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ITGRATURN COBON
ENSAI0)
LOURENÇO MARQUES
1953
RODRIGUES JÚNIOR
MTGRATUNA COTON
(ENSAIO)
ENSAIO)
LOURENço MARQUES
1953
-Considerações
se
Para escrever é precis0 ter vivido o que
escreveu. De outra maneira escrever
é reunir
palavras e só palavras, é dizer banalidades
que
LITERATURA COLONIAL
drn
valer
O trabalho do escritor colonial, pra
Como elemento de estudo, terá que s
um do-
da
Cumento humano, terá que ser experência
própria vida.
11-Os Materiais
expressão de malandrim. O
riso velhaco
e as
falas mansas, dão sinal ao íorasteiro do
logo
ho-
mem que tem diante de si. Curioso e
nista, estuda de um golpe o visitante
oportu-
à sua ilha-e explora-o contorme a que chega
sua maior
ou menor boa-fé. E é com habilidade que o faz,
com aquela jeiteira maravilhosa do árabe nas
Suas relações com os homens de
outras raças,
do aventureiro que se metia ao
mar, sem medo
às monções, embarcado nos velhos
caiques que
vinham à costa de Africa
mercadejar com o in-
digena, com o qual se misturou para garantir
depois a sua fixação no litoral, de onde se
pas-
sou ao interior. O preto
do interior-o que vive
nas planícies-é mais sofredor. Trabalha a
terra, vive dela, Se
a não trabalha é
porque
realizou a «iortuna» de
poder comprar a sua
mulher. O negro pode ter mais que uma
mulher
O que é preciso é que cada uma tenha a sua
casa. O homem não precisa de ter casa. Terá a
das suas mulheres.
Serão elas e os filhos que cavarão a «ma-
chamba», Ele venderá a colheita na loja do
monhé». Receberá uma parte em bebida, a ou-
tra em capulanas» e missangas. Emigrara
quando o dinheiro lhe faltar. As mulheres e oS
filhos ficarão na terra,
que os amparará, que os
sustentará. O negro da montanha não é assim
Menos nómada, agarra-se ao chão onde levanta
a sua casa-e só o largará quando, feita a der
LITERATURA COLONIAL 11
II-Actividade Estética
em sentimentos. O
drama
formam, mais tarde,
de Zé António da Sehura»
e a tragédia de
foram pequenos
Francisco Diogo da «Motase»,
humanas de momento,
incidentes, necessidades
se transtormaram em gratidão, em senti-
que dos quais é bem
mentos de natureza afectiva,
o homem isolado defender-se.
dificil
E este o drama do homem que emigra- e
vem só, meter-se no interior da Africa, sujeito
a todos os perigos da adaptaçã0, que
é quase
sempre renúncia. E não compreende
esta adapta
o que le e critica
ção o homem da Metrópole,
a obra do escritor africano-que é feita de ex-
periência, às vezes
de sabor bem amargo. O lei-
tor e o crítico metropolitano vêem, no romance
africano, a aventura
e não os problemas que ele
contém,enunciados, apenas, como indicação pre-
ciosa.
V-Os críticos
metropolitanos eo
romance colonial
apercebeu deles. E
Não se
feridos pelo critico.
nem podia ter-se apercebido uma vez que não
eram da sua «intimidade», nem eles, talvez, lhe
pudessem interessar muito. O
leitor do romance
colonial também não vê esses problemas. Só
procura na literatura colonial a aventura. Nada
mais.
iwbas
VI-Os escritores e Agência
Geral do Ulramar
UCE1616
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Faculdade de Letras de Lisboa
LFL151647
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