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​UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CENTRO DE HUMANIDADES - CH
CURSO DE GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
HISTÓRIA DA AMÉRICA I
PROFESSORA NOÉLIA ALVES

RESUMO DIRIGIDO DO TEXTO: AS MULHERES NA HISTORIOGRAFIA DA


AMÉRICA LATINA
AUTOR: ISACKSON LUIZ CAVILHA MENDES
Discente: CAMILA CATUCHA DE SOUZA CAVALCANTE

FORTALEZA – CEARÁ
​2023




​TEMA: ABORDAGEM DA HISTÓRIA DAS MULHERES NO CAMPO
HISTORIOGRÁFICO DA AMÉRICA ALINA.

FONTES UTILIZADAS: As fontes utilizadas são basicamente outros trabalhos
acadêmicos, como teses de mestrados, artigos, livros que abordam a temática.
RESUMO

O texto é um capítulo da dissertação de mestrado do professor Isackson Luiz


Cavilha Mendes, no qual aborda sobre a produção historiográfica da escrita
feminina na história no século XVIII, basicamente no período colonial. O mesmo
tempo que o autor aborda a produção dessa escrita, ele aponta sobre como
essa produção vem se desenvolvendo ao longo dos tempos. Fazendo as
reflexões como elas foram e são apresentadas, as suas metodologias, crítica às
fontes e as possíveis revisões dos relatos já produzidos sobre a figura da
mulher. Isackson Cavilha inicia seu capítulo fazendo um aporte histórico sobre o
surgimento dos movimentos feministas nas décadas de 60 e 70, que foram as
primeiras reverberações para que os personagens femininos começassem a
figurar nos trabalhos acadêmicos. Relata que a proposta historiográfica dos
Annales , nos anos 30 traz uma abordagem socioeconômica , dando uma certa
visibilidade coletiva em relação a história política e factual, contribuído para o
desenvolvimento do estudo sobre as mulheres. Contudo, esse impulso não
trouxe o contexto das relações de gênero, já que não era prioridade para os
Annales. Somente na década de 60, houve um alcance das histórias das
minorias, sendo a História social, mais utilizada nos campos das propostas de
pesquisas, dando amplitude a uma pluralidade de sujeitos. A presença dos
movimentos e seu engajamento possibilitou o aumento sobre a escrita da
história das mulheres mesmo antes dos historiadores. Esses movimentos, são a
força motivadora para criação de laboratórios de pesquisas dentro das
universidades, onde a produção da escrita estava voltada exclusivamente para
contexto feminino. Existia um problema a ser resolvido segundo ao autor, pois
segundo ele, esse momento onde a escrita feminina vinha se desenvolvendo,
criou-se uma crise de paradigmas da escrita histórica, causados pela ruptura
dos temas envolvidos ( espaço privado, sexualidade, maternidade e família) ,
deixando margem para que a historiografia das mulheres não fossem pautas
designadas para as grades curriculares. É nesse momento que historiadores
começam a se apropriar dos questionamentos levantados pelos movimentos
feministas, tentado demonstrar que para uma escrita sobre a história das
mulheres fosse além de eleger a mulher a uma universalidade dos homens.
Escrever sobre as questões étnicas , sociais e religiosas seriam de grande
importância para uma historiografia de qualidade. Trazer a identificação dentro
dos discursos abordados, como a representatividade das mulheres
afrodescentes e indígenas, era necessário para uma compreensão histórica. A
virada epistemológica é um dos pontos apresentados no texto, onde o uso do
“gênero”, como ferramenta de análise histórica. O professor Isackson, irá
apresentar em sua análise a abordagem da historiadora social Joan Scott, essa
tese em seu trabalho, e assim fundamentar a motivação de um estudo mais
aprofundado do “gênero” dentro do contexto da escrita sobre as mulheres.
Aborda o “gênero” como categoria , onde auxiliou no entendimento das relações
ideológicas e estruturais que implicam as relações de gênero. Após essa análise
geral dos caminhos que deram início a uma historiografia das mulheres, o autor
irá fazer um recorte sobre a essa escrita no período colonial, que apesar de
escassas ainda são as melhores fontes produzidas. Nesse momento é
apresentado diversas obras , artigos, dissertações e produções editoriais, que
contribuíram para os trabalhos de pesquisas atribuídos a uma produção
historiográfica das mulheres, principalmente a visão da mulher indígena.
Percepções que vão para além da subserviência que claramente fica exposto
nos relatos encontrados pelos historiadores, cronistas daquele período. Textos
apresentados e produzidos por autores da américa latina mais precisamente
uma boa produção oriundas de países como México, Argentina e alguns outros
países que compõem o eixo sulaamericano, deixando claro a necessidade de
termos mais trabalhos de pesquisas em solo brasileiro. Fica evidente a
preocupação das autoras demonstradas nesta dissertação, a busca pela
invisibilidade que é apresentada nas entrelinhas das fontes estudadas, já que o
estudo das fontes e metodologia irá fazer uma diferença na abordagem
apresentada sobre essas histórias dessas mulheres tratadas como minorias.
Quebrar com a ideia de vitimismo nos seus discursos historiográficos e
apresentar mais o protagonismo feminino é um dos desafios propostos pela
escrita que aborda o assunto. Portanto, o trabalho apresentado mostra as
opções metodológicas e ideológicas incluídas nos trabalhos sobre a
historiografia feminina, e que apesar do protagonismo masculino e a redução do
discurso feminino, o protagonismo feminino deverá ser alvo de pesquisa. Tentar
desvendar essa invisibilidade que é apresentada nas fontes é que será o maior
desafio para os historiadores.
Palavras chave: Historiografia feminina, colonial, escrita feminina, história
social.

COMENTÁRIO CRÍTICO

A abordagem do texto é excelente, faz com que o leitor possa ter


uma noção geral de como está o desenvolvimento da produção historiográfica
feminina e que se faz necessário se apropriar sobre o assunto. Ter uma
produção historiográfica nesse campo, onde a mulher é a protagonista é
importante para desmistificar e ressignificar contextos até então dominados por
falas majoritariamente masculinas.
O dissertação aborda assuntos interessantes que até então eram
desconhecidos para mim, e que deixa margem para realização de novas
pesquisas que possam ser produzidas.

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