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Fundamentos e Princípios do Desenho

Gabriel Klein de Souza

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O Conteúdo desta obra é de responsabilidade do
autor, proprietário do Direito Autoral.
Capa e editoração: Gabriel Klein de Souza

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Índice
Objetivos deste módulo
O que é um desenho vivo?
Traços
Formas
Tonalidade
Observação
Esboços

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Objetivos deste módulo
Acredito que todos vocês já tenham alguma noção de desenho e também
que já possuem conhecimentos sobre os conceitos. Por isso, me perguntei
se esse módulo deveria existir, mas acredito que sim, como nem todos
tiveram um estudo formal sobre esse assunto, podem haver entre vocês
conceitos perturbados sobre os princípios dessa arte. Também gostaria de
ensinar os fundamentos e princípios que acredito serem essenciais para
tornar uma figura humana viva.
“ARE YOU READY?!”

O que é um desenho vivo?


A primeira ideia que se pode ter com o termo “desenho vivo” é a de filmes
ou séries em animação, como no filme Roger Rabbit, onde um desenho
animado é inserido no mundo dos vivos, porém esse não é o conceito
correto. Vamos voltar um pouco e buscar o significado desse termo de
desenho vivo para definirmos bem qual o verdadeiro propósito desses
estudos.
Quando quero definir algum conceito, primeiro procuro a definição dos
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termos nos dicionários, que é a compilação de todos os termos descrevendo
seus significados. Bom, de acordo com o Dicio – dicionário Online de
Português:

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Desenho Vivo

Representação a lápis, a tinta etc. de


Que vive; que tem vida: ser vivo.
objetos e figuras, de paisagens etc.
Animado, expressivo: estilo vivo.

Então, podemos definir que um desenho vivo é a representação a lápis de


algo que vive, que tem vida, que é EXPRESSIVO. Aí que nasce o verdadeiro
significado do desenho vivo, o desenho precisa ser expressivo para que
através de uma representação a lápis o mesmo transmita emoções e não
somente deixar que um desenho seja exatamente o que se espera dele,
apenas um desenho. Ele pode ser mais. Um artista pode transcender o que
está num papel para o sentimento dentro do coração daquele que está
vendo.
Walt Stanchfield consegue apresentar em seu livro: “Dando vida a
desenhos”, o quão a representação de um palito queimado pode ser
expressiva:

“Esse é um palito de fósforo cuja anatomia foi queimada e transformada em


uma forma agonizante, uma forma que dói profundamente se eu imaginar
que estou nesse estado, se eu sentir que o que aconteceu com esse palito de
fósforo também aconteceu para mim – esse é o sentimento que preciso
desenhar, que preciso retratar.” (STANCHFIELD, 2009, p.28)
Com isso, conseguiu entender o que quero dizer sobre “o que é um desenho
vivo”?

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Sugiro que você pare agora de ler esta apostila e procure na internet
desenhos que considera expressivos o suficiente para te fazer sentir algo e
os pendure nas paredes de sua casa.

Estou falando sério... já fez?


Para que você também consiga criar um desenho vivo, não será tão fácil,
você precisará construir um desenho como quem compõem uma música,
utilizando formas, gestos, tonalidades, cores, etc, precisa contar uma
história através de um desenho.
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Não faça apenas um desenho, transcenda o limite do desenho. Agora vou
apresentar as partituras dessa composição. E antes de começar o próximo
tópico, olhe os desenhos na parede que te pedi para pendurar (se ainda não
fez, FAÇA!) e olhe o que há comum entre eles, que os fazem tão expressivos.
E os use para te motivar nos estudos.

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Traços
A linha é a parte elementar do desenho (BIRCH, 2015, p.194). Tudo começa
por ela e termina com ela, sem ela o desenho não existiria. Os traços podem
ser grossos, finos, retos, em curvas, tortos, em zigue-zag, pontudos,
infinitos, minúsculos, etc. Dependerá do que você quer expressar.

O traço é algo muito pessoal, cada um desenvolve de uma forma singular.


Ele faz uma grande diferença no desenho. Para você entender a sua
importância, a finalização de um desenho é basicamente o refinamento do
traço, nada mais do que isso; os traços sujos e irregulares são transformados
em traços limpos, fluídos.
Você já deve ter ouvido alguém dizer: “Você tem um bom traço”, isso pode
significar que você tem um traço fluído, e não com hachuras, o qual é
reconhecido pela maioria das pessoas com algo ruim, um traço sem
confiança, que com muito treino pode torna-se confiante, fluído e limpo.
Para mim, um traço perfeito é aquele possui diferentes espessuras, dando
assim fluidez ao desenho e personalidade, não que isso seja uma regra, mas
particularmente, este tipo de linha demonstra a experiência de um
desenhista e o desenho acaba tornando-se muito mais claro.

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Agora, olhe os desenhos na sua parede e observe os traços, como eles são?
Finos? Grossos? Retos? Anote suas características, pois podem ser esses os
traços que você mais se identifica e considera um bom traço.

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Formas
As formas são formadas pelos traços, elas compõem o desenho e dão,
literalmente, forma a eles. A melhor maneira de desenhar algo é iniciar o
que se propõem com formas simples para depois passar para as mais
complexas. Elas podem ser geométricas, orgânicas ou uma mistura das
duas. Utilizando de formas geométricas fica mais fácil para imaginarmos a
tridimensionalidade do desenho, aspecto esse importante para a
representação de qualquer figura humana, pois o mesmo precisará ser feito
em inúmeras poses.
Então, treine desenhando formas simples e a partir delas crie formas mais
complexas como monstros, braços ou personagens.

Tonalidade
As formas por si só não possuem um aspecto tridimensional, quando
queremos representar a tridimensionalidade em superfícies bidimensionais,

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usamos diferentes tonalidades, que são a diferença entre áreas claras e
escuras. Aplicando a tonalidade você será capaz de dar a sensação de
volume. Existem muitas formas de aplicar a variação de tonalidade: com
linhas, sombras e cor. O que fará a diferença entre as tonalidades é a região
clara com a escura, isso é a tonalidade.
Para adicionar tonalidade você pode utilizar hachuras, pontilhados, manchas
e traços e com o uso da cor, utilizando misturas mais claras e escuras
(BIRCH, 2015).

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Observação
Agora que definimos os três elementos principais de um desenho, gostaria
que você imaginasse uma pessoa dançando e a desenhasse. Transfira para o
papel todos os detalhes que você enxerga mentalmente.
Desenhou? Foi fácil? Tenho certeza que não.
O engraçado que todos esses detalhes estão ao seu redor, só basta enxergá-
los. Então, sugiro que a partir de agora inicie um interesse pelas pessoas.
Procure por personagens em toda parte. Familiarize-se com as
características e detalhes que os distinguem. Como se descreve a arrogância
em termos de luz e sombras, formas e cores? Como traçar linhas que
denotam frustração ou esperança? Qual é o gesto em relação à emoção?
Por que um rosto infantil é adorável ao passo que num determinado adulto
tem características suspeitas ou indignas de confiança? Você deve procurar
as respostas para estas perguntas e ser capaz de torná-las claras no seu
desenho. Isso se tornará parte de você, mas só virá com observação e
compreensão (STANCHFIELD, 2009).
Observe com cuidado tudo ao seu redor. Algum dia você irá inserir seu
personagem em uma atmosfera similar. Aprenda a observar os detalhes
significativos. A sua preocupação deve ir além do mero “penteado da
Fulana”, você deve responder por que a Fulana fica diferente quando usa
vestido formal do que quando usa calça? Como as dobras de seu vestido se
formam no chão quando ela se senta?
Observe os gestos e as expressões das pessoas. O que uma mulher faz com
as mãos quando ela diz: "Oh, isso é maravilhoso!" Ou com os pés quando ela
se reclina em uma cadeira e diz: "Puxa, eu estou cansada!" Você precisa ter
mais do que uma mera capacidade técnica para produzir um desenho vivo.
Quase todo artista de sucesso tem interesse particular ou carrega uma
paixão que dá sentido a sua habilidade técnica.
Deixe de ser um imitador de desenhos e comece a imitar a vida que você vê
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e sente.
Não ignore o conhecimento íntimo que você ganhou ao longo do tempo, do
seu cotidiano. Todos nós tendemos a menosprezar a nossa própria
experiência e conhecimento, por considerar chata e comum. Mas isso é um
erro grave.

Esboços
A melhor maneira de praticar a arte da observação é fazer esboços. Pegue
seu caderno de desenho e o torne parte do corpo. Não tenha medo de fazer
esboços em locais públicos como museus, parques, restaurantes, etc. Não
deixe que o vento, a chuva, o frio ou o calor o desanimem, essas condições,
as vezes, produzem o melhor desenho. Assista televisão com um bloco de
notas no colo. Faça esboços de figuras, rostos, faces e cenários. Se seu
cachorro estiver deitado no chão, esboçe-o. Desenhe a sua esposa/esposo,
filha/filho, mãe/pai fazendo a comida, dormindo, tentando pegar o lixo do
banheiro, levantando de uma cadeira.

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Fazer esboços é a maneira de se autodesenvolver e registrar poses, gestos,
cenas que estão a sua volta, ajuda a entender, por exemplo, como funciona
o corpo quando ele está se espreguiçando. Pode ser o início de uma ideia,
uma forma rápida de testar gestos, ele é essencial para a criação de
qualquer desenho. Esboce, esboce e esboce! Pegue o seu caderno e esboce
tudo o que vê, ele será um ferramenta que o forçará a enxergar detalhes
que somente a observação não permitiria e também a entender a essência
do gesto para que cada vez mais você possa desenhar figuras humanas mais
expressivas.
Pegue seu caderno e esboce!

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