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NATAL/RN
NOVEMBRO DE 2018
JOÃO PAULO COSTA DE MEDEIROS
NATAL/RN
NOVEMBRO DE 2018
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA
NATAL/RN
NOVEMBRO DE 2018
A todos aqueles que desejam o bem e o espalham no mundo.
AGRADECIMENTOS
Esta é a página mais importante da minha tese. Isso porque nenhuma outra seria
escrita se quem eu agradecerei aqui não tivesse me ajudado. Em determinado ponto eu
desisti do sonho de concluir o doutorado, mas algumas pessoas não deixaram isso acontecer.
A elas, minha eterna gratidão e carinho.
Primeiramente o professor Manoel Veras, que me convenceu do contrário. Assumiu
uma difícil tarefa devido à situação pela qual eu passava e mesmo assim se dispôs a me
orientar. Obrigado por não desistir de mim quando eu mesmo já tinha desistido.
Romena, uma das almas mais carinhosas e generosas que já conheci. Ela esteve
comigo durante o momento mais difícil que já passei debaixo desse sol. Não sei se um dia
poderei retribuir o que ela fez por mim, mas rezo a Deus para que o faça por mim, pois
ela não merece nada menos que a felicidade.
Por falar em Deus, nos agradecimentos da dissertação de mestrado eu O agradeci
por me manter de pé enquanto buscava compreender de onde essa força vinha, e roguei
para se manter ao meu lado sempre. Assim foi, mesmo que eu não me ache merecedor de
toda essa benevolência.
A família e os amigos que, como sempre, são um refúgio acolhedor.
É a incerteza que nos fascina.
(Oscar Wilde)
RESUMO
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2 JUSTIFICATIVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3 OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3.1 GERAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3.2 ESPECÍFICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
5 METODOLOGIA DA PESQUISA . . . . . . . . . . . . . . . . 55
5.1 ESTIMAÇÃO DA PRODUÇÃO DE ENERGIA . . . . . . . . 57
5.1.1 Vantagens e desvantagens da fonte offshore . . . . . . . . . . . . 59
5.2 CÁLCULO DO VPL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
5.3 SMC PARA MODELAGEM DE INCERTEZAS . . . . . . . . . 61
5.4 VOLATILIDADE E-V MARKOWITZ . . . . . . . . . . . . . . . . 61
5.5 CONSTRUÇÃO DA ÁRVORE BINOMIAL . . . . . . . . . . . 62
5.6 AVALIAÇÃO DAS OPÇÕES REAIS . . . . . . . . . . . . . . . 62
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
6.1 PRODUÇÃO DE ENERGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
6.2 CÁLCULO DO VPL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
6.3 SMC E VOLATILIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
6.4 ÁRVORE BINOMIAL E OPÇÕES REAIS . . . . . . . . . . . . 66
6.4.1 ABORDAGEM BAYESIANA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
6.5 INTEGRAÇÃO AO LCC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
7 CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
1 INTRODUÇÃO
2 JUSTIFICATIVA
Projetos param devido à falta de uma boa gestão. O setor público brasileiro é um
caso clássico. Projetos inacabados, superfaturados e, o pior de tudo, não entregues. Há
muita culpa da corrupção e burocracia, e há também a parcela de culpabilidade referente à
falta de uma boa gestão que reúna as melhores práticas sugeridas pela literatura científica.
Na própria literatura acadêmica não há uma indicação direta e clara do que utilizar em
cada projeto.
O presente estudo pretende fechar essa lacuna quanto aos casos em que o risco
se mostra bastante elevado e envolve variáveis bastante incertas. Sim, pois nem todo
projeto tem o mesmo grau de complexidade, alguns podem ser geridos com o auxílio de
técnicas tradicionais. Ou seja, a demanda do presente trabalho se dá pela necessidade de
uma metodologia unificada que faça a gestão do risco financeiro de projetos com grande
incerteza.
Por falar em incerteza, seria uma surpresa se tudo ocorresse perfeitamente como
se prevê, dadas as infinitas possibilidades que o mundo real apresenta. O melhor que se
pode fazer é estar preparado para eventuais mudanças ao longo do projeto. Essa incerteza
deve ser pensada ao longo da vida útil do projeto como uma forma de controle do risco,
e não apenas como uma etapa introdutória de planejamento, como sugere o PMBOK,
diferentemente do PRINCE, ambas as principais ferramentas mundiais utilizadas no
gerenciamento de projetos.
Nesse sentido, as técnicas tradicionais para avaliação de risco financeiro e viabilidade
de um projeto não englobam todas as possibilidades possíveis e assumem que ele será
levado adiante passivamente, sem considerar alterações naturais que podem acontecer ao
longo do seu ciclo de vida. Sabe-se, entretanto, que as coisas são bem diferentes. Se um
projeto vai bem, há a possibilidade de expandi-lo, se vai mal, há a chance de reduzi-lo
ou abandona-lo. Quanto mais incerto é o futuro de um projeto, mais valiosa se torna sua
flexibilidade gerencial, ou seja, sua capacidade de reagir a essas alterações.
Para isso a Simulação de Monte Carlo e a Teoria de Opções Reais são utilizadas
conjuntamente nesse trabalho. O primeiro método oferece a gama completa das distribuições
de probabilidade das variáveis financeiras envolvidas no projeto, enquanto a Teoria de
opções Reais se utiliza de árvores de decisão para traçar caminhos (cenários) possíveis
para cada etapa do projeto, expressando o valor financeiro de cada caminho ao longo do
tempo, mostrando os diferentes rumos e decisões que podem ser tomadas ao longo da
vigência do projeto, tudo isso integrado a um modelo de Gestão Visual, que dá celeridade
à tomada de decisão, que facilita a gestão. A Figura 1 mostra o mapa mental que resume
a proposta de trabalho como exposta nesta seção.
18
1. contínua;
2. visual.
Em suma, a gestão do risco financeiro precisa ser feita ao longo do ciclo de vida
do projeto. Também, que essa gestão utilize algum modelo visual para que possa estar
alinhada às práticas mais modernas em gestão e usufrir seus benefícios (PARRY; TURNER,
2006; TEZEL; AZIZ, 2017a).
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3 OBJETIVOS
3.1 GERAL
3.2 ESPECÍFICOS
Para alcançar o objetivo geral deste trabalho algumas etapas precisam ser seguidas,
as quais foram postuladas em forma de objetivos específicos, tais como seguem:
a) Integrar a Teoria de Opções Reais, a Simulação de Monte Carlo e o Life Cycle Canvas
b) Testar a aplicação em um estudo de caso real
Iniciação
É nessa fase inicial que o gestor de projetos deve tomar ciência do projeto como
um todo, buscando uma visão holística e integrada do projeto, listando todas as restrições
a que o projeto está sujeito e o que pode influenciar na sua consecução, lembrando sempre
de fazer o devido registro dessas atividades. O documento essencial nessa etapa é o termo
de abertura.
Planejamento
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Execução
Nessa etapa a preocupação está em realizar o que foi planejado. Mas não ape-
nas isso, é a execução com atenção específica à qualidade. Deve-se buscar a efetividade,
que traduz-se na junção da eficiência com a eficácia. Mesmo que durante a execução
surjam alterações a serem feitas no escopo do projeto (demandadas pelo cliente ou pela
organização que está executando o projeto), bem como possíveis intempéries que possam
se suceder, o bom planejamento, que antecedeu a execução, já englobou essas possibilidades.
Monitoramento e Controle
Não há necessidade de estranhamento pelo fato do monitoramento e controle esta-
rem desmembrados da execução como um tópico à parte. Na verdade, o monitoramento
e controle ocorrem de forma simultânea à execução. Nessa etapa ocorre a aferição do
que está sendo executado, com o intuito de garantir que o que foi planejado está sendo
cumprido em termos de qualidade, tempo, padronização, etc.
Encerramento
A última etapa não se dá necessariamente com o término do projeto. Nessa fase
deve ocorrer a oficialização do encerramento por meio de documentos como o termo de
aceite, que visa eximir a empresa que executou o projeto de responsabilidades futuras, e o
registro das lições aprendidas com o projeto, com o intuito de documentar as experiências
e feitos relevantes para o planejamento de projetos futuros.
Integração
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Escopo
Uma das principais áreas de conhecimento de projetos, pois todas as outras são
dependentes desta. Essa área abrange as entregas de produtos/resultados que o projeto
deve realizar. Falando em termos de eficiência, essa área do conhecimento é de extrema
relevância por ser o momento em que se define o que será necessário para que o projeto
tenha tudo que precisa e, nada mais do que precisa, para ser concluído com sucesso.
Custos
Antes do início de qualquer projeto é realizado um estudo de viabilidade, que inclui
um orçamento. A ideia central dessa área do conhecimento então é terminar o projeto
dentro do orçamento aprovado. Cada etapa do projeto envolve o consumo de recursos
que precisam estar descritos. Essa área tem grande potencial de prejudicar o andamento
de um projeto, caso seja falha. Por isso a importância de três componentes básicos aqui:
planejamento, estimativas e elaboração do orçamento.
Qualidade
O projeto deve entregar produtos/resultados com características e especificações de-
terminadas pela organização executora, órgãos de controle de qualidade e, principalmente,
o cliente. Esses requisitos devem ser bem definidos de modo que não gerem ambiguidade e
insatisfação na fase de entrega. Essa área envolve não apenas a qualidade do produto em
si, mas também dos processos necessários que levam até à sua entrega. Percebe-se, pois,
que essa área engloba processos contínuos ao longo do ciclo de vida do projeto.
Recursos Humanos
O bom gestor precisa saber quais as competências e habilidades necessárias para
cada atividade e que pessoas da sua equipe as detém. Envolver a equipe desde a fase inicial
do projeto é um fator positivo que visa não apenas a inclusão, mas a participação, de
modo que esta possa proporcionar variados pontos de vista e possíveis sugestões para o
projeto, sem contar o senso de comprometimento agregado por tornar a equipe responsável
pelo desenvolvimento inicial do projeto.
Comunicações
Outra área crítica para o desenvolvimento do projeto é o gerenciamento da comu-
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nicação. Nesta área o foco consiste em gerar, coletar, distribuir, armazenar e gerenciar as
informações de maneira correta, rápida e oportuna. Ao longo do ciclo de vida do projeto
as informações também podem ser recuperadas, bem como descartadas.
Risco
O gerenciamento do risco não diz respeito somente aos eventos adversos, na ver-
dade essa área objetiva potencializar o impacto dos eventos positivos e minimizar o
impacto dos eventos negativos. Diferentemente da incerteza, o risco é algo mensurá-
vel e precisa ser medido de modo que contemple o maior número de possibilidades
possíveis, restando, assim, pouco espaço para surpresas. Uma resposta para cada situ-
ação deve ser planejada para que nenhum evento comprometa o andamento do pro-
jeto. Isso se chama antecipação, que é seguido do monitoramento e controle do risco.
Tempo
Assim como os riscos, essa área envolve processos que precisam ser continuamente
mensurados. A duração de cada atividade e o prazo de entrega de cada produto/resultado
implicam na construção de um cronograma que deve ser seguido de forma pontual. Ob-
viamente, muitos processos estão atrelados aos prazos de terceiros como, por exemplo,
fornecedores, ainda sim essas questões devem ser levadas em consideração no planejamento.
Aquisições
Nesta área estão compreendidos os processos referentes às compras de produtos,
serviços e/ou resultados. Um ponto crucial nessa área é o gerenciamento de contratos,
tendo em vista que essas compras podem envolver uma grande quantidade de forne-
cedores. Todos os elementos da relação com os fornecedores devem estar descritos e
formalizados para que se possa cobrar as entregas conforme as obrigações contratuais.
Partes Interessadas
É importante começar dizendo quem são as partes interessadas. Elas não referem-se
somente a pessoas, mas também a grupos, instituições, órgãos e toda e qualquer parte que
esteja envolvida ou seja afetada direta ou indiretamente pelo projeto. O objetivo aqui é
identificar todos os stakeholders, suas expectativas e interesses, gerando engajamento, de
modo que deem suporte e estejam comprometidos com a execução do projeto.
O PRINCE2 se foca em atingir seis principais alvos: escopo, tempo, custo, qua-
lidade, riscos e benefícios. Para isso se vale de quatro elementos principais integrados:
princípios (sete ao todo), temas (sete ao todo), processos (similar aos grupos de processos
do PMBOK, também são sete no total, distribuídos em 41 atividades) e ambiente do
projeto. A seguir, explicações mais detalhadas de cada elemento.
4.1.2.1 Princípios
Sem a observância dos sete princípios elencados a seguir, o projeto não terá aplicado
a metodologia PRINCE2. Eles são não só fundamentais, mas obrigatórios. A observância
desses sete princípios permite a aplicação da metodologia em projetos de qualquer tamanho,
localização, organização, cultura, etc. Isso se dá porque esses princípios de baseiam em
premissas básicas. Quais sejam:
Foco no produto
O objetivo principal do foco no produto é entregar resultados e não atividades. Isso
é importante na medida em que evita insatisfação do usuário, risco de não aceitação do
projeto, retrabalho, etc. Antes da execução do projeto é preciso haver concordância sobre
os resultados a serem atingidos, tomando o devido cuidado para deixar tudo documentado
detalhadamente e com clareza, obedecendo a um conjunto de critérios de qualidade bem
especificados.
4.1.2.2 Temas
Business Case
Nesse tema busca-se responder porque o projeto deve ser realizado. Entre as opções
existentes há, inclusive, a opção de não desenvolver um projeto, logo, responder essa
questão de forma clara é essencial, mostrando os benefícios e resultados esperados e o que
de fato o projeto entregará, com foco na viabilidade do projeto.
Organização
Aqui a pergunta a ser respondida é "Quem?", isto é, quem serão os responsáveis
pelo projeto. O trabalho será distribuído entre os gerentes do projeto, que deverá organizar
suas equipes atribuindo as responsabilidades de cada membro, buscando representar os
interesses das três principais categorias relacionadas ao projeto: negócios, fornecedores e
usuários.
Qualidade
A pergunta desse tema reflete o que o projeto entregará de fato, com que especi-
ficações, com que características, com que restrições, com que benefícios, durabilidade,
etc. Responde, pois, à pergunta: "O quê?". Obviamente todas as especificações do projeto
devem estar bem documentadas para evitar insatisfação e a não aceitação da entrega do
projeto por parte do cliente.
Planos
Diferentemente dos temas anteriores, este responde a mais de uma pergunta: "Como?
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Quando? Quanto?"Isso é perceptível pela própria natureza do tema, que tratará dos ca-
minhos para se chegar ao objetivo do projeto, respondendo também quanto irá custar, e
qual o prazo (descrito no cronograma) de cada etapa. Em essência, é o planejamento do
projeto, atento sempre à comunicação e ao controle.
Risco
Contemplar todas as possibilidades que podem se suceder em um projeto não é uma
tarefa fácil. Mas é preciso pensar nisso, pois nem sempre as coisas saem como o planejado,
ainda mais em projetos que envolvam um ambiente de grande incerteza. Pensando nisso,
aqui busca-se responder ao questionamento: "E se...?". As tarefas mais importantes para
esse tema consistem em identificar, avaliar e controlar o risco.
Mudanças
Evitar a mudança é quase impossível. A abordagem mais adequada sugerida pelo
PRINCE2 é se preparar para gerenciar as mudanças adequadamente. As mudanças surgem
de issues (questões) relacionadas a imprevistos, alterações na qualidade, riscos concreti-
zados, solicitações de mudanças, etc. Cabe aqui fazer uma ressalva no sentido de que a
mudança nem sempre provém de um problema que precisa ser corrigido, mas pode ser
oriunda de novos conhecimentos e informações que foram agregados ao projeto e que
podem melhorar consideravelmente alguma de suas etapas. O importante a se responder
nesse tema é o impacto que a mudança irá causar.
Progresso
Junto com o tema "Planos"esse tema forma o conjunto de temas que respondem a
mais de uma pergunta específica. Nessa etapa o interesse está em saber em que estágio o
projeto se encontra, para onde irá e se é viável continuar. Essas três questões estão ligadas
à tomada de decisão e, para tanto, demanda bastante monitoramento e controle, bem
como bastante articulação dos níveis hierárquicos superiores da organização. Em suma,
trata-se de como o projeto irá prosseguir.
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4.1.2.3 Processos
Directing a Project
Aqui é onde o rumo do projeto é definido. A direção está bem definida pelo Project
Board e precisa ter representados o negócio, fornecedores e usuários. As decisões estratégi-
cas são tomadas nesse processo, mas é importante ressaltar que o Directing Project ocorre
ao longo de todo o projeto. Determinadas atividades tem suas entradas dependentes de
algumas saídas autorizadas pelo Project Board.
Controlling a Stage
Este processo, diferentemente do Mananging a Stage Boundary, prevê as atividades
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de gerenciamento durante cada estágio, enquanto o anterior lidava com o limiar entre um
estágio e outro. Nesse processo estão incluídas as atividades de monitoramento de controle,
atento a ações corretivas e mudança, provendo relatórios gerenciais para auxiliar a tomada
de decisão.
Closing a Project
Assim como o início do projeto é algo gerenciável, o encerramento também o é.
Nesse processo é importante documentar a aceitação dos produtos entregues, destacando
que estão em conformidade com o que foi acordado previamente. Estabelecer um plano
de ações para tratar das questões que podem se suceder após o encerramento do projeto
também é recomendável. Por fim, lembrar que o encerramento nem sempre se dá quando
da conclusão do projeto, mas pode haver um encerramento prematuro do projeto desde que
assim se julgue correto, uma vez que o projeto não é mais viável e os recursos envolvidos
precisam ser liberados para outros projetos mais valiosos.
A gestão de projetos sofreu mudanças significativas desde sua concepção até os dias
atuais. Alguns argumentos apontam que a gestão de projetos atual não comporta mais
tanta burocracia e estrutura pesada de técnicas e ferramentas tradicionais, os projetos são
mais dinâmicos e complexos e demandam o uso de ferramentas que se adequem melhor a
diferentes realidades, além do que, ferramentas muito complexas engessam mais a gestão
de projetos e dificultam a integração entre os agentes envolvidos (LAFETá; BARROS;
LEAL, 2016).
Em sua recente tese de doutorado Medeiros (2017) catalogou os estudos mais
recentes sobre o guia PMBOK no Brasil como mostrado na figura 3.
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coisas diametralmente opostas. Conforme exposto por Peterson (2009), o termo risco
deve ser usado quando se conhece as probabilidades associadas a determinado evento, em
contraposição à incerteza, em que as probabilidades do evento são desconhecidas.
Para demonstrar esses conceitos com mais clareza o autor utiliza como exemplo
o caso do Dr. Christiaan Barnard, que estava desenvolvendo métodos de transplante de
coração e testando em animais. A técnica então passaria para o experimento em humanos.
Um senhor de nome Louis Washkansky estava prestes a morrer devido a várias doenças e
complicações relacionadas ao coração quando se voluntariou para ser o primeiro a testar
o novo método. Do ponto de vista da decisão o que o senhor Louis Washkansky fez foi
uma decisão sob incerteza, pois o método nunca tinha sido testado antes, logo, não se
conheciam as probabilidades de sucesso dessa nova técnica. Obviamente, para o paciente
as opções estavam bem limitadas, pois poderia vir a morrer a qualquer momento mesmo
sem a cirurgia, preferindo se submeter ao procedimento.
Esse caso ocorreu nos anos 60, desde então os pesquisadores já coletaram bastante
material a respeito das estatísticas dos transplantes de coração. Se a cirurgia fosse realizada
hoje por algum paciente o médico poderia dizer precisamente as chances de sucesso do
procedimento com base nos dados coletados ao longo do tempo sobre os transplantes. Essa
decisão hoje não seria mais sob incerteza, mas sob risco, pois agora as probabilidades são
conhecidas.
Essa seria uma forma visual de analisar a dispersão. Mas também é possível contar
com medidas numéricas para a dispersão. As mais comuns são:
• variância;
• desvio-padrão;
• coeficiente de variação.
𝑁
∑︀ ¯ 2
(𝑋𝑖 − 𝑋)
𝑆 =
2 𝑖=1
(1)
𝑁 −1
Como também pode ser calculada para uma população, denominando-se variância
populacional:
𝑁
∑︀ ¯ 2
(𝑋𝑖 − 𝑋)
𝜎 =
2 𝑖=1
(2)
𝑁
Um defeito da variância é que ela é bastante suscetível a valores distantes da média
no conjunto de dados. Para resolver esse problema tem-se uma medida padronizada que
deriva da variância, o desvio-padrão, que consiste na raiz quadrada da variância, também
calculado para amostra (desvio-padrão amostral):
√
𝑆= 𝑆2 (3)
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√
𝜎= 𝜎2 (4)
Por fim, o coeficiente de variação serve para permitir a comparação entre variáveis
diferentes, por isso também é conhecido como desvio-padrão relativo. Com essa medida é
possível dizer objetivamente, numa comparação entre variáveis, qual tem maior dispersão.
Assim como a variância e o desvio-padrão, o coeficiente de variação também é calculado
para amostra:
𝑆
𝐶𝑉 = ¯ · 100 (5)
𝑋
E população:
𝜎
𝐶𝑉 = · 100 (6)
𝜇
Note que o coeficiente de variação está atuando como uma porcentagem do desvio-
padrão em relação à média , por isso sua padronização e possibilidade de comparação
entre variáveis diferentes.
ela geralmente passa a ser mais desleixadas para evitar aquelas situações para as quais
está segurada. As seguradoras sabem disso e incorporam o risco moral nos preços. Isso faz
com que geralmente os seguros sejam uma forma cara de proteção contra riscos.
Hedge O hedge consiste em se proteger contra a variação no preço de determinado
ativo. É possível firmar um contrato que assegure o preço daquele ativo no futuro. No
mercado financeiro estão pessoas dispostas a comprar e vender tais contratos.
Swap: É um tipo de hedge feito com moedas de países diferentes e também com
taxas de juros. No exemplo com taxas a operação mais comum é trocar uma dívida
indexada a uma taxa fixa por uma com taxa variável, ou vice-versa.
Opções O conceito de opções é parte relevante para este trabalho e é o único item
que será destrinchado mais à frente. Por hora, basta dizer que é um dos derivativos mais
comuns e consiste em comprar ou vender o direito a algo que ocorrerá no futuro, como,
por exemplo, o direito de comprar determinadas ações pelo preço X, pois o comprador da
opção tem a expectativa de que o preço irá subir mais à frente no tempo.
é a taxa de desconto que iguala o VPL a zero. No VPL ocorre a soma dos fluxos de caixas
projetados, FC, que são descontados a uma taxa r, conforme o período n em que ocorrem
(considerando n = 1, 2, ..., N), tendo o valor investido inicialmente, I, subtraído ao final
da equação, conforme segue:
𝐹 𝐶1 𝐹 𝐶2 𝐹 𝐶𝑛
𝑉 𝑃𝐿 = + + ... + − 𝐼0 (7)
(1 + 𝑟) 1 (1 + 𝑟)2 (1 + 𝑟)𝑛
A equação 20 pode ser generalizada para diminuir o número de termos expressos,
conforme abaixo:
𝑁
𝐹 𝐶𝑛
𝑉 𝑃𝐿 = (8)
∑︁
− 𝐼0
𝑛=1 (1 + 𝑟)𝑛
Dado que a TIR é a taxa de desconto que iguala o VPL a zero, é possível modificar
alguns termos da equação 27 para que comporte esse conceito, resultando na seguinte
equação:
𝑁
𝐹 𝐶𝑛
𝑉 𝑃𝐿 = − 𝐼0 = 0 (9)
∑︁
𝑛=1 (1 + 𝑇 𝐼𝑅)𝑛
Comparativamente, o VPL acaba levando vantagem sobre a TIR por representar
seus resultados em valores monetários ao invés de percentuais, como na TIR, o que leva os
gestores a optarem por um investimento que, por exemplo, rende R$ 5 milhões com TIR de
12% ao invés de um que rende R$ 2 milhões, mas teve TIR de 30%. Esses métodos, embora
bastante utilizados, comportam ainda outras debilidades. Por exemplo, um projeto pode
ter diversas taxas de retorno se os sinais de seus fluxos mudarem ao longo do tempo, quer
dizer, se os fluxos mudarem de positivo para negativo, ou vice-versa, durante a vigência do
projeto, fenômeno estudado por diversos autores, com proposições diferentes de resolução
entre si (MASSÉ, 1962; SOLOMON, 1956). Já como defeito do VPL, e de mais alguns
métodos descritos adiante, é possível citar a passividade com que um projeto é tratado.
As oportunidades de expansão ou abandono do projeto não são precificadas no cálculo do
VPL, excluindo, assim, uma parte importante de todo projeto: a flexibilidade gerencial
(BREALEY; MYERS; ALLEN, 2013). Essa flexibilidade altera o valor do projeto e pode
torná-lo inviável conforme o futuro vai se revelando. Esse aspecto será apresentado numa
seção mais adiante.
Dado que o número de coisas que ocorrem é largamente inferior ao número de coisas
que podem ocorrer, é preciso medir a incerteza desses acontecimentos. Essa incerteza é parte
intrínseca de muitos projetos e precisa ser levada em consideração por meio de técnicas
adequadas. Uma tentativa de fazer frente a isso é a utilização de técnicas como a análise
de sensibilidade e a construção de cenários. A primeira técnica consiste em destrinchar o
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É possível notar que a modelagem do projeto é o passo incial e, nessa fase, faz-se
necessária a definição de todas as variáveis importantes para o modelo. Prossegue-se com a
especificação das propriedades do erro das previsões, geralmente atribuindo-se distribuições
de probabilidade para cada variável e, por fim, o cálculo da chance de ocorrência dos
valores do fluxo de caixa que será trazido a valor presente, ou seja, o VPL do projeto. Ao
final da análise o output retornado será uma distribuição dos fluxos do projeto com as
suas probabilidades associadas como se pode ver no gráfico que segue.
• S = preço do ativo-objeto;
• t = prazo de vencimento;
• 𝜎 = volatilidade do ativo-objeto.
√
• d = coeficiente multiplicativo do movimento de descida = 𝑒−𝜎 Δ𝑡
𝑒𝑟𝑡 − 𝑑
• p = probabilidade de uma oscilação ascendente =
𝑢−𝑑
42
A partir das equações apresentadas é possível calcular o preço das opções reais
envolvidas na etapa de um projeto, ou seja, o valor de cada caminho possível a que um
projeto pode chegar. Utilizaremos esse cálculo e os diagramas para formar um conjunto de
caminhos mais prováveis numa árvore de decisão para o tempo especificado do projeto,
conforme a Figura 9.
43
Na Figura 9 temos como exemplo um projeto com duração de oito anos, e a cada
período são apresentadas as possibilidades de rumo do projeto com seus respectivos valores.
Os quadrantes hachurados demonstram a fase em que o projeto tem resultado financeiro
ruim, dando ao gestor a opção de continuar ou abandonar o projeto, evidenciando também
os possíveis caminhos a partir dali.
• Melhoramento contínuo: Já que a gestão visual não é estática, ela permite a inovação
e adaptabilidade dos processos;
• Habilitar a gestão por fatos: Com o uso de fatos e dados baseados em estatísticas,
eliminando ou diminuindo a subjetividade e o uso de termos vagos;
• Unificação: Diminui o peso das principais fronteiras entre as pessoas, sejam elas
verticais, horizontais, externas ou geográficas, garantindo que cada indivíduo saiba
qual a sua função.
Obviamente a gestão visual irá impactar em outras áreas além das mencionadas
pelo autores anteriores, há estudos que se preocupam em verificar esses fatores. Isso nos
leva a pensar nas características de um bom modelo visual que, de acordo com Figl (2017),
deve considerar a compreensão, abrangência teórica e empírica, adaptabilidade, tamanho
e outras variáveis que contribuem para sua adoção e utilização.
A gestão visual pode ser implementada por meio de dispositivos e telas (canvas)
de visualização (que também podem ser implementados em dispositivos) no intuito de
gerar maior flexibilidade e simplificação no gerenciamento de projetos (BEYNON-DAVIES;
LEDERMAN, 2017; GLÓRIA JÚNIOR; GONCALVES, 2016; SOUSA NETO, 2014;
VALENTE; PIVATTO; FORMOSO, 2016). A exemplo disso tem-se o Business Model
Canvas (BMC), um dos precursores na área em apresentar em tela única um mapa visual
para descrição de modelos de negócio(OSTERWALDER; PIGNEUR, 2011), e modelos
que se seguiram, inclusive de autores brasileiros como o Project Model Canvas (PMC)
(FINOCCHIO JÚNIOR, 2013) e o Life Cycle Canvas (LCC) (SOUSA NETO, 2016). Esses
modelos serão explorados nas próximas sessões.
Seja utilizando dispositivos ou mesmo um quadro, a gestão visual possibilita o
acompanhamento em tempo real das atividades (JANSSON; VIKLUND; LIDELOW, 2016).
Os autores Parry e Turner (2006) são categóricos em afirmar que a adoção da gestão visual
trouxe significantes benefícios para a eficiência operacional no gerenciamento de projetos.
Também corroboram com essa ideia Tezel e Aziz (2017a), além de lembrarem que a gestão
visual tem sido utilizada em inúmeras áreas. Isso é facilmente verificável com uma busca
nas pricnipais bases de períodicos, onde é possível encontrar estudos que utilizam a gestão
visual em diversos fins e áreas, como a transferência de conhecimento e classificação de
tarefas (MA et al., 2017), gestão de manufaturas (STEENKAMP; HAGEDORN-HANSEN;
OOSTHUIZEN, 2017) e setor de transportes (TEZEL; AZIZ, 2017a).
uma ferramenta que traz uma simplificação robusta de como desenvolver ou esboçar novos
negócios, ou até mesmo negócios existentes. Essa ferramenta foi originalmente desenvolvida
por Osterwalder e Pigneur (2011) como espécie de mapa visual contendo nove quadrantes
(explicados a seguir) que representam as principais preocupações de uma empresa para
esboço de um negócio.
Proposta de Valor Aqui serão definidos os produtos e/ou serviços oferecidos pelo negó-
cio. É preciso haver uma demanda por essa proposta que engaje um segmento específico
de clientes e, consequentemente, gere receitas. Aqui devem estar descritos os diferenciais
do negócio e como ele se destaca em relação aos concorrentes, com foco para a inovação
que ele traz.
Parcerias-chave Aqui entra a rede de fornecedores que estarão ligados, direta e indi-
retamente, à proposta de valor da empresa. Sem tais parcerias, uma proposta de valor
específica seria bem mais difícil de ser entregue.
Segmento de clientes A empresa precisa gerar valor para um público-alvo. Esse seg-
mento específico de clientes tem necessidades e desejos que precisam ser atendidos de
acordo com o grupo a que pertencem. Esse agrupamento é necessário para melhor atender
às suas necessidades e desejos.
Canais Refere-se a todos os meios utilizados pela empresa para se comunicar com seu
cliente, oferecer produtos e serviços e aplicar sua estratégia elaborada de marketing. Os
canais são importantes fontes de avaliação do modelo de negócio já que possibilitam o
feedback dos clientes.
Fontes de receita Estas podem ser diversas. Isso é natural, pois, a depender da carteira
de clientes que um negócio possui ele pode se voltar para cada segmento de clientes com
uma estratégia específica, seja de volume, de preço, de personalização e assim por diante.
Conforme se vê nos quadrantes da Figura 11, cada bloco deverá ser preenchido de
acordo com sua especificidade, conforme segue:
Justificativas
O projeto deve ter um bom motivo para ser iniciado e levado adiante, afinal, serão
utilizados recursos que poderiam ser utilizados em outros projetos. É preciso descrever os
problemas e necessidades que o projeto irá atender.
Objetivos Smart
Objetivo Smart significa que ele atende a determinadas características: Specific
(Específico), Measurable (Mensurável), Attainable (Atingível), Realistic (Realista), Time
Bound (Temporizável).
50
Benefícios
Deve especificar quais serão os resultados específicos para a organização oriundos
do projeto, seja um benefício na melhora da eficiência de alguma operação, benefício
financeiro, ou qualquer outro que seja resultado direto e indireto do projeto.
Produto
O produto refere-se ao que o projeto produziu como resultado, podendo se referir
também a um serviço específico.
Requisitos
Esse bloco está intrinsecamente ligado à qualidade, pois aqui se define quais as
características que o produto ou serviço deve ter para ser entregue ao cliente de modo que
seja gerado valor para ele.
Stakeholders
Refere-se a todos os interessados ou afetados pelo projeto e que não estão sob o
comando do gestor de projetos, mas podem influenciar na execução do projeto. Da mesma
forma, stakeholders pode se referir a fatores externos com esse mesmo poder de influência.
Equipe
São todos aqueles que têm responsabilidade sobre alguma entrega do projeto. É
importante definir aqui como as entregas serão realizadas e, logicamente, por quem.
Premissas
São fatores externos do ambiente em que se insere o projeto a que o gestor de
projetos não tem influência sobre.
Grupos de Entregas
Referem-se aos componentes dos resultados que serão entregues pelo projeto, ou
seja, componentes dos produtos ou serviços.
Restrições
Aqui nesse bloco são descritas as barreiras e limitações ao projeto, seja referente a
custos, tempo, qualidade, etc.
Riscos
Eventos que podem afetar a execução do projeto, ou etapa dele, devem ser descritos
com suas respectivas respostas em caso de ocorrência. Com especial atenção àqueles que
tem maior probabilidade de ocorrência e possibilidade de impacto negativo no projeto.
51
Linha do Tempo
Representa uma espécie de cronograma do grupo de entregas, sendo melhor disposto
em quatro etapas para cada entrega, pois essa divisão em partes facilita o acompanhamento,
minimizando atrasos.
Custos
Da mesma forma que cada entrega deve ter seu prazo, elas também devem ter um
custo associado. Essa distribuição por grupo de entrega facilita o controle dos custos.
Os últimos autores ainda relatam que o modelo deixa bem claro o início e término
de cada etapa contemplada nas telas e incorpora o que chama de "artefatos", que referem-se
aos principais documentos feitos durante a execução do projeto como, por exemplo, o
termo de abertura.
A ideia por trás do LCC é gerenciar o ciclo de vida do projeto, pois entende-se
que isso facilita o trabalho. As fases principais contempladas pelo modelo são: iniciação,
planejamento, execução & monitoramento e encerramento.
A primeira etapa consiste da iniciação e ela marca não somente o início do projeto,
mas de uma nova fase do projeto. Nessa fase ocorre a autorização formal desses inícios,
que precisam estar bem justificados. O termo de abertura (TAP) é o principal documento
nessa fase. A Figura 12 mostra a tela de iniciação do modelo.
52
Por se tratar de uma metodologia nova, ainda se faz necessários estudos que mostrem
a eficácia da técnica, como fez Medeiros (2017) utilizando uma survey realizada com 104
profissionais que usaram o LCC para planejar projetos e, através de métodos quantitativos
como a regressão linear múltipla, chegou a conclusão de que o modelo tem aderência
ao guia PMBOK, que o grupo do estudo que utilizou o LCC teve melhor percepção
das ferramentas de planejamento de projetos em comparação com o que não utilizou, e
que o modelo promove a transparência, comunicação, coordenação e envolvimento no
planejamento de projetos. Ainda segundo o autor isso reforça a importância da utilização
de modelos visuais na gestão de projetos.
O autor lembra também que embora existam esses benefícios, a gestão visual ainda
é muito utilizada sob a ótica da gestão operacional de atividades, com aplicações muito
específicas e fragmentadas, voltada para o controle de processos e fluxo de informações,
desconsiderando o uso gerencial da gestão visual no tocante a integração de todas as
áreas de um projeto, entendimento que só surge com os modelos canvas. A literatura a
respeito desses modelos ainda é muito incipiente, sobretudo a respeito do modelo utilizado
aqui nesse estudo, que trata do Life Cycle Canvas. O artigo mais recente, e dos poucos
existentes a respeito, foi feito por Medeiros et al (2018) [in press], que trata do LCC para
acompanhamento do ciclo de vida de um projeto.
5 METODOLOGIA DA PESQUISA
observar dado que o conhecimento e utilização da gestão visual ainda é incipiente frente
aos métodos tradicionais, sobretudo o método aqui apresentado, que traz inovações para a
área. Quanto aos meios se caracteriza como experimental uma vez que há a necessidade da
manipulação de variáveis e a observação dos resultados dessa manipulação. Isso está bem
representado nos métodos de simulação e representação binomial dos caminhos possíveis
para os fluxos do projeto.
As modelagens das técnicas do estudo, SMC e TOR, se darão pela avaliação da
implantação de parques eólicos offshore na costa brasileira. É importante lembrar que há
dois tipos de parques eólicos, os da modalidade onshore, que são instalados em terra, e
os da modalidade offshore, que são instalados em alto mar. O Brasil ainda não possui
parques eólicos offshore, o que aumenta os fatores de risco de uma possível implantação
por ser um mercado ainda não explorado, mas isso fornece matéria-prima interessante
para a realização do presente estudo, já que é preciso modelar esses riscos de forma a
facilitar a tomada de decisão.
Os dados financeiros do estudo foram coletados no Bloomberg ® e os dados referentes
ao vento dos parques eólicos foram coletados no National Oceanic and Atmospheric
Administration - NOAA. Amostras dos dados estão contidas nos apêndices A e B. O
horizonte temporal estimado é de 20 anos, que é geralmente a duração adotada pelo
governo brasileiro para contratos de projetos eólicos. A taxa mínima de atratividade do
negócio, ou seja, a taxa de retorno que se consegue para um investimento sem risco será a
remuneração para títulos públicos de longo prazo brasileiros e o Custo Médio Ponderado de
Capital das empresas responsáveis pelos parques eólicos listados nos dados. Esses valores
tem mínimo de 6,38% e máximo de 10,74%. Para fins de cálculo da Simulação de Monte
Carlo é preciso definir intervalos de variação dessas taxas, as quais foram definidas de
acordo com a variação em relação à média das taxas observadas, que foi de 9,05%.
Com dados e variáveis definidas, as etapas necessárias para se chegar ao objetivo
proposto do estudo são como seguem:
• Cálculo do VPL;
Figura 17 – Produção de turbina (MW) média climatológica derivada dos dados satelitários.
A escala de cores representa a potência média por turbina.
59
Figura 18 – Série representativa dos dados de vento dos pontos P1, P2, P3 e P4
𝑙𝑛(𝑧/𝑧0 )
𝑉 (𝑧) = 𝑉𝑟𝑒𝑓 (13)
𝑙𝑛(𝑧𝑟𝑒𝑓 /𝑧0 )
Onde 𝑧0 é a rugosidade da superfície, definida como 0,2 mm para reservatórios e
oceanos. Também é possível calcular a potência do vento 𝑃 (a capacidade de produção de
energia) que passa sobre determinada área de varredura da turbina 𝐴 a qualquer velocidade
𝑉 utilizando a seguinte equação:
1
𝑃 =𝜌𝐴𝑉3 (14)
2
Por simplificação, a densidade do ar utilizada é constante, onde 𝜌 = 1.225 𝑘𝑔 𝑚−3 .
A potência do vento é medida em Watts (W), a área (que refere-se aqui à área varrida pela
hélices da turbina eólica) é dada em metros quadrados (𝑚2 ), e a velocidade do vento em
metros por segundo (𝑀 𝑆 −1 ). A potência do vento também pode ser escrita por unidade
de área, ou seja, a quantidade de Watts por metro quadrado (𝑊 𝑚2 ), ao que se dá o nome
de densidade de potência (𝐷𝑃 ):
𝑃 1
𝐷𝑃 = = 𝜌𝑉3 (15)
𝐴 2
Para obter dados da produção de energia próximos da realidade1 o presente estudo
utiliza a curva de potência de uma turbina REpower Systems de 6.15 MW. Esta turbina
possui um eixo horizontal que suporta três lâminas com diâmetro de 126 metros, área de
cobertura de 12.469 𝑚2 e velocidades de partida e de desligamento respectivamente de 3,5
1
É importante ressaltar que o método de estimação não leva em consideração possíveis falhas das
turbinas ou paradas de rotina para manutenção, além do que, os dados coletados sobre a velocidade do
vento deveriam ser observados a cada hora, mas, por limitação de disponibilidade, os dados abrangem um
intervalo de seis horas entre uma observação e outra.
60
e 30 𝑚𝑠−1 . A velocidade nominal é de 14 𝑚𝑠−1 . Este tipo de turbina pode ser instalada
numa estrutura de monopilar de aço tubular fincada no fundo do mar até 20 metros de
profundidade da água, sendo que a utilização de uma estrutura de treliça pode ampliar
para 50 metros a profundidade de instalação no mar. A Figura 19a, ilustra a curva de
potência dessa turbina, em outras palavras, o quanto de energia é produzida em função
da velocidade do vento. A tecnologia atual fornece turbinas com medidas que chegam a
cerca de 45% de eficiência (MANWELL; MCGOWAN; ROGERS, 2010). A Figura 19b
apresenta uma imagem com turbinas do modelo utilizado neste artigo.
Figura 19 – (a) Curva de velocidade potência para turbina REpower 6M. (b) Turbina
instalada sobre estrutura em jaqueta no parque eólico de Thornton Bank II
No apêndice desse artigo encontram-se amostras dos dados para cada variável
explicada. Com esses dados e o modelo de turbina proposto, foi possível calcular a variável
de energia gerada utilizada no cálculo do LCOE, que refere-se à produção de energia por
hora (MWh) de uma turbina:
∫︁
𝐸= 𝑃 𝑑𝑡 (16)
Essa variável é obtida pela integração trapezoidal entre a série de horas decorridas
com a potência da turbina (CHENEY; KINCAID, 2012):
1 𝑁∑︁
−1
𝐸= (𝑡𝑖+1 − 𝑡𝑖 )[𝑃 (𝑡𝑖 ) + 𝑃 (𝑡𝑖+1 )] (17)
2 𝑖=1
Uma vez que o estudo de caso trata da instalação de um parque eólico em alto mar,
é importante destacar as principais diferenças entre a energia e eólicoa onshore e offshoe.
61
período do valor do fluxo presente por meio de uma taxa de desconto 𝑟, como segue:
𝑉𝐹
𝑉𝑃 = (18)
(1 + 𝑟)𝑛
Chama-se valor presente líquido o resultado da soma de todos os fluxos de caixa
futuros trazidos para o mesmo período descontando o valor do investimento, I. Considerando
aqui uma frequência anual com n = 1, 2, ..., N, a equação fica como segue:
𝑁
𝑉 𝐹𝑛
𝑉 𝑃𝐿 = (19)
∑︁
−𝐼
𝑛=1 (1 + 𝑟)𝑛
É importante lembrar que a equação 19 refere-se ao VPL tradicional, que não
comporta o valor da flexibilidade gerencial proposta pela TOR. Essa flexibilidade só será
captada após a aplicação da TOR.
𝜎𝑝𝑟𝑜𝑏𝑎𝑏𝑖𝑙í𝑡𝑖𝑐𝑜
𝑉 𝑜𝑙𝑎𝑡𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = (20)
𝜇𝑝𝑟𝑜𝑏𝑎𝑏𝑖𝑙í𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜
63
O último passo consiste na avaliação das opções que o projeto oferece e cálculo do
valor gerencial do projeto, que será dado pela equação abaixo.
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
2
https://tinyurl.com/y9cm6qrd
64
A produção média anual de energia dos pontos foi de 37.723,76 MWh. Considerando
o preço da venda de energia compatível com o mercado internacional a US$ 80,00 (cerca
de R$ 300,00) a receitas com a venda de energia chegam ao valor médio anual de R$
6.790.276,90.
O VPL probabilístico será estimado pelas dez mil iterações da SMC, que atri-
bui valores aleatórios para as variáveis de entrada do VPL. As variáveis seguem uma
distribuição normal de probabilidade, com exceção da taxa mínima de atratividade que
possui distribuição triangular, em concordância com suas características na literatura. A
distribuição de probabilidade do VPL oriunda da simulação realizada com a ajuda do
Crystal Ball é como segue na Figura 20.
65
A primeira árvore é obtida pela multiplicação do VPL pelo fator u para movimentos
ascendentes e pelo fator d para movimentos descendentes. Os pontos onde a decisão de
abandono pode ser tomada estão destacados em amarelo e vermelho na Figura 23. Esses
são os pontos em que seria mais vantajoso abandonar o projeto e embolsar os R$ 41
68
milhões. A diferença entre os ramos amarelos e vermelhos é que os primeiros indicam que
há possibilidade de reversão do cenário desfavorável no futuro, enquanto os ramos em
vermelho não possuem essa chance, sendo a melhor alternativa o abandono do projeto
para embolsar o valor com a venda dos ativos. Na Figura 23 os valores são em milhões,
foram simplificados para melhor visualização e o ramo inicial pintado de verde representa
o valor do VPL tradicional.
pode ser tomada, não indicam necessariamente uma obrigação, ficando a cargo do gestor
decidir, pois a situação pode ser revertida futuramente e conduzir a um valor lucrativo,
como mostra o caminho em azul na Figura 24, que simula cenários descendentes nos 11
anos iniciais do projeto e a partir do ano seguinte começa a ter movimentos ascendentes,
culminando em um valor favorável superior ao que seria ganho com o abandono.
Por fim, segue-se com o cálculo do valor do VPL gerencial (ou flexível), que engloba
a flexibilidade da opção de abandonar o projeto em determinado ponto. Isso é feito pelo
70
cálculo do valor regressivo da opção. Para isso é preciso substituir, no último ano, os
valores dos ramos finais da árvore que forem menores que o valor do abandono. Esses
valores serão substituídos pelo valor ganho com o abandono do projeto e então serão
regredidos multiplicando-se pelas probabilidades p e (1-p). Os ramos finais em que os
valores foram menores que o valor do abandono estão pintados de cinza na Figura 25, que
também mostra o valor do VPL gerencial de verde girando em torno de R$ 69,2 milhões.
Com o valor do VPL gerencial em mãos basta diminuir dele o VPL tradicional
71
para se chegar ao valor da opção real. Dessa forma, R$ 69,2 milhões menos R$ 46,6
milhões resulta em R$ 22,6 milhões para o valor da opção. O valor do projeto aumenta
consideravelmente.
𝑃 (𝐵|𝐴) · 𝑃 (𝐴)
𝑃 (𝐴|𝐵) = (23)
𝑃 (𝐵)
Esse teorema defende que a probabilidade de um determinado evento muda quando
novos fatos que podem influenciar esse evento são trazidos à tona. Bayes chamou isso de
probabilidades a priori e é amparada nessa noção criada por Bayes para as probabilidades
de um evento que surge o conceito de Redes Bayesianas, que segundo Pearl (2009) surgiram
como uma forma de predição utilizada em Inteligência Artificial. A Figura 26 mostra uma
representação comum em Redes Bayesianas.
Isso criou toda uma corrente de seguidores contrários à estatística dita clássica
(frequentista). Por sua vez, não faltaram críticas destes à corrente nascidda com Bayes. Não
é objetivo desse trabalho discorrer a respeito de algo que por si só, já seria um trabalho à
parte. Mas para defender a abordagem aqui utilizada pode-se recorrer a Brealey, Myers
e Allen (2013, p. 227): "A simulação de Monte Carlo é um instrumento que permite
considerar todas as combinações possíveis. Por conseguinte, permite examinar a distribuição
completa dos resultados do projeto". O destaque em itálico na citação, inclusive, está fiel
à original dos próprios autores. Eles argumentam que o método já considera todos os
cenários possíveis, e já engloba mesmo aqueles que poderiam surgir com um fato novo.
Mesmo levando em consideração que um fato novo ocorresse e isso levasse a
alteração das distribuições de probabilidade do projeto, nada impediria que o método fosse
novamente rodado para se calcular as novas probabilidades a partir da adição de um novo
fato. Para isso, nesse trabalho foi feita a suposição de que um evento climático alterasse
a incidência de ventos a partir do décimo primeiro ano do projeto e isso diminuísse a
produção de energia do parque em um valor extremo de 40%. Os novos resultados seriam
como seguem abaixo. A começar pela distribuição de probabilidades apresentada na Figura
27.
73
Observando a árvore de binomial construída com as opções reais fica fácil saber em
que ponto o projeto se encontra financeiramente. Os ramos da árvore podem ser pintados
com a cor que for mais conveniente para fazer distinção entre um ramo economicamente
viável e um economicamente inviável. No presente estudo foram escolhidas as cores verde,
amarelo e vermelho, onde o verde indica um ramo economicamente viável, o amarelo
indica um ramo economicamente inviável, mas com chances de reversão no futuro para um
cenário viável e o vermelho para um ramo economicamente inviável e sem possibilidade de
reversão num cenário futuro. A proposição feita pelo estudo para integração é simples, as
74
metodologias aqui podem servir como tela de suporte para o LCC, como uma expansão
das telas principais, daí, para maiores detalhes, basta que a tela seja expandida. E também
poderia-se acrescentar indicadores visuais nas cores mencionadas acima na tela principal
para rápida visualização da viabilidade financeira do projeto no estágio em que ele se
encontra. A Figura 28 ilustra essa proposta, apresentando no canto inferior esquerdo da
tela principal o IVF - Indicador de Viabilidade Financeira.
7 CONCLUSÕES
O estudo se propôs a fazer uma contribuição para gestão visual do risco financeiro
de um projeto, de forma que ela seja contínua ao longo do ciclo de vida do projeto. Essa
contribuição se deu pelo desenvolvimento de um modelo que integrou a Simulação de
Monte Carlo, a Teoria de Opções Reais e o Life Cycle Canvas. Um estudo de caso com
dados reais foi realizado para melhor demonstrar esse objetivo. Foi avaliada a implantação
de um parque eólico, projeto repleto de variáveis que envolvem incerteza na mensuração
como, por exemplo, produção de energia, que depende da incidência do vento, taxa de
desconto dentre outras variáveis. Esse estudo de caso foi interessante do ponto de vista
metodológico, pois permitiu mostrar os diversos caminhos e possibilidades calculados com
as técnicas aqui apresentadas.
Com a técnica tradicional do VPL foi possível observar um valor positivo para o
projeto no montante de R$ 46,6 milhões e com a Simulação de Monte Carlo constatou-se
que se o evento pudesse se repetir milhares de vezes, a probabilidade de que o VPL tivesse
um valor positivo (ou seja, VPL maior que zero) é de quase 70%. É interessante lembrar que
a simulação faz milhares de interações, modelando milhares de cenários para as variáveis
de entrada para então atribuir uma chance de ocorrência. No entanto, a esses valores não
está incorporado o valor da flexibilidade gerencial, que será capturado pela utilização da
TOR.
Considerando a opção de abandono do projeto é possível embolsar o dinheiro com
a venda dos ativos. Essa possibilidade aumenta o valor do projeto em R$ 22,6 milhões em
75
relação ao que foi calculado com o VPL tradicional de R$ 46 milhões, elevando o valor do
projeto para cerca de R$ 69,2 milhões, que é o seu real valor englobando a flexibilidade
gerencial, nesse caso, a opção de não prosseguir com o projeto. Um aumento significativo
que não estava sendo precificado devido à carência do método tradicional.
É importante destacar que no estudo de caso analisado o valor do projeto foi positivo,
mas o cálculo da flexibilidade gerencial utilizando a TOR também se faz necessária para
os casos em que esse valor seja negativo, pois pode evitar perdas maiores se considerarmos
o investimento como uma opção estratégica mesmo com perdas, por exemplo.
Constatou-se ainda no estudo que todos os resultados podem ser obtidos com
a automatização dos procedimentos metodológicos e serem integrados ao LCC. Uma
vantagem, embora o caminho metodológico pareça um pouco complexo, é que os resultados
produzidos são todos visuais e de fácil entendimento(gráfico de probabilidades gerado pela
SMC e árvore binomial para precificação da opção real), o que por si só já está alinhado
com a Gestão Visual. A metodologia aqui apresentada serve como tela de apoio ao LCC,
podendo ser expandida para visualização de maiores detalhes, bem como ser integrada à
tela principal do modelo com a adição de um indicador visual, mostrando se o projeto se
encontra em um ramo viável economicamente ou não, como demonstrado nos resultados.
Há também uma discussão acadêmica acerca da melhor forma de mensuração das
probabilidades de um evento. Este estudo se baseia em métodos considerados clássicos,
oriundos da estatística frequentista. Como sugestão para trabalhos futuros pode-se indicar
a modelagem dos dados de acordo com a escola bayesiana, utilizando a técnica de redes
para possibilitar uma comparação entre os resultados dessa modelagem e os obtidos no
presente estudo. Uma espécie de backtesting (o teste do método sobre dados históricos de
um projeto) poderia ser feito para avaliar a eficácia das metodologias. Outra possibilidade
de estudo seria comparar os resultados com aplicação da metodologia em projetos de
vários tipos e áreas. Essas aplicações permitirão uma maior generalização dos métodos
apresentados, servindo de referência para os utilizadores saberem quando a metodologia é
adequada ou não.
Uma limitação do estudo, refere-se justamente aos dados, que apesar terem sido
coletados em sua plenitude na fonte disponível (Bloomberg e NOAA) ainda estão longe
de serem uma amostra representativa para permitir extrapolação com maior nível de
confiança. Por isso a recomendação de aplicabilidade da metodologia a vários tipos de
projetos com o intuito de comparar os resultados. Outra limitação é que a metodologia é
mais adequada para projetos de maior porte e elevado risco. Projetos que não se encaixem
nessas características podem ser atendidos por técnicas mais simples.
Em suma, entre as principais contribuições do trabalho pode-se citar a unificação
de modelos para avaliação do risco financeiro de um projeto e sua integração a um modelo
visual. O trabalho pretende servir como referência para os gestores que buscam métodos
para lidar com projetos de alto risco, fazendo isso de forma contínua, não apenas na etapa
76
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