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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE HUMANIDADES – CH
UNIDADE ACADÊMICA DE HISTÓRIA – UAHis

DISCIPLINA: Ciberespaço e ensino de História


DOCENTE: Dra. Maria Liege Freitas Ferreira
ALUNO: Raí de Melo Porto

RESENHA
“A CIBERCULTURA NA EDUCAÇÃO” – MARCELO MENDONÇA
TEIXEIRA

12 de dezembro de 2022, Campina Grande – PB.


Em uma era digital, seria impossível diante de um mundo totalmente conectado
pensar em uma comunicação sem qualquer recurso tecnológico. A prova disso é que
não conseguimos nos afastar de nossos aparelhos celulares e internet, ao mesmo
ponto em que dificultamos nossas relações sociais interpessoais. A cibercultura surgiu
com o avanço da informática e sua convergência tecnológica. A cibercultura pode ser
entendida como um conjunto de espaços, atitudes e costumes que as pessoas
desenvolvem quando entram em contato com a internet.
Antes de compreender o que é a cibercultura e como ela está ligada ao
processo de educação, precisamos entender dois conceitos prévios. Ambos estão
fortemente relacionados com a nossa ligação com a tecnologia. Existem gerações
diferentes e, com elas, diferenças muito grandes com relação à necessidade do uso
de aparatos tecnológicos para executarmos algumas tarefas. Se resolvêssemos
resumir o conceito de cibercultura, teríamos uma divisão da cultura contemporânea
marcada pelo digital e o estudo das técnicas.
Dessa forma, podemos ver uma série de reflexos da cultura off-line na vida
online. Afinal de contas, a internet nada mais é do que um potencializador de
comportamentos. Para entender o que é a cibercultura, é importante adotar o
pensamento favorável à tecnologia como um referencial para comparações. Isso
porque as características de uma pessoa inserida nesse contexto estão mais
conectadas aos hábitos de uma vida moderna.
Segundo Marcelo Teixeira no texto “Cibercultura na educação”, o autor
conceitua o termo cibercultura a partir das ideias do filósofo Pierre Lévy, que, afirma
ser um tema polémico e multifacetado, tendo em vista que as culturas nacionais
acabam se envolvendo em uma cultura cibernética globalizada:

Pierre Lévy, ao publicar A máquina universo (1987),


lapida o conceito de cibercultura ao indagar questões
pertinentes ao movimento sociotecnocultural em que a
sociedade está inserida. Segundo o filósofo, este é um
tema polêmico e multifacetado em que culturas nacionais
fundem-se a uma cultura globalizada e cibernética,
envoltas no ciberespaço e orientadas por três princípios:
interconexão, comunidades virtuais e inteligência
coletiva. Trata-se de um “conjunto de técnicas (materiais
e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de
pensamento e de valores que se desenvolvem
juntamente com o crescimento do ciberespaço” (Lévy,
2010, p. 17)

No tópico “Uma educação cibercultural” o autor afirma que se deve haver uma
mudança no ensino tradicional e secularmente institucionalizado, reconfigurando as
práticas educativas à necessidade do cenário atual. A cibercultura também se faz
presente na educação por meio de múltiplas linguagens, múltiplos canais de
comunicação e em temporalidades diferentes. Os múltiplos meios de interação virtual
permitem um contato permanente entre escola, professores e alunos no ambiente
virtual de ensino. Através de um conhecimento sem fronteiras, os conteúdos
educativos são trabalhados interativamente na comunidade estudantil, com a
possibilidade de produzir e compartilhar conhecimentos com qualquer outra pessoa
no mundo.
É indiscutível que grande parte da sociedade está conectada, e que dentro
desta era digital, alguns fenômenos surgem e modificam os aspectos da vida em
sociedade. No entanto, a própria comunidade ainda não está adaptada para aproveitar
ao máximo os benefícios e os recursos provenientes da cibercultura. O descompasso
entre a sociedade digital e os mecanismos tradicionais atinge vários aspectos do
convívio social, entre eles a própria educação.
Diante do que foi exposto, verificou-se que os professores enfrentam alguns
desafios no mundo contemporâneo, sobretudo da nossa realidade da Covid-19, e a
mudança repentina mesmo que temporária do modo de ensinar. Contudo, é
fundamental a mudança de postura do professor, deixando de ser o único emissor das
informações enquanto os alunos são meros receptores passivos, para uma postura
de mediador do conhecimento durante as atividades em sala de aula. A interação
existente entre professor e aluno é um dos componentes mais importantes para o
sucesso do ensino e aprendizagem.
Não há aprendizagem de qualidade sem que haja uma convivência positiva
entre estes dois sujeitos autônomos. Conclui-se que o processo de transformação da
sociedade e dos meios tecnológicos afeta o docente em sala de aula, porém a
profissão de professor não desaparecerá frente a tais avanços. Nesse ínterim cabe
ao profissional estar preparado para absorver as novas tecnologias e adequá-las à
prática da docência de forma a otimizar os resultados educacionais.

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