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Farroupilhas

A Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos foi uma das revoltas provinciais
que aconteceram durante o Período Regencial, sendo a com maior tempo de
duração. A Revolta foi organizada por grandes proprietários de terras daquela época.

Contexto histórico:

A Revolução Farroupilha aconteceu durante o Período Regencial em 1845, momento


em que o Brasil estava sendo governado por regentes que aguardavam a maioridade
de D. Pedro II.

Os gaúchos não estavam insatisfeitos apenas com o meio político mas também com
a parte econômica.

A elite do Rio Grande do Sul era formada por charqueadores e estancieiros, eles
produziam o charque (carne-seca) que era revendida a outras províncias do Sudeste
como alimento para os escravos.

Os gaúchos pediam a redução dos impostos do charque de 15% para 5% e pediam


o fim das limitações para locomoção de gados do Uruguai para o Brasil ( muitos
estancieiros tinham propriedades no Uruguai). A indignação dos gaúchos era que o
charque Uruguaio e argentino tinha taxação considerada baixa em ralação ao
charque brasileiro, o que tornava o produto estrangeiro mais atrativo ao mercado
nacional

A REVOLTA DOS FARRAPOS:

No dia 20 de Setembro de 1835 os gaúchos decidiram se rebelar contra o império.


Os gaúchos rebelados usavam roupas chamadas de farrapos e, por isso, ficaram
conhecidos como farroupilhas.

No início da revolta do Rio Grande do Sul não significou exatamente a separação, os


farroupilhas só anunciaram a separação da província em 20 de setembro de 1836,
quando foi anunciada a República Rio-Grandense na Câmara Municipal de Jaguarão

Em razão do sucesso dos farrapos, o movimento se espalhou para a província


vizinha, Santa Catarina. Nos anos de 1836 e 1839, a presença dos ideais farroupilhas
cresceu consideravelmente, sobretudo na região litorânea onde se localizava a
cidade de Laguna.

Em julho de 1839, uma força armada vinda do Rio Grande do Sul atacou e conquistou
a cidade de Laguna. Após a cidade ser conquistada, foi formada a República Juliana,
que era federada à República Rio-Grandense. Os farroupilhas até tentaram
conquistar mais territórios em Santa Catarina, mas foram impedidos pelas tropas
imperiais.

O domínio sobre Laguna durou poucos meses e logo a cidade foi reconquistada
pelas tropas imperiais. Esse acontecimento, inclusive, coincidiu com um novo
momento do conflito, pois, entre 1838 e 1839, as forças imperiais ganharam fôlego
na guerra e começaram a derrotar progressivamente os farroupilhas.

Uma série de fatores ajuda a explicar o enfraquecimento dos farrapos e o


fortalecimento das tropas imperiais, o que se consolidou de fato a partir de 1842,
quando o Barão de Caxias foi nomeado como comandante das armas da província do
Rio Grande do Sul. O barão reorganizou as tropas e conquistou importantes vitórias
no campo de batalha.

Os farroupilhas, por sua vez, passaram a enfrentar problemas financeiros, muitos


causados pela ação do próprio Império. Além disso, os desentendimentos entre os
próprios farroupilhas eram enormes e, passados anos da existência da República
Rio-Grandense, nem uma Constituição tinha avançado

FIM DA GUERRA DOS FARRAPOS:

O Barão de Caxias soube muito bem lidar com a situação no Rio Grande do Sul e,
levou as lideranças farroupilhas para a mesa de negociação. Um acordo entre
farroupilhas e o Império demorou a ser costurado, mas, quando finalizado, resultou
no Tratado do Poncho Verde, assinado no dia 1º de março de 1845.

O tratado colocou fim à Guerra dos Farrapos e deu fim à tentativa de separatismo.
Os dois representantes que assinaram o tratado de cada lado foram o Barão de
Caxias, pelo lado imperial, e David Canabarro, pelo lado dos farroupilhas. É
importante ressaltar que, apesar de alguns termos serem favoráveis aos gaúchos, o
Império não cumpriu todos.

Entre os termos que constavam no tratado, podemos citar:


1. perdão para os gaúchos que tinham se engajado na revolta;
2. os militares farroupilhas seriam integrados ao exército imperial, mantendo as suas
patentes;
3. os escravos envolvidos na luta seriam alforriados.

O governo ainda atendeu à grande demanda dos farrapos, taxando o charque


estrangeiro em 25% e garantindo, assim, a competitividade da mercadoria produzida
pelos gaúchos.

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