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Fórmula 1 (F1)

Esta fórmula é dedicada exclusivamente aos ácaros. Sabemos que estes são um dos maiores
alérgenos causadores de reações alérgicas diversas como rinites, conjuntivites, otites e
dermatites. Na prática ambulatorial observamos uma grande quantidade de pessoas que
apresentam teste positivo para alguns destes ácaros. Estas espécies são endêmicas em várias
partes do mundo e estão presentes na poeira domiciliar. Esta é uma das fórmulas mais
prescritas para os tratamentos de alergias.

Fórmula 2 (F2)

Esta fórmula é uma miscelânea de todos os outros alérgenos causadores das alergias de via
aérea superior e dermatites.

MIX DE INSETOS. Estão relacionados com rinites pois estão presentes em poeira domiciliar,
além de ser causadores de dermatites alérgicas importantes através das picaduras. Colocamos
mosquitos, pernilongos e formigas que são os mais importantes deste grupo.

MIX DE PÓLENS. Os pólens são importantes causadores das alergias de vias aéreas superiores e
asma. Quase sempre pensamos nos pólens de flores como sendo únicos, porém na prática
clínica observamos os pólens de arvores, arbustos e gramíneas como alérgenos tão
importantes quanto.

POOL DE FUNGOS. Os fungos do ar estão em todos os ambientes e se proliferam e sistemas de


ar facilmente. Portanto são alérgenos importantes para o tratamento das alergias.
Selecionamos as espécies mais presentes no dia a dia para este tratamento.

Fórmula 3 (F3)
Desenvolvemos uma fórmula pensando em tratar grande parte das infecções bacterianas
recorrentes. Seja sinusite, acne, furunculose, impedigo, conjuntivites, vanigoses, otites,
amigdalites, pneumonias, etc. Todas as infecções bacterianas de repetição estão
potencialmente cobertas nesta fórmula.

Fórmula 4 (F4)

Esta fórmula é a imunoestimulante. Já abordamos anteriormente todas as suas substâncias


individualmente. É indicada para quase todos os pacientes. Além de conseguirmos melhora da
resposta celular e imunológica como um todo, também diminuímos as reações alérgicas aos
alérgenos e agentes infecciosos que não abordamos diretamente nas outras fórmulas.

ESQUEMA DE TRATAMENTO

Como vimos anteriormente, muitos estudos realizados mostram uma resposta prolongada da
vacina para pacientes que realizam tratamento de 3 anos. De forma geral nosso tratamento
será de 3 anos com poucas exceções para mais ou para menos. Temos 4 concentrações
diferentes (1:100.000, 1:10.000, 1:1.000 e 1: 100). Iniciamos com a concentração mais “fracas”
(1:100.000) e vamos aumentando até as últimas etapas com concentrações mais “fortes”
(1:100).

Para facilitar, dividimos nosso tratamento em etapas. Cada etapa corresponde a um frasco da
vacina. Do início ao final do tratamento vamos da ETAPA 1 até a ETAPA 20. As etapas mais
cruciais são a ETAPA 1 (inicial) e as ETAPAS 6,11 e 15 (onde há mudança de concentração). As
outras etapas são de manutenção.

As aplicações das vacinas serão semanais com 1ml de cada fórmula, as exceções serão nas
etapas iniciais e de mudança de concentração onde iniciamos com 0,2ml e vamos aumentando
gradativamente até chegar na dose de 1ml normalmente. Observe abaixo:

SEMANA ETAPA DILUIÇÃO QUANTIDADE


APLICADA

1. 1 1:100.000 0,2MG (20U)

2. 1 1:100.000 0,4MG (40U)

3. 1 1:100.000 0,6MG (60U)

4. 1 1:100.000 0,8MG (80U)

5. 1 1:100.000 1,0MG (100U)

6. 1 1:100.000 1,0MG (100U)

7. 1 1:100.000 1,0MG (100U)

8. 1 1:100.000 1,0MG (100U)

9. 2 1:100.000 1,0MG (100U)

10. 2 1:100.000 1,0MG (100U)


11. 2 1:100.000 1,0MG (100U)

12. 2 1:100.000 1,0MG (100U)

13. 2 1:100.000 1,0MG (100U)

14. 2 1:100.000 1,0MG (100U)

15. 3 1:100.000 1,0MG (100U)

16. 3 1:100.000 1,0MG (100U)

17. 3 1:100.000 1,0MG (100U)

18. 3 1:100.000 1,0MG (100U)

19. 3 1:100.000 1,0MG (100U)

20. 3 1:100.000 1,0MG (100U)

21. 4 1:100.000 1,0MG (100U)

22. 4 1:100.000 1,0MG (100U)

23. 4 1:100.000 1,0MG (100U)

24. 4 1:100.000 1,0MG (100U)

25. 4 1:100.000 1,0MG (100U)

26. 4 1:100.000 1,0MG (100U)

27. 5 1:100.000 1,0MG (100U)

28. 5 1:100.000 1,0MG (100U)

29. 5 1:100.000 1,0MG (100U)

30. 5 1:100.000 1,0MG (100U)

31. 5 1:100.000 1,0MG (100U)

32. 5 1:100.000 1,0MG (100U)

33. 6 1:10.000 0,2MG (20U)

34. 6 1:10.000 0,4MG (40U)

35. 6 1:10.000 0,6MG (60U)

36. 6 1:10.000 0,8MG (80U)

37. 6 1:10.000 1,0MG (100U)

38. 6 1:10.000 1,0MG (100U)

39. 6 1:10.000 1,0MG (100U)

40. 6 1:10.000 1,0MG (100U)

41. 7 1:10.000 1,0MG (100U)

42. 7 1:10.000 1,0MG (100U)

43. 7 1:10.000 1,0MG (100U)


44. 7 1:10.000 1,0MG (100U)

45. 7 1:10.000 1,0MG (100U)

46. 7 1:10.000 1,0MG (100U)

47. 8 1:10.000 1,0MG (100U)

48. 8 1:10.000 1,0MG (100U)

49. 8 1:10.000 1,0MG (100U)

50. 8 1:10.000 1,0MG (100U)

51. 8 1:10.000 1,0MG (100U)

52. 8 1:10.000 1,0MG (100U)

53. 9 1:10.000 1,0MG (100U)

54. 9 1:10.000 1,0MG (100U)

55. 9 1:10.000 1,0MG (100U)

56. 9 1:10.000 1,0MG (100U)

57. 9 1:10.000 1,0MG (100U)

58. 9 1:10.000 1,0MG (100U)

59. 10 1:10.000 1,0MG (100U)

60. 10 1:10.000 1,0MG (100U)

61. 10 1:10.000 1,0MG (100U)

62. 10 1:10.000 1,0MG (100U)

63. 10 1:10.000 1,0MG (100U)

64. 10 1:10.000 1,0MG (100U)

65. 11 1:1.000 0,2MG (20U)

66. 11 1:1.000 0,4MG (40U)

67. 11 1:1.000 0,6MG (60U)

68. 11 1:1.000 0,8MG (80U)

69. 11 1:1.000 1,0MG (100U)

70. 11 1:1.000 1,0MG (100U)

71. 11 1:1.000 1,0MG (100U)

72. 11 1:1.000 1,0MG (100U)

73. 12 1:1.000 1,0MG (100U)

74. 12 1:1.000 1,0MG (100U)

75. 12 1:1.000 1,0MG (100U)

76. 12 1:1.000 1,0MG (100U)


77. 12 1:1.000 1,0MG (100U)

78. 12 1:1.000 1,0MG (100U)

79. 13 1:1.000 1,0MG (100U)

80. 13 1:1.000 1,0MG (100U)

81. 13 1:1.000 1,0MG (100U)

82. 13 1:1.000 1,0MG (100U)

83. 13 1:1.000 1,0MG (100U)

84. 13 1:1.000 1,0MG (100U)

85. 14 1:1.000 1,0MG (100U)

86. 14 1:1.000 1,0MG (100U)

87. 14 1:1.000 1,0MG (100U)

88. 14 1:1.000 1,0MG (100U)

89. 14 1:1.000 1,0MG (100U)

90. 14 1:1.000 1,0MG (100U)

91. 15 1:1.000 1,0MG (100U)

92. 15 1:1.000 1,0MG (100U)

93. 15 1:1.000 1,0MG (100U)

94. 15 1:1.000 1,0MG (100U)

95. 15 1:1.000 1,0MG (100U)

96. 15 1:1.000 1,0MG (100U)

97. 16 1:100 0,2MG (20U)

98. 16 1:100 0,4MG (40U)

99. 16 1:100 0,6MG (60U)

100. 16 1:100 0,8MG (80U)

101. 16 1:100 1,0MG (100U)

102. 16 1:100 1,0MG (100U)

103. 16 1:100 1,0MG (100U)

104. 16 1:100 1,0MG (100U)

105. 17 1:100 1,0MG (100U)

106. 17 1:100 1,0MG (100U)

107. 17 1:100 1,0MG (100U)

108. 17 1:100 1,0MG (100U)

109. 17 1:100 1,0MG (100U)


110. 17 1:100 1,0MG (100U)

111. 18 1:100 1,0MG (100U)

112. 18 1:100 1,0MG (100U)

113. 18 1:100 1,0MG (100U)

114. 18 1:100 1,0MG (100U)

115. 18 1:100 1,0MG (100U)

116. 18 1:100 1,0MG (100U)

117. 19 1:100 1,0MG (100U)

118. 19 1:100 1,0MG (100U)

119. 19 1:100 1,0MG (100U)

120. 19 1:100 1,0MG (100U)

121. 19 1:100 1,0MG (100U)

122. 19 1:100 1,0MG (100U)

123. 20 1:100 1,0MG (100U)

124. 20 1:100 1,0MG (100U)

125. 20 1:100 1,0MG (100U)

126. 20 1:100 1,0MG (100U)

127. 20 1:100 1,0MG (100U)

128. 20 1:100 1,0MG (100U)

FALHAS E INTERRUPÇÕES NO TRATAMENTO

Durante o período de tratamento várias situações podem ocorrer. Por isso vamos listar
possíveis intercorrências e as orientações para solucionar cada uma delas:

1 – Perda do frasco ou manter em temperatura errada por mais de 3 dias: neste caso o ideal é
solicitar que o paciente adquira novo frasco o reinicie a etapa em que ele estava.

2 – Aplicação de dose errada ou somente uma fórmula: muitas vezes os pacientes se


confundem com as doses e aplicam menos do que deveriam. Alguns aplicam 0,2ml por várias
semanas, outros aplicam somente uma fórmula. Neste caso devemos pedir para que eles
retomem a aplicação correta e se necessário adquiram novos frascos para reiniciar a etapa em
que estavam, sempre respeitando as regras de interrupção abaixo.

3 – Interrupção do tratamento: seja por esquecimento, viagem, doenças, internamentos, etc,


alguns pacientes interrompem o tratamento. Nenhuma interrupção é bem-vinda. Os pacientes
devem ser orientados para as evitarem.
● Em interrupções de menos de 3 semanas podemos autorizar que o paciente retome
da mesma semana que parou.
● Após interrupções de 4 a 5 semanas, orientamos que o paciente retorne ao início da
etapa em que estava.
● Para interrupções de 6 a 8 semanas, orientamos que o paciente retorne para o início
da concentração em que estava. Exemplo: o paciente não aplica a vacina há 7
semanas na etapa 8. O paciente deve retornar para a fase 6 (última mudança de
concentração).
● Para interrupções por mais de 8 semanas, indicamos que o paciente refaça o
tratamento por completo.

- PRESCRIÇÃO

A prescrição das fórmulas é um ato médico, portanto um médico precisa avaliar o resultado
do prick teste, questionário e consultar o paciente para tomada de decisão.

Contraindicação: Não existe contraindicação absoluta em nenhum caso, porém devido a


faltas de evidências, costumamos não indicar o tratamento para gestantes, puérperas e
crianças menores de 2 anos.

Como o tratamento tem um custo financeiro, devemos avaliar a possibilidade do paciente,


pois na maioria dos casos serão indicadas 2 fórmulas (uma para alergia e outra de
imunoestimulante).

Casos ambulatoriais mais comuns:

1 – Paciente com rinite crônica grave e outras alergias moderadas e leves. Realizar o teste e
indicar o tratamento com pelo menos duas fórmulas: uma para alergia + imunoestimulante

2 – Paciente com dermatite grave e rinite leve. Realizar o teste e indicar o tratamento com pelo
menos duas fórmulas: uma para alergia + imunoestimulante. Neste caso precisamos avaliar e
tratar em especial a alergia a insetos e fungos pois estes costumam ter mais repercussão
cutânea.

3 – Paciente com teste positivo para tudo com intensidade 4-5: neste caso seria ideal que o
paciente fizesse o tratamento com a F1, F2 e F4. Porém você precisa avaliar a questão
financeira e de disposição do mesmo para aderir ao tratamento. Ele precisa saber que o ideal é
3 fórmulas, mas dê opção para ele trarar com 2 fórmulas. Por exemplo: se o paciente tem rinite
crônica mais grave dê a opção de usar a F1 e F4, se o paciente tiver dermatite grave dê a opção
de usar a F2 e F4. Alguns casos ocorreram de o paciente tratar por 2 anos sem incluir um
alérgeno e melhorar somente 50% dos sintomas iniciais. Quando iniciamos com os outros
alérgenos ele melhorou 100%. Por isso é importante deixar claro para o paciente que pode
haver essa possibilidade. Também é importante informar que, como tratamos com
imunoestimulantes, todas as reações alérgicas tendem a diminuir, diminuindo assim a chance
de insucesso no tratamento.

4 – Paciente com teste positivo para vários alergenos com variações na graduação: este é o
caso mais comum. Paciente com teste positivo para vários alergenos com intensidades
diferentes. Neste caso o médico deve avaliar os sintomas:

● Rinite grave com outras elergias leves: dar preferência para os alérgenos que a reação
deram mais intensa.

● Dermatite grave com outras alergias leves: dar preferência para a F2.

● Rinite e dermatites graves: dar preferência para os alérgenos que a reação deram mais
intensa ou informar que neste caso é muito importante que o tratamento seja
completo (F1, F2 e F4).

Observação: Em todos estes casos deve ser informado para o paciente que o ideal seriam
3 fórmulas.

5 – Paciente sem nenhuma alergia. Deseja tratamento preventivo: neste caso, se o paciente
não apresenta nenhum sintoma alérgico, pode até descartar o prick teste e indicar a fórmula
imunoestimulante (F4). Lembrando que esta fórmula também segue o mesmo esquema de
concentração e progressão das concentrações das outras fórmulas.

6 – Paciente com infecções: avaliar. Se for infecões provavelmente bacterianas (otites,


amigdalites, ITU, furunculoses, etc) indicar a F3 com F4. Se for candidíase indicar somente F4

VERSÃO 1.1 - Curitiba, 19 de outubro de 2020

Dr Flavio Machado de Oliveira

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