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HISTÓRIA – LICENCIATURA
PROVA 2
Ainda no Brasil, as historiadoras pouco tiveram voz, até meados dos anos 80-90,
onde graças a influência da ebulição dos movimentos feministas em todo o mundo,
principalmente nos EUA, as mulheres ganharam mais espaço de fala e nas pesquisas,
porém, ainda mostrando números muito pequenos principalmente se tratando de objetos
da pesquisa científica. As literatas tiveram mais espaço, e o estudo literário tornou
conhecidas mulheres escritoras, poetisas e jornalistas brasileiras do século XIX que pouco
tiveram espaço nos estudos historiográficos.
Para Oliveira, a razão central da história das mulheres e dos os estudos de gênero
estarem distanciados dos centros focais de pesquisa se encontra na posição do “Outro”,
parafraseando Simone de Beauvoir, onde esses temas, para os interesses da elite
capitalista patriarcal dominante, são aversivos simplesmente por carregarem a marca da
diferença que tanto assusta os padrões definidos como “normais”, e ferem a identidade
construída dessa classe dominante.
A autora então conclui sua ideia, após passar por todos esses argumentos,
indicando a necessidade da mudança de figura, de forma e de gênero na escrita histórica,
e além, principalmente uma mudança no objetivo de pesquisa e no pesquisador que há de
dar lugar à pesquisadora. Dessa forma os silêncios que tanto dizem como argumenta
Oliveira, possam ser rompidos e a voz dos indivíduos periféricos possa ser ouvida. A
crítica tão fundamentalmente estruturada e potente presente na categoria de gênero deve
ser usada para colocar em cheque a própria teoria epistêmica da grande disciplina de
História.