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Parte 5 - Como os EUA pressionaram o Brasil, frente a relação

comercial teuto-brasileira, e como o Brasil procedeu.

1.5 – Contexto Brasil, Alemanha e EUA


No início do século XX, a expressividade do mercado alemão com o
mercado latino-americano aumentou consideravelmente, principalmente com o
Brasil. Assim, ao analisar o livro de Moniz Bandeira, é claro perceber que nas
vésperas da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha era destacada como
terceiro parceiro do comércio brasileiro, atrás apenas da Grã-Bretanha e dos
EUA. Segue dados:
“O comércio com a Alemanha era o que
apresentava maior incremento. As exportações para
o Brasil cresceram de 10.950.000 dólares, em 1902,
para 14.150.000, em 1904, enquanto as importações
saltavam de 29.650.000 dólares para 39.175.000, no
mesmo período. Ela ocupava então o segundo lugar
no mercado externo brasileiro, depois dos Estados
Unidos (exportações) e da Inglaterra (importações).
Suas transações com a América do Sul se
desenvolviam mais que as desses dois países.
Aumentaram 70 milhões de dólares, em 1904, contra
61 milhões, da Inglaterra, e apenas 13.302.501, dos
Estados Unidos. (MONIZ BANDEIRA, 2007, pp. 265-
266).”

Após os acordos de paz impostos a Alemanha na Primeira Guerra Mundial o


Brasil foi duramente afetado, ao contrário dos Estados Unidos, na qual foram
os únicos que tiveram um desempenho econômico na época. Segundo a
afirmação de Hobsbawn em 1994 a hiperinflação da Alemanha era enorme.
Porém anos depois eclode a crise de 1929 na qual agravou ainda mais a
situação alemã, permitindo posteriormente a ascensão do nazismo
A crise de 29 impôs vários impasses para o comércio alemão com o
brasileiro. Com isso devido a escassez de divisas, nos anos de 1931 e 1932, o
Brasil decide progredir co negociações tanto com os EUA quanto com a
Alemanha em acordos que envolviam trocas diretas de café por carvão e trigo,
ou seja, foi criada o Novo Plano em 1934 na qual tinha dois objetivos: que
fosse aceito a troca de matérias primas por produtos industrializados e também
que o comércio fosse de acordo com as necessidades de consumo da
Alemanha (por ser um pais com falta de matéria prima). Assim, com a
implementação do plano o cenário se deu, principalmente pelo uso de marcos
de compensação, conhecido também como Aski ( Auslander-Sonderkonten fur
inlandzsahlungen que significa Contas Especiais de Estrangeiros para
Pagamentos Internos). Enquanto isso, os EUA se concentravam apenas na
importação do café.

2.5- Insatisfação estadunidense em relação ao cenário comercial


favorável entre Brasil e Alemanha

O comércio de algodão do Brasil com a Alemanha era de 15 a 32% a


partir de 1935 (ABREU,1999 ,p. 163), essa mutualidade foi motivo dos
principais atritos no comércio triangular entre Brasil, Estados Unidos e
Alemanha, por conta de tanto o Brasil quanto os EUA serem exportadores de
algodão para a Alemanha. Nesse sentido, a rivalidade dos Estados Unidos e
Alemanha caiu sobre a real discussão de maior peso da Alemanha no comércio
exterior brasileiro, ou seja, os EUA perceberam os alemães expulsando-os
para fora do palco brasileiro.
O governo brasileiro teve um bom desempenho com a Alemanha ao
contrário dos EUA com os mesmos: Os embarques de algodão mostraram um
enorme aumento: durante o primeiro semestre de 1934, o Reich comprou dez
vezes mais do Brasil do que o fizera durante todo o ano anterior” (HILTON,
1977a, p. 87).
A insatisfação estadunidense já estava estabelecida pela boca do
Secretário-Adjunto de Estado, Summer Welles, ao comentar com preocupação
sobre a concorrência alemã. Enquanto no Brasil noticia chegou através de
constantes mensagens do primeiro ministro da Fazenda do governo Vargas,
Osvaldo Aranha, que no acontecido já assumirá a embaixada nos Estados
Unidos. Com a mensagem de um talvez conflito-comercial dado por um homem
respeitado no Brasil como Aranha, o governo brasileiro busca a solução por
meio da manutenção do comércio de compensação com a Alemanha através
de um acordo não-contratual. Vargas juntamente com Aranha, procurava não
estabelecer um grande atrito com seu ainda principal parceiro comercial, os
Estados Unidos, a preferencia entre o mercado alemão e americano, partia
principalmente do viés interno brasileiro e os diferentes grupos estabelecidos
nele.

Bibliografias
https://www.ie.ufrj.br/images/IE/PEPI/disserta%C3%A7%C3%B5es/
2014/Gregorio%20Echeverria%20de%20Carvalho.pdf
https://abracomex.org/eventos-gratuito/estrategias-de-e-commerce-na-
importacao-e-exportacao/

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