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DIOCESE DE PENEDO
ALAGOAS

CURSO DE TEOLOGIA
Escritos Paulinos Carta aos Gálatas

PROFESSOR:
Pe. JUDÁ BARBOSA LEITE

EQUIPE:
CARLOS PITA
GIVANILDO MATIAS DOS SANTOS
JOSÉ ANDRÉ DA SILVA

ARAPIRACA – AL, SETEMBRO DE 2023


CARTA AOS GÁLATAS
A Epístola aos Gálatas, escrita pelo Apóstolo Paulo endereçada aos cristãos da região
da Galácia, esta carta chama atenção como a carta mais fervorosa de Paulo, acredita que o
apóstolo tenha escrito a epístola durante o período de dois anos em que esteve em Éfeso entre
54 e 55 d.C. (Enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo depois de ter atravessado o planalto,
chegou a Éfeso, ou durante o período da terceira viagem missionária pela Macedônia rumo à
Grécia por volta de 56–57 d.C.

Na região da Galácia havia pequenos povoados. Seus habitantes eram oriundos da


Gália, região que inclui parte da França. Não havia ali judeus nem sinagogas. Os gálatas
eram amantes da liberdade, não se deixavam subjugar com facilidade, mas aceitavam
novidades. Em relação à religião, eles cultuavam os astros, os quais, para eles, regiam o
mundo e as pessoas. Gálatas contém a primeira apresentação escrita por Paulo a respeito da
doutrina da justificação – não somos justificados pelas obras da lei de Moisés, mas pela fé em
Jesus Cristo. A epístola contrasta “as obras da carne” com “o fruto do Espírito” “ Ora, eu vos
digo, conduzi-vos pelo Espírito e não satisfazeis os desejos da carne. Pois a carne tem
aspirações contrárias ao Espírito e o Espírito contrárias à carne. Eles se opõem
reciprocamente, de sorte que não fazeis o que quereis. Mas se vos deixais guiar pelo Espírito,
não estás debaixo da Lei. Ora, as obras da carne são manifestas: formicação, impureza,
libertinagem, idolatria, feitiçaria, ódio, rixas, ciúme, ira, discursões, discórdia, divisões,
inveja, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos previno,
como já vos preveni, os que praticam tais coisas não herdarão o Reino de Deus. Mas o fruto
do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,
mansidão, autodomínio. Contra estas coisas não existe Lei. Pois os que são de Cristo Jesus
crucificaram a carne com suas paixões e seus desejos. Se vivemos pelo Espírito, pelo Espírito
pautemos também nossa conduta.” (Gl 5; 16–25).

A motivação da Carta aos Gálatas surgiu quando Paulo percebeu o estrago que seus
conterrâneos tinham feito na região. Dizendo serem representantes dos apóstolos de
Jerusalém, uns ‘falsos irmãos’ judeus tentaram persuadir a comunidade de que era necessário
fazer a circuncisão para estar conforme o judaísmo e, somente depois, tornar-se cristão. Por
conseguinte, ser salvo. Eles diziam que Paulo estava equivocado e que era preciso seguir as
orientações dos apóstolos de Jerusalém. Muitos estavam aderindo às propostas dessas
lideranças. Paulo, sabendo da polêmica provocada pelos judeus tradicionalistas, ficou irritado.
Ele se dirigiu aos gálatas, chamando-os de insensatos “Ó Gálatas insensatos, quem vos
fascinou, a vós ante cujos olhos foram delineados os traços de Jesus Cristo Crucificado?” (Gl
3,1). Eles não teriam o direito de dar ouvido a essas falsas orientações. “O que eles querem é
separar-vos de mim para que vós os cortejais a eles” (Gl 4,18), escreveu. E Paulo foi ainda
mais radical, quando propõe que ao invés de circuncidar, como pedia aqueles judeus, que eles
cortem tudo de uma vez, isto é, que se castrem “Que se façam mutilar de uma vez os que vos
inquietam.” (Gl 5,12).
Paulo está profundamente revoltado que outro episódio importante é narração da
repreensão que Paulo faz a Pedro. “Mas quando vi que não andavam retamente segundo a
verdade do evangelho, eu disse a Pedro diante de todos: se tu, sendo judeu, vivem à maneira
dos gentios e não dos judeus, porque forças os gentios a viverem como judeus?” (Gl,2) como
forma de legitimar a necessidade de não poupar nem mesmo aqueles que estiveram
diretamente com Jesus quando estes colocam a lei mosaica como critério de salvação.

Para expor a sua argumentação, Paulo estrutura a carta aos Gálatas da seguinte forma:
 1,1–5: Prólogo
 1,6 –10: Evangelho de Jesus Cristo
 1,11–5,15: cinco argumentos em favor do Evangelho
 5,16–6,10: sentido da liberdade que deriva do Evangelho
 6,11–18: Epílogo
No prólogo, Paulo apresenta os temas que serão tratados na carta. Nos versículos de
seis a dez, admoesta aos gálatas sobre o abandono do Evangelho de Jesus Cristo que ele havia
pregado para eles. Os cinco argumentos em favor do evangelho são: ele vem de Jesus, foi
confirmado pelos apóstolos de Jerusalém, anunciado por Paulo, vivenciado pela comunidade
de Gálatas e sustentado pela Palavra de Deus.
Paulo demonstra como a adesão ao Evangelho proporciona a liberdade total e não a
escravidão da Lei judaica. O epílogo conclui a carta retomando pontos importantes de sua
admoestação, reforçando a não importância da circuncisão e da escravidão que ela, sendo a
Lei, pode causar. Melhor é gloriar-se na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, conclui. Para os
da comunidade que estavam com ele, Paulo deseja de paz e a misericórdia. Por fim, pede para
não ser incomodado e deseja a graça de Jesus.
Paulo apresenta em sua carta dois elementos importantes, a Lei e a fé. A Lei enfeitiça.
Ela é maldição e idolatria. A fé dá-nos o Espírito de liberdade e a bênção. Os gálatas deveriam
escolher entre a Lei e a fé. A fé torna-nos filhos de Abraão, faz-nos viver como justos, faz-nos
um só em Cristo Jesus: judeus e gregos, escravos e livres, homem e mulher, um só povo em
Jesus Cristo e filhos de Deus. Em Jesus todos se tornam Filhos de Deus. Não há outra escolha
para o Gálatas. Eles, que sabem o que é a liberdade, não podem acatar influências malévolas
de falsos irmãos que querem escravizá-los com a Lei judaica. Nada de abandonar o
evangelho de Jesus Cristo que ele lhes havia anunciado.

O principal propósito de Paulo ao escrever essa epístola incluía:


1. Defender-se contra as acusações de falsos mestres que se opunham a ele.
2. Ensinar que todas as pessoas, sejam judias ou cristãs, são salvas pela Expiação de Jesus
Cristo ao depositarem sua fé em Jesus Cristo, em vez de confiarem nas obras da lei de
Moisés.
3. Esclarecer o papel da lei de Moisés no plano de Deus.
4. Distinguir entre os antigos convênios que Deus havia feito com Moisés e o novo convênio
com Cristo.
5. Conclamar os santos a viver pelo Espírito.

Na Epístola aos Gálatas, Paulo foi enfático ao afirmar que a salvação é um dom
gratuito de Deus, que todo o processo pertence a Ele, isto é, não qualquer participação
humana na salvação, e que tudo se resume a graça de Deus e não no merecimento do homem,
que apenas pode recebê-la pela fé e não por obras “Nós somos judeus de nascimento e não
pecadores da gentilidade, sabendo, entretanto, que o homem não se justifica pelas obras da
Lei, mas pela fé em Jesus Cristo, nós também cremos em Jesus Cristo para sermos
justificados pela fé em Cristo e não pelas obras da Lei, porque pelas obras da Lei ninguém
será justificado. (Gl 2; 15,16).
O apóstolo também demonstrou toda a sua indignação ao explicar que aqueles agitadores
negavam completamente os pontos principais do verdadeiro Evangelho de Cristo. Também
alertou que o novo ensino transmitido por eles corrompia o Evangelho genuíno e precisava ser
combatido a todo custo.

Na Carta aos Gálatas Paulo pregou sobre a obra redentora de Cristo na cruz, onde o
Senhor carregou sobre si a maldição da Lei que estava sobre nós, nos libertando do pecado e
da morte “Cristo nos resgatou da maldição da Lei tornando-se maldição por nós, porque
está escrito: Maldito todo aquele que suspenso ao madeiro”. (Gl 3; 13), “Quanto a mim não
aconteça gloriar-me senão na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo por quem o mundo está
crucificado para mim e eu para o mundo” (Gl 6, 14), nos vestindo com sua justiça. “Vós
todos sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo, pois todos vós, que fostes batizados no
Cristo, vos vestistes de Cristo.” (Gl 3; 26, 27).

Portanto, Paulo tenta esclarecer os gálatas a respeito das brigas e fofocas que os
judaizantes tinham espalhado a respeito dele. Na carta ele desfaz as fofocas e mentiras e conta
para os gálatas a verdadeira versão dos fatos da sua vida. Conta como foi a sua conversão. Eis
o que ele escreve:
“11Com efeito, eu vos faço saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo
o homem, 12pois eu não o recebi nem aprendi de algum homem, mas por revelação de Jesus
Cristo. 13Ouvistes certamente da minha conduta de outrora no judaísmo, de como perseguia
sobremaneira e devastava a Igreja de Deus 14e como progredia no judaísmo mais do que
muitos compatriotas da minha idade, distinguindo-me no zelo pelas tradições
paternas. 15Quando, porém, aquele que me separou desde o seio materno e me chamou por
sua graça, houve por bem 16revelar em mim o seu Filho, para que eu o evangelizasse entre os
gentios, não consultei carne nem sangue, 17nem subi a Jerusalém aos que eram apóstolos
antes de mim, mas fui à Arábia, e voltei novamente a Damasco. 18Em seguida, após três anos,
subi a Jerusalém para avistar-me com Céfas e fiquei com ele quinze dias. 19Não vi nenhum
apóstolo, mas somente Tiago, o irmão do Senhor. 20Isto vos escrevo e vos asseguro diante de
Deus que não minto. 21Em seguida, fui às regiões da Síria e da Cilícia. 22De modo que,
pessoalmente, eu era desconhecido às Igrejas da Judéia que estão em Cristo. 23Apenas
ouviam dizer: quem outrora nos perseguia agora evangeliza a fé que antes devastava, 24e por
minha causa glorificavam a Deus” (Gl 1,11-23).
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICAS

Bíblia de Jerusalém. 1ª edição 2002, 13ª reimpressão 2019.

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