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1
Módulo
Meio Ambiente
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Conteudista/s
Carla Guaitanele (conteudista, 2022);
Cláudia Sacramento (conteudista, 2022);
Fernando Tatagiba (conteudista revisor, 2022);
Ivonete Lima (conteudista revisor, 2022);
Jerônimo Martins (conteudista revisor, 2022);
Lieze Passos (conteudista revisor, 2022).
Enap, 2022
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Desenvolvimento Profissional
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Sumário
Unidade 1: Visitação nas Unidades de Conservação ........................5
Referências ...................................................................................................................... 26
Apresentação e Boas-vindas
O objetivo deste curso é capacitar servidores, técnicos e gestores para que possam
reconhecer as normas e procedimentos relevantes ligados a autorizações de eventos
e serviços de apoio à visitação em Unidades de Conservação Federais (UCs).
Bom curso!
1 Visitação em Unidades de
Conservação: Contexto Geral
Neste módulo você entenderá o contexto geral que envolve as Unidades de
Conservação. Você verá:
Para este curso, você deve considerar a criação do Sistema Nacional de Unidades
de Conservação, Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, como o marco legal inicial
relacionado à visitação em unidades de conservação federais. (BRASIL, 2000)
Ao longo dos anos foram desenvolvidos marcos institucionais importantes para balizar
o desenvolvimento da visitação em unidades de conservação. Documentos técnicos
de referência foram publicados, além de regramentos e normas para consolidação do
A seguir, você poderá conhecer um pouco mais sobre esses regramentos e como
foram criados ao longo dos últimos anos.
2006 a 2011
2011 a 2017
2017 a 2018
Interpretação Ambiental
2019 a 2020
2021
Cabe aqui destacar que, entre os objetivos estabelecidos para o SNUC, juntamente
com aqueles voltados à proteção dos atributos e valores naturais, está o de “favorecer
condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em
contato com a natureza e o turismo ecológico”.
Você pode conhecer a Lei nº 11.516, de 28 de agosto de 2007 (BRASIL, 2007), por
completo clicando aqui.
2000 20 20
2001 19 19
2002 20 20
2003 19 19
2004 20 20
2005 23 23
2006 19 11 30
2007 21 11 32
2008 21 11 32
2009 22 11 33
2010 25 11 2 38
2011 27 9 2 38
2012 31 15 2 48
2013 36 17 1 2 56
2014 33 17 1 1 2 54
2015 38 18 2 1 1 3 1 64
2016 38 21 3 2 2 3 1 70
2017 46 24 9 8 3 4 3 3 1 1 102
2018 51 24 13 7 7 7 5 3 2 1 120
2019 56 29 16 12 8 7 4 3 2 137
APA - Área de Proteção Ambiental, ARIE - Área de Relevante Interesse Ecológico, ESEC - Estação Ecológica, FLONA - Floresta Nacional,
MONA - Monumento Natural, PARNA - Parque Nacional, RDS - Reserva de Desenvolvimento Sustentável, REBIO - Reserva Biológica,
RESEX - Reserva Extrativista, REVIS - Refúgio de Vida Silvestre.
15,3 Mi
12,1 Mi
10,7 Mi
100
8,3 Mi 8,4 Mi
Total de visitas e de unidades de conservação federais com visitação monitorada anualmente, entre 2016 e 2020
Fonte: SAMGe; ICMBio (2021). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).
Como visto, o número de visitas nas Unidades de Conservação vem crescendo a cada
ano. Diversos fatores, como a idade, a conjuntura familiar, o nível de experiência em
ambientes naturais, entre outros, podem influenciar a escolha do visitante sobre qual
Unidade de Conservação (UC) será o destino de uma visita.
Portanto, são recebidos nas UCs desde visitantes interessados em atividades de turismo
de aventura e ecoturismo, àqueles cujo objetivo é o turismo de sol e praia. Existe uma
longa lista de atividades de visitação que podem ser experimentadas pelos visitantes em
uma unidade de conservação.
Caminhada Escalada
Fonte: Freepik.
Fonte: Freepik.
O ROVUC pode ser definido como uma ferramenta que orienta o processo de planejamento
do uso público de uma UC, sendo utilizado para inventariar as diferentes oportunidades
de visitação existentes ou potenciais, auxiliar na diversificação, orientar a implantação
e promover o manejo mais adequado dos ambientes naturais para proporcionar as
experiências de visitação desejadas na UC.
O ROVUC foi elaborado com base no Recreation Opportunity Spectrum (ROS), em português
Espectro de Oportunidades Recreativas, instrumento criado pelo Serviço Florestal
Americano na década de 1970 como resultado de duas principais questões:
• isolamento;
• tipo de acesso;
• nível de infraestrutura; e
Importante mencionar que, como uma única UC nem sempre é capaz de oferecer todo o
rol de oportunidades previstas no ROVUC e, portanto, ele preconiza a complementaridade
por meio das oportunidades recreativas oferecidas no entorno, nas áreas protegidas
próximas ou limítrofes (públicas ou privadas) e demais áreas turísticas existentes na
região. Dessa forma, a visão de planejamento deve considerar toda a região como destino
turístico e não apenas o interior da UC.
1 experiências;
2 atividade;
ATIVIDADE RECREATIVA
EXPERIÊNCIAS BENEFÍCIOS
+ AMBIENTES
=
Atributos Físicos Muitas Dimensões Individual
Atributos Socioculturais Múltiplos Sentidos Social
Atributos de Manejo Econômico
Cultural
Ambiental
• Comunidade e Gestor
Manejam (no caso de Reserva
Extrativista ou Reserva de
Desenvolvimento Sustentável)
Aventura Tranquilidade
1. Experiência Autonomia Socialização
Isolamento Conforto
Caminhada
2. Atividades Banho Piquenique
Recreativas Ciclismo por área Caminhada
primitiva
3. Atributos
Terreno acidentado Campo ou gramado
Biofísico
Isolamento dos acessos. Acesso fácil
Sociocultural Poucos visitantes Grupos familiares
Infraestrutura disponível:
mesas, cadeiras e banheiros.
Nenhum tipo de serviço
Manejo
e infraestrutura mínima.
Serviços disponíveis:
Venda e alimentos.
Aumento da Autoestima Descanso Mental
Saúde Física União Familiar
Além dos atrativos internos da UC, é importante que, no processo de aplicação do ROVUC,
sejam considerados os atrativos de visitação, a infraestrutura e os serviços oferecidos no
entorno, uma vez que esses influenciam diretamente o grau de atratividade da UC como
destino de visitação turística.
Etapa I
Nessa etapa é realizada uma caracterização geral da UC e seu entorno com base nos
atributos do ROVUC (biofísico, sociocultural e manejo) e demais informações disponíveis
(por exemplo: número de visitantes, perfil de visitantes, estudos socioeconômicos etc.).
Esse primeiro passo auxilia o gestor e a equipe de planejamento a desenvolver uma visão
ampla da realidade e da oferta de uso público atual, além de contribuir para a construção
de uma visão de futuro do uso público da UC.
Etapa II
Por fim, recomenda-se fazer considerações acerca dos visitantes, ou seja, sobre as
características já conhecidas dos visitantes que frequentam esses locais ou do público
para o qual serão manejadas as oportunidades recreativas.
Etapa III
Para a definição das classes é importante considerar tanto as condições existentes das
áreas de visitação (descritas na Etapa II), como uma perspectiva das condições que se
almejam alcançar (intenção de manejo).
Por isso é bastante importante utilizar como referência nesta etapa todos os estudos ou
dados da UC disponíveis, como, por exemplo, as avaliações de oferta e demanda turística
ou estudos sobre o perfil dos visitantes. Diálogos construídos com visitantes, associações,
representantes do mercado turístico e pesquisadores também devem orientar as
propostas nesta etapa.
Que bom que você chegou até aqui! Agora é a hora de você testar seus conhecimentos.
Para isso, acesse o exercício avaliativo disponível no ambiente virtual. Bons estudos!
BRASIL. Lei nº 9985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos
I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília,
DF, 19 jul. 2000. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9985.htm.
Acesso em: 24 ago. 2021.
DRIVER, B. L.; BROWN, P. J.. The opportunity spectrum concept and behavioral
information in outdoor recreation resource supply inventories: a rationale. in
Integrated inventories of renewable natural resources: proceedings of the workshop.
USDA Forest Service General Technical Report RM-55. Fort Collins: Rocky Mountain
Forest and Range Experiment Station. 1978. p. 24-31
FREEPIK. Tiro vertical de macho nadando debaixo d'água com o céu ao fundo.
Disponível em: https://br.freepik.com/fotos-gratis/tiro-vertical-de-macho-nadando-
debaixo-d-agua-com-o-ceu-ao-fundo_7753639. Acesso em: 13 dez. 2021
HAAS, Glenn; AUKERMAN, Robert; LOVEJOY, V.; WELCH, D.. Water recreation
opportunity spectrum (WROS) users' guidebook. Lakewood: U.S. Dept. Of The
Interior, Bureau of Reclamation, Office of Program and Policy Services, 2004.
CASTRO, Ernesto Bastos Viveiros de. Changing a Brazilian Protected Areas Paradigm:
why public use is not just optional. Journal Of Park And Recreation Administration,
Lacey, v. 36, n. 3, p. 129-140, 07 ago. 2018. Trimestral.