,
atoadmini
str
ati
vo,cont
rato
admini
strat
ivo)
,oqual–sem per
dernat
uralment
eacondi
çãodeato
pri
nci
pal–t em desecompr
eender,
decertomodo,comomaisum at
oda
sér
ieprocedimental
.

6.
2–Pr
ocedi
ment
o:af
ormadaf
unçãoadmi
nist
rat
iva
Opr ocedi
ment oadmi nistr
ativ
onãoconst i
tuiuma“ f
orma”deação
administ
rat
iva,afi
rmámoshápouco. Nav erdade, oprocedimentonãose
conf
undecom or esul
tadooucom o“ atoisolado”em queseconsubst anci
a
cadaumadasf ormasdeaçãoadmi nistr
ativa.Masi ssonãosignif
icaque,
aonãoconst i
tuiruma“ forma”nosentidoreferido,oprocedi
ment o
administ
rat
ivorepresenteent ãoum “
conteúdo” .

Admi ni
str
ativ
istaital
iano,Fel
i
cianoBenvenuti:
oprocedi
mentoéa“ f
orma
dafunçãoadmi nist
rativa”
.SegundooDr .CostaGonçal
vesestaexpressão
tr
ata-sedeumaf eli
zf órmulaqueenfati
zaof act
odeopr ocedi
mentose
apresent
arcomoum mododedesenv olvi
mentodafunçãoouat i
vi
dade
administ
rat
iva,destacandoumadi mensãof unci
onalnoconcei
to.Este
enfoqueint
roduzumai deiadedinâmica,queacent
uao“ f
azer-
se”daação
administ
rat
iva.

6.
3–Pr
ocedi
ment
oadmi
nist
rat
ivoef
ormal
ismo

25
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

Sem sepor em em causaasv ant agensassoci adasàpr ocedimentali


zaçãoda
açãoadmi ni
strati
v a( maioraber turaepar ti
cipaçãodosci dadãos,assim como
cont rolodaat uaçãodest asentidadespúbl icas) .Impor t
achamaraat enção
par aosr i
scos,queexi stem, deoexcessodepr ocedi ment ali
smo(“formali
smo”)
poderpr oduzirineficiências,conduzi ndoaum pesoexcessi vodas
“conv ersações”edos“ di
álogos”eàcr iaçãodeum ambi entemenospr opí
cioà
tomadadedeci sõesef etivas.Porout rol ado, nãoéexcl uirumaev entual
i
nst rument ali
zaçãodopr ocediment oedosdi reitospr ocedimentai
s,quepodem
serexer ci
dosdef ormaest r
atégicanosent idodeadi aroudeel i
minar
(“boicot ar
”)acapaci dadededeci sãoadmi nistrat i
va.Sendooequi lí
bri
oent r
e
formal ismo( l
atosensu)eef i
cáci adosi stemaadmi nist
rativ
o,um dosmai ores
desaf iosdodi reit
oadmi nistr
ati
v o.
Outropont
oaindar
elevaréofactodeolegi
sladoradmini
str
ati
vot
endera
adotarumacert
aespecif
icaçãodostr
âmit
esdopr ocedi
mentoaseguir
.
 Or
a,nal
i
nhadat
esedef
endi
daent
r oPr
enóspel of.Rogér
ioE.Soar
es:
Af i
gura-
se-nosque,salvocasosparticul
ares(quer eclamam umamai or
ri
gidezdatramitação,comosucedecom opr ocedi mentodisci
pli
narou
com osprocediment osdeseleçãoconcor r
encial
),odesenv olv
imentoda
tr
ami t
açãodev epautarseporumar
- egradediscricionari
edade
procedimental
,aindaquet emperadapelaobser v
ânci adealguns
tr
âmi t
eslegalmenteobrigatór
ios(v.
g.,audi
ênciapr évia)
.
* pordiscr
ici
onari
edadepr ocedi
ment al
entende-seopoderqueassi steao
responsávelpeloprocedimentodedef i
niraestr
uturaçãooumodel açãodo
procedimentoadmi nist
rat
ivo,or
ient
ando-se,nessatarefa,
porprincípi
os
j
ur í
dicoscom inci
dênciaprocedimental(v.
g.,
parti
cipação,ef
ici
ência,
economi ci
dadeecel eri
dade):cf
.art
igo56.º.
Dest acam- secomopr ocedimentosqueexi gem umamai orformali
dade,os
procedi mentosdisci
plinares,quesuscitam especi aispreocupaçõesdegar ant
ia
dosdi reit
osdedef esaedecont radit
óri
o, assim comoos“ pr
ocedi ment
osde
seleçãoconcor renci
al”queof ereçagarant i
assegur asdequet odosos
i
nteressados( concorrentes)sãot rat
adospel aAdmi nistr
açãoem condi çõesde
i
gual dadeedequeaescol hadoconcor rentevencedorseef etuadef or
ma
tr
anspar enteesegundocr it
ériosobjeti
vosepr eestabeleci
dos.

Noar ti
go163. º,n.º5,alí
neab),quenãosepr oduzoef ei
toanulatóri
o
doatoadmi nistrat
ivoquandoof i
mv isadopel
aexigênciaprocedimental
ouformal preteri
dat enhasidoalcançadoporoutr
av ia,
reti
rando-
se
daquiumacer tapreocupaçãoporumacer t
aatenuaçãodof or
malismo
exacerbadoei nconsequent eque,porsuavez,poderáentãopassarpor
opçõeslegislati
vasej uri
sprudenciai
sdedesvalor
izaçãodecer t
as
i
legal
idadesdecar ácterprocedi
ment al
.

26
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

6.
4–Pr
ocedi
ment
o(admi
nist
rat
ivo)epr
ocesso
Acontr
aposi
çãoent
repr
ocedi
ment
o(admi
nist
rat
ivo)epr
ocessoest
áexpr
essa
nosnúmeros1e2doart
igo1.
ºdoCPA:
 Opr ocedimento: éumasucessãodeat osef ormal idadesr el
ati
vosà
formação, manifest açãoeexecuçãodav ontadedosór gãosda
Admi nistr
açãoPúbl i
ca;nopr ocedimento,aAdmi nistraçãoésempr euma
“part
e”–Apont a-se, nest
econt exto,paraumaconceçãoda
Admi nistr
açãoent ãocomo“ par t
eimpar ci
al”,enfatizandooseudev er
i
nstitucionaldepr osseguirum interesse(enquant opar te),emborat
enha
deof azerdeformaanãodi scri
mi naroutrosinteressesenv ol
vi
dos,em
rel
açãoaosquai st em umaobr i
gaçãoposi ti
vadeponder ação.

 Processoadmini
str
ativ
o:ent
ende-se“oconjunt
odedocument
os
devidamenteor
denados”em quesetraduzem osat
osefor
mali
dades
quei nt
egr
am oprocediment
oadmi ni
str
ati
vo.

Nestesenti
do,oprocessoé,port
anto,
um dossi
êf í
sico(
em papel
)ou
el
etr
ónicoquecont ém ar
epresent
açãodocumentaldosatosedas
di
li
gênciasprat
icadosnodesenvolv
iment
odopr ocediment
o
admini
strat
ivo.

Atenção!!Oconceit
odeprocesso(admi nistr
at i
vo,ci
v i
l
,penal
,et
c.)
report
a-setambém aoprocessoenquant ocat egori
adodi r
eit
ojudi
ciár
io,
rel
ativ
oaumasucessãodeat osquecul mi nanapr olaçãodeuma
sentençajudi
cial
.Clar
oqueexistem cert
osel ement osem comum, como
umasucessãoor denadatendoem vistaum pont ocomum, tr
aduzem-se,
contudo,em real
i
dadescompletament edisti
nt as.
Opr ocessoref
ere-seàati
vi
dadejudici
al,
enquant oatividadede
resol
uçãodeconf li
tosporum ór
gãoi mparci
alei ndi
ferenteaos
i
nteressespresentes,mastambém sem protagonizarum i nt
eresse
própri
oquenãosej aodaadminist
raçãodajustiça;opr ocessopr et
ende
garanti
ressesvalor
esdo“desint
eresse”edaimpar
ciali
dadedot r
ibunal
,
i
mpondoai gual
dadedearmasent reaspart
eseoprincípiodo
contradi
tór
io;aposi
çãodojuizérelat
ivament
epassi
v a,cabendoàs
part
esar esponsabi
l
idadedecisi
vadeprovarosfact
osqueal
egam ede
convencerotri
bunaldequelhesassi
sterazão.
Numaf ór
mulasint
ética,
podedi
zer-
sequeoprocessoéor
ient
adopar
a
garanti
ramelhordefesa;opr
ocedi
mentoéori
entadopar
agarant
iramel
hor
decisão.

27
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

7–Car
áct
erpr
ocedi
ment
ali
zadodaaçãoadmi
nist
rat
iva
Podefalar-
se,nestecontext
o,deum princí
piodepr ocedimentali
dade:
princí
piosegundooqual aati
vi
dadedaAdmi nist
raçãoqueseexpr essaem atos
fi
naisde“ contact
o”com oscidadãosoucom out rasinstânci
asda
Admi ni
straçãosedesenv ol
venocont ext
odeum pr ocedimento–querdi zer
,
exprime-senuma“ sucessãoordenadadeat osef ormalidades”–ecom a
observânciadeprincípi
osedecr i
tér
iosjurí
dicosquer egulam arespeti
va
formação.

Or ef
eri
dopr i
ncí
piodeduz-
sedoar ti
go1. º,n.
º1,doCPA, etem uma
proj
eçãonãoapenasnaaçãoadmi nistr
ativadeclarat
ivaf
ormal,em ter
mos
deregulamentos,at
osecont r
atosadmi ni
strati
vosmast ambém naação
admi ni
str
ati
vaexecuti
va,pel
omenosquandoset raduzaem execução
coerciv
adeat osadminist
rat
ivos(
cf.
, em especial
,art
igos177.º
,n.º2)
Desv
iosaopr
incí
pio:
 Uma“
açãoadmi
nist
rat
ivasem pr
ocedi
ment
o”
 Umaaçãoadmi
nist
rat
iva“
despr
ocedi
ment
ali
zada”
(1)
Surgem osdesvi
osrel
aci
onadoscom oestadodenecessi
dadeadmi
nist
rat
iva:
cf.ar
ti
gos3.º,n.
º2,
e161.º,n.
º2,al
í
neal),
e177.º,n.
º2.
(1)Aaçãoadmi ni
strati
vadesprocedi mentali
zadaconst i
tuiuma
ocorrênciaf r
equent eeat énormal nodomí ni
odaat i
vi
dadedepol ícia
administrativaedaadoçãodasdesi gnadas“ medi dasdepol íci
a”,como
porexempl o,nost ermosdaLei deSegur ançaI nterna,aremoçãode
objet
os, veículosouout r
osobstácul oscolocadosem l ocaispúblicosque
i
mpeçam oucondi cionem apassagem. Também i lustr
aof enómenoda
açãoadmi nistr
at i
vasem procedi ment oo“internament ocompul si vode
urgência”dopor tadordeanomal i
apsí qui
cagr av equecr i
e,porfor çadela,
umasi tuaçãodeper igopar
abensj urí
dicos,der elevantevalor,
pr óprios
oualheios, denat urezapessoal oupat ri
moni al
, erecusesubmet er-seao
necessáriot ratament omédico( LeidaSaúdeMent al
).
Em si
tuaçõescomoasqueacabámosder efer
irocarácter
desprocedimental
izadodaaçãoadmi ni
str
ati
vaconjuga-secom ai ndist
inção
entreoprocedimentodeclarat
ivoeoprocedimentoexecutivo,
poisoquese
apresentaimediat
ament eéumaaçãodet ipoexecuti
vosem decl araçãoprévi
a
(cf.ar
ti
go177.º,n.º2,que,comoexceção,autor
izaest
apossi bil
i
dadeem
estadodenecessidade).

(
atenção!
!!
)Desi
gnadament
equandoaaçãoadmi
nist
rat
ivasem

28
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

pr
ocediment
oenvol
vaumacoerçãodiret
asobreosparti
cular
esouapr oi
bição
ourest
ri
çãoaoexer
cíci
odedi
rei
tosfundadasem suspei
taseindí
ci al
os, ei
podedeterminaravali
daçãoouaconf
ir
maçãoj
udi
cialdasmedi
das
admini
strat
ivasadotadas.

8–Funçõesdopr
ocedi
ment
oadmi
nist
rat
ivo
Aopr
ocedi
ment
oadmi
nist
rat
ivoassoci
am-
semúl
ti
plasf
unções:
 Funçãoinstr
umental-decor
rentedeomesmo“
ser
vir
”apr
oduçãodeum
atopri
ncipaledoefeit
ojurí
dicodest
e
 Oprocedi
ment oreal
izafunçõesquel
heconf
erem aut
onomi
aenquant
o
f
enómenoj ur
ídico-
administ
rati
vo.
Alude-
se,
nesteâmbi
to,
aumai
dei
ademul
ti
funci
onal
i
dadedopr
ocedi
ment
o
admini
str
ati
vo.
da)I
nst
rument
ali
dadedopr
ocedi
ment
oadmi
nist
rat
ivo

Nestesentido,opr ocediment oadministrati


vocumpr euma
funçãoinstr
ument al,pressupondo-sequeomesmoest áao
servi
çode( “serv
e”)apr áticadoat oprinci
pal em
conformidadecom al ei–assim, porexempl o,o
procedi
ment oinici
adocom or equeriment odaaut ori
zação
paraainstalaçãodeumai ndústr
iaint
egr aouagr egaasér i
e,
maisoumenosext ensa,deat osedi l
i
gênci asnecessáriosà
tomadadeumadeci são( sobreopedi dodeaut orização);
Nestasuaf unçãooudi mensão, opr ocedimento
administ r
ati
voor ganizaat arefader ecol hadeinformaçãoe
deaqui siçãodeconheci ment oquecol oqueaAdmi ni
str
ação
em posi çãodedeci dir.
Af unçãoi nstrument alassocia-
seà
conceçãodopr ocediment ocomoum “ meio”queser veos
objet
ivosdar ealização,daconcr etizaçãoedacor r
eta
apl
icaçãodoDi reit
oAdmi ni str
ati
vomat eri
al.

db)Aut
onomi
adogmát
icadopr
ocedi
ment
oadmi
nist
rat
ivo
Rel
ativament eaoprocedimentosubli
nha-sequeomesmo
assumeum v al
orpr
óprio:nãoestáem causaa
contraposiçãodestevalorprópri
odopr ocedi
mentoàsua
funçãoinstrumental,
masant esaperspeti
vadeart
icul
ar,
comoduasf acesdeumamoeda, est
af unçãocom uma

29
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

f
unçãoouv
alornãoapenasi
nst
rument
al.
Tr ata-
se,pois,deesclarecerqueopr ocedi
ment oconhece
dimensõesepodepr osseguirfunçõesquenãoconcr et
izam
oobj eti
vodeser vi
rapr eparaçãodoat opri
ncipalea
produçãodeum r esult
adoconf ormecom odi rei
toapli
cável.
Estet mf
em assi i
nalidadespr ópri
aseespecíf
icas,quenãose
esgot am noobjeti
vodeser v
iraaplicaçãododirei
tomaterial
.

Funçõesdopr
ocedi
ment
oadmi
nist
rat
ivo:
a)Legitimaçãodaaçãoadmi ni
str
ati
va–“ l
egit
imaçãopelo
procedi mento”–, desi
gnadamente,aof omentara
aceitabil
idadededeci sõesadmini
strativas,
em funçãodas
exigênciasespecí fi
casdefundament açãoedeponder ação,
bem comoem f unçãododoenv olvi
ment oedaparti
cipação
dosi nteressadosnaf ormaçãodasdeci sões
b)I
ncrementodaaberturadaAdminist
raçãoedat ranspar
ênci
a
admini
str
ativ
a,porexemplo,
medianteor econheci
mentodo
di
rei
toàinformaçãoprocedi
mental
c)Aberturaàpar ti
cipaçãoativ
aeaoenv olv
imentodos
i
nteressados( cf.art
igo267.º,
n.º5,daCRP,sobr
ea
part
icipaçãodosci dadãosnasdecisõesedeli
beraçõesque
l
hesdi sserem respeito)
;quepodem carr
ear
,porsuav ez,
os
el
ement osparaponder açãonoprocessodedecisãoda
Admi nistr
ação;
d)Gar
ant
iaepr
oteçãodedi
rei
tosf
undament
aisdosci
dadãos
Podeconsi st
irnumapr ot
eçãodedi reitos“atr
avés”de
procedimentosdeum cer t
ot i
po(v.g.,dir
eit
oài gual
dadede
acessoar ecursosescassos,entr
eout rosexempl os)ou
numapr oteção“ noâmbit
o”dopr ocedi mento(dir
eitode
audiênci
aededef esaem procediment osdisci
pli
nares,que
sãodireit
osfundament ai
sdecar ácterprocedimental;
e)Induçãoefomentodoconsenso,est
imulandoodi ál
ogo
entreaAdminist
raçãoeosparti
cul
ares(“conver
sações”;
“tr
ansações”
)epodendoatéconduziraum desfecho
contrat
ualeconsensual
em vezdeautor
itári
oeuni l
ater
al;
*
Estafunçãorevel
a-se,porexemplo,nos“procedi
mentosde
regul
amentação”dasent i
dadesreguladorasdaeconomia,quant

adoção,noâmbi t
odosmesmos, deumaf asededivul
gaçãodoprojet
o
deregulamentoseguidadeconsul t
apública.Noster
mosdal ei
,a
enti
daderegulador
adev efundament arassuasopções,desi
gnadamente

30
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

com ref
erênciaaoscomentár
iosesugest
õesapr
esent
adosdur
ant
eo
per
íododedi scussãopúbl
i
ca–cf.art
igo41.
ºdaLQER.

f
) Agi
li
zaçãodosf
luxosdecomunicaçãoentr
ea
Admini
str
açãoeoscidadãosedesenvol
viment
odeuma
l
ógi
cadecooperaçãoedecolaboraçãoent
reosdoi
spol
os;
g)Realizaçãodeumaf unçãoepist
émicaederefl
exãosobrea
i
nfor maçãor ecol
hida,per
miti
ndoqueaAdmi ni
stração
efetuear ecolhaeot r
atamentodeinf
ormaçãodeque
carecee, com esseconhecimento,
real
izeum t
rabalho
ponder açãoeder efl
exãosobreosenti
dodadecisãoa
tomar ;
h)Refor
çoouaumentodaprev
isi
bil
i
dadesobreosent
idoe
di
reçãodascondut
asdaAdmini
stração;
i
) Promoçãodacoor denaçãoedacooperaçãoent r
eent i
dades
administr
ati
vas(opr ocedi
mentofomenta,raci
onali
zae
organizaotrabal
hoear ef
lex
ãoem conjuntodasinstânci
as
administr
ati
vaschamadasai nt
erv
irnum deter
minado
contexto)
*
Quant
oaest
epont
o,t
enha-
sepr
esent
eaf
igur
a,doâmbi
todoDi
rei
to
Admini
strat
ivodaUni
ãoEuropeia,dospr
ocedimentosadminist
rati
vos
compostos,quear
ti
cul
am ainterv
ençãodeautori
dadesnacionaisede
aut
ori
dadesdaUniãoEuropei
apar aaproduçãodeum resul
tadounitár
io

Aprocediment al
i
zação–“ processual
ização”–const ituium el
ementode
aproximaçãodoDi r
eit
oAdmi nist
rati
vodemat ri
zeur opeiaaoDi r
eit
o
Admi ni
str
ativ
onor te-
amer i
cano,oqual conheceum r ecort
eprocedimental
acentuado,desdeoAdmi ni
strati
veProcedureAct,de1946: aexi
gênci
adeum
“dueprocess”(legali
dadeprocedimental)edorespeito“ pr
oceduralpr
otect
ions”
(v.
g.,audi
ência)surgecomoum el ementoimprescindíveldosist
emade
decisãopúbli
ca.
9–Pr
incí
piosdopr
ocedi
ment
oadmi
nist
rat
ivo
Jáconhecemososent i
dodoconceito,bem comoasfunçõesdo
pr
ocedimentoadmi ni
str
ativ
o.Estamosagoraem condi
çõesdeanalisaral
guns
pr
incí
piosj
urí
dicosquer egem ouori
entam odesenv
olv
imentoprocedimental
daaçãoadministr
ativ
a.
*
pri
ncí
piosj
urí
dicosapl
i
cáv
eisaodesenv
olv
iment
odat
rami
taçãooudasequênci
a
pr
ocedi
mental–pri
ncípi
osrel
ati
vosàmar
chadopr
ocedi
ment
o–,
enãoospr
incí
piosj
urí
dicos
daat
ivi
dadeadmini
str
ati
va.

a)Pr
incí
piodapar
ti
cipação

Opr ocedi
mentoadmi ni
strat
ivoconstitui
asedepor
excelênci
a,em concreto,da“parti
cipaçãodosci
dadãosna
for
maçãodasdeci sõesoudel iber
açõesquelhesdisser
em

31
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

r
espei
to”(cf
.ar
ti
gos267.º
,n.
º5,daCRPe12.ºdoCPA)
.
Opri
ncípi
odapart
ici
paçãoéconcr
eti
zadoat
rav
ésdo
reconhecimentolegaldedirei
tospr ocedi
mentai
sde
parti
cipaçãodosinteressados,bem comodedev er
es
procedimentaisdeativaraparti
cipaçãoatri
buí
dosà
Admi nist
ração.
Di
rei
tospr
ocedi
ment
aisdepar
ti
cipação:

 Di
rei
todei
nici
ati
vaedepart
ici
paçãono
pr
ocedi
mento,nost
ermosdoarti
go53.
ºe68.
º;

 Dir
eit
oàinf
ormaçãosobr
eopr
ocedi
ment
o:ar
ti
gos
82.
ºesegs.;

 Dir
eit
osajunt
ardocument
osepar eceres,arequer
er
di
li
gênci
asdeprovaeadesignarperi
tos:cf.ar
ti
gos
116.º
,n.
º2;

 Dir
eit
odeaudi
ênci
a,nost
ermosdoar
ti
go100.
ºe
segs

Aleioner
aaAdmi ni
str
açãocom deveresdei
ncent
ivaraparti
cipaçãodos
i
nter
essados,vej
a-seapassagem don.º1doarti
go7.º,sendoexemplos
dest
esdeveres:

 Comuni caçãodoiníci
odopr ocedi
mentoàspessoascuj osdir
eit
osou
i
nteresseslegalmentepr
otegidospossam serlesadospel
osatosa
prati
carequepossam serdesdel ogonomi nal
ment ei
denti
fi
cadas
(art
igo110.º);

 Noti
fi
caçãodoproj
etodedeci
são,
par
aef
eit
osdaaudi
ênci
ados
i
nter
essados:
art
igo122.
º,n.
º2;

 Not
if
icaçãodoat
oadmi
nist
rat
ivo(
art
igo114.
º).
Apart
ici
paçãodosinter
essadosnoprocedi
mentoassumeumadi mensãode
especi
al r
elev
onosprocedimentosadmini
str
ati
vosconsensuai
s,quei
ncluem
fasesde“diál
ogo”ou“conver
sações”(
v.g.
,pr
ocedimentosdetr
ansaçãonaLei
daConcor r
ência)
.
Masmesmoem pr ocedi
ment
osquedesconhecem f
ormalmenteessasfases,
edest
inadosàpr
áti
cadeatosuni
l
ater
aisdaAdminist
ração,
rev
ela-
se,em

32
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

pri
ncípi
o,possív
el oacolhi
ment odesoluçõesnegoci
aisenegociadas,que
depoissãoverti
dasem “ acordosendoprocedi
mentai
s”(art
igos57.ºe98.º
,n.2)
ouem “compr omissos”(v.,
infr
a,r
eferênci
aàfigur
adoat oadministr
ati
vode
acei
taçãodecompr omissos).

 Entret odosospr incí


piosdoprocedi
mento,oprincí
piodapar t
ici
paçãoé
aquel equet em umamai scl
ara“i
nci
dênciasi
mul t
ânea”nopr ocedi
mento
dor egulament oenodoat oadmini
str
ati
vo:quantoaopr ocediment
odo
regulament o,cf.art
igos97.ºesegs.
,equantoaopr ocedimentodoato
admi nistr
ati
v o,
cf.arti
gos121.ºesegs.,
sobreaaudi ênci
ados
i
nter essados

b)Pr
incí
piosdacol
abor
ação,
dacooper
açãoedaboa-

pr
ocediment
al

 Nost ermosdoar tigo11. º,n.º1,osórgãosdaAdmi nistr


açãodev em
atuarem “ est
reitacol aboraçãocom ospar ti
culares”,cumpr indo-l
hes,
designadament e,prestaraospar ti
cularesasinf ormaçõeseos
esclarecimentosdequecar eçam eapoi areestimularasi niciat
ivasdos
parti
culareser eceberassuassugest õesei nformações.Acr escenta-
se,
porout rolado,oCPApr escreveum dev erdecooper açãor ecíprocaent
re
osór gãosdaAdmi nistraçãoeosi nteressados( art
igo60º ,nº 1doCPA)

 Em relaçãoaosi nteressados, al
eiindicaquedev em concor rerpar
aa
economi ademei osnar eal
izaçãodedi l
i
gênci asinstrutór
iasepar aa
tomadadadeci sãonum pr azor azoável,abstendo-seder equerer
dil
igênciasinútei
seder ecorreraexpedi ent
esdi latóri
os(arti
go60. º
,n.
º
2):Além disso,atri
bui-l
hesoónusdepr ovadosf actosquet enham
alegado( art
igo116.º,n.º1),bem comoodev erdeapr esentaçãode
provas,quandopar at alfor
em sol i
cit
ados( artigo117. º
)
Oincumpri
ment
odosdev
eresdeprest
açãodeinf
ormaçõesoude
apr
esent
açãodepr
ovast
em asconsequênci
aspr
evi
stasnoar
ti
go119.
º
 Em especial,
quandoasi nfor
mações, document
osouat ossoli
cit
adosao
i
nteressadosejam necessári
osàapr açãodopedi
eci doporele
formulado,nãodev eserdadoseguimentoaoprocedimento,
dissose
noti
ficandoopar t
icular(
em casodeinérci
aconti
nuadadopar t
icul
ar,
a
sit
uaçãopodedarl ugaraumaextinçãodoprocedi
mentopor“ deser
ção”
:
art
igo132.º,n.º1).

c)Pr
incí
piodoi
nqui
sit
óri
o
Oarti
go59.
º,sobr
eopri
ncí
piodoi
nqui
sit
óri
o,at
ri
buiao
r
esponsáv
elpel
adir
eçãodopr
ocedi
mentoeaosoutrosór
gãos

33
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

quepart
ici
pem nai
nstrução–mesmoqueopr ocedi
ment
osej
a
i
nstaur
adoporini
ciat
ivadosi
nt essados–opoderde
er
procederaquai
squerdi
li
gênci
asqueserevel
em adequadase
necessári
asàprepar
açãodeumadecisãolegalej
usta,ai
nda
quer espei
tantesamatéri
asnãomenci onadasnos
requerimentosounasrespost
asdosi nter
essados.Ai
ndaquese
trat
em dedi l
igênci
asquenãoserelaci
onam com oobjet
o
presentenor espet
ivor
equer
imento.

 Porforçadopr incípiodoi nqui si


tório(art
igo115º ,nº1do
CPA) ,
odev erdeav eriguaçãodosf actosr el
ev antespara
adecisãonãodei xadeper tenceràAdmi nistração
mesmonoscasosem queamesmasol i
citoua
apresentaçãodepr ov asaosi nteressadoseest esnão
cumpr i
ram oseudev erdecooper ação:veja-se, neste
senti
do, on.º2doar tigo119. º,segundooqual afal
tade
cumpr i
ment odanot i
ficaçãoél i
vrement eapr eciadapara
efei
tosdepr ova,consoant easci rcunstânciasdocaso,
“nãodispensandooór gãoadmi nistrat
ivodepr ocurar
averi
guarosf actos, nem depr oferi
radeci são” .

Asoluçãosóseapr esenta
dif
erentequandoasi nfor
mações, documentosouat os
soli
cit
adosaoi nt
eressadosejam necessári
osà
apreci
açãodopedi doporeleformulado,casoem que,
comoj ávimos,“nãodev eserdadoseguiment oao
procedi
ment o,
dissosenot i
fi
candoopar ti
cular”
,nos
termosdon. º3doar ti
go119.º.
Trata-se,aqui
,deum cenár
ioem queointer
essadogoza
deumaespéci edemonopóli
odeprova,
nãopodendo
exigir
-seàAdmi ni
str
açãoum deverdeaveri
guaçãode
factosquesóoi nter
essadoconheceoudoquesóel e
tem pr ov
a.

d)Pr
incí
piodaadequaçãooudi
scr
ici
onar
iedade
pr
ocediment
al
Desdelogoem decor
rênci
adopri
ncí
piodoi
nqui
sit
óri
o,a
Admini
str
açãodi
sporá,em r
egr
a,deumamargem de

34
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

adequaçãodoprocedi
ment
o:di
scr
ici
onar
iedade
procedi
mental
.
Est
aadequaçãooudi
scr
ici
onar
iedadeest
ápresent
e
at
rav
ésdoarti
go56ºdoCPA,nostermossegui
nt “
es:na
ausênci adenor masjur
ídicasi njunti
vas,or esponsávelpela
direçãodopr ocedimentogozadedi scri
cionar i
edadena
respet i
vaest r
uturação,
que, nor espeit
opel ospr i
ncípi
os
ger ai
sdaat ividadeadmi ni
strativa,deveseror i
entadapelos
i
nter essespúbl icosdaparticipação, daeficiênci
a, da
economi ci
dadeedacel eri
dadenapr epar
açãodadeci são”
.
Li
mit
esàdi
scr
ici
onar
iedade:

 Presençadenor masinj
unti
vas(ex:oresponsável
do
procedimentonãopodeestrut
urardiscr
ici
onari
amentea
tr
ami t
açãodemodoael i
minaraexigênciadesoli
cit
ação
deum par ecerobr
igat
óri
oouaaudi ênci
ados
i
nteressados).

 Oexer cí
ciodadiscr
ici
onari
edadeprocedi
mental
pressupõeor espei
topel
osprincí
piosger
aisdaati
vi
dade
admi ni
str
ati
va.

 Al eiest abel
ececri
téri
osdeori
entaçãodoexercíci
oda
discricionari
edadeprocedi
mental:i
nter
essespúbli
cosda
par t
icipação,daefi
ciênci
a,daeconomicidadeeda
celeridadenapr eparaçãodadeci
são.

Oar t
igo57.ºaludeaosdesi gnadosacor dos
endoprocedimentais,queabr angem osacor dosoucont r
atos
sobreoexercíciodadi scri
cionari
edadepr ocedimental,nos
quaisaspartes,atravésdeacor doescr i
to,deci
dem acor daros
ter
mosdopr ocesso. Tai sacor dostêm efeit
ovinculati
voeo
seuobjetopode, designadament e,consist
irnaorganizaçãode
audiênci
asoraispar aexercíci
odocont r
aditór
ioentreos
i
nteressadosquepr et
endam umacer tadecisãoeaquel esque
selheoponham.

 Pri
ncí
piodaboaadmi
nist
ração(
efi
ciênci
a,economi
cidadee
cel
eri
dade)

Oar t
igo5.ºacolheodesignadoprincípiodaboa
administr
ação,naformulaçãoconsagrada, opr
incí
pioda
boaadmi nist
raçãotem umaincidênciamui t
oparti
cul
arno
procedimentoadmi ni
str
ati
vo.Deresto, nãoser
áporacaso

35
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

queat r
il
ogiaefici
ência,
economicidadeecel
eri
dade
correspondepr eci
sament eaoscri
téri
osqueori
entam o
exercíci
odadi scri
cionari
edadeprocedi
mental
:art
igo56.º(
cf.
aindaoar ti
go77. º,
n.º1).
Em par ticular,oar ti
go59. ºdest acaodev erdecel eri
dade,
i
ncumbi ndoor esponsáv elpel
adi reçãodopr ocediment oe
osout rosór gãosi nt erv
enientesnar espet
ivat r
ami taçãode
provi
denci ar“ porum andament or ápidoeeficaz, quer
recusandoeev itandot udooquef orimperti
nent eedi l
atóri
o,
queror denandoepr omov endot udooquesej anecessár ioa
um segui ment odiligenteeàt omadadeumadeci sãodent ro
depr azor azoáv el”.A“ r
apidez”( celeri
dade),enquant ov alor
dopr ocediment o,tem out rasexpr essõesnal ei:cf.arti
go
61,º,n.º1, alí
neac) ,sobreaut i
li
zaçãodemei osel etrónicos,
quedev e“simpl ifi
carer eduziradur açãodospr ocedi ment os,
promov endoar apidezdasdeci sões” .

 Pr
incí
piodal
egal
idadepr
ocedi
ment
al
Sem pr
ejuí
zodadiscr
ici
onari
edadeprocedi
ment al
,
exi
stem,em muit
oscasos,tr
âmitespr
ocedimentais
obri
gatór
ios(i
mpostospornormasinj
unti
vas):
podetrat
ar-
se
deprazosquetêm deserr
espeit
adosoudedi l
igênci
asque
aleii
mpõe;
Mas( !
!!
)t ambém podet r
atar-
sededili
gênciasque,não
tendodeocor rer
,seocorrer
em, t
êm deseconf ormarcom
certasregraslegais.Nest
escasos, aAdmi ni
str
açãotem de
cumpr i
rdet erminaçõesqueal eiest
abel
ece,noâmbi t
ode
um princí
piodel egali
dadeprocedimental
.*Ocumpri
mentode
taisexi
gênciaslegai
sem matéri
aprocedimentalsópodeconsiderar
-se
dispensadonoscasosdeestadodenecessi dadeadministr
ati
va(cf.
arti
go3.º,n.
º2, doCPA).Aur
gência,noscasosem queal eiprevej
aessa
possibil
i
dade,também podepermit
iradispensadocumpr imentode
exigênci
aslegais(v.
g.,
dodeverdeaudiênci
adosi nt
eressados).

Em cer toscasos,olegisl
adorestabel
ece,deforma
compl etaouquasecompl eta,ofaseamentoeat ramit
ação
dopr ocedimento:ter
emosent ãoum procedi
ment o
admini str
ati
voformalizado.Ogr audeformali
zaçãoé
vari
áv el,mastendeamost rar
-seespeci
almenteelevadonos
procedi mentossancionatóri
os,nosdeseleçãoenosde
resol
uçãodel i

gios.

Af
ormal
i
zaçãopr
ojet
a-seessenci
alment
enadel
i
neação

36
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

dasf asesoudosmoment osfundament ai


sdamar chado
procedimento,bem comonadet erminaçãodedil
igênci
as
obrigatóri
as,masnãoexclui,
deformal i
minar
,a
di
scr i
cionari
edadeprocedi
mentalparaaadoçãode
di
ligênciasqueoórgãocompet enteentendadeverefet
uar
parasecol ocarem posi
çãodedecidir.

 Pr
incí
piodai
mpar
cial
idade
Oprincípi
odai mpar cial
i
dadeconheceumar elev
ânci
a
geralnoDi r
eitoAdmi nistr
ati
voeasuai ncidênci
anãose
cir
cunscr ev
e, porconseguinte,aopr
ocediment o
administrat
ivo.Oar t
igo9.ºformulaoprincípi
onosseguint
es
ter
mos: aAdmi nist
raçãoPúbl i
cadevetrat
ardef orma
i
mpar ci
alaquel
esquecom el aentrem em r el
ação,
designadamenteconsi derandocom obj etivi
dadetodose
apenasosi nter
essesr elevantesnocont extodecisóri
oe
adotandoassol uçõesor ganizatór
iasepr ocedimentais
i
ndispensáveisàpr eservaçãodai sençãoadmi nistr
ati
vaeà
confiançanessaisenção.
t
rat
a-seent
ãodeum el
ement
oessenci
alqueexi
ge:

 Que,
per
ant
eosev
ent
uai
sint
eressesem conf
ront
o,a
Admini
str
açãoatuedeformaisent
aeobj eti
vae,sem
di
sti
nção,ponder
eadequadamentetodosos
i
nter
esseslegí
ti
mospresentesnoprocedi o–no
ment
desenvolvimentodopr ocedimentonãoháuma
necessáriaprevalênci
adoi nt
eressepúbl
i
cosobr
eos
i
nteressespar t
icular
es;
 Queost
it
ular
esdosór
gãosdaAdmi
nist
raçãonão
contaminem aint
ervençãonopr ocedi
mento
administ
rat
ivocom aconsideraçãodeint
eresses
pessoais–ocupam aquium lugarespeci
alas
garanti
asdei
mparcial
idadee, em part
icularor
egi
me
dosimpediment
osesuspei ções:cf.arti
gos69.ºe
segs.doCPAev ej
a-sear ef
erênciaexpressaà
“i
nterv
ençãoem pr
ocediment o”.

 Pr
incí
piodai
gual
dade
Opr
incí
piodai
gual
dadeconhecepr
ojeçãoaoní
vel
do

37
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

procedi
ment oadmi
nistr
ati
vonaexigênci
aimpostaà
Admi ni
str
açãodedispensarum tr
atament
oigual
it
árioa
todososinterv
eni
entesouinter
essadosem par
ti
ciparno
procedi
ment o.
Est
aigual
dadeassumeduasv
ert
ent
es:
 Nestesentidohorizont
al,
queseconf undecom o
deverdeatuaçãoimpar ci
al,
oprincí
piodai gualdade
operati
picamentenospr ocedi
mentosdesel eção
concorr
encialeenv ol
vaumadupl aexigência,de
garant
iadei gual
dadedeacessoedei gualdadede
tr
atamento.
 Adout ri
naal udeaum sent i
dover ti
caldopr i
ncípi
oda
i
gualdade, parar ef
er enciaraexigênci adeum
trat
ament opar i
tárioent r
eaAdmi nistraçãoeos
parti
cularesintervenientesnopr ocedi mento,
designadament enoacessoài nformaçãor elev
ante
noâmbi todoconcr et oprocediment o,mast ambém
naimposi çãodedev eresàAdmi nistraçãode
considerarfactosal egadospel ospar ti
cular
esoude
real
izardili
gênciasporel esrequer i
das

 Pr
incí
piodadeci
são
Oarti
go13.º
,n.º1,for
mulaodesi
gnadopr
incí
pioda
deci
sãonosseguint
ester “
mos:osór
gãosdaAdmi ni
str
ação
Públ i
cat êm odeverdesepr onunciarsobretodosos
assunt osdasuacompet ênciaquelhessejam apresentados
e,nomeadament e,sobreosassunt osqueaosi nter
essados
digam di retament erespeit
o,bem comosobr equaisquer
pet i
ções, representações,reclamaçõesouquei xas
formul adasem def esadaConst i
tui
ção,daslei
soudo
i
nt eressepúbl ico”ouai ndadel hesproporci
onaro
cont radi
tór i
o.
Apesardareferênci
a,naepígr afedoar t
igo13.
º ,
aum
pr
incí
piodedecisão,oquev erdadei r
ament eseconsagrano
º1éum pr
n. i
ncípiodepronúnci a.Assim, t
odososórgãosda
Admini
str
açãobem comoqual querentidadeabrangi
dapelo
âmbit
odeincidênciadoCPA, nost er
mosdoar t
igo2.º
,n.º1
–têm odeverdesepr onunciarsobr etodososassuntosda
suacompet
ênci
aquel
hessej
am apr
esent
ados.
Assi
m,uma“ pet
ição”
,uma“exposição”ouuma“quei
xa”
apr
esent
adaexigesempreumapr onúncia,
ousej
a,uma

38
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

respostadaAdmi nistr
ação.Or igi
na-
sesempr e,com essa
apresentação,um deverdepr ocederparaa
Admi ni
stração.
*nãonecessar
iament
eest
aráem causaum poderde
deci
são,
poi
sar
espet
ivaquei
xaoupet
içãopoder
ánãoest
araconv
oca-
l
a.

Atenção,oquenadainval
idaqueapronunci
apoderá
constit
uirpar
teconst
it
uintededeter
minadoprocedi
ment
o
tendenteaumaconsequent edeci
são.
Al
ém dodevergeral
derespostaoudepr onúnci
a,aAdminist
raçãoPúbl
i
ca
t
em,em det
erminadascondi
ções,um específ
icodeverdedeci
são.

Ei
soquesucede,em geral
,quandoum i
nteressado(com legi
ti
midade
pr
ocedi
mental
),t
it
ulardeumaposiçãojurí
dicasubstant
iva,sol
ici
ta,
atr
av ésde
um r
equer
iment
o,àinstânci
acompetenteapr oduçãodeum efeit
ojurí
dicoque
envol
veoexercí
ciodeum poderdedeci
são,
e,por
tant
o,apr
áti
cadeum at
o
admini
str
ati
vo.
Pr
azo:art
igo128.
ºdiscipl
i
naoprazoparaadeci
sãodoprocedi
mento(90di
as
em r
egra,
eem regraprazocont
adodesdeadatadaent
radadorequer
i o)
ment .
Af
alt
a,nopr
azol
egal
,dedeci
sãof
inal
:deacor
docom oar
ti
go129.
º,const
it
ui
i
ncumpriment
ododeverdedeci
são,confer
indoaointeressadoapossi
bil
i
dade
deut
il
izarosmei
osdetutel
aadmini
strat
ivaejur
isdi
cionaladequados.
Af
ast
a-seodeverdedeci
são:r
essal
vadoar
ti
go129,
aonº
2ar
ti
go13º
,sempr
e
que,hámenosdedoisanos,
contadosdadatadaapresent
açãodo
requer
imento,
oórgãocompetent
etenhapr
ati
cadoum atoadmini
str
ati
vosobr
e
omesmopedi do,
formul
adopelomesmopar t
icul
arcom osmesmos
fundamentos.
Nopr
ocedi
ment
oadmi
nist
rat
ivo:

Dev
erdedeci
são Dev
erdeem
der
egul
amen

Qual
opr
azopar
aadeci
são?

 Oprazo,deacordocom oarti
go137º,nº1,
estabel
eceum pr
azodel
egal
de
90diasparaaadoçãodosr egul
amentosnecessár
iospar
adar
exequi
bil
idadeaatosl
egi
slati
voscar
entesderegulament
ação.
Esenãot
iversi
doemi
ti
donopr
azodev
ido?
i
. Osi nteressadosdiret
amenteprejudicadospela
sit
uaçãodeomi ssãopodem requereraemi ssãodo
regulament oaoór gãocom compet êncianamat éri
a,
sem pr ejuí
zodapossi bi
l
idadeder ecursoàt ut
ela
j
urisdicional.

39
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

 Pr
incí
piodai
ndependênci
adadeci
sãoem r
elaçãoaopedi
do´
OsórgãosdaAdmi nist
raçãoPúbli
ca(etodasasenti
dadescom
poder
espúblicosdedeci sãoabrangi
daspeloâmbi t
odeinci
dênciado
CPA)podem decidirsobrecoisadif
erent
eoumai sampladoquea
pedi
da,quandooi nteressepúbl
icoassim oexi
ja:
cf.ar
ti
go13.º,n.
º2.
Assi
m,aAdmi
nist
raçãopoder
ádeci
dircoi
sadi
fer
ent
edoquel
hef
oi
pedi
dose:
i
)Tomarumadeci
sãosobr
eopedi
doquel
hef
oiapr
esent
ado;
i
i)Dispuserdecompet
ênciaofi
ciosapar
atomaradeci
sãosobr
ecoi
sa
dif
erente(quenãol
hefoipedi
da).

Porsuav ez,quantoàdeci sãosobrecoisamai sampl a,


tor na-
se
i
gual mentenecessárioqueaAdmi ni
str
açãodisponhadecompet ênci
a
própriapara,noâmbi t
odeum pr ocedimentoini
ciadopori mpulso
externo,deci
diresse“algomai s”doquel hefoipedido:ei
soque
sucede,porexempl o,quandoaAdmi nistr
açãointroduzcláusulas
acessórias(cf.ar
ti
go149. º)oucláusulaspri
ncipaisdiscr
icionári
asna
decisãoquel hefoisoli
cit
ada.

 Pr
incí
piodacol
abor
açãoedacooper
açãoi
nter
admi
nist
rat
iva
Asrelações,oscontact
oseasf ormasdearti
cul
açãoent r
einstânci
as
administrat
ivaspodem assumi rf
eiçõesmuit
ov ar
iadas:
pedidosde
pareceres,deestudos,dareal
izaçãodeensaiosoudeexames;
refer
ênciaaoauxí l
i
oadmi nist
rati
vo(art
igo66.
º)eàsconf er
ências
procedimentais(ar
tigos77.ºa81.ºdoCPA) .
Of enómenodacooperaçãointer
admi ni
str
ativ
atem t
idoum grande
desenvolv
imentoaonív
eldir
eit
odaUni ãoEuropeia,
oqualestabelece
exi
gênciasdecooper
açãoedeassi stênci
amút uaentr
eautor
idades
administ
rati
vasdedi
fer
entesEstados-Membr os

 Pr
incí
piodat
endenci
algr
atui
ti
dadedopr
ocedi
ment
o
Apesardeaepí grafedoarti
go15.ºaludiraum pr i
ncípi
oda
gratui
ti
dade, on.º1dopr ecei
to,defor
mamai sreali
sta,vem
estabelecerqueopr ocedimentoadminist
rati
voét endencialment
e
gratui
to,eistonamedi daem queleisespeciai
snãoi mponham o
pagament odet axaspordespesas,encargosouout roscust os
suportadospelaAdmi nist
ração.Naausênciadel eiespecialaimporo

40
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

pagament
odet
axasouout
rascont
rapr
est
ações,
apr
oibi
çãodeas
cobrarnãoresul
tar
iadequalquerprincí
piodegratui
ti
dade,masant es
daproibi
çãodecr i
arobri
gaçõespecuni ár
iasnãoprevi
stasnal
ei:cf.
art
igo161.º
, n.
º2,alí
neak).nãoestamosassi m per
anteum pr
incipio
j
urídi
comasant esperanteum preceit
onor mati
voúti
l.
Com r el
evonormativoéj áodispost onosn.os2e3: em casode
i
nsuf i
ciênci
aeconómi ca,aAdmi ni
str açãoi
senta,tot
aloupar ci
alment
e,
ointeressadodopagament odast axasoudasdespesasr eferi
dasno
númer oanteri
or.Ainsufi
ciênciaeconómi cadeveserprovadanos
ter
mosdal eisobr
eapoi ojudici
ári
o, com asdevidasadaptações.

10–Suj
eit
osdopr
ocedi
ment
oadmi
nist
rat
ivo
Osat
osquei
ntegr
am opr
ocedi
ment
osãopr
ati
cadospordi
fer
ent
essuj
eit
os:

 Aossujeit
osouórgãospúbl
i
cosr esponsáv
eispel
oatoprinci
paldo
procedi
mento(v.
g.,
atodopresi
dentedacâmar amuni
cipalaordenaro
despejodeum pr
édio)

 Juntam-seoutr
osórgãosdamesmaoudeout r
apessoacoleti
vapúbl
ica
(v.
g.,par
ecerdeum órgão;
vistor
iaef
etuadaporum ser
viço;
rel
atór
io
apresent
adoporum outroórgão)

 Bem como,ev
ent
ualmente,ent
idadespri
vadascontr
atadaspar
aa
real
i
zaçãodecer
tasdi
li
gências(v.
g.,empresacont
rat
adaparaapr
esent
ar
um est
udodeapoioàdecisão)
Noout
ropol
odar
elaçãopr
ocedi
ment
al:

 I
nter
vêm ent
idadesdeestat
utov
ari
adomasem geralt
it
ular
esdeum
i
nter
esserel
acionadocom amat
éri
aaqueoprocedimento.
Oprocedi
ment osurge,assi
m,comoomoment odeorgani
zaçãoda
i
nter
vençãodosváriossujei
tosenvol
vi
doseaenvol
vernaaçãoadmini
str
ati
va
t
endenteàproduçãodeum cer t
oresult
ado.
Conf
ormesedispõenoar
ti
go65.
ºdoCPA,
sãosuj
eit
osdar
elaçãoj
urí
dica
pr
ocedi
mental
:

 Osórgãosdequaisquerenti
dades,i
ndependent
ement edasuanatur
eza,
cuj
acondutasej
aadot adanoexercí
ciodepoderespúbli
cosouregul
adade
modoespecíf
icopordisposi
çõesdedirei
toadminist
rati
v quando
o,
competent
esparaat
omadadedeci
sõesoupar
aapr
áti
cadeat
os
prepar
atór
ios;
 Osparti
cul
ares(
cidadãosepessoascolet
ivas)l
egi
ti
madosnost er
mosdo
n.
º1doar ti
go68.
º–segundoest adi
sposição,t
êm legi
timidadeparai
nici
ar
oprocedi
mentooupar anel
eseconsti
tuír
em comointeressadosostit
ular
es

41
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

dedi
rei
tos.

 Pessoassi
ngul
ares( dadãos)epessoascol
ci eti
vasdedir
eit
opri
vado,
em
defesadei
nter
essesdif
usos,segundoodi
spostonosnúmeros2e3do
art
igo68.
º
Nest epreceit
o, di
spõe-sequet êm l
egi
timidadepar
aapr ot
eçãode
i
nteressesdifusosper anteaçõesouomi ssõesdaAdmi ni
str
açãopassívei
s
decausarpr ej
uízosr el
evantesnãoindiv
iduali
zadosem bensfundamentai
s
comoasaúdepúbl i
ca, ahabit
ação,aeducação,oambiente,oordenamento
doterri
tór
io,our banismo, aqual
idadedev i
da,oconsumodebense
serv
içoseopat ri
móni ocultur
al:
i
. Oscidadãosnogozodosseusdi
rei
tosciv
ise
polí
ti
coseosdemaiselei
tor
esr
ecenseadosno
ter
ri
tóri
oport
uguês;
i
i
. Asassoci
açõesef
undaçõesr
epr
esent
ati
vasdet
ais
i
nter
esses

 Osórgãosqueexerçam f
unçõesadmini
str
ativas,quandosev eri
fi
quem as
condi
çõesprev
ist
asnon. º4doart
igo68.º
*têm l
egit
imi
dadepr
ocedi
ment
alos
órgãosqueexer çam f unçõesadmi ni
str
ati
vasquandoaspessoascol eti
vasnasquaisel
es
sei nt
egr
am sejam titularesdedir
eitosouinter
esseslegalmenteprotegi
dos,poder
es,
dev er
esousujeiçõesquepossam serconf ormadospelasdecisõesquenesseâmbi to
forem oupossam sert omadas,ouquandol hescaibadefenderint
eressesdif
usosque
possam serbenef i
ciadosouaf etadosportai sões.
sdeci

 Aosant
eri
ores,
acr
escent
a-se:
(e)Asautar
quiaslocai
s,em rel
açãoàprot
eçãodeint
eressesdi
fusosnas
áreasdasrespet
ivasci
rcunscri
ções:
art
igo68.
º,n.
º3;
(f
)Cidadãos“
residentesnacircunscr
içãoem quesel ocal
izeoutenha
l
ocali
zadoobem def endido”
,paraassegur aradefesadebensdoEstado,
dasregi
õesautónomasedeaut ar
qui
asl ocaisaf
etadosporaçãoou
omissãodaAdmi nist
ração:art
igo68.º,n.º4.

Em confor
midadecom umalógi
cadebipolar
izaçãodarel
açãoj
urí
dica
pr
ocedimental
,on.º2doart
igo65.
ºpressupõeacontraposi
çãodoi
stipos
desujei
tosdoprocedi
ment
o:

 Porum lado,ossuj
eit
osouasentidadesem queseint
egr
am osórgãos
competentesparaaprát
icadosatosjur
ídi
co-
públ
icosdoprocedi
mento
(deci
sõesfinai
seatosprepar
atór
ios)
.

 Porout
rol
ado,
deum modogenér
ico,
osi
nter
essados.

42
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

* Emboratenhapr esent
eadi cot
omi aentr
esujeitospúbli
cosesujei
tospriv
adosda
relaçãojur
ídi
capr ocediment
al –cf.arti
gos69.º
,n. º3,e66.º,
n.º1,
esterefer
indo-seapenas
asuj ei
tospri
v ados–, oCPAnãout il
izaessascategor i
asdeformagenéri
ca,paraidenti
fi
car
ospol osdar elaçãoj ur
ídi
caprocedimental
.Tudoi ndicaquealeipr
eferetr
abalharcom a
dicotomiaqueacabámosdei dentif
icar.

10.
1–Ór
gãosr
esponsáv
eispel
osat
osj
urí
dico-
públ
icosdopr
ocedi
ment
o
i
. Aal í
neaa)don. º1doar t
igo62. ºcomeçapori dent i
ficarnoelenco
dossuj ei
tos“osór gãosdasent idadesr eferi
dasnon. º1doar ti
go
2.
º ,quandocompet entespar aat omadadedeci sõesoupar aa
práticadeatospr eparatórios”.Estareferenciafeitatem como
objetivoapontarcomosuj eitosdopr ocedi ment
oosór gãosde
quaisquerentidades( i
ndependent ement edasuanat ureza)que
atuem investi
dasdepoder espúbl icos

Comodecor
redon.º2domesmopr ecei
to,essessãoossujei
tosdar
elação
j
urí
dicapr
ocedi
ment
alsem estatut
odeinter
essados.

Atenção,énecessári
oent enderqueconsideramossuj eit
onão
apenasoór gãoresponsáv el
peladecisãorel
at i
vaaoat ofinalmas
estacondiçãoétambém par ti
lhadapelosórgãoscompet entespar
a
apráti
cadeat ospreparatóri
os(porexemplo, parecer
es,exames,
vi
stori
as).(ar
ti
go69º ,
nº 3com remissãoparao55ºdoCPA) .

10.
2–Af
igur
ador
esponsáv
elpel
adi
reçãodopr
ocedi
ment
o
Olhemosagoraparaaposi çãosi ngul
ari
ndiscutivelmenterelevantedoórgão
responsávelpel
adecisãof i
nal dopr ocedi
mentoadmi nistr
ati
vo,tendenteà
criaçãodoatoadministrat
ivo.Al ém dacompet ênciapar aadecisãof i
naldeque
dispõe,dest
aca-set
ambém ai ncumbênciafundament aldeconduzirededi r
igi
r
opr ocedi
mento.Éprecisament eistoqueseest abelecenoar t
igo55. º
,n.º1.
At
ençãoàobr
igat
ori
edadededel
egaçãodest
epoderdedi
reção:
 Oart
igo55º
,nº2doCPAr elev
aqueoór gãocompetentepar
aadecisão
f
inal
quedelegueem i
nfer
iorhier
árqui
coseu,opoderdedir
eçãodo
procedi
mento.Nocasodeacompet ênci
adedeci
sãocaberaór
gão
colegi
al,
adelegaçãodadi
reçãodoprocedi
ment
oéconferdaamembr
i o
dopr
ópr
ioór
gãoouaagent
edel
edependent
e.
 Asuaobr
igat
ori
edadeéar
egr
a.
Aobr
igaçãodedel
egarsónãoexi
ste:

43
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

 Sehouv
erdi
sposi
çãol
egal
,regul
ament
arouest
atut
ári
aem cont
rár
io

 Quandoaissoobviar
em ascondiçõesdeservi
çoououtrasrazões
ponder
osas,i
nvocadasfundamentadamentenoprocedi
ment oconcr
eto
ouem dir
eti
vaint
ernarespei
tant
eacertosprocedi
mentos.

Porf orçadestadel egação,cadapr ocedi ment ot em um r esponsável ,


um
agentedaent i
dadeaqueper tenceoór gãocompet entepar aadeci sãof i
nal
com ai ncumbênciaespecí fi
cadeconduzi ropr ocedi ment o.Namedi daem que
exerceascompet ênciasdedi reçãodopr ocedi ment o( oquei ncluiat omadade
decisõescom efeitosendopr ocediment ais)
, or eferidoagent eassumea
ti
tul
aridadedeum ór gãoadmi ni
str
ativo: oórgãor esponsáv elpeladi reçãodo
procedimento(cf.,entreoutros,art
igos64. º
, n.º3, 110.º,n.º3,118. º,n.º2,
122.º,n.º1,r
eferi
ndo- sea“ór gãoresponsáv el peladi reçãodo
procedimento”).
*r
elati
voaestepontoatençãoàr eferênciadoarti
go8.º,n.º3,doRegime
Jur
ídi
codaUr
bani
zaçãoeEdi
fi
cação

Nost
ermosdal
ei:

 Oresponsável
pel
adireçãodoprocedi
mentopodeencar
regari
nfer
ior
hi
erár
quicoseudareal
izaçãodedil
i
gênci
asinst
rut
óri
asespecí
fi
cas.

 Termogenéri
coquerefer
enci
aaincumbênci
aouresponsabi
l
idade
genér
icadeconduçãododesenv
olvi
mentodoprocedi
mento,ent
reos
moment osdai
nici
ati
vaedetomadadadecisãofi
nal
.

 Opapel doresponsáv eldadi


reçãodopr ocedi
ment oconsi
steem
assegurararealizaçãodasdil
igênci
as(consul
tiv
as, t
écni
case
probatór
ias)necessáriaspar
aadef i
niçãodosentidoedoâmbi t
oda
decisãodopr ocedimento.

 Aidenti
dadedor esponsávelpeladireçãodopr ocedimentoénoti
fi
cada
aosparti
cipantes(inter
essadosconst it
uídosnopr ocedi
mento)e
comunicadaaquai squeroutraspessoasque, demonst r
andoint
eresse
l
egít
imo,requeiram essainfor mação–cf .art
igos55.º,n.º5;
ver
,na
mesmal i
nha, osar ti
gos61.º,n.º2,e110.º,n.
º3, esteúlt
imosobrea
noti
fi
caçãodoi níciodopr ocedimentoofici
oso.

OCPAat r
ibui
aor esponsável
peladi
reçãodopr
ocedi
ment
oassegui
ntes
compet
ênci
aser esponsabil
i
dades:
 Real
izaçãodedi
li
gênci
asi
nst
rut
óri
as(
probat
óri
aseconsul
ti
vas)

Nostermosdoart
igo115. º,
or esponsável
pel
adireçãodo
procedi
mentodev
epr ocuraraveri
guartodososfact
osnecessáriosà
tomadadeumadecisãol egalejustadentr
odeprazor azoáv
el,
podendo,

44
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

par
aoef
eit
o,r
ecor
rerat
odososmei
osdepr
ovaadmi
ti
dosem di
rei
to.
*
Nãocar ecem deprovanem dealegaçãoosfact
osnotóri
os,bem comoosf actosde
queor esponsável
pel adi
reçãodoprocedi
mentotenhaconhecimentoem vi
rtudedo
exer
cíciodassuasf unções(est
esfactosdev
em const
ardopr ocessodocument )
al.
Nar eal
izaçãodetai
sdil
igênci
as, or esponsávelpel
adireçãodo
procedi
ment odev
eorientar-
sepelospr incí
piosdadiscri
cionar
iedade
procedi
ment al
(ar
ti
go56.º )
,dopri
ncí piodoinquisi
tóri
o(arti
go58.º)eem
conformi
dadecom odev erdeceleridade( ar
tigo59.º
).
Atenção, par
aalém dasdili
gênciasprobatóriasesteórgãoét ambém
responsáv elpel
opr ocedi
mentoquedái mpulsopar aar eali
zaçãodas
dil
igênciasconsulti
vasqueal eii
mponha( pareceresobrigatór
ios)ouque,
noexer cíci
odeum poderdedeci sãopróprio,eleentendaquedevem ter
l
ugar( pareceresfacult
ati
vos);cf
.arti
gos91. ºe92. º
Acrescent
a-se,porfim,opapel r
elevantedesteresponsávelpel
a
di
reçãodoprocediment oquantoaof actodeest eestabel
ecercontacto
di
retocom osrespetivosint
eressados(cf.art
igo117.º,sobresol
ici
tação
deprovasaosinteressados).

 Deverdei
nfor
mação

Oresponsável
peladir
eçãodoprocedi
mentoéosujeit
opassi
vodo
dir
eit
oàinformaçãoprocedi
ment
al dosi
nter
essados:
cf.ar
ti
go82.
ºe
segs

 Real
izaçãodaaudi
ênci
a

Tem compet ênciaparapôrem mar chaor espeti


votr
âmiteda
audiência,t
endoi gual
ment ecompetênciaparatomardecisões
(endoprocediment ai
s)nesteâmbito,porexempl o,
sobreseaaudiênci
a
sepr ocessaporf ormaescr i
taouoral(ar
ti
gos121. ºesegs.
).Di
spõe
aindadecompet ênciadecisóri
aparadispensaraaudiênci
ados
i
nt er
essados,nascondi çõesprevi
stasnoar ti
go124.º,n.
º1.

 Compet
ênci
apar
apr
orr
ogaçãodopr
azodopr
ocedi
ment
o

Deacor docom oar t


igo128.º,
osprocedi
mentosdei ni
ciat
iva
part
iculardevem serdecidi
dosnoprazode90dias,salvoseoutroprazo
decorrerdalei,
mas, em cir
cunst
ânci
asexceci
onais,esseprazopodeser
pror
rogadopel oresponsávelpel
adir
eçãodoprocedimento,porum ou
maisper í
odos,atéaolimitemáximode90dias,embor aapenas
medi
ant
eaut
ori
zaçãodoór
gãocompet
ent
epar
aadeci
sãof
inal
(
del
egant
e).

45
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

 Responsabi
li
dadepel
opr
ocessoadmi
nist
rat
ivo

Oresponsável
peloprocessoadminist
rat
ivoepel
oconjunt
ode
document osqueoint
egram.Nost ermosdoarti
go64.º
,n.º3,el
edev
e
rubr
icartodasasfol
hasdopr ocessoadmini
str
ati
vo.

 El
abor
açãodor
elat
óri
ofi
nal
dopr
ocedi
ment
oepr
opost
adedeci
são

Quando, comosucedeem r egra,


or esponsávelpeladireçãodo
procedimentonãof oroór gãocompet enteparaadeci sãofinal
,el
abor a
um relatór
ionoqual i
ndicaopedi dodoi nt
eressado,resumeocont eúdo
dopr ocedimento,inclui
ndoaf undament açãodadi spensadaaudi ência
dosinteressados,quandoest anãot i
verocorri
do,eformul auma
propostadedeci são,sinteti
zandoasr azõesdef actoededi rei
toquea
j
ustif
icam –ar t
igo126. º

10.
3–I
nter
essados
Noout r
opolodar el
açãojur
ídi
capr ocedi
ment al
,sur
gem osinter
essados;
têm estaquali
dadeossujei
tosref
eridosnasalíneasb),c)ed)don.º1doartigo
65.º
, que“comotalnel
eseconst i
tuam, aoabr
igodeum dost ít
ulosde
l
egiti
maçãopr evi
stosnoart
igo68.º”.
Oar ti
go68. º,n. º1, doCPAdet ermi nagener i
cament equet êm l egi timidade
par ai niciaropr ocedi ment ooupar anel eseconst i
tuírem comoi nt eressadosos
ti
tul aresdedi reitos,dev eres,ónus, et c.; Apar ti
cipaçãonopr ocedi ment o
admi nist rat
ivonãosel imi taaost itular esdei nteressespessoai s, com
radicaçãosubj et i
va( interessessi ngul aresoucol eti
v os).Com ef eit o, tendoem
vistaapr oteçãodei nt eressesdi fusos, on.º2domesmopr eceitoal argaa
l
egi timi dadepar apar ticipaçãopr ocedi ment al:aosci dadãosnogozodosseus
direitosci vi
sepol ít
icoseosdemai sel eit
oresr ecenseadosnot er ritório
por tuguês; àsassoci açõesef undaçõesr epr esentativasdet aisint er esses; às
aut ar quiaslocai s,em r elaçãoàpr oteçãodet ai
sinteressesnasár easdas
respet ivascircunscr ições; on. º4domesmoar ti
goper mitea
par ticipaçãonopr ocedi mento, nacondi çãodei nteressados, de“ ór gãosque
exer çam f unçõesadmi nistr
ativas”quandoaspessoascol et
ivasnasquai seles
sei nt egr em sejam t i
tul aresdedi r ei
tosoui nteressesl egalment epr ot egidos,
poder es( …).
Conclusãoquant oàlegiti
midadeprocediment al
:aleit
em pret
ende
contemplaraqui oscasosem quesuj eitospúbli
cossurgem comoi nt
eressados,
quercomot i
tul
aresdesi t
uaçõesjurí
dicasdedi r
eit
opúblico(vej
a-sea
ref
erêncialegalàtit
ular
idadede“ poderes”)
,quercomot i
tular
esdesituações
j
urídi
casinerentesàcapaci dadededireitopri
vado(porexemplo,associ
ação

46
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

públ
i
caquer
equerumal
i
cençadeconst
rução)
.
11–Asr
elaçõesj
urí
dicaspr
ocedi
ment
ais
Oprocedi
ment oé,assi
m,abaseouosupor tedodesenvolv
imentode
rel
açõesjur
ídicasqueseprocessam noint
eri
ordaAdmini
straçãoPúbl
icaoude
rel
açõesentresujei
tosdaAdminist
raçãoeenti
dadespart
icul
areschamadasa
colabor
arcom aqueles.
Estasrelaçõesdesenr ol
am- senocont ext
oesobpr etextodopr ocediment
o,
masapr esentam, nesseâmbi to,um carácterinst
rumentalouacessór i
o.Mas,
atenção,àreferi
da“ r
ededer elaçõespr ocedimentai
s”,entr
esidistint
asembora
conexas, j
untam-seasr el
açõesj ur
ídicasprocedimentaispri
ncipaisquese
processam entreor esponsávelpelopr ocedi
ment oeosi nt
eressadosnoat o
fi
nalapr oduzir
.
Est asrelaçõespr ocedimentaisprinci
paisdesenv olvem-senoquadrodo
exercíciodedireitossubjeti
vospr ocedi
ment ais(v.
g.,dir
eitoài
nformação:
art
igo82. ºesegs. )edeónus( v.g.,
ónusdepr ova:art
igo116.º
),mastambém
documpr imentodedev eresprocedimentais,osquai srecaem,em pr
imeir
a
l
inhaouem mai ordimensão, sobreaAdmi ni
st r
açãoPúbl i
ca(v.
g.,
deverde
audiênciadosi nteressados–ar tigo121.º–, denot i
fi
caçãodeatos
admi nistr
ati
vos–ar ti
go114.º).
Est
esdeverestantopodem serimpostosporleiesão, port
anto,
de
cumpri
mentoof i
cioso(
v.g.
,deverdeaudiênci
a);noutros,osdeveresemer
gem
nasequênci
adoexer cí
ciodedirei
tospelosi
nteressados( v
.g.
,deverdepr
est
ar
i
nfor
mações) .

12–Codi
fi
caçãodopr
ocedi
ment
oadmi
nist
rat
ivo:oCPA
Exi
stedesde1991,
tendosi
doonov
oCPApubl
i
cadoa2015.
12.
1–Car
áct
erhí
bri
dodoCPA
OCPAéum códigodoprocedimentoadministr
ati
vo.Todavi
a,asnor
masque
oint
egr
am nãorevest
em,
em todososcasos, ocarácterde“
normasde
pr
ocedi
mento”
.Eisoquesucede,porexemplo,com vári
asnormas:

 Sobr epri
ncípiosgerai
sdaat i
vi
dadeadmi ni
strat
iva(art
igos3.
ºa19.º)
,
que, em muitoscasos,conhecem um senti
dosubst anci
alenão
procediment alou,
em todoocaso, nãoapenaspr ocediment
al(v
.g.
,
princípi
osdai gual
dade,dajusti
ça,daproporci
onali
dadeouda
razoabili
dade);

 Sobreoregul ament oadmini


str
ati
vo(art
igo135.ºa147.
º)esobr eoato
administ
rativ
o( arti
gos148.ºa183.º
),namedidaem quecumpr em a
funçãoprinci
pal dedefini
roscont
ornosdasfiguraseorespet
ivoregi
me
j
urídi
cosubst antiv
o;

47
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

 Queconf erem competênciasmat er


iaisaórgãosdaAdministr
ação
Pública(“normasdecompet ência”)
,incl
uindomesmoapr áti
cadeatos
admi ni
strati
vos,comosão, entreoutros,oscasosdosar
tigos44.º,
n.º3
(sobredelegaçãodepoder espar aapr áti
cadeatosdeadmi ni
str
ação
ordinári
a),entr
eoutrosexempl os.
12.
2–Pr
ocedi
ment
osespeci
fi
cament
eregul
adosnoCPA
OCPAnãodi sci
pli
naum procedi ment o-padrão,masr egulasi
m, deuma
format endencial
ment ecompleta,algunspr ocediment os,subpr
ocediment
osou
fasespr ocedimentai
s:éum “códigodepr ocediment os”.Comoexempl ost
emos
opr ocedimentodor egulamentoadmi nistrati
vo:art
igos97. ºa101.ºe
procediment odeacessoài nfor
maçãopr ocedimental:arti
gos82.ºa85.
*
Com exceçãodopr
ocedi
ment
oregul
ament
ar,
todosospr
ocedi
ment
osousubpr
ocedi
ment
os
i
ndicadosousãosequenciai
sem r
elaçãoàpr
áti
cadoatoadmi
nistr
ati
voousão
subprocedi
ment
osenxertadosnaf
asedegestaçãodoat
oadminist
rat
ivo.

12.
3–Âmbi
todeapl
icaçãodoCPA
Sobaepígraf
e“ âmbitodeapl
icação”,começaporestipul
aroart
igo2.º
,n.
º1,
doCPA( at
entosaoar ti
goem questão)oprecei
totranscri
tocumpre,
assim,
a
funçãodeident
if
icaroâmbi t
o(subjet
ivo)deapl
icaçãodost r
êssegui
ntes
univer
sosdedisposiçõesdoCPA:
i
)Disposi
çõesrespeit
antesaospr
incípi
osgerai
sdaat
ivi
dade
admini
str
ati
va:
abr angem-seosar
tigos3.ºa19.º
;
i
i
)Disposi
çõesrespei
tant
esaoprocedi
mentoadmi
nist
rat
ivo:
abr
ange
t
odaaParteII
IdoCPA( art
igos53.
ºa134.
º);
i
ii
)Disposi
çõesr
espei
tant
esàat
ivi
dadeadmi
nist
rat
iva:
abr
anget
odaa
Part
eIVdoCPA( ar
ti
gos135.
ºa202.º)
.
Oâmbi t
osubj eti
vodeapl i
caçãodessest r
êsuni ver
sosnormat
ivos
(“quai
squerentidades”)édef i
nidocom apoi
onum cr it
éri
omateri
al(t
em por
objetouma“ conduta”)conjugadocom um cr i
téri
oouelementonormati
vo
(conduta“adotadanoexer cíci
odepoder espúbl i
cosouregul
adademodo
específ
icopordi sposi
çõesdedi r
eit
oadministrat
ivo”
).
CAPÍTULO3- J.
C.Vi
eir
adeAndr
ade,
LiçõesdeDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivo,
4.ª
edi
ção,pp.139-
155.
Regul
ament
oadmi
nist
rat
ivo
13–Noçãoder
egul
ament
o
Paraefei
tosdodi
spostonoCPA, consider
am-seregul
ament os
administ
rat
ivos“
asnormasjurí
dicasger aiseabst
ratasque,noexer
cíciode
poderesjur
ídi
co-
admini
str
ati
vos,visem produzi
refei
tosjur
ídi
cosexternos”
.
Osregulament
ossãoquaisquernormasemanadaspelosórgãosou
autor
idadescompet
entesnoexercíci
odafunçãoadmi
nistr
ati
va,com oval
or
48
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

i
nfra-l
egal(
“regulamentar
”)edesti
nadas,em regra,àapli
caçãodaslei
soude
normasequiparadas(designadamente,
dasdi sposiçõesnormati
vas
di
retamenteaplicávei
snauniãoeuropei
a).*estanoçãoampl
aabr
anget
ambém,
alem
dosr egulamentostradici
onais,osestat
utosauto-
aprovadosdeentescorporati
vos
(associaçõespubli
cas)oui nstit
uci
onais(uni
versi
dades),osregi
mentosdeór gãoscol
egiai
s,as
convençõesadmi nistrati
vasdecaráterregul
amentar,osplanos(e“
document osestr
atégi
cos”)
degest ãoterr
it
ori
al eospr ogramasdeconcur so,
designadamentenacontrataçãopúbli
ca.

Aimpor tânciadaat i
vi
dader egulamentarmanif
est a-
se,quernaorgani
zação
dosserviçosadmi ni
str
ativ
os( regulament
osorgânicosouor gani
zat
ivos)ena
di
scipli
nadof uncionamentodaadmi ni
str
ação(r
egul amentosfunci
onaisou
operaci
onai s)
, quernaregulaçãodasr el
açõesj
urídicasentreent
espúblicose
part
icul
ares( regulamentosrelacionai
s).
Atenção,osregulament
osr elaci
onaisvi
sam pr eencheroespaçonor mati
vo
ent
realeieaat uaçãoadministrat
ivaconcreta,
abr angendo,em pr
inci
pio,
matéri
asdemenori mpor
tância,maistécnicasqueaodev em oocuparo
l
egi
sladornem constardediplomasl egai
s,mascuj aregul
açãonãodev eser
dei
xadatotal
ment eaodecisornoscasosconcr etos.
Em Portugal,devidoàinexistênciadeumar eservaconst it
ucionalde
regulamentoedi spondooGov er nodepoder eslegislat
ivosnor maissobre
quaisquermat éri
asquenãosej am r eser
vadaspel aConst i
tuiçãoaoPar l
amento,
oespaçor egulament arestadual éfrequent
ement eocupadopordecr et
os-l
eis,
queratravésdadi scipl
inadeaspet ossecundári
osquerat r
av ésda
regulamentaçãoquesef açaatr avésdedecr et
os-leisregulament ar
es.
Car
act
erí
sti
casdor
egul
ament
o:

 Nor
mager
al(
com dest
inat
ári
osi
ndet
ermi
nados)

 Abst
rat
a,poi
séapl
i
cáv
elasi
tuaçõesdav
idai
ndet
ermi
nadas

 Deexecuçãoper
manent
e(v
igênci
asucessi
va)

 Di
sti
ngue-sedoat
oadmini
str
ati
voem senti
doestr
it
o(com dest
inat
ári
os
i
ndi
vidual
i
zadoserel
ati
voaumasituaçãoconcr
eta)
14–Ti
posder
egul
ament
os
Est
espodem ser
:

 Gerai
s–quandor
egul
am r
elaçõesext
ernas,
rel
ati
vasàgener
ali
dadedas
pessoas

 Especiais–quandor egul
am “ rel
açõesjur
ídi
casespeciaisdedi r
eito
admi ni
strativ
o”.Est
econt em, em regr
a,normasint
ernas, quedizem
respeit
oàr el
açãoorgânica(dot rabal
hador,domil
i
tar,dopr eso,do
i
nternado, doalunomat ri
culados),masdevem considera-seexternosna
medi
daem queaf
etem posi
çõesj
urí
dicassubj
eti
vasdosi
ndi

duos

49
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

envol
vi
dosenquant
opessoas.

 Sect
ori
ais–quandor
egul
am um set
ordeat
ivi
dadeeconómi
caousoci
al

 Técnicos–atualmentecom gr
andeimpor
tânci
a,com vi
nculat
ivi
dade
j
urídi
cav ar
iáv
el,
muitasvezesemanadosdeautori
dades,or
ganismosou
agênciastr
ansnaci
onais,
umaspúbli
caseoutraspri
vadas.

 Com di mensõesi nternasouext ernas–ant i


gas“ r
elaçõesespeci aisde
poder es”.Umadaspr incipaiscl assif
icações,tendoem cont aa
perspet iv
adaef i
cácia, éadi stinçãoent reregulament osext ernose
regulament osinter
nos.Assi m, sãoext ernososr egul ament osapl i
cáv eis
aquai squerr elaçõesint ersubjetivas(também àsr elaçõesi nter
-
admi nistrati
vas).Sendoque, porsuav ez,sãointernososr egulament os
quesel imitam adisciplinaraor ganizaçãoouf unci onament odeuma
pessoacol etiv
aoudeum ór gão, namedi daem quenãot enham car ater
rel
acional nem envolvam di mensõespessoai s,bem comoos
regulament osoperacionai squedet ermi nam auto-vinculaçõesi nter nas
(i
ncluindodi r
etri
zesdeór gãossuper iores)nainterpr etaçãoeapl icação
daslei s,designadament enoexer cí
ciodepoder esdi scr i
cionár i
os.

Paraalém doespecí f
icocasoem queum r egulament oespeci al
,na
medidaem queaf et
eposiçõesjurí
dicassubj eti
vasdosi ndivíduos
envolv
idosenquant opessoasdevem ser-seconsi deradosext er
nos,al
go
desemel hant
eacont ececom osregiment osdeór gãoscol egiai
sque,
sendoem pr i
ncípi
ointernos,
contem muitasv ezesnormasque
respei
tam adireit
osdosmembr os(sendo, nessamedi da,externos)
.
Estadist
inçãoéfeitadesdelogoquant oaoseufundament o:
a
competênciapar
aregulament arext
ernafunda-
seem pr evi
sãolegal
expr
essa;acompet ênci
ar egul
amentarinter
nafunda-senum poder
i
mplíci
todeauto-or
ganizaçãoadmi ni
strati
vaque,porisso,
nãonecessi
ta
deprevi
sãoexpressadal ei.
Exist
em também di f
erençasder egime: aocont r
ari
odoqueacont ece
com osr egulamentosexternos,cujor egimeestáest abel
eci donoCPA,
osregulament osint
ernosnãosãoj udicialmenteimpugnáv eis(não
podem serobj et
odeaçãoj udicial,nem relevam comopadr õesj urí
dicos
autónomosdecont rol
opelojuiz),nem v aleparaelesopr incipi
oda
i
nderrogabili
dadesingular(
admi tem- sedecisõesconcr etasdi v
er gentes
daregulaçãoi nt
ernaanteri
or,devidament ejusti
ficadas).

50
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

Nadadi st
or etir
a, contudo,arelev ânciajurídicadosr egulamentos
i
nt er
nos, designadament eosr egulament osoper aci onai s,que
estabel ecem di ret
rizesaut o-
vinculativaspar aoexer cí ciodopoder
discrici
onár io:porum l adosãoi mpugnáv eisnoâmbi todaadmi ni
str
ação
(designadament eem r ecursoshi erárquicosout utelar es);poroutrol
ado,
oseui ncumpr iment o,embor anãoor i
gineporsi ai nv alidadedadecisão
divergent e,podeseri ndíciodear bi
t r
ariedade, dev iolaçãodopr incí
pioda
i
gual dadeoudemauusodospoder esdiscricionários, suscetí
veisde
i
nv ocaçãoper anteot ribunalem quai squerações( desi gnadament e,na
i
mpugnaçãodeat osenasaçõesder esponsabi l
idadeci v
il
admi nistrati
v a).

 Osregulament
os,em regra,
sãomedi atauindi
ret
amenteoperat
ivos,na
medidaem queregulam em abst
ratoasatuaçõesadmini
str
ati
vas,os
seusefeit
osseproduzem naesferajur
ídi
cadosujei
toatr
avésdeat os
concret
os.
 Aindaassim,exi
stem regulamentosdir
etament
eouimedi
atament
e
operat
ivos,queproduzem osseusef ei
tosdi
ret
ament
enaesfer
a
j
urídi
cadosdest i
natár
ios,sem necessi
dadedeum at
oespeci
fi
code
apli
cação,bastandoqueapessoaem questãopr
eenchaosr
equi
sit
os
necessári
os,fi
xadosabst
rat
amentenanor ma.
Assi
m comoexempl
otemos:

 Osregul
ament
osqueproí
bem (
obr
igaçãoi
ncondi
cional
de
abst
ençãoouder
enunci
aacomportament
o)

 Osqueimpõe,aobri
gaçãodecomport
ament oat
ivov
incul
ado,
condut
asespeci
fi
casapessoasdet
erminadasoudet
erminávei
s

 Osquedetermi
nam oumodi
fi
cam um det
ermi
nadoest
atut
o(de
pessoasoucoi
sas)

 osquefixam ocust
odeum bem ouser
viço(
tar
if
as,
taxas,
pr
opinas)

 ospl
anosur baní
sti
coscom efi
cácia“pluri
subjet
iva”(
planos
munici
pais,
panosdeordenament odot err
itór
io)
,namedi daem
que,
alem dasenti
dadespubli
cas,vinculam di
retae
i
mediatamenteosparti
cul
ares.
Estadist
inçãotem especi
alr
elev
oem t
ermosdei
mpugnaçãodos
regul
ament os
15–Espéci esderegulamentosger
aisext
ernos-aadmissi
bil
idade
consti
tuci
onaldestesnoordenamentojur
ídi
coport
uguês(r
espostadadapel
o
art
igo112º,nºs5a7)

51
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

Adist
inçãopr
inci
palent
reosregul
ament
osger
aisext
ernoséaquel
aquese
r
efer
eàsuar el
açãocom alei
:
a)Regulamentosexecuti
vosoudeexecuçãodal ei,
quesãonecessár
ios
àboaexecuçãodal ei
:organizam pr
ocedimentos,por
menor
izam,
i
nterpret
a,oui
ntegram l
acunas(poranalogi
a,noquadrodal
ei
respet
iva)del
eisespecí
ficas;

 Int
egram acategoriadosr egulament
ostí
picosoucomunse
nãosãosegur ament eabrangidoseafast
adospel onúmer o5
doart.112º(poisnãoset ratadenenhumal eiqueosaut ori
za)
,
apesardeaf ormulaçãodopr eceit
oconsti
tucionalnãoser
i
nequív ocanasref
erênciasquef azàproi
biçãodei nt
egrare
i
nterpretar–noquer espeitaaosregul
ament osdoGov ernohá
umapr ev i
sãoexpr
essanoar ti
go199º,al
í
neac) .
b)Regulamentoscomplementares,quevi
sam compl et
arum
determi
nadoregi
mel egal
,desenvolv
endo-o,quandoaleisel
i
mitea
estabel
ecerabasesgerai
s(regulament
osdedesenv olvi
ment
o),sej
a
uti
li
zandooquadrolegalpararegul
arsi
tuaçõesespeciai
snãoprevi
stas
(r
egulamentosdeint
egração,t
ambém ditosdeut i
li
zaçãodel
eiou
i
ntegrat
ivos)
.

 Osregulamentoscompl ementar
esdedesenv ol
vimento,
embor anãosejam proibidospel
oar t
igo1112ºdaCRP, não
tem entr
enósr azãodeser ,em facedacompetêncialegi
slat
iva
alar
gadadequegozaoGov er
noe, especi
fi
camente,dafigur
a
dosdecretos-
leisdedesenv ol
vimento(art
igo198º/1/c,
também daConst it
uição).

 Quantoaosr egul
ament osdeintegr
ação,apesarde
aparentement eproi
bidospelonúmer o5doar t
igo112º,dev
em
considerar-
seadmi ssív
eis,desdequeexpressamente
autori
zadospel alei
,quandosel i
mitem aadaptaroquadro
l
egal asituaçõesespeciais(obvi
amenteforadazonade
reservaformal).

 Mesmonoscasosdeaut onomiareconheci
dacomonocasos
dasadmini
str
açõesaut
ónomasoudaaut onomiaestatutár
ia,
a
i
ntegr
açãotem dei
gual
ment efazer
-sedentr
odoespi r
itodalei
,
deacordocom opri
ncí
piodalegaldade(anal
i ogi
alegi
s)
c)Regulament osi
ndependentesque, emboranãodi spensem umanor ma
l
egal quefixear
espetivacompetência(nor
mahabi li
tante),nãovi
sam
executar,
complement arouapli
carumal eiespecíf
icamassi m uma
dinamizaçãodaordem jurí
dicaem geral
.Dent r
odest esexistem osreg.
Autónomosquesãor eali
zadospelascomuni dadesaut o-admini
str
adas,

52
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

sejanoexercí
ciodacompet ênci
adoGov erno,estandoassim per
ante
regul
amentosindependent
esgov ernamentai
s.Acr escent
a-seporfi
ma
regul
amentaçãofeit
anoexer cí
ciodepoderesconcedi dosporleia
autor
idadesregul
adoras(r
egulaçãoindependente).

 Sãoadmi ssíveis, desdelogo,osregulament osindependentes


autónomos, desi gnadament e,osprovenientesdasaut onomias
ter
rit
oriais.(osr egul amentosregionai
sel ocaisestão
constit
uci onalment egaranti
dos)–ar ti
go227º /d)e241ºeasua
emissãoest álegal ment eprevi
staeat r
ibuí
daaosór gãos
compet ent espel alei (
estat
utodasr egiõesautónomas, Leidas
Autarquiasl ocais) .

 Quant oaosr egulament osaut


ónomaspr oveni
ent
esde
autonomi aspr ofissionais,
emboracom baseapenasem
habili
taçõesl egais(Lei dasAssoci
açõespubli
casprofi
ssi
onai
s)
e,porventur a,aomenosem cer tamedida,
osestatut
os
universi
tários( com basenaConst i
tui
çãoenaLei daautonomi
a
dasuni versidades) .

 ACRPpr evêexpressamenteaexist
ênci
adosregul
ament
os
i
ndependentesgovernamentai
s(art
.112º,
nº6)
.

Adout ri
naaqui di v
ide-seent reosqueexi gem, também aí ,uma
l
ei especí f
icahabi l
itantequedef i
naacompet ênciaobjetiv
a
(mat ériaespecí fica)esubj etiva(órgãocompet ente)paraasua
emi ssão( arti
go112º ,nº7.2ªpar te)eosqueadmi tem
gener icament e,f oradazonar eservadaàl ei
,com baseno
dispost odoar t
igo112º , nº
6enaal íneag)doar ti
go199º *a
util
idadedest af ormadedecr etoregulamentar, f
aceàde
decr eto-l
ei,estaránai nsuscept i
bil
idadedesuj eiçãoà
apreci açãopar lament ar(art
igo169ºdaCRP)eàf i
scali
zação
prev entiv
adaconst itucional
idade( art
igo278ºdaCRP) .

 Dev e-set er,contudo,em atençãoaosr egulamentos


prov enientesdasent i
dadesr egul
adores,sendoqueoDr .Vieir
a
deAndr adeapont aparaof actodequeest esdeveri
am v al
er
comor egulament osdeexecuçãodel ei
s.Aindaassim,no
quadr odepr ivat
ização“deslegali
zaram”ou“ abr
ir
am”espaços
significativ
osaf av ordaregulaçãotécnica,demodoquet ai
s
regul ament osset ornam regulamentoscompl ementar
es,
quandonãosear r
ogam mesmoocar ateri
ndependente.Ainda
assim, nestescasos, rev
ela-senecessáriaumaelaboraçãodos

53
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

regulament ossegundo“ noscasospr evist


onaleiequandose
most rem indi
spensáveisaoexer cíci
odassuasatribui
ções)–
disposiçãoque, noentanto,deverá,quantoanos,ser
i
nt er
pretadarestri
ti
vament enesteulti
mapar t
e,sobpenade
i
nconst it
ucional
idade.
d)Regulament
osautori
zados,com baseem autor
izaçãoexpressa,aAP
regul
amatéri
aque,em pr
incípi
o,sobr
etudopeloseucaraterinov
ador
,
caberi
aàlei
.

 Em geralestesdev em consider
ar-seproibi
dos,ser
ãoadmi ti
dos,
em casospar ti
culares,
porexempl o,osregulamentosdos
planosurbanísti
cospodem consi derar
-secomoumaespéci ede
regulamentosaut ori
zados,namedi daem quecoor denam
i
nt er
essesdedi versosnívei
s–naci onais,r
egionai
sel ocai
s,
sejam ger
aisouespeci ais.
e)Regulamentosdesubst i
tui
ção(del
egados)em queaAPéadmi ti
daa
atuarem v
ezdol egi
slador,
modifi
cando,suspendendoour
evogando
normascontidasem dipl
omaslegais.

 Hoje,estesconsideram-se,i
nequi
v ocamenteproibi
dospelo
númer o5doar ti
go112ºque, em homenagem ài deiadereser
va
deleiformal,nãoadmi t
e,nem adel egaçãopr
opriament
edita,
nem sequeradesl egali
zação.Note-seque,em contr
ast
e,este
ti
poder egulamentoséadmi t
idonoor denamentodaUnião
Europeia(TFUE,arti
go290º )
..
16–Pr
ocedi
ment
oef
ormadosr
egul
ament
os
-Pr
ocedi
ment
oregul
ament
ar
Sem pr
ejuízodasl ei
sespeci
aisqueregem osprocedimentosdef or
mação
dosdiv
ersosr egul
ament os,
anívell
ocalousetor
ial
,oCPAest abel
eceagor
a
regr
asgeraisrelat
ivasaoprocedi
mentor egul
amentar(art
igo97ºa101ºdo
CPA).
 Édesali
ent
ar,comonov idadeintr
oduzidaem 2015,aobrigaçãodeos
regul
ament
osserem aprov adoscom basenum projet
o,acompanhado
deumanotajusti
fi
cativ
af undamentada,quedeveincl
uirponderação
doscust
osebenef í
ciosdasmedi dasadotadas(art
igo99º )
 Tratando-sedenor masdeapl i
caçãoger al,i
mpõe-seapubl i
caçãodos
regulament osnoDi ári
odaRepubl ica,dosregul
ament osdoGov er
noe
dasRegi ões( artigo119º,nº1,al.h),eem bolet
im autár
quicoouem
edital(
5di asnomáxi mo).Dosregul amentosdasaut ar
quiaslocai
s
(art
igo119º .Nº 3daCRPear ti
go91ºdaLei nº169/ 99,de18de
setembr o.oar tigo139º ,
certament eporlapso,pr
evêapubl i
caçãode
todososr egul ament osnoDi ár
iodaRepubl i
cadevendoanor maser
objetoder estriçãoteleol
ógica,em termosdeexcl ui
rdesignadamente

54
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

osr
egul
ament
osdasadmi
nist
raçõesaut
ónomas.
 Impõe- setambém ai ndicaçãoexpr essadaleihabil
itador a,queo
Tribunal Constit
ucionaltem fiscali
zadocom sev er
idade, sejadaleique
or egulament ovisaexecut ar,
sejanoscasosdosr egulament os
autónomosei ndependent es,dalei(oudanor ma)queaut or
izaa
respet i
v aemissão( ar
ti
go112º ,nº7,daCRPe136º ,númer os2e3do
CPA) .Estahabil
itaçãov al
eaindapar aqualquercomuni caçãoda
Admi nistr
açãoque, ai
ndaquenãoconst i
tuam regulament ospara
efeitosdoCPA, estabelecem padr õesdecondut adav idaem
soci edade, i
ndependentement edadenomi naçãoser“ diretiv
a”,
“recomendação” ,“i
nstr
uções” ,etc.
,deacordocom unumer o3do
artigo136ºdoCPA.
For
masr
egul
ament
aresmai
simpor
tant
es
 Decret
osregul
amentar
es–diplomasdogov
erno,
quandosej
am
regul
amentosi
ndependent
es,
arti
go112º
,nº6daCRP
 Resol
uçõesdemi
nist
ros–quandoest
ascont
enham r
egul
ament
os
 Por
tar
iasgenér
icas–emendasporum oumai
smi
nist
éri
os,
masem
nomedoGov er
no
 Despachosnor
mat
ivos–mi
nist
eri
ais
 Decr
etosregul
amentaresr
egionai
s–arti
go233º
,nº
1daCRPosmai
s
i
mportant
esdosregulamentosregi
onai
s
Osdasaut arquiasl
ocai
snãot em formatí
picamas, t
radi
cional
ment e,os
regulament oslocai
sdepolí
ciaadot am af
ormadepost uras.Osr est
antes
regulament os,emanadospel
osent esinst
it
ucionaisecorporat
ivosnão
revestem formassolenesespecifi
cassalv
oquant oaosestatutosauto-
aprov ados(porexemplouniv
er si
dadeserespetiv
asunidadesor gâni
cas).

17–Pr
incí
piosj
urí
dicosr
elat
ivosàat
ivi
dader
egul
ament
ar
Aati
vidader
egulament
arest
ásujei
tacomosabemosaospr
incí
piosger
ais
queregem aat
ivi
dadeadmini
str
ati
va.Nomeadament
e:
 Pr
imadodal
ei(
edaConst
it
uição)
 Daprecedênci adalei
,revestem especiali
mpor tânci aem sedede
regul
ament osopr i
ncipioconstit
ucionaldareser vapar l
ament areo
consequentei mperat
ivodedensi dadelegalacr esci da–nasmat éri
as
reser
vadasàassembl eiadar epubli
ca,admitem- seem ger al
, os
regul
ament osexecutivos,massãoi nadmissív eisr egulament os
i
ndependent esdogov erno,esóem det erminadamedi daser ão
admissí
v ei
sr egul
ament osindependentesaut ónomos, j
ustif
icadospel
a
harmonizaçãoouconcor dânciaprati
caentreopr incipiodar eser
vadelei

55
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

eagarant
iadasaut
onomiasnormati
vas,
porexempl
o,dasr
egi
ões
aut
ónomasedasautarqui
aslocai
s).
 Pr
incí
piossubst
anci
aisdaj
uri
dici
dade(
igual
dadeenãodi
scr
imi
nação)
 Proporci
onal
idadequesãoval
idosparatodososregul
ament
os,
i
nclui
ndoospr edominant
ementetécni
cosemanadosdasautor
idades
regul
adoras.
Regi
meespeci
alapl
i
cadoàat
ivi
dader
egul
ament
ar
Conjuntoderegras,proposi
çõeseprincípi
osdefi
nidospeladoutri
nae
j
ur i
sprudênci
a,queagor aconstam em grandemedidadoCPA( ar
ti
go137ºa
147º )
,consti
tui
ndoum r egimeprópri
odosr egul
ament osext
ernos(dist
int
odo
regimedosat oslegisl
ativ
os)
 Aobrigat
ori
edadedaemi ssãoeapr
oibiçãodasimpl
esrevogaçãodos
r
egulamentosexecut
ivosquesej
am necessár
iosàexecuçãodaslei
s
(
art
igo137ºdoCPA)
 Acaducidadedor egulamentocom efeit
oderevogaçãodal eiquevi
sa
execut
ar,mantendo-semev igornocasoexcecionaldeconcordânci
a
com umanov alei
, nãohavendonovar egul
amentação,deformaaev i
tar
entãoovazionormat i
vo,deacordocom oar t
igo145º8art
igo141ºco
 Aregradair
ret
roat
ividadedosregul
amentosdesfavorávei
s,deacor
do
com oart
igo141º,com algumascompressõesnaturai
s:regul
amentos
delei
sret
roati
vas,
regulamentosnecessár
iosàexecuçãodasl ei
s
 Regradainderrogabil
idadesingular(
arti
go142, nº2)nãoobrigam sóos
part
icul
ares,mast ambém apr ópriaadministr
açãoqueosel aborou,de
modoquenenhumaaut ori
dadeadmi ni
strat
ivapodedeixardeocumpr i
r
noscasosconcr etos,enquantoelesemant iverem vi
gor(mesmoque
sej
aaent idadeautorador egulamento,casoem quet er
ádeor evogar
ant
esdepoderdel edivergi
r).
 Destaca-set ambém aadmi ssi
bil
idadeexceci onalder ecusadeapl
icação
porór gãosadmi ni
strat
ivosder egulament osqueconsi der
em
i
nconst it
ucionais,
contrári
osaodi reitodaUni ãoeur opeiaouil
egai
s-só
em condi çõesespeciai
seporcer tasautoridades,nomeadament e,por
ministros,órgãossuperior
esdaadmi ni
str
açãoaut ónoma,
designadament e,quandot enham, elespróprios,compet ênci
a
regulament ar.
 Aimpugnabi l
i
dadeadmini
strat
iva,medi
ant
erecl
amaçãopar aoaut ordo
regul
ament oourecur
soparaoór gãocompet
entepar
aar espeti
va
modificaçãosuspensão,r
evogaçãooudeclar
açãodeinv
alidade,caso
exist
a( ar
tigo147º)
 Aimpugnabi
li
dadej
udi
cial
dir
eta,f
undadanail
egal
idade,garant
ida
const
it
uci
onal
menteaosti
tul
aresdedir
eit
osouint
eresseslegal
mente

56
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

prot
egidos(ar
ti
go268º,nº5daCRP)queoper
adef
ormadi
fer
ent
e
consoanteoti
poderegulament
o:
i
. Mediant
eimpugnaçãoef
iscal
i
zaçãoconcr
eta(
desapl
i
caçãono
caso)
dosr
egul
ament
osquesej
am i
medi
atament
eoper
ati
vos
i
i
. Medi antefiscal i
zaçãoabst r
at a(declar
açãodei legal i
dadecom
for
maobr igat óri
ager al)dosr egul
ament osnãoi medi atamente
oper at
ivos, aqual ,noent anto, éli
mitada,vistoque, porum ladosó
éadmi t
ida( salvopar aoMi nistéri
oPubl i
co, depoisdedesapl i
cação
dor egulament oem t rêscasosconcr etos(porsent ençasde
anulaçãodeat osconcr etos, com fundament onaant ij
uri
dci
dade
deste),e,porout rolado, nãoéadmi ssívelquandoest ej
aem causa
apenasai nconst it
ucional i
dadedor egulament o( cujo
conheciment oér eser vadoaoTC, apedidodeent i
dades
compet ent espar ar equereraf i
scali
zaçãoabst ratadasnor mas
j
urídicas,nost ermosdoar t
igo281ºdaCRP)

18–Rel
açõesent
rer
egul
ament
os
 Em ger al
,valem ospr i
ncí
piosdaausênci adehierar
quiaedaigualdade
dev alortí
picoentreregulamentosexternos–t odostem val
orde
regulamento( i
nfra-
legalouinf
ra-cosnti
tuci
onal)emborahajavar
ias
exceçõesoucompr essõesdessespr i
ncípi
os,comor esul
taagor
ado
CPA( ar
ti
.138º).
 Osdiver
sosr egul
amentostem oseucampodeapli
caçãoespecí
fi
co,
em conf
ormidadecom aasat r
ibui
çõesecompet
ênciaspr
ópri
asde
cadaautor
idade,pri
nci
piodaatri
bui
ção.
 Osevent
uai
sconfl
it
os,quandonãoestej
aem causaasucessãode
r
egul
amentos,
sãoresolv
idosatrav
ésdaapli
caçãodasnormasger
ais
enor
masespeciai
s(pr
eferênci
apelaspr
imei
ras).
Rel
ati
vament
eaosr
egul
ament
osgov
ernament
aisháumanat
ural
ordem de
pr
eval
ênci
a:
 Decr
etosregul
ament
ares–devidoaoseuval
orf
ormal
ref
orçadopel
a
pr
omulgaçãopelopr
esident
edarepúbl
i
ca
 Resol
uçõesnormativ
asdoconsel
hodemi
nist
ros–pel
oseuv
alor
subst
anci
alref
orçado
 Por
tar
iasnor
mat
ivas
 Despachosgenér
icos

57
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

 (
art
igo138º
,nº
3)
Noquerespei
taar
egul
ament
osproveni
entesdeórgãoscol
ocadosent
resi
numarel
açãodehi
erar
qui
aoudesuperi
ntendênci
a
 Osregul
amentosdaaut or
iadosórgãossubal
ter
nosousuperi
ntendi
dos
nãopodem contr
ari
arosregul
ament osemanadospel
ossuper
ioresou
super
int
endentessobr
emat ér
iaquesejadeatri
bui
çãoecompetência
comum.
 Porsuavez,osregul
ament
osdaaut
ori
adosdelegadost
em derespei
tar
osregul
amentosemanadospel
odel
egant
e,sal
voseadelegaçãoincl
uir
acompetênciaaregul
ament
ar.
 Nest
escasos,aexi
stênci
adecont
rar
iedadeimpl
i
casconsequent
e
i
nval
idade(
art
igo143º,nº
2,al
í
neasa)eb) )
.
Oproblemamaiscomplicadoquesur
get
rat
a-sedoqueenv
olv
eos
r
egulamentosdasaut
arquiasl
ocai
s.
 Nost er
mosdoar ti
go241ºdaCRP, osregul
amentosdasautarqui
as
l
ocaisdev em respei
taroslimit
esdaConst i
tui
ção,
daslei
sedos
regul
ament osemanadosdasaut arquiasdegrausuper
ior(i
stoé,das
quetem juri
sdiçãoterri
tor
ialmaisampl a)oudasautor
idadescom poder
tutel
ar(Governoougov ernosregionais)
.
Estasupremaciaconsistenumamer aprevalênci
a(“preferênci
aaplicati
va”)dos
regul
amentospr efer
idosenãoumaaut omát icai
nvalidadedosr espeti
vos
regul
amentos.Porout rol
ado,estapr
evalênciasósedaquandosmat érias
rel
ati
vasaointeressenacionalenamedidaem queal ei
determineaexi stênci
a
detutel
anormat iv
adogov ernooudosgov ernosregionais,tut
elaquenãose
presume.
 Nasmat éri
asdesobreposiçãodeatri
bui
çõesecompet ências
governamentai
scom atr
ibuiçõesecompetênci
asautárquicas,a
preval
ênci
adeveseravali
adaem cadat i
podesituações,em funçãodas
normasdecompet ênci
a,inter
pret
adasnocontextodosistema
consti
tuci
onal
At enção!!Aqui deveconsiderar-
seoprincí
piodasubsi
diari
edade,
da
autonomi alocaledadescent rali
zaçãodemocráti
cadaAP( art
igo6ºda
constit
uição)li
mi tam opri
ncípiodacooperaçãoedecoordenaçãode
i
nteressesnaci onaiselocai
scont raumaconceçãoestat
istae
central
izadoradaadmi ni
str
açãopúbl i
ca.
Assim senãof orpossív
elaapl
i
caçãocumul ati
vadasnor mas
naci
onaiseautárquicasdemodoaat enderatodosospr i
ncípi
os
expostos,
entendemosquedev em pr
ev al
ecerasnormasaut ár
qui
cas
enquantoespeciai
s,anãoserqueaasnor masgov ernamentai
s
preval
eçam queratravésdeumaregulamentação,querat
ravésdeum

58
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

i
nter
essenaci
onal
real
i
zadodef
ormauni
for
me.

19–I
nval
idadedosr
egul
ament
os
 Osregulament ossãoi nv
áli
dosseforem desconformescom a
Consti
tuição,alei,ospri
ncí
piosger
aisdedirei
tooui nf
ri
njam nor
masde
di
rei
tointernacionaledir
eit
oeuropeu(ar
t.143º,nº1)
.
 Ailegalidadeporaçãoeconsequent einv ali
dadedor egul
amentoé
i
nv ocável at
odoot empo, masest ásujeit
aaum pr azoeàof i
ciosi
dadea
arguiçãodasi l
egali
dadesformaisepr ocediment ai
s,sal
vonoscasosde
preteri
çãoabsol ut
adef or
mal egaloupr eteri
çãodeconsultapúbli
ca
obrigatóri
a(art
.144º)eailegal
idadeporomi ssão.
 Tut
elaj udici
alef
eti
vadosi nter
essesedirei
toslegal
ment
eprotegi
dos
doscidadãosem mat éri
aregulamentar(
268º,nº5daCRP):
asações
administrati
vasespeciai
sdei mpugnaçãodenor masoudedeclar
ação
deil
egal i
dadeporomi ssão
 Adeclaraçãojudi
ci
aldeil
egal
idadecom forçaobrigat
óri
ageral
(em
regr
a,aposdesapli
caçãoem trêscasosconcretos)edesapl
i
cação
concret
ader egul
amentosimediat
amenteoper ati
vos.
 Osefeit
osret
roativos(
“extunc”)erepr
ist
inat
óri
osdadecl araçãode
i
nvali
dadecom forçaobri
gatóri
ageral,
emboranãoaf eteoscasos
j
ulgadoseosactosadmi ni
strat
ivosini
mpugnaveisf
av orávei
saos
desti
nat
ári
os(art.144º
,nº3e4)
 Adeclaraçãodei
l
egalidadeporomissãoefixaçãodoprazo(
nãoi
nfer
ior
a6mesespar aarespeti
vaemissão(fi
xaçãodeprazodeveser
ent
endidacomocondenação).

Oqueest
ápr
esent
enocódi
go:
SECÇÃOI I
I
Dainval
idadedor
egul
ament
oadmi
nist
rat
ivo
Ar
ti
go143.º
I
nval
idade
1-Sãoinváli
dososr egulament osquesej am desconfor
mescom a
Const
it
uição,aleieospr incí
piosgeraisdedireit
oadmi ni
str
ati
voouque
i
nfr
inj
am normasdedi r
eitoint
ernacionaloudedi rei
todaUniãoEur
opei
a.
2-Sãotambém i nvál
idos:
a)Osregulament osquedesr espeit
em osr egulamentosemanadosdos
ór
gãoshierarqui
cament esuper i
oresoudot adosdepoder esde

59
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

superi
ntendência;
b)Osr egulamentosquedesrespeit
em osregul
ament osemanadospelo
del
egante,salvoseadelegaçãoincl
uiracompetênci
ar egul
ament
ar;
c)Osr egulamentosquedesrespeit
em osestat
utosemanadosaoabr i
gode
autonomianormat i
vanasquaissefundeacompet ênci
apar aar
espet
iva
emissão.

Art
igo144.
º
Regi
medei nval
idade
1-Ai nv al
idadedor egul ament opodeseri nvocadaat odoot empopor
qualqueri nteressadoepode, também at odoot empo, serdecl aradapelos
órgãosadmi nistrativoscompet entes, sem pr ejuízododi spost ononúmer o
segui nte.
2-Osr egul ament osqueenf ermem dei legalidadef ormal oupr ocedi
ment alda
qual nãor esul teasuai nconst i
tucional i
dadesópodem seri mpugnadosou
declar adosof iciosament einv áli
dospel aAdmi nist raçãonopr azodesei s
meses, acont ardadat adar espet i
v apubl i
cação, salvonoscasosdecar ência
absol utadef or mal egal oudepr eteriçãodeconsul tapúblicaexigidaporl ei.
3-Adecl araçãoadmi nistrativadei nvali
dadepr oduzef eit
osdesdeadat ade
emi ssãodor egul ament oedet ermi naar epr i
stinaçãodasnor masqueel ehaj a
revogado, sal voquandoest assej am i l
egaisout enham dei xadoporout r
o
mot ivodev i
gor ar,dev endooór gãocompet ent er econheceroaf astament odo
efeitor epristinatório, quandoest esev erifi
que.
4-Ar etroativ i
dadedadecl ar açãodei nvalidadenãoaf etaoscasosj ulgados
nem osat osadmi nistrativosqueset enham t or nadoi nimpugnáv ei
s,salvo,
nest eúl ti
mocaso, quandoset ratedeat osdesf av oráveisparaos
dest i
nat ários.

CAPÍ
TULO4
At
oAdmi
nist
rat
ivo
Depoi
sdor egul
amentoadminist
rat
ivo,cont
inuamosoper cur
sosobr
eo
estudodasformasdeaçãoadmi ni
str
ativ
a,passandoàf or
madeaçãomais

picadocosmosjurí
dicoadmi
nistr
ati
vo:oatoadmi ni
str
ati
vo.

60
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

20–Concei
todeat
oadmi
nist
rat
ivo
Oat oadmi ni
str
ativoapr
esent secomooat
a- ojur
ídi
codaAdmi nist
ração
Públ
icatipi
cament eassociadoaoexercí
ciodafunçãoadmini
str
at i
vade
aut
oridade,const
ituioepicent
rodasformasdeaçãoadmi ni
str
ativa.
Em r esult
adodasnot asqueocar acteri
zam (v.
g.,adimensãodeaut ori
dadee
ocar ácterconcretoei ndivi
dual)edoseur egimej urí
dico,oatoadmi ni
strat
ivo
expri
meanot ade“ autotutel
adeclarati
va”quecar acteri
zaosistemade
admi ni
straçãoexecut i
v a.Trat
a-sedeumaf órmulaquer epresentaaimagem de
um sistemaj urí
dicoem queaAdmi nistr
açãodet ém um poderprópriopara
adotarmedi dasque, sem necessi dadeder ecur
soaost ri
bunai
s,provocam
alt
eraçõesnaesf erajurídi
cadosdest inat
ários,
aindaquecont raav ontade
destes.
Emboranãoexi
staumapr eval
ênciadoat
oadmi ni
str
ati
vosobreoutras
formasdeaçãoadmi ni
str
ativa,comoocontrat
oporexemplo,revel
a-se
i
ndiscut
ível
queoatouni l
ateralconser
vaum est
atut
oclaramentedomi nant
ena
prati
cadaAdmini
straçãoPúbl i
ca.
Oatoadministr
ativ
oconst
it
uium mododeaçãoadmi ni
str
ati
vadecaráct
er
formal,
quecor r
espondeauma“ f
orma”,
querdi
zer,
aum model odef
ini
dono
ordenament
oj urí
dicoevi
ncul
adoaum deter
minadoregimejur
ídi
co
preest
abel
ecido.

 Adefiniçãoprecisadoconcei t
odeatoadmi nist
rat
ivor
evela-se,assi
m,
essencialparadeterminarseum determinadocomportament oda
Administraçãoseencont ra,
ounão,sobai nci
dênciadoregimej urí
dico
for
mat adoepr eestabeleci
doparaaf or
madoat oadmi ni
strati
vo.
Assi
m sendo,nost er
mosdoar tigo148.
ºdoCPAconsi deram-seat
os
admini
str
ati
vos“asdeci sõesque,noexercíciodepoderesjur
ídi
co-
admini
str
ati
vos,visem produzi
refei
tosj
urídicosext
ernosnumasi t
uação
i
ndiv
idualeconcreta”.
*
Em compar
açãocom adoCPAde1991,
essanoçãoomi
teum r
efer
enci
alor
gâni
co–al
i
consideravam-seat osadminist
rati
vos“asdeci
sõesdosórgãosdaAdmi ni
str
açãoPública”–,
substit
uiar ef
erência“aoabrigodenormasdedi r
eit
opúbl
ico”pel
afór
mul a“noexercí
ciode
poderesj ur
ídi
co-administ
rati
vos”eacrescent
aquesão“exter
nos”osefeit
osjur
ídi
cos
produzidospeloat oadminist
rati
vo.

At
oadmi
nist
rat
ivo:deci
são
Oat
oadmi
nist
rat
ivoassent
anumadecl
ar num compor
ação, tament
o
decl
arati
vo(podeserext
eri
ori
zadadef or
masdi versas:escri
ta,oral
,elet
rónica
(cf
.ar
tigo150.ºdoCPA))ouaçãodeclarati
va.Revela-
se,além disso,uma
decl
araçãoqueproduzefei
tosj
urí
dicos:comoat ojurí
dico,oatoadmi ni
str
ativ
o

afet
aoor
denament
ojur
ídi
co”
,e,
em especi
al,
const
it
ui,
modi
fi
caouext
ingue

61
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

umar
elaçãoj
urí
dicaadmi
nist
rat
iva.
*
Pornãocor
responder
em aumadecl
aração,
nãoconst
it
uem at
osadmi
nist
rat
ivosasaçõesou
operaçõesmat eri
ais,como, v
.g.,
aentr
egadeum document oouareali
zaçãodeumav i
stor
ia.
Nãopr oduzi
ndoef eit
osj ur
ídi
cos,massóefei
tosdefacto,
nãosãoat osadmini
str
ati
vososatos
deprestaçãodeescl arecimentosoudeinf
ormações,osavi
sos,asrecomendações,
as
advert
ências,
et c.

Atosadmi ni
strat
ivosmassem qual
quercompor
tament
odecl
arat
ivo
(concret
izam todas,emboradef
ormadifer
enci
ada,ai
dei
adeato
admi ni
strat
ivofi
ccionado)
:

 At
oadmi
nist
rat
ivoi
mpl
í
cit
o-Fi
gur
aqueseassoci
aacasosem que,
apesardenãoexi
sti
rum pr
ocedi
mento(decl
arat
ivo)f
ormalmente
autónomodeformaçãodoatoadmi
nist
rati
vo,aAdminist
raçãor
eali
zaa
“oper
açãomater
ial
”que,em condi
çõesnormai
s,corr
esponder
iaà
execuçãodoat
oadministr
ati
vo.cl
aroque,
veri
fi
cadoscert
osrequi
sit
os
podeaceit
ar-
sequeoatoadmini
str
ati
vo,embor
anãoassenteem
qual
querdecl
aração,
seencont
rai
mplíci
tonapr
ópr
iaoperaçãomat
eri
al
deexecução.
Est
esr
equi
si
tosdequef
alamossãoossegui
ntes:

 Oagent
equepr
ocedeàoper
açãomat
eri
alt
em deserot
it
ular
doórgãocompetenteparaapr
ati
cadoat
oadmi ni
str
ati
voou
at
iar
,nocasoconcreto,
sobocomandodir
etodaquele.
 Aausênci
adopr
ocedi
ment
odecl
arat
ivoeaemi
ssãodoat
o
admini
str
ati
vot
em deencont
rarj
ust
ifi
caçãonumasituaçãode
est
adodenecessi
dade(ar
ti
go3º,nº
2doCPA) *Apar
entement
e,não
éesseocenár iopr evi
stonoar tigo177.º,n.º2,doCPA.Est abelece-seaqui
que, “
salvoem est adodenecessi dade,ospr ocedimentosdeexecuçãot êm
sempr einíciocom aemi ssãodeumadeci sãoadmi nist
rati
vaaut ónoma
devidament ef undament adadepr ocederàexecuçãoadmi nistrati
va,naqual o
órgãocompet entedeterminaocont eúdoeost ermosdaexecução” .Em
termosl i
terais,invoca-seoest adodenecessi dadepar alegit
imarsi tuações
em quesei niciaopr ocedi
ment odeexecução( v .
g.,
demol i
çãodeum mur o)
sem umaemi ssãodeumadeci sãodepr ocederàexecução( decisãode
reali
zaraoper açãodedemol içãodomur o) ,masnãosem aemi ssãodoat o
admi nist
rati
voexequendo( decisãoai mporademol i
çãodomur o).Cont udo,
umav ezque, nost ermosdon. º4domesmopr ecei
to,adecisãodepr oceder
àexecuçãopodesernot if
icadaconj untament ecom anot i
fi
caçãodoat o
admi nist
rati
voexequendo, r
evela-seporvent ur
al egí
ti
moconcl uirqueo
estadodenecessi dadepodej ust i
fi
caraexecuçãosem aemi ssãodoat o
exequendoedadeci sãodepr ocederàexecução.

 At
oadmi
nist
rat
ivoconcl
udent
e–Concl
udent
eéum at
oadmi
nist
rat
ivo
que,apesardenãoexi sti
r,sedev
econsiderarprat
icado,
porconsti
tuir
um pressupost
ológicoenecessár i
odeum out r
oat oquea
Admi ni
str
açãoprati
ca.Porexempl o:acel
ebraçãodeum cont r
atode
compr adeprodutoscom aempr esa“X”pressupõequeaAdmi ni
str
ação
prat
icouum atoadmi nist
rati
vodeadjudi
caçãoquei nci
diusobreuma

62
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

pr
opost
aporaquel
aempr
esa;

 Atoadmi ni
strati
votácito-si t
uaçãodei nerci
a,concretamente, de
ausênciadeumadeci sãoque, nasequênciadeum r equeri
ment odir
igi
do
aoór gãocompet ent
e, est edev eri
aadotardentrodopr azolegalpara
decidir(90dias,em regr a:arti
go128. º,n.
º1).Nestecasoal eipode
decidirqueaausênci adedeci sãodentrodopr azolegaltem ov al
or
j
urídicodeumadeci são, dedef eri
mentooui ndefer
iment odopedi do
for
mul adonor equeri
ment o.Est amosentãoper ant
eum at ot áci
tode
deferimento–sobeaf igur averoar ti
go130º ,nºs1a3-oude
i
ndef eri
ment o.

 Oqueacont
eceem r
egr
aper
ant
eanãor
espost
adaAdmi
nist
ração?
Em regra,estesi
lêncionãotem qualquervalorj
urí
dico,
correspondendo
aoincumpr i
ment odeum dev er
,nomeadament e,
dodev erdedecisão,
podendoor igi
narresponsabi
li
dadedi sci
pli
nar(ar
ti
go128º ,nº5)
,bem
comor esponsabili
dadecivi
lparaindemnizarprej
uízos.
Aointeressadoéconferi
daapossibili
dadedeuti
l
izarosmei
osdetut
ela
administr
ativ
aejur
isdici
onaladequados(ar
t.
129ºeaindaosar
ti
gos
192º,nº3e198º,nº4,querepetem estai
dei
a).

 Eoquesepassaent
ãonoar
ti
go130ºdoCPA?
Estestrat
am- sedecasosespeci ai
s,em quealeiouor egulamento
podem estabelecerqueaf altadedeci sãonoprazolegalt
em ov alorde
deferi
mentooudei ndeferi
ment o.Trata-
sedeum atoadmi nist
rat
ivo
táci
to(ousilente)
,cri
adopordet er
mi naçãodalei
.Apesardenãot er
tomadoqual querdecisão,oór gãocompet ent
esupor t
aai mputaçãodos
efei
tosjurí
dicosdadeci são,naconf i
guraçãoprevi
stanalei.

 Regi
medecont
agem depr
azosf
ixadononúmer
o2e3doar
ti
go130º
:
Assi
m,di
spõe-
seosegui
ntenon.
º2:
“consi
der
a-sequehádef
eri
ment
o
táci
toseanoti
fi
caçãodoatonãoforexpedidaatéaoprimeir
odiaút i
l
seguint
eaoter
modopr azodadeci
são”.*compr
eende-
seopr
opósi
toda
regulamentaçãodon.º2doar tigo130.º:i
mpedirqueaAdmi ni
str
açãoPúbli
ca,depois
dedecidirdentr
odopr azolegal,sedeslei
xenocumpr i
ment ododeverdenotif
icaro
parti
cularevenhaainvocarque, apesardafal
tadenotif
icação,j
átomouumacer ta
decisãohá10ou15di as(écertoqueosat osadminist
rati
vosdevem sernoti
fi
cadosno
prazode8di as–arti
go114. º,n.º5–, masnãoseprevênenhumaconsequênci aparao
i
ncumpr i
mentodest
epr azo).

Tendoem consi
der
açãoodi
spost
onon.
º2doar
ti
go130.
º,noscasos

63
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

em quealeiestabel
eçaqueaf al
tadedeci sãonoprazolegalt
em oval
or
j
urídi
codedeferimento,
oparti
cularpodesempr ei
nv ocarodefer
iment
o
táci
toquandosejaseguroqueadeci sãoadotadaounãoadot adadent
ro
doprazolegal–nãof oi
objet
odenot ifi
caçãonodiaseguinteaoter
mo
doprazo.

 Nost er
mosdon. º3,oprazolegaldeproduçãodedefer
imentotáci
to
suspende-seseoprocedimentoesti
verparadopormoti
voimputávelao
i
nteressado;al
ém di
sso,ali
sedeterminaqueomesmopr azosóse
i
nterrompecom anotif
icaçãodedecisãoexpressa.

Inseri
donadisposi
çãolegalsobr
eosatostáci
tos(ar
ti
go130.º
),on.
º4
estabeleceosegui
nte:
“quandoaprát
icadeum atoadmini
str
ati
vodependade
autori
zaçãopr évi
aouum atoestejasuj
eit
oàapr ovaçãodeum órgãoda
Admi nist
raçãoPúblicaoudeoutr
aent i
dadenoexer cí
ciodepoder
espúbli
cos,
prescinde-sedaautori
zaçãopr
éviaoudaapr ovaçãodesdequeoór gãoqueas
soli
citoutenhainter
peladooór
gãocompet enteparaasemi t
ir
”.
Nestecasoem concr etotem-seem vist
aumasi tuaçãodei nerci
anoâmbit
o
deprocedimentosi nt
eradmini
strat
ivos,
rel
acionadoscom pedi dosde
autor
izaçãopréviaoudeapr ovaçãoposteri
orapresentadosporum órgãoda
administ
ração(“órgãoativo”
)aum out r
oórgãodaAdmi nist
ração(“ór
gãode
contr
olo”).
Or a,
asol uçãodaleiéest a:pr
escinde-sedaautori
zaçãooudaapr ov
ação,
desdequeoór gãoativ
oi nter
peleoór gãodecontrolo,
competentepara
autori
zarouapr ovar
.On. º5doar t
igo130. ºescl
areceostermosda
i
nterpelação:deveserefetuadadecor r
idos10dias,acontardoter
modopr azo
par
aaaut or
izaçãoouapr
ovação,
devendooór
gãocompet
ent
e,nessecaso,
emit
i-
lasnoprazode20dias.
Masat enção,nãoháaquiqualquerfi
cçãodedeferi
ment
odeautor
izaçãoou
daaprovação(um regimesemelhantefoipr
evi
stoparaaf
alt
adeparecer
obr
igatór
ioevinculat
ivo:ar
ti
go92º,nº6).
 Oat oadmi ni
str
ati
vonãoconsisteumadeclar
açãoqual
quer:éuma
declaraçãoqueincor
poraouquecor r
espondeaumadecisão,sendoque
aest adimensãodecisór
iaassociam-
seasnotasdeuni
lat
erali
dadeeda
autoridade.
 Unil
ateral
-nosenti
doem queaexi stênciajurí
dicadomesmo
dependeexclusi
vamentedor espetivoaut or.Podesucederquea
produçãodosseusefeit
os( efi
cáciajurídi
ca)dependadeuma
açãododest i
nat
ário(
“atosadmi nistrat
ivosdependentesde
aceit
açãododestinat
ári
o”)oudeum out roórgãoda
Admi ni
str
ação(“
atosadmi ni
strat
ivosdependent esde
aprovação”)
,masaexistênciajur
ídicadoat oadminist
rat
ivo

64
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

dependeapenasdadecl
araçãodoaut
or.Di
sti
ngue-
se,
assi
,do
contr
atoadmini
str
ati
vo.
 Refleteof actodeapr áti
cadoat oadmi nistr
at i
voenv olvero
exercíciodeum poderadmi nist
rati
vodedeci sãoede
determi naçãodeef ei
tosquesepr oduzem naor dem jur í
dicaese
i
ncrust am naesf eradosdest inatári
osindependent ement edo
sentidodav ontadedestes.Mesmoosat osadmi ni
strativos
favoráveis,quedesencadei am ef ei
tosdesejadospel os
destinatári
os, conhecem estanot adeaut ori
dade, aqual r
esideno
poderoucompet ênci
aparapr ati
caroat o,sejaqual f
ora
configuraçãof inalqueestev enhaaassumi r.*Umaprojeção
especí
fi
cadestanot
adeautori
dadeencont
ra-
senaexecuti
vi
dade,querdizer
,
nofact
odeadet er
minaçãocont
idanoatoadmini
str
ati
voestarem condi
ções
deserexecut
ada

[
aquest
ãoda“
capaci
dadepar
aapr
áti
cadeat
osadmi
nist
rat
ivos”
]
Adeclaraçãodeumaaut ori
dadeadmi ni
strat
ivaéumacondi çãonecessári
ado
atoadministr
ati
vo;masnãoserevelanecessárioqueessaaut oridadedet
enha
competênciaparaaemissãodadeclaração,poisofact
odenãodi sporde
competênciaparaprof
eri
radecl
araçãocom ocont eúdor espetiv
onãopõeem
causaaexi st
ênci
a,masapenasav al
idadedoat oadministrati
vo.
Poroutr
olado,
também nãoser
evel
anecessár
ioquealeiconf
ir
aàquel
a
aut
ori
dadeacapaci
dadeparaapr
áti
cadeatosadmini
str
ati
vos.
Ei
soquedecor r
edeoat oadministr
ati
voconst i
tui
rum tít
uloexecutivoe,
muitasvezes,estardotadodef or
çaexecut óri
a( decl
araçãosuscet í
veldeser
i
medi atamenteexecutadae, muit
asvezes, pormei osdapr ópri
aent i
dade
admi ni
str
ati
va,sem int
ervençãojudici
al)
, bem comodei nsti
tui
rum ónusde
i
mpugnaçãopar aointeressado(nãohavendoi mpugnaçãonopr azolegal–em
regradetrêsmeses–, oatoadmi ni
strat
ivotorna-seinatacávele,aofi
m deum
prazo,acabar
ámesmoporseconsol i
darnaor dem jurí
dica).
 Hoje,com oCódi godosCont r
atosPúblicos,adúvidasobreanat ureza
dealgumasdessasdecl arações,quechegouaexi stir
,encontr
a-se
resol
vida: v
ejam-se, porum l ado,oelencodospoder esdocont raente
públi
co( arti
go302. ºdoCCP)e, poroutro,aindi
caçãoexplíci
tadeque
essasdecl araçõesrev estem naturezadeat oadministr
ati
vo(artigo307.º,
n.º2,doCCP) .Estaúltimanor macumpr e,afi
nal,
af unçãodeatr i
buiraos
contr
aent espúblicosumacapaci dadepar aapráti
cadeat os
administrati
vos.
 Sealeientr
egaràAdmi ni
str
açãoum “poderprópri
odedeci são”
,então,
aspronúnci
asemi ti
dasnoexer cí
ciodessepoderquali
f i
cam-secomo
atosadmini
strati
vos,desdequepreenchem osrestanteselementosdo
concei
to–assi m,acapacidadeformalparaapr át
icadeatos
admini
strat
ivosafere-
seem funçãodai nt
erpr
etaçãodasnor masde
competênci
amat erial
.
65
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

At
oadmi
nist
rat
ivoef
unçãoadmi
nist
rat
iva
Oatoadmi ni
str
ati
voéadotadonoexer
cíci
oenoâmbitodafunção
admi
nist
rat
iva,enquant
omissãodequeseocupam ossuj
eit
osda
Admi
nist
raçãoPúbl i
ca.
Paraareconduçãodeum at oàf unçãoadmi nist
rati
varev
ela-se,em pri
ncípi
o,
i
ndiferent
ear espeti
vainser
çãof ormal.Com efeit
o,háatosadmi nist
rati
vos
prati
cadossobf ormadel ei
,desdelogosobaf ormadedecr et
o-lei
.Eisoque
resul
tadeoGov ernoacumularaf unçãoadministrat
ivaeafunçãol egisl
ati
va.*
A
prát
icadeatosadmi nist
rati
vosporlei
parl
amentar(Assembl
eiadaRepúbl
i
ca),nãoexcl
uída,
poderá,t
odavia,
signif
icarumaintr
omissãodolegisl
adornodesenv
olv
imentodafunção
administ
rat
iva.

Acategor
iadosatosadminist
rat
ivossobf or
madel eitem cober
tur a
consti
tuci
onal:oar
ti
go268.º,n.
º4daCRPqueconsagr aapossibi
lidadede
i
mpugnaçãodequai squerat
osadmi ni
str
ati
vosindependent ementedasua
forma–af órmulaabranget
ambém osat osadministrat
ivossobforma
regul
amentar.–Consequentepossibil
i
dadedesuj eição,mesmoper antea
f
ormal
egi
slat
iva,
aost
ri
bunai
sadmi
nist
rat
ivos(
cf.ar
ti
go52.
º,n.
º2,
doCPTA)
.

Di
sci
pli
napar
aumasi
tuaçãoi
ndi
vi
dual
econcr
eta
Oat oadministrat
ivovaleparaumasituaçãoindi
vi
dual econcret
a.I
sto
mesmoseencont raconsagradonoarti
go148.ºdoCPA. Est
asnotaspermi
tem
dist
inguiroatoadmi nist
rati
vodoregul
ament oadminist
rati
vo,oqualse
caracter
izaprecisamentepelocaráct
ergeraleabstr
ato,própri
odosatos
normat i
vos(cf.arti
go135.ºdoCPA)
Estenãoconsti
tuiumanor maouumar egraparaumasituação, apli
cável
semprequeestasituaçãoocor r
a;tr
aduzant esadecisãoparaumasi t
uação
úni
caqueat i
ngedest i
natár
iosdeter
mi nados.Atenção,ocarácterindi
v i
dual
nãorecl
amaqueoat oadmi nist
rat
ivosedi r
ij
aaumaúni capessoa; exige,si
m,
queosseusdestinatári
osseencont rem deter
minadose,portanto,
i
ndiv
idual
izadospeladeclaração.

At
ençãoaoscasosexceci
onai
s:
 Ocar ácterindivi
dualnãodev e,contudo,
af astarafi
guradosdesi gnados
atosadmi nistrat
ivosger
ais:trata-
sedeat osadmi nist
rati
vos(concretos)
,
masquenãoat i
ngem um cír
culodedest i
nat ári
osindi
v i
dual
izados.O
arti
go52. º,n.º3,doCPTAr efere-seaestesat os,quandoestabeleceque
onãoexer cíci
ododi r
eit
odei mpugnarum at oquenãoi ndivi
duali
zeos
seusdest i
nat ári
osnãoobst aài mpugnaçãodosseusat osdeexecução
ouapl i
caçãocuj osdesti
natáriossejam i
ndi vi
dualmenteidenti
fi
cados.

66
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

 atosadmini
str
ati
vosintransi
tiv
os:
quenãotêm dest
inat
ário(por
exemplo,
oatodeaf etaçãodeum bem aodomíniopúbl
ico:cf.ar
ti
gos
16.ºe17.
ºdoDecr et
o-Lei n.
º280/
2007,de7deAgosto).
Paraalém dei ndividual,asit
uaçãoaqueoat oserepor
tadev eserconcret
a:
querdizer,oat oadmi nistr
ati
voapl i
ca-
seaumasi tuaçãoeresolve-
senessa
mesmaapl icação;opr opósitodoat oesgota-
senasuaaplicaçãonocaso
concreto,nãot endoapr et
ensão, comoasnor mas,deval
erparaof uturoede
seaplicartodasasv ezesqueumasi tuaçãoocorr
er.Oatoadmi ni
strati
vonão
assentanumahi pótese, masant esnumar espost
a.
Quant
oaest
aexi
gênci
a,t
ambém exi
gem exceções:
 Atosadmi ni
str
ativosabst
ratos(quet
erãodeserindi
vi
duai
s):suponha-
se,porexemplo,adeterminaçãoqueumaautori
dadeadministr
ati
va
dir
igeaumaempr esaespecífi
canosenti
dodeimporaestauma
condut adet
erminadasempr equeamesmapr ocedaàemissãodegases
perigosos.

Pr
oduçãodeef
eit
osj
urí
dicosext
ernos
Oat oadminist
rat
ivointr
oduzalter
açõesnoor
denament
ojur
ídicoe,
em
part
icular,
éresponsávelpelaconsti
tui
ção,
modi
fi
caçãoouext
inçãodeuma
rel
açãoj ur
ídi
caadministr
ati
v a.
Podehaverat
osqueproduzem umalesãonaesfer
adeum ci
dadão,
apesar
denãoserem pr
ati
cadosem rel
açãoaessecidadão,
–Ocr i
tér
iodal esi
vi
dade( v.g.
,umamedi daint
ernadeorgani
zaçãoqueatent
a
contr
aodi reit
odeal guém) ;
osef eit
osext
ernossãolat
erai
s;háaquiuma
questãode“ duplanatureza”(i
nternaeext
erna).

Assim sendo,atoadmi nistrati


voéaquel equeset raduznum at odepr odução
deef ei
tosjurí
dicosposi t
ivos, dealt
eraçãodoor denament ojurídico,mas
também nasdeci sõesadmi nistrati
vasquepr oduzem efeit
osj urí
dicosnegat i
v o
(efei
tosprovenientesdoat odei ndefer
imento),querdizer,efei
tosquese
traduzem narecusadaal teraçãodoor denament ojurí
dicoconcr etament e
pretendidapelointeressado.*Nãosedeveconfundi
rosefei
tosnegati
voscom aausênci
a
deefei
tosjurí
dicos:naverdade,
oatoadmi ni
strati
vonegati
voconst
it
uiumadecisãoda
Admini
straçãoquer esol
veumasi t
uaçãojurí
dica.NostermosdoCPTA, areaçãocontr
aum at
o
dest
anaturezanãosegueav iadaimpugnação, masantesadacondenaçãoàpr át
icadoat
o
admini
str
ativodevido(cf
.arti
go51.º,
n.º4).

Oat oproduzefei
tosj
urídi
cosext
ernos,oper
andonoâmbitodeumar el
ação
i
ntersubj
eti
va,queocorr
eentresuj
eit
osdifer
entes:
aent
idadepúbl
ica(ou
pr
ivada)aqueper t
enceoautordoato,porum l
ado,eodesti
nat
ári
o,quepode

67
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

serum par
ti
cul
arouumaent
idadepúbl
i
ca,
porout
r ado.Ocor
ol reaquia
produçãodeef
eit
osj ur
ídi
cosqueseproj
etam par
aforadaesf
eraj
urídi
cada
enti
dadeaquepertenceoautor,
ati
ngi
ndooutraenti
dade,
quepode,poi
s,ser
umaent
idadepúbl
i
ca.
Seadeci sãodeum ór gãoadministrati
voproduzefei
tosqueser epercutem
naesferadeout rosórgãosadministrati
vos,nãotemosum atoadmi nistr
ativo,
preci
sament eporausênci adeef
eitosjurídi
cosexter
nos.Com efei
tosj ur
ídicos
exter
nosent endemosent ãoosefeitosquesef azem sent
irf
orada
Administr
açãonãosi gnifi
candoi
stoquenãosepossaqual i
fi
carcomoum at o
nasrelaçõesinteror
gânicas.
Osef
eit
osj
urí
dicosdoat
oadmi
nist
rat
ivopr
ojet senum obj
am- etoquepode
ser
:

 Umapessoa(
atosadmi
nist
rat
ivospessoai
s)

 Umacoi
sa(
atosadmi
nist
rat
ivosr
eai
s)

 Um out
roat
oadmi
nist
rat
ivo(
atosadmi
nist
rat
ivossecundár
ios)

 Um cont
rat
odaAdmi
nist
ração

 Cont
rat
oent
repar
ti
cul
ares
Quant
oaosef
eit
os,
est
espodem ser
:

 ef
eit
ospr
áti
cos

 ef
eit
osdef
act
o

[
oat
oadmi
nist
rat
ivonodi
rei
todaUni
ãoEur
opei
a]
Oat oadmi nistr
ativo,comoat odeexer cí
ciodopoderadmi nistrati
vonuma
si
tuaçãoconcr etoei ndivi
dual,étambém umacat egoriadodi rei
todaUni ão
Europei a.OsTr atadosnãodef inem, nem aludem expressament eàf i
gura(a
qual nãodev econf undir-
secom adeci são.Esteépassí v
eldesedef i
niratrav
és
dev ári
ospr eceitoset ambém daj urisprudência,
sendov iáv
el defi
niroat o
admi nistrat
ivodaUni ãoEur opeiacomooat odeexercíci
odeum poder
admi nistrat
ivopraticadoporumai nsti
tuiçãoouór gãodaUni ãoEur opeianuma
si
tuaçãoconcr etaedi ri
gidoapar ti
culares(indi

duosouempr esas)ouaos
Estados- Membr os.
[
oat
oadmi
nist
rat
ivonodi
rei
toconst
it
uci
onal
]
Afigur
adoat oadmi ni
str
ati
votem acolhi
ment onot ext
oconstituci
onal
:ar
ti
go
268.ºdaCRP; on.º3destepreceit
odefineaspetosdor egimejurí
dicodoato
administ
rat
ivo(noti
fi
caçãoefundament ação,nest
ecaso, dosatos
administ
rat
ivosqueafetem di
rei
tosouinteresseslegalmenteprotegi
dos)
;on.º
4,porsuavez,regul
aaspetosrelaci
onadoscom agar antiadatutela

68
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

j
uri
sdi
cionalefet
ivadosparti
cul
aresem f
acedeatosadmi
nist
rat
ivosl
esi
vos
(
impugnação)edev i
dos(condenação)
.Dá-seassi
m umal
egit
imaçãodo
r
egimejurí
dicodoatoadmi ni
str
ativ
o.

21–Funçõesdoat
oadmi
nist
rat
ivo
Conhecendojáafigur
a,i
mpor
taagor
aent
enderquai
sassuasf
unções,
sendo
est
asasseguintes:
a.Funçãodeconcr eti
zaçãoei ndividuali
zação–estáaquiem causaoque
adout r
inaalemãt em designadof unçãomateri
alousubstant
iva,
que
assi
nalaof actodeoat oadmi nistrat
ivoconst
it
uirum meioou
i
nstrumentoj ur
ídicodeapl i
caçãodal eiedosseuscomandos
normativos(enunciadosdef or mager aleabstr
ata)asit
uações
concretasdav i
daeper anteci dadãosdet er
minados;
b.Est abil
izaçãodassi t
uaçõesj ur
ídi
cas-com ar essalvadecasosespeci ais,
aliáscom um r elevocrescent e,comoodemonst r
am osr egi
mesda
rev ogaçãoedaanul açãonoCPAde2015, oat oadmi ni
strat
ivotem uma
propensãopar aaest abil
idadeepar apôrem mar chaefeitosjurí
dicos
“def i
nit
ivos”,quemani festam umaespeci al“capacidadeder esist
ência”;
est aforçadeest abil
izaçãot em impl
icaçõesnopl anodaef i
cáciajurí
dica
vinculativa,aqualoper aindependentement edaconf ir
maçãoda
l
egal idade( aut
otutel
adecl arati
vadaAdmi ni
stração),aoremet erparaos
i
nt eressadoso“ ónusdei mpugnação”doat oem pr azorelat
ivament e
cur to(em regra,tr
êsmesesapósanot i
fi
cação) ;
c.Procediment
al–oatoadmini
str
ati
voconst
it
uiadeci
sãof
ormal
de
conclusãodeum pr
ocedi
mento;
d.Titulação–aoat oadmi ni
str
ativoassocia-seum car ácterde
execut iv
idade, conceit
oquet raduzof actodeomesmoconst i
tuirum
“tí
tuloexecut i
v o”;Querist
odizerque, umav ezprat
icadoeef i
caz, oato
estáem condi çõesdeserexecut ado,noâmbi t
odeum pr ocesso
(execut i
vo)mov idocontraodest i
natári
o(execuçãocoer civa,
quenos
termosdoCPA2015, seprocessa, em r
egr a,pel
aviaj uri
sdici
onal:
artigos176.º ,
n. º1,e183.º)oucont r
aapr ópriaAdmi nist
ração( cf.ar
ti
go
157. º,n.
º3, doCPTA) .
e.Processual–figur
aprocessualsendoque, nestedomí ni
o,desempenhaa
funçãodeci r
cunscreveroâmbi t
odeapl icaçãodecer tasformasde
processo,comoéocasoda“ açãoadmi nistr
at i
va”,aqualacol
hepedidos
deimpugnaçãoedecondenaçãoàpr áti
cadeat osadmi ni
str
ati
vos.
Assim,oat oadminist
rati
vocondicionaoudel imi t
aocampodeut il
i
zação
demecani smosespecí f
icosdetutelajur
isdicionalem faceda
Admi ni
str
açãoPúbl i
ca.
22-Cl
assi
fi
caçãodosat
osadmi
nist
rat
ivos

69
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

Encontramosumagr andevari
edade,
em r azãodaampli
tudedasár easde
i
ntervenção,decl
assi
fi
caçõesdoutri
nárias,r
esult
ant
edav ari
edadepossível
doscr i
tér
iosadot
ados,bem comoumadi spari
dadedecor
rentedafalt
ade
consensoent r
eosautoresquantoaoalcancedosconceit
osut i
l
izados.
Cl
assi
fi
caçõesadmi
nist
rat
ivascom r
elev
opr
ati
co:

 Atoscom ef
icáci
aduradour
a,cuj
osef
eit
osnãoseesgotam nomoment
o
dasuapráti
caecriam umarel
açãoj
urí
dicaquesepr
olonganot
empo

 Atosnegati
vos,
quenãoconferem osefei
tospr
etendi
dos,
desi
gnadamenteoindefer
imentoexpr
essoderequeri
mentosear
ecusa
deapreci
açãodospedidos

 Atosconsti
tuti
vosdodi r
eit
o,enquant
oatosquevisam const
it
uir
posi
çõesjurídi
cassubjeti
vasfavor
ávei
snaesfer
aj ur
ídi
cados
desti
nat
ári
ost ercei
ros

 Ati
sprov
isór
ios,at
oscujosef
eit
osdependem necessar
iament
edeuma
fut
urapr
onúnciadefi
nit
iva

 Atosprecár
ios,
cuj
osef ei
tospodem ter
minarporest
arem suj
eit
osa
revogaçãooupordependerem decondi
çõesresol
uti
vas

 Pré-
decisões,ent
endi
dascomoosat osque,
pr ecedendoaoat ofinal
de
um procedimentoouoat oquedefineaposi
çãoj urí
dicadoint
eressado
noâmbi todeoutroprocedi
ment o,
deci
dem,per emptóri
aou
vi
nculati
vamentesobreaexistênci
adecondiçõesouder equi
sit
osde
quedependeapr ati
cadet alat
o.
Sub-
cat
egor
iasdest
e:

 Atospr
évi
os:aquel
esqueemboradecidi
ndosobreumadeci
sãofi
nal
nãoconst
it
uem porsi
,ef
eit
osj
urí
dicosnaesfer
adodest
inat
ári
o

 Atosparci
ais:
deci
sõesconst
it
uti
vasdeefei
tosexter
nosantecipadasno
querespei
taaumapar t
eouaum aspetodadecisãofinal
global

 Promessasadmini
str
ati
vas,
entendi
dascomoat
osger
ador
esdeuma
Autovi
nculaçãoàpr
áti
cafutur
adeatos.

Quant
oaoconteúdo,nomeadament
e,quant
oaosef
eit
osquev
isapr
oduzi
rna
esf
erajur
ídi
cadodesti
nat
ári
o:

 Atosablat
óri
os-supri
mem, compri
mem our et
ir
am di
rei
tosou
facul
dades(comoaexpropriação,
arequi
siçãooaconstit
uiçãode
umaser vi
dão,ouaresol
uçãodeum contr
at oadmi
nist
rati
vo)

 Atosimposit
ivos-ordens,sej
am comandos,quei
mpõeobri
gaçõesde
conteúdoposi
tivo-defazer(demoli
rum pr
édio)–oupr
oibi
çõesque

70
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

tem um conteúdonegati
vo,r
est
ri
ngi
ndoali
ber
dade(
proi
biçãode
cir
cular
,int
erdiçãodevendademedi
camento)
;

 I
ndeferi
ment os–recusa,pel
oórgãocompetente,
total
ouparci
al,
da
práti
cadat ofavor
áveloudaproduçãodeef
eitosjur
ídi
cosr
equeri
da
peloint
eressado.

 Atosfavoráv
eis(
quedesencadei
am benef
íci
ospar
aosdest
inat
ári
os,
part
icul
aresoupúbl
icos)
;
i
. Concessõeseout rosat osqueconf er
em ouampl i
am di rei
tosou
poderesadmi ni
strati
v osouext i
nguem obr igações.Est aspodem
sertr
ansl ati
v as,set ransmitirem di r
eitosoupoder esj áexist4entes
natit
ularidadedaadmi nist
raçãoconcedent e,ouconst i
tutiv
ase
cri
am “exnov o””di r
eitosoupoder esdequeaadmi ni
straçãonão
podesert i
tular,
masquesóel apodecr i
araf avordospar ti
culares,
i
mpl i
cando, em regra, umar est r
içãooucompr essãodospr óprios
poderespúbl i
cos.Comoexempl ot emosasconcessõesdeser viço
publi
co, assim comoasdepoder espúbl icoseasconcessõesde
usopr i
vativododomí ni
opubl ico,embor aat ualment eas
concessões, pel
omenosasmai scompl exas, poerem pel aviado
contr
atoenãoat r
av ésdeat osadmi nist
rativosindiv i
duaise
concretos.
i
i
. Asautor
izaçõesem sent i
doamploquev i
sam r
emov erum li
mite
i
mpostopelalei aoexercí
ciodeumaat i
vi
dadefor
adodomí ni
o
admini
str
ativ
odaent idadeautor
izant
e.Dent
rodestacategori
a
podemosdistingui
r:
a)Asautori
zaçõesnasr
elaçõesent
reaAdmi
nist
raçãopubl
i
caeos
par
ti
cular
es:
i
. Dispensas,queremivem atit
uloexcecional
,nocasoconcreto
(porissoaoseconf undem com asisenções,quesãogerai
se
abstratas)
,um deverespeci
al,r
elat
ivoaumaat ivi
daderegr
a
estri
tamenteproibi
daoui mpostaporlei,àqualnãocorr
esponde
um direit
odaAdmi nist
raçãoautori
zaçãoexcecionalde
construçãonumazonader eservanatural
i
i
. Licenças-autori
zaçõesconst i
tut
ivasqueconstituem dir
eit
os
subjeti
vosem f avordosparti
cularesem áreasdeat uação
sujeit
asapr oibi
çãor el
ati
va(preventi
va)pelael
ei,umav ez
acauteladanocasoconcr et
oanãol esãodointeresseque
j
ust i
fi
couapr oi
biçãolegal
-tr
ata-sedeat i
vi
dadespr i
vadasque
também podem serdei nter
essepúbl i
coequeaadmi ni
str
ação
dev apromov erouf omentar
i
i
i. Aut
ori
zaçõespr
opri
amentedit
as( aut
ori
zaçõespermissi
vas)que
per
mit
em oexercí
ciopel
ospart
icular
esdaativ
idade

71
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

correspondenteaum di r
eitosubj eti
v opré-exi
stente,apenas
condicionadopelaleiaumai nt
ervençãoadmi ni
strati
va,em
regrav i
nculada.Est
asaut orizaçõesv isam remov eroslimit
es
i
mpost ospelaleiaoexercíciododi reitopeloparticul
ar(ex:
autorizaçãoparasairdopai s)
i
v. Reconheci
mentos,enquant
opermissõesdeexercí
ciode
ati
vi
dadeporparti
cular
esjáaut
ori
zados,desi
gnadamentede
outr
oEstado
ATENÇÃO, deveter-seem contaqueal einem sempr euti
lizaosconceitos
doutr
inaismai sadequados.Acr escenta-seque,atualmente,atendênciaparaa
si
mpl i
ficaçãoadmi nist
rat
ivaincl
uiumapol í
ticaquesubstituiasautor
izações,
desi
gnadament easaut or
izaçõesper missivasporcomuni caçõespréviasà
administraçãosujei
tando-seaum si stemadef i
scal
izaçãoposteri
orcom
sançõesmai spesadas.

 Aut
ori
zaçõesnasr
elaçõesent
reór
gãosadmi
nist
rat
ivos:
i
. Autor
izaçõesconstit
uti
vasdalegit
imação,dist
int
adas
del
egaçõesdecompet ênci
asem queoór gãoautori
zanteconf
ere
aoórgãoaut or
izadoapossibi
li
dadedepr ati
carnum caso
concret
oum at oadminist
rat
ivodacompet ênci
adodest i
nat
ári
o,
paracujapráti
ca,oórgãoautori
zadojáécompet ent
e,em
abstr
ato.
i
i
. Aprovações,quedesencadei
am aefi
cáci
adoatoadmini
str
ati
vo
aprov
ado, noquadrodeum contr
oloprev
ent
ivoext
erno,
quepode
serdelegali
dadeoudemér i
to

At
osr
elat
ivosa“
stat
us”
Sãoatosdeef i
cáci
ainstantânea,atr
avésdoquai ssepr ocedeàcri
ação
(sobret
udoporadmi ssões-nomeação, matricul
a,inscri
ção)ouaextinção
(demissão,expul
são,desvincul
ação)deest atut
os, em r
egra,deest
atutos
pessoaismast ambém reias(classi
fi
caçãoconst i
tuti
va,afet
açãoou
desafetaçãodeum bem dedomí niopubl
ico).
Dev eter -
seem cont aocar aterobj
eti
voer egul
amentardoest atuto(
conjunt
o
art
iculadodedev eresedireit
os)dequesedest acaetornaindependente
rel
ati
vament eaat osconcretosqueoat ri
buem-resul
tadai aimpossibil
i
dadede
modi f
icaçãodost atusporv i
alegaleabstrat
a,mesmoquet ai
smodi fi
cações
sej
am desf avor
áv ei
s,nãosendopossí vel
,em pri
ncí
pioinv
ocart aisdi
rei
tos
adquiridosàapl i
caçãodenor masvigentesàdatadaadmi ssão.
Exceção:
quandoalei
odet er
mineouquandodev
arel
evaropr
incí
pioda
prot
eçãodaconfi
ançalegi
ti
ma.
At
ossecundár
iosoude2ºgr
au

72
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

Atisquevi
sam efei
tossobreum outr
oatoadminist
rat
ivoqueconsti
tui
o
respeti
voobj
eto(anul
ação,revogação,
conval
i
daçãoouconv er
são).Nãose
deveconfundi
ratossecundári
oscom contr
ári
os,quenãoatuam sobreoato
massobr earel
açãojurí
dica.

Cl
assi
fi
caçãodeout
rosat
osdaAdmi
nist
raçãopúbl
i
ca

 Atosdeconteúdodecisóri
o: del
iber
açõesprei
aseacor dospreliminar
es,
bem comoatosdeiniciati
vai nt
eror
gâni
ca,sejam estasr equi
sições,
desi
gnaçõesoupropost as(estasquesetraduzem, nof undo,no
codeci
são).

 Atosdeconteúdodeclar
ati
vo:veri
fi
cações(at
estados,certi
dõese
dipl
omas)eav al
i
ações(parecer
es)quenãodev em confundircom as
veri
fi
caçõeseavali
açõesconsti
tuti
vaseuporcriar
em certezajur
ídi
ca
são,comov i
mosv er
dadeir
osatosadmi ni
str
ati
vos.
Ospar eceresenquant oav ali
açõesj ur
ídicasout écnicas,
sãoedi versos
ti
possãoobr igat
óriosouf acultati
vosconf ormetenham ounão, deser
soli
cit
adospel oórgãoi nstr
utor;sãov i
ncul antesounãov inculantes,
conformetenham ounãodesersegui dospel oórgãodecisor-ospar eceres
previ
stosem normasj urí
dicassão, sal
v odi sposi
çãocontrariaexpr essa,
obri
gatóri
osenãov inculantes(arti
go91ºdoCPA) .
Rel ati
vament eaocasoespeci aldospar ecer
esconf or
mes, queapenassão
obrigatóriosev inculantesnum sent ido-émai scomum aexi gêncialegalde
parecerf avorável e,porisso,ésóv inculantesef ordesfavor
áv el
,i
mpedi ndo
oór gãodedeci dirfavoravelmente;mas, porvezesal ei
t ambém exige
pareceresdesf av oráveisparaquepossam sert omadasdeci sões
desfavor áveis,
casosem queopar ecerév i
ncul
antesef orfavorávelaos
destinatários.

 Comunicações: asinti
maçõespar aaadoçãoouabst ençãodeuma
condut
a–adi stinguedosvi
sosouameaçasdepr át
icadeum ato
admini
str
ativ
o, quandoestesouest assej
am mer osfatosj
urí
dicos
(comport
ament os)-aspublicaçõeseasnotif
icaçõesdedecisões
admini
str
ativ
as.
23–Pr
ocedi
ment
odoat
oadmi
nist
rat
ivo
Em princípio(“pri
ncípi
odaprocedi
mentali
dade”),adeci
sãoem queset r
aduzo
atoadmi nist
rativ
oéadot adanoâmbitodeum pr ocedi
mento;est
esurge,poi
s,
comoo“ atoprincipal
”doprocedi
mentoquei nt
egraoconjuntodeatos,
medidasedi l
i
gênci asquecompõem um procedi
ment oadmini
str
ati
vo.
Masopr i
ncí
piodaprocedi
mental
idadedoatoadmi ni
str
ati
voconhece
desvi
os:
af i
guradoatoadmini
str
ati
vodesprocedi
mental
izado-trat
a-sedeum
atoadmi
nistr
ati
vo“l
i
vredeprocedi
mento”,queseconsubstanci
anumadecisão

73
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

queoórgãocompet enteadot anasequênciadeum pr ocessodeci sóri


o
puramenteint
er noepsi cológicoeque, por
tanto,desconhecequalquer
moment ojuri
dicament eaut ónomodef or
maçãooudepr eparação( ex.175.
º,
n.º2CPA).Aadmi ssibi
lidadedeat osadmi ni
strat
ivossem procedimento
dependedapossi bil
idadel egale,em concret
o,domodocomoal eiconfi
guraa
competênciaeost ermosdor espeti
voexercí
cio.
Existeumar egrader el açãobi unívocaentreprocediment odef ormação
deatoadmi nistr
ativ
oeat oadmi nist
rativ
o: cadaatoadmi nist
rativotem o“ seu”
procedi
ment oecadapr ocediment o(def ormaçãodeat oadmi ni
strati
vo)cont a
com o“ seu”at oadmi nist
rati
v o.Istosucedemesmoquandoum det er
mi nado
resul
tadoj urí
dicoquesepr etendeal cançarsepr oduznoâmbi todedoi sou
maispr ocediment osadmi nistrativosquesei nt
erli
gam.Nest escasos,
sucedem- seei nterl
igam-seepar aapr oduçãodeum r esul
tadodet erminado,
vári
ospr ocediment os,cadaum com asuadeci são: encadeament ode
procedi
ment osadmi nistr
ati
v os.
Numacompr eensãounitár
iadestef enómeno,ut
il
izam-seporvezesos
conceit
osdeprocedi
ment ocompl exo( cf
.ar
ti
go77.º,n.º3,doCPA)oude
operaçãopr
ocedimentalcomplexa,paracaptaromoment odeunidadeque
i
nterl
igaosvár
iosprocedimentosquesesucedem not empo.
Porv ezes,
esbate-seadi f
erençaent
reof enómenodoencadeament ode
procedimentosdef ormaçãodev ári
osatosadmi ni
str
ati
voseodo
relaci
onamentoent reórgãosnoâmbi t
odopr ocediment
odef ormaçãodeum
ato.Nestesegundocasonãoest ápresenteafigur
adopr ocedi
mentocompl
exo,
trata-
sedeum pr ocedimentoadminist
rati
vosimples.
Oprocedimentodeformaçãodeat osadmi nistrati
vosapresent
a
naturalmenteumaconf i
guraçãomuit
ov ariada,em f unçãosobretudodot i
pode
atoadmi ni
strati
voaprati
car:assi
m,oprocedi ment odi sci
pli
nar
,quepode
conduziràapl i
caçãodeumasançãodi scipli
nar,conheceumaf i
sionomia
(t
rami t
ação)específi
caeécompost oporat osemedi dasqueodi sti
nguem de
outrosprocedimentos.Mashámoment os/fasesqueseencont r
am em todos
ospr ocedi
ment osdeformaçãodeatosadmi nist
rativos.
Especi
ficamentesobreoprocedi
ment
odef
ormaçãodoat
oadmi
nist
rat
ivono
CPA,cf.art
igos102.ºa133.º
.

23.
1–I
nici
ati
va
Aini
ciat
ivadoprocedi
ment
odef or
maçãodoatoadmi
nist
rat
ivopodeser
:
part
icul
ar,
ofi
ci
osaouhéter
o-i
nici
ati
vapubl
i
ca.

a)I
nici
ati
vapar
ti
cul
ar
Ospr
ocedi
ment
osdei
nici
ati
vapar
ti
cul
arv
isam apr
oduçãodeef
eit
osj
urí
dicos

74
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

favoráv ei
souampl iati
vospar aor equerente;Podecont udosucederquea
produçãodasi t
uaçãodev antagem seassoci eàpr oduçãodeum ef ei
to
desfav orávelparaum t ercei
ro.Em casosespeci ai
s,aleipodemesmodi ssociar
ainiciativaprocediment aldaproduçãodeumav antagem paraaesf eraj
urí
dica
dor equer ent
e: ei
soquesucede, porexempl o,com ospr ocedimentos
destinadosàr esoluçãoadmi nist
rativadelití
gios,em queor equerentesedir
ige
aoór gãoadmi nist
rativ
ocompet entepar aqueest eresolvaum conflit
oentr
eo
requer enteeum t erceir
o.
Aapr esentaçãodorequeri
mentoimplicasempre,par
aoórgãoqueor ecebe,
umaobr i
gaçãodeproceder(ver
ifi
caçãodospressupost
ossubjet
ivosou
objet
ivos)eàquelaobrigaçãodoórgãoadministr
ati
vocont
rapõe-
seodi r
eit
odo
requerenteaumapr onúnciaouresposta.
Seospr essupost
osnãoest ãopreenchi
dos,diz-
sequeexi st
em “quest
õesque
prejudiquem odesenv ol
viment
onormal doprocedi
ment o”(cf.ar
ti
go109.ºdo
CPA) :oór gãodeve,então,t
omarumadeci são,queconsisti
rá,em r
egr
a,em pôr
termoaopr ocedi
ment oporfal
tadepressupostosprocedimentai
s(deci
sãode
arquivament odoprocedimento).
Nocasopar t
iculardoar ti
go108.º,
n.º3,doCPA, hál
ugarao“ i
ndeferi
ment o
l
iminardorequer i
mento”nãoi dent
if
icadooucujopedidosejai
ninteli
gível
.
Atent
e-se,
porém, aodispost
onoar ti
go41.º,sobr
eahi pót
esede“ apresentação
dorequeri
ment oaór gãoincompetente”:r
emessaofi
ciosador equeri
ment o
paraoórgãocompet ente,di
ssosenot i
fi
candoopart
icular
.
Nãodev econf undir-seaobr i
gaçãodepr ocedercom aobr i
gaçãode
decidir
: apr i
meiradecor reimedi atament edaent radador equer
iment ona
Admi nistração;porseul ado, aobr i
gaçãodedeci dir(
v er128/ 1e86/ 1CPA)
traduz-
senaobr i
gaçãodepr oferi
rumadeci sãosobr eor equeri
ment o
apresent adoer eclamaav er i
fi
caçãodospr essupostospr ocedi
ment ais.Não
existi
ndoquest õesquepr ejudiquem odesenv olv
iment onor maldo
procediment o,poder econduzi r-seaor equeriment ooef ei
t odeconstituira
Admi nistraçãonaobr igaçãodedeci di
r.Assim, num procedi mentoem quese
requerumaaut orização, aobr i
gaçãodedeci dirconsistenaobr igaçãode
proferi
rumadeci sãodedef eri
ment ooudei ndeferi
ment odopedi dode
autori
zação.
Quandoprev
ist
onaleicomoatodei ni
ciat
iva,
orequer
imentoéum pressupost
o
pr
ocediment
al;
sem el
e,oprocediment
onãopodet eri
níci
oeadecisãoquea
Admini
str
açãovenhaatomaréilegal
.
Um dospr essupost
ospr ocedimentaisacimaref
eri
dosmer eceumaanáliseum
poucomai sdesenvolvi
da:referi
mo-nosàl egi
ti
midadeprocedimental
do
requerente.Est epr
essupostor espondeàquestãodesaberquem pode“ ini
ciar

ou“ part
ici
par ”num pr
ocediment odef or
maçãodoat oadministr
ati
vo(ar
tigo
68.º).
Opr
essupost
oassume-
sef
undament
alpar
aseapur
arapr
esençadeum

75
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

requeri
ment onosent i
doespecífcode(
i i
)atodeinici
ati
va( i
i)queconsti
tuio
órgãoadmi nist
rati
vonaobrigaçãodedeci di
r.Nestecontexto,exi
steuma
associaçãoentrerequeri
mentoeat oadmini
strat
ivo,
surgindoor equer
imento
comooat ojurí
dicoem queoaut orrequeraproduçãodeum ef ei
toquea
Admi ni
straçãoirá(ounão)produzirmediant
eapr áti
cadeum at o
administr
ativo.
Porfalt
adel egi
ti
mi dadeprocediment al doaut or,nãoérequerimentooat opel
o
qualum cidadãoapr esent
auma“ participação”,uma“ denúncia”ouuma
“quei
xa”,com oobjet i
vodelevaraAdmi nistr
açãoaexer cerumacompet ênci
a.
Estesnãoconstituem atosdeiniciativapr ocedimental
:trata-
sedeat ospré-
procedi
ment ai
s,quel evam àAdmi nistraçãooconheci ment odef act
ose
sit
uaçõesquepodem conduzi -
laai niciarum pr ocedi
ment o.
Aassociaçãoent rerequerimentoeat oadminist
rati
voreclamaquesedi sti
nga
orequeriment oenquantoat odeiniciati
vaprocedimentalqueconstituia
Admi ni
str
açãonaobr i
gaçãodedeci dirdoatopeloqual oparti
cul
ar“ requer
”a
passagem deumacer t
idão( 83.
º,n.
º3CPA)ou“ r
equer”certasdi
li
gênci asde
prova(116.º
, n.º3CPA) :estesrequerimentosnãosãoat osdeini
ciativa
procedi
ment al,nem estãonaor i
gem dequal querobrigaçãodedeci dir.
Poroutrolado,
dev
enotar
-sequeexi
stem at
osdeini
ciat
ivapr
ocediment
aldos
part
icul
aresaquealei
nãoatri
buiadesi
gnaçãoderequer
imento:
eisoque
sucedecom a
“noti
fi
caçãoprévi
adeumaoper açãodeconcent
raçãodeempresas”oucom a
“comunicaçãoprévi
acom prazo”necessár
iapar
aaexplor
açãodecer t
os
estabel
ecimentosi
ndust
ri
ais.
Nãodevem confundir-seas“notifi
cações”e“comuni cações”aqueacabámos
dealudir
,com as“comuni caçõespréviasdeiníciodeat i
vi
dade”,
asquaisnão
suscit
am qual
querdeci sãooupr onúnciadaAdmi ni
str
açãosobrea
comunicação.Nestecaso, aleiexi
geapenasacomuni caçãodeum f
actoà
Administr
açãoPúblicamasest anãoéchamadaapr oferi
rumadeci
sãosobrea
veri
fi
caçãodascondi çõeslegaisparaai nst
alaçãodoest abel
eci
mento.

Porf i
m, obser ve-
sequeor equeri
ment oéonomequeoCPAat r
ibui aosatosde
i
niciativaparticul
arnospr ocedimentosadmi nist
rati
vosde1. ºgrau.
Diferentement e,nospr ocedi ment osadministr
ati
v osde2.ºgrau,quev i
sam a
i
mpugnaçãoadmi ni st
rativadeumadeci sãodaAdmi nist
ração,oat ode
i
niciativaparticul
ardesi gna- sereclamação,seai mpugnaçãosedi ri
geaoaut or
dadeci são( 184.ºssCPA) , ourecurso,seaimpugnaçãosedi ri
geaosuper i
or
hierárquicodoaut ordoat o(recursohier
árquico)ouaoór gãocol egialdeque
estesej amembr o, aodel eganteousubdel eganteouaoór gãocom poder esde
super vi
são, t
ut el
aoudesuper i
ntendênci
asobr eoaut ordoato(recur sos
admi nistrat
ivosespeci ais).

76
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

b)I
nici
ati
vaof
ici
osa
Sãodeiniciat
ivaoudepromoçãoofi
ciosaosprocedi
mentosdesencadeados
pel
ainst
ânci aadmini
str
ati
vacompet
ent epar
aprati
caroatoadmini
strat
ivoque
vai
concluiroprocedi
mento.
Aospr ocediment osdei niciat
ivaof
ici
osareconduzem-seaindaos
procediment osque, porfor çadeum esquemalegaldeseparaçãohi
erárqui
ca
decompet ências,sãoiniciadosporum órgãoeconcluídosporout
roórgão,
numal ogicadecont i
nuidadeeuni dadeprocedi
mental.
Aocont r
ári
odoquesucedenoscasosdehét ero-
inici
ativ
a,nosprocedimentos
deini
ciati
vaof
ici
osanãoexist
esempr eum explí
cit
oat odeini
ciat
iva.Quando
est
eéocaso, oatodeinici
ati
vaháder ev
elar
-seatravésdeum atopost er
ior
,
como,porexemplo,oatodecomunicaçãodoi ní
cioofici
osodoprocedimentoa
queser ef
ereoart
igo110.º
/1e3CPA.
Quandot enhaaut onomi a,põe- seaquest ãodesaberseoat odeinici
ativ
a
ofici
osadopr ocediment ocor responde, em si mesmo, aum at oadmi nist
r at
ivo.
Em ger al
,arespost aénegat i
v a:oat odepr omoçãodopr ocedi mentoconst it
ui
um at oprocediment alcom ef icáciajurí
dicainterna.Mas, em certoscasos, o
atodepr omoçãodopr ocedi ment opodepr oduzirimediatament eumaef icácia
j
urídicaexterna,qualif
icando- seent ãocomoat oadmi nistrati
vo(suscetívelde
i
mpugnaçãoj udi
cial
).Aef icáci aexternadeum at oquei niciaum procediment o
afere-se,
mui tasvezes, em funçãodof actodeset r
atardeum at olesivopar a
umapessoadet erminadael ogoi dentif
icada( 51/1CPTA) .Maspodet ratar-
se
apenasdeum at oger al,com capaci dadedel esãodesuj eitosnão
i
ndi vi
duali
zados.
Umavezqueai
nici
ati
vaéofi
ciosa,
pertenceàAdminist
raçãoadeci
sãosobr
ea
pr
omoçãodopr
ocediment
o.Esclar
ecendoesteponto:
1.Em primeirolugar, paraesclar ecerqueaAdmi nistraçãopodenãodi spor
deumal i
berdadepar adecidirent reiniciarounãoi ni
ciarum
procediment o:hápr ocedi
ment oscuj ainiciat
ivar epousanumadeci são
l
ivredaAdmi nistr
ação.Nout roscasos, por ém,ai niciativaofi
ciosado
procediment opodeassoci ar -seàv eri
ficação,em concr eto,
de
pressupostosl egaisdaaçãoadmi nistrativ
a.Assi m, em ger al
,a
determinaçãodoi níci
odopr ocediment opoder ár esultardeuma
“vi
nculaçãolegal est r
it
a”oudeum “ j
uízodi scri
cionár io”da
Admi ni
stração: “
princípi
odal egaldadev
i s.pri
ncí piodeopor t
unidadeda
i
niciati
vaoficiosa”.
2.Em segundolugar
,importanot
arque,em ger
al,
oprocedimentode
i
nici
ativ
aofici
osanãoexcluiaconsi
deraçãodeeventuai
spart
icul
ares
ti
tul
aresdeum int
eressenoiní
ciodoprocedi
mento: i
mport
aaqui
di
sti
nguirentr
eostitul
aresdeum “i
nter
essedefacto”eosti
tular
esde

77
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

um “interessej uri
dicament eprot
egi do”.Ospr imei rospodem denunci ar,
parti
cipareat ésol i
citarai nstauraçãodopr ocedi ment o,masa
Admi nistraçãonãof ica, porforçadi sso,obrigadaapr omov ero
procediment o.Istosucedemesmonoscasosem queal eiimponhaà
Admi nistraçãoodev erdecomuni caraopar ticipante, denunci anteou
queixosoasuadeci sãosobr eapar t
ici
pação, denúnci aouquei xa( 13.º,
n.
º1CPA) .Apesardecar rearem informaçõeseel ement osquea
Admi nistraçãopodeconsi derarrelevantespar ai nstaur aropr ocediment o,
osat osdepar tici
pação, dedenúnci aoudequei xanãoconst i
tuem at os
deiniciati
v apr ocediment al.Asit
uaçãor evel
a- seout r
aquandoo
parti
culart enhaum i nteressej ur
idicament epr otegidonoâmbi toda
decisãoat omarouquepossav i
rasert omadanopr ocedi ment ode
i
niciati
v aof iciosa.Nest ecaso, opr ocediment odei niciativ
aof iciosav ê-
seconv ertidonum pr ocedi ment odehét er
o-iniciati
v a.
3.Coloca-seai ndaaquest ãodesaberseeem quet ermossepodeacei tar
aexistênciadeumaobr i
gaçãodedeci dir
: nãoháagor aumar espost a
com umav alidadeger al.Em r el
açãoaospr ocedi ment oscuj oinício
ofi
ciosof oi comuni cado, parecedeexi girat omadadeumadeci sãode
conclusãodopr ocediment o( earespet i
vanot if
icaçãoaosi nteressados) .
Noutroscasos, oiníciodopr ocediment opodesusci tarnospar t
icul ares
uma“ expect ati
valegítima”nosent idodaconcl usãodomesmoat ravés
deumadeci sãosubst ant i
v aoudef undo: em ger al,nãoser áfáci lobt era
condenaçãodaAdmi nistraçãoaadot aradeci sãof av or
áv elaqueo
procediment opoder iaconduzi r
,maspodesucederqueal eiimponha
esser esult
adoouqueat omadadeumadeci sãocom um cer tocont eúdo
decorradeumaexi gênci adepr oteçãodosdi rei
tosdopar ti
cular.Not e-se
ai
ndaquepodesucederqueospar ticularest enham assumi docust os
em consequênci adaaber turadopr ocediment oepar anel e.Ora, ainda
queseent endaque, mesmonessescasos, aAdmi nistr
açãopode,
ordenaroar quivament o,renunciaroudesi sti
rdopr ocedi ment o,est a
devenãosót omarumadeci sãoexpr essanessesent i
do,comoassumi r
odev erdei ndemni zarosl esados.Di ga-se,porf i
m, quesepodeadmi t
ir
ainexistênci adeum dev erdeconcl usãodopr ocedi ment o.

c)Hét
ero-
ini
ci
ati
vapúbl
i
ca
Cat
egori
aprópri
adospr
ocedi
ment
osquesedesenr
olam nasr
elações
i
nter
admini
str
ati
vas.
Consoant
eoscasos,
osat
ospúbl
i
cosdei
nici
ati
vapr
ocedi
ment
aldesi se:
gnam-
i
) Ospedi
dosconst
it
uem mer
osat
osdei
nici
ati
va,
quemani
fest
am
um i
nteressedoórgãosol
i
cit
anteem queout
roór
gãopr
ati
queum
at
oadmi nist
rat
ivoeasuaapresent
açãoimpl
i
caumaobri
gação
dedecidir(
130/4CPA).

78
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

i
i
)Aspr
opost
assãoat
osdei
nici
ati
vaem queoór
gãopr
oponent
ese
pronunci asobr eocont eúdodoat oadmi nistr
ativoapr aticar.
Dizem- sef acultati
vasquandoaexi stênciadasmesmasnãoé
necessár iapar aqueoór gãodeci sorexerçaacompet ênci aem
questãoeadot eadeci sãopr opost a.Propostasobr i
gat óriassão
asqueseapr esentam necessár i
aspar aqueoór gãodeci sor
exerçaacompet ênciaem quest ãoeadot eadeci sãopr oposta.As
propost asobr i
gatóri
assãov inculantes,quandooór gãodeci sor
,
além denãopoderdeci di
rsem pr oposta,também nãopuder
decidircom al t
eraçõesaocont eúdodamesma: resta-l
he, ent
ão,
decidirem conf ormidadeour ejeit
arapr oposta.Seal ei nada
estabelecer ,parecedev erent ender-sequeaspr opostas
obrigatóriasnãosãov i
nculant es,peloqueoór gãodeci sorpode
decidirem conf ormidade,rejeitarapr opostaouadot aruma
decisãocom cont eúdodiferent edapr oposta.

NOTA:Com algumaf r
equênci
a,osprocedi
ment osdeini
ciati
vapúbli
casurgem
comoum desenv ol
vi
mentodeout r
osprocedimentosadmi ni
str
ati
vos.Sur
ge
aqui
umahi pótese,
aquejánosr ef
eri
mos, deencadeament odeprocedi
mentos
admini
str
ati
vos.

23.
2–I
nst
rução
Ainstr
ução(115.ºa121.º)éafasedoprocediment
odestinadaàaqui
si
çãoe
ver
if
icaçãodepressupostosdoatoadmini
strat
ivoeàavali
açãoeponderação
dosinter
essescoenvol
vidosouimpli
cadosnoatoadministr
ati
voaprat
icar.
Acompet ênciaparaadireçãodai nstr
ução( conduçãodopr ocedi
ment oapósa
fasedeinici
ati
vaeant esdaf asededecisão)cabeaoór gãocompetentepar aa
decisão(deci
sãof i
naledef undoaadot arnoâmbi todopr ocedi
mento):art
igo
55.º,n.
º1.Todavia,comosabemos, aleiobrigaesseórgãoa, em r
egra,del
egar
essacompet ênci
anor esponsáv elpel
adireçãodopr ocedimento.
Ai nstruçãoéumaf aseprocediment alcaracteriz
adapel av ari
edadedosatosou
dil
igênci asar eali
zaredosat oresquei ntervêm (v.g.,i
nter essados,
cont rai
nt eressados, ent
idadespúbl icas).Podemos, assim, perceci
onarem
mui tospr ocediment osduascat egor i
asdedi l
igências:pr obatóri
aseconsult
ivas;
além di sso, ainstr
uçãoassume- secomoomoment opr ocedimentalde
reali
zaçãodov al
orconst i
tuci
onal dapar t i
cipaçãodosi nteressadosna
formaçãodasdeci sõesquel hesdi zem r espeito.
Diz-
seporvezesqueaAdmi nistr
açãoPúbl
icatem odomí ni
odopr ocedimento.
Trat
a-sedeumaf or
mulaçãocom umar epercussãodiret
anaf asedainstr
ução,
eexprimeum pri
ncí
piodeof i
cial
i
dadeoudei nquisi
tór
ioquantoao
desenvol
vi
mentodat r
amitaçãoprocedi
ment alnest
afase.Assim,oarti
go58.º

79
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

doCPA, precisamentesobreoprincípi
odoinquisit
ório,estabel
ecequeos
órgãosadmi nist
rat
ivospodem procederàsdi
li
gênciasqueser evelem
adequadasenecessár iasàpreparaçãodeumadeci sãol egalejusta,aindaque
respei
tantesamat éri
asnãomenci onadasnosr equerimentosounasr espost
as
dosinteressados.Aleiacol
heum cânonededi scri
cionariedadeprocedi ment
al.
Mas, comosucedeem ger al
com adi scricionariedadeadmi nist
rati
v a, a
discri
cionariedadepr ocedimentalnãoconst it
uium poderl i
vredodi rei t
o.Assim
secompr eendeodi spostonoar t
igo115. º,n.º1, doCPA, ondeseest abel
ece
queaAdmi nist
raçãot em um deverdei nstrução, um deverdeav er
iguaçãoda
verdademat eri
al.Adeci sãofi
nalpodev er-
sei nquinadapordéf icedei nst
rução
sempr equeaAdmi nistr
açãonãocui dader eal
izartodasasdi li
gênci asquese
tornam necessár iasparav er
if
icaraexat idãodef act
oseapl icarcorret amenteo
direi
to.
Odeverdeaveriguaçãodet odososf act
osrel
evant
esem cadacasoé,em
pr
incí
pio,
inconcil
iávelcom umapr évi
aegenéri
cadefi
niçãot
axat
ivadosfact
os
aconsi
derarouaponder arnum deter
minadoti
podeprocedi
mento

a)Di
l
igênci
aspr
obat
óri
as
Ainstr
uçãoabrangeasdi li
gênci
asdesti
nadasaprovarf
actos.
Acabámosdev erqueoCPAat r
ibuiàAdminist
raçãoodeverdeaveri
guação.
Todav i
a,essedeverart
icula-
secom oónusdepr ovaqueconst
it
uiuma
expressãododev erger
al decooperaçãoi
nscri
tono60/1equeoar ti
go116.º
atr
ibuiaosinter
essados,sem prej
uízodo115/1.
Podeal i
áshav ersit
uaçõesem queointeressadotem odesignadomonopól io
daprov a,
namedi daem quesóeleest
ejaem condi çõesdepr ov arfactoscom
i
nteressepar aadecisão.Quandoassi
m suceda, equandoaAdmi nistração
enfr
entagr andesdifi
cul
dadesnaobtençãodepr ova,odeverdecol aboraçãodo
i
nteressadoassumeum pesoai ndamaispr eponderant
e.Veja-se, nestesenti
do,
oartigo117.º,n.º1,doCPA.Sobreafal
t adepr est
açãodepr ov asoar tigo119.º
.
b)Di
l
igênci
asconsul
ti
vasedepr
omoçãodepr
onúnci
asdeout
rasent
idades
Ai nstruçãodopr ocediment ocontatambém com umaf asedeconsul t
aede
diálogoent r
ev ári
osor ganismosdaAdmi nist
ração.Inúmerasdecisões
admi nistr
ati
vasconv ocam saberesqueseencont ram dispersosporv ári
os
setor esdaAdmi nistração.Ora,em situaçõesdest as,oórgãoprincipalpodet
er
aincumbênci adecoor denaçãodopr ocediment o,funci
onandocomo“ pontodo
cont acto”dointeressadoeencar regando- sedeaci onarosmecani smosde
consul taderelaci
onament ointer
admi nist
rati
vo.
Podesurgir
-nosaquium pr
ocedi
ment oadmi ni
str
ativocompl
exoousimples,
consoanteaquali
fi
caçãodaspronúnciasdosorganismosinst
adospeloórgão
pri
ncipal
.Nestesent
ido,
afasedeinstruçãodopr ocedi
mentoadmini
str
ati
vo
podeserum moment odepromoçãodenov osprocediment
osou,pel
o

80
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

contr
ári
o,derecol
hadeopini
õesedejuízosdeout
rosór
gãosqueoór
gão
pri
nci
palter
ádeconsider
arnasuadecisão.
Umaf igurajurí
dicaespeci alment erelev antenoâmbi todai nstruçãodeum
procedi ment osimpl eséopar ecer.Estepodedef i
nir-
secomooat ojur í
dicopelo
qual um ór gãoadmi nist
rativocom f unçõesconsul ti
vassepr onuncia, num
planot écnico,jurídicooudeboaadmi nistr
ação,sobreumadeci sãoem
prepar ação;tem subj acent eum j uí
zoopi nati
vooucr í
tico,
nãoconhecendoum
caráct erdecisório.Ospar ecer espodem serobr i
gatóri
osouf acultati
v os,
“consoant esej am ounãoexi gidosporl ei”(91/1CPA) .Masest ecr i
tériode
disti
nçãonãoser ev elacompr eensível:dev e,poi
s,entender-sequeopar eceré
facultativ
oouobr i
gat órioconsoant eoór gãoinstr
utordopr ocedi ment o“ possa”
ou“ dev a”soli
citá-loaoór gãoconsul ti
v o.Seopar ecerobrigat óri
onãof or
soli
citado, oatoadmi nistr
at i
v opadecer ádeum v í
ciorelat
ivoaopr ocedi mento.
Jáof actodeopar ecerseor denarcomof acult
ati
vonãol her etir
ar elevo
j
ur í
dico.
Ospar ecer esobr igatóriosqualifi
cam- secomov inculativosounão
vi
nculativos,“conf ormeasr espet i
vasconcl usõest enham ounãodeser
seguidaspel oór gãocompet entepar aadeci são”.Se, nost er mosdal ei ,o
parecerév i
ncul ativo,oór gãoconsul tivoacabapordet ermi narosent idoda
decisão,degr adando- seaposi çãodoór gãodecisor .Not e-se, noentant o,que
ospar eceres( total mente)v inculati
vosconst it
uem umar aridade.Embor a,um
casojár elati
v ament efrequent econsi st
aem al ei exigirqueumadeci são“ só
podeser ”adot adaset i
v erapoi onum par ecer:opar ecerr ev el
a-sev i
ncul ati
vo,
sefornegat ivooudesf av orável àautori
zação, masj ánãov inculati
vosef or
positi
voouf av oráv elàconcessãodaaut ori
zação.Est espar eceres,cuja
vi
nculativi
dadedependedosent i
dodasr espeti
vasconcl usões, dizem- se
pareceresconf ormes.
c) Conf
erênci
aspr
ocedi
ment
ais
Ar
ti
gos77.
ºa81.
º

d) Par
ti
cipaçãodei
nter
essadosnopr
ocedi
ment
o
Af asedei nstr
uçãodopr ocediment
oadmi ni
str
ati
voconsti
tuiomoment o
crucial
par aefeti
varosv aloresdapart
ici
paçãodosint
eressadosnaf or
mação
dasdeci sõesquel hesdizem respei
to(267.º
,n.
º5CRPe8. ºCPA),bem como
daadequadapar ti
cipaçãodosmesmosnodesempenhodaf unção
admi ni
strati
va(art
igo12. ºdoCPA) .
Adeli
mitaçãodocír
cul
odeint
eressadospara“
inter
vir
”noprocedi
mentosegue
ocri
tér
iodelegi
ti
midadepr
ocedi
ment al
para“i
nici
ar”opr
ocedimento:
art
igo
68.
º.

81
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

e)For
maçãoconsensual
i
zadadoat
oadmi
nist
rat
ivo
Aparti
cipaçãodosi nteressadosnopr ocedi mentoexprimeumanot ade
abert
uradosistemaadmi nistrati
voàconsi deraçãodosi nt
eresses,das
pret
ensõesedospont osdev istadospar t
iculares.Querdizer,oprocedi
mentoé
sededereal
izaçãodopr incípiodapr ossecuçãodoi nter
essepúbl i
coeda
prot
eçãodosdi reit
osei nter essesdosci dadãos( 4.ºdoCPA) ,bem comoo
moment oparaassegur araadequadapar t
icipaçãodosi nteressadosno
desempenhodaf unçãoadmi nistr
ati
va(arti
go7. º, n.
º1).
Ainstr
uçãodoprocedi
ment oconsti
tuiumaopor tuni
dadeparaa
const
ruçãodeconsensosentr
eosv ári
osinterv
enientese,em cer
toscasos,
paraumaconformaçãoconsensualdopróprioconteúdodoatoadmi ni
str
ati
vo
aprati
car.
Em casosdegr andecompl exidade,em cont
ext
osdedi scr
icionari
edade
admini
strati
va,
ai nstr
uçãodopr ocedi
mentopodet r
ansfor
mar -senumaarena
denegociaçãodadi scri
cionari
edade.Éocasodosacor dos
endoprocedi
ment ai
sdoar t
igo57.º,n.
º3.Aconclusãodopr ocedimento
mediantecontr
ato: ar
ti
go127. º.

23.
3–Audi
ênci
adosi
nter
essados
Nost ermosdalei,osint
eressadostêm odirei
todeserouvidosno
procedimentoantesdesert omadaadecisãof i
nal,
devendoserinformados,
nomeadament e,sobreosent i
doprováveldest
a–ar ti
go121.º,n.
º1.A
audiênciadosi
nteressadosconsti
tuimaisum instr
umentoder eal
izaçãodo
pri
ncípiodapart
icipaçãodosparti
cular
esnopr ocediment
oadmi ni
strati
vo
(12.
º )
.
Odir
eit
odeaudi
ênciacorrespondeassi
m aum dir
eitolegal
,conf
eri
do
porl
eiquenãodev
econfundi
r-secom odirei
tofundamentaldo267/5CRP.
Aaudi ênci
aser veparapermiti
raoi nteressadoi ntroduzi
relement osque
enri
queçam o“ pat
ri
móni ocognosciti
v odaAP” ,i
nst aur
andoum cont r
aditór
io
quev i
saamel horponderaçãodoi nteressepúbl icocom osi nt er
essesdos
i
nteressados.Nãopodeconst i
tui
rum si mulacrof ormal,devendoser
consideradaum t r
âmi t
esubstanci
al ,considerando- sesupérfluaaomi ssãode
audi
ênci anoscasosem queov í
cionãopr oduzaum danoef etiv
oaopr iv
adoou
umadef i
ciênci
adai nstr
uçãoprocediment al.
Result
aimpl
íci
todalei
queodirei
todeaudiênciaincidesobr
eum
pr
ojet
odedecisãoemboraestenãoseapresent
evinculati
voparaa
Admini
str
ação.
Confor
medecisãodoórgãoinst
rut
or,
aaudi
ênci
apodeserescr
it
aouor
ale
podereal
i
zar
-seporvi
deoconfer
ênci
a.
OCPApr
evêcasosdedi
spensadeaudi
ênci
adosi
nter
essados(
art
igo

82
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

124.
º).

a)Sequênci
a
Sem prej
uízodareal
i
zaçãodeeventuai
sdi l
igênci
ascomplement
aresque
semostrem conveni
ent
es(125.
º),
apósar eal
izaçãodaaudiênci
ao
pr
ocedimentosegueparaafasededecisão.
Nostermosdoar ti
go126. º,quandooresponsáv el
peladireçãoda
i
nstruçãonãof oroórgãocompet entepar aadecisãofi
nal,el
aboraráum
rel
atóri
onoqual indi
caopedi dodoi nter
essado,r
esumeocont eúdodo
procedimentoef or
mulaumapr opostadedecisão,sint
eti
zandoasr azõesde
factoededirei
toqueaj usti
fi
cam.
Nahipót
esedeainst
ruçãotersidodiri
gidapeloórgãocompet
ent
epar
aa
deci
sãofi
nal
,nãohálugaràelaboraçãodor el
atór
iofi
nal.

23.
4–Deci
são
Um moment ocruci
aldoprocedi
mentocoi ncidenatur
almentecom atomadada
decisãofi
nal,aprát
icadoatoadmi ni
str
ativo.Nostermosdoar t
igo155.
º,oat
o
consider
a-seprati
cadoquandosejaemi t
idaumadeci sãoquei
denti
fi
queo
autoreindiqueodestinat
ári
o,seforocasoeoobj etoaqueser ef
ereoseu
conteúdo.
Num cenár iodei nér ciadaAdmi nistr
ação, quecor respondeàomi ssãoda
práti
cadeum at oadmi ni
str
ativolegalmentedev ido,opr ocedi mentoficasem
decisãoeex t
ingue- sepel odecursodot empo( caduci dade) .Oi nter
essado
(r
equer ent e)poder á, noentanto,reagirpel
av iaj udicial,propondoumaação
admi nistrati
vaespeci aldecondenaçãodaAdmi nistr
açãoàpr áti
cadoat o
devido( quedev eserpr opostanopr azodeum anoacont ardof i
m dopr azo
paraemi ssãodoat odev i
do).Sóem casospar ti
cul ares, alei cri
aumaf i
cção
j
urídicaef azcorresponderai nérciadaAdmi nistraçãoàemi ssãodeum at o
positiv
o, dedef eriment odorequer i
ment o–sur geent ãoaf igur adoato( de
deferiment o)tácitoaqueser efereoar ti
go130. ºdoCPA.
Nassit
uaçõesmaiscomuns,aAdmini
str
açãopr
ati
caoat oadmini
str
ati
voe
tomaadecisãofi
naldopr
ocedi
mentodeformaexpressa.Quandoprati
cado
em f
ormaescrit
a,oatot
em decont
erasmençõesindicadasnoarti
go151.º.
Nahipótesedapr át
icadoat oporórgãosingular,nãoexist
e,em ter
mos
procedimentai
s,nenhumadi scipli
naaseguir.Masest andoem causaum ór gão
colegi
al,oatoadministr
ati
v oseráentãoum atocolegial,etor
na-senecessári
o
observarasregrasprocediment ai
squeregulam aformaçãodest acategori
ade
atos:21.ºa35.ºdoCPA.Fal a-seaquideum subprocedi mentocolegi
al.
Porout
rol
ado,
adeci
sãodopr
ocedi
ment
opodesersi
mpl
esouem coaut
ori
a,

83
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

consoant eaadoçãodamesmacai baaum únicoór gão(singularoucol


egial
)
ouàr euniãodedecl ar
açõesdedoi soumai sórgãos.Apesardesebasear
numaconv ergênci
adev ont ades,adecisãoem coautori
aconst it
uiumadecisão
unil
ateralenãoum cont rato.Nocont rat
o,aspartesproduzem um acordopara
produzirdirei
toseobrigaçõespar aelasmesmas( car
ácterrefl
exivo)
;noato
administrati
voem coautoria,oscoaut or
esacordam em adot arumadecisão
com oobj etiv
odepr oduzirefeit
osnaesf eraj
urí
dicadet er
ceiros(os
desti
nat ári
os).
Sabemosque, apesardedesencadeadoem v
ist
adapr oduçãodeum at
o
administ
rat
ivo,
opr ocedi
mentopodeacabarporconduzi
ràcelebr
açãodeum
contr
ato.
Nostermosdoar ti
go127.º,opr
ocedimentopodetambém ext
ingui
r-
seporum
contr
ato,quesubsti
tuioatoadmini
str
ati
vo:t
rat
a-sedeum contr
atocom obj
eto
passí
veldeatoadmi ni
str
ati
vo.

23.
5–I
ntegr
açãodeef
icáci
a
Oprocedimentoexti
ngue-sepel
atomadadadeci sãofi
nalouporqual
querout
ro
dosfactospr
evist
osnoCódi go(93.ºdoCPA).Todavi
a,ofact
odeoat oexi
sti
r
nomundoj ur
ídi
conãosi gni
fi
caqueestejaem condi
çõesdeproduzi
r
i
mediatamenteosseusef ei
tosj
urídi
cos.
Quandooat oadmi nist
rat
ivocomeçaaproduzirosseusefeitosdesdeadata
em queépraticado(155/1).Quandoassi
m suceda,oprocedimento
administ
rat
ivoterminaefeti
vamentecom atomadadadeci sãofinal
,com a
prát
icadoatoadmi nist
rati
vo.
Porém,háinúmeroscasos, em queoat oadmi ni
str
ati
voconheceumaef i
cácia
di
feri
da:oatoépr aticado,masnãof i
calogoaptoapr oduzi
rosseusefei
tos
j
urí
dicos(157.º
).Nest escasos, oprocedimentoproduzoato,masnãoproduz
um atoef
icaz.Parar eali
zarasuaf i
nali
dadeopr ocedimentotem depr
ossegui
r
com oobjeti
voder eunirosr equi
sit
ospr ocedi
mentaisdeproduçãodaefi
cácia
doatoadmi ni
str
ativo.Surge, ent
ão,afaseintegr
ati
vadeef i
cáci
a.
Nãoexisteumaassoci açãocompl etaentreascategori
asdoat o
administ
rati
vodeef i
cáciadifer
idaeexi st
ênci
adeumaf asepr ocedimentalde
i
ntegraçãodeef i
cácia.Com efeit
o, hácasosem queaef i
cáciadiferi
dadoat o
administ
rati
vonãor esult
adaexi stênci
adeumaf aseprocedi
ment alintegração
deefi
cácia:v.g.
,atosadmi ni
str
ativoscom condiçãosuspensivaoucom t ermo
i
nici
al–f al
a-se,nest
escasos, deat oscom efi
cáciacondici
onada( 157.º/1/b))
.

Afasedeint
egraçãodeef
icáci
areúneosatosjur
ídi
cosoumat eri
ais,
da
Admini
str
açãooudeparti
cular
es,cuj
aprát
icaserel
evai
ndispensávelpar
aque
oatoadmini
str
ativ
ocomeceapr oduzi
rosseusefei
tosj
urí
dicos.Aquise

84
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

i
ncl
uem:
a)Osat
osdecontr
olopr
eventi
vo(nasrel
açõesi
nter
admi
nist
rat
ivas)
,como
aapr
ovaçãoouvi
stoaconcederporum ór
gãodecont
rol
o.
NOTA:ocont rolopreventivoradicaem atosdei ntegr
açãodeef icáci
a:trata-se
deum cont r
oloprevent i
vo,masqueseef etivaem moment opost eri
oràpr ática
deum at oadministr
ativo(controlopreventi
voexpost ).Cont
udo, em muitas
si
tuações,aleiestabeleceum cont roloprevent
ivoprévioàprát
icadoat o
administr
ati
vo,exigi
ndoqueoór gãodecisorsolici
teumaaut or
izaçãopr éviaa
outr
oór gão(control
opr eventi
voexant e)
:aquioat odecontrol
onãoécondi ção
deeficáci
a,massi mr equisi
todeval idadedoat oadmi ni
str
ati
vopr i
ncipal.
b)Osat osdepubl i
cação,quandoest aseapresentaobrigatória(158.º/2)
:a
fal
tadepubl i
cidade,quandol egalmenteobrigatór
ia,
implicai nefi
cáciado
atoadmi ni
str
at i
vo.Omesmosedi gadanotifi
caçãodoat oao
“dest
inatár
io”:antesdanot i
ficaçãoaodest i
natári
o,oatoadmi nistr
ativ
o
nãopr oduzosseusef eitosjurídi
cos.Anotif
icaçãoé,pois, condiçãode
efi
cáciajur
ídicaobjeti
vadoat oparaorespetivodesti
natár i
o–não
assim quantoaout rosinter
essados( di
fer
ent esdodest i
nat ár
io),em
rel
açãoaosquai sanotifi
caçãoéapenascondi çãodeef icáciasubjetiva
oudeoponi bili
dade.
c)Osatosdecompl ementoexecuti
vo:em r
egr
a,aprát
icadest
esat
osdeve
ocor
rernum det
erminadoprazo,sobpenadecaduci
dadedadeci
sãoe
deexti
nçãodoprocedimento(133.º
/1).
d)Asatas(ouminut
asdeat
as)r
elat
ivasar
euni
õesdeór
gãoscol
egi
ais
(34.
º/6e150.
º/2)
.

24–Ef
icáci
aeexecuçãodoat
oadmi
nist
rat
ivo
Adi
sti
nçãot
eór
icaent
rev
ali
dadeeef
icáci
adosat
osadmi
nist
rat
ivos.
Val
idade–estarespeitaamoment
osintrí
nsecosdoato,dependedo
cumpriment
odor espetiv
opadr
ãonormati
vodef or
mação( i
stoé,seest
e
comportaounãov i
cio)edenot
aavi
tali
dadeouaptidãoparaproduzi
ref
eit
os.
Efi
cáci
a-esta,porsuavez,respei
taacir
cunst
ânciasextrí
nsecasdeque
dependaaoper at
ivi
dadeoupr oduçãoef
eti
vadosef ei
tosvisadospel
adeci
são.
I
ssosignifi
caque,desdelogo,háatosadmini
str
ativ
osv ali
dos,masnão
operat
ivos.´
Assi
m acont
ececom:
i
. Atosdeefi
cáci
adif
eri
da,porest
arem suj
eit
osat
ermoini
cial
,porf
orca
daleioudecl
ausul
aacessóri
aapostaaoatopel
orespet
ivoaut
or
i
i
. Osatosdeeficáci
acondici
onada,
poroseuprocedi
mentoincl
uiruma
fasei
ntegr
ati
vadaeficáci
aouporaproduçãodosefei
tosdoatos

85
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

dependerdav eri
ficaçãodeumacondi ção,quersetr
atedeuma
condição,querset ratedeumacondiçãolegaloudeumacl áusul
a
acessóri
acondicional apost
apeloautoraoato,ouaindacom osatos
cuj
aef i
cáciaseencont r
esuspensa,
sejaporefeit
osdeimpugnação,por
decisãojudi
cialcaut el
aroupordeci
sãoadmi ni
str
ati
va.
i
i
i. Porsuav ez, háat osinváli
dosquesãopr odut or
esdeef eit
os.Porum
l
ado, osatospor tadoresdev í
ciosqueost ornem apenasanul ávei
stem
efi
cáciaprov isoria,queset or
namesmodef init
iva,casoset ornem
i
nsuscetíveisdei mpugnaçãoj udicial
,pordecursodopr azor espeti
vo;
poroutrolado, embor asoexcecionalment epodem serr econhecidos
efei
tosput ati
v osaosat osnulos, dandorelevojurídicoasi t
uaçõesde
fact
oporel ecr i
adasper anteodecur sodot empo, com fundament oem
pri
ncípi
osj urídicosger i
as,comoopr incí
piodapr ot eçãoedaconf i
ança
l
egíti
maouopr incí
piodapr oporcionali
dade.

Atosdeeficáci
ainstant
ânea:osseusefei
tosesgot
am nomoment oem euse
tor
nam efi
cazes-aiseconclui
ndotambém cert
osatosquedãoorigem a
sit
uaçõesduradouras.Comoacontececom osatosext
int
ivosecom aquel
es
quecriam st
atus.
Atoscom ef i
cáciadur adoura:cr
iam esustentam rel
açõesdet rastosucessiv
o”
entreaadmi nist
raçãoeospar ti
cul
ares-estetipodeatossuscita, como
veremos, pr
oblemasespecí f
icosem funçãodasv ici
ssit
udesdot empo,tendo
em contaque, durantear espeti
vavi
gência,podehav eralt
eraçõesdas
cir
cunstânciasdef acto,dasnormasapl i
cáveisoudaconceçãoadmi ni
strat
iva
doi nt
eressepublico,queper mit
am oudet er
mi nem asuamodi ficação,
anulaçãoour evogaçãoouaut onomiadecisória.

I
níci
odeef
icáci
a
Acontagem dosefei
tosreport
a-se,
em regr
a,ouaomoment
oem quese
desencadeiaaefi
cácia(exnunc)ouentãoaomomentoconst
it
uti
vodoat
o(ex
tunc)
.
Aretroativ
idadepropri
ament editaver
if
ica-
sequandoal eiouoórgãodeci
sor
determinam apr oduçãodosef ei
tosdeum atoscont ardeum moment o
anteri
oràr espeti
vaconsti
tuição–noscasosder etr
ospeti
vi
dadeou
ret
roati
v i
dadeinautênti
ca,determina-
seaaplicaçãodoatoasituações
duradourasjáconst i
tuí
das.
Retrodat
ação-quesev er
if
icam noscasosem queoat oéprat
icadoem
moment oconstit
uti
vodeslocadonot empo,concretamente,
quandoosef ei
tos
deum atosãor epor
tadosaumadat apassada,porqueessesdev i
am tersi
do
produzi
dos,porimposiçãolegal
,em moment oanterioraodasuapr át
icaef
eti
va.

86
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

Retr
otr
ação-acontecenoscasosdeeficáciaextunc,sempr
equeosefei
tosde
um atosereport
em natur
almenteounecessariamenteaum momentoanter
ior
,
comoacont ececomoosef ei
tosdasdecisõesdeanulaçãoou0desançãode
outr
oato.
Asr
egr
assobr
eacont
agem daef
icáci
anoCPA(
art
igo127ºa132)
.
OCódigoest abel
ecear egr
ageraldaeficáci
aexnunc: osef
eit
os
produzem. sedesdeadat aem queforprati
cado(arti
go127º)
,admi t
indo,no
entanto,vári
asexceções,quequali
fi
cacomosi tuaçõesdeefi
cáciaretroat
iva”
(art
igo128º )edeeficáci
adifer
ida(
arti
go129),em termosquemer ecem uma
clar
ifi
caçãocr i
ti
ca.
Alei aum pr
consagr i
nci
piof
eraldenãoret
roat
ivi
dadedosat
os
admini
str
ati
vos,com al
gumaslimit
ações.
Exceções,
em quear
etr
oat
ivi
dader
esul
tadal
ei:

 At
osmer
ament
eint
erpr
etat
ivos

 At
osdesent
ençasanul
atór
ias(
desdequenãosej
am r
enov
ador
asdo
at
oanul
ado)
Exi
stem casosem quear et
roati
vi
dadeépermi
ti
damasquenãor esul
tadalei
,
masem queessaper missãosurgedofact
odesebasear
em em atos
i
ntei
ramentefavoráv
eis,
bem comonoscasosespeci
aisdeatosexti
nti
vosou
nocontextoderecur
sohierárqui
co.
Por
quêaopçãoporest
asol
uçãol
egal
?
Ar etroativ
idadei mpli
caaaf et
açãodeposi çõesjurí
dicasjáconstit
uídase
est
áv eis,bem v i
stasascoisas,aleisóadmi tearetr
oativi
dadeem casodeat os
maisf avoráveis,desdequeadeci sãopudesseserv ali
dament etomadacom o
mesmocont eúdonessemoment oanter
ioraosqual osefeit
ossãor eport
ado,
j
ustament eporqueai nãoháof ensadedi r
eitosouposiçõesjurí
dicasdos
par
ticulares,nem umai legal
idadesubstancial.
Mesmonosmoment osem qual eiatri
bui expressament eapossibil
idadede
retr
oati
vidadedosatosadmi nist
rati
vos, estatem deserf undamentadanão
podendoporem causadi rei
tosadqui r
idos( salvoem casodeexpr opr i
açãoou
sacri

ciolegit
imodedi r
eit
os,com adev idaindemni zação),
nem princípi
os
fundament ai
s,sobpenadei nconsti
tucionalidade.
Atenção,aleiem ger alr
efere.
seaumaef icáci
adif
erida,sóhavendolugar
verdadeiramenteadi feri
ment odaef i
cácianahipót
esedeoat odependerdo
termoi ni
cial
(“distosuspensivo”).Nasrestanteshi
pótesesaef i
cáci
aesta
condicionadaàapr ov
açãodoat o,ouàv eri
fi
caçãodedet ermi
nadacondição,
sendoqueadeci sãoproduziráosseusef eit
osnomoment oem quesev eri
fi
ca
of actocondici
onant eouent ãoreporta-
losaomoment oconsti
tuti
vodoato.
Aef
icáci
adosat
osésempr
edi
fer
idapor
quedependedasuanot
if
icaçãoaos

87
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

desti
natári
os-dadoqueosefeit
osdesfav
or áveissolhesãooponí
vei
saposa
noti
ficação–mesmoqueoat ossej
am sujeitosapublicação,
aoi
nvésdoque
parecesurgir“
acontr
ári
osensu”oprecei
tol egal(ar
t.
132º )
.

 Atenção,aef
icáci
adeum atopodesersimult
aneamentecondi
cionada
quantoaodesencadearaef
icáci
a,sedependent
edetrâmit
eint
egr at
ivo
daeficáci
aoudecláusul
aacessóri
a

 Retr
oat
ivaquant
oaor
epor
teouàcont
agem dapr
oduçãodosef
eit
os,
porout
ro.

Execuçãodoat
oadmi
nist
rat
ivo
Ent
renos, aexecut
ori
edadefoi
duranteal
gum tempoconcebi
dacomo
requi
sitodaimpugnabili
dadei
mediatadosatosadmini
str
ati
vos(ter
iam deser
“defi
nit
ivoseexecutóri
os),
nafor
mulaçãodeMar cel
l
oCaetano)-umaposição
hojejáultr
apassada.
I
mperativ
idade-obri
gat
ori
edadedecor
rentedopoderdeconsti
tui
çãouni
lat
eral
deef
eitosjurí
dicosnaesf
eradospart
icul
ares,
car
acter
íst
icadequal
querato
admi
nistrat
ivo
Execut
ori
edade-poderdeexecuçãocoat
ivapormei
ospr
ópr
ios,
sem
necessidadedemandat ojudicial
,dasprópriasdecisõesadmi ni
str
ativ
as,
quali
dadequesót em sent
idopar adet
ermi nadosti
posdeat os(osquesejam
exequívei
s)equehoj esóem t ermosli
mi tadoséadmi ssível
.Estesatossão
aquelesquenecessi t
am ouadmi tem maat ivi
dadeadmi ni
strati
vadeexecução
daproduçãodosef ei
tosvi
sados; osatosnãoex equívei
s,pelocontrari
o,são
capazesdepr oduzirporsipr
ópr i
ososef eit
osv i
sados,sem necessidadeou
admissibil
i
dadedeexecução-comoacont ececom osat osnegat i
vos,com os
atosrel
ativosastatusecom gr andepartedosat osfavoráveis.
 Aexecut i
vi
dadedi zrespeit
oaf unçãotitul
ador
adoat oecorrespondeà
capacidadedebasearout i
tul
arumaexecuçãosem necessi dadeda
pronunciadeout r
opoderqual i
dadetípicadestesat
os)quenãoseconf unde
com aex ecutor
iedade,jáquesemani festatambém noscasosem quea
execuçãoéf eit
apelot r
ibunal
oupormandat ojudi
cial
.

 Aexecut
ori
edadeem sent
idoestr
it
odeveserent
endidacomoaquali
dade
deal
gunsatosadmi
nistr
atri
vosconst
it
uti
vosdeobr
igaçõesoudev
eresque,

88
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

em deter
minadascir
cunstanci
as, possi
bil
i
taàAdmini
str
acaoasua
execuçãocoati
vasem necessidadedemandatojudi
cial
,quandops
part
icul
aresnãocumpram voluntari
amenteosdever
esimpostosporesses
mesmosat os.

 Pri
ncipi
odeexecutor
iedadeenquantoregr
adafor
cajur
idi
cadosatos
suscetí
vei
sdeexecuçãocoati
va.Atualment
eaexecut
ori
edadenãodeve
val
ercomoprincí
piogeraldeexecução:

 Num planodoutr
inári
o,defende-
seeuoalargamentodainter
venção
admini
strat
ivanavidadospr i
vadosnãoécompat í
velcom a
manutençãodopr i
ncípi
o,sobpenadet ot
alsubj
ugaçãoos
par
ti
culares

 Num planonormat i
vo,entende-sequeaexecuçãocoer civaélegi
ti
ma
em sit
uaçõesdeur gênciadev i
dament efundament ada( quandoa
demorasepr oveinequivocament eprej
udicialparaointeresse
publi
co),ounoscasospr evistoexpressaoui nequivocament enalei
.
Execuçãoque,ali
ás,salvour gênci
ajustif
icada,sodev eri
aser
admiti
dadepoisepassadoum det er
mi nadopr azomínimo.
Oar t
igo149ºdoCPApar ecedeter
mi nar
,nonúmer o1,um pr
incí
piogeralde
executoriedadedet odososat osadminist
rat
ivos,desdequeefi
cazes,mas,no
numer o2, reconheceimpli
citamentequeopr oblemadaexecuçãocoativada
admi ni
straçãosósepoer elati
vamenteaosatosquei mponham obri
gaçõesou
estabeleçam limit
açõese, noarti
go150º ,
consideracomonãoexecutóri
osos
atosquenãosãoef i
cazes.

Estepr
incí
pioger
aldeexecuçãocoat
ivadosat
os,
mesmonost
ermos
enunci
adosnoCPA.,nãovale:

 Atosqueimponham odeverdeef et
uarprestaçõespecuni
ári
as,
quesãoexecutadosnostri
bunaistr
ibutár
ios,em pr
ocessosde
execuçãof
iscal(
art
igo149º,nº3ear t
.155º)

 Paraosat osquei mponham obri


gaçõespositi
vasdeprestaçãode
factoinf
ungível ,namedidaem quealeiconsider
anecessáriaa
respeti
vaprev isãolegalexpr
essa(“
exceçãodel i
ber
dade)157º ,
nº3),queset em admi ti
do,desi
gnadamente,quandohaj
adev eres
desupor t
ar(v acinação,i
nter
namento)eem casosdedet enção,
deslocação,expul sãodepessoas.
Lembrese,porf
im,queestali
mit
açãodaexecutori
edadeadmini
strat
ivav
ale
apenasparaasimposi
çõesfeit
asporactosadmini
str
ati
vose,porisso,
nãoé
apli
cável
àadopçãodemedi daspol
ici
aisdecoacçãodir
ecta,
dir
igi
dasà

89
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

execuçãodeobr i
gaçõesdecorrentesdir
ectamentedal
ei,comoest á
expressamenteafi
rmadonoar tigo175.º,
n.º2.Essasmedidas,dest i
nadasa
preveniroper
igoouaev it
aracont i
nuaçãoouconsumaçãodoi ncumpriment
o
dalei,ser
ãoem regrasusceptí
veisdeexecuçãocoacti
va,com respei
topelos
pri
ncípiosdapropor
cional
idade,talcomodeterminao272.º,n.
º2, da
Constitui
ção.

5.
10.Opr
ocedi
ment
odeexecuçãoeasgar
ant
iasdospar
ti
cul
ares
OCPAr egul
acom densi
dadenormati
va,
em termosgenéri
cosesem pr
ejuízo
denor
masespeci
ais,oprocedi
mentodeexecuçãodeactosadmi
nist
rat
ivos:
a)Impõeapr áti
capr
évi
adoatoexequendo(
art
igo177.
º,n.
º1),
com a
consequenteinadmi
ssi
bil
i
dadededeci
sõesi
mplíci
tas(
quandodesf
avor
ávei
se
exequí
veis)
;
b)Salvoem estadodenecessidade,tem dehaverumadecisãoautónoma,
devi
dament efundamentada,deprocederàexecução,det
erminandooconteúdo
eost er
mosdest a(ar
ti
go177. º,
n.º2);c)adeci
sãodeexecut ardeveser
noti
fi
cada,autonomament eouconjuntamentecom anotif
icaçãodoacto
exequendo,com acominaçãodeum pr azor
azoávelpar
aocumpr i
mentoda
obri
gação(arti
go177.º,
n.ºs3e4) ;
d)Admiteafi
xaçãodesançõespecuni
ári
as,
quandoaobr
igaçãoéde
prest
açãodefact
o(ar
ti
go181.º)
;
e)Prescr
eveeasseguraorespei
to,
em todasassituações,
pelospri
ncípiosda
adequação,danecessi
dadeedaproporci
onal
idadenaescolhadomodode
execuçãocoerci
va(cfr
.ar
ti
go266.º
,n.º2daConstitui
çãoeartigos178.ºdo
CPA);
f)Est
abel
eceasgar
anti
asdosexecutados,designadamentedei
mpugnação
admini
str
ati
vaedeacessoaosmeioscontenciosos(art
igo182.
º).

5.
11.Modal
idadesdeexecuçãocoact
iva
Aexecuçãocoact iva,em casodei ncumpr imentov oluntár i
o, variaconfor meos
diversost i
posdedev eresimpost osaospar ticulares, quepodem serde
prestaçãopecuni ári
a, depr estaçãodecoi sacert aoudepr estaçãodef acto
(deverdef azer,denãof azeroudesupor tar
),quepodeserf ungí velou
i
nf ungívelouaindador espei t
oporacçõesouomi ssõesi mpost asporact os
(arti
gos175. º,n.
º1, e179. ºa181. ºdoCPA) .Édesal ient arapossi bil
i
dadedeo
i
ncumpr imentodeumapr est açãodef actofungív eldarl ugaraumaexecução
depr estaçãopecuni ária(seaAdmi ni
st r
açãoopt arporr eal izaraexecuçãoem
viasubst i
tuti
va,dir
ect ament eoupori ntermédiodet er ceiro, àcust ado
execut ado),bem comoaci rcunstânciadeoi ncumpr i
ment odeumaobr igação
depr estaçãodef actonegat iva(deverdenãof azer ),que, em si ,nãoésuscet í
vel

90
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

degerarumaexecução,podergerarumaobr
igaçãoder
epr
ist
inaçãoea
cor
respondent
eexecuçãocoactiv
a.
25–Requi
sit
osdev
ali
dadeei
nval
idadedoat
oadmi
nist
rat
ivo

I
ntr
odução
Mári
oAr osodeAl meida, f
undament alment eapar ti
rdon. º2doarti
go155.º ,
i
soladament eouconj ugadocom oar ti
go151. º,sobreasmençõesobr igatór
ias
quedev em constardoact o,oucom oar t
igo148. º,r
elat
ivoaoconceit
odeact o
administr
ativodef endequeum act oadmi nistr
ativ
onãoexi ste(i
nexi
stênciade
actoadmi nistr
ati
v o)seumadecl aração(decisão)nãopuderserr eportadaaum
autordevidament eidentif
icadoounãocont i
verum cont eúdoe,ai
ndaquede
formaadjuv ante,quandonãoi ndi
que( nãoident i
fi
que)oobj ect
oaquesedi r
ige
ouodest inatári
o.Cont udo,seest eselement ossãoconst it
uti
vosdopr ópr
io
conceit
odeact onãonospar ecequeasi stemát i
cadonov oCPAt r
aduzaa
constr
uçãodoAut or.
Defacto,
nasistemát
icadonovoCPA,oregimedoar t
igo155.
ºinscrev
e-seno
“t
ema”dedicadoàefi
cáciadoactoadmi
nist
rat
ivo,oque,sóporsi,
permite
subent
enderquejáexist
eum act
oadminist
rat
ivo.Mas,comoquerqueseja,
paraasnotasqueseseguem vamosdarcomoassenteaexistênci
adeum acto
admini
str
ativ
o.

Anul
idade
1.Opr i
ncípi
odataxati
vi
dadedascausasdenul idadeea
eli
minaçãodacláusulageraldon.º1doart
igo133.ºdoCPA
revogado:aant
inomia(int
ra)si
stemáti
cadonov oCPA
Sãonulososatospar
aosquai
sal
eicomi
neexpr
essament
eessaf
ormade
i
nval
idade”(
161/1)
.
Sebem entendemos, aconj ugaçãodaquel asdi sposições( 155, 151e148)
pressupõeumaequi valênciamat eri
alef unci onalentreelement osessenciaise
el
ement osestr
ut urai
sdoact oadmi nistrati
v o.Efect
ivament e, quandosej a
emi t
idaumadeci sãoquei dent i
fi
queoaut orei ndi
queodest inat ár
io,seforo
caso, eoobj
ectoaqueser efereoseucont eúdo(n.º2doar tigo155. º),
estaremosanteum act oadmi ni
st r
ati
v oporcont ertodosecadaum dosseus
el
ement osquali
ficativ
ose, portanto,est ruturai
s:umaest atuição( decisão)
;um
sujei
to(oórgãoaut ordessadeci são)
; um obj ecto(medi atoei mediato);euma
decisãoque,naturalment e,há-deserpr ecedi dadeum r itualformat iv
o, mais
si
mpl esoumai scompl exo( opr ocediment o,quepodeserobr igatóri
oou

91
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

facul
tati
vo)equeterádeseradopt
adasegundoum cert
omodoqueal
ei
prescrev
a(aforma,quepodeseroral
,escr
it
a,gest
ual
…).
Ora,seassim é,então,nalógicadol egislador,acitadapri
meirapart
edon. º1
doar t
igo133.ºdoCPA, aoreferi
r-sea“ qualquerdosel ementosessenci
ais”do
actoadminist
rativ
oser i
a,aest epr opósito,redundantee,comotal,
sempre
geradoradeinsegurançaei ncertezajurídica.Consequentemente,f
eit
aesta
equaçãoimpor -
se-i
acomol ógica, mesmonopl anodogmát i
co,asua
el
iminação.
Mas, nãosendosegur oqueassi m sej
aenãoobst ante,
reconhecemo-l
o, a
ambi guidadequeasemânt icater
mi nol
ógi cadacit
adacláusulasemprepoderi
a
suscitar,ent
endemosqueol egi
sladorarrepioucaminho,noplanoprát
icoeno
planodaconst ruçãoteorét
icadainvali
dadedoact oadmi nist
rat
ivo,
aoadoptar
umaper speti
vanormativ
istaetaxati
vadascausasdenul idadedoacto
admi nistr
ati
vo.Dorav
ante,um actoadmi nistr
ati
vosóseránul osealeiassi
m
expressament eodeterminar.
Estaopçãodolegi
slador,
num Códi
goqueassumeum car
izestr
utur
ant
ede
todooDirei
toAdminist
rati
vonãodei
xa,
nomínimo,
deserdiscut
ível
:
1.Noplanoprát
ico-j
urí
dico:apr
evisãol
egaldenovassit
uaçõesde
i
mplicaanecessári
arev i
sãodoCódigo,
oquenãof avorecea
est
abil
idadei
nerenteaum “documentonormati
vo”com tal
qual
idade.
2.Aindaqueasf ortesrazõesj usti
fi
cati
vasdaopçãor esi
dam na
i
dent i
fi
caçãohi stóri
cadasnul i
dadestípi
caseem r azõesde
segurançaecer t
ezaj urí
dica,éduvidosoque, numaadequada
ponderação,taisjustifi
caçõessuper em,nopl anoprospeti
vo,
as
dimensõesaxi ológicasdoDi r
eit
o,parti
cular
ment edoDirei
to
Admi ni
strat
ivodonossoTempo, cujapermanent emutaçãoe
globali
zaçãoser ev el
acadav ezmai sint
ensaeext ensa.
3.Devem ser“consideradosnulospornaturezaaquelesact
osque
sofr
am deum v í
cioespeci al
mentegrave,aval
i
adoem concreto
em funçãodascar acterí
sti
casessenci
aisdecadat i
podeacto”.
Ist
o,porquese“v i
saagar anti
adev al
orescomunitári
ose
i
nteressessubstanti
v osimport
antes”
.

Ora, seéest eoplanodosf undament osaxiológicosjust if


icantesdeuma
sançãomai sgr
avepar aasdecisõesadmi nistr
ativas,nãov emoscomoéque
umat al di
mensãopossadogmat icamentef i
cardef i
niti
v ament eestabi
li
zadaou
eterniz adaem opçõesprescri
ti
vo-normativasdet ipotaxat ivo.Sendocertoque
osv al oresdasegurançaedacer tezajur
ídicanãosai riam pr ej
udicados,quando
outrosv al
oresdoDirei
toAdmi ni
strat
ivovenham aapoi arouexi gi
rsoluções
i
nv alidantesdedecisõesadministrat
ivasquenãosecompadeçam com amer a

92
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

anul
abi
l
idadedel
as.
Ali
ás,nasist
emáticadopr óprioCPApodem descor t
inar-
sedoi scasosem que
ésugeridaaabert
uraànul idade,nãoobstant
eessescasosnãot enham uma
i
medi ataeexpr
essasubsunçãoàscausasdenul i
dadeexpr essament e
ti
pif
icadasnoseuar t
igo161. º
.Noar ti
go8.º,
dedicadoaos“ Princí
piosda
j
ustiçaedarazoabil
idade”estabelece-
sequea“ Admi ni
str
açãoPúbl icadeve
tr
atardeformajustatodosaquel esquecom elaentrem em relação,erej
eit
ar
assoluçõesmanifest
amentedesrazoávei
soui ncompatí
vei
scom aidei
ade
Dir
eit
o,nomeadament eem matér
iadei nt
erpret
açãodasnormasjur
ídi
case
dasvaloraçõespr
ópri
asdoexercí
ciodaf unçãoadminist
rat
iva”
.
Nopl anohi pot éti
co, nãopode, deantemão, exclui
r -
seapossi bil
i
dadedeos
decisorespúbl i
cosnãoobt erem soluçõesedeci sõesi ncompat í
vei
scom aquel a
i
deiadeDi reito.Em si tuaçõesdest egéner opr ovav el
ment eni nguém duv idará
queosv al
or esdal egalidadedoEst adodeDi rei
toDemocr áticoedaj usti
ça
deverãopr ev alecersobr eacer t
ezaeasegur ançaj urí
dicaequeodesv alor
éti
co-jurí
dicodeumat al decisãodev er
ámer ecerumasançãomai ssev eraque
amer aanul abili
dade.Or a,seaconcr etasituaçãopr efi
guradanãof or
subsumí vel aumadascausasexpr essasdenul i
dadet ipi
ficadasnor eferido
arti
godoCPAe, nãopodendoserqual if
icada, porf orçadoj ámenci onado
regi
medest eCódi go, comoumal acunal egal,sór estaráreconduzi-la,aindaque
i
nadequadament e,aor egimeger aldaanul abi l
idadedon. º1doar t
igo163. º
.
Umaout rasit
uaçãopoder áequacionar-
senaal neaa)don.
í º4doar t
igo168.º.
Seest e“arti

ciofraudul ento”consti
tui
rousef ordet ermi nadopel aprát
icade
um cr i
me, est
aremosem f acedeumasi t
uaçãot í
picadenul idade,asubsumi r
naalíneac)don. º2doar t
igo161.ºenão, por
tanto,nor egi medaanul abil
idade.
Contudo, o“arti

ciofraudul ento”,
aindaquenão“ const ituaou( não)seja
determinadopel apráticadeum cr i
me”,pode,noent anto, r
evelar-
sedet almodo
ostensivoeof ensivodal egali
dadedoEst adodeDi reitoDemocr áti
coedos
val
or esdoDi rei
toAdmi nistrat
ivoqueasançãoeor egimedamer a
anulabil
idadeser evel
ei napr opri
ado.

Ref
erênci
aaos“
nov
oscasos”denul
idade
Asdi
ver
sasalí
neasdon.º2doarti
go161.ºacol
hem ascausasdenul
idadeque
j
áseencont
ravam pr
evi
stasnoCPArevogado,masadiant
am-seagor
aoutras,
quej
ávi
nham sendosugeri
daspel
adoutri
na:
1.Osatoscuj
oobj
etoouconteúdosej
aimpossív
el,
ini
ntel
i
gív
elou
const
iuaousej
t adeter
minadopelaprát
icadeum cr
ime;
2.Osatospr at
icadoscom desviodepoderparafi
nsdeinter
essepr ivado:
compreende-seintui
ti
vamente,nãoapenasporqueaAdmi ni
stração
Públ
icavisaapr ossecuçãodointer
essepúbl
icoepor,noexercíci
odas
suasfunções,ost r
abalhador
esdaAdmi ni
str
açãoPúbli
caedemai s

93
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

agentesdoEstadoeout rasenti
dadespúbl icasest
arem exclusi
vamente
aoserviçodoint
eressepúbl i
co(266.º/1e269. º
/1CRP),massobr etudo
porsetercomoi ndecl
inav el
menteintol
erávelqueum decisorpúbli
co
façausodepoder espúblicosparaasat i
sfaçãodeinter
essespr i
vados,
l
ícit
osoui l
í
cit
os,pessoaisoudet erceir
os;
3.Osat
ospr
atcadossobcoaçãof
i ísi
caoumor
al;
4.Osat oscer
ti
fi
cati
vosdef actosinverídi
cosoui nexist
ent
es:i
ncluem-se
aquiosactosadmi ni
str
ati
vosquet enham porobj ect
oaveri
fi
caçãode
pressupost
oslegalmenteestabelecidosdatitul
aridadeeexer
cíciodeum
di
reito,
porconsti
tuír
em veri
fi
caçõesconst it
utivas;
5.Osat osquecr i
em obr i
gaçõespecuni áriasnãopr evi
stasnal ei:no
âmbi tode“ obrigaçõespecuni ári
as”caber ãotodasasdeci sõesda
Admi nist
raçãoquei mponham obr i
gaçõesdepagament oaos
parti
culares,incluindomul t
asoucoimas.Porout rol
ado, aexi gênciade
basel egal(“nãopr ev i
stasnalei“
)há-deseri nterpret
adadeacor docom
oscânonesj urídico-constit
uci
onais(pr inci
piodal egali
dade) .A
densidadeoudet erminabi l
i
dadelegal das“ obrigaçõespecuni árias”há-
de
vari
arconsoant easmat éri
asespecifi
cament eem causa, pel oqueser a
mai sexigenteem mat éri
adecr i
açãodeobr i
gaçõespecuni árias
tecnicament ereconduz ívei
saimpost os, doqueem mat éri
adet axase
demai scont ri
buiçõesf i
nancei
rasaf av ordasent i
dadespúbl icas;
6.Osat osprat i
cados, sal
voem estadodenecessi dade,com preteri
ção
totaldoprocedi ment ol
egalmenteexi
gido:incl
ui osactosquenãosej am
precedidosdopr ocedimentolegal
mentev i
nculadoouobr igatóri
o,por
queest abelecidonum di pl
omacom ov alorfor
mal delei
,mast ambém
quandoapr eteri
çãot otalt
enhaporobj
ect oum pr ocedimentoquea
Admi ni
straçãoset enhaauto-
impostoaobser varatravésderegulamento.
Porúlt
imo, regist
e-seaeli
mi naçãodaal neai
í )don. º2doCPAr evogado,que
deter
mi navaa( automáti
ca)nul dadedos“
i actosconsequent esdeact os
administr
ativosanteri
orment eanuladosour evogados,desdequenãohaj a
contr
a-inter
essadoscom i nteresselegí
ti
monamanut ençãodoact o
consequente” .A“t
eoriadosact osconsequent es”fazagorapar t
edor egi
me
1
dasconsequênci asdaanul açãoadmi ni
strat
iva( ar
tigo172.º
), seguindo-
seum
caminhodehar monizaçãocom or egi
medaanul açãojudici
al(art
igos173.ºe
ssCPTA) .
(
cont
inuaçãol
i
cini
o)
26–Rev
ogaçãoeanul
açãodoat
oadmi
nist
rat
ivo
Osactosadmini
str
ati
vosi
nvál
i
dospodem serobj
ect
ode"r
evi
são"
admi
nist
rat
iva,
ist
oé,deumareapr
eci
açãonegati
vaoudi
ver
gent
e,pel
o231

94
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

próprioautorouporórgãodotadodecompet ênciabast
ante,daqualpode
result
araconv ali
daçãodoacto(porrati
fi
cação,ref
ormaeconv er
são)ouentão
asuai nvali
dação.Vamosconsideraragoraestaúlt
imahipót
ese,quesepode
traduzirnadeclar
açãodenuli
dadeounaanul açãoadmi
nistr
ati
vadeactos.
9.
1.Adecl
araçãodenul
i
dadedosact
os
9.
1.1.Or
egi
meapl
i
cável
Tr
adi
cionalmente,anuli
dadedosact osadmi ni
strativoserainv
ocáv el
,atodoo
tempo,porqualquerint
eressadoepodi aserdeclarada, t
ambém at odootempo,
porqualquertr
ibunalouórgãoadmi ni
strat
ivo.Part
iasedopr i
ncípi
odequeo
actonul
oer aabsolutamenteimproduti
voedequet aldeclar
açãonãoser i
a
maisdoqueor econheci
ment odeumaev i
dênciajurídi
caem casosr aros.
Porisso, f
or am seadmi t
indoalgumascompr essõesnoquer espeitaao
regimel egal danul i
dade–par aalém desepr everai mpugnaçãoj udicialea
suspensãodaef icáciadeact osnul os( f
alaseapr opósit
odos“ ef
eitosf ormai
s”
doact onul o,decor r
ent esdasuaapt idãoparaencer r
aropr ocediment o) ,
reconhecer am seef eitosput at
ivosasi tuaçõesdef actocri
adasporact osnul
os
porconsi deraçãodepr incípi
osjurídicos.Esobr etudo,aoní veldadout rina,
mani festouseodesconf ortodeboapar t
edosaut oresperanteum r egimeque
ser evelavatãor í
gidoet ãoinsensível àconsideraçãodar ealidadeedos
valoresei nteressesem j ogo.
Assi
m,porexempl
o:
a)nãodev er
iaseradmissí
veladeclaraçãodenul
i
dadeporqualquerór
gão
administ
rati
voouqualquertr
ibunal
,talcomonãodever
iaseradmiti
dasempr
ea
decl
araçãodenulidadeatodoot empo;
b)anuli
dadedeveri
asersuscept
ível
deconv
ali
daçãoem det
ermi
nadoscasose,
sempre,deconv
ersão(expr
essa)
;
c)osagentesadmi ni
strati
vosnãoteri
am odev erdedesobedecer(ounão
poderi
am desobedecer)aordensnulasoubaseadasem act osnulos,
anãoser
queimpli
cassem apráticadeum cri
me( ouporv entur
aaofensadoconteúdo
essenci
aldeum direi
tofundamentaldocidadão) .

Ar
evi
sãodoCPAem 2015v
eioaoencont
rodeal
gumasdest
aspr
eocupações:
a)rest
ri
ngi
uoâmbit
odeaplicaçãodoregi
medanul i
dade,
aoi
mporuma
pr
escri
çãol
egal
expr
essadesset i
podeinv
ali
dade;
b)tev eem contaadiferençaentr
eadeclaraçãof ormal eoconhecimentoda
nuli
dade:seéadmi ssível,
em pri
ncípi
o,acompet ênci adequal
querórgãooude
qualquertri
bunalparaconhecimentodanulidade( econsequentedesapl
icação
doact o)
,jásóosór gãosadmi ni
str
ati
voscompet ent espar
aadeci sãoouos
tr
ibunaisadminist
rati
vospodem procederàdeclar açãodanulidadedeum acto

95
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

admi
nist
rat
ivo.
c)admit
iu,v
er i
fi
cadosospr
essupost
osr
espect
ivos,
aref
ormaeaconv
ersão
deactosnulos;
d)clarif
icouealargouapossibi
l
idadedeatr
ibuiçãodeef ei
tosjurí
dicosa
si
tuaçõesdef actodecorrent
esdeactosnulos,queantessel i
mitavaàs
hi
pót esesdedecur sodotempo,associ
adoapr incí
piosgerai
sdedi rei
to(oque
permi t
iuumainterpret
açãorest
ri
ti
vadajuri
sprudência,queli
mi t
avaoal cance
dopr eceit
oàssituaçõesdeusucapião)
.
Aindaassi m,or egimedei mpr odut iv
idadet otaledeinvocaçãoper pétuada
nuli
dadenãodei xadeserespeci alment er ígido,sendosuscept íveldeaf ectar
desraz oav el
ment einteressesdi gnosdepr otecçãojurí
dica.Porexempl o, t
alvez
nãodev esseadmi ti
rseadecl araçãodenul i
dadedeact osf avoráveisat odoo
tempo, masapenasnum pr azor azoáv el,cont adodoconheci ment odov ício,
dentrodeum l i
mi temáxi mo, emedi dot ambém em f unçãodaboaf édo
parti
cul arbenefi
ci ado.Tal comodev eriarecusarseoul i
mitarseem cer tas
hipótesesacompet ênciaadmi nistrativapar aadecl araçãodenul i
dade,
designadament equandonãoéev identeaexi st
ênciadesset i
podei nvali
dade
ou,relativamenteadet ermi nadosv í
cios, quandoest essej am intei
rament e
i
mput áveisaoór gãoadmi nistrativ
o–dev endoexi gi
rseent ãoadecl ar
açãoda
nuli
dadeporv i
ajudi ci
al.

 Nestecontexto,
interessaem especi
alanali
saroalcancedanulidade
doact operanteosseusdest inat
ári
os–al eiref
ereseapenasà
possibil
i
dadedei nvocaçãopel osi
nter
essados.Osdestinatár
iosdoacto
podem, obviamente,invocaranuli
dadedadeci são(em regra,at
odoo
tempo)peranteasaut or
idadesadmini
str
ativ
asouj udi
ciai
scompet ent
es,
paraqueest asdeclarem ouconheçam anulidade.

 Comodevem osdest
inat
ári
oscompor
tarseper
ant
eum act
oque
consi
der
em nul
o?
Oar ti
go21.ºdaConst i
tuiçãoconsagr aodi r
eit
oder esist
ênciados
cidadãosper ant
equai squeror densqueof endam osseusdi reitos,
l
iber dadesegarantias–masnal einadasedi zrelati
v amenteaout r
as
situações,quenãodi gam r espei toaact osimposi t
ivosouabl at i
vos,ou
quenãoof endam direi
tosf undament aisdaquelaqual idade.Tem de
ent enderse,noentanto,queor egimedanul i
dadenãoi ncl
ui,forao
referidocasododireitoder esistência,apossibil
idadedeos
dest inat
ári
ospuraesi mpl esment eignorarem oudesobedecer em auma
deci sãodeum órgãoadmi nistrati
vodot adodepoder esdeaut or i
dade,
comoseest anãoexi sti
sse, porconsi derar
em que, em seuj uízoou
opi nião,
oactoénul o.
Oconheciment odanuli
dadepel
osdesti
natári
os,com aconsequent
e
desapli
caçãodoact o,
hádepressuporoexercí
ciodeum dir
eit
oprópri
o
anter
ior(um di
reit
oradi
cadonaesferaj
urí
dicadoparti
cul
ar)oudeuma

96
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

competênci
aprópr
iadoórgãoouagent
eadmi ni
str
ati
vo(
incl
uindouma
competênci
adeexecução)–desdequeessedir
eit
oouessa
competênci
anãodependam,el
esprópr
ios,daef
icáci
adoacto
consi
deradonul
o.

 Indeferi
mento,queconsiderenulo,
deumadi spensaouli
cença:o
parti
culart
em der eagi
rjudi
cial
menteperant
eoact o(hoj
e,atr
avésde
umaacçãodecondenação, armadacom asrespeti
vaspr
ov i
dênci
as
cautelar
es),
vistoque(ainda)nãoadqui
ri
uodi rei
toaexerceraati
vi
dade.

 oparti
cularnãogozadodi rei
toderesist
ênci
aeser á,mui tasvezesou
atéem regra,obri
gadoasuportarosefeit
osdef actodasdeci sões
administ
rati
vasnulas,queaAdmi ni
str
açãopretender áexecut ar,sefor
casodisso,coerci
vamente–cabel heobter,
porv iajudicial,
proteção
contr
aaat uaçãoadmi ni
str
ati
va,bem comoar econst i
tuiçãodasi t
uação
defactoanterior
,casootri
bunalconfi
rmeaexist ênciadenul idade.

 Tornase, pori
ssomesmo, fundament alagarantiadeumat utelajudici
al
efectivadopar t
icularnest
assituações–daíqueal eipreveja, apesarda
i
logicidade, ai
mpugnaçãoj udici
al e,
sobr et
udo, aprópri
asuspensãoda
efi
cáci adeactosnul os(queofereceav ant
agem dedesencadeara
proibiçãodeexecuçãodoact opel amer anoti
ficaçãojudicial da
apresent açãodor equeri
mentodesuspensão) .Atençãoàsi tuaçãode
conv olaçãoem casosgr aveseur gentes,prev
istos(arti
gos120. º,n.º1,
alí
neaa)e121. ºdoCPTA) .

 Aquest ãodoconheci ment oedai nv ocaçãodanul idadedosact os


admi ni strat
ivosnãosur ge,porém, apenasnoâmbi t
odasr elaçõesex
ternas, ent r
eaAdmi nistraçãoeosci dadãos, ganhandoout r
adi mensão
quandoset r
atedaapl icaçãodor egi menasr elaçõesadmi nistrativas
i
nt ernas–aíper dem espaçoosdi reitosdospar t
iculareseent r
am em
consi der açãovaloresdedi sci
pli
na, desegur ançaj urídi
caedeef icácia
associ adosàor ganizaçãoeaof unci onament odasi nstitui
ções.Embor a
adout rinaadmi nist
rativaaindasedi vi
dasobr eoassunt o,parecenos
queodev erdeobedi ênciadoagent eout i
tul
ardeór gãosuj eit
oa
hierarqui ahádeem pr i
ncípioprev alecer ,mesmonoscasosdenul idade
(oagent epoder ecl
amarper anteosuper ioreexigirumaor dem escr it
a
deexecuçãodoact o, queoi senteder esponsabi l
idadeci vi
l,embor ase
dev at erem cont aseel eest áem condi çõesdedi stinguiranul idadeda
anulabi lidadedoact oquev aiaplicar ),j
ustament epar aassegur ara
disciplinaeonor malfuncionament odosser viçospúbl icos–r essal vase

97
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

natur
alment
eahi
pót
esedeaexecuçãodoact
oenv
olv
erapr
áti
cadeum
cri
me.

 Sit
uaçãodifer
enteé,noentant
o,adeum ór gão,mesmoquesubalter
no,
quandosejati
tul
ardeumacompet ênci
aprópria,
aindaquesej
ademera
execução,noexercí
ciodaqualpoderáconhecerdanuli
dadedoact
o
exequendo.

Aanul
açãoadmi
nist
rat
ivadeact
os
Di
fer
ençasent
reaanul
açãoear
evogação
Aleiper
miteaanul
açãodosact ospordecisãoadmini
str
ativa,
ofi
ciosaou
mediant
erecl
amaçãoourecursodosi nt
eressados–noent anto,
oCPA, até
2015,i
ncl
uíaaanul
açãoadministr
ati
vanumaf i
gur
acompl exaderevogação.
Aquest
ãoéquet
rat
am-
sedef
igur
asbem di
fer
ent
es:

 arev
ogaçãopropr
iamentedit
a:éum actoquesediri
geaf azercessaros
ef
eit
osdoutr
oacto,porseentenderquenãoéconvenienteparao
i
nter
essepúbl
icomanteressesefei
tosproduzi
dosanteri
ormente;

 arevogaçãoanul at
óri
aouanulação:éum act
oatrav
ésdoqual se
pr
etendedest r
uirosefeit
osdeum actoanter
ior
,mascom fundamento
nasuailegali
dade,ou,pelomenos,num v
íci
oqueot or
nai
legít
imoe,por
i
sso,invál
ido.
Assi m,arev ogaçãopr opriament editadisti
nguese, desdel ogo, dar evogação
anulat óri
aquant oàf unção, porquenaquel aest áem causaoexer cíciodeuma
act i
vidadedaadmi ni
st r
açãoact i
va,enquant onest asecumpr eumaf unçãode
(auto) cont
rolo.Pori ssomesmo, háumadi f
erençaent r
eof undament oda
revogaçãopr opr i
ament edi ta,queét ipi
cament eainconv eniênciaact ual par
ao
i
nt eressepúbl ico,talcomoéconf i
guradopel oagent e,damanut ençãodos
efeitosdoact oqueér ev ogado, eof undament oouacausadoact ona
anulação, queéai l
egalidadedecor r
eout r
adi ferença:opoderder ev ogação
per t
enceaquem possal egalment eprati
caroact o,ousej a,
int egrauma
compet ênciadi spositi
va, enquant oparaaanul açãodeum act opodeser
compet entequal querór gãoquet enhaum poderdecont r
olo, umacompet ênci
a
def iscali
zaçãodoact o.

 Sãoaindapat entesasdi fer


ençasquantoaor espect
ivoobjecto(me
diat
o):enquantosãosuscept í
vei
sdeanul açãoadminist
rati
vaquaisquer
actos,
àr evogaçãopr opriamentedit
aestãosujeit
osapenasal gunsti
pos
deactos,osquepr oduzem efei
tosactuai
soupot enciai
s(nãocaducados
nem esgotados),designadament e,
osactoscom ef i
cáciaduradoura(ou
actosdeeficáciainstantânea,masaindanãoexecutados).

98
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

 Porúl t
imo, também osef ei t
osdeumaedeout rafigurasãodi versos.Os
efeit
osdeumar evogaçãosão, em pri
ncípi
o, efei
tospar aof uturo( "ex
nunc" )
, emborapossam, em certoscasoseem cer tascondi ções, ser
retrotraídosaum moment oanter
ior(desdel ogo,quandoser evogue
um act onasequênci adei mpugnaçãoadmi ni str
ati
v aounoscasos
previstosnoar t
igo171. º,n.º1,doCPA) ,enquant oosef eit
osnat ur aisda
revogaçãoanul atóri
asepr oduzem "extunc",reportandoseaomoment o
dapr áticadoact oanulado( ouaodaexi stênci adov íci
o,noscasosde
i
nv al
idadesuper veni
ent e),emborapossam, excepci onal
ment e,valer
apenaspar aofuturo(comoagor asepr evênoar t
igo168. º,n.
º4, al í
nea
b),enoar t
igo171.º,n.
º3, doCPA) .

9.
2.2.Compet
ênci
apar
aaanul
açãoadmi
nist
rat
iva
Osact osadmi ni
strat
ivospodem serobj ectodeanul açãoadmi nist
rati
vapelo
órgãoqueospr ati
couepel or espect i
vosuper i
orhierárqui
co,bem 239como,
em casodedel egação,peloórgãodel egant eousubdel egante.Porsuav ez,os
act osadmi ni
str
ati
v osprat
icadosporór gãossuj ei
tosasuper intendênciaou
tutelaadmi ni
str
ati
v asópodem serobj ectodeanul açãoadmi ni str
ativ
apelos
órgãoscom poder esdesuper intendênci aout utel
anoscasosexpr essament e
per miti
dosporlei(arti
go169.º ,n.ºs3, 4e5doCPA) .Aanul açãopodeser
oficiosaounasequênci ader ecl amaçãoour ecursoadmi ni
strat i
vodos
i
nt eressados.Háaqui umadi fer enci
açãoder egimesent rear ev ogaçãoea
anul ação,dadoqueossuper i
or eshierárquicosnãopodem r ev ogarosact os
dossubal ternosquandoset rat edeact odacompet ênciaexclusi v
adest es
(artigo169.º,n.
º2) .
Or
egi
meact
ualdaanul
açãoadmi
nist
rat
iva
Noarti
go168.
ºdoCPA,est
abel
ecem seact
ualment
eal
gumasdi st
inções
quant
oaoscondi
ci
onal
i
smosapli
cávei
sàanulaçãoadmi
nist
rat
iva.
Desdelogo,
ér elev
antesabersehá,ounão,impugnaçãoadmi ni
strat
ivaou
j
udici
aldoact
o.Nocasodehav erimpugnaçãoadministr
ati
va,
osr equi
sitose
osprazosdedecisãosãoosest abel
eci
dosnasecçãor el
ati
vaàsreclamações
erecur
sosadministrat
ivos(
art
igo184.ºess).
Quandooact otenhasidoobjectodeimpugnaçãojuri
sdicional
,aanul
ação
admini
strat
ivapodeterlugarat
éaoencerramentodadi scussão(168.
º,n.
º3),
em consonânci
acom odi spost
onoCPTA( art
igo64.º
)–enãoapenas, como
ant
es,atéàcontestaçãodaentidadeadminist
rat
iva.
Noquer espeit
aàanul açãoofi
ciosa,oprazoregr
aparaaanulação
administ
rati
vaéagor adesei smesesecont asedadatadoconhecimento, pel
o
órgãocompet ent
e, dacausadeinvali
dade,ou,noscasosdeinv
ali
dade
resul
tant
edeer rodoaut or,
desdeomoment odacessaçãodoer r
o.Noent anto,
paraalém desteprazo,háaconsiderarout
roscondici
onal
ismostemporaise

99
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

subst
anci
ais.
Quant
oaopr azo,
diferençader
egimeent
reosact
osadmi
nist
rat
ivos
const
it
uti
vosdedireit
oseosoutros:

 Osact osconst it
uti
vosdedirei
tossópodem, em r egr a,serobjectode
anul açãoadmi ni
str
ati
vadentrodopr azomáxi modeum ano, acontarda
dat adar espect i
vaemissão(art
igo168. º,
n.º2)–i stoé, enquantof or
em
j
udi cialment eimpugnávei
s.Noent anto,excepcional ment e,osactos
const it
utivosdedi r
eit
ospodem serobj ectodeanul açãoadmi ni
strati
va
dent rodopr azodeci ncoanos,acont ardadat adar espectivaemissão
(salvoseal eiouodi r
eit
odaUni ãoEur opeiaprescr everem prazo
diferente)–i stoé,mesmoquej ásetenham t ornadoj udi
cialmente
i
nimpugnáv eis–,em tr
êscir
cunstânciaselencadasnoCódi go(arti
go
168. º,n.º4):
i
)quandoor
espect
ivobenef
ici
ári
otenhaut
il
izadoar
ti

ciof
raudul
ent
o
com v
ist
aàobt
ençãodasuapráti
ca;
i
i)quandoset r
atedeact osconstit
utivosdedi r
eit
osàobtençãode
prest
açõesper iódi
cas,noâmbi todeumar elaçãocont
inuada(casoem
queaanul açãot em ef
icáciaapenaspar aof ut
uro–sem prejuí
zodei))–
esteregi
mev al
iajáparaaspr estaçõesperiódicasnodomíni
oda
segurançasocial,porforçadaLei n.º4/2007,de16deJaneiro,art
igo
79.º;
i
ii
)quandoset ratedeactosconst i
tuti
vosdedi r
eit
osdeconteúdo
pecuniár
io,
cuj alegal
idade,nostermosdal egisl
açãoapli
cável
,possaser
object
odef iscali
zaçãoadmi ni
strat
ivaparaalém doprazodeum ano,
com imposiçãododev erderest
ituiçãodasquant i
asi
ndevidamente
auferi
das.
Parasal v
aguar dadopr incí
piodapr otecçãodaconf i
ançalegí t
ima, determinase,
em ger al
,queaanul açãoadmi nist
rati
vadeact osconsti
tuti
vosdedi reit
os
constituiosbenef i
ciári
osquedesconhecessem sem cul paaexi stênciada
i
nv ali
dade( queestejam, porisso,deboaf é)etenham auferi
do, ti
radopar ti
do
ouf ei
tousodaposi çãodev antagem em queoact ooscol ocava( quet enham
efectuadoum i nvestimentodeconf i
ança),nodir
eit
odeser em indemni zados
pelosdanosanor mai squesof ram em consequênciadaanul ação( 168.º,n.
º6).
b)Osr estantesactosadmi nist
rat
ivospodem serobj ectodeanul ação
admi ni
str
ati
v a,mesmoqueset enham t or
nadojudi
cialmenteinimpugnáv ei
s,
desdequenãot enhadecorridoopr azomáxi modeci ncoanos, acont arda
respecti
vaemi ssão(168.º
,n.º1).Al eideter
minaainda( noart
igo168. º, n.º5)
que,quandooact osetenhat or
nadoi nimpugnávelporviajur
isdicional,elesó
podeserobj ectodeanulaçãoadmi nistrat
ivaof
ici
osa, t
ornandocl aroquenão
há,nessassituações,di
rei
todoi nteressadoaimpugnaçãoadmi ni st
rati
v a.
9.
2.4.
2.Est
eregi
mer
ompecom at
radi
cional
cor
respondênci
aper
fei
taent
reos

100
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

prazosdaimpugnabi
l
idadej
udi
ci
aledaanul
abi
l
idadeadmi
nist
rat
iva,
com um
duplofundament
o:

 odecur
sodopr
azodei
mpugnaçãoj
udi
cial
nãot
ornaoact
ovál
i
do;

 epodehav erboasrazõespar aaanulaçãoadmi nist


rati
vadeactos
tor
nadosi ni
mpugnáv ei
s,sejadeactosdesfavoráv ei
s,sej
amesmo, em
cir
cunstânciasexcepci
onais,deactosconsti
tuti
v osde244direi
tos,
emborasempr edentr
odopr azomáxi modeci ncoanos, comogaranti
a
deestabil
idade.
Tr at
asedesubst it
uirumasoluçãopur ament
etempor al
porumasol ução
substancial
,raci
onalerazoável
,queatendaaosvaloresei nt
eressesem
presençanassi t
uaçõesconcretasdav i
da–incl
uindor egimesespeciai
s,
com soluçõesdifer
enciadas,
pararesponderaproblemasdecor rent
esdas
vi
cissit
udesaqueest ãosujeit
ososat osadmini
strati
vosdeef i
cácia
duradoura.
Al ógicadapr ot eçãodaconf i
ançalevaaqueseest abel
eçaopr azo
máxi modeum ano, acont ardapr át
icadoat o,paraaanul ação
admi ni
strati
vadosat osconst it
uti
vosdedi r
eitos–quecoi ncidecom o
prazopar aoMi nistérioPúblico,em defesadal egali
dade, i
nvocar
j
udicialmenteev entuaisvícios–, admiti
ndose, em situaçõesexcecionais,
devidament eident i
ficadas, aanulaçãodent r
odopr azodeci ncoanos,
quandoessaconf iançanãomer eçaproteção( pormáf é)
,nãomer eça
proteçãot ot
aloudev aceder ,ai
ndaquemedi anteindemni zação,perant
ea
pri
mazi adoi nteressepúbl i
co.
Porum l ado, nãoháaqui quesalvaguar daraconf iançadodest inat
ári
oque,
pelocontrário,estar
áinteressadonaanul ação–e, porisso, oprazomáxi mo
deest abi
li
zaçãoémai sl ongo.Porout rolado,nãosej usti
ficaquea
Admi nist
raçãopossademor armaisdesei smesesaanul arof i
ciosamenteo
ato,apartirdomoment oem quet omaconsci ênciadai legali
dade,
designadament enassituaçõesem queoat oset enhat ornadoj udici
almente
i
nimpugnáv el–omesmov al
endo, der esto,
paraoscasosem queoat o
ai
ndasej ai mpugnáv el
,designadament epeloMi ni
st éri
oPúbl ico.Em
qualquercaso, justi
fi
caseaest abi
lizaçãodosef eitosdadeci sãonum pr azo
máxi modeci ncoanos,porr azõesdesegur ançaedepr ati
cabili
dade.

 Hádev erdeanul
açãoadmi ni
str
ati
vadoato,quandoaAdmi nistr
ação
ver
ifi
queoutomeconsci ênci
adail
egal
idade,em especi
alquandose
t
ratedaanulaçãoofi
ciosadeum atonãoconstit
uti
vodedirei
t osjá
j
udici
almenteini
mpugnáv el
?
AAdmi ni
str
ação,nest
assit
uações,paraalém depoderprocederà
conv
ali
dação(art
igo164.º
)ouaproveit
ament o(163.º
,n.
º5),pode
anul
aroatoapenascom efei
tosparaof ut
uro(arti
go171.º
,n.º3)e,

101
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

em nossoentender,
dev e,em ger
al,ponderaradecisão,nãot
endo
em contaapenasailegali
dade,mast ambém agr avidadedoví
cio,
as
ci
rcunstânci
asdocasoeosi nter
essesem pr esença,
desi
gnadament equandohaj acontr
ainter
essados.

Nost ermosdoar t
igo172.º,n.º2,
quandohaj aumaanulaçãoadmi ni
str
ati
va
deum ato,aAdmi ni
stração,noquadrodoseudev erdereconst
it
uiçãoda
si
tuaçãohipotét
icaatual–istoé,dasituaçãoqueexi
sti
ri
aseoat oanuladonão
ti
vessesidoprati
cado( outi
vessesidoprati
cadosem ovíci
oqueger oua
anulabi
li
dade)–,podet erodeverde“anular,r
efor
marousubsti
tuirosatos
consequentessem dependênciadepr azo”.

 OCódi godePr ocesso( CPTA)estabeleci


ajáum r egimeespecí f
ico
paraai nv al
idaçãodosat osconsequentesdeat osanul adosjudici
al
ment e, r
egimequeagor aé,noessencial,
transpostopar aaanulação
admini strat
iva,r
essalvando-seaposiçãodosbenef ici
áriosdeboaf é
deatosconsequent espr at
icadoshámai sdeum ano, em termos
pri
már iosou, pelomenos, medianteindemnização( 172.º,n.
º3,do
CPA) ,além 246daf ixaçãodeum r egimeespecífi
copar asi t
uações
detrabal hadores(172.º,n.
º4).
Depoi s,em nossoentender,cont
raaposiçãodomi nantenadout ri
naena
j
uri
spr udência,nãodeverãoserprotegi
dosapenasosi nteressesdeter
cei
ros,
est
ranhosàr el
açãojurí
dicatocadapeloatoanulado,mast ambém os
i
nteressesdosbenef ici
áriosdi
ret
osdoat oconsequente, quepodem est
arde
boaf é,apesardenãodesconhecer em aprecar
iedadedasuasi t
uação.
27–Impugnaçãodeatosadmi
nist
rat
ivoser
eaçãocont
raaomi
ssãodeat
os
admi
nist
rat
ivosper
ant
eaAP
184.
º,n.
º1.

27.
1–Ti
posdei
mpugnaçõeseder
eaçõescont
raomi
ssões
27.
1.1–Recl
amaçõeser
ecur
sos
Cl
assi
fi
caçãoem f
unçãodoór
gãoaquem sedi
ri
gem:
191.
º/1,
193.
º/1e198/
1.

27.
1.2–Recl
amaçõeser ecur
soscont
raat
osadmi ni
str
ativ
oser ecl
amações
erecur
sosdereaçãocont
raaomissãodeatosadmini
strat
ivos
Classif
icaçãoem funçãodaexi
stênci
a,ounão,
deum at
oadmi
nist
rat
ivoeda
naturezadareação:184.º
,n.
º1,alneasa)eb)
í .

27.
1.3–Recl
amaçõeser
ecur
sosf
acul
tat
ivoser
ecl
amaçõeser
ecur
sos

102
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

necessár
ios
Cl
assi
fi
caçãoem funçãodaart
icul
açãocom osmei
osdereaçãojudici
alcontr
a
os
at
osadminist
rat
ivosoucont
raaomi ssãodeat
osadmi
nist
rat
ivos:185.
º,n .1
e2.

27.
1.4–Recl
amaçõeser
ecur
sospori
legal
idadeer
ecl
amaçõeser
ecur
sos
pori
nconv
eni
ênci
a
Cl
assi
ficaçãoem f
unçãodosf
undament
osdai
mpugnaçãooudar
eaçãocont
ra
aomissão:185.
º.n.
º3.

27.
2–Recl
amação
Impugnaçãooureaçãoper
ant
eoaut
ordoat
o.Em pr
incí
pio,
sempr
epossí
vel
,
com fundament
odiret
onoCPA.

27.
2.1–Âmbi
to
Regr
adar ecl
amaçãodapr
áti
caoudaomi
ssãode“
qual
querat
oadmi
nist
rat
ivo”
:
os
191.
º,n .1e2.

27.
2.2–Legi
ti
midade
186.
º.

27.
2.3–Tempest
ivi
dade
i
) Cont
raat
osadmi
nist
rat
ivos:
prazor
egr
ade15di
as(
191.
º/3)
,quese
os
cont
anost
ermosdoar
ti
go188.
º,n. 1e2.
i
i
)Cont
raaomi
ssãoi
l
egal
deat
osadmi
nist
rat
ivos:
prazode1ano(
187.
º),
quesecont
anost
ermosdoar
ti
go188.
º,n.
º3.
27.
2.4–Pr
ocedi
ment
o
27.
2.4.
1–Apr
esent
açãodar
ecl
amação
Apr
esent
açãopormei
oder
equer
iment
o:ar
ti
go184.
º,n.
º3.
Ef
eit
osdaapr
esent
açãodar
ecl
amaçãodei
mpugnaçãodeat
osadmi
nist
rat
ivos:
i
) quant
oaosef
eit
osdoat
oimpugnado,
var
iáv
eisem f
unção
dear
ecl
amaçãosernecessár
iaouf
acul
tat
iva(
art
igo189.
º);

103
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

i
i
)quant
oaospr
azosdei
mpugnaçãoadmi
nist
rat
ivaouj
udi
cial
(
art
igo190.
º).

27.
2.4.
2–Rej
eiçãodar
ecl
amação
Ar
ecl
amaçãopodeserr
ejei
tadanost
ermos(
poranal
ogi
a)doar
ti
go196.
º

27.
2.4.
3–I
nst
ruçãoenot
if
icaçãodoscont
rai
nter
essados
Contr
aint
eressadossãopessoasquepodem serpr
ejudi
cadaspel
odef
eri
ment
o
darecl
amação: art
igo192.
º,n.
º1.

27.
2.4.
4–Deci
são
i
) Pr
azo:
30di
as(
alei
nãoescl
arece,
masdev
eent
ender
-se:
apósaapr
esent
açãodar
ecl
amação)
:ar
ti
go192.
º,n.
º2.
i
i
)Cont
eúdodadeci
são:
conf
ir
maçãor
evogação,
anul
ação,
modi
fi
caçãoousubsti
tui
çãodoatorecl
amado,
oupr
áti
cado
at
oil
egal
menteomiti
do:art
igo192.
º,n.
º2.

27.
2.4.
5–Decur
sodopr
azopar
aadeci
sãodar
ecl
amação
i
) Nocasoder
ecl
amaçãonecessár
ia–possi
bil
i
dadede
uti
li
zaçãodaviaj
udi
cial
ou(ainda)davi
aadmi
nist
rat
iv v.
a( g.
,
recur
sohier
árqui
co)
:art
igo192.º,
n.º3.
i
i
)Nocasoder
ecl
amaçãof
acul
tat
iva:
ret
omaocur
sodopr
azo
depr
oposi
tur
adeaçõesj
udi
ciai
s(ar
ti
go190.
º,n.
º3)
.

27.
3–Recur
sohi
erár
qui
co
Impugnaçãooureaçãocont
raaomissãoparaosuperi
orhier
árqui
comai
s
elev
adodoautordoatooudoresponsável
pelaomissão.

27.
3.1–Âmbi
to
Ar
ti
go193.
º,n.
º1.

27.
3.2.–Legi
ti
midade

104
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

Quem poder
ecor
rer
:ar
ti
go186.
º.

27.
3.3–Tempest
ivi
dade
a)Recur
sodeat
osadmi
nist
rat
ivos:
art
igo193.
º,n.
º2
i
) Necessár
io:
30di
asem r
egr
a
i
i
)Facul
tat
ivo:
prazodei
mpugnaçãoj
udi
cial

Cont
agem dopr
azo:
art
igo188.
º,nos.1e2.
b)Recur
socont
raaomi
ssãodeat
osadmi
nist
rat
ivos:
art
igo187.
º
Cont
agem dopr
azo:
art
igo188.
º,n.
º3.

27.
3.4–Pr
ocedi
ment
o
27.
3.4.
1–I
nter
posi
çãodor
ecur
so
Ar
ti
gos184.
º,n.
º3,
e194.
º.
Ef
eit
osdai
nter
posi
çãodor
ecur
sodeat
osadmi
nist
rat
ivos:
i
) Quantoaosefei
tosdoatoimpugnado,v
ari
ávei
sem
funçãodeorecursosernecessár
ioouf
acul
tat
ivo
(
189. º
);
i
i
) Quant
oaospr
azosdei
mpugnaçãoouj
udi
cial
(190.
º,
os
n .3e4)
.

27.
3.4.
2–Rej
eiçãodor
ecur
so
Ar
ti
go196.
º.

27.
3.4.
3–Tr
ami
tação:ar
ti
go195.
º
a)Fasedor
ecur
sonoór
gãor
ecor
ri
do:
i
) Not
if
icaçãodoscont
rai
nter
essados;
i
i
)Pr
onúnci
adoór
gãor
ecor
ri
doer
emessapar
aosuper
ior
;
i
i
i)Oór
gãor
ecor
ri
do(
aut
ordoat
o)poder
evogar
,anul
ar,
modi
fi
car
ousubst i
tui
ro(seu)ato, quandooscont r
ainteressadosnão
hajam deduzi
dooposi çãoeosel ement osconst ant
es do
processodemonst r
em suf ici
ent
ement eapr ocedênciadorecur
so
e,nocasodemodi f
icaçãoousubst it
uição,desdequeonov oato
nãosejamenosf avoráv elparaorecor
rente;informaçãoao

105
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

super
ior
;
i
v)Oór
gãor
esponsáv
elpel
oincumpr
iment
ododev
erdedeci
são
podepr ati
caroat oil
egalment eomiti
donapendênci adorecurso
hier
árquico,dandoconheci mentoaoór gãocompet entepar
a
conhecerdor ecursoenot i
ficandoorecor renteeos
contrai
nteressadosquehaj am deduzidooposi ção.Orecorr
ente
ouoscont rainteressadospodem r equer erqueor ecur
soprossiga
contraoat opr at
icado, com afacul
dadedeal egaçãodenov os
fundament osedaj unçãodosel ement ospr obat
óriosque
considerem per t
inentes.
b)Fasedor
ecur
sonosuper
ior
Recebidoorecurso,oór
gãosuper
iordeveconsider
aror equer
imentodo
recur
so,asalegaçõesdoscont
rai
nter
essados,seexist
ir
em, eapronúnci
ado
autordoato.

27.
3.4.
4–Deci
sãodor
ecur
so
a)Pr
azo:
30di
asacont
ardadat
aremessadopr
ocessopar
aosuper
ior
hi
erárqui
co(art
igo198.
º,n.
º1).Prorrogaçãodoprazoatéaomáxi
mode
90dias,quandohaj
alugaràreal
izaçãodenov ai
nstruçãooude
di
li
gênciascomplementar
es.
b)Cont
eúdodadeci
são:
conf
ir
mação(
equi
val
eaoi
ndef
eri
ment
odo
recurso)ouanulação;
nocasodeoaut ordoatonãotercompetênci
a
exclusiv
a,também revogação,modif
icaçãoousubst
it
uiçãodoato
recorri
do(art
igo197.º
, n.
º1).Exi
gênciadefundament
ação:ar
ti
go197.º
,
n.º2.
Ocasodaanul
açãodopr
ocedi
ment
o(depr
imei
rogr
au)
:ar
ti
go197.
º,n.
º3.
Nor ecur
socontraomi
ssões,osuper
iorhi
erár
quicopodeprat
icaroatoomi
ti
do,
seacompet ênci
adosubalt
ernonãoforexcl
usiv
a;seforexcl
usiva,
pode
ordenarapr
áticadoat
oomi t
ido.

27.
3.4.
5–Decur
sodopr
azopar
aadeci
sãodor
ecur
so
i
) Recur
sonecessár
io:
possi
bil
i
dadedeut
il
izaçãodav
iaj
udi
cial
(ar
ti
go
198.
º,n.
º4)
.
i
i
)Recur
sof
acul
tat
ivo:
sef
orocaso,
ret
oma-
seocur
sodopr
azode
pr
oposi
tur
adeaçõesj
udi
ciai
s:ar
ti
go190.
º,n.
º3.
27.
4–Recur
sosadmi
nist
rat
ivosespeci
ais
Meiosdeimpugnaçãooureaçãodi
ri
gidosaór
gãosdi
fer
ent
esdaquel
eque
pr
aticouoat
o,sendoqueentreoaut
ordoatoeoórgãodorecur
sonãoexi
ste

106
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

umarelaçãodehier
arqui
a.Sãoadmi
ti
dosapenasnoscasosexpr
essament
e
pr
evi
stosem lei
especial
.

27.
4.1–Âmbi
to:ar
ti
go199.
º,nos.1e2.
i
) Par
aór
gãodamesmapessoacol
eti
vaqueexer
çapoder
esde
super
visão;
i
i
)Par
aoór
gãocol
egi
al,
deat
osouomi
ssõesdequal
querdosseus
membr
os,
comi
ssõesousecções;
i
i
i)Par
aór
gãodeout
rapessoacol
eti
vaqueexer
çapoder
esdet
utel
a
ousuper
int
endênci
a.
i
v)Par
aodel
egant
eousubdel
egant
edosat
ospr
ati
cadospel
o
del
egadoousubdel
egado.

27.
4.2–Apl
icaçãodoregi
meprocedi
ment
aldor
ecur
sohi
erár
qui
co
Art
igo199.
º,n.
º5.

27.
4.3–Especi
fi
cidadesdor
ecur
sot
utel
ar

Ar
ti
go199.
º,nos.3e4

21–Cont
rat
oeAdmi
nist
raçãoPúbl
ica.
21.
1–Cont
rat
ocomocat
egor
iager
aldedi
rei
to.
Ocont r
atosurge,poi
s, comoum concei toouinst i
tut ocentraldaor dem
j
urídi
canoseuconj unto,revel
ando- seum mecani smosuscet í
veldeser
uti
l
izadocom v i
staàproduçãodequal querefeit
oj urídico:assume- se,pois,
comoum i nstr
ument oidóneopar aconst i
tuiredisciplinarrelaçõesjurídi
casde
natur
ezamui todif
erente,quernaár eadodi r
eit
opr ivado( civi
l,comercial
,
l
aboral),
quernocampododi rei
topúbl i
co( consti
tucional ,f
iscal,económicoe
administ
rati
vo);al
ém disso,apli
ca-senaesf er
adodi reitonacional eeuropeu,
mast ambém, eali
ásem l argaescal a,
naar enadodi reitoi
nternacional.
Enquant
ocategori
ageral
dodirei
to,
ocont r
atot
ambém per
tenceaodi
rei
to
públi
co,e,
em part
icul
ar,
aodir
eit
oadmi ni
str
ati
vo.
Umav ezqueumanoçãobási caouessenci aldecont r
atohádeseramesma
paratodososramosdoDi r
eit
o, em qualquersectordoor denamentojur
ídi
co
em queopere,afiguracont
ratual haver
ádeapr esentarsempr edoi
selementos
essenciai
s:(
i)otraduzi
rum acor doouconsensoent reasv ontadesdeduasou
maispessoas,(i
i)formadocom opr opósi
todedesencadearapr oduçãode
efei
tosdedirei
toquesev ãoreper cuti
rnaesferajurí
dicadaspessoasqueo
107
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

subscr
evem.
Sãoessesosel ement osessenci ais,cujaverifi
caçãoconst i
tuicondição
necessár i
amast ambém suf i
cientepar aseconsi deraraexist
ênciadeum
contrato,nodomí ni
ododi r
eit
oadmi nistrat
ivoouem qual querout r
o.Oconcei to
decont ratodesconhece, poi
s,quai squerout rasnot asdeterminantespar aasua
caracteri
zação: designadament e,eaocont r
ár i
odoqueumat esemai santiga
chegouasust entar,nãopr essupõeai gualdadej urí
dicadaspar tes,assim como
nãoexi geadiv ergênciadosi nteressesqueaspar tesquerem sat i
sfazer,nem
tão-poucoexcl uiapr oduçãodeef eit
osj urí
dicosnaesf er
ajurí
dicadet er
ceiros.

21.
2–Cont
rat
odaAdmi
nist
raçãoPúbl
icaeDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivo.
Ocontr
atot
ambém per
tenceaoDir
eit
oAdmi
nist
rat
ivo;
há,
com ef
eit
o,um
cont
rat
o“de”Dir
eit
oAdmini
str
ati
vo.
Ati
ngi resteúl
ti
moní vel
, deum cont r
ato“de”Direi
toAdmi ni
strat
ivo,recl
ama
umar egulamentaçãoj urí
dicoadmi nist
rat
ivaque,com um horizonte
especi almenteabrangent e,af
irme, defor
mai nequívoca,
asuapr i
maziaou
prior
idadeenquant or egulament açãodeumaespéci econtrat
ual.Seequando
assimf or,
poderáfalar-sedeum cont r
ato“de”Direi
toAdmi ni
strat
ivo,querdi
zer
,
reguladoem pr i
mei r
al i
nhaounosseusmoment oscapit
aisporum r egime
j
ur í
dicodedi rei
toadmi nistrat
ivo.
Poi
sbem, nodir
eit
oportuguês,tendopresenteessepat
amardeexigência,
nãosubsistem quai
squerdúvidasquantoaof act
odeocont r
atopert
encer
também aoDi r
eitoAdmini
strati
vo,i
mpondo- secomocategori
aespecíf
icadest
e
ramojur
ídico–280º .
Todavi
a,oDi
rei
toAdmi
nist
rati
vonãoseocupaapenasdar
egul
ament
açãodo
regi
mesubst
anti
vodocontr
atoadmini
str
ati
vo.
Nav erdade,aoDir
eit
oAdmi nistr
ati
vov aicabertambém ar egulament açãodo
procediment odeformaçãodocont rato,oqual sur
ge,pois,
comoum
procediment oadmini
strat
ivo.Tr at
a-se,agora,dedisci
pli
nar,nãot antoo
contratoem si mesmo,num pl anosubst anti
vo,masant esaat uaçãoquea
Admi nistr
açãodesenvolvenoi terdef or
maçãoeem v i
stadaconcl usãodo
mesmo.

22–Noçãodecont
rat
oadmi
nist
rat
ivo.
Oartigo1.º,n.º6,doCCPr ev el
a-seessencialparaaidentif
icaçãodocontrato
admi ni
str
ati
v o.Olegi
sladorsegui u,
nest eponto,umaorientação
essencial
ment epráti
ca:forneceosel ement osquepermi t
em identi
fi
car,
em
cadacaso, anaturezajurí
dicaadmi nistr
ati
vadeum cont rato,sem apr
esentar
exatamenteumadef i
nição( vej
a-se,porcompar ação,
av iaseguidaquantoao
conceit
odeat oadministr
ativo,
noar tigo120.ºdoCPA) .

108
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

Doexpost
onãodecor r
e,todavi
a,queseafi
gureinv
iávelconstr
uirumanoção
decontr
atoadminist
rat
ivoapart
irdosdadoslegai
s.Assim,ocont r
ato
admini
str
ati
voresult
adaconjugaçãodetrêselement
osdeci si
vos:
(
i)t
rat
a-sedeum cont
rat
oque
(
ii
)env
olv
eapar
ti
ci
paçãode,
pel
omenos,
um cont
raent
epúbl
i
coeque
(
ii
i)cumpr
eum doscr
it
éri
osl
egai
sdeadmi
nist
rat
ivi
dade.
22.
1–Cont
rat
o.
Ocont rat
oadmi ni
strati
voéum cont r
ato,querdi
zer,
um acordoformadopor
duas( oumais)declaraçõesdev ont
adequeseaj ust
am paraapr oduçãode
certosefei
tosjurí
dicos.Enquantocontr
ato,ocontr
atoadminist
rati
vohaver
áde
ostentarumadupl acaracter
íst
ica:
i
)tr
aduzi
rum acor
doouumauni
ãodev
ont
adesent
reduasoumai
spessoas
(
as“part
es”
);
i
i
)representar
-secomoum acordodi
ri
gidoàpr
oduçãodeef
eit
osj
urí
dicos
v
incul
ativosparaumaouparatodasaspart
es.
a)Acor
dodev
ont
adesent
redi
fer
ent
essuj
eit
osdedi
rei
to
Umadi mensãoessenci aldocont r
atoassent anaconsensual idadee, por
consegui nte,nopapel centr
al davontadedoscont raentes.Deacor docom a
classif
icaçãodosf act
osj ur
ídicos,ocontratointegraacat egoriadonegóci o
j
ur í
dico:trata-se,porconsegui nte,
deum f act ojur
ídicov oluntári
ocar act
eri
zado
poror i
ginarapr oduçãodeef eit
osconf or
mescom ocont eúdodav ontadedas
partes,mani festadaat ravésdassuasdecl araçõesnegoci ais( declaraçõesde
vontade) ;osef eit
osdocont ratoproduzem- se,poi
s, pormút uoconsenso, por
forçadav ontadedecl aradapel asparteseem conf ormidadecom el a(ex
voluntate).
[
int
ersubj
eti
vi
dadedocont
rat
o]
Dent r
odacat egoriadonegóci ojurídico, ocontratoapresenta-secomoum
negóci oj
ur í
dicobilateral–ouat épl uri
lateral(
v.g.,contr
atoent redois
muni cípi
oseum empr ei t
eir
opar aaconst r
uçãodeumaest rada)–, postoqueo
efeit
oj ur
ídicoquenel eseor i
ginar esultadaconj ugaçãodeduasoumai s
declaraçõesnegoci ai
s, emiti
dasporduas( oumai s)pessoasouent idades
j
uridicament eautónomas.Ocont ratoé, pois,um acor doentre,pelomenos,
duasent idadesdot adasdeper sonal idadej ur
ídi
ca, tendo,portanto,r
elevo
i
nterpessoal ,i
ntersubjetivoouint erpartes.
consensoecont
rat
o
Acompr eensãodaf iguradocontr
atocomoacordoouuniãodev ont
ades–
umaWi ll
enseini
gung–r eclamaumanecessári
aalusãoaopapelcentr
alqueo
consenso,consubst
anciadonoencontrooufusãodeduasoumai svontades,
desempenhanacont rataçãoadmini
str
ati
va.

109
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

Reconhecendo- sequeem cer tost iposdecont ratoadmi ni


str
ativo,seaf i
gura
natural aincli
naçãopar aum cer to“temper amentodoconsensual ismo” ,
dev e
sublinhar-se,apesardi sso,queoconsensoser evela,mesmonest esector,o
fundament odocont rato,oqual seapr esentar
ácomoum acor dodev ontades
l
ivreseaut ónomas.Al i
berdadejurídicadeentrarem r el
açãoé, continuaaser ,
um traçoessenci aldaf iguradocont r
ato:domesmomodoquepar aocont rat
o
em ger al,
podef alar
-sedeum pr incípiodocarácterv ol
untári
odocont rat
o
admi nistr
ativo,segundooqual estesef undaem condut asvoluntári
as,
adotadas, portodososout organtes, noexercí
ciodeumal i
berdadede
celebraçãodocont r
at o.
Oespaçomenosconsensual docont
ratoadminist
rat
ivotor
na-seclar
oquando
seassociaaideiadefor
maçãoconsensualaum processonegocialede
di
álogonosentidodaaproxi
maçãooudaconv ergênci
aem vist
adeuma
sol
ução.Ora,num númeromuitosi
gni
fi
cati
vodecasos, afor
maçãodos
contr
atospúbli
cosnãoconheceum especí
fi
comoment odenegociação.
22.
2–Pr
esençadeum cont
raent
epúbl
ico.
Oar ti
go1. º
,n.º6, doCCPl igaocont ratoadmi ni
strati
voaum el ement ode
carácterorgânico,aoal udiraomesmocomoum cont ratocelebrado“ ent
re
contraentespúblicosecocont r
atantes”ou“soment eent recontraentes
públicos”.Apresençadeum cont raentepúblicoconst itui,poi
s,um el emento
decisivodocont ratoadmi nistrat
ivo;sem apr esençadeum cont raentepúbl i
co
nãohácont r
atoadmi ni
strativo.Compr eende-seaexi gênci adesteel ement o
orgânico,enquant ofatorqueper mit
eassoci arocont r
at oàAdmi nist
ração
Pública.OCCPexpl ici
taoqueseent endeporcont raentepúbl i
co, nosar t
igos
3.ºe8. º.
Nanossai nterpr
etaçãodosdadosl egais,oferece-
seinequí
vocoqueoEst ado,
asRegi õesAutónomas, asautarquiaslocais,osinsti
tut
ospúblicos,
as
fundaçõespúbl i
caseasassoci açõespúbl icas[enti
dadesrefer
idasnasalí
neas
a)af )doarti
go2. º
,n.º1]sãocont raent
espúbl i
cos.Porfor
çadaper sonal
i
dade
j
urídi
capública,detêm,sem mai s,capacidadededi rei
topúbli
coparaa
uti
li
zaçãodocont r
atoadministr
ativo.
Nostermosdoar t
igo3.º,
n.º2, consi
deram-secontr
aentespúbli
cosquaisquer
ent
idadesque,i
ndependentement edasuanat ur
eza,exer
çam funções
materi
alment
eadmi ni
str
ativas–v .g.
,concessi
onári
osdeserviçospúbli
case
deobraspúbli
caseoutrasentidadesprivadascom f
unçõesadmi nist
rat
ivas.
Assim, oexercí
ciodefunçõesmaterialment
eadmini
str
ati
vasatri
buiaosujei
to
aqualidadedecont r
aentepúbli
co,autori
za-
oauti
l
izarocontrat
oadminist
rat
ivo
(ar
ti
go278. º)edota-o,
portant
o,deumacapacidadejur
ídi
co-públi
canesse
âmbito.
Embor
aaleinãof
açaqualquerdist
inção,par
ece-
nosquesódev em consi
derar
-
sedenatur
ezaadmini
str
ati
vaoscont rat
osdotadosdeadminist
rat
ivi
dade,nos
t
ermosdon.º1doarti
go6.º(cf
.infr
a),quandocel
ebradospel
aenti
dadeem

110
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

causa“
noexer
cíci
o”def
unçõesmat
eri
alment
eadmi
nist
rat
ivas.
22.
3–Admi
nist
rat
ivi
dade.
On.º6doar t
igo1.
ºdoCCPi ndi
caoscri
tér
iosdeadministr
ati
vidade,
querdi
zer
,
oscri
tér
iosquepermit
em consi
der
aradminist
rat
ivoum contr
atosubscr
it
opor
um cont
raent
epúbli
co.
Sãoossegui
ntesoscr
it
éri
osl
egai
sdeadmi
nist
rat
ivi
dadedeum cont
rat
o:
i
)Det
ermi
naçãol
egal
[ar
ti
go1.
º,n.
º6,
alí
neaa)
]
i
i
)Submissãolegaldocont
rat
oaum r
egi
mesubst
ant
ivodedi
rei
topúbl
i
co
[
art
igo1.
º,n.
º6,alí
neaa)]
i
i
i)Exer
cíci
odepoder
espúbl
i
cos[
art
igo1.
º,n.
º6,
alí
neab)
]
i
v)Atr
ibui
çãodedir
eit
osespeci
aissobrecoi
saspúbli
casouexer
cíci
ode
f
unçõesdeórgãosdocontr
aent
epúbl i
co[ar
ti
go1.º,
n.º6,al
í
neac)]
v)Acopl
ament odar
egul
açãopúbl
i
cadaformaçãodocontr
atocom cer
tas
car
acter
íst
icasdaspr
est
açõesdococont
rat
ant
e[art
igo1.
º,n.
º6,al
í
nead)]
v
i)Vont
adedaspar
tes[
art
igo1.
º,n.
º6,
alí
neaa)
]
[
car
átert
axat
ivodoscr
it
éri
osl
egai
sdeadmi
nist
rat
ivi
dade]
Oscr it
ér i
oslegai
sestabelecidosnoar t
igo1.º,
n.º6, correspondem à
i
ndicaçãot axati
vadosf at
oresquepodem conduzi ràadmi ni
str
ati
vi
dadedeum
contr
ato.Embor anãosejatotalmenteclaranestepont o,parecepoderdeduzi
r-
sedalei que–sal vooutraindicaçãolegal–sósequal if
icacomo
administrati
voocont r
atoquecumpr aum doscr i
téri
osenunci ados.Nafalt
a
desterequisit
oenaausênci adeindicaçãolegalnoutr
osent i
do,oscontr
atos
cel
ebradosporcont r
aentespúbl i
cosnãosequal if
icam comocont r
atos
administrati
vos.
23–Ut
il
izaçãodocont
rat
oadmi
nist
rat
ivo.
Sobaepígrafe“
util
izaçãodocont ratoadministr
ati
vo”,oar ti
go278.
ºdoCCP
est
abel
eceosegui nte:“naprossecuçãodassuasat r
ibuiçõesoudosseusf ins,
oscont
raentespúblicospodem cel ebr
arquaisquercont r
atosadmini
str
ativos,
sal
voseout r
acoisar esul
tardaleioudanat urezadasr elaçõesaest
abelecer”.
Essadisposiçãoconsagr
aadesignadaautonomiapúbli
cacontr
atual
da
Administ
ração,queseconsubst
anci
anaat r
ibui
çãolegalaoscont
raent
es
públ
icosdacapacidadejur
ídi
cafor
mal par
aacelebraçãodecontr
atos
administ
rat
ivos.
23.
1–Pr
incí
piodal
iber
dadedeut
il
izaçãodocont
rat
oadmi
nist
rat
ivo.
Ocont r
atoadmini
str
ati
voassume-se,porconsegui
nte,
comoumaf
igur
ade
ut
il
izaçãogeral
pelaAdmini
straçãoPúbli
ca.
Opr
incí
piodal
i
vreut
il
izaçãodocont
rat
oadmi
nist
rat
ivoconheceum al
cance

111
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

di
ferente,consoanteestej
aem causauma“ opção”queafastaoato
administr
ativo(em regr
a,i
stosuceder
ánoscont r
atossobreoexercí
ciode
poderespúblicos)ouqueaf ast
aocontrat
odedi r
eit
oprivado(poder
ásuceder
em contratosdecolaboração,mastambém em contr
atosinter
admini
str
ati
vos
eoutros).
Ali
ber
dadedeut
il
izaçãodocont
ratoadmi
nist
rat
ivot
em um senti
dof or
mal,
poi
soqueestáem causaéauti
li
zaçãoda“
forma”contr
atoadminist
rati
vo.
Estali
ber
dadenem sempr eexi
ste:porum l
ado,hácasosem queal eir
emete
aAdmi ni
str
açãoparaaf ormadocontratoadmini
strat
ivo(v.
g.,
empr ei
tadade
obraspúbli
casoudelegaçãodecompet ênci
asnoRAL) ,pel
oque, quando
celebr
aum contr
atonessesdomínios,aAdmi ni
str
açãonãoexer ce
propri
amenteumaliberdadedeuti
li
zaçãodaf or
macont rat
ual.
Aleipode,
pois,imporaformadocont
rat
oadmi
nist
rat
ivopar
aaconst
it
uição
decertasr
elaçõesjur
ídi
cas.
I
nversament
e,aleit
ambém podepr
oibi
rouaf
ast
araut
il
izaçãodaf
ormado
cont
ratoadmini
str
ati
vo.
Foradessesdoi st iposdecasos, aAdmi ni
straçãoPúbli
cadi spõedeum poder
deutil
i
zaçãodocont r
atoadmi nistrativocomof ontedeconst i
tuiçãodeuma
rel
açãojurí
dica–t rata-sedeum poderdeescol hadaf ormadaação
administ
rat
ivae, em concr et
o,dael eiçãodocont r
atoadministrati
voem
detr
imentodeout raf ormapossí v el(sobreopoderdeescol ha“ entr
e”for
mas
deaçãoadmi ni
strativa,cf.supra).Assi m, ali
ber dadeaquiem causanão
conheceumapr ojeçãoquant o“aoque”( conteúdo)aAdmi nistraçãopodefazer
,
masapenasaoní vel do“como”f azer( forma).
a)Ut
il
izaçãodocont
rat
oadmi
nist
rat
ivoem v
ezdoat
oadmi
nist
rat
ivo
Aoaut oriz
arautil
izaçãodocont rat
oem v ezdoat oadmi ni strativo,alei
permi tequeaAdmi nistraçãodef i
naporconsensoocont eúdoder elações
j
urídicasquepoder i
adef i
niruni l
ateral
ment e( contratosadmi nistrativos
decisór i
os).Nest
esent ido,aquel aautori
zação“ formal ”equival e,napr át
ica,a
umaaut ori
zaçãoparanegoci arostermosdoexer cíciopoderuni l
ateral–
apesardeest anegociaçãot ambém podeocor rernopr ocediment ode
formaçãodoat oadmi nistrativo,autil
i
zaçãodaf ormacont r
at oenv olveum
“salt
odequal i
dade”quant oànat urezaeaosef ei
tosdadecl ar açãodo
cocont rat
antedaAdmi nist
r ação,aqual assumeadi mensãoder equisi
tode
perfeiçãoedaexi st
ênci ajur í
dicadocont rato.
Autil
izaçãodocontr
atoem vezdoat
ot em,natural
mente,
como
consequênciaaapl
icaçãodoregi
mejurí
dicosubstanti
vodocont
rat
o
administr
ati
vo(Par
teII
IdoCCP)em vezdor egi
mej ur
ídi
codoato
administr
ati
vo.
Emboraaasserçãopossasur
preender,
devedizer
-sequeaut i
li
zaçãodo
cont
rat
oem substi
tui
çãodoatoadminist
rat
ivonãotraduznecessari
ament
eum

112
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

“acréscimodeconsenso”,poispodeenvolverapenasumar econfi
guraçãodo
regi
mej urí
dicoapl
i
cável
–der est
o,comov eremosj áaseguir
,esta
reconfiguraçãonãosepodeconsiderari
ndiscuti
velmentevant
ajosaparao
cocontr at
antedaAdmini
stração(queseri
aodest inatár
iodoatoadmi ni
str
ati
vo)
.
Porv ezes,aleiconsagraexpr essament ealiberdadedeut il
izaçãoem
alternati
vadasf ormasat oecont rato: assim sucede, porexempl o,noDecreto-
Lei n.º280/2007, de7deagost o,em r elaçãoaosat osqueat ribuem poderes
exclusivosdef rui
çãodebensdodomí niopúbl i
co( l
icençaseconcessõesde
util
izaçãoprivativ
a)oupoder esdegest ãoedeexpl oraçãodebensdodomí nio
públ i
cos,osquai spodem r evesti
raf or made“ atooucont ratoadmi ni
str
ati
vos”
(arti
gos28. º,n.
º1, e30.º,n.º1).Em t ermospr óxi
mos, vej
a-seoar t
igo8.ºdo
Decr eto-
Lein.º92/ 2010,de26dej ulho, descrevendoas“ permi ssões”
admi nistr
ati
vascomoat osoucont ratosadmi nistr
ativos.
Hoje,oCPAestabel
ece,em ger
al,
que“sal
voseoutr
acoisaresult
ardaleiou
danaturezadasrel
açõesaestabel
ecer
,oprocedi
mentopodeterminarpel
a
prát
icadeum atoadminist
rat
ivooupel
acelebr
açãodeum contrat
o”:ar
ti
go
127.º.
[
aquest
ãodapr
efer
ênci
adocont
rat
oadmi
nist
rat
ivoaoat
oadmi
nist
rat
ivo]
Par aumapar tedadout ri
na, em vezdeuma“ li
berdadedeut i
li
zaçãodo
contratoadmi ni
st rati
vo”,existiri
aant esdeumapr eferênciadocont rat
o
enquant omododeaçãoadmi nistr
ativa,relegandooat oadmi nistrati
vopar aum
pl
anosecundár io.Nabasedest eentendiment o,encont r
a-seai deiadequeo
contratoexprimeumai deiadepar idadej urídica, despidadosi ngredientesde
autoridadeprópr i
osdoat oadmi nistr
at i
vo.Expr imimosaqui asnossasdúv idas
sobreapossi bil
idadedeext rairdosist emaj urídi
co- admi nist
rat i
vopor tuguês
umat alpref
erênciadocont rat osobreoat oadmi nistrati
vo.Al ém di sso,tendo
present eoregimej urí
dicodocont ratoadmi nist r
ativosubst i
tutivodeat o
admi nistr
ati
vo(máxi me, oar t
igo336. ºdoCCP) ,nãov emosqueseapr esent am
cl
arososbenef íciosdaut i
li
zaçãodocont ratoem v ezdoat o, pois, t
antoquant o
consegui mosal cançar ,asituaçãodopar ticularr evela-se,pelomenosem
muitoscasos, mai sf rágilnor egimedocont rat odoquenodoat o
admi nistr
ati
vo–v eja-se,porexempl o,queal ei r
emet epar aaspar tesaf ixação
dospr essupostosdamodi f
icaçãooudar evogaçãodocont r
at o(quepodeser
constituti
vodedi reitos).
b)Ut i
li
zaçãodocont r
atoadmi nistrati
voem v ezdocont ratodedi r
eit
opr ivado.A
outrafor maconcor rentedocont ratoadmi nistr
ativoéocont ratodedi r
eito
priv
ado: agora,aautor i
zaçãolegal paraaut ili
zaçãodocont r
atoadmi nistr
at i
vo
tem osent idodeconf eri
ràAdmi nistr
açãoopoderde“ t
razer”paraoDi rei
to
Admi nistrativ
oar egulaçãodeumar elaçãoj urí
dicaque, sem estapossibilidade,
seri
ar egul adapelodireitopr
ivado.Est apossi bil
idadedeut il
izaçãomani festa-
senost ermospr evistosnoar t
igo1. º,n.º6, al
íneaa),doCCP, naparteem que
ser ef
er eaoscont ratosquer evest em anat urezajurí
dico-administ
rati
vapor
“vontadedaspar tes”.

113
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

23.
2–Li
mit
esàl
iber
dadedeut
il
izaçãodocont
rat
oadmi
nist
rat
ivo.
Aliberdadedeutil
i
zaçãodocont r
atoadmini
strati
voconhecelimit
es.Nos
termosdoar t
igo278.ºdoCCP, oscontr
aentespúblicospodem ut
il
izaro
contratoadmini
str
ati
vo,“sal
voseoutracoi
sar esul
tardaleioudanat urezadas
rel
açõesaest abel
ecer”
.Formul
açãoidênti
casur genosarti
gos127.º, e199.º
,
n.º3,doCPA-
Em pr imei rol ugar , apossi bilidadedeut il
izaçãodocont ratoadmi nistrativo
estáexcl uídaquandoout racoi sar esultadal ei.Nãoseaf i
gur amui toclaraest a
i
ndicação.Abr angidos, com cer teza, sãooscasosem queal ei estabel eçauma
proibiçãoexpr essadaut i
lizaçãodocont rat oadmi nist rati
v o.Aest espodem
j
unt ar-seoscasosem queal ei def ineumaassoci açãonecessár iaent rea
formadoat oadmi ni st rativoeum r egi mej ur í
dicodet er mi nado: eisoque
sucedecom anomeaçãocomof ont edeumar el açãoj urí
di cadeempr ego
público, def inidanal ei comoat ouni lateral cujaef icáci adependedeacei t
ação
donomeado.Exi stenest escasosuma“ reser vadeat oadmi nistrativo”
(Verwal tungsakt vor behal t).For adest aszonasdesegur ança, começam as
i
ncer tezas: porexempl o, podedi scut ir-
sesear ef erênci alegal expr essaaoat o
conclusi vodeum cer topr ocedi ment ocomoat oadmi ni strati
vo( oudeci são
admi nist rat iva)cor respondeài ndicaçãoobr i
gat ór i
adeumaf or madeaçãoou
se“esse”at oadmi ni st rativopodesersubst it
uídoporum cont rato; dúvidas
subsist em t ambém noscasosem queal ei especi al associ aoat o
admi nist rat ivoquepr ev êaum r egi meespecí f
icodei nt erv ençãopost eriorda
Admi ni st ração( v .
g. ,pr ev endoamodi fi
caçãodoat o) .Naszonasdei ncer teza
quant oaoque“ resul tadal ei”, i
ncl inamo- nospar aat esequeexcl ui autili
zação
docont r atoadmi nist rativo: f
azemo- lopor queaexcl usãodocont r
at onãoexcl ui
oconsensoouadef iniçãoconsensual doat oadmi nist rativoepor que,dessa
forma, obser va-seor egi mesubst antivo( doat oadmi nistrativo)queest av a
present enaopçãol egal .Com umaconot açãomai ssubst ant i
v a, oout rolimi te
remet epar aanat ur ezadasr elaçõesaest abel ecer .Al eiconsi der aagor a
sit
uaçõesem queocont ratonãoser evelaumaf ont eadequadadeconst ituição
decer t
asr elaçõesj ur í
di cas; em causaest ãor elaçõesj urídicascuj a
const it
ui çãooumodel ação, pel asuanat ur eza, recl amam umadeci são
unil
at eral daAdmi nist ração: deci sõesdi sciplinar esesanci onat óri
as; decisões
deav al iaçãoedev er i
f i
cação( v .g.,exames, classi ficaçãodebens) .Além dest as,
também porf orçadanat ur ezadasr elaçõesaest abel ecer ,cont ratoéexcl uído
comof or madeexer cíci odepoder esest ritament ev i
ncul ados.Sea
Admi ni st raçãout i
lizaocont ratoem desr espei todosl imi tes, aconsequênci aé
anul i
dade, nost ermosdoar tigo284. º,n.º2, doCCP, conj ugadocom oar ti
go
161. º
, n.º2, alíneah) , doCPA( car ênci aem absol ut odef or mal egal );aomesmo
resultadosechegapel aconsi der açãodequeoempr egodaf or madocont rato
noscasosem queor ecur soaomesmoseencont rav edador epr esent auma
sit
uaçãodei ncapaci dadef ormal doór gãoadmi nist r
at ivo.
24–Doi
sti
posf
undament
aisdecont
rat
osadmi
nist
rat
ivos.
Ocont
rat
oadmi
nist
rat
ivoconhecemúl
ti
plasemui
tov
ari
adasapl
i
cações.Jáo

114
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

sabemos.Poi
sbem, sem desconheceressav ari
edade,i
mpõe-sereduzira
complexi
dadequel heestáassociadaei dent
if
icardoi
stiposf
undament ai
sde
contr
atoadministr
ati
vo:ocontrat
osobr eoexer cí
ciodepoder
espúbl i
cos
(cont
rat
oadmi nist
rat
ivodemodel oalemão)eocont r
atodecolaboração
(cont
rat
oadmi nist
rat
ivodemodel ofrancês).
Designamosocont ratosobr eoexercí
ciodepoder espúblicocomoocont rat
o
administr
ati
vodemodel oalemão,pelofactodetersidopr eci
sament ena
Alemanhaqueaquel af igurasev i
upelaprimeiravezconsagr adaou
reconheci
dapelalegislação.Além disso,arefer
ênciaaoconcei todecont r
ato
administr
ati
vooude“ contratodedirei
topúbli
co”(öffent
liche-r
echtl
icher
Vertr
ag)nodireit
oalemãor emet eimediat
ament eparaocont r
atoreguladonos
§§54- 62daleidoprocedi ment oadminist
rati
vo,ouseja,paraocont rat
osobr e
oexercíci
odepoder espúbl icos.
Associa-seocont r
at odecolabor açãoaum model of r
ancêsdecont rato
admi ni
strativoapenaspor que, naEur opa,foiem Fr ançaque, noiní ci
o, se
avançoudef ormamai sconsist entecom ai deiadequeocont rat
o
admi ni
strativoéoi nstr
ument oj urídicoquear ticulaumar elaçãoj urídicade
colaboraçãoent r eaAdmi ni
straçãoeum par t
icularequesedi sti
ngue, em
rel
açãoaoscont ratosdedi r
eitopr ivadopelof actodeaAdmi nist
ração
conservarpoder espúbl i
cosdeaut oridadesobr eocont ratoesobr eoseu
cocontratant e.Tr ata-sedeumadi cot omiaqueat ende,porum l ado, àr adi
cal
div
ersidadedecausasedef unçõesdecadat ipodecont r
atos( num caso, o
contrat
or ev ela-seaf ormadeexer cíciodeum poderpúbl i
coe, noout r
o,
consistenum esquemapar adisci plinarumar elaçãodecol aboração) , oque,
sem surpr esa, sepr oj
etanumadi versidadeder egimesjurí
dicos,com
dif
erentescont eúdosedi ferentesi nt enci
onalidades.Osdoi spont ossegui nt
es
ocupam- sedaanál isedosmoment osessenci aisdor egi
mej urídicodecadaum
dessest i
posdecont r
atosadmi nistrati
vos.
25–Em especi
al,
ocont
rat
osobr
eoexer
cíci
odepoder
espúbl
i
cos.
Ocont ratosobr eoexer cíciodepoder espúblicoséumaf iguraque,embor ade
génesedout ri
nal,setornoucent ralnaelaboraçãodogmát i
cadoDi rei
to
Admi nistrat
ivo,essencialment eporforçadoseuexpr essoreconhecimento
l
egislativo,em regra,em leisreguladorasdopr ocedimentoadmi nist
rati
vo–o
acolhiment odaf i
guraem l ei
sdessanat ureza,que,em geral,r
egulam ociclode
for
maçãodoat oadmi nistrat
ivo,
nãoéof rutodeum acaso; r
esult
adeo
contratosobr eoexer cíciodepoder espúbl i
cosapar ecer,
nunscasos, comoum
mododet erminaçãooudeconcl usãodopr ocediment oem alter
nativ
aaoat o
admi ni
st r
ativ
oe, noutros, sercel
ebradonoâmbi todeum pr ocediment oquese
conclui com um at oadmi nistr
ati
vo.
Estáaquiem causaaapli
caçãodocont r
atoadminist
rat
ivoqueadoutrinamais
anti
ga(aparti
rdeOttoMay er
,naAlemanha)considerav
ainconci
l
iávelcom o
dir
eit
opúbli
coeque, pori
sso,excl
uíadosprocessosdeaçãoadmi ni
strat
iva:
o
“poderpúbl
i
conãosenegocei a”tr
ansfor
mou-senum dogma.Cont udo,a

115
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

práti
caacaboupordesment i
restaconceçãoe, nasequênci a,alegislação
acabari
aporadmi t
iraut il
izaçãodocont ratocomoi nstrument odeexer cí
ciodo
poderpúblicodeaut oridade.Ocont ratosobreoexer cíciodepoder espúbl i
cos
écelebrado, em regra,num quadr oger aldesubordinaçãodopar ti
cul arà
Admi ni
str
ação; surge, pois,num domí nioem queaAdmi nistr
açãoseencont ra
dotadadepoder esdeaut oridadee,em si mesmo, ocont ratorevela-se,do
pontodev istadaAdmi ni
st r
ação,um esquemadeexer cíci odeum poderde
autori
dade, alt
ernati
v ooucombi nadocom um at oadmi ni str
ativ
o.
25.
1–Del
imi
taçãodoconcei
to.
Aautoridadeadmi nistr
at i
vaexprime- se,em regra, atr
avésdeat osjurí
dicos
uni
lat
erais; maspodet ambém expr imir-seem at osbi l
aterais(contr
atos),
mantendo- se,cont udo,poderautor i
tário.Nav erdade, nestecaso, a
AdministraçãoPúbl i
cat ambém exer ceum poder ,aopôrnot err
enouma
compet ênciapr ópriapar adi
tarumadi scipl
inarelat i
vaàsi tuaçãojurí
dicadeum
ter
cei
ro, sem car ecerdoconsent iment odest e.Nocaso, oconsensoexi ste(por
i
ssohácont rato),masnãoser evelaimpr escindívelparaapr oduçãodos
concr
etosef ei
tosj urí
dicosdesencadeadospel ocont ratonoâmbi toda
compet ênciapr ópriadaAdmi ni
stração.
Opoderpúbl icodeaut ori
dader epresenta, porconsegui nt
e,umaposição
j
urídi
caat i
vadaAdmi nist
raçãoem pot ênciaqueseapr esentasuscetí
vel
de
atuaçãoat r
avésdeum at ouni lat er
al(atoadmi nist
rativ
o)oudecont r
ato;est
e
segundocenár ioocorreseaAdmi ni
straçãoopt arporexer ceressepoder
atravésdeum i nstr
ument ojurídicoquet r
aduzaum “ acor dodev ont
ades”eem
queasdecl arações–daAdmi ni str
açãoedococont ratante–sepossam
considerarcondiçãodeexi stênci adessei nstrument o.
OCCPcomeçaporser efer
iràfigur
aem análi
senoarti
go1.
º ,
n.º6,al
íneab)
,
paraconsider
arquerev
estem anaturezadecontr
atoadmi
nistr
ati
voos
contr
atoscom objet
opassível
deat oadmini
str
ati
voedemaiscontrat
ossobre
oexercíci
odepoderespúbli
cos.
i
)Cont ratoscom objet opassí v
eldeat oadministrativo.Cont r
atoscom objeto
passível deat oadmi nistrat
ivosão,comoonomei ndica, oscontratosque
produzem ef ei
tosjurídicosqueum at oadministrativot ambém poder iagerar.
Trata-sedeum cenár i
oem queocont r
atosubst i
tuioat oadmi ni
strat
ivocomo
atofinal deum pr ocedi mentoeser evelacomoumaal ternati
vaaoat o
admi nistrati
vo:ei
soquesucede, porexempl o,com osacor dosendocont r
atuais
aqueser efereoarti
go310. ºdoCCP.AAdmi nistraçãoopt apelaforma
contratual apesarde, nost ermosdal ei
,poderdeci dirporv iaunil
ateral
.
Ocontratocom obj
etopassív
eldeatoadmini
str
ati
voéum cont
rat
odeci sóri
o;
tr
ata-
sedeum contratoem queavul
taadimensãodedeci
sãoadmi ni
strat
iva,
postoqueneleseconcreti
zaeexpri
meoexercíci
odeumacompet ênciaprópri
a
dedecisãodaAdministr
ação.
i
i
)Demai
scont
rat
ossobr
eoex
ercí
ciodepoder
espúbl
i
cos

116
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

OCCPacr escentaaoscont rat oscom obj etopassí veldeatoadmi nist


rati
voos
“demaiscont rat
ossobr eoexer cí
ciodepoder espúbl i
cos”.Mui tosdestes
“demaiscont rat
os”estãoai ndar elacionadoscom af i
guradoat oadminist
rat
ivo.
Nav erdade, ocont r
atoadmi nist r
ativopodesur girem combi naçãocom um at o
admi ni
strativo,quandoatrav ésdel e,aAdmi nistr
ação, em atuaçãodeum poder
discr
icionário,assumeaobr igaçãodepr at i
caroudenãopr aticarum ato
admi ni
strativocom um det ermi nadocont eúdo( cf.art
igo337.º ,n.
º2,doCCP) ;
nestescont ratos,aAdmi ni
st raçãocompr omet e-seouobr i
ga-seaexer ceroseu
poderdi scri
cionárioem certost ermos; trata-seagor adecont ratos
admi ni
strativosobrigaci
onai s.
Quandoi nser i
donopr ocedi ment odef or maçãodoat oadmi ni st
rat i
vo,teremos
um cont ratoendopr ocediment al;
sesur gi rforadeum pr ocedi ment odest i
nado
àprát i
cadeum at oadmi nist r
at i
vo, omesmopodedesi gnar-secont r
ato
prel
imi nar.Oar ti
go57. ºdoCPApr ev êapossi bil
idadedacel ebraçãodos
designadosacor dosendopr ocedi ment ai s.Ébem di f
er enteoobj etodos
acordospr ev i
stonosn. os1e2eospr ev i
stosnon. º3.Osdoi sprimei r
os
númer osr ef erem- seaacor dossobr eat rami t
açãodopr ocedi ment o,osquai s
surgem noâmbi todeum poderdei nstruçãodopr ocedi ment o;poraqui se
expli
caar ef er
ênci aàdi scricionar iedadepr ocediment al (
estaapl icaçãoda
fi
guradoacor doendopr ocedi ment alapar ecet ambém noar tigo98. º,n.º2do
CPA, parar egul aroacompanhament odopr ocedi ment odeel abor açãode
regulament os).On. º3r efere- seaacor dossobr eoexer cíciodepoder es
públicos,quet êm porobj etoadet er minaçãodocont eúdodoat oadmi nistr
ati
vo
aprat i
carnopr ocedi ment o; tr
at a-se, pois, decont ratospel osquai sa
Admi nistração, noexer cíciodeum poderdi scr i
cionár i
o, secompr omet ea
prati
caroat oadmi nist
rat i
vocom um cer tocont eúdo.
25.
2–Sent i
dodaut
il
izaçãodocont
rat
ocomoi
nst
rument
odeexer
cíci
odo
poderpúbl
i
co.
Sabemosj áque,nassuasapl icaçõespr i
ncipais,oscont ratossobr eoexer cíci
o
depoder espúblicossãocel ebr adosem subst itui
çãodapr áticadeat os
admi nist
rati
vosouem combi naçãocom at osadmi nistrativosapr aticaroua
nãopr ati
car.Napr i
meirahipót ese, autili
zaçãodocont rato–cont r atocom
objetopassíveldeatoadmi nist rativo–r epresentaessenci alment euma
substitui
çãodor egimej ur
ídicoapl i
cável:em vezdor egimej urí
dicodoat o
admi nist
rati
vo,émobi l
izadoor egi meespecí fi
codocont ratosobr eoexer cício
depoder espúblicos.Nesteâmbi to,autil
izaçãodocont ratonãosi gni f
ica
necessar i
amenteor eforçodeum component econsensual noexer cíciodo
poderpúbl i
co,j
áqueaest ipul açãodoat oadmi ni
strativ
osubst it
uí dopoder ia
refl
etiromesmogr auouní v el consensoexpr essonocont r
at oent rea
Admi nistr
açãoeoi nteressado.Al ém disso,aut il
i
zaçãodocont ratot ambém
nãot raduz,nem expri
meum poderpúbl icomat er
ialdiferent edaquel eque
poder i
asermobi li
zadonaconst ruçãodocont eúdodoat oadmi nist r
ativo.Quer
dizer
, aopçãopel ocontratot em sobr etudoum si gnificadof ormal –deopção
porumaf ormaem det ri
ment odeout r
a–, àqual seassoci am impl icaçõesao

117
Cél
i
aNev
esDi
rei
toAdmi
nist
rat
ivoI
I

níveldoregi
mej urí
dicoaplicável
.Aopçãopel aformadocont rat
ocorresponde,
afinal,
àsubstit
uiçãodeum r egi
mej ur
ídicorígi
do,defi
nidoporlei,
porum
regimejurí
dicofl
exívelque,em grandemedi da,podeserconcebi donopróprio
contrat
o:eisoquesucede, porexemplo, quantoàmodi f
icaçãoouàr evogação,
porcompar açãoentreodi spostonoartigo336. ºdoCCP, quantoaocontrato,e
oquesedi spõesobr eessasmat ér
iasnoCPA, em rel
açãoaoat oadministr
ati
vo.
Osent idodaut i
lizaçãodocont ratomost raout r
oscont or nosquant oaos
“demai scontr
at ossobr eoexer cí
ciodepoder espúblicos” ,querdizer ,aos
contratosdev i
ncul açãoàpr áti
caouànãopr áticadeum at oadmi nistrati
vo.
Agora, maisdoqueael egerum regimej urí
dico, aAdmi nistraçãoéaut orizadaa
anteciparoexer cíci
odeumacompet ênciaprópr i
aeav incular-seaexer cê-l
a
em cer tost
ermos.Aut ili
zaçãodocont ratoadmi ni
str
ativonãoal argaopoder
públi
comat er
ial daAdmi nist
ração,vi
st oqueel adispõeporv iacontrat ualde
um poderquej ádet ém; maséum f actoqueocont r
ato, nest ecaso, representa
um acr ésci
moquant oàscondiçõesout ermosdoexer cício.

118

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