Este trabalho foi elaborado por Arthur Waisman de Sousa Batista
e Gabriela Gomes Vergnano, discentes de Produção Cultural, para a disciplina Seminários de Artes II, ministrada pelo Professor Áureo Mendonça, e tem como objetivo o encerramento da disciplina com apresentação do Seminário.
Rio das Ostras
2013 Introdução
O avanço das tecnologias da comunicação desencadeou um
“encurtamento das distâncias”, o mundo ficou menor e mais simultâneo. A internet está cada vez mais presente no cotidiano das pessoas, sendo o principal meio para uma maior fluidez da circulação de informações, ampliação dos mercados culturais, expansão de novos hábitos de consumo e uma transnacionalização da cultura. O ciberespaço, como é nomeado esse novo campo de interação, é o local virtual onde acontecem as múltiplas atividades e influencia nas formas de socialização, de transmissão e de aquisição de saberes. A conectividade permitida pelo ciberespaço trouxe o compartilhamento de ideias e a construção de conhecimento em rede. Ao pesquisar as formas de inteligência que encontramos diversos conceitos que estão interconectados como: Inteligência emergente (Steven Johnson), Coletivos inteligente (Howard Rheingold), Cérebro global (Francis Heylighen), Sociedade da mente (Marvin Minsky), Inteligência conectiva (Derrick Kerckhove), Redes inteligentes (Albert Barabasi), Capital social (James Coleman e Robert Putnam) e a Inteligência Coletiva (Pierre Levy).
Inteligência Coletiva
Estamos em rede, cada vez mais interconectados e com um maior numero
de pessoas e com uma frequência que só tende a aumentar. A cultura digital transformou a linguagem com que o indivíduo se comunica. Lucia Santaella afirma que é através dela que o ser humano se constitui como sujeito e ela reflete a carga cultura, e os reflexos da sociedade sobre uma pessoa. A Inteligência Coletiva é, uma inteligência distribuída por toda a parte, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma mobilização efetiva das competências. Acrescentemos à nossa definição este complemento indispensável: a base e o objetivo da inteligência coletiva são o reconhecimento e o enriquecimento mútuos das pessoas, e não o culto de comunidades fetichizadas ou hipostasiadas. (LEVY, 1998)
Para Pierre Lévy, a inteligência coletiva pode ser dividida em inteligência
técnica, conceitual e emocional. A primeira corresponde à inteligência que lida com o mundo concreto e dos objetos, como a engenharia (coisa). A seguinte relaciona–se ao conhecimento abstrato e que não incide sobre a materialidade física, como as artes e a matemática (signo). A última, por sua vez, representa a relação entre os seres humanos e o grau de paixão, confiança e sinceridade que a envolve, e tem a ver com o direito, a ética e a moral (cognição). Segundo o pesquisador, a inteligência coletiva desenvolveu–se à medida que a linguagem evoluiu. A disseminação do conhecimento acompanhou a difusão das ideias através dos discursos, da escrita e da imprensa. Hoje, a era é diferente. “O mundo das ideias é o ciberespaço, que permite a interconexão e, portanto, a ubiquidade. Ainda não conhecíamos essa situação”. É características da Inteligência Coletiva a interatividade das comunidades virtuais, dos fóruns, dos weblogs e wikis para construir e disseminar os saberes globais, baseados no acesso à informação democratizada e sua constante atualização. Assim, as produções intelectuais não seriam exclusivas de uma pessoa, país ou classe social isolada, mas dos crescentes coletivos que têm acesso à Internet. Na inteligência coletiva ninguém sabe tudo, todos sabem alguma coisa. Todos de alguma forma contribuem para a formação do conhecimento. Web 2.0
Termo criado em 2004, com o objetivo de designar uma segunda geração
de comunidades e serviços, tendo como conceito a "Web como plataforma", envolvendo wikis, aplicativos baseados em folksonomia, redes sociais e tecnologias da informação. Em 2006 Tim O'Reilly afirmou que a, Web 2.0 é a mudança para uma internet como plataforma, e um entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva.
Nesse sentido a web 2.0 aparece como facilitadora para inteligência
coletiva, visto que proporciona para os usuários um ambiente de interação e participação que engloba inúmeras linguagens. A Web 2.0 traz ao usuário a possibilidade de participar da rede, geralmente gerando e organizando as informações. Mesmo quando o conteúdo não é gerado por, este pode ser enriquecido através de comentários, avaliação, ou personalização. Como são os casos das wikis.