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SEBASTIAO

SALGADO
FOTOGRAFIA • DESIGUALDADE • MISERIA

Resenha do Documentário “O sal da terra”


O Sal da Terra, documentário que ao relatar cronologicamente a vida do fotografo brasileiro, Sebastião
Salgado, traz uma perspectiva diferente, nos faz ver a fotografia com uma função social, não somente visual
ou estética. Sebastião ao escolher retratar a vida de uma parcela da sociedade que é esquecida, dá uma cara
a desigualdade da contemporaneidade, com imagens fortes, realmente marcantes. O fotografo relata as
historias por trás de cada foto, e ao fazer isso ele passa toda a empatia e facilidade que ele tem de estabelecer
relações com as pessoas e como cada uma o tocou de uma maneira única.
Apesar de que em aula aprendemos que a foto não é uma cópia da realidade e sim um recorte feito
pelo fotógrafo, nesse documentário podemos ver que em cada foto Sebastião tenta ilustrar uma
realidade, com um olhar sobre o mundo diferente das demais pessoas, é notório que o trabalho
desse artista sempre esteve ligado a um dever cívico, de expor para as pessoas um problema social,
portanto, os personagens em suas fotos são fundamentais, por serem tão enigmáticos, dando
sentido ao retrato, instigando a reflexão. Os temas escolhidos por Sebastião devem ser tratados
com cuidado, tentando evitar a “glamourização” ou banalização dos problemas retratados, o
objetivo do autor é fazer uma crítica ao abandono dos seres humanos, tentando despertar um
aprofundamento de discussões levando a uma a formação de uma consciência crítica a respeito
dessas questões.
A narrativa, ao mostrar o processo de criação dos projetos, deixa claro que quando idealizado, o
tema da exposição é minuciosamente estudado antes de ser executado. Êxodos é um projeto que
conta a história de povos que fogem da pobreza, opressão e de guerras. O difícil é pensar, que 17
anos após o lançamento do livro, ainda é muito atual o tema que ele traz, retratando a realidade de
muita gente no mundo inteiro, que têm suas vidas totalmente mudadas, relatando o quão a
humanidade é violenta. Em certo momento do documentário Sebastião diz: “Somos um animal
feroz. Os humanos são um animal terrível”, frase que ilustra o que ele sente em relação à situação
que todas aquelas pessoas se encontram, o que é pra ele de certa forma é muito pessoal, já que
Sebastião teve de fugir do Brasil, durante a ditadura, tornando esse projeto muito mais cheio de
significado.

Já Genesis, é o último trabalho de Sebastião, com ele, o fotógrafo traz uma proposta com um olhar
mais positivo, registrando ecossistemas pouco explorados pelo homem, depois de pautar sua
carreira retratando situações degradantes, marcadas por violência e miséria. O documentário
tenta aliviar a tensão encerrando com um suspiro de esperança, mostrando o projeto de Sebastião
de reflorestar a antiga fazenda da família. É inspiradora a vida desse homem, que com imagens,
tenta deixar sua marca no mundo, não só como artista, mas como cidadão, é um exemplo a ser
seguido e um brasileiro a ser admirado.
Petrolina, Pe 26 de março de 2023

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