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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

TRABALHO EM GRUPO DE CONTABILIDADE

TEMA: Trabalho prático de Contabilidade

Integrantes:
Nº1- Alberto José Tchalengua
Nº48- Remícia Suzana Francisco Manuel
Regime: Pós-Laboral
1ª Ano
Curso: Contabilidade e Gestão

O Docente

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Afonso Muinguilo

Moçâmedes, 2023
INTRODUÇÃO

Sendo a Contabilidade uma ciência social que através da execução de serviços técnicos,
ou seja, controla, organiza, estuda e avalia o patrimônio de uma entidade (física ou
jurídica) permanentemente; o presente trabalho visa fazer uma abordagem resumida aos
principais aspectos envolventes da Contabilidade.

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Evolução histórica da Contabilidade

É difícil saber quando surgiu a Contabilidade. Estudos sobre as civilizações antigas


mostram que a Contabilidade é tão antiga quanto o homem e que os primeiros sinais de
sua existência datam de, aproximadamente, 4.000 anos a.C., e coincidiu com a invenção
da escrita. As civilizações mais antigas eram formadas por pequenas comunidades,
pequenos grupos de pessoas que, liderados por uma autoridade, se depararam com a
necessidade de controlar o património. Daí surgiram os primeiros registos de escritas, que
foram os registos contabilísticos, relacionados com a quantidade de sacos de grãos ou
cabeças de gados. À medida que os bens aumentavam, crescia o património. Não é difícil
imaginar que a carência em se manter um controlo era tão indispensável, como é em
nossos dias. Com o passar do tempo, as atividades económicas foram tornando-se mais
complexas, fazendo com que o homem sentisse a necessidade do aperfeiçoamento do seu
instrumento de avaliação/Controlo da situação patrimonial. Empiricamente a
contabilidade já existia, e o desejo da humanidade em registar os factos ocorridos surgiu
para que se pudesse, formalmente, através da escrita, manter um histórico de
movimentações. O que perdura até os dias actuais Em 10 de Novembro de 1445, Luca
Paciole, considerado o Pai da Contabilidade Moderna, descreveu pela primeira vez, na
sua obra “Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalità”
(Conhecimentos de Aritmética, Geometria, Proporção e Proporcionalidade), no
capítulo “Tratactus de Computis et Scripturis” (Contabilidade por Partidas Dobradas),
o famoso Método das Partidas Dobradas. Ele Enfatiza que a teoria do débito e crédito
corresponde à teoria dos números positivos e negativos. Sendo universalmente aceito e
adoptado desde esta época. Trata-se no método que, em cada lançamento, o valor total
lançado nas contas a débito deve ser sempre igual ao total do valor lançado nas contas a
crédito, ou seja, não devedor sem credor correspondente. A todo débito corresponde um
crédito de igual valor e vice-versa. Se aumentar de um lado, deve consequentemente
aumentar de outro também. Esta obra serviu para sistematizar e popularizar a
contabilidade, marcando o início da fase moderna da contabilidade.

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Conceitos de Contabilidade

Para criar uma empresa com vista à concretização de um projecto, é necessários que
coexistam três pilares fundamentais: Recursos técnicos, financeiros e humanos. Para que
a empresa se mantenha viva, cumprindo a sua missão, é imperioso que, aos três pilares,
se acrescente a gestão informada e a existência de um produto e de um mercado.

Isto implica no entanto, que os recursos postos à disposição variem Quantitativa e


Qualitativamente durante um determinado período à medida que são utilizados e
consumidos. Surge então a contabilidade como instrumento de recolha e tratamento da
informação inerente as mutações destes mesmos recursos, a que designamos por
Património.

Por outras palavras, a Contabilidade, dentre os diversos significados, é “ ciência que


estuda interpreta os registos dos fenómenos que afectam o património de uma entidade
(empresa, instituição pública, pessoa física, instituição não lucrativa etc.) ”, segundo o
Novo Dicionário de Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (1999).
Segundo Ribeiro (2011, p. 33), “Contabilidade é uma ciência que permite, através de suas
técnicas, manter um controlo permanente do Patrimônio da empresa.”

“Contabilidade é a ciência que estuda a prática, as funções de orientação, de controlo e


de registo relativas à administração económica.” (I Congresso Brasileiro de Contabilidade
– RJ - 1914).

Para Marion (2009), a Contabilidade é uma ferramenta que tem como objetivo fornecer
o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa.
Muitos hoje consideram a contabilidade como simples técnicas de processamento de
dados, mas ela é há séculos considerada uma ciência. Mansi (2015) define a contabilidade
como a ciência do Património. Hoje em dia, a Contabilidade é considerada como ciência
por possuir três requisitos fundamentais que são:

1. O campo de actuação que são as Entidades;


2. O objecto de estudo que é o Património;
3. Leis próprias, o Método das Partidas Dobradas.

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Princípios fundamentais de contabilidade

Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e


teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos
universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no
seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades.

São Princípios Fundamentais de Contabilidade: 1- o da entidade; 2- o da


continuidade; 3- o da oportunidade; 4- o do registro pelo valor original; 5- o da
atualização monetária; 6- o da competência; e 7 - o da prudência.

O PRINCÍPIO DA ENTIDADE

O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e


afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio
particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma
pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou
finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio
não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou
instituição.

O Patrimônio pertence à Entidade, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou


agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova Entidade, mas numa
unidade de natureza econômico-contábil.

O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE

A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou provável,


devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais,
quantitativas e qualitativas. 1º A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos
ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmentequando a
extinção da ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou previsível.

A observância do Princípio da CONTINUIDADE é indispensável à correta aplicação do


Princípio da COMPETÊNCIA, por efeito de se relacionardiretamente à quantificação dos
componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de constituir dado importante para
aferir a capacidade futura de geração de resultado.

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O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE

O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à


integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja
feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as
originaram.

O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL

Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das


transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão
mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando
configurarem agregações ou decomposições no interior da ENTIDADE.

Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta: I – a avaliação dos


componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-
se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes;
II – uma vez integrado no patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderão ter
alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua decomposição em
elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais.

O PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA

Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos


nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos valores dos
componentes patrimoniais. São resultantes da adoção do Princípio da ATUALIZAÇÃO
MONETÁRIA: I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não
representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; II – para que a avaliação do
patrimônio possa manter os valores das transações originais (art. 7º), é necessário
atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam
substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência,
o do patrimônio líquido.

O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA

As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em


que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente
de recebimento ou pagamento.
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O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA

O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes


do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas
igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o
patrimônio líquido.

A Contabilidade e suas funções

As funções da contabilidade são:

• Registrar os fatos administrativos (memória).

• Demonstrar e controlar as mutações patrimoniais (controle).

• Servir como elemento de prova em juízo ou tribunal.

• Fornecer elementos para que os acionistas ou sócios possam examinar as contas da


diretoria e aprová-las ou não.

• Demonstrar ao fisco o cumprimento da legislação tributária.

• Fornecer dados para a tomada de decisões, etc. Fundamental é sem dúvida a função de
fornecer elementos para a correta gestão do negócio, permitindo tomada de decisões
eficazes. (Lembrar a diferença: eficiência é fazer bem feito; eficácia é fazer o que tem
que ser feito, da forma possível e no momento certo). (FABRETTI, 1997).

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CONCLUSÃO

Em suma, a contabilidade é fundamental para qualquer pessoa que deseja administrar uma
empresa. Daí a necessidade de aprender de forma que a empresa realize negócios, por
exemplo, com órgãos governamentais (por meio de contratos e licitações), ou com os
bancos, com fornecedores, etc.

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