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F839 – 2s2023

Óptica Geométrica - lentes

Prof. Cristiano Cordeiro


IFGW - UNICAMP
Óptica Geométrica (óptica de raios)
É a aproximação mais
tica Quântic simples da realidade
p óptica.
Ó

a
Eletromagn
ica ét Pode lidar com reflexão e
t

ica
Óp

a Ondulató refração, mas não


tic
Óp

interferência ou difração.
ria

Óptica
de raios Porém, quando funciona,
pode lidar com problemas
complexos de maneira
mais simples do que a
Óptica Ondulatória, por
exemplo.
Óptica de Raios e Aproximação Paraxial

Eixo óptico

Não vamos considerar a fase da luz.

Cada sistema óptico terá um eixo e os feixes luminosos irão se


propagar com ângulos pequenos – Aproximação Paraxial.
Notação
do – distância do objeto ao eixo da lente

di – distância da imagem ao eixo da lente

Lente fina / delgada

d0 di
eixo da lente
Relação entre do, di e distância
focal da lente (f) ?

n1=1 n2=n
Lei de Snell
2
1

ângulos de incidência e
refração: sempre medidos em
relação à normal da superfície
Princípio de Huygens
• Consegue explicar reflexão e refração de maneira simples em termos de
ondas
• Permite saber a posição da frente de onda em algum momento futuro se
conhecermos sua posição atual
• Cada ponto de uma frente de onda primária (t=t0) constitui uma fonte
para ondas esféricas secundárias
• A posição da frente de onda primária num instante posterior (t=t0+Δt)
é determinada pela envolvente de todas estas ondas secundárias.

t=t0

t=t0 t=t0+Δt t=t0+Δt


Lei de Snell
𝑐
𝑣=
t=t0 𝑛
𝜃𝑖
𝑣1 Δ𝑡
n1 𝜃𝑖
𝑣1 Δ𝑡
𝑠𝑒𝑛𝜃𝑖 =
A 𝑣2 Δ𝑡 𝜃𝑅 B t=t0+Δt 𝐴𝐵
n2
𝑣2 Δ𝑡
𝑠𝑒𝑛𝜃𝑅 =
𝐴𝐵

𝜃𝑅
n2 > n1 → v2 < v1

𝑛1 𝑠𝑒𝑛𝜃𝑖 = 𝑛2 𝑠𝑒𝑛𝜃𝑅
Princípio de Fermat Percurso que minimize o tempo (t)
de S até P, ou seja, a posição x tal
aumentou o que dt/dx = 0
S percurso no
meio n1

𝜃𝑖 𝑆𝑂 𝑂𝑃
h diminuiu o 𝑡= +
𝑣1 𝑣2
percurso no
O meio n2
𝑡=
ℎ2 + 𝑥 2
+
𝑏2 + 𝑎 − 𝑥 2

𝑣1 𝑣2
x
b 𝜃𝑅 𝑑𝑡 𝑥 −(𝑎 − 𝑥)
= + =0
𝑑𝑥 𝑣𝑖 ℎ2 + 𝑥 2 𝑣𝑡 𝑏2 + (𝑎 − 𝑥)2
P 𝑠𝑒𝑛(𝜃𝑖 ) −𝑠𝑒𝑛(𝜃𝑅 )
a
n 2 > n 1 → v2 < v 1

Percurso minimiza o tempo ou, de 𝑛1 𝑠𝑒𝑛𝜃𝑖 = 𝑛2 𝑠𝑒𝑛𝜃𝑅


maneira equivalente, o caminho óptico
𝑡~𝑙 ∗ 𝑛
Relação entre do, di e distância focal da lente (f) ?
Lei de Snell com lentes (superfície curva)

imagem
R1
objeto

n1=1 n2=n
Lei de Snell com lentes (superfície curva)

R1

R2
Lei de Snell com lentes (superfície curva)

2 imagem
1 
objeto d R1
 

do di

n1=1, n2=n
Lei de Snell com lentes (superfície curva)

R1

R2
Lei de Snell com lentes (superfície curva)
𝑓~𝑅
Generalizando para a 1
outra superfície de raio R2 𝑓~
Δ𝑛

R1: superfície mais próxima do objeto

se do → infinito; di → f
f a distância focal: parâmetro mais
importante para descrever a lente. Pode
ser positivo ou negativo como veremos
na sequencia.
1
≡ 𝐷 𝑚−1
𝑓𝑚
Dioptria, grau da lente

Maior índice de refração do material da lente →


menor raio → lente mais fina → óculos mais $$$
Aberração cromática
1
= 𝑛−1 ∙
1

1
= 𝑛−1 ∙𝜌 𝑓=𝑓 𝜆
𝑓 𝑅1 𝑅2

𝑛=𝑛 𝜆

sem aberração cromática

com aberração cromática


Lente acromática 𝒇𝒂𝒛𝒖𝒍 = 𝒇𝒗𝒆𝒓𝒎𝒆𝒍𝒉𝒐
1 1 1
= 𝑛−1 ∙ − = 𝑛−1 ∙𝜌
𝑓 𝑅1 𝑅2
1 1 1
= +
Vidro 1 𝑓𝑇 𝑓1 𝑓2
Vidro 2

1 1 1 1
+ = +
𝑓1.𝑎𝑧𝑢𝑙 𝑓2.𝑎𝑧𝑢𝑙 𝑓1.𝑣𝑒𝑟𝑚 𝑓2.𝑣𝑒𝑟𝑚

𝜌1 𝑛2.𝑎𝑧𝑢𝑙− 𝑛2.𝑣𝑒𝑟𝑚
=− <0
𝜌2 𝑛1.𝑎𝑧𝑢𝑙− 𝑛1.𝑣𝑒𝑟𝑚

Uma lente positiva (convergente) unida


a uma lente negativa (divergente) com
dispersões bem escolhidas!
Convenção de sinais
Feixe vindo
da esquerda
para a direita

• f > 0: lente positiva (convergente)


• f < 0: lente negativa (divergente)
• di > 0: imagem do lado direito da lente (imagem real)
• di < 0: imagem do lado esquerdo da lente (mesmo lado que o objeto,
imagem virtual)
• lente convergente: R1>0, R2<0
• lente divergente: R1<0, R2>0 R1: superfície mais próxima do objeto

R2 R1
R1

R2
R2 R1

R1: superfície mais próxima do objeto


lente convergente: R1>0, R2<0
lente divergente: R1<0, R2>0

R1 > 0
f>0
R2 < 0 f>0
>0 >0

R1 < 0
f<0
f<0
R2 > 0 <0 <0
Tipos de Lentes
Exemplo 1
a) Qual a distância focal de uma lente plano-
R1 > 0
convexa com raio de curvatura de 50mm e índice f>0
R2 < 0
de 1.5 se a mesma estiver, como usual, no ar?

R1=
R2= - 50mm

R1=+50mm
R2= - f= 100 mm
b) Se um objeto for colocado a 150, 100 e 50mm, onde será formada
a imagem?

di = + 300 mm Imagem real

di →  Imagem real

di = - 100 mm Imagem virtual


Imagem Real Voltaremos a
Imagem real pode ser projetada em uma tela / câmera este ponto em
breve !

Imagem Virtual
Imagem virtual não pode ser projetada em uma tela.
Olhe através da lente, como uma lupa.
Ou um espelho plano.

objeto Imagem virtual

ESPELHO PLANO

Embora a imagem virtual não possa ser projetada em uma tela ela não é “imaginária”. Esta imagem
possui posição e tamanhos bem definidos e pode ser “vista” pelo olho, camera ou outro elemento
óptico.
Imagem Real
d0 > f
Imagem real e invertida

f
f
do

di
di>0

Quando d0 >> f → objeto no infinito


Neste caso: di=f
𝑀 > 0: 𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑖𝑚𝑎
Magnificação: M
𝑀 < 0: 𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑏𝑎𝑖𝑥𝑜
𝑀 > 1: 𝑎𝑚𝑝𝑙𝑖𝑎çã𝑜
A 𝑀 < 1: 𝑟𝑒𝑑𝑢çã𝑜

f f -B

do
di
do-f f

𝐴 −𝐵 𝐴 𝑑0 − 𝑓 𝑑0
𝑡𝑎𝑛𝜃 = = − = = −1 𝐵 𝑑𝑖
𝑑0 − 𝑓 𝑓 𝐵 𝑓 𝑓 =−
𝐴 𝑑0

1 1 1 𝑑0 𝑑0 𝑑0 𝑑0 𝑑0 𝑑𝑖
+ = + = = −1
𝑑 0 𝑑𝑖 𝑓 𝑑0 𝑑𝑖 𝑓 𝑑𝑖 𝑓 𝑀 =−
𝑑0
Para uma mesma distância do
Maior distancia focal → maior di → maior amplificação

f1
f1 𝑑𝑖
𝑀 =
do 𝑑0

f1>f2 di

f2 f2
do
di
Imagem Virtual com lente convergente
• lente convergente
•d0 < f
Imagem virtual ampliada

f
f
do

di
di<0

𝑑𝑖
𝑀 =−
𝑑0
Imagem Virtual com lente convergente

1 1 1
= −
𝑑𝑖 𝑓 𝑑𝑜 1
< 0 → 𝑑𝑖 < 0
Se objeto está mais 𝑑𝑖
próximo da lente do que a
distância focal: do < f IMAGEM VIRTUAL !
Exemplo 2

Uma lente convergente fina de focos principais F1 e F2 forma uma imagem real
na posição mostrada no diagrama. Desenhe os três raios principais que
permitirão você determinar onde o objeto deveria estar neste caso.

F1 F2
Objeto

f
f
Imagem
E se a lente quebrar e usarmos apenas
um pequeno pedaço da mesma?
f1 f2 f1 = f2
Então qual a razão, ou
quando, usar uma lente com
dimensões maiores?

f1 f2 fT = f/2
A LUPA
CASO1 (posição A)
Distância objeto < distancia foco

Imagem virtual e ereta

Descontinuidade imagem
virtual -> imagem real
com a lupa !?!
CASO2 (posição B)
Distância objeto > distancia foco

Imagem real e invertida


O que ocorre ao mover o objeto antes do
foco (posição A) até uma posição após o
foco (posição B)?

Descontinuidade imagem virtual -> imagem real


com a lupa !?!
Descontinuidade imagem virtual -> imagem real com a lupa !?!

Exemplo

O que vemos na posição B ???

Posição A
Posição A, antes do foco

olho
(lente 2)

f
Imagem virtual f F’ F’
Lente 1
Objeto real
Imagem real
Lente 2
Posição B, depois do foco

f Imagem real

f F’ F’

Imagem real
Lente 1
Objeto virtual
Lente 2
• Objeto antes ou após o foco → imagem real
• Existe descontinuidade na imagem da lupa
• Não vemos esta descontinuidade se nosso
olho estiver próximo da lupa

O que vemos na posição B ???


E qual o papel da tela na
formação de uma imagem real?

ou: pode uma imagem real ser formada no espaço livre,


no ar?
Se pode, porque usar uma tela?
tela
Imagem Real
Imagem real pode ser projetada em uma tela / câmera

A tela ajuda ao observador que não está


no eixo da lente a também observar a
imagem !
Imagem Virtual com lente divergente
• lente divergente
•d0 > ou < f
Imagem virtual reduzida

f
f di

do

<0 <0
1 1 1
= −
𝑑𝑖 𝑓 𝑑𝑜
Duas lentes finas – solução gráfica
d1
Imagem final
invertida e
reduzida

f1 f2 f1 f2
Outro exemplo, desta vez com maior distância
entre as mesmas lentes

d2

Imagem
final em pé
e ampliada
f1 f1 f2
f2
Não podemos usar a equação
de lentes neste caso?

Evitar o traçado de raios ....


Sistema de duas lentes, via equação de lentes
10 cm
f=+24cm f=+9cm
• Onde se formará a imagem?
• Real ou virtual? 𝑑𝑖
𝑀 =−
• Qual tamanho? 𝑑0

do=6 cm Imagem real,


invertida e
1 1 1 1 1 ampliada, a 18cm
= − = −
𝑑𝑖 𝑓 𝑑𝑜 24 6 da segunda lente
𝑑𝑖 = −8 𝑐𝑚
−8
di=-8 cm 𝑀1 = −
6
= +1.33

1 1 1 1 1
= − = −
𝑑𝑖 𝑓 𝑑𝑜 9 18
Imagem final
𝑑𝑖 = 18 𝑐𝑚
𝑀 = 𝑀1 ∗ 𝑀2 = −1.33
do=18 cm 18
𝑀2 = − = −1
18
di=18 cm
Sistema de duas lentes, via equação de lentes
f=+15cm 25 cm f=-20cm .

Imagem real,
invertida e
ampliada, a 13.3
do=27.5 cm cm da segunda
lente
1 1 1 1 1
= − = −
𝑑𝑖 𝑓 𝑑𝑜 15 27.5
di=33 cm
𝑑𝑖 = 33 𝑐𝑚
33
𝑀1 = − = −1.2
27.5
do=- 8 cm

1 1 1 1 1
= − =− +
𝑑𝑖 𝑓 𝑑𝑜 20 8
Imagem 𝑑𝑖 = 13.3 𝑐𝑚
final
𝑀 = 𝑀1 ∗ 𝑀2 = −2
13.3
𝑀2 = − ~ + 1.7
di=13.3 cm −8
Mas....
sistemas ópticos podem
complicar muito!
Exemplo: lente (fotográfica) Tessar
formado por quatro diferentes lentes
de dois diferentes vidros

PARA FACILITAR
•1) vamos usar notação matricial para
sistemas ópticos
•2) vamos introduzir os planos principais
Óptica Geométrica
Matricial
... em aproximação paraxial ...
O feixe luminoso pode ser definido por duas grandezas

Posição vertical: x 
Inclinação: 
x

Eixo óptico

• Estes dois parâmetros definem um vetor


 x
• Este vetor irá se alterar quando o feixe se
 
propagar pelo sistema óptico.
 
xin, in Variações nas posições e
ângulos são pequenas

xout, out

xout xout  out  out


xout = xin +  in  out = xin +  in
xin in xin in

xout xout
Podemos escrever estas xin  in
duas equações em
 xout   A B   xin 
formato matricial
  = C D   
 out     in 
 out  out
xin  in
Matrizes 2x2
• Componentes ópticos podem ser descritos por matrizes 2x2.
• Sistemas ópticos formados por vários componentes podem ser
descritos por uma matriz 2x2 que é obtida pela multiplicação das
matrizes individuais de cada elemento do sistema.
• Estas matrizes, conhecidas como matrizes ABCD, podem descrever
sistemas ópticos simples ou complexos
• O efeito de determinado elemento óptico pode ser determinado
multiplicando a matriz do elemento pelo vetor correspondente ao
feixe luminoso de entrada. Matriz 2 Matriz 4
Matriz 3
Matriz 1
Matriz 5
Matrizes ABCD

 xin  A B  xout 
  C
 D   
 in   out 

𝑥𝑜𝑢𝑡 𝐴5 𝐵5 𝐴4 𝐵4 𝐴3 𝐵3 𝐴2 𝐵2 𝐴1 𝐵1 𝑥𝑖𝑛
𝜃𝑜𝑢𝑡 = 𝜃𝑖𝑛
𝐶5 𝐷5 𝐶4 𝐷4 𝐶3 𝐷3 𝐶2 𝐷2 𝐶1 𝐷1
Óptica Matricial

Cuidado, algumas referências usam outra


notação para a matriz
𝜃𝑜𝑢𝑡 𝐵 −𝐴 𝜃𝑖𝑛
=
𝑥𝑜𝑢𝑡 −𝐷 𝐶 𝑥𝑖𝑛
Matrizes ABCD de três casos:
• propagação pelo espaço livre
• propagação por uma interface plana
• propagação por uma lente fina
Fim da parte 1
Propagação pelo espaço livre (ou por um meio)
•No ponto inicial (z=0): posição e inclinação dados por xin e in
•No ponto final (z): posição e inclinação dados por xout e out

xout
in= out
xin

z=0 z=d

Reescrevendo em formato
matricial
Interface Plana out
in
xin xout
Na interface: xout = xin
n1 n2
Lei de Snell: n1 sin(in) =n2 sin(out)
Para pequenos angulos: n1 in = n2 out out = [n1 / n2] in

Observe que o ângulo de saída (out) não depende


da posição de entrada (xin)
No caso de uma interface esférica
ver slide 11 onde
out 𝛽 = 𝑥𝑖𝑛 Τ𝑅; 𝛼 = 𝜃𝑖𝑛 ; −γ = 𝜃𝑜𝑢𝑡

in

n1 n2

Observe que agora o ângulo de saída (out) depende da posição de entrada (xin)
E para uma lente fina ???
Considerando:
R1 R2
• primeira interface com curvatura R1 e
n≠1
segunda interface com curvatura R2
• índice externo = 1, índice da lente = n n=1
do slide anterior

onde [ slide 13 ]
E duas lentes finas consecutivas?
Suponha duas lentes sem espaço entre elas

f1 f2

[ slides 16 & 30 ]

Ou seja, duas lentes consecutivas agem como uma única lente onde
o inverso da distância focal total é a soma do inverso da distância
focal de cada lente.
Exemplo 3
Considere a combinação de duas lentes sendo a primeira convexa
(f=+15cm) e a segunda côncava (f= -20cm).
Estas lentes estão separadas por 25 cm.
Obtenha a matriz ABCD do sistema.

25 cm
propagação
f=+15cm f=-20cm

lente
Vamos agora analisar o caso especial onde
B=0 na matriz ABCD

 xout   A 0   xin   A xin 


  = C D    = C x + D  
 out     in   in in 

Neste caso: xout = A*xin Quando B=0, A é


a magnificação !

Quando B=0 todos os raios do ponto xin chegam ao


ponto xout independente do ângulo de partida.
(ou seja, xout independe de in)

E dai???
Todos os raios do ponto xin chegam ao
ponto xout independente do ângulo de
partida

Ou seja, um sistema forma


uma imagem de um objeto
quando B = 0 !!

E o elemento “A” da matriz é a


magnificação
Lei das lentes
Do objeto até a imagem temos:
1) Uma distância d0
2) Uma lente de distância focal f
3) Uma distância di

1 d i   1 0  1 d o 
O=   −1/ f 1  0 1 
 0 1   
1 di   1 do 
=   −1/ f 1 − d / f  lembrete
 0 1  o 
1 − di / f d o + d i − d o d i / f  propagação
= 
 −1/ f 1 − d o / f  lente
Lei das lentes

Lembrando: um sistema forma uma imagem de um objeto quando B = 0

Neste caso:
Formação de Imagens

A B

C D

lembrando
• di > 0 se imagem do lado direito da lente (imagem real)

• di < 0 se imagem do lado esquerdo da lente (mesmo lado que o objeto, imagem virtual)
Exemplo 4
Considere a combinação de duas lentes sendo a primeira convexa (f=+15cm) e a segunda
côncava (f= -20cm). Estas lentes estão separadas por 25 cm. (exemplo anterior).

Suponha do exercício anterior que seu objeto esteja localizado a 27,5cm a esquerda da
primeira lente. Determine a posição da imagem (= x) utilizando os dados já obtidos
anteriormente

2ª lente até 2ª lente Espaço entre 1ª lente objeto até


imagem as lentes 1ª lente

Exemplo 3
Exercício 04 - continuação

Imagem real (pois di>0)

Se é a formação de uma imagem então B=0, logo x= 40/3 cm ~ 13.33 cm

Distância da imagem até 2ª lente

Termo A é a magnificação, logo:

Imagem ampliada, invertida


M=-2/3 – x/10 = -2/3 – 4/3 = -2
Formação de imagens com um
sistema de lentes

Distância do objeto
dO di
Distância da última
à primeira lente
lente à imagem
Mas se estamos formando uma
imagem então todo este sistema pode
ser representado pela matriz
Assim, se medirmos a ampliação (M) produzida por um
sistema de lentes em função das distâncias do objeto à
primeira lente (dO) e da última lente à imagem (di)
podemos caracterizar experimentalmente os termos A,
C e D deste sistema de lentes !!
Os termos A, C e D de um sistema de lentes permite calcular os .....

... Planos Principais


planos hipotéticos que podem representar todo
um sistema óptico complexo

❖ Sistema com várias lentes ou


❖ Lentes espessas
Planos Principais (P e P’)
Útil para sistemas ópticos complexos
• com vários elementos ou
• lentes espessas

di
objeto

imagem
f

do
P P’
obs: estes planos não precisam estar necessariamente dentro da lente
Útil para sistemas ópticos complexos
Planos Principais • com vários elementos ou
• lentes espessas

• Sistema pode ser mais facilmente visualizado através


dos seus dois planos principais.

• Estes planos (P e P’) substituem todos os elementos


ópticos do sistema.

• Óptica matricial (a matriz ABCD do sistema) nos ajuda


a calcular a posição destes planos em relação ao
vértice de entrada da primeira lente (V1) e ao vértice
de saída da última lente (V2).
Útil para sistemas ópticos complexos
Planos Principais • com vários elementos ou
• lentes espessas

2 - Através da matriz ABCD: a


1 – Realizar cálculo da posição dos planos principais (P e P’)
matriz ABCD do sistema em relação aos vértices é calculada

4 – Pode-se usar a equação das 3 - Sistema óptico pode


lentes para todo o sistema (como ser visualizado apenas
se fosse uma lente delgada simples) pelos planos principais
Planos Principais (P e P’)

P P´
Planos Principais (P e P’)

do

di

P P´
Planos Principais (P e P’) •P e P’: planos principais

•dP: distância entre o primeiro


f f' vértice (V1) e o primeiro plano
principal

•dP’: distância entre o último


vértice (V2) e o segundo plano
BFL principal

back focal length


dP’
dP
V2
V1

P P´
Convenção de sinais de dP e dP’

vértice 1

vértice 2
P P P’ P’

se dP < 0 se dP > 0 se dP’ < 0 se dP’ > 0


Através da matriz ABCD a posição dos
planos principais (distâncias dP e dP’)
é calculada

𝐷−1
𝑑𝑃 = • f>0 se estiver a direita do
𝐶 plano principal P

• f’>0 se estiver a direita do


1−𝐴 plano principal P’
𝑑𝑃′ =
𝐶 • f‘ = -f

1
𝑓=−
𝐶
E como seria para obter os planos principais experimentalmente?

Como vimos....
Medindo a ampliação (M) produzida por um sistema de
lentes em função das distâncias do objeto à primeira
lente (dO) e da última lente à imagem (di) podemos
caracterizar experimentalmente os termos A, C e D
deste sistema de lentes !!
Exemplo de sistema de lentes

f=+15cm 25 cm f=-20cm
onde é
formada a
imagem???
do=27.5 cm

Este exemplo já foi calculado:


• com equação de lentes no slide 46
• com matriz ABCD no slide 68
𝐷−1
Calculando 𝑨 𝑩 −2/3 25
𝑑𝑃 =
𝐶 1
= 𝑓=−
agora com os 𝑪 𝑫 −1/10 9/4 1−𝐴 𝐶
onde é formada a 𝑑𝑃′ =
planos imagem??? 𝐶

principais 𝑑𝑃 = −12.5𝑐𝑚 𝑑𝑃′ = −50/3𝑐𝑚 𝑓 = 10𝑐𝑚

f=-20cm
f=+15cm

25 cm

1 1 1 𝑑𝑖 = 30 𝑐𝑚
+ =
15 𝑑𝑖 10

do=15cm di=30cm Distância da imagem até a


segunda lente = 30 - 50/3 =
dP= -12.5cm dP’=-50/3cm 40/3 cm
Lentes Espessas
lembrete lentes finas

1 0 1 0 1 0
𝑛−1 1−𝑛 1 − 1Τ𝑓 1
𝑛
1 ∗ 𝑅2 𝑛 ∗ 𝑅1 𝑛

1 0 1 0
𝑛−1 1 𝑑 1−𝑛 1
𝑛 0 1
1 ∗ 𝑅2 𝑛 ∗ 𝑅1 𝑛

1−𝑛 ∗𝑑 𝑑
1+
= 𝑛 ∗ 𝑅1 𝑛
𝑛 − 1 1 − 𝑛 𝑑 ∗ 𝑛 − 1 ∗ (1 − 𝑛) 𝑛−1 ∗𝑑
+ + 1+
𝑅2 𝑅1 𝑛 ∗ 𝑅1 ∗ 𝑅2 𝑛 ∗ 𝑅2
Planos Principais em Lentes Espessas

1−𝑛 ∗𝑑 𝑑
1+
𝑛 ∗ 𝑅1 𝑛
𝑛 − 1 1 − 𝑛 𝑑 ∗ 𝑛 − 1 ∗ (1 − 𝑛) 𝑛−1 ∗𝑑
+ + 1+
𝑅2 𝑅1 𝑛 ∗ 𝑅1 ∗ 𝑅2 𝑛 ∗ 𝑅2
1
𝑓=−
𝐶
𝐷−1 1−𝐴
𝑑𝑃 = 𝑑𝑃′ =
𝐶 𝐶
1 1 1 (𝑛 − 1)𝑑
= (𝑛 − 1) − +
𝑓 𝑅1 𝑅2 𝑛 ∗ 𝑅1 ∗ 𝑅2

𝑓 𝑛−1 𝑑
𝑑𝑃 = −
𝑅2 ∗ 𝑛
𝑓 𝑛−1 𝑑
𝑑𝑃´ = −
𝑅1 ∗ 𝑛
Comparação Lentes Finas e Espessas

do dI

Distância objeto e
distância imagens
medidas a partir dos
planos principais do di

d
Vamos calcular, usando os planos
principais, dois exemplos de lentes
espessas

A. Lente biconvexa com raios 20 e 40cm, índice de refração


n=1.5, espessura de 1 cm. Objeto está a 30cm do primeiro
vértice. Onde se forma a imagem?

B. Lente cilíndrica de perfil circular com índice de refração n e


raio R. Qual a expressão da distância focal?
Lente biconvexa com raios 20 e 40cm, índice de refração
n=1.5, espessura de 1 cm. Objeto está a 30cm do primeiro
vértice. Onde se forma a imagem?

1 1 1 (𝑛 − 1)𝑑 1 1 (1.5 − 1) ∗ 1
= 𝑛−1 − + = 1.5 − 1 − +
𝑓 𝑅1 𝑅2 𝑛 ∗ 𝑅1 ∗ 𝑅2 20 −40 1.5 ∗ 20 ∗ (−40)

𝑓 = 26.8𝑐𝑚
𝑓 𝑛−1 𝑑 26.8 ∗ 1.5 − 1 ∗ 1
𝑑𝑃 = − =− 𝑑𝑃 = +0.22 𝑐𝑚
𝑅2 ∗ 𝑛 −40 ∗ 1.5

𝑓 𝑛−1 𝑑 26.8 ∗ 1.5 − 1 ∗ 1


𝑑𝑃´ = − =− 𝑑𝑃′ = −0.45 𝑐𝑚
𝑅1 ∗ 𝑛 +20 ∗ 1.5

1 cm
30 cm

1 1 1
+ =
(30 + 0.22) 𝑑𝑖 26.8

𝑑𝑖 = 237 𝑐𝑚
0.22cm 0.45cm
Lente cilíndrica de perfil circular com índice de refração n e raio R.
Qual a expressão da distância focal?

𝑛𝑅
𝑓=
2(𝑛 − 1)
1 1 1 (𝑛 − 1)𝑑 𝑅1 = 𝑅
= (𝑛 − 1) − + Ou seja, em um lente cilíndrica de
𝑓 𝑅1 𝑅2 𝑛 ∗ 𝑅1 ∗ 𝑅2 𝑅2 = −𝑅
perfil circular os planos principais
𝑑 = 2𝑅 estão juntos no centro da lente.

𝑓 𝑛−1 𝑑
𝑑𝑃 = − 𝑑𝑃 = 𝑅
𝑅2 ∗ 𝑛

𝑓 𝑛−1 𝑑
𝑑𝑃´ = − 𝑑𝑃′ = −𝑅
𝑅1 ∗ 𝑛
Ball lens 𝑓=
𝑛𝑅
=
𝑛𝐷
2(𝑛 − 1) 4 𝑛 − 1
D=2R
𝑛𝐷 𝐷 𝐷(2 − 𝑛)
𝐵𝐹𝐿 = − =
4 𝑛−1 2 4(𝑛 − 1)

BFL (back focal length)


aberração esférica
f
P=P´
Matriz ABCD

propagação

lente
Lente espessa

1 1 1 (𝑛 − 1)𝑑
= (𝑛 − 1) − + Planos principais
𝑓 𝑅1 𝑅2 𝑛 ∗ 𝑅1 ∗ 𝑅2
𝐷−1
𝑑𝑃 =
𝐶
𝑓 𝑛−1 𝑑
𝑑𝑃 = − 1−𝐴
𝑅2 ∗ 𝑛 𝑑𝑃′ =
𝐶
𝑓 𝑛−1 𝑑
𝑑𝑃´ = − 1
𝑅1 ∗ 𝑛 𝑓=−
𝐶
Quando é que a Óptica Geométrica falha?
Óptica de raios
A óptica de raios implica que uma
lente consegue focalizar um feixe
em ponto com diâmetro zero e
assim obter intensidade infinita e
resolução espacial infinita. ~0

Falso! O menor ponto focal


possível é da ordem do Realidade
comprimento de onda λ. O
mesmo vale para a melhor
resolução espacial de uma
imagem. Isto se deve à natureza
ondulatória da luz que não está >λ
incluída na Óptica Geométrica.
Feixes Gaussianos
Referências

• Optics, Eugene Hecht

• Introduction to Modern Optics, Fowles

• Optics Course, Prof. Rick Trebino

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