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Marco Temporal: Uma Ameaça ao Meio Ambiente e aos Direitos

Indígenas

No cenário político do Brasil, o projeto de lei conhecido como Marco Temporal tem gerado um
intenso debate nacional. Aprovado pelo Senado com 43 votos a favor e 21 contrários, o PL
2.903/2023, relatado pelo senador Marcos Rogério, segue agora para a sanção do Presidente da
República. Este projeto estabelece o chamado "marco temporal" como critério para a
demarcação de terras indígenas, o que implica que somente as áreas ocupadas pelos povos
indígenas até 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, seriam
elegíveis.

Nesse sentido, o Marco Temporal, com seu critério quadrado de tempo, desconsidera a
complexa e desafiadora história dos povos indígenas, muitas vezes deslocados à força de suas
terras ao longo dos séculos. Esse tipo de abordagem representa um sério risco ao meio
ambiente, pois abre portas para a exploração predatória de recursos naturais em terras
indígenas, ameaçando ecossistemas já fragilizados por histórias e narrativas parecidas com a
preterida atualmente. Sob essa perspectiva, é possível notar que isso contradiz compromissos
nacionais e internacionais de conservação da biodiversidade e combate às mudanças climáticas,
necessitando ser pensado com esse ponto de vista antes da consideração para aprovação de
uma medida tão impactante.

Além disso, o Marco Temporal coloca em perigo os direitos dos povos indígenas, criando um
cenário de incerteza e vulnerabilidade. Ao estabelecer uma data arbitrária para a demarcação de
terras, percebemos que o projeto não apenas mina seus direitos fundamentais, mas também
compromete diretamente a preservação das suas tradições e da sua subsistência. A terra é
muito mais do que um mero espaço físico para esses povos; ela é o cerne de suas identidades
culturais, onde rituais, práticas espirituais e métodos tradicionais de sobrevivência são
preservados e transmitidos de geração em geração. A imposição do Marco Temporal
desconsidera essa riqueza cultural, arriscando extinguir modos de vida milenares e espécies
endêmicas da fauna e da flora que enriquecem a diversidade cultural do Brasil e do mundo. O
respeito aos direitos indígenas é fundamental para a construção de uma sociedade plural, justa e
verdadeiramente democrática. Logo, a sanção desse projeto seria uma afronta à nossa rica
herança cultural e à visão de um Brasil inclusivo e comprometido com a proteção dos direitos
humanos.

Diante dessas preocupações, é essencial buscar alternativas que respeitem a história, os


costumes e as necessidades dos povos indígenas, ao mesmo tempo em que protegem o meio
ambiente. A decisão sobre a sanção do projeto encontra-se nas mãos do Presidente Lula, e é
fundamental que ele considere os impactos negativos no meio ambiente e nos direitos indígenas
antes de tomar sua decisão final. A sociedade civil, organizações não governamentais e todos os
cidadãos devem se envolver na discussão e se posicionar contra o Marco Temporal, defendendo
uma posição relevante para o amanhã do Brasil. A solução é olhar para o passado, mas também
para o presente e o futuro, onde a preservação do meio ambiente e o respeito aos direitos
indígenas são cruciais para a construção de uma sociedade justa e sustentável. A sanção do
Marco Temporal representa um retrocesso ambiental e uma ameaça aos direitos indígenas, que
deve ser evitado a todo custo.

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