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Sabemos que foi o apóstolo Paulo quem fundou as

igrejas da Galácia. Todavia, logo depois dos gálatas


terem recebido o verdadeiro Evangelho que havia sido
pregado pelo apóstolo, surgiram pessoas que
começaram a se levantar contra o ministério de Paulo
(Gl 4:17) e também a pregar um “outro evangelho”
completamente distorcido do que tinha sido ensinado
(Gl 1:6,7).

Basicamente esse falso evangelho que estava sendo


pregado ensinava que os gentios que se tornavam
cristãos deveriam seguir as tradições judaicas e praticar
as obras da lei, pois isso influenciaria diretamente no
processo de salvação (Gl 6:12).

Assim, esses falsos mestres ensinavam aos gálatas que


a fé em Cristo não era o suficiente, mas eles também
deveriam praticar a circuncisão (Gl 2:3-5; 5:2,6,11;
6:12-15). Uma das principais táticas dessas pessoas
era atacar pessoalmente o apóstolo Paulo.

A defesa feita pelo próprio apóstolo no decorrer da


Epístola aos Gálatas nos ajuda a entender um pouco o
tipo de artimanha que esses indivíduos estavam
utilizando.

O principal propósito de Paulo ao escrever a Carta


aos Gálatas foi expor a verdade sobre o Evangelho,
mostrando a suficiência da obra de Cristo e
ensinando que a salvação vem pela fé no Senhor
Jesus (Gl 2:5,14).

Na Epístola aos Gálatas, Paulo foi enfático ao afirmar


que a salvação é um dom gratuito de Deus, que todo o
processo pertence a Ele, isto é, não qualquer
participação humana na salvação, e que tudo se
resume na graça de Deus e não no merecimento do
homem (Gl 1:3,6,15; 2:19,21; 6:18) que apenas pode
recebê-la pela fé e não por obras (Gl 2:15,16).

Introdução ao livro
Para entendermos bem o que se passa nessa carta,
precisamos começar estudando o que acontece em
Atos 13:14 até 14:28. Para isso, sugiro a leitura do texto
bíblico de Atos 13 e 14.
Entendendo bem o que aconteceu nestes dois
capítulos, você já poderá ter uma noção um pouco mais
abrangente da relação de Paulo com esta igreja.

Além disso também é importante que você conheça


sobre o concílio de Jerusalém, que acontecem em Atos
15.
Também é importante que você conheça a história da
Abraão, ela é contada dos capítulos 12 a 25 do livro de
Gênesis

Quem eram os Gálatas?


Os Gálatas foram um povo Celta que, no século III a.C.,
migrou da Gália, sua terra natal, para a região da Ásia
Menor. Após alguns confrontos com povos locais, se
estabeleceram na região da Capadócia, formando
assim a região conhecida como Galácia.

Onde ficava a igreja de Gálatas?


Na verdade, não existiu uma igreja de Gálatas. Essa
região da Galácia acomodou algumas igrejas fundadas
por Paulo. A saber: Listra, Derbe, Icônio e Antioquia da
Pisídia.

O CAPÍTULO 1

No capítulo 1 Paulo reforça o seu apostolado e


apresenta sua indignação com aquelas igrejas.

# Paulo se apresenta

O primeiro ponto que chama a atenção é a maneira


como ele começa se apresentando:

Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por


homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai,
que o ressuscitou dos mortos).

Gálatas 1:1
Paulo abre a sua carta àquelas igrejas afirmando ser
um apóstolo, uma pessoa enviada por Cristo para
pregar a Palavra, para expandir o Reino, levando as
boas novas. Ele ressalta também que não foi enviado
por homens, nem se tornou apóstolo por alguma
pessoa, mas diretamente por Cristo e pelo Pai.

Esta apresentação de Paulo dá o tom da carta: quem


está falando não é uma pessoa qualquer, mas sim uma
pessoa enviada por Deus para exortar aquelas igrejas.

Aqui ele já está confrontando os ensinos judaizantes


que estavam enganando aquelas pessoas. De certa
forma, Paulo estava até mesmo questionando a
autoridade divina das pessoas que estavam ensinando
aquelas igrejas de maneira incorreta.

No verso 3, Paulo continua o questionamento do


ensino:

“graça e paz, da parte de Deus Pai e da de nosso


Senhor Jesus Cristo,”

Gálatas 1:3
Afirmando aqui a graça que traz a paz, e não as leis,
que trazem prisão. O assunto da carta seria exatamente
a justificação pela fé, através da graça, em contraponto
à justificação pela lei, através das obras.

Após essa apresentação, Paulo ainda escreve por um


tempo sobre quem ele é e o seu chamado:
“Porque já ouvistes qual foi antigamente a minha
conduta no judaísmo, como sobremaneira perseguia a
igreja de Deus e a assolava. E, na minha nação,
excedia em judaísmo a muitos da minha idade, sendo
extremamente zeloso das tradições de meus pais.”

Gálatas 1:13,14
Paulo tinha autoridade para falar sobre a lei, uma vez
que foi seu seguidor fiel. Paulo tinha autoridade para
falar sobre a graça, pois havia sido alcançado por ela
(Atos 9). Paulo tinha autoridade para falar sobre o
evangelho, pois havia sido instruído pelo próprio Cristo
(Gl 1:12).

A ida de Paulo para Jerusalém


Note que aqui, assim como acontece em outras cartas,
descobrimos algo sobre Paulo que não é narrado em
Atos.

“nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de


mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia e voltei
outra vez a Damasco. Depois, passados três anos, fui a
Jerusalém para ver a Pedro e fiquei com ele quinze
dias.” Gálatas 1:17,18

Esta viagem de três anos pelo deserto não é relatada


em Atos 9. Lá, na narrativa feita por Lucas, o que lemos
nos versículos 18 e 19 nos faz entender que esse
tempo não existiu.

Ao que tudo indica, e os principais estudiosos da


Palavra concordam, foi durante este tempo que Paulo
foi ensinado por Cristo a respeito do Evangelho. Não
sabemos como isso aconteceu, mas essa foi uma
viagem decisiva para o ministério de Paulo.

A indignação de Paulo

A partir do versículo 6, Paulo apresenta a sua


indignação com aquelas igrejas:

“Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele


que vos chamou à graça de Cristo para outro
evangelho,” Gálatas 1:6

O tom da carta seria esse: uma exortação pesada para


aquelas igrejas que estavam aceitando o ensino de que
precisamos obedecer à lei para sermos justificados
diante de Deus.

Os cristãos judaizantes, como falamos antes, estavam


ensinando que era necessário que o povo se
circuncidasse para que fosse salvo. Paulo vai
totalmente contra este ensino e reafirma que somos
justificados pela fé, salvos pela graça do Senhor.
O que aprendemos aqui é que não podemos sequer
imaginar que as nossas obras têm alguma serventia
para nossa justificação ou salvalção. As obras existem,
mas são um fruto, uma consequência da nossa fé, e
não o contrário (Tiago 2:14-26).

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